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Overburden of the caregiver of cancer patients in palliative care

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Abstract

Objetivo: correlacionar o impacto da sobrecarga do cuidador na qualidade de vida do paciente oncológico em cuidados paliativos Método: trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, observacional, transversal, com 50 pacientes oncológicos em cuidados paliativos e 50 cuidadores. Aplicou-se um questionário sociodemográfico para os cuidadores e familiares, a Escala Zarit Burden Interview, o Questionário EORT QLQ –C15-PAL, a Escala de Resiliência Adaptada de Wagnild & Young e a Escala de Pensamento Catastrófico da Dor, uso do Teste t, Correlação de Spearman, Correlação de Pearson e regressão linear. Utilizou-se o Programa SPSS, versão 20.0 para a análise dos dados. Resultados: informa-se que os domínios da qualidade de vida que mostraram associação independente com a sobrecarga do cuidador foram a fatiga, a falta de apetite, a constipação e o impacto global. Manteve-se associação independente pelo catastrofismo da dor do paciente com a sobrecarga do cuidador, não houve associação entre a resiliência do paciente e a sobrecarga do cuidador e 40% dos cuidadores apresentaram sobrecarga severa. Conclusão: nota-se que o aumento da sobrecarga do cuidador diminui a qualidade de vida do paciente oncológico em cuidados paliativos. Descritores: Sobrecarga de Cuidadores; Qualidade de Vida; Cuidados Paliativos; Oncologia; Dor do Câncer, Resiliência.AbstractObjective: to correlate the impact of caregiver burden on the quality of life of cancer patients in palliative care. Method: this is a quantitative, descriptive, observational, cross-sectional study with 50 cancer patients in palliative care and 50 caregivers. A sociodemographic questionnaire was applied for caregivers and family members, the Zarit Burden Interview Scale, the EORT QLQ –C15-PAL Questionnaire, the Wagnild & Young Adapted Resilience Scale and the Catastrophic Pain Thinking Scale, using the t Test, Spearman's correlation, Pearson's correlation and linear regression. The SPSS program, version 20.0, was used for data analysis. Results: it is reported that the domains of quality of life that showed an independent association with caregiver burden were fatigue, lack of appetite, constipation and the global impact. An independent association was maintained due to the catastrophism of the patient's pain with the burden of the caregiver, there was no association between the patient's resilience and the burden of the caregiver and 40% of the caregivers presented severe burden. Conclusion: it is noted that the increase in caregiver burden reduces the quality of life of cancer patients in palliative care. Descriptors: Caregivers Burden; Quality of Life; Palliative Care; Oncology; Cancer Pain; Resiliencia.ResumenObjetivo: correlacionar el impacto de la carga del cuidador en la calidad de vida de los pacientes oncológicos en cuidados paliativos Método: este es un estudio cuantitativo, descriptivo, observacional, transversal con 50 pacientes oncológicos en cuidados paliativos y 50 cuidadores. Se aplicó un cuestionario sociodemográfico para cuidadores y miembros de la familia, la Escala Zarit Burden Interview, el Cuestionario EORT QLQ-C15-PAL, la Escala de Resiliencia Adaptada Wagnild& Young y la Escala de Pensamiento de Dolor Catastrófico, usando la Prueba t, Correlación de Spearman, la Correlación de Pearson y regresión lineal. El programa SPSS, versión 20.0, se utilizó para el análisis de datos. Resultados: se informa que los dominios de calidad de vida que mostraron una asociación independiente con la carga del cuidador fueron fatiga, falta de apetito, estreñimiento y el impacto global. Se mantuvo una asociación independiente debido al catastrofismo del dolor del paciente con la sobrecarga del cuidador, no hubo asociación entre la resistencia del paciente y la sobrecarga del cuidador y el 40% de los cuidadores presentaron una sobrecarga severa. Conclusión: se observa que el aumento de la sobrecarga del cuidador reduce la calidad de vida de los pacientes oncológicos en cuidados paliativos. Descriptores: Carga del Cuidador; Calidad de Vida; Cuidados Paliativos; Oncología; Dolor de Cáncer, Resiliencia.
Rev enferm UFPE on line.
2020;14:e244165
DOI: 10.5205/1981-8963.2020.244165
https://periodicos.ufpe.br/revistas/revis
taenfermagem
SOBRECARGA DO CUIDADOR DE PACIENTES ONCOLÓGICOS EM CUIDADOS PALIATIVOS*
OVERBURDEN ON THE CAREGIVERS OF ONCOLOGICAL PATIENTS IN PALLIATIVE CARE
SOBRECARGA DE LA ATENCIÓN DE PACIENTES ONCOLÓGICOS EN CUIDADOS PALIATIVOS
Elisângela de Moraes Rocha1, Rafael Augusto Paes Lima Rocha2, Marli Elisabete Machado3, Andressa de Souza4,
Felipe Barreto Schuch5
RESUMO
Objetivo: correlacionar o impacto da sobrecarga do cuidador na qualidade de vida do paciente oncológico em cuidados
paliativos Método: trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, observacional, transversal, com 50 pacientes
oncológicos em cuidados paliativos e 50 cuidadores. Aplicou-se um questionário sociodemográfico para os cuidadores e
familiares, a Escala Zarit Burden Interview, o Questionário EORT QLQ C15-PAL, a Escala de Resiliência Adaptada de
Wagnild & Young e a Escala de Pensamento Catastrófico da Dor, uso do Teste t, Correlação de Spearman, Correlação de
Pearson e regressão linear. Utilizou-se o Programa SPSS, versão 20.0 para a análise dos dados. Resultados: informa-se
que os domínios da qualidade de vida que mostraram associação independente com a sobrecarga do cuidador foram a
fatiga, a falta de apetite, a constipação e o impacto global. Manteve-se associação independente pelo catastrofismo da
dor do paciente com a sobrecarga do cuidador, não houve associação entre a resiliência do paciente e a sobrecarga do
cuidador e 40% dos cuidadores apresentaram sobrecarga severa. Conclusão: nota-se que o aumento da sobrecarga do
cuidador diminui a qualidade de vida do paciente oncológico em cuidados paliativos. Descritores: Sobrecarga de
Cuidadores; Qualidade de Vida; Cuidados Paliativos; Oncologia; Dor do Câncer, Resiliência.
ABSTRACT
Objective: to correlate the impact of caregiver burden on the quality of life of cancer patients in palliative care.
Method: this is a quantitative, descriptive, observational, cross-sectional study with 50 cancer patients in palliative
care and 50 caregivers. A sociodemographic questionnaire was applied for caregivers and family members, the Zarit
Burden Interview Scale, the EORT QLQ C15-PAL Questionnaire, the Wagnild & Young Adapted Resilience Scale and the
Catastrophic Pain Thinking Scale, using the t Test, Spearman's correlation, Pearson's correlation and linear regression.
The SPSS program, version 20.0, was used for data analysis. Results: it is reported that the domains of quality of life
that showed an independent association with caregiver burden were fatigue, lack of appetite, constipation and the
global impact. An independent association was maintained due to the catastrophism of the patient's pain with the
burden of the caregiver, there was no association between the patient's resilience and the burden of the caregiver and
40% of the caregivers presented severe burden. Conclusion: it is noted that the increase in caregiver burden reduces
the quality of life of cancer patients in palliative care. Descriptors: Caregivers Burden; Quality of Life; Palliative Care;
Oncology; Cancer Pain; Resiliencia.
RESUMEN
Objetivo: correlacionar el impacto de la carga del cuidador en la calidad de vida de los pacientes oncológicos en
cuidados paliativos Método: este es un estudio cuantitativo, descriptivo, observacional, transversal con 50 pacientes
oncológicos en cuidados paliativos y 50 cuidadores. Se aplicó un cuestionario sociodemográfico para cuidadores y
miembros de la familia, la Escala Zarit Burden Interview, el Cuestionario EORT QLQ-C15-PAL, la Escala de Resiliencia
Adaptada Wagnild& Young y la Escala de Pensamiento de Dolor Catastrófico, usando la Prueba t, Correlación de
Spearman, la Correlación de Pearson y regresión lineal. El programa SPSS, versión 20.0, se utilizó para el análisis de
datos. Resultados: se informa que los dominios de calidad de vida que mostraron una asociación independiente con la
carga del cuidador fueron fatiga, falta de apetito, estreñimiento y el impacto global. Se mantuvo una asociación
independiente debido al catastrofismo del dolor del paciente con la sobrecarga del cuidador, no hubo asociación entre
la resistencia del paciente y la sobrecarga del cuidador y el 40% de los cuidadores presentaron una sobrecarga severa.
Conclusión: se observa que el aumento de la sobrecarga del cuidador reduce la calidad de vida de los pacientes
oncológicos en cuidados paliativos. Descriptores: Carga del Cuidador; Calidad de Vida; Cuidados Paliativos; Oncología;
Dolor de Cáncer, Resiliencia.
1,2,3,4,5Universidade La Salle/UniLaSALLE. Canoas (RS), Brasil. 1https://orcid.org/0000-0001-5172-0890 2https://orcid.org/0000-0002-4612-7651
3https://orcid.org/0000-0002-0675-5629 4https://orcid.org/0000-0002-6608-4695 5https://orcid.org/0000-0002-5190-4515
*Artigo extraído da Dissertação << Sobrecarregada do cuidador e o impacto na qualidade de vida do paciente oncológico
em cuidados paliativos >>. Universidade La Salle/UniLaSALLE. 2018.
ARTIGO ORIGINAL
Como citar este artigo
Rocha EM, Rocha RAPL, Machado ME, Souza A de, Schuch FB. Sobrecarga do cuidador de
pacientes oncológicos em cuidados paliativos. Rev enferm UFPE on line. 2020;14:e244165 DOI:
https://doi.org/10.5205/1981-8963.2020.244165
Rocha EM, Rocha RAPL, Machado ME, et al. Rev enferm UFPE on line. 2020;14:e244165
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Visa-se a preocupação com o conceito de
Qualidade de Vida (QV) a valorizar parâmetros
mais amplos que o controle de sintomas, a
diminuição da mortalidade ou o aumento da
expectativa de vida.1 Direcionam-se os recursos
disponíveis da área de saúde pública para a
medicina curativa, quando, também, deveriam
estar voltados para promover a saúde por meio da
Medicina Preventiva.2
Vem-se a QV sendo utilizada em diversas linhas
de pesquisa e em amplas áreas de atuação.
Definiu-se QV, pela Organização Mundial da Saúde
(OMS),3 como “a percepção do indivíduo de sua
posição na vida no contexto da cultura e sistema
de valores nos quais ele vive e está inserida e em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões
e preocupações”.4
Sofrer-se o conceito de QV alterações e
transformações no momento em que houver a
confirmação do diagnóstico de câncer. Enfrentar-
se-ão, pelo paciente, sentimentos e reações
relacionadas a mudanças no seu cotidiano diário e
a busca por novas adaptações.5
Pode-se, neste enfoque, a resiliência ser a
maneira encontrada pelos pacientes face ao
diagnóstico de câncer, com o intuito de aceitar os
desafios provocados pelos tratamentos, ou até
mesmo confortar-se diante da possibilidade da
ocorrência da morte, conseguindo, assim,
amenizar o seu sofrimento, utilizando estratégias
de enfrentamento para o aceitamento do
diagnóstico e tendo uma maior esperança na
possibilidade de cura. Contribuir-se-á, por todos
estes fatores, para que haja uma melhor
compreensão do processo de cura e,
consequentemente, uma melhor QV.6
Constata-se, mesmo diante do desenvolvimento
de novas tecnologias e do crescimento da indústria
farmacêutica, que existem pacientes resistentes e
incuráveis ao tratamento.7 Caracteriza-se este
quadro clínico por apresentar limitações e
fragilidades de ordem psicológica, espiritual, física
e social ao paciente. Encaminha-se, assim, este
paciente aos serviços de Cuidados Paliativos (CP).
Definiram-se cuidados paliativos pela OMS como
o cuidado ativo e total aos pacientes cuja doença
não tem mais possibilidade de cura e não responde
mais ao tratamento curativo, promovendo a
melhoria da QV do paciente e seus familiares, por
meio da prevenção e do alívio do sofrimento,
priorizando o controle da dor e os demais sintomas
físicos, sociais, psicológicos e espirituais.8
Salienta-se que pacientes em cuidados
paliativos necessitam de uma atenção especial no
que se refere ao controle, ao sofrimento e aos
impactos psicológicos causados pela dor.
Proporciona-se, pela dor, também, característica
de somatização e catastrofismo, o que pode
aumentar o quadro patológico do paciente.
Determina-se esse fenômeno de catastrofismo por
uma condição mental negativa causada por
pensamentos ruminativos, de magnificação e
desamparo, além do excesso e exagero da
percepção dolorosa, da preocupação com suas
possíveis consequências, o que ocasionará uma
maior incapacidade funcional. Torna-se
importante, dessa forma, investigar o
catastrofismo da dor, no que diz respeito aos
pacientes em cuidados paliativos, pois esses
pensamentos catastróficos são contrários à
aceitação da dor e, com isso, retardam a sua
adaptação à condição dolorosa, levando a uma
diminuição da sua QV.
-se a oferta dos cuidados oferecidos por um
cuidador, sendo este responsável por dedicar-se
por períodos longos, incluindo o atendimento às
necessidades físicas, emocionais e sociais do
paciente.9 Pode-se, ao longo do tempo, o
oferecimento desses cuidados ininterruptos ao
paciente enfermo gerar uma sobrecarga
emocional, financeira e restrições sociais, bem
como alterações psicossomáticas ao cuidador,
ocasionando, com isso, um comprometimento da
QV oferecida aos pacientes oncológicos
submetidos aos Cuidados Paliativos.
Informa-se que o termo “sobrecarga” é uma
tradução do termo do termo em inglês burden”.
Define-se como um conjunto de consequências que
ocorre quando existe um contato próximo com
uma pessoa que está doente. -se este termo sob
o ponto de vista negativo, como um “peso”,
“fardo”, quando se refere a cuidar de alguém.10
Torna-se perceptível afirmar que as
consequências negativas associadas a este
aspecto, conforme ratificado em estudos
anteriores, fazem levar à implementação de
estratégias preventivas; por outro lado, a
sobrecarga influenciará negativamente a QV do
cuidador, onde a identificação deste processo será
relevante para uma prevenção efetiva.11 Reforçou-
se, por alguns autores, que a sobrecarga, além de
causar impacto da prestação de cuidados aos
pacientes oncológicos, acometendo a sua QV, pode
estender para a elaboração de um luto
complicado.12
Levou-se, pela reponsabilidade que os
cuidadores possuem, à constatação de que os
mesmos necessitam de suporte para proporcionar
uma melhor QV aos seus pacientes. Constata-se,
diante disto, que os cuidadores relatam que não
possuem suporte adequado para as suas
necessidades que, consequentemente, isso trará
reflexo no processo do cuidado aos pacientes
oncológicos, interferindo na sua QV.13
Pode-se essa sobrecarga no cuidador trazer
consideráveis modificações para toda a dinâmica
familiar e pessoal, no que tange ao processo de
INTRODUÇÃO
Rocha EM, Rocha RAPL, Machado ME, et al. Rev enferm UFPE on line. 2020;14:e244165
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cuidar de um paciente em cuidados paliativos, e
os seus impactos repercutirão na QV de quem está
recebendo o cuidado, neste caso, o paciente
oncológico sob cuidados paliativos.14
Apresenta-se, na ótica do paciente oncológico
em cuidados paliativos, pela fase de final de vida,
um cenário de incertezas, pelo fato de não
conhecer o desconhecido, gerando, além de
fatores estressantes e angustiantes, na maioria das
vezes, sintomas de dor, insuficiência respiratória,
confusão mental, seguidos de ansiedade e
depressão.15
Recomenda-se, diante das percepções
observadas no paciente oncológico, que o cuidador
deve trabalhar no sentido de que esses impactos
físicos e psicológicos da doença sejam percorridos
com menor sofrimento e angústia,
proporcionando, dessa forma, uma melhor QV na
fase final da vida ao paciente oncológico.16
Correlacionar o impacto da sobrecarga do
cuidador na Qualidade de Vida do paciente
oncológico em cuidados paliativos.
Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo,
observacional, transversal, realizado com 50
pacientes oncológicos em cuidados paliativos e 50
cuidadores. Relatam-se os métodos e resultados
de acordo com as diretrizes do STROBE. Realizou-
se um estudo observacional e transversal para
avaliar a correlação da sobrecarga do cuidador e o
impacto na QV do paciente oncológico em
cuidados paliativos. Recrutaram-se díades
pacientes-cuidadores por meio de contato com os
próprios pacientes oncológicos do serviço de
Cuidados Paliativos do Hospital Santa Rita -
Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de
Porto Alegre (RS).
Levou-se em consideração, para o cálculo do
tamanho da amostra, o fato de que um estudo
relatou que uma correlação significativa entre a
QV de pacientes e a sobrecarga de cuidadores de
crianças com câncer, usando estes dados do
estudo citado, que, para atingir um poder de 99%
(beta = 0,01), mantendo um nível de significância
estatística clássica alpha = 0,05, seriam
necessários 43 sujeitos. Estimou-se, considerando
uma perda de até 15%, o tamanho amostral final
de 50 pacientes e seus respectivos cuidadores.
Incluiu-se, no estudo, o grupo de pacientes com
diagnósticos de câncer e cuidados paliativos
atendidos no Serviço de Cuidados Paliativos da
Instituição; para o grupo de cuidadores, foram
incluídos os acompanhantes destes pacientes,
desde que estes se descrevessem como os
cuidadores principais. Explica-se que, para
participar da pesquisa, os pacientes oncológicos e
os cuidadores destes possuíam idade superior a 18
anos e estavam conscientes e que o participante
da pesquisa compreendeu e assinou o termo.
Excluíram-se os participantes do estudo quando
pacientes e cuidadores que não apresentaram
condições clínicas para o preenchimento do
instrumento que pudessem inviabilizar a
compreensão dos testes.
Assinou-se, por todos os pacientes, o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes de
participarem deste estudo observacional, o qual
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto
Alegre (RS) (Comitê de Ética em Pesquisa -
Parecer: 2.324.325 CAAE:
76871617.9.0000.5335.), sendo realizado de
acordo com a Declaração de Helsinki (Resolução
466/12 do Conselho Nacional de Saúde). Obteve-se
o consentimento informado de todos os
participantes individuais incluídos no estudo
Dividiram-se os resultados em partes, para
auxiliar na compreensão do estudo, bem como na
interpretação e discussão destes, denominadas em
instrumentos I, II e III.
Instrumento I Características
sociodemográficas
Preencheu-se um formulário estruturado
abordando características sociodemográficas para
os pacientes e respectivos cuidadores. Incluem-se,
nas características relacionadas aos pacientes,
nome, sexo, idade, parentesco, raça, estado civil,
diagnóstico, tempo em cuidados paliativos e
terapêutica oncológica recebida, e as
características dos cuidadores incluíram nome,
sexo, idade, tempo de cuidado com esse paciente,
tempo diário dedicado a este paciente e grau de
dependência do doente. Respondeu-se a questões,
pelos participantes da pesquisa, com o objetivo de
coletar dados clínicos e sociodemográficos.
Instrumento II - Avaliação do paciente em
cuidados paliativos
Detalha-se que os pacientes responderam aos
seguintes questionários: QV EORTC QLQ-C15-PAL;
Escala do Catastrofismo e a Escala da Resiliência
para os Pacientes em Cuidados Paliativos. Avaliou-
se a QV dos pacientes por meio do questionário de
QV EORTC QLQ-C15-PAL, que já foi traduzido para
o português e validado no Brasil. Compõe-se esse
questionário por 15 questões com domínio de
atenção, avaliando sua QV, como dor, sono,
cansaço, entre outros, no período das últimas
semanas. Avaliaram-se o grau de pensamentos e os
sentimentos relacionados à dor, à magnificação, à
ruminação e desesperança dos pacientes por meio
da escala de pensamento catastrófico sobre a dor
Pain Catastrophizing Scale (PCS), validada para
uso no Brasil. Trata-se de um instrumento
composto por 13 questões que avaliam sintomas
de preocupação intensa relacionada à dor17.
MÉTODO
OBJETIVO
Rocha EM, Rocha RAPL, Machado ME, et al. Rev enferm UFPE on line. 2020;14:e244165
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Compõe-se a Escala de Resiliência Adaptada de
Wagnild e Young, no Brasil, por 25 questões para
aferir os níveis de resiliência dos pacientes.
Instrumento III - Avaliação do Cuidador
Acrescenta-se que os cuidadores responderam
aos seguintes questionários: Escala de Zarit
Burden, para avaliar a sobrecarga do cuidador,
optando-se, para a avaliação da sobrecarga
vivenciada pelos cuidadores durante a fase
paliativa, pela utilização da Zarit Burden
Interview (Escala de ZARIT). Objetiva-se,
principalmente, pela Escala de ZARIT, avaliar os
fatores que levam o cuidador à exaustão para
posteriormente proporcionar atendimentos mais
adequados. Compõe-se esta escala por 22 itens
que medem domínios de atenção como: saúde;
vida social e pessoal; situações financeira e
emocional; bem-estar e relações interpessoais.
Dever-se ser respondida pelo próprio cuidador
ou em forma de entrevista pelo pesquisador.
Considera-se o último item da escala uma
avaliação geral na qual o cuidador coloca como se
sente no cuidado com aquele doente.
Estratificaram-se, para as análises estatísticas,
as díades paciente-cuidador, quando foram
realizadas análises descritivas para cada grupo a
fim de explorar as relações entre todas as
variáveis demográficas. Analisaram-se os dados de
acordo com as características das variáveis.
Descreveram-se as variáveis contínuas com
distribuição normal usando média e desvio-padrão,
enquanto aquelas com distribuição não normal
foram descritas usando mediana e amplitude
interquartil. Descreveram-se as variáveis
categóricas usando frequências. Realizou-se a
comparação entre os grupos usando teste t para
amostras independentes. Consistir-se-ão as
análises exploratórias para estudar as prováveis
associações entre as características de pacientes e
cuidadores em testes de correlação não
paramétricos (Correlação de Spearman) e
paramétricos (Correlação de Pearson). Detalha-se
que os veis de significância estatística para o
erro alfa estabelecido foi um P < 0,05 bicaudal e
os dados foram analisados com o programa SPSS,
versão 20.0 (SPSS, Chicago, IL).
Apresenta-se, pelo estudo, o resultado final da
análise da pesquisa, que ocorreu entre janeiro de
2018 e junho 2018, totalizando 100 participantes
que compuseram esta pesquisa, sendo que 50
foram pacientes com câncer e com diagnósticos de
Cuidados Paliativos e 50 foram cuidadores desses
pacientes, desde que estes se descrevessem como
cuidadores principais. Destaca-se que, na análise
desses dados, houve o predomínio do sexo
feminino (27=54%); a média de idade dos
pacientes no diagnóstico foi de 57,6 anos; houve
uma prevalência da raça branca (43=86%) e o
quesito escolaridade caracterizou-se por uma
quantidade expressiva de pacientes com o 1º grau
incompleto (30=60%); das neoplasias apresentadas,
houve um predomínio das neoplasias ginecológicas
(nove=18%); no que se refere ao tratamento, teve-
se uma maior incidência na combinação de
quimioterapia, radioterapia e cirurgia (26=52%) e o
maior tempo de diagnóstico de câncer foi de
29.54+52.02, sendo que 10.80+66.00 estavam em
tratamento de cuidados paliativos.
Tabela 1. Características sociodemográficas dos pacientes em
cuidados paliativos. Porto Alegre (RS), Brasil. 2018. N=50.
Variável
Paciente
Sexo biológico
27(54%)
23(46%)
Cuidador
15(30%)
2(4%)
16(32%)
5(10%)
12(24%)
Etnia
43(86%)
2(4%)
5(10%)
Escolaridade
3(6%)
30(60%)
3(6%)
3(6%)
6(12%)
4(8%)
1(2%)
Religião
34(68%)
11(22%)
4(8%)
1(2%)
Diagnóstico
9(18%)
RESULTADOS
Rocha EM, Rocha RAPL, Machado ME, et al. Rev enferm UFPE on line. 2020;14:e244165
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9(18%)
7(14%)
6(12%)
5(10%)
4(8%)
5(10%)
3(6%)
2(4%)
Tratamento
4(8%)
8(16%)
3(6%)
9(18%)
26(52%)
Tempo de diagnóstico
29.54+52.0
2
Tempo de cuidados
paliativos
10.80+66.0
0
Ressalta-se, em relação aos cuidadores,
conforme a tabela 2, que a maioria dos
cuidadores era do sexo feminino (35=70%); a
média da idade dos cuidadores foi de 42,02; no
que se refere ao grau de parentesco, houve uma
predominância de outros (36=72%); já no tempo de
cuidado, ocorreu a prevalência do período de um
ano (28=56%), com um tempo diário de cuidado
caracterizado em um intervalo de 18 a 24 horas
(26=52%). Tem-se, por fim, que o grau de
dependência do paciente em relação ao cuidador
foi de 31 (62%), ou seja, dependendo mais de
quatro Atividades de Vida Diárias (AVDs).
Tabela 2. Distribuição dos cuidadores de acordo com o sexo, grau
de parentesco, tempo de cuidado, tempo de cuidado diário e
grau de dependência. Porto Alegre (RS), Brasil. 2018.
Variável
Categoria
Cuidador
Sexo
Feminino
35(70%)
Masculino
15 (30%)
Parentesco
Pai
2(4%)
Mãe
2(4%)
Irmão(a)
6(12%)
Tio
2(4%)
Avó(a)
1(2%)
Sobrinho(a)
1(2%)
Outros
36(72%)
Tempo de cuidado
1 ano
28(56%)
De 1 ano a 2 anos
3(6%)
De 2 anos até 3 anos
7(14%)
Mais de 3 anos
7(14%)
Mais de 5 anos
5(10%)
Tempo diário de
cuidado
6 horas
13(26%)
De 6 a 12 horas
3(6%)
De 12 a 18 horas
7(14%)
De 18 a 24 horas
26(52%)
Mais de 24 horas
1(2%)
Grau de Dependência
Independente AVDs
12(24%)
Dependente mais de 2
AVDs
7(14%)
Dependente mais de 4
AVDs
31(62%)
Evidencia-se, entretanto, na análise
multivariada, que apenas a fatiga, a perda de
apetite, a constipação e o global mantiveram
associação independente com a sobrecarga do
cuidador (Tabela 3).
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Tabela 3. Regressão linear multivariada para a sobrecarga do cuidador e os
domínios da QV do paciente. Porto Alegre (RS), Brasil. 2018.
Características
B
R2
CI Inferior
Superior
P
Funcionamento físico
-0,203
0,067
-0,430
0,023
0077
Fadiga
-0,255
0,116
-0,489
-0,022
0,033*
Náusea e vômito
-0,270
0,040
-0,699
0,160
0,213
Funcionamento emocional
-0,119
0,054
-0,434
0,160
0,449
Dispneia
-0,190
0,016
-0,668
0,289
0,429
Dor
0,169
0,060
-0,041
0,380
0,113
Perda de apetite
-0,400
0,200
-0,758
-0,042
0,033*
Constipação
-0,493
0,194
-0,863
-0,124
0,010*
Insônia
-0,221
0,082
-0,599
-0,157
0,246
Global
-0.,463
0,192
-0,783
-0,144
0,005**
*p< 0,05. ** p< 0,01.
Salienta-se que houve uma associação
independente do catastrofismo da dor com a
sobrecarga do cuidador e não houve associação
significativa no aspecto relacionado à resiliência
(Tabela 4).
Tabela 4. Regressão linear multivariada da sobrecarga do cuidador para o
catastrofismo da dor e a resiliência do paciente. Porto Alegre (RS), Brasil.
2018.
Característica
B
R2
CI Inferior
Superior
P
Catastrofismo da dor
0,182
0,209
0,054
0,310
0,006*
Resiliência
-0,174
0,110
-0,465
0,118
0,236
**p< 0,05.
Observou-se, segundo a Escala de Zarit Burden,
de um n = 50 cuidadores, que 20 cuidadores
apresentaram (40%) sobrecarga severa.
Tabela 5. Avaliação da sobrecarga do cuidador segundo
a Escala de Zarit Burden Interview. Porto Alegre (RS),
Brasil, 2018. N=50
Categoria
Escore
n
%
Pouco
>21
1
2,0
Leve
21-40
17
34,0
Moderada
41-60
12
24,0
Severa
61-88
20
40,0
Verificou-se, neste estudo, que uma maior
sobrecarga do cuidador apresenta uma menor QV
do paciente oncológico em cuidados paliativos e
que, quanto maior o catastrofismo da dor do
paciente, maior será a sobrecarga do cuidador.
Encontrou-se uma associação negativa entre o
domínio da QV do paciente, a fatiga e a
sobrecarga do cuidador (p, 0.033), pois, quanto
maior a fatiga, maior será a sobrecarga do
cuidador. Averiguou-se, no que se refere ao
domínio perda de apetite, que, quanto maior a
perda de apetite, maior será a sobrecarga do
cuidador. Verificou-se, no domínio constipação,
que, quanto maior a constipação, maior será a
sobrecarga do cuidador. Pode-se, ainda, por fim,
citar o domínio global, ou seja, quanto maior o
impacto na QV do paciente oncológico em
cuidados paliativos, maior será a sobrecarga do
cuidador.
Caracterizam-se os familiares que são
cuidadores, apesar da existência de muitos
pacientes com a QV comprometida, por apresentar
dificuldades e limitações na realização de tarefas
para as quais não possuem conhecimento da
magnitude do problema, o que leva ao
comprometimento da QV do paciente e ao
aumento da sua dependência.18
Verificou-se, no referido estudo, que um
predomínio de pacientes que possuem
escolaridade de grau incompleto (30=60%).
Observou-se, entretanto, em outros achados, a
predominância de câncer em cuidados paliativos
em indivíduos que apresentam maior nível
educacional.19
Pontua-se que na relação com o domínio fatiga
da QV do paciente, a sobrecarga do cuidador
possui uma correlação negativa, haja vista que a
sobrecarga do cuidador é frequentemente
conceituada com base no impacto que as tarefas
realizadas têm sobre o cuidador, ao passo que a
fadiga é uma importante referência de
mensuração na relação empática entre o cuidador
e o receptor do cuidado. Ratifica-se tal assertiva
nesse contexto, neste estudo, pelo fato de
identificar que o grau de parentesco, outros filhos
(as), marido, esposa, neto (a), é o mais expressivo
entre os cuidadores (36=72%). Relatou-se, ainda
neste mister, por outros achados, que a fadiga
pode representar uma carga significativa na QV
dos cuidadores dos pacientes em cuidados
DISCUSSÃO
Rocha EM, Rocha RAPL, Machado ME, et al. Rev enferm UFPE on line. 2020;14:e244165
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paliativos, principalmente quando este cuidado
ocorre em um tempo avançado. Comprovou-se, no
citado estudo, que o tempo destinado ao cuidado
de pacientes em cuidado paliativos é de um ano
(28=56%) e o tempo diário de cuidado é de 18h a
24h, (26=52%), fato este que corrobora esta
constatação.
Nota-se, no domínio falta de apetite da QV do
paciente e a sua relação com a sobrecarga do
cuidador, também, que existe uma associação
negativa, pois é um dos sintomas mais comuns em
pacientes em cuidados paliativos, atingindo 90%
deste público, acarretando, com isso, um
significativo impacto para o cuidador.20
Identificou-se, corroborando esta assertiva, nos
demais estudos, que a falta de apetite pode estar
relacionada a mudanças psicobiológicas e fatores
ambientais, tornando-a mais complicada em caso
de doenças oncológicas. Pode-se, ainda assim,
esta falta de apetite estar vinculada a outros
componentes, como idade, disfunção dos
hormônios do apetite e a fragilidade do estado de
saúde do paciente.21
Torna-se relevante relatar, sob a análise do
domínio global da QV do paciente associada à
sobrecarga do cuidador, que é uma associação
negativa, pelo fato de ocorrer uma redução da
saúde física e mental dos cuidadores, trazendo,
com isso, uma baixa QV.22 Evidenciou-se, também,
que as exigências do papel do cuidador podem
resultar em estresse, tensão, sobrecarga, aumento
da ansiedade e depressão, fatores estes que irão
refletir diretamente na sua QV. Ressalta-se que
tais constatações vão ao encontro dos resultados
descritos neste estudo e, diante desse cerio, o
cuidador deverá avaliar a sua permanência nesse
cuidado ou buscar uma ajuda adicional, com o
intuito de preservação da sua saúde e oferecendo
uma adequada assistência ao paciente em
cuidados paliativos, interferindo, assim, na sua
QV.23
Considera-se, ao mencionar a associação
positiva do catastrofismo da dor com a sobrecarga
do cuidador, o catastrofismo da dor um marcador
de antecipação da dor e isto pode afetar as
percepções dos cuidadores sobre o excesso e
exagero da percepção dolorosa e da preocupação
com suas possíveis consequências.24 Sugeriu-se,
por estudos, para explicar a relação entre a dor
catastrófica e a intensidade da dor, que esses
indivíduos mostraram um maior medo em relação
à dor do que ela pode causar, resultando em
desfechos mais negativos, como dor mais severa.25
Acrescenta-se que, enquanto se espera que os
cuidadores mostrem respostas de apoio e cuidado
à dor dos pacientes oncológicos, os cuidadores
podem diferir em suas habilidades, recursos e
motivos, portanto, a expressão de dor dos
pacientes não resulta necessariamente em
respostas positivas e solícitas do cuidador e, às
vezes, pode até resultar em respostas negativas.26
Sugeriu-se, pela literatura, que as respostas de
apoio dos cuidadores familiares, tais como
respostas solícitas, transmitem a noção aos
pacientes de que sua condição é grave. Descreve-
se, em outras palavras, que pacientes que
apresentam catastrofismo e mostram
comportamentos de dor podem ser confirmados
em sua noção de que a dor é séria, o que, por sua
vez, pode estimular sua percepção da dor.
Postula-se, portanto, que é provável que a relação
entre os comportamentos de dor e a intensidade
da dor seja mais forte em pacientes que recebem
respostas altamente solícitas em comparação com
os pacientes que recebem menos respostas
solícitas. Verifica-se, diante desse cenário, que
este tipo de comportamento acarretará uma
sobrecarga ao cuidador, refletindo negativamente
no cuidado oferecido ao paciente oncológico em
cuidados paliativos.27
Salienta-se, por fim, a avaliação da sobrecarga
do cuidador segundo a Escala de Zarit Burden,
onde foi observado que, de um total de 50
cuidadores, 20 cuidadores apresentaram (40%)
sobrecarga severa, vindo a confirmar a hipótese do
estudo.
Identificaram-se algumas limitações deste
estudo que devem ser levadas em consideração:
em primeiro lugar, foi um estudo transversal e,
desta forma, os resultados deverão ser
interpretados com cautela. Coletaram-se os dados
em apenas uma entrevista com o familiar e o
cuidador, o que o permitiu determinar a
estabilidade do envolvimento do cuidador familiar
ao longo do tempo. Tornam-se mais estudos
necessários para investigar o efeito em longo
prazo da sobrecarga do cuidador na QV do
paciente. Desenvolveu-se o estudo, em segundo
lugar, em um único hospital e com uma amostra
relativamente pequena, tornando difícil a
generalização dos resultados. Busca-se a
realização de futuras pesquisas sobre habilidades
teóricas e práticas, comportamentais e de
autocuidado para que os pacientes e cuidadores
possam lidar com o cuidado paliativo com mais
facilidade. Torna-se crucial que se desenvolvam
esforços para aliviar a sobrecarga do cuidador por
meio da criação de uma estrutura para ajudar a
promover relações de apoio que irão melhorar a
QV do paciente oncológico em cuidados paliativos.
Sugere-se, em suma, pelos resultados deste
estudo, que a QV do paciente é mais afetada pela
sobrecarga do cuidador.
Constatou-se, ao realizar a análise da
sobrecarga do cuidador segundo a Escala de Zarit
Burden, que 2% dos cuidadores (n = 1) apresentam
pouca sobrecarga, que 34% dos cuidadores (n = 17)
CONCLUSÃO
Rocha EM, Rocha RAPL, Machado ME, et al. Rev enferm UFPE on line. 2020;14:e244165
http://www.ufpe.br/revistaenfermagem/
apresentam sobrecarga leve, que 24% dos
cuidadores (n = 12) apresentam sobrecarga
moderada e que 40% dos cuidadores (n = 20)
apresentaram sobrecarga severa.
Observou-se, neste estudo, que os maiores
índices de sobrecarga foram percebidos em
cuidadores do sexo feminino; assim, os familiares
que assumem um papel de cuidador desses
pacientes oncológicos em cuidados paliativos com
doença avançada e sem a possibilidade de cura
apresentam maior risco de sobrecarga e, com isso,
comprometem a QV do paciente.
Tornam-se necessários novos estudos com o
intuito de conhecer melhor as necessidades na
área de cuidados paliativos para que as medidas
de suporte e intervenções possam ser estudadas e
providenciadas, visando a diminuir os impactos
físicos, mentais, sociais e espirituais, tanto no
cuidador como no paciente. Verifica-se, como este
estudo é do tipo transversal, a extrema
necessidade da realização de estudos futuros que
fossem responsáveis por realizar pesquisas
longitudinais, acompanhando esses cuidadores no
decorrer do adoecimento do paciente e na fase do
luto, para compreender melhor as consequências
do cuidar.
Encontraram-se, apesar de ter sido realizada
uma intensa busca bibliográfica, estudos sobre a
sobrecarga do cuidador que reflete na sua QV,
entretanto, não se evidenciaram estudos sobre
como o impacto dessa sobrecarga do cuidador
pode interferir na QV do paciente oncológico em
cuidados paliativos.
Salienta-se a necessidade na realização de mais
pesquisas que abordem este tema, além do
desenvolvimento de políticas públicas voltadas
para as populações em cuidados paliativos. Haver-
se-ia, assim, um melhor direcionamento das
estratégias de saúde com o propósito de diminuir o
impacto provocado pelo adoecimento, bem como
a preservação da saúde e sua QV, tanto dos
cuidadores como dos pacientes em cuidados
paliativos.
Ressalta-se, por fim, que este estudo traz
contribuições relevantes à saúde pública, tendo
em vista que os resultados obtidos proporcionarão
uma melhor compreensão acerca da sobrecarga
envolvida na tarefa de cuidar do paciente
oncológico em cuidados paliativos e na sua QV.
Espera-se, dessa forma, que os resultados aqui
apresentados possam contribuir para a
implementação e ampliação dos serviços e dos
profissionais da área da saúde capacitados para o
atendimento dessa população, visando, com isso,
a estabelecer prioridades e melhorias no nível de
assistência para uma melhor QV dos pacientes
oncológicos em cuidados paliativos.
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Apr;32(4):422-38. DOI:
10.1080/08870446.2016.1275628
Correspondência
Elisângela de Moraes Rocha
E-mail: elisangelamoraesmestrado2017@gmail.com
Submissão: 03/02/2020
Aceito: 19/03/2020
Copyright© 2020 Revista de Enfermagem UFPE on
line/REUOL.
Este é um artigo de acesso aberto
distribuído sob a Atribuição CC BY 4.0 Creative
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licenciados.
... A elaboração de programas de intervenção de autocuidado para auxiliar o cuidador a manter-se saudável e prevenir doenças surge como opção de melhorar o bem-estar e diminuir a sobrecarga9 . Em alguns países desenvolvidos, onde é elevado o número de pessoas idosas, existe a preocupação com a elaboração e execução de políticas e programas para fornecer apoio financeiro e melhorar o bem-estar do cuidador10 .A sobrecarga do cuidador pode influenciar também na qualidade vida de quem necessita do cuidado, evidenciando a necessidade de atenção não só na Studies in Health Sciences, Curitiba, v.3, n.3, p. 1427-1438, jul./sep., 2022 saúde do paciente como também na saúde do cuidador11 . Cuidar de pessoas é um desafio para a família, a sociedade e o estado. ...
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O objetivo desse estudo é descrever as atividades organizadas e utilizadas para um grupo de moradores da favela da Rocinha responsáveis por cuidar de pessoas em cuidados paliativos. Trata-se do relato de uma experiência desenvolvida de março a dezembro do ano de 2021. As atividades foram utilizadas no programa denominado “Cuidando do Cuidador”, construído pela instituição Saúde Contato em parceria com o projeto de extensão das universidades UFRJ e UFSJ intitulado “Comunidade Compassiva”. Foram produzidas e executadas por equipe multidisciplinar palestras e rodas de conversa relacionadas ao autocuidado com foco na promoção da saúde. Na sequência, atividades que incluíram práticas de exercícios físicos, alongamentos, meditação, atendimentos de massagem terapêutica, de psicoterapia, de fisioterapia, de nutrição e auriculoterapia, foram realizadas com o grupo. Os resultados, registrados por meio de observações empíricas e anotações de relatos verbais durante os nove meses, demostraram uma mudança positiva na forma de se cuidar tais como: mudanças no padrão de alimentação para dieta mais equilibrada, início da prática do exercício físico de forma regular, melhora na autoestima e na postura corporal, maior conhecimento sobre o corpo e seu funcionamento, emoções e sentimentos, diminuição da ansiedade, estresse, depressão e dor física. Assim sendo, verificamos que as atividades utilizadas no programa “Cuidando do Cuidador” impactaram positivamente o bem-estar físico, mental, social e espiritual dos moradores da favela da Rocinha responsáveis por cuidar de algum familiar/paciente em cuidados paliativos. Merece destaque que os participantes se tornaram multiplicadores dos conteúdos aprendidos, ajudando a engajar outras pessoas da comunidade para atitudes mais saudáveis.
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Objective To analyze the correlation between the burden of family caregivers of cancer patients in Palliative Care and the variables gender, age, health problems, and length of care. Method Descriptive correlational study with a non-probabilistic sample of 147 family caregivers at the Oncological Palliative Care Clinic in 2021 in Belém do Pará - Brazil. The Zarit Overload Scale was used to collect data, with descriptive and inferential statistical analysis. Results 86 (58.5%) of the caregivers were female, 66 (44.9%) caregivers felt “Very overloaded”, and 104 (70.7%) had Moderate to Severe overload. There was no consistency in concluding that the variables gender, age group, health problems, or length of care had a statistically significant relationship (p>0.05). Conclusion It is hoped that the results will contribute to increasing knowledge of the subject, supporting care practice, and formulating public policies to meet the needs of caregivers of family members who are ill with cancer. KEYWORDS: Overload; Caregivers; Palliative Care; Oncology Nursing; Neoplasms.
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Objective To analyze the correlation between the burden of family caregivers of cancer patients in Palliative Care and the variables gender, age, health problems, and length of care. Method Descriptive correlational study with a non-probabilistic sample of 147 family caregivers at the Oncological Palliative Care Clinic in 2021 in Belém do Pará - Brazil. The Zarit Overload Scale was used to collect data, with descriptive and inferential statistical analysis. Results 86 (58.5%) of the caregivers were female, 66 (44.9%) caregivers felt “Very overloaded”, and 104 (70.7%) had Moderate to Severe overload. There was no consistency in concluding that the variables gender, age group, health problems, or length of care had a statistically significant relationship (p>0.05). Conclusion It is hoped that the results will contribute to increasing knowledge of the subject, supporting care practice, and formulating public policies to meet the needs of caregivers of family members who are ill with cancer. KEYWORDS: Overload; Caregivers; Palliative Care; Oncology Nursing; Neoplasms.
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Objective To analyze the correlation between the burden of family caregivers of cancer patients in Palliative Care and the variables gender, age, health problems, and length of care. Method Descriptive correlational study with a non-probabilistic sample of 147 family caregivers at the Oncological Palliative Care Clinic in 2021 in Belém do Pará - Brazil. The Zarit Overload Scale was used to collect data, with descriptive and inferential statistical analysis. Results 86 (58.5%) of the caregivers were female, 66 (44.9%) caregivers felt “Very overloaded”, and 104 (70.7%) had Moderate to Severe overload. There was no consistency in concluding that the variables gender, age group, health problems, or length of care had a statistically significant relationship (p>0.05). Conclusion It is hoped that the results will contribute to increasing knowledge of the subject, supporting care practice, and formulating public policies to meet the needs of caregivers of family members who are ill with cancer. KEYWORDS: Overload; Caregivers; Palliative Care; Oncology Nursing; Neoplasms.
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La presencia de una enfermedad crónica se constituye en una vulnerabilidad para la persona enferma, y para su cuidador sensación de descontrol e impacto emocional y físico, resultando en sobrecarga. Objetivo: Identificar los hallazgos relacionados con el apoyo social percibido y la carga de cuidado del cuidador familiar del paciente con cáncer en estudios publicados durante el período 2015 a 2021. Métodos: revisión sistemática de literatura, a través de la ecuación: (Social Support) AND (family caregivers) AND (burden of disease) OR (Caregiver Burden) AND (neoplasm), en español, inglés y portugués, en las bases de datos MedLine, Sciencedirect, Sage Journal y Academic Search Complete. Resultados: Se obtuvo un total de 29396 artículos, de los cuales se seleccionaron 23 artículos luego de aplicar los filtros y los criterios de elegibilidad establecidos por los investigadores. Conclusiones: La angustia que percibe el cuidador refleja un moderado apoyo social y una mayor carga. El acompañamiento de los grupos de apoyo para el cuidador y sujeto de cuidado, les permiten compartir, sentirse aceptado, fortalecer la salud física, mental y disminuir la angustia y el desgaste emocional.
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Background and objective: Providing care to people with Parkinson-related dementia (PwPRD) may result in significant stress, strain, and burden for life partners. A common measurement of life partner burden is the Zarit Burden Interview (ZBI), which considers "burden" as a unitary concept; however, burden is highly complex and most likely comprises several dimensions. This study aimed to explore the factor structure of the ZBI in life partners of PwPRD and to examine the relationships among the emerging factors and the demographic and clinical features. Methods: Life partners of PwPRD participated in home-based quantitative assessments and self-completed postal questionnaires. The assessment battery included ZBI, measures of relationship satisfaction, mood, stress, resilience, health, quality of life, feelings related to care provision, and sociodemographic questions. Data on PwPRDs' motor and neuropsychiatric symptom severity were also elicited in home-based assessments. Results: An exploratory factor analysis (principal axis factoring) of ZBI, conducted with 127 life partners, revealed five burden dimensions: social and psychological constraints, personal strain, interference with personal life, concerns about future, and guilt. These burden factors were associated with lower relationship satisfaction, mental health, and resilience, and higher stress, anxiety, depression, resentment, negative strain, and PwPRD motor severity. In multiple linear regression analyses, where each factor score was the dependent variable, stress, negative strain, and resentment emerged as significant predictors of specific burden dimensions. Conclusions: Burden is a complex and multidimensional construct. Interventions should address specific types of burden among life partners of PwPRD to support couples' relationships and maintain quality of life.
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First-degree relatives of women with breast cancer may experience increased worry or perceived risk when faced with reminders of their own cancer risk. Worry and risk reminders may include physical symptoms (e.g., persistent breast pain) and caregiving experiences. Women who engage in pain catastrophizing may be particularly likely to experience increased distress when risk reminders are present. We examined the degree to which persistent breast pain and experience as a cancer caregiver were related to cancer worry and perceived risk in first-degree relatives of women with breast cancer (N = 85) and how catastrophic thoughts about breast pain could impact these relationships. There was a significant interaction between persistent breast pain and pain catastrophizing in predicting cancer worry (p = .03); among women who engaged in pain catastrophizing, cancer worry remained high even in the absence of breast pain. Pain catastrophizing also moderated the relationships between caregiving involvement and cancer worry (p = .003) and perceived risk (p = .03). As the degree of caregiving responsibility increased, cancer worry and perceived risk increased for women who engaged in pain catastrophizing; levels of cancer worry and perceived risk remained low and stable for women who did not engage in pain catastrophizing regardless of caregiving experience. The results suggest that first-degree relatives of breast cancer survivors who engage in pain catastrophizing may experience greater cancer worry and perceived risk and may benefit from interventions aimed at reducing catastrophic thoughts about pain.
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Caregivers of cancer patients experience much psychological stress due to the heavy responsibility of caregiving. Dyadic studies on the patient-caregiver relationship have shown that caregivers' quality of life (QOL) are affected by their care recipients' psychological variables. In this exploratory study, focus is placed on spirituality in patients-an emerging area of interest-and its impact on their caregivers' QOL. Because of spirituality's links with optimism and resilience, they were also investigated as possible mediators in the dyadic relationship. Patients completed measures of spirituality (FACIT-Sp-12), optimism (LOT-R), and resilience (RAS); their family caregivers completed a measure of QOL (CQOLC). Both patients and family caregivers completed a sociodemographic survey. Regression analyses were used to analysis the data. Regression analyses following Baron and Kenny's (1986) mediation framework was carried out. Results indicated that spirituality as a whole did not predict caregiver QOL. However, further analyses showed that while the meaning-making aspect of spirituality did predict caregiver QOL, the faith aspect did not. Mediatory analyses indicated that both optimism and resilience were not mediators; hence, confirmatory Sobel's tests which had been originally planned were not conducted. Nonetheless, optimism and resilience were correlated with meaning-making. Patients who make meaning of their cancer illness exert a positive influence on their caregivers' well-being. This provides support for interventions that encourage patients to reappraise their illness situation, as such interventions not only benefit patients but also enhance the quality of life for their caregivers.
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Cuidar de um familiar com doença avançada e/ou em fim de vida pode representar uma grande sobrecarga emocional, física e financeira que afeta a qualidade de vida dos cuidadores. O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a sobrecarga no cuidar, os fatores relacionados e suas consequências nos cuidadores de pacientes com câncer avançado em fim de vida ou em cuidados paliativos. Foi realizada uma busca de artigos científicos publicados nas bases de dados EBSCO, Web of Knowledge e Bireme, desde os primeiros registros nas respectivas bases de dados sobre o tema até março de 2014. Dos 582 artigos encontrados, apenas 27 foram selecionados. A maioria dos artigos afirma que os cuidadores familiares estão sobrecarregados. Em alguns estudos, a sobrecarga no cuidar aparece associada a características do paciente e da sua doença; em outros, a um pior estado de saúde do cuidador, a uma maior sintomatologia psicopatológica (ansiedade, depressão, distress emocional) e também ao desenvolvimento de complicações no luto. Porém, a esperança, o apoio social, a capacidade do cuidador de atribuir um significado à experiência de cuidar e se sentir confortável com as tarefas de cuidar foram associados a menores níveis de sobrecarga.
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Purpose: Caregivers play a substantial role on support at stroke survivors after acute hospitalization. The aims of the current study were: to determine the quality of life of caregivers of patients with stroke, and to evaluate the predictors of quality of life in caregivers. Methods: It is a cross-sectional study including 150 caregivers of patients with haemorrhagic or ischemic stroke. Participants completed the Greek version of the 12-item Short Form Health Survey assessing caregivers' quality of life. Caregiver burden was measured with the Revised Greek Bakas Caregiving Outcomes Scale, and psychological distress was screened with Greek Hospital Anxiety and Depression Scales. Results: A highly negative correlation was found between anxiety (r=0.56) and depression (r=0.59) with physical and mental health (r=0.44, 0.66, r=respectively) from quality of life subscales Physical Component Summary and Mental Component Summary scales. Physical health was influenced by caregivers' health problems (p less than 0.0005), type of stroke (p=0.014), anxiety (p=0.056), depression (p=0.024). Mental health was influenced by caregivers' health problems (p=0.051), burden, anxiety and depression (p less than 0.0005, respectively). Conclusions: Caregivers of people with stroke experience mental disorders and burden negatively affecting their quality of life. Therefore, there is a need to implement strategies which should aim to the management of these problems for the welfare of both patients and their caregivers.
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This article is a literature review about of the role of family caregivers of patients with end-stage disease accompanied by a Palliative Home Care Service in order to understand what the national literature has presented nowadays, since it considers relevant for the understanding of this dynamic to think and rethink the existing practice.To develop the study, a bibliographic survey of the past eight years (2006-2013) encountering 46 articles, of which 21 articles and the Manual of Palliative Care were selected for analysis as it covered specifically the family as caregiver at home. Were identified the conceptual aspects of Palliative Home Care and the household actuation as well the family caregiver caracterization and the becoming repercussion of this role, observing the termination influence and the experience of caring and it variations over the family caregiver.
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Objectives: This study investigated the mediating role of pain behaviours in the association between pain catastrophising and pain intensity and explored the moderating role of family caregivers’ responses to pain in the link between pain behaviours and pain intensity. Methods: The sample consisted of 154 chronic pain patients and their family caregivers. Patients completed questionnaires regarding pain intensity, pain catastrophising, pain behaviours and their caregivers’ responses to their pain. Family caregivers reported their responses to the patients’ pain. Results: Pain catastrophising was associated with pain intensity (r = 0.37) and pain behaviours partly mediated this association. The positive association between pain behaviours and pain intensity was significant only if patients reported that their family caregivers showed high levels of solicitous (effect = .49) and distracting responses (effect = .58), and if caregivers reported to show high levels of solicitous responses (effect = .51). No support was found for negative responses as a moderator neither based on patients’ perception of negative responses nor based on caregivers’ perception of negative responses. Conclusions: The findings are in line with the idea that family caregivers’ solicitous and distracting responses convey to patients that their condition is serious, which may reinforce patients’ pain and pain behaviours, especially in those who catastrophise.
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Objectives Loss of appetite is prevalent in palliative care and distressing for patients and families. Therapies include corticosteroids or progestogens. This study explores the net effect of dexamethasone on anorexia. Methods Prospective data were collected when dexamethasone was started for anorexia as part of routine care. The National Cancer Institute's Common Toxicity Criteria for Adverse Events (NCICTCAE) Likert scales assessed severity of anorexia and immediate and short-term harms at 2 time points: baseline and 7 days. Results This study (41 sites, 8 countries) collected data (July 2013 to July 2014) from 114 patients (mean age 71 (SD 11), 96% with cancer). Median Australian-modified Karnofsky Performance Scale was 50% (range 20–70). Mean baseline NCICTCAE anorexia score was 2.7 (SD 0.6; median 3). 6 patients died by day 7. Of 108 evaluable patients, 74 (68.5%; 95% CI 59.0% to 76.7%) reported ≥1 reduction anorexia scores by day 7, of whom 30 were 0. Mean dexamethasone dose on day 7 was 4.1 mg/day (SD 3.4; median 4; range 0–46 mg). 24 patients reported ≥1 harms (32.4% CI 22.6% to 44.1%; insomnia n=10, depression n=7, euphoria n=7 and hyperglycaemia n=7). Of 24 patients with no benefit, 10 reported ≥1 harms. Conclusions This study shows positive and negative effects of 7 days of dexamethasone as an appetite stimulant in patients with advanced life-limiting illnesses. Identifying clinicodemographic characteristics of people most at risk of harms with no benefit is a crucial next step. Longer term follow-up will help to understand longer term and cumulative harms.
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Aims and objectives: To explore the prevalence of decreased appetite and factors associated with appetite among patients with stable heart failure. Background: Decreased appetite is an important factor for the development of undernutrition among patients with heart failure, but there are knowledge gaps about prevalence and the factors related to appetite in this patient group. Design: Observational, cross-sectional study. Methods: A total of 186 patients with mild to severe heart failure were consecutively recruited from three heart failure outpatient clinics. Data were obtained from medical records (heart failure diagnosis, comorbidity and medical treatment) and self-rated questionnaires (demographics, appetite, self-perceived health, symptoms of depression and sleep). Blood samples were taken to determine myocardial stress and nutrition status. Heart failure symptoms and cognitive function were assessed by clinical examinations. The Council on Nutrition Appetite Questionnaire was used to assess self-reported appetite. Bivariate correlations and multivariate linear regression analyses were conducted to explore factors associated with appetite. Results: Seventy-one patients (38%) experienced a loss of appetite with a significant risk of developing weight loss. The final multiple regression model showed that age, symptoms of depression, insomnia, cognitive function and pharmacological treatment were associated with appetite, explaining 27% of the total variance. Conclusion: In this cross-sectional study, a large share of patients with heart failure was affected by decreased appetite, associated with demographic, psychosocial and medical factors. Relevance to clinical practice: Loss of appetite is a prevalent problem among patients with heart failure that may lead to undernutrition. Health care professionals should routinely assess appetite and discuss patients' experiences of appetite, nutrition intake and body weight and give appropriate nutritional advice with respect to individual needs.