Palavras-chave: Ex-libris; Marca de proveniência; Marca de propriedade; História do livro; Biblioteconomia. 1 INTRODUÇÃO Desde que os livros passaram a existir, proprietários marcam a posse dos seus exemplares das mais diversas formas: por meio de assinaturas, carimbos, etiquetas, anotações etc. Esses vestígios são conhecidos, na área da Biblioteconomia, como marcas de propriedade, das quais fazem parte "[...] as marcas deixadas pelos proprietários (pessoas, instituições, famílias) de uma obra, cuja finalidade consiste em atestar a sua propriedade sobre a mesma" (RODRIGUES; VIAN; RODRIGUES; SILVA, 2021). Neste estudo, destacaremos um tipo específico de marca de propriedade, denominado ex-libris. Faria e Pericão (2008, p. 514), definem ex-libris da seguinte forma: Literalmente é uma expressão latina que significa dos livros de; o ex libris serve para designar toda a menção de posse de um livro; pode ser manuscrito e figurar em qualquer lugar do livro; quando é impresso ou gravado num pedaço de papel (ou excepcionalmente de outro material) está geralmente colado no verso da pasta da encadernação; a identidade do possuidor pode ser indicada pelo nome (por vezes precedido da frase ex libris) ou suas iniciais, eventualmente pelas suas armas, um emblema ou uma divisa. Vinheta, geralmente gravada ou impressa em papel, que menciona o nome, completo ou abreviado, de uma ou mais pessoas ou mesmo de uma instituição, por vezes com desenho de concepção mais ou menos artística e ainda com divisa ou legenda; destina-se a ser colada na parte interior da encadernação de um livro ou numa das guardas, constituindo, deste modo, uma marca de posse. Os primeiros ex libris apresentavam elementos decorativos de natureza heráldica que, com o passar dos anos e a proliferação do livro, foram dando lugar aos alegóricos. Qualquer indicação de propriedade. Os ex-libris podem ser vistos como objetos de estudo sobre coleções bibliográficas, revelando informações a respeito da história dos livros e de seus donos, além de contribuir para a construção da história da instituição e da formação de suas coleções. Possibilitam, ainda, estudos em outras áreas do conhecimento além da Biblioteconomia, como as Artes (imagens e símbolos), a Psicologia (personalidade dos colecionadores e bibliófilos), as Artes gráficas e a História, por exemplo.