ArticlePDF Available

Abstract and Figures

Objectives: To evaluate trunk extensors and flexors muscle strength according to age and physical activity level, in addition to comparing inactive young women with active older women on maximal trunk strength. Methods: Twenty-eight young and thirty older women physically inactive participated in the research. They became active later, with the inclusion of physical activity in their routines. Participants were evaluated for maximal isometric strength of trunk extensors and flexors muscles using a strength sensor connected to a stable wooden seat that isolated the trunk muscles. Dependent and independent t-tests were used for analysis regarding age and level of physical activity. The significance level adopted was ≤ 5%. Results: Regarding the strength of the trunk extensors and flexors, physically active young and older women had a higher level of strength when compared to inactive conditions. Regarding the comparison between inactive young and active older women, the active older women presented similar levels of extensor muscle strength when compared to the inactive young women. Conclusion: The strength of trunk flexors and extensors was influenced by age and physical activity level. Physically active older women have the same level of trunk extensor muscle strength as inactive young women. Objetivos: Verificar o comportamento da força muscular de extensores e flexores do tronco conforme a idade e o nível de atividade física, além de comparar jovens inativas vs. idosas ativas sobre a força muscular. Métodos: Participaram da pesquisa 28 jovens e 30 idosas inativas fisicamente, as quais posteriormente se tornaram ativas, com a inclusão de atividade física em suas rotinas. As participantes foram avaliadas quanto à força isométrica máxima dos músculos extensores e flexores do tronco, por meio da utilização de uma célula de carga conectada a um assento estável de madeira, que isolou musculatura do quadril de maneira a ativar a musculatura do tronco. Testes t para amostras dependentes e independentes foram utilizados para a análise em relação a idade e o nível de atividade física. O nível de significância adotado foi ≤ 5%. Resultados: Quanto à força dos extensores e flexores do tronco, mulheres jovens e idosas ativas fisicamente possuíam um maior nível de força quando comparadas à condição inativa. Com relação a com-paração entre jovens inativas e idosas ativas, foi verificado que as idosas apresentaram níveis semelhantes de força dos músculos extensores quando comparadas com as jovens. Conclusão: A força de flexores e ex-tensores do tronco é influenciada pelos fatores idade e nível de atividade física. Idosas ativas fisicamente possuem o mesmo nível de força dos músculos extensores do tronco que mulheres jovens inativas. Palavras-chave: envelhecimento; contração muscular; adulto jovem.
Content may be subject to copyright.
1
Trunk strength according to age and level of physical activity: are active
elderly women as strong as inactive young women?
Força do tronco conforme a idade e o nível de atividade
física: idosas ativas são tão fortes quanto jovens inativas?
Correspondência: Iohanna Gilnara Santos Fernandes, Universidade Federal de Sergipe, Marechal Rondon Avenue,
s/n, 49100-000 São Cristóvão SE, Brasil. iohanna.aju@hotmail.com
Recebido em: 16 de outubro de 2019; Aceito em: 14 de dezembro de 2020.
Iohanna Gilnara Santos Fernandes1 , Levy Anthony de Oliveira1 , Diêgo Augusto Nascimento
Santos2 , Marta Silva Santos1 , Marzo Edir Da Silva Grigoletto1 .
1. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil
2. Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Como citar: Fernandes IGS, Oliveira LA, Santos DAN, Da Silva Grigoletto ME. Força do tronco conforme a idade e o nível de
atividade física: idosas ativas são tão fortes quanto jovens inativas? Rev Bras Fisiol Exerc 2021;20(2):paginas. https://doi.org/
RESUMO
Objetivos: Verificar o comportamento da força muscular de extensores e flexores do tronco conforme a
idade e o nível de atividade física, além de comparar jovens inativas vs. idosas ativas sobre a força muscu-
lar. Métodos: Participaram da pesquisa 28 jovens e 30 idosas inativas fisicamente, as quais posteriormente
se tornaram ativas, com a inclusão de atividade física em suas rotinas. As participantes foram avaliadas
quanto à força isométrica máxima dos músculos extensores e flexores do tronco, por meio da utilização
de uma célula de carga conectada a um assento estável de madeira, que isolou musculatura do quadril
de maneira a ativar a musculatura do tronco. Testes t para amostras dependentes e independentes foram
utilizados para a análise em relação a idade e o nível de atividade física. O nível de significância adotado
foi 5%. Resultados: Quanto à força dos extensores e flexores do tronco, mulheres jovens e idosas ativas
fisicamente possuíam um maior nível de força quando comparadas à condição inativa. Com relação a com-
paração entre jovens inativas e idosas ativas, foi verificado que as idosas apresentaram níveis semelhantes
de força dos músculos extensores quando comparadas com as jovens. Conclusão: A força de flexores e ex-
tensores do tronco é influenciada pelos fatores idade e nível de atividade física. Idosas ativas fisicamente
possuem o mesmo nível de força dos músculos extensores do tronco que mulheres jovens inativas.
Palavras-chave: envelhecimento; contração muscular; adulto jovem.
ABSTRACT
Objectives: To evaluate trunk extensors and flexors muscle strength according to age and physical acti-
vity level, in addition to comparing inactive young women with active older women on maximal trunk
strength. Methods: Twenty-eight young and thirty older women physically inactive participated in the
research. They became active later, with the inclusion of physical activity in their routines. Participants
were evaluated for maximal isometric strength of trunk extensors and flexors muscles using a strength
sensor connected to a stable wooden seat that isolated the trunk muscles. Dependent and independent
t-tests were used for analysis regarding age and level of physical activity. The significance level adopted
was 5%. Results: Regarding the strength of the trunk extensors and flexors, physically active young and
older women had a higher level of strength when compared to inactive conditions. Regarding the com-
parison between inactive young and active older women, the active older women presented similar levels
of extensor muscle strength when compared to the inactive young women. Conclusion: The strength of
trunk flexors and extensors was influenced by age and physical activity level. Physically active older wo-
men have the same level of trunk extensor muscle strength as inactive young women.
Keywords: aging; muscle contraction; young adult.
Artigo original
Revista Brasileira de
Fisiologia do Exercício
ISSN Online: 2675-1372
RBFEx
2
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
Introdução
O envelhecimento é um fenômeno global e um processo natural intrínseco ao
ser humano, ligado a deteriorações biológicas e funcionais em diversos sistemas que
afeta a qualidade de vida devido a redução da capacidade de realizar tarefas do dia
a dia [1]. O decréscimo da capacidade funcional desses indivíduos ocorre em parte
devido a diminuição nos níveis de força com o passar dos anos, além de causar o au-
mento no risco de sofrer quedas em 35% após os 65 anos [2], elevando assim a taxa de
mortalidade [3]. Além disso, quando comparado aos homens, as mulheres são mais
afetadas por este processo devido as alterações hormonais que estão ligadas à meno-
pausa [4].
Dentre as diferentes estratégias utilizadas para atenuar as consequências da
senescência, aumentar o nível de atividade física tem se tornado a principal alterna-
tiva não farmacológica, capaz de promover adaptações positivas ao organismo dos
idosos de forma sistêmica [5]. Dentre essas alterações, estudos tem demostrado que
com o decorrer da idade há uma diminuição de até 40% da área de secção transversa
em diversos grupos musculares dos membros inferiores e superiores e que esta dimi-
nuição também implica na redução da capacidade de produzir força muscular [6,7].
No entanto, na literatura poucas pesquisas observaram as mudanças que ocorrem nos
músculos do tronco com o passar dos anos, mesmo sabendo que esses músculos são
importantes para a realização de tarefas do cotidiano [8].
Os músculos do tronco fazem parte do core, complexo neuromuscular e osteo-
articular responsável pela estabilização do tronco e manutenção do controle postu-
ral. Somado a isso, ele tem a função de realizar transferência de forças para os mem-
bros do corpo durante a execução de tarefas motoras desenvolvidas pelo ser humano
[9]. Dessa forma, faz-se necessário que o core mantenha-se forte e exerça de forma
eficiente suas funções durante o envelhecimento, sabendo que a diminuição da força
desses músculos pode influenciar no aumento da dor lombar [10,11], além de aumen-
tar o estresse mecânico na coluna vertebral [12]. Quanto à morfologia dos músculos
do tronco, foram observadas reduções de 26 a 48% da espessura em indivíduos mais
velhos, quando comparados com pessoas mais jovens [13].
Sendo assim, manter níveis de força nos músculos do tronco se torna essencial
para a manutenção da qualidade de vida de indivíduos mais velhos. Contudo, não se
sabe como a idade e o nível de atividade física podem influenciar na capacidade de
produzir força durante movimentos do tronco, uma vez que a atividade física pode
gerar adaptações neuromusculares tanto em pessoas de meia-idade quanto em ido-
sos. Além disso, ambas populações podem aumentar a força muscular com medidas
aproximadas [14]. Isto nos leva a crer que com os músculos do core, os quais podemos
incluir a musculatura extensora e flexora do tronco, também possam acontecer essas
adaptações.
Assim, nosso objetivo foi verificar o comportamento da força muscular de
extensores e flexores do tronco conforme a idade e o nível de atividade física, em mu-
3
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
lheres jovens e idosas que eram inativas e passaram a ser ativas fisicamente. Outro
objetivo foi averiguar se idosas ativas possuem a mesma capacidade que jovens inati-
vas de produzir força na musculatura extensora e flexora do tronco. Nossa hipótese é
que a força isométrica máxima aumentará com o aumento do nível de atividade física
em ambos grupos musculares tanto em mulheres jovens quanto idosas. Além disso,
as idosas ativas fisicamente podem possuir a mesma capacidade de produzir força
que mulheres jovens em ambos grupos musculares do tronco.
Métodos
Abordagem experimental
Trata-se de um estudo prospectivo observacional, de acordo com Thomas,
Nelson e Silverman [15] em que no primeiro momento foram realizadas perguntas
sobre o nível de atividade física, por meio do questionário internacional de atividade
física IPAQ – versão curta [16] a mulheres jovens e idosas que tinham interesse em
participar de programas de extensão universitária que não eram controlados pelos
autores do estudo. As participantes que após responder o IPAQ foram classificadas
como inativas, passaram a fazer parte da pesquisa. No segundo momento, após a se-
leção inicial, a força isométrica máxima de flexores e extensores do tronco das volun-
tárias foi avaliada. Posteriormente a realização do teste de força as voluntárias foram
aconselhadas a aumentarem o nível de atividade física de acordo com as recomenda-
ções da Organização Mundial de Saúde [17], ou seja, durante a semana praticar 150
minutos de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de intensidade
elevada, por um período de 12 meses.
No decorrer desse período, as voluntárias ingressaram nos programas de ex-
tensão que eram diferentes para cada público (jovens e idosas) e estas foram auxilia-
das a ter um hábito de vida mais ativo por meio das atividades físicas desenvolvidas
e orientadas pelos projetos, sem interferência dos pesquisadores do estudo. Os pro-
jetos de extensão universitária duraram por um tempo de quatro meses no primeiro
semestre (fevereiro de 2018 a maio de 2018) e mais quatro meses no segundo semestre
(agosto de 2018 a novembro de 2018). Dessa forma, cada grupo participou duas vezes
dos projetos durante o ano, havendo um período em que as voluntárias realizaram
suas atividades físicas fora das instituições. Apesar de não controlar os programas de
extensão e as atividades físicas, foram mantidos contatos semanais através de liga-
ções com as participantes do estudo para saber se estas estavam mantendo seus ní-
veis de atividade física. As voluntárias que não se mantiveram ativas foram excluídas
visto que este não teve a intenção de tratar, ou seja, seguir as participantes que não
estavam atendendo às recomendações de comportamento ativo durante o período da
pesquisa.
Após o tempo de 12 meses, as participantes que seguiram as instruções e man-
tiveram-se praticando atividade física por todo o período da pesquisa, retornaram
e responderam uma nova avaliação de classificação do nível de atividade física por
4
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
meio do questionário IPAQ – versão curta. A partir das considerações das respostas
obtidas pelo questionário, as voluntárias que foram classificadas como ativas tam-
bém foram reavaliadas quanto à força isométrica máxima de flexores e extensores do
tronco.
Figura 1 - Abordagem experimental do estudo
Amostra e critérios para participação do estudo
A amostra foi composta por 58 participantes inativas fisicamente (28 jovens
e 30 idosas), de acordo com o IPAQ – versão curta [16] e estas foram alocadas em
dois grupos: jovens (24,7 ± 5,5 anos; IMC = 23,9 ± 3,3 kg/m²) e idosas (65,6 ± 3,2 anos;
IMC = 28,3 ± 6,1 kg/m²). Todas as participantes leram e assinaram um termo de con-
sentimento livre e esclarecido após serem informadas verbalmente e por escrito dos
objetivos e procedimentos do estudo, previamente elaborados de acordo com a Decla-
ração de Helsinque e aprovados pelo Comitê de Ética (060568/2017) e pesquisa local.
Os critérios de inclusão para o grupo de jovens e idosas foram: 1) possuir
idade entre 18 e 40 anos para jovens e igual ou acima de 60 anos para as idosas; 2) ser
mulher; 3) ser considerada insuficientemente ativa, segundo IPAQ – versão curta; 4)
não estar realizando nenhuma atividade física sistemática nos últimos três meses; 5)
não ter dor lombar nos últimos seis meses. O critério de exclusão adotado foi: 1) não
manter o contato semanal com os avaliadores para informar sobre a prática de ativi-
dade física; 2) não ser classificada como ativa pelo IPAQ – versão curta após o período
de 12 meses; 2) não completar a avaliação final.
Procedimento de coleta de dados
Uma anamnese em que foram perguntadas questões pessoais e referentes ao
histórico de saúde no formato entrevista foi realizada com cada voluntária. Massa
corporal (kg) e estatura (cm) foram medidas, por meio de uma balança antropométri-
ca (Líder®, P150C, São Paulo, Brasil) com capacidade máxima de 150 kg e de um esta-
diômetro (Sanny, ES2030, São Paulo, Brasil), com precisão de 0,1 cm, respectivamente.
5
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
Para avaliar a força isométrica foi utilizado um assento estável de madeira
com apoio ajustável ao quadril e aos membros inferiores, de forma que isolava apenas
os músculos do tronco no momento do teste. A força muscular dos flexores e exten-
sores do tronco foi mensurada, por meio de uma célula de carga digital (Ktoyo, 333 A,
Hown Dong, Coréia do Sul), a qual estava conectada ao sistema de análise de dados
Muscle Lab® (Ergotest Innovation, Porsgrunn, Noruega) que concedeu o valor de força
em Newtons (N). Para avaliação da força dos extensores do tronco, as participantes
foram posicionadas em 0° de flexão de tronco, uma vez que esse posicionamento di-
minui a ativação dos flexores do quadril [18]. A célula de carga foi fixada a uma pare-
de por um tensor ajustável de maneira que ficasse paralela com o solo e conectada ao
indivíduo por meio de uma cinta de velcro a nível do processo xifoide. A partir disso,
uma contração isométrica máxima em extensão do tronco foi realizada. Para avaliar
os flexores do tronco, a célula de carga foi fixada na parede atrás do avaliado, com a
cinta abaixo do ângulo inferior da escápula. Em seguida, uma contração isométrica
máxima em flexão do tronco foi executada. Vale ressaltar que, o assento de madeira
utilizado no teste foi ajustado a nível de quadril e membros inferiores de acordo com
a estatura do indivíduo, fazendo com que fossem ativados apenas os músculos do
tronco durante a realização do protocolo de teste [18,19].
Em um primeiro momento, os participantes realizaram uma repetição para
familiarização em cada posição do teste. Após isso, foram executadas três tentativas
de contração máxima com duração de cinco segundos. Para a análise, o maior valor de
força foi utilizado. A tentativa só foi considerada válida se a força acontecesse de for-
ma gradual. Os indivíduos tiveram um descanso de 30 segundos entre cada repetição
e em todas as tentativas, um forte encorajamento verbal foi feito pelos avaliadores.
Análise dos dados
Os dados foram expressos em média e desvio padrão. O teste de Kolmogorv-S-
mirnov foi aplicado para comprovar a normalidade dos dados. Testes t para amostras
dependentes foram executados para verificar o comportamento da força do tronco,
conforme o nível de atividade física (jovens inativas vs. ativas e idosas inativas vs.
ativas). Em seguida, um teste t para amostras independentes foi calculado para com-
parar mulheres jovens inativas vs. idosas ativas. O tamanho do efeito de Cohen (TE)
foi calculado e os valores foram classificados da seguinte forma: efeito trivial (< 0.20),
pequeno (0.20-0.59), moderado (0.60-1.19), alto (1.2-2.0) e muito alto (> 2.0) [20]. Para
todas as análises, a significância estatística considerada foi p 0,05. Todos os proce-
dimentos foram realizados no software SPSS® versão 23.0 (IBM Corporation, Armonk,
NY, USA).
Resultados
Os valores de força isométrica dos músculos extensores e flexores do tron-
co foram apresentados nas Figuras 2 e 3, respectivamente, tanto para jovens quanto
idosas nas duas categorias analisadas (inativa e ativa fisicamente). Após mudar de
6
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
categoria, tanto as jovens quanto as idosas apresentaram valores superiores de força
durante a extensão (jovens inativas = 329,7 ± 82,8, jovens ativas = 469,4 ± 125,7; t (27)
= -5,051; p < 0,001; idosas inativas = 260,6 ± 83,3, idosas ativas = 289,8 ± 75,8; t (29) =
-2,237; p = 0,033) e flexão do tronco (jovens inativas = 353,8 ± 110,6, jovens ativas =
413,5 ± 125,5; t (27) = -2,660; p = 0,013; idosas inativas = 232,3 ± 70,7, idosas ativas =
271,9 ± 78,9; t (29) = -3,033; p = 0,005).
A comparação entre idosas ativas e jovens inativas foi apresentada na Figu-
ra 4. As jovens inativas produziram maior força isométrica do que as idosas ativas
durante a flexão isométrica do tronco (jovens inativas = 353,8 ± 110,6; idosas ativas
= 271,9 ± 78,9; t (56) = -3,261; p = 0,002). Contudo, as idosas ativas obtiveram valores
semelhantes às jovens inativas durante a extensão de tronco. Não houve diferença
estatística entre elas sobre a força dos extensores do tronco (jovens inativas = 329,7 ±
82,8; idosas ativas = 271,9 ± 78,9; t(56) = -1,916; p = 0,061).
Valores expressos por média e desvio padrão; *Diferença estatística em relação à inativa (p 0,05); TE
= tamanho do efeito (d de Cohen)
Figura 2 - Comparação da força muscular dos extensores do tronco entre jovens inativas e ativas, e
entre idosas inativas e ativas fisicamente
Valores expressos por média e desvio padrão; *Diferença estatística em relação à inativa (p 0,05); TE
= tamanho do efeito (d de Cohen)
Figura 3 - Comparação da força dos flexores do tronco entre jovens inativas e ativas, e entre idosas
inativas e ativas fisicamente
7
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
Valores expressos por média e desvio padrão; *Diferença significativa em relação às idosas ativas (p
0,05); TE = tamanho do efeito (d de Cohen)
Figura 4 - Comparação da força muscular do tronco entre jovens inativas e idosas ativas
Discussão
Este estudo verificou a força isométrica dos músculos do tronco em mulheres
de acordo com a idade e nível de atividade física. Seu principal achado sugere que
com o aumento no nível de atividade física as idosas podem possuir os mesmos ní-
veis de força na musculatura extensora que as mulheres jovens que não atendem às
recomendações da prática de atividade física. Há um consenso na literatura científica
de que com o decorrer da idade, os níveis de força muscular [6,21] diminuem e que a
prática de atividade física pode atenuar tal declínio de força.
Assim, nosso estudo trouxe novos achados quanto ao comportamento da for-
ça muscular do tronco de acordo com a idade e nível de atividade física. Estudos
prévios verificaram essas questões ao avaliar a força dos membros do corpo humano
[22,23]. Contudo, não há um consenso na literatura científica de como a idade e o
nível de atividade física podem influenciar a força muscular do tronco. Uma vez que
os músculos do tronco fazem parte do core, é suposto que a diminuição da força des-
ta musculatura pode influenciar no aparecimento e aumento da dor lombar crônica
[9,24,25].
O teste de força máxima do tronco utilizado para avaliar a amostra possui
boa confiabilidade. A reprodutibilidade deste teste foi analisada em uma pesquisa
anterior [19], e foram encontrados valores de coeficiente de correlação intraclasse e
coeficiente de variação altos e muito altos para a musculatura extensora e flexora do
tronco, respectivamente.
A força dos músculos extensores do tronco tanto das mulheres jovens quanto
das idosas aumentou ao se tornarem ativas fisicamente. Nas mulheres jovens, a mag-
nitude das diferenças entre as médias foi alta (TE = 1,31), enquanto nas idosas foi pe-
quena (TE = 0,37). Na literatura científica tem sido documentado que idosas possuem
o mesmo potencial que mulheres jovens de elevar força isométrica após aumento do
nível de atividade física [26,27]. Nossos achados não estão de acordo com o exposto
8
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
acima. Contudo, tais estudos avaliaram a força de membros inferiores. Desta forma,
os músculos do tronco podem ter uma possibilidade de aumentar a força isométrica
diferente dos músculos dos membros do corpo em mulheres idosas. Além disso, no
presente estudo a força muscular foi avaliada apenas de forma isométrica, podendo
haver mudanças nos resultados quando esta for avaliada de maneira dinâmica.
A força da musculatura flexora do tronco aumentou tanto nas jovens quanto
nas idosas após se tornarem ativas fisicamente. Contudo, a magnitude das diferenças
entre as médias foi pequena em ambos os grupos. A capacidade de aumentar a força
isométrica foi similar em jovens e idosas, após a elevação do nível de atividade física.
Este achado está de acordo com os estudos da literatura científica que avaliaram a
força isométrica dos membros do corpo [26,27]. Com relação ao resultado, houve uma
diferença quanto ao aumento da força isométrica entre a musculatura extensora e
flexora do tronco em mulheres jovens. Encontrou-se uma pequena capacidade de au-
mentar a força isométrica dos músculos do tronco (extensores e flexores) em idosas
após a mudança do nível de atividade física. No entanto, as mulheres jovens possu-
íram um alto potencial de aumentar a força somente sobre a musculatura extensora
do tronco. Isto pode ter ocorrido devido ao fato de que, com os avanços tecnológicos,
os seres humanos passaram a adotar uma postura cifótica, levando a uma menor ati-
vação dos músculos extensores do tronco, tornando esta musculatura mais sensível as
alterações advindas do hábito da prática de atividade física [28]. Assim, com a prática
de atividade física, esta musculatura passa a ser mais exigida, para a manutenção de
uma melhor postura [29,30]. Desta forma, quando jovem, a musculatura extensora
tem uma alta possibilidade de aumentar a força isométrica. Contudo, ao se tornar
uma mulher idosa esta possibilidade é diminuída [31].
O presente estudo também teve como um dos objetivos a comparação entre
jovens inativas vs. idosas ativas, pois de acordo com Hakkinen et al. [14], a atividade
física pode gerar adaptações neuromusculares fazendo com que as idosas possam
aumentar a força muscular com medidas aproximadas a de um adulto jovem. Dessa
forma, nossos resultados indicaram que a musculatura flexora do tronco tende a ser
mais afetada com o envelhecimento do que os músculos extensores, corroborando a
literatura [32,33]. Contudo, a magnitude da diferença entre as médias foi pequena.
Uma justificativa para tal resultado é a composição das fibras dos músculos extenso-
res e flexores do tronco. A musculatura flexora é composta predominantemente por
fibras do tipo II [34] sendo estas as que apresentam uma maior diminuição em seu
diâmetro em relação as fibras tipo I [35]. Desta maneira, a musculatura que apresen-
ta uma maior quantidade de fibras tipo II, terá uma maior atrofia muscular [36,37].
Além disso, os músculos extensores são ativados no nosso dia a dia através do efeito
da gravidade para se manter em pé, fazendo com que haja menor diminuição da força
quando comparado a musculatura flexora, uma vez que este fato não ocorre com os
músculos flexores [33,38].
O presente estudo possui algumas limitações. A amostra do estudo foi com-
posta apenas por mulheres, o que reduz a interpretação dos resultados somente para
9
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
esse sexo, sabendo que no sexo masculino o envelhecimento e a inatividade agem de
forma distinta quando comparado com o feminino [4]. Além disso, a força muscular
foi avaliada apenas de maneira isométrica, podendo haver alterações nos resultados
caso tivesse sido avaliada de maneira dinâmica e outras variáveis não foram avaliadas
como a estabilidade e a resistência do tronco [39] importantes para o desempenho
funcional dos idosos.
Contudo, é fundamental ressaltar que a redução da força isométrica afeta a
capacidade funcional do idoso durante as atividades do dia a dia [21,40]. Sendo as-
sim, nossos resultados sugerem aplicações práticas, que levam ao direcionamento de
estratégias pensadas no sentido de melhorar a força do tronco de idosas, principal-
mente da musculatura flexora, por haver uma maior redução de força nesta muscula-
tura com o decorrer da idade.
Conclusão
Concluímos que a força isométrica da musculatura do tronco é influencia-
da pela idade e pelo nível de atividade física. Tornar-se ativa fisicamente aumenta a
força da musculatura extensora e flexora do tronco tanto de mulheres jovens quanto
idosas. Além disso, idosas ativas fisicamente possuem níveis de força isométrica se-
melhantes quando comparado às jovens inativas sobre a musculatura extensora do
tronco. Assim, sugerimos que a força da musculatura flexora é a mais afetada pelo
avanço da idade.
Potencial conflito de interesse
Nenhum conflito de interesses com potencial relevante para este artigo foi reportado.
Fontes de financiamento
Não houve fontes de financiamento externas para este estudo.
Contribuição dos autores
.
Referências
1. Gault M. Aging, functional capacity and eccentric exercise training. Aging Dis 2013;4(6):351-63.
doi: 10.14336/AD.2013.0400351
2. WHO. Falls. [Internet]. World Health Organization. Geneve; 2018. [cited 2019 June 15]. Available
on: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/falls
3. Kasukawa Y, Miyakoshi N, Hongo M, Ishikawa Y, Noguchi H, Kamo K, et al. Relationships between
falls, spinal curvature, spinal mobility and back extensor strength in elderly people. J Bone Miner Me-
tab 2010;28(1):82-7. doi: 10.1007/s00774-009-0107-1
4. Straight CR, Brady AO, Evans E. Sex-specific relationships of physical activity, body composition,
and muscle quality with lower-extremity physical function in older men and women. Menopause
2015;22(3):297-303. doi: 10.1097/GME.0000000000000313
5. Westcott WL. Resistance Training is medicine: effects of strength training on health. Curr Sports
Med Rep 2012;11(4):209-16. doi: 10.1249/JSR.0b013e31825dabb8
10
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
6. Doherty TJ, Brown WF. The estimated numbers and relative sizes of thenar motor units as selected
by multiple point stimulation in young and older adults. Muscle Nerve 1993;16(4):355-66. doi: 10.1002/
mus.880160404
7. Shahtahmassebi B, Hebert JJ, Hecimovich M, Fairchild TJ. Trunk exercise training improves muscle
size, strength, and function in older adults: A randomized controlled trial. Scand J Med Sci Sports
2019;29(7):980-91. doi: 10.1111/sms.13415
8. Shahtahmassebi B, Hebert JJ, Hecimovich MD, Fairchild TJ. Associations between trunk muscle
morphology, strength and function in older adults. Sci Rep 2017;7(1):10907. doi: 10.1038/s41598-017-
11116-0
9. Kibler WB, Press J, Sciascia A. The role of core stability in athletic function. Sports Med 2006;36(3) :189-
98. doi: 10.2165/00007256-200636030-00001
10. Bayramoğlu M, Akman MN, Klnç Ş, Çetin N, Yavuz N, Özker R. Isokinetic measurement of trunk
muscle strength in women with chronic low-back pain. Am J Phys Med Rehabil 2001;80(9):650-5. doi:
10.1097/00002060-200109000-00004
11. Sions JM, Elliott JM, Pohlig RT, Hicks GE. Trunk Muscle characteristics of the multifidi, erector
spinae, psoas, and quadratus lumborum in older adults with and without chronic low back pain. J
Orthop Sports Phys Ther 2017;47(3):173-9. doi: 10.2519/jospt.2017.7002
12. Hughes DC, Wallace MA, Baar K. Effects of aging, exercise, and disease on force transfer in skeletal
muscle. Am J Physiol-Endocrinol Metab 2015;309(1):E1-10. doi: 10.1152/ajpendo.00095.2015
13. Cuellar WA, Wilson A, Blizzard CL, Otahal P, Callisaya ML, Jones G, et al. The assessment of abdo-
minal and multifidus muscles and their role in physical function in older adults: a systematic review.
Physiotherapy 2017;103(1):21-39. doi: 10.1016/j.physio.2016.06.001
14. Häkkinen K, Alen M, Kallinen M, Newton RU, Kraemer WJ. Neuromuscular adaptation during pro-
longed strength training, detraining and re-strength-training in middle-aged and elderly people. Eur
J Appl Physiol 2000;83(1):51-62. doi: 10.1007/s004210000248
15. Thomas JR, Nelson JK, Silverman SJ. Research methods in physical activity. 6th ed. Champaign, IL:
Human Kinetics; 2011.
16. Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC, et al. Questionário interna-
cional de atividade física (IPAQ): estupo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Atividade
Física Saúde 2001;6(2):5-18. doi: 10.12820/rbafs.v.6n2p5-18
17. Global Recommendations on Physical Activity for Health [Internet]. WHO Guidelines Approved
by the Guidelines Review Committee. Geneva: World Health Organization; 2010. [cited 2019 June 15].
Available on: https://www.who.int/dietphysicalactivity/global-PA-recs-2010.pdf
18. Sutarno CG, McGill SM. Isovelocity investigation of the lengthening behaviour of the erector spi-
nae muscles. Eur J Appl Physiol 1995;70(2):146-53. doi: 10.1007/BF00361542
19. Mesquita MMA, Santos MS, Vasconcelos ABS, de Sá CA, Pereira LCD, Silva-Santos IBM, et al. Re-
liability of a test for assessment of isometric trunk muscle strength in elderly women. J Aging Res
2019;2019:1-6. doi: 10.1155/2019/9061839
20. Hopkins WG, Marshall SW, Batterham AM, Hanin J. Progressive statistics for studies in sports me-
dicine and exercise science: Med Sci Sports Exerc 2009;41(1):3-13. doi: 10.1249/MSS.0b013e31818cb278
21. Aagaard P, Suetta C, Caserotti P, Magnusson SP, Kjaer M. Role of the nervous system in sarcope-
nia and muscle atrophy with aging: strength training as a countermeasure. Scand J Med Sci Sports
2010;20(1):49-64. doi: 10.1111/j.1600-0838.2009.01084.x
22. Aragão-Santos JC, De Resende-Neto AG, Nogueira AC, Feitosa-Neta ML, Brandão LH, Chaves LM,
et al. The effects of functional and traditional strength training on different strength parameters of
elderly women: a randomized and controlled trial. J Sports Med Phys Fitness 2020;59(3). doi: 10.23736/
S0022-4707.18.08227-0
23. Lohne-Seiler H, Torstveit MK, Anderssen SA. Traditional versus functional strength training: ef-
fects on muscle strength and power in the elderly. J Aging Phys Act 2013;21(1):51-70. doi: 10.1123/
japa.21.1.51
24. Shirado O, Ito T, Kaneda K, Strax TE. Concentric and eccentric strength of trunk muscles: Influence
of test postures on strength and characteristics of patients with chronic low-back pain. Arch Phys Med
Rehabil 1995;76(7):604-11. doi: 10.1016/S0003-9993(95)80628-8
25. Lee J-H, Hoshino Y, Nakamura K, Kariya Y, Saita K, Ito K. Trunk muscle weakness as a risk factor
for low back pain: a 5-year prospective study. Spine 1999;24(1):54-7. doi: 10.1097/00007632-199901010-
11
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;[online] ahead.print
00013
26. Cannon J, Kay D, Tarpenning KM, Marino FE. Comparative effects of resistance training on peak
isometric torque, muscle hypertrophy, voluntary activation and surface EMG between young and el-
derly women. Clin Physiol Funct Imaging 2007;27(2):91-100. doi: 10.1111/j.1475-097X.2007.00719.x
27. Cannon J, Marino FE. Early-phase neuromuscular adaptations to high- and low-volume re-
sistance training in untrained young and older women. J Sports Sci 2010;28(14):1505-14. doi:
10.1080/02640414.2010.517544
28. van der Burg JCE, Pijnappels M, van Dieën JH. Out-of-plane trunk movements and trunk muscle
activity after a trip during walking. Exp Brain Res 2005;165(3):407-12. doi: 10.1007/s00221-005-2312-z
29. McGill S. Core training: evidence translating to better performance and injury prevention: Streng-
th Cond J 2010;32(3):33-46. doi: 10.1519/SSC.0b013e3181df4521
30. Peter Reeves N, Narendra KS, Cholewicki J. Spine stability: The six blind men and the elephant. Clin
Biomech 2007;22(3):266-74. doi: 10.1016/j.clinbiomech.2006.11.011
31. Hwang JH, Lee Y-T, Park DS, Kwon T-K. Age affects the latency of the erector spinae response to
sudden loading. Clin Biomech 2008;23(1):23-9. doi: 10.1016/j.clinbiomech.2007.09.002
32. Kanehisa H, Miyatani M, Azuma K, Kuno S, Fukunaga T. Influences of age and sex on abdominal
muscle and subcutaneous fat thickness. Eur J Appl Physiol 2004;91(5–6):534-7. doi: 10.1007/s00421-
003-1034-9
33. Ota M, Ikezoe T, Kaneoka K, Ichihashi N. Age-related changes in the thickness of the deep and
superficial abdominal muscles in women. Arch Gerontol Geriatr 2012;55(2):e26-30. doi: 10.1016/j.ar-
chger.2012.03.007
34. Johnson MA, Polgar J, Weightman D, Appleton D. Data on the distribution of fibre types in thirty-
-six human muscles. J Neurol Sci 1973;18(1):111-29. doi: 10.1016/0022-510X(73)90023-3
35. Sato T, Akatsuka H, Kito K, Tokoro Y, Tauchi H, Kato K. Age changes in size and number of mus-
cle fibers in human minor pectoral muscle. Mech Ageing Dev 1984;28(1):99-109. doi: 10.1016/0047-
6374(84)90156-8
36. Doherty TJ, Vandervoort AA, Brown WF. Effects of Ageing on the Motor Unit: A Brief Review. Can
J Appl Physiol 1993;18(4):331-58. doi: 10.1139/h93-029
37. 37. Andersen JL. Muscle fibre type adaptation in the elderly human muscle. Scand J Med Sci Sports
2003;13(1):40-7. doi: 10.1034/j.1600-0838.2003.00299.x
38. Fielding RA, Vellas B, Evans WJ, Bhasin S, Morley JE, Newman AB, et al. Sarcopenia: an undiagno-
sed condition in older adults. current consensus definition: prevalence, etiology, and consequences.
International Working Group on Sarcopenia. J Am Med Dir Assoc 2011;12(4):249-56. doi: 10.1016/j.
jamda.2011.01.003
39. Mesquita MMA, Santos MS, Vasconcelos ABS, Resende Neto AG, Aragão-Santos JC, Silva RJS, et al.
Strength and endurance influence on the trunk muscle in the functional performance of elderly wo-
men. Int J Sports Exerc Med 2019;5(10). doi: 10.23937/2469-5718/1510147
40. Granacher U, Gollhofer A, Hortobágyi T, Kressig RW, Muehlbauer T. The importance of trunk mus-
cle strength for balance, functional performance, and fall prevention in seniors: a systematic review.
Sports Med 2013;43(7):627-41. doi: 10.1007/s40279-013-0041-1
Este é um artigo de acesso aberto distribuído nos termos da Licença de Atribuição Creative Commons, que
permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
Full-text available
BACKGROUND: The trunk muscles have an important role in the stabilization of the trunk in the elderly, however it is not known how much they can influence in the functional performance of this specific population. OBJECTIVE: To verify the influence of strength and endurance on the trunk muscles on functional performance in elderly women. METHODS: There were 45 elderly women in the study. The maximum strength and endurance of the trunk and the functional performance were evaluated through the stable wooden seat, McGill protocol, Senior Fitness Test battery and the deadlift. For statistical purposes, a multiple regression model was used. The trunk strength and endurance were used as independent variables and functional performance as a dependent variable. RESULTS: There was a participation of trunk extensor muscles endurance from 17.9 to 24.4% in functional performance in the elderly. The maximum strength of these muscles did not influence the performance. CONCLUSION: Strength and endurance have a significant influence on the trunk muscles on the measures of functional performance in elderly women.
Article
Full-text available
Objective. The aim of this study was to analyze the reproducibility of a protocol using the maximal isometric strength test of the trunk in elderly women aged above 60 years, without low back pain. Methods. Twenty-one physically inactive elderly women, who had not engaged in any activity or exercise program in the past three months, participated in the cross-sectional study that consisted of two days of evaluations for the maximal isometric strength of the extensor and flexor muscles of the trunk, with a 48 h interval between the sessions. A platform with fixed seating was used, which allowed the fixation of the hip and lower limbs, with a load cell connected to a linear encoder. To verify the reliability of the test, the interclass correlation coefficient, variation coefficient , minimum detectable difference (MDD), standard error of measurement, and Bland-Altman graphs were calculated. Results. No statistical difference was observed between the first and second evaluation, which indicates that there was no learning effect. A high correlation was observed between intraclass (extensors � 0.93, flexors � 0.86); low variation (9% for both muscle groups); and acceptable minimum detectable difference (extensors � 51.1 N, flexors � 48.9 N 1). In addition, the Bland-Altman analysis revealed low bias and values within the limits of agreement. Conclusion. It is concluded that the test of maximum isometric strength of the trunk in healthy and trained elderly people presents high reliability. These values proved to be reliable if performed in at least two evaluation sessions, which confirms the hypothesis of the authors by the consistency of the measurement test.
Article
Full-text available
The aim of this study was to assess the effectiveness of a multimodal exercise program to increase trunk muscle morphology and strength in older individuals, and their associated changes in functional ability. Using a single-blinded parallel-group randomized controlled trial design, 64 older adults (≥60 years) were randomly allocated to a 12-week exercise program comprising walking and balance exercises with or without trunk strengthening/motor control exercises; followed by a 6-week walking-only program (detraining; 32 per group). Trunk muscle morphology (ultrasound imaging), strength (isokinetic dynamometer), and functional ability and balance (6-Minute Walk Test; 30 second Chair Stand Test; Sitting and Rising Test; Berg Balance Scale, Multi-Directional Reach Test; Timed Up and Go; Four Step Square Test) were the primary outcome measures. Sixty-four older adults (mean [SD]; age: 69.8 [7.5] years; 59.4% female) were randomized into two exercise groups. Trunk training relative to walking-balance training increased (mean difference [95% CI]) the size of the rectus abdominis (2.08 [1.29, 2.89] cm2 ), lumbar multifidus (L4/L5:0.39 [0.16, 0.61] cm; L5/S1:0.31 [0.07, 0.55] cm), and the lateral abdominal musculature (0.63 [0.40, 0.85] cm); and increased trunk flexion (29.8 [4.40, 55.31] N), extension (37.71 [15.17, 60.25] N), and lateral flexion (52.30 [36.57, 68.02] N) strength. Trunk training relative to walking-balance training improved 30-second Chair Stand Test (5.90 [3.39, 8.42] repetitions), Sitting and Rising Test (1.23 [0.24, 2.23] points), Forward Reach Test (4.20 [1.89, 6.51] cm), Backward Reach Test (2.42 [0.33, 4.52] cm), and Timed Up and Go Test (-0.76 [-1.40, -0.13] seconds). Detraining led to some declines but all outcomes remained significantly improved when compared to pre-training. These findings support the inclusion of trunk strengthening/motor control exercises as part of a multimodal exercise program for older adults.
Article
Full-text available
Background: Physical exercise is the main strategy for improving physical fitness in elderly population. However, it is not clear which training method lead to greater adaptations on maximal dynamic strength, muscle power, muscle endurance and isometric strength in this population. Thus, our aim was to compare the effects of functional and traditional training on these variables in the elderly. Methods: This study lasted twelve weeks, where forty-four elderly women were randomly divided into three groups: Functional (FT; n = 18); Traditional (TT; n = 15); and Control (CG; n = 11). Maximal dynamic strength (Strength) and muscle power (Power) tests were performed in pushing (Push), pulling (Pull) and squatting (Squat) actions. In addition, isometric strength (ISO) with Hand Grip Test (HG) and Isometric Dead Lift Test (ID) and muscle endurance (Endurance) with 30 s chair stand (CS) and 30 s arm curl (AC) tests were used. Results: Both experimental groups improved significantly in Strength (FT: Push 24.9%; Squat 38.4%; Pull 21.6% / TT: Push 18.2%; Squat 9.8%; Pull 19.2%), Power (FT: Push 13.6%; Squat 11.6%; Pull 13.6% / TT: Push 18.2%; Squat 9.8%; Pull 19.2%) ISO (FT: HG 14,7%; ID 13,6% / TT: HG 19,1%) and Endurance (TF: CS 19.6%; AC 23.8% / TT: CS 15.5%) with p ≤ 0,05, except TT in ID (4.4%) and SL (4.6%). There was no difference between experimental groups; however, both experimental groups were statistically superior to CG. Conclusions: Both training protocols were equally effective in improving different strength manifestations in the elderly.
Article
Full-text available
Skeletal muscle plays an important role in performing activities of daily living. While the importance of limb musculature in performing these tasks is well established, less research has focused on the muscles of the trunk. The purpose of the current study therefore, was to examine the associations between functional ability and trunk musculature in sixty-four community living males and females aged 60 years and older. Univariate and multivariate analyses of the a priori hypotheses were performed and reported with correlation coefficients and unstandardized beta coefficients (β) respectively. The univariate analysis revealed significant correlations between trunk muscle size and functional ability (rectus abdominis: six-minute walk performance, chair stand test, sitting and rising test; lumbar multifidus: timed up and go) as well as trunk muscle strength and functional ability (trunk composite strength: six-minute walk performance, chair stand test, Berg balance performance, sitting and rising test). After controlling for covariates (age and BMI) in the multivariate analysis, higher composite trunk strength (β = 0.34) and rectus abdominis size (β = 0.33) were associated with better performance in the sitting and rising test. The importance of incorporating trunk muscle training into programs aimed at improving balance and mobility in older adults merits further exploration.
Article
Full-text available
Background: Age-related changes in the trunk (abdominal and lumbar multifidus) muscles and their impact on physical function of older adults are not clearly understood. Objectives: To systematically summarise studies of these trunk muscles in older adults. Data sources: Cochrane Library, Pubmed, EMBASE and CINAHL were searched using terms for abdominal and MF muscles and measurement methods. Study selection: Two reviewers independently assessed studies and included those reporting measurements of abdominal muscles and/or MF by ultrasound, computed tomography, magnetic resonance imaging or electromyography of adults aged ?50 years. Data synthesis: A best evidence synthesis was performed. Results: Best evidence synthesis revealed limited evidence for detrimental effects of ageing or spinal conditions on trunk muscles, and conflicting evidence for decreased physical activity or stroke having detrimental effects on trunk muscles. Thicknesses of rectus abdominis, internal oblique and external oblique muscles were 36% to 48% smaller for older than younger adults. Muscle quality was poorer among people with moderate-extreme low back pain and predicted physical function outcomes. Limitations: Study heterogeneity precluded meta-analysis. Conclusion: Overall, the evidence base in older people has significant limitations, so the role of physiotherapy interventions aimed at these muscles remains unclear. The results point to areas in which further research could lead to clinically useful outcomes. These include determining the role of the trunk muscles in the physical function of older adults and disease; developing and testing rehabilitation programmes for older people with spinal conditions and lower back pain; and identifying modifiable factors that could mitigate age-related changes.
Article
Full-text available
The loss of muscle strength and increased injury rate in aging skeletal muscle has previously been attributed to loss of muscle protein (cross-sectional area) and/or decreased neural activation. However, it is becoming clear that force transfer within and between fibers plays a significant role in this process as well. Force transfer involves a secondary matrix of proteins that align and transmit the force produced by the thick and thin filaments along muscle fibers and out to the extracellular matrix. These specialized networks of cytoskeletal proteins aid in passing force through the muscle and also serve to protect individual fibers from injury. This review will discuss the cytoskeleton proteins that have been identified as playing a role in muscle force transmission, both longitudinally and laterally, and where possible highlight how disease, aging and exercise influence the expression and function of these proteins. Copyright © 2015, American Journal of Physiology - Endocrinology and Metabolism.
Article
Full-text available
Aging is a multi-factorial process that ultimately induces a decline in our physiological functioning, causing a decreased health-span, quality of life and independence for older adults. Exercise participation is seen as a way to reduce the impact of aging through maintenance of physiological parameters. Eccentric exercise is a model that can be employed with older adults, due to the muscle's ability to combine high muscle force production with a low energy cost. There may however be a risk of muscle damage before the muscle is able to adapt. The first part of this review describes the process of aging and how it reduces aerobic capacity, muscle strength and therefore functional mobility. The second part highlights eccentric exercise and the associated muscle damage, in addition to the repeated bout effect. The final section reviews eccentric exercise interventions that have been completed by older adults with a focus on the changes in functional mobility. In conclusion, eccentric endurance exercise is a potential training modality that can be applied to older adults for improving muscle strength, aerobic capacity and functional ability. However, further research is needed to assess the effects on aerobic capacity and the ideal prescription for eccentric endurance exercise.
Article
Study Design Cross-sectional study. Background Muscle support for the trunk is provided by the multifidi, erector spinae, psoas, and quadratus lumborum. Trunk muscle characteristics may be altered with aging and/or chronic LBP. To date, most trunk muscle research has been conducted among younger adults. Given age-related muscle changes, i.e. reduced size and increased intramuscular fat, studies are needed in older adults, including comparisons of older adults with and without LBP. Objective To determine if there are differences in trunk muscle characteristics between older adults with and without chronic low back pain (LBP), while controlling for age, sex, and body mass index. Methods 102 older adults with (n=53) and without chronic LBP (n=49) were included. Cross-sectional area (CSA) measurements were taken by tracing inside fascial borders on magnetic resonance images. Pixel intensity summaries were obtained to compute muscle-to-fat indices and relative muscle CSA, i.e. CSA void of fat. Right-left averages for levels L2-L5 were determined. Mixed design analyses-of-covariances were used to test for differences between groups based on LBP presence and sex, across levels (p≤.050). Results Older adults with LBP had a greater average multifidi muscle-to-fat index when compared to controls, i.e. .51 versus .49, and smaller average erector spinae relative muscle CSA, i.e. 8.56cm2 versus 9.26cm(2); no interactions between LBP status and average muscle characteristics were found for psoas or quadratus lumborum (p>.050). Conclusion Up to 54% of older adult trunk muscle CSA may be fat. Females have smaller muscles and greater intramuscular fat (at lower levels) than males. J Orthop Sports Phys Ther, Epub 3 Feb 2017. doi:10.2519/jospt.2017.7002.
Article
Objective: This study aims to determine the sex-specific relationships of physical activity, body composition, and muscle quality with lower-extremity physical function in older men and women. Methods: Seventy-nine community-dwelling men (n = 39; mean [SD] age, 76.1 [6.2] y; mean [SD] body mass index, 27.3 [3.8] kg/m(2)) and women (n = 40; mean [SD] age, 75.8 [5.5] y; mean [SD] body mass index, 27.0 [3.8] kg/m(2)) were assessed for physical activity via questionnaire, body composition via dual-energy x-ray absorptiometry scanning, leg extension power using the Nottingham power rig, and muscle quality (W/kg; the ratio of leg extension power [W] to lower-body mineral-free lean mass [kg]). A composite measure of physical function was obtained by summing Z scores from the 6-minute walk, 8-ft up-and-go test, and 30-second chair-stand test. Results: As expected, men had significantly greater levels of physical activity, lower adiposity, greater lean mass, higher leg extension power, and greater muscle quality compared with women (all P < 0.05). In linear regression analyses, muscle quality and physical activity were the strongest predictors of lower-extremity physical function in men and independently explained 42% and 29% of the variance, respectively. In women, muscle quality (16%) and percent body fat (12%) were independent predictors after adjustment for covariates. Conclusions: Muscle quality is the strongest predictor of lower-extremity physical function in men and women, but sex impacts the importance of physical activity and adiposity. These findings suggest that older men and women may benefit from different intervention strategies for preventing physical disability and also highlight the importance of weight management for older women to preserve physical function.