Nos últimos anos, muito tem se discutido sobre o caráter e papel da extensão universitária, que, conforme definição da própria legislação brasileira, seria um dos três componentes básicos da Universidade. Ao lado de uma maior visibilidade dessa, percebe-se também um deslocamento no próprio caráter da extensão, que vem procurando superar a dimensão de prestação de serviços assistencialistas, que
... [Show full abstract] marcou sua ação por muitas décadas, aproximando-se de uma concepção que a vê como uma atividade propriamente acadêmica. Partindo-se da constatação da carência da maior parte dos municípios brasileiros de assistência técnica na área da Arquitetura e Urbanismo, nasceu na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (EA-UFMG), em janeiro de 2004, o Programa de Arquitetura Pública, que conjuga ensino, pesquisa e extensão universitária, bem como assessora municípios do interior de Minas Gerais em três áreas principais: planejamento ambiental e urbano, patrimônio cultural e habitação de interesse social. Seu objetivo geral é auxiliar os municípios em suas políticas urbano-ambientais, complementar a formação dos estudantes da graduação, aproximando-os da realidade brasileira e permitir maior integração do ensino acadêmico com a prática profissional. Este artigo discute as principais formulações deste programa, bem como a experiência-piloto levada a cabo em Cataguases (MG), durante trinta meses, funcionando num sistema similar ao do “internato rural” ou residência na área de Medicina, adequado aos estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo.