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Research, Society and Development, v. 10, n. 3, e58010313734, 2021
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13734
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Caracterização do óleo de buriti produzido no Norte de Minas Gerais: parâmetros de
qualidade, perfil de ácidos graxos e conteúdo de carotenoides
Characterization of buriti oil produced in northern region of Minas Gerais: quality parameters,
fatty acid profile and carotenoids content
Caracterización del aceite de buriti producido en el norte de Minas Gerais: parámetros de calidad,
perfil de ácidos grasos y contenido de carotenoides
Recebido: 10/03/2021 | Revisado: 16/03/2021 | Aceito: 19/03/2021 | Publicado: 27/03/2021
José Fábio Soares
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5658-5701
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
E-mail: jfabiocgs@gmail.com
Lara Aguiar Borges
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7013-3819
Universidade Estadual de Campinas, Brasil
E-mail: laragborges@hotmail.com
Igor Viana Brandi
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6714-7996
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
E-mail: ibrandi@hotmail.com
Sérgio Henrique Sousa Santos
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7788-5447
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
E-mail: sergiosousas@hotmail.com
Juliana Pinto de Lima
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2182-8520
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
E-mail: juliana-pinto-lima@ica.ufmg.com
Resumo
O buriti (Mauritia flexuosa L.) é uma palmeira da família Arecaceae, que ocorre no Cerrado, sendo encontrado
notadamente nas veredas. O fruto do buriti se destaca por possuir uma composição química complexa, com destaque
para sua fração lipídica. Entretanto, dependendo da região de ocorrência dos frutos, este óleo vegetal pode apresentar
características distintas. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo caracterizar o óleo de buriti proveniente de
três municípios do Norte de Minas Gerais. Foram realizadas análises de caracterização físico-química, perfil de ácidos
graxos por cromatografia gasosa, luteína, α – e β-carotenos por cromatografia líquida de alta eficiência e carotenoides
totais por espectrofotometria. Os resultados demostraram que não houve diferença significativa entre as amostras de
cada município analisado. Além disso, o óleo apresentou bom rendimento, ótima qualidade físico-química, além de
ser uma fonte rica de ácidos graxos insaturados e carotenoides totais. Sendo assim, o óleo de buriti da região do Norte
de Minas Gerais possui bom potencial para aplicação pela indústria de alimentos.
Palavras-chave: Cerrado; Mauritia flexuosa; Prensagem mecânica; Qualidade.
Abstract
Buriti (Mauritia flexuosa L.) is a palm of the Arecaceae family, which occurs in Cerrado, being found notably in the
paths. Buriti fruit stands out for having a complex chemical composition, with na emphasis on its lipid fraction.
However, depending of the region where the fruits occur, this vegetable oil may have different characteristics. In this
sense, this work aimed to characterize the buriti oil from three municipalities in northern region of Minas Gerais.
Physical-chemical characterization analyzes were performed, fatty acid profile by gas chromatografy, lutein, α- and β-
carotenes by high performance liquid chromatography and total carotenoids by spectrophotometry. The results
showed that there was no significant difference between the samples from each region analyzed. Besides, the oil
presented good yield, excellent physical-chemical quality, in addition to being a rich source of unsaturated fatty acids
and total carotenoids. Thus, buriti oil from the northern region of Minas Gerais has good potential for application by
the food industry.
Keywords: Cerrado; Mauritia flexuosa; Mechanical pressing; Quality.
Research, Society and Development, v. 10, n. 3, e58010313734, 2021
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Resumen
El buriti (Mauritia flexuosa L.) es una palmera de la família Arecaceae, que se da en el Cerrado, encontrándose
notablemente en los caminos. El fruto del buriti destaca por tener una composición química compleja, com énfasis en
su fracción lipídica. Sin embargo, dependiendo de la región donde se produzca los frutos, este aceite vegetal puede
tener diferentes características. En este sentido, este trabajo tuvo como objetivo caracterizar el aceite de buriti de tres
municípios del norte de Minas Gerais. Se realizaron análisis de caracterización físico-química, perfil de ácidos grasos
por cromatografía de gases, luteína, α- y β- carotenes por cromatografía líquida de alta resolución y carotenoides
totales por espectrofotometría. Los resultados mostraron que no hubo diferencia significativa entre las muestras de
cada municipio analizado. Además, el aceite mostró buen rendimiento, excelent calidad físico-química, además de ser
una rica fuente de ácidos grasos insaturados y carotenoides totales. Por lo tanto, el aceite de buriti de la región norte
de Minas Gerais tiene un buen potencial de aplicación en la industria alimentaria.
Palabras clave: Cerrado; Mauritia flexuosa; Prensado mecânico; Calidad.
1. Introdução
O Cerrado Brasileiro é um dos biomas mais ricos no mundo, possuindo um patrimônio imensurável de recursos
naturais renováveis, com destaque para as espécies frutíferas com características sensoriais intensas e singulares (Schiassi et
al., 2018). Além disso, apresenta enorme diversidade sociocultural pela presença de comunidades tradicionais, que fazem uso
dessas riquezas por meio do agroextrativismo sustentável, vivendo em sintonia com a natureza.
Uma das espécies nativas do Cerrado que merece destaque é o buriti (Mauritia flexuosa L.), uma palmeira da família
Arecaceae (Freitas et al., 2017). Nesse bioma, o buriti é encontrado nas veredas, onde o solo é encharcado e úmido mesmo
durante o período das secas. Os frutos da palmeira são compostos das seguintes partes: o pericarpo (ou casca) que possui
escamas triangulares castanho-avermelhadas, o mesocarpo (polpa) é a parte comestível do fruto e, por fim, o endocarpo, um
tecido esponjoso que recobre o caroço (Sampaio & Carrazza, 2012). A polpa é a porção utilizada na agroindústria, sendo
utilizada em diversos processos, como a produção de doces, sorvetes, geleias, vinhos (Sampaio & Carrazza, 2012), inclusive na
extração do óleo de coloração avermelhada, cada vez mais demandado por indústrias alimentícias e de cosméticos.
Recentemente, a riqueza química e eficiência terapêutica do óleo de buriti têm sido reportadas por alguns
pesquisadores. Oliveira et al. (2020) relataram alto teor de ácidos graxos insaturados e carotenoides, além do efeito
antioxidante e antidiabético em baixas concentrações do óleo. Ademais, Cruz et al. (2020) afirmaram que o óleo de buriti atua
como imunomodulador contra Escherichia coli enteropatogênica. Por sua vez, Mansur et al. (2020) demonstraram que
nanoemulsões contendo este óleo evita danos provocados por radiação ultravioleta por apresentar compostos com atividade
fotoprotetora.
Sabe-se que a composição do óleo de buriti é muito complexa, podendo ser influenciada por diferentes fatores, tais
como: estádio de maturação do fruto, região geográfica da produção, condições edafoclimáticas do local onde é produzido e
também do tipo de manuseio utilizado (Santos et al., 2015; Pereira et al., 2018). Devido aos fatores interferentes, é possível
encontrar óleos de buriti com características muito distintas. Rocha et al. (2017) afirmam que diferentes regiões de ocorrência
dos frutos influenciam no teor dos compostos presentes no óleo, o que reforça a necessidade de evidências científicas para
ampliar o conhecimento sobre as características do buriti.
Estudos relacionados à caracterização química do óleo de buriti proveniente da região Norte de Minas Gerais ainda
são escassos, o que ressalta o desenvolvimento de pesquisas na área. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo
caracterizar o óleo de buriti produzido em três municípios do Norte de Minas Gerais, mais especificamente, determinar os
parâmetros de qualidade, rendimento, perfil de ácidos graxos, bem como o teor de carotenoides.
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2. Metodologia
A metodologia utilizada neste estudo foi de natureza quantitativa por se tratar da coleta de dados numéricos por meio
do uso de medições de grandezas, empregando-se métodos estatísticos para realizar previsões em relação às variáveis em
estudo (Pereira et al., 2018).
2.1 Matéria-prima
Os frutos do buriti (Mauritia flexuosa L.) foram coletados em três municípios distintos, a saber: Brasília de Minas
(16°7'53.72"S e 44°21'54.74"O), Cônego Marinho (14°44'18.03"S e 44°38'37.67"O) e Chapada Gaúcha (15°18'16.94"S e
45°33'2.80"O), todos pertencentes à região Norte do Estado de Minas Gerais, Brasil. Apenas frutos com ponto de maturação
adequado, sem injúrias mecânicas, manchas e de tamanho uniforme foram selecionados.
Após a coleta, os frutos foram submetidos ao processo de higienização através da limpeza com água corrente e
sanitização com solução clorada. Em seguida, os buritis foram submergidos em água potável durante 14 horas a fim de facilitar
o desprendimento da casca. No despolpamento retiraram-se fatias da polpa, comumente chamadas de raspas, e estas foram
colocadas em telas milimétricas e expostas ao sol para desidratação natural, processo semelhante ao realizado por
agroextrativistas.
A polpa ficou em processo de secagem por 6 horas, atingindo uma umidade média de 11 %, sendo acondicionada em
sacos plásticos de polietileno de baixa densidade (PEBD) de 15 kg, com dimensões de 60 cm x 90 cm, vedado, para evitar a
absorção de umidade. Posteriormente as raspas foram encaminhadas para a indústria de múltiplos óleos (Cooperativa dos
Agricultores Familiares e Agroextrativistas Grande Sertão LTDA) localizada em Montes Claros - Minas Gerais, onde realizou-
se a prensagem das amostras.
2.2 Extração e obtenção do óleo bruto
O óleo de buriti foi obtido por meio da prensagem mecânica em prensa tipo “Expeller”. Para tanto, inicialmente
pesou-se em balança digital (modelo 2124T, marca Mediza) 300 kg de polpa desidratada de buriti de cada região. Em seguida,
a polpa foi submetida ao processo de trituração em Moinho de Facas (modelo MF32150, marca Scott Tech) para a redução da
granulometria. As polpas trituradas foram colocadas diretamente na Prensa Mecânica tipo “Expeller” (modelo MPE-100, PI
10CV, marca Ecirtec) para realizar o processo de extração do óleo, com controle de temperatura (máximo 50 °C). Após a
extração, o óleo ficou em processo de decantação durante 12 horas, seguindo para filtração em filtro prensa (Modelo FPE-
25/10 PI, marca Ecirtec), para retirada de todas as eventuais partículas presente no óleo. Em seguida, o óleo foi inertizado com
a utilização de nitrogênio gasoso. Posteriormente, as amostras dos óleos de buriti foram recolhidas, acondicionadas em
embalagem de 250 mL e armazenadas a temperatura ambiente (25 ± 2 °C) até o momento das análises.
2.3 Rendimento
O rendimento industrial do óleo de buriti obtido por prensagem a frio foi feito por diferença de massa, entre a massa
da amostra inicial e a massa do óleo obtido. O resultado foi expresso em %.
2.4 Parâmetros de qualidade
As análises de índices de acidez (mg KOH/g), peróxido (meq O2/kg) e saponificação (mg KOH/g) foram realizadas de
acordo com a metodologia descrita pela Official Methods of the American Oil Chemist’s Society (AOCS, 2009).
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2.5 Determinação do perfil de ácidos graxos
Os ácidos graxos majoritários presentes no óleo de buriti foram identificados por meio de um Cromatógrafo Gasoso
Capilar (modelo CGC, marca AgilenT 68650), equipado com detector de ionização de chama, injetor split e amostrador
automático. Os compostos foram separados em coluna capilar de sílica fundida DB-23 (60 m x 0,25 mm x 0,25 µm). A
programação de temperatura da coluna foi iniciada em 110 °C por 5 minutos, aquecida gradativamente até 215 °C. As
temperaturas utilizadas no injetor e no detector foram 250 e 280 °C, respectivamente. As amostras foram injetadas no volume
de 1,0 µL, sendo o gás de arraste o hélio. Os ácidos graxos foram identificados pela comparação dos tempos de retenção de
padrões puros de ésteres metílicos de ácidos graxos com os componentes separados das amostras e a quantificação foi feita por
normalização de área (%).
2.6 Determinação do perfil de carotenoides
A extração de carotenoides nas amostras de óleo foi realizada de acordo com o protocolo proposto por Rodriguez-
Amaya (2001) e a análise seguiu as condições cromatográficas desenvolvidas por Pinheiro-Sant’ana et al. (1998). Foi utilizado
um sistema de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, com detector por arranjo de diodos (CLAE-DAD) com detecção a
450 nm. A fase móvel – isocrática foi composta de metanol: acetato de etila: acetonitrila (80:10:10 v/v). O fluxo da fase móvel
foi de 2.0 mL/minuto e tempo de corrida de 12 minutos. A coluna (Phenomene x Gemini, 250 x 4 mm id, 5 μm) foi equipada
com coluna guarda (Phenomenex ODS C-18, 4 mm x 3 mm) (Phenomenex, Torrance, CA). A identificação dos carotenoides
foi realizada através da comparação com os espectros dos padrões puros específicos (luteína, α-caroteno e β-caroteno).
Os carotenoides totais foram extraídos e determinados de acordo com o procedimento descrito por Rodriguez-Amaya
(2001). Os extratos foram diluídos em éter de petróleo, o espectrofotômetro utilizado foi o Thermo Scientific (Evolution 60S,
USA) e a absorbância dos extratos foi medida a 449 nm usando coeficiente de absortividade molar de 2592. Os valores de
carotenoides totais, em mg/100 g, foram calculados com base em uma curva padrão correlacionando a concentração de
carotenoides totais (expressados em β-caroteno) e a absorbância da solução do pigmento utilizado.
2.7 Análise estatística
As determinações analíticas foram realizadas em triplicata (n = 3) e os resultados expressos como média aritmética ±
desvio padrão, sendo avaliados pela análise de variância (ANOVA) e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade (p < 0,05), utilizando o software estatístico SISVAR 5.6.
3. Resultados e Discussão
3.1 Rendimento do óleo
Neste estudo foi observado, em média, um rendimento de 45% do óleo, considerando os cálculos com 300 kg de
polpa desidratada. Este é um bom percentual, demonstrando que os frutos do buriti foram colhidos na época de maturação
adequada. Em termos gerais, os processos industriais utilizados na extração de óleo vegetal consistem em prensagem
hidráulica, prensagem mecânica contínua ou extração por solventes (Marques et al., 2015). Esta última é mais eficiente devido
ao maior rendimento do óleo, porém pode gerar resíduos tóxicos no produto e no meio ambiente (Marques et al., 2015). Desta
forma, a utilização de tecnologias limpas, como a prensagem mecânica, é recomendada porque não produz resíduos químicos,
é sustentável, além de não alterar a estrutura do óleo.
Carvalho et al. (2011), ao estudarem o óleo de buriti proveniente da região Amazônica, encontraram um rendimento
de óleo de 4,01% pelo método artesanal, 21,5% pelo método de prensagem hidráulica e 23,55% para extração com solvente,
resultados estes que mostram como pode ser variável o rendimento por diferentes processos de extração. O processo de
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extração do óleo em prensa tipo “Expeller” possibilita obter um maior rendimento por ser um equipamento industrial, quando
utilizada à polpa desidratada (raspa), além de facilitar as operações de logística, transporte e melhorar os processos de
estocagem do produto.
3.2 Parâmetros de qualidade
Conforme a Tabela 1, não foi observada diferença estatística (p > 0,05) entre os índices de acidez para os óleos
obtidos dos diferentes municípios. Os resultados encontrados no presente estudo (2,04 - 3,16 mg KOH/g) são adequados ao
padrão de qualidade, o qual estabelece o limite máximo aceitável de 4,0 mg KOH/g para os óleos prensados a frio e não
refinados, como é o caso do óleo de buriti (Brasil, 2005; Codex Alimentarius, 2017). A acidez indica a quantidade de ácidos
graxos livres resultantes da decomposição dos lipídios (Vieira et al., 2018). Segundo Oliveira et al. (2020), a acidez é
resultante do processo de rancificação do óleo durante a sua produção e o armazenamento, podendo provocar alterações
nutricionais e sensoriais no produto. Desta forma, os óleos de buriti das três regiões estudadas apresentaram considerável
estabilidade hidrolítica e oxidativa, sendo comprovada pelo índice de acidez que se enquadra no padrão de conformidade.
Tabela 1. Características físico-químicas dos óleos de buriti.
Parâmetros
Brasília de Minas
Cônego Marinho
Chapada Gaúcha
Índice de Acidez (mg KOH/g)
2,64 ± 0,72 ª
2,04 ± 0,22 ª
3,16 ± 0,28 ª
Índice de Peróxido (meq O2/kg)
2,37 ± 1,15 ª
2,44 ± 0,46 ª
1,68 ± 0,28 ª
Índice de Saponificação (mg KOH/g)
193,36 ± 0,11 ª
193,23 ± 0,03 ª
193,29 ± 0,06 ª
Valores expressos em média ± desvio padrão (n = 3). Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem entre si pelo teste de
Tukey (p > 0,05).
Fonte: Autores.
Quanto ao índice de peróxido, os resultados médios obtidos foram 1,68 a 2,44 meq O2/kg, sendo estatisticamente
iguais (p > 0,05). O conteúdo de peróxido reflete a presença dos primeiros produtos formados durante o processo de oxidação
dos óleos, conhecidos como hidroperóxidos. Em outras palavras, a quantidade de peróxidos indica o estado deteriorativo do
produto, bem como a qualidade da matéria-prima utilizada. Conforme a Tabela 1, todos os valores determinados foram
aproximadamente sete vezes menores do que o critério de aceitação, cujo limite máximo é 15 meq O2/kg (Brasil, 2005; Codex
Alimentarius, 2017), denotando boa qualidade e bom estado de conservação dos óleos de buriti. De acordo com Siqueira et al.
(2016), a extração a frio dos óleos vegetais não compromete a qualidade do produto e não causa processos oxidativos nos
mesmos.
O índice de saponificação, por sua vez, expressa o tamanho da cadeia carbônica dos ácidos graxos presentes nos óleos
vegetais (Pereira et al., 2019). Em outros termos, quanto maior este índice, menor a massa molecular dos ácidos graxos que
compõe o produto (Ponte et al., 2017). Na presente pesquisa, os óleos de buriti não apresentaram diferença estatística
significativa (p > 0,05) para o índice de saponificação e os resultados médios obtidos foram 193,23 a 193,36 mg KOH/g. No
Brasil ainda não há legislação que determine esse parâmetro para o óleo de buriti, mas a Instrução Normativa nº 49 (Brasil,
2006) estabelece valores para índice de saponificação de óleos refinados, sendo o óleo de soja de 189 a 195 mg KOH/g, óleo
de algodão de 189 a 198 mg KOH/g, milho 187 a 195 mg KOH/g, podendo observar que o óleo de buriti possui valores entre
as faixas especificadas para outros óleos comerciais, podendo assim ser aplicado para fins alimentícios.
Embora as características físico-químicas dos óleos sofram variações de acordo com variedade da planta, condições
edafoclimáticas e de pós-colheita, os índices de acidez, peróxido e saponificação das amostras avaliadas neste estudo
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corroboraram com outros trabalhos. Freitas et al. (2017), Pereira et al. (2018), Serra et al. (2019) e Oliveira et al. (2020), ao
caracterizarem quimicamente o óleo de buriti, encontraram valores que variaram de 1,10 - 5,76 mg KOH/g, 2,23 - 12,05 meq
O2/kg e 183,91- 203,39 mg KOH/g, respectivamente.
3.3 Perfil de ácidos graxos
Conforme a Tabela 2 verifica-se que os óleos apresentaram predominância de ácidos graxos insaturados (79,71 a
79,97%) e em menor proporção os ácidos graxos saturados (19,27 a 19,44%). Dos ácidos graxos encontrados no óleo de buriti
nas três regiões pesquisadas, o oleico (C18:1) representa o maior percentual com valores entre 77,32 a 77,82%, seguido do
palmítico (C16:0) com teores variando de 17,06 a 17,27% e esteárico (C18:0) com valores de 2,17 a 2,21%. Rocha et al.
(2017) também relataram a predominância de ácido graxo oleico no óleo de buriti Norte Mineiro, com um percentual superior
a 70%. Em estudo realizado por Speranza et al. (2016), avaliando óleo de buriti da Amazônia Brasileira, os dois ácidos graxos
de maior predominância foram os mesmos, sendo os valores próximos aos deste trabalho, 65,6% para ácido oleico e 19,2%
para ácido palmítico. Estas variações nos resultados são previsíveis e evidencia como a composição química do óleo pode ser
influenciada por características regionais e edafoclimáticas. Ademais, essas diferenças também podem ser atribuídas a outros
fatores, como a maturação dos frutos, a etapa de secagem, bem como ao processo de extração e armazenamento do produto
(Pereira et al., 2018).
Tabela 2. Perfil de ácidos graxos majoritários presente no óleo de buriti.
Ácidos graxos (%)
Brasília de Minas
Cônego Marinho
Chapada Gaúcha
Palmítico (C16:0)
17,17± 0,41 ª
17,06 ± 0,07 ª
17,27 ± 0,12 ª
Esteárico (C18:0)
2,21 ± 0,09 ª
2,21 ± 0,06 ª
2,17 ± 0,09 ª
Oleico (C18:1) – ω9
77,32 ± 0,50 ª
77,82 ± 0,03 ª
77,51 ± 0,11 ª
Linoleico (C18:2) – ω6
1,62 ± 0,08 ª
1,47 ± 0,04 ª
1,50 ± 0,04 ª
Linolênico (C18:3) – ω3
0,77 ± 0,02 ª
0,68 ± 0,04 ª
0,74 ± 0,03 ª
∑Ácidos graxos saturados
19,38
19,27
19,44
∑Ácidos graxos insaturados
79,71
79,97
79,75
Valores expressos em média ± desvio padrão (n = 3). Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem entre si pelo teste de
Tukey (p > 0,05).
Fonte: Autores.
O perfil de ácios graxos presentes no óleo de buriti revela que este apresenta uma boa fonte de ácidos graxos
monoinsaturados, representado pela grande fração de ácido oleico (ω9). De acordo com Pereira et al. (2018), há uma grande
interesse em óleos que apresentam estes constituintes, pois a presença de ácidos graxos monoinsaturados na cadeia carbônica
conferem uma preservação e estabilidade nas características dos produtos e, portanto, os tornam menos propensos a reações
oxidaticas. Evidências científicas ainda demonstram que o óleo de oliva, comumente consumido pela população, é um produto
muito estável em virtude do elevado teor de ácido oleico (63,12-79,68%) (Borges et al., 2017). Ressalta-se, portanto, que o
óleo de buriti é uma fonte tão rica em ácido oleico quanto o óleo de oliva, fato importante, pois este componente possui
comprovado efeito benéfico à saúde. Altos teores de ácido oleico diminuem as concentrações dos triglicérides plasmáticos e da
Low Density Lipoprotein cholesterol (LDL-c), contribuindo para a redução do risco de doenças cardiovasculares (Marcelino et
al., 2019).
Aprofundando-se ainda nos ácidos graxos presentes nas amostras em estudo, constataram-se quantidades apreciáveis
de ácido linoleico (1,47-1,62%) e linolênico (0,68-0,77%). Esses percentuais são interessantes, visto que são componentes
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considerados essenciais, isto é, não são produzidas no organismo humano. Os ácidos ω6 e ω3 atuam em inúmeros processos
fisiológicos, a saber: saúde cognitiva, redução do risco cardiovascular, prevenção de doenças oculares, dentre outros (Arbex et
al., 2015). Logo, o óleo de buriti é uma boa fonte de compostos responsáveis por benefícios à saúde.
3.4 Perfil de carotenoides
Conforme ilustrado na Tabela 3, não foi observada diferença estatística (p > 0,05) entre os valores de carotenoides
totais, luteína e β-caroteno para os óleos provenientes do Norte de Minas Gerais. O conteúdo de carotenoides totais encontrado
nos óleos de buriti (562,85-582,62 mg/100 g) foi bem maior do que o encontrado para os óleos de buriti oriundos de outras
regiões (54,08-99,96 mg/100 g) (Santos et al., 2015; Freitas et al., 2017; Oliveira et al., 2020), muito provavelmente devido a
variedade, grau de maturação, fatores agronômicos e processos de extração (Santos et al., 2015). Além disso, os resultados
obtidos nesta pesquisa foram significativamente maiores do que o valor reportado para outros óleos comerciais, como o óleo
virgem de palma (55,34 mg/100 g) e o óleo refinado de canola (0,0084 mg/100 g) (Mba et al., 2017). Segundo Rodriguez-
Amaya et al. (2008), para um alimento ser considerado como fonte de carotenoides, é necessário ter um teor mínimo de 20
µg/g. Portando, observando os resultados apresentados para as amostras em estudo (Tabela 3), as mesmas apresentam mais de
quinhentas vezes do valor recomendado por Rodriguez-Amaya et al. (2008), podendo ser consideradas fontes ricas desses
constituintes alimentícios.
Tabela 3. Teor de carotenoides no óleo de buriti.
Avaliação
Brasília de Minas
Cônego Marinho
Chapada Gaúcha
Carotenoides totais (mg/100 g)
577,53 ª
562,85 ª
582,62 ª
Luteína (µg/100 g)
1,57 ª
1,80 ª
1,39 ª
β-caroteno (mg/100 g)
206,47 ª
324,63 ª
201,25 ª
α-caroteno (mg/100 g)
nd
nd
nd
Valores expressos em média ± desvio padrão (n = 3). Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem entre si pelo teste de
Tukey (p > 0,05). nd: não detectado.
Fonte: Autores.
Os valores de luteína (1,39-1,80 µg/100 g) deste trabalho foram maiores em comparação aos óleos comerciais de
canola e girassol, cujos valores não foram detectados na pesquisa de Flakelar et al. (2017). Contudo, o teor de luteína nos óleos
de buriti foi menor que outros óleos brasileiros, tais como bacaba (620 µg/100 g), pupunha (1194 µg/100 g) e tucumã (4434
µg/100 g) (Santos et al., 2015). Tratando-se do β-caroteno, os óleos de buriti do Norte de Minas Gerais possuem quantidades
bastante elevadas (201,25-324,63 mg/100 g) em comparação aos valores reportados em outras regiões (29,52-50,68 mg/100 g)
(Santos et al., 2015; Freitas et al., 2017; Oliveira et al., 2020). Ademais, os valores de β-caroteno da presente pesquisa são
significativamente superiores aos relatados em óleos comerciais de girassol (0,14 mg/100 g), canola (não detectado) e oliva
(0,31mg/100 g) (Flakelar et al., 2017). Quanto ao α-caroteno, percebe-se que essa fração não foi detectada nas amostras em
estudo (Tabela 3). Em contrapartida, Santos et al. (2015) encontraram um conteúdo de α-caroteno de 1,92 mg/100 g ao
analisarem a composição de carotenoides do óleo de buriti proveniente do Estado do Amapá.
Segundo Melendez-Martinez et al. (2013), as frações de β-caroteno e α-caroteno apresentam atividade pró-vitamina
A, ou seja, podem ser bioconvertidos em retinoides. Além disso, é importante destacar que os carotenoides participam de
várias atividades fisiológicas, como o fortalecimento do sistema imunológico e a diminuição do risco de doenças
degenerativas, como câncer, doenças cardiovasculares e outras (Rodriguez-Amaya et al., 2008). Portanto, o óleo de buriti
norte-mineiro pode proporcionar diversos efeitos benefícios à saúde, devido ao seu elevado teor de carotenoides.
Research, Society and Development, v. 10, n. 3, e58010313734, 2021
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4. Considerações Finais
O óleo de buriti obtido da região Norte de Minas Gerais possui bom rendimento quando extraído de polpa desidratada
por meio de prensa mecânica contínua. Os resultados demonstraram que não houve diferença significativa entre os óleos
obtidos dos três municípios avaliados, sendo que estes apresentaram qualidade físico-química em conformidade com as
recomendações para óleos vegetais. Além disso, evidenciaram-se nas amostras altos teores de ácidos graxos insaturados (com
destaque para o ácido oleico) e uma quantidade elevada de carotenoides totais, notadamente β-caroteno. Desta forma, o óleo de
buriti da região do Norte de Minas Gerais possui potencial para uso na indústria de alimentos, podendo ser substituído
parcialmente por óleos comerciais, ou mesmo para aplicação pela indústria farmacêutica ou cosmética.
Entretanto, sugere-se a realização de estudos sobre os efeitos do processamento e do tempo de armazenamento na
qualidade do óleo de buriti a fim de verificar a estabilidade lipídica e dos compostos bioativos.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRPq) da
UFMG, a Cooperativa dos Agricultores Familiares e Agroextrativistas Grande Sertão LTDA, a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
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