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Research, Society and Development, v. 10, n. 2, e7610212024, 2021
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12024
1
O uso de extrato de alho como fitoterapia no controle da hipertensão: uma revisão
integrativa
The use of garlic extract as herbal medicine in the control of hypertension: an integrative review
El uso del extracto de ajo como medicina herbal en el control de la hipertensión: una revisión
integradora
Recebido: 15/01/2021 | Revisado: 21/01/2021 | Aceito: 27/01/2021 | Publicado: 04/02/2021
Chrisllayne Oliveira da Silva
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0844-0268
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: chris-layne10@hotmail.com
Wenderson Costa da Silva
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6031-9775
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: wendersoncosta09@hotmail.com
Karine Costa Melo
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8253-859X
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: karinemelo09@gmail.com
Alanna Nunes Soares
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0904-4515
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: alanna_ns@hotmail.com
Linccon Fricks Hernandes
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7642-3080
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Brasil
E-mail: fricksjr@hotmail.com
Rafael Andrade da Silva
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0357-8102
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: rafael98enfermeiro@gmail.com
Ianeska Bárbara Ribeiro do Nascimento
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5319-289X
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: ianeska@outlook.com
Jayne Oliveira Chaves
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8610-9984
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: jayneoliveirachaves@gmail.com
Francisco das Chagas Araújo Sousa
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8086-2150
Universidade Estadual do Piauí, Brasil
E-mail: chicaovet@gmail.com
Apolo Kassio Barros da Silva
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0526-6169
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: apolo19972009@gmail.com
Ismael Pereira da Silva
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5227-8368
Faculdade de Rondonópolis, Brasil
E-mail: ipereira1090@gmail.com
Carla Vieira Araújo
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5433-6165
Universidade Estadual do Maranhão, Brasil
E-mail: carlavieiral140@gmail.com
Alisson da Silva Alves
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6059-0167
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: alissonalvesfisio@gmail.com
Rayanne Gonçalves Rodrigues Corrêa
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0726-9101
Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão, Brasil
E-mail: rayanneg.r@live.com
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Resumo
O alho age na hipertensão de diversas formas, primeiramente exercendo um efeito dilatador, tanto pela liberação de
óxido nítrico, quanto pelo aumento da adenosina disponível, contribuindo dessa forma para o mecanismo hipotensor,
podendo-se considerar o alho um forte aliado no tratamento desta patologia, o estudo teve como problemática “Qual a
eficácia do uso de extrato de alho como fitoterapia no controle da hipertensão de acordo com a Literatura?”. Onde
objetivou-se verificar nas produções cientificas disponíveis os efeitos do extrato de alho em indivíduos hipertensos. O
presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo Revisão Integrativa (RI) da literatura, consultou-se por
meio de descritores e palavras-chave as bases de dados PubMed, BVS, coordenada pela BIREME e composta de bases
de dados bibliográficas produzidas pela Rede BVS, como LILACS, além da base de dados Medline e CINAHL. Ao
final oito (8) artigos atenderam a questão norteadora e foram adicionados ao estudo e evidenciou o uso do alho na prática
clínica, os beneficios da utilização do alho como terapia complementar no tratamento HAS e dentro da dieta, além dos
principais efeitos colaterais. Conclui-se que aumentar a ingestão de vegetais allium, pode estar associada a redução de
triglicerídeos e depuração de creatinina, o que proporciona uma melhoria da função renal e diminuição da pressão
arterial.
Palavras-chave: Patologia; Allium; Terapêutica.
Abstract
Garlic acts on hypertension in several ways, first, exerting a dilating effect, both by the release of nitric oxide and by
the increase in available adenosine, thus contributing to the hypotensive mechanism, and garlic can be considered a
strong ally in the treatment of this pathology, the study had as a problem “effectiveness of using garlic extract as herbal
medicine in controlling hypertension according to the literature?”. Where the objective was to verify in the available
scientific productions the effects of garlic extract in hypertensive individuals. The present study is a bibliographic search
of the type Integrative Review (IR) of the literature, the PubMed databases were consulted through descriptors and
keywords, BVS, coordinated by BIREME and composed of bibliographic databases produced by the BVS Network,
such as LILACS, in addition to the Medline database and CINAHL. At the end, eight (8) articles answered the guiding
question and were added to the study and highlighted the use of garlic in clinical practice, the benefits of using garlic
as a complementary therapy in the treatment of hypertension and within the diet, in addition to the main side effects. It
was concluded that increasing the intake of allium vegetables may be associated with a reduction in triglycerides and
creatinine clearance, which provides an improvement in renal function and a decrease in blood pressure.
Keywords: Pathology; Allium; Therapeutics.
Resumen
El ajo actúa sobre la hipertensión de varías formas, en primer lugar, al ejercer un efecto dilatador, tanto por la liberación
de óxido nítrico como por el aumento de la adenosina disponible, contribuyendo así al mecanismo hipotensor, y el ajo
puede considerarse un fuerte aliado en el tratamiento de esta patología, el estudio tuvo como problema “¿Cuál es el
eficacia del uso de extracto de ajo como medicina herbal en el control de la hipertensión según la literatura?”. Donde el
objetivo fue verificar en las producciones científicas disponibles los efectos del extracto de ajo en hipertensos. El
presente estudio es una búsqueda bibliográfica del tipo Revisión Integrativa (RI) de la literatura, se consultaron las bases
de datos PubMed mediante descriptores y palabras clave, BVS, coordinada por BIREME y compuesta por bases de
datos bibliográficas producidas por la Red BVS, como LILACS, además de la base de datos Medline y CINAHL. Al
final, ocho (8) artículos respondieron a la pregunta orientadora y se agregaron al estudio y destacaron el uso del ajo en
la práctica clínica, los beneficios del uso del ajo como terapia complementaria en el tratamiento de la HSA y dentro de
la dieta, además de los principales efectos secundarios. Se concluyó que el aumento de la ingesta de vegetales allium
puede estar asociado con una reducción de los triglicéridos y el aclaramiento de creatinina, lo que proporciona una
mejora de la función renal y una disminución de la presión arterial.
Palabras clave: Patologia; Alliu; Terapéutica.
1. Introdução
Atualmente o Sistema Único de Saúde (SUS) vem se mostrando favorável a utilização de recursos terapêuticos que
sejam mais eficazes em muitas das instâncias de tratamento e economicamente mais acessíveis, principalmente, no que se refere
às Práticas Integrativas e Complementares (PIC). A medicina tradicional e complementar, além de promoverem a redução dos
custos, têm se mostrado eficazes na promoção da saúde, evitando que a doença se instale e que suas consequências sejam muito
graves (Ischkanian & Pelicioni, 2012). De acordo com Fernández-Cervilla (2013), as terapias de base biológica são aquelas que
utilizam produtos naturais, tais como ervas dietéticas e plantas medicinais frescas ou secas, alimentos e vitaminas para o manejo
de doenças.
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A fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pela utilização de plantas medicinais em suas diferentes formas
farmacêuticas, sem o uso de substâncias ativas isoladas, ainda que sejam de origem vegetal. O uso das plantas medicinais na arte
de curar é uma forma de tratamento de origem muito antiga, relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada nas
informações que perduraram através de gerações. Ao longo da história os produtos de origem vegetal formaram as bases para o
tratamento de diferentes doenças (Ministério da Saúde, 2015).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) os fitoterápicos são produtos e materiais à base de plantas e ervas. O
termo “erva”, inclui material de planta em seu estado bruto, tais como folhas, flores, frutos, sementes, fragmentados ou em pó e
processados por métodos locais e utilizados de forma tradicional. A fitoterapia, associada ou não ao tratamento convencional,
traz inúmeros benefícios e uma dimensão mais humanizada e integral do paciente, resgata sua condição histórico-cultural, e
contribui para a valorização do indivíduo como agente de sua própria história (Bueno, Martínez, & Bueno, 2016).
Ultimamente, tem se observado o aumento da expectativa de vida da população e com isso observa-se também o
aumento da prevalência de patologias como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e dislipidemias,
doenças essas que provocam grande impacto na qualidade de vida e hábitos da população. A procura por tratamentos alternativos
ou adicionais ao farmacológico vem crescendo significativamente, e o uso de chás e plantas medicinais se torna cada vez mais
frequente (Silva & Hahn, 2011).
A HAS é fator de risco para o desenvolvimento de Doenças Cardiovasculares (DCV) e síndrome com manifestações
próprias e características típicas. A hipertensão está notoriamente associada a diversas complicações, como Acidente Vascular
Encefálico (AVE), Doença Arterial Periférica (DAP), Insuficiência Cardíaca (IC), Doença Renal Crônica (DRC), Infarto Agudo
do Miocárdio (IAM) e Doença Arterial Coronariana (DAC) (Nobre, Coelho, Lopes, & Geleilete, 2013).
A literatura tem demostrado os efeitos positivos do alho sobre a HAS. Chagas, Zanetti e Donatini (2012) escrevem que
o alho age na hipertensão de diversas formas, exercendo um efeito dilatador, tanto pela liberação de óxido nítrico, quanto pelo
aumento da adenosina disponível, contribuindo dessa forma para o mecanismo hipotensor, podendo-se considerar o alho um
forte aliado no tratamento desta patologia.
Diante do exposto apresenta-se a necessidade de avaliar a o uso de extrato de alho como fitoterapia no controle da
hipertensão, para tal o estudo teve como problemática “Qual a eficácia do uso de extrato de alho como fitoterapia no controle da
hipertensão de acordo com a Literatura?”. Onde objetivou-se verificar nas produções cientificas disponíveis os efeitos do extrato
de alho em indivíduos hipertensos, mais especificamente, analisar o efeito do alho como tratamento anti-hipertensivo; explicar
os benefícios do allium vegetais na dieta; descrever a utilização do alho na redução das morbidades e mortalidades; e identificar
efeitos colaterais do uso de alho. Dessa forma, a relevância da pesquisa foi apresentar evidências cientificas presentes na literatura
acerca da utilização do extrato de alho como fitoterapia no controle da HAS, descrevendo os principais benefícios da sua
aplicação na rotina e elencando pontos positivos e negativos.
2. Metodologia
O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo Revisão Integrativa (RI) da literatura. Este
procedimento foi escolhido por possibilitar a síntese e análise do conhecimento científico já produzido sobre o tema “O Uso De
Extrato De Alho Como Fitoterapia No Controle Da Hipertensão: Uma Revisão Integrativa”. Esta revisão utilizou a metodologia
proposta no estudo de Oliveira et al. (2016).
De acordo com Souza, Silva e Carvalho (2010), a RI tem sido vista como um instrumento ímpar no campo das ciências
da saúde, pois sintetiza os estudos disponíveis sobre determinado tema e direciona a prática respaldando-se em conhecimento
científico. Apesar de que combinar dados de delineamento de pesquisa diversos seja complicado e difícil, conduzir uma revisão
integrativa a partir da inclusão de uma organizada e rigorosa abordagem do processo, sobretudo da análise de dados, tem como
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resultado a diminuição de vieses e erros. Portanto, é imperativo instituir a RI como dispositivo válido da Prática Baseada em
Evidências (PBE).
O tema determinou a construção da estratégia PICO, que representa um acrônimo para Paciente (P), Intervenção (I),
Comparação (C) e Desfechos (O-outcomes), na qual foi utilizada como questão norteadora desta revisão integrativa da literatura:
“Quais evidências científicas recomendam para o controle da pressão arterial o uso de extrato de alho em indivíduos
hipertensos?”.
Para a localização dos estudos relevantes, que respondessem à pergunta de pesquisa, utilizou-se de descritores indexados
e não indexados (palavras-chave) nos idiomas português, inglês e espanhol. Os descritores foram obtidos a partir do Medical
Subject Headings (MESH), dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e dos títulos CINAHL, como mostra o Quadro 1.
Consultou-se por meio de descritores e palavras-chave as bases de dados PubMed da National Library of Medicine;
BVS (Biblioteca Virtual da Saúde), coordenada pela BIREME e composta de bases de dados bibliográficas produzidas pela Rede
BVS, como LILACS, além da base de dados Medline e outros tipos de fontes de informação e CINAHL (Cumulative Index to
Nursing and Allied Health Literature).
Quadro 1. Elementos da estratégia PICO, descritores e palavras-chave utilizados. Caxias, MA, Brasil, 2019.
Elementos
Mesh
Decs
Títulos Cinahl
Palavras-chave
P
“Hipertensão”
“Hypertension”
“Hypertension”
“Hipertensión”
“Hipertensão”
“Hypertension”
“Hypertension”
“Hipertensión”
“Hipertensão”
I
“Alho”
“Garlic”
“Plant extracts”
“Garlic”
“Ajo”
“Alho”
“Plant extracts”
“Extractos
vegetales”
“Extratos
vegetais”
“Garlic”
“Plant extracts”
“Garlic”
“Ajo”
“Alho”
“Plant extracts”
“Extractos
vegetales”
“Extratos
vegetais”
C
-
-
-
-
-
O
“Normotensão”
-
“Control”
“Control”
“Controle”
-
“Control”
“Control”
“Controle”
Fonte: Descritores, Títulos e Palavras-chaves (2019).
Ressalta-se que o elemento C da estratégia PICO não foi abordado nesta pesquisa, pois esta não tem por objetivo
comparar intervenções. Os termos utilizados durante a pesquisa foram classificados e combinados nos bancos de dados,
resultando em estratégias específicas de cada base, como mostra o Quadro 2.
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Quadro 2. Estratégias de busca utilizadas nas bases de dados BIREME, PUBMED e CINAHL. Caxias, MA, Brasil, 2019.
BASE DE
DADOS
ESTRATÉGIA DE BUSCA
RESULTADOS
FILTRADOS
SELECIONADOS
BIREME
(descritores Decs)
tw:(tw:((tw:(hipertensão )) AND (tw:(alho OR extratos vegetais ))
AND (tw:(controle ))) AND (instance:"regional") AND
( fulltext:("1"))) AND (instance:"regional")
416
264
3
PubMed
(descriptors
MeSH)
(("hypertension"[MeSH Terms] OR "hypertension"[All Fields])
AND (("garlic"[MeSH Terms] OR "garlic"[All Fields]) OR ("plant
extracts"[MeSH Terms] OR ("plant"[All Fields] AND "extracts"[All
Fields]) OR "plant extracts"[All Fields]))) AND ("prevention and
control"[Subheading] OR ("prevention"[All Fields] AND
"control"[All Fields]) OR "prevention and control"[All Fields] OR
"control"[All Fields] OR "control groups"[MeSH Terms] OR
("control"[All Fields] AND "groups"[All Fields]) OR "control
groups"[All Fields])
793
163
3
CINAHL
(CINAHL
Headings)
Hypertension AND (Garlic or Plant extracts) AND Control
299
34
2
Fonte: Bases de dados.
Como critérios de inclusão utilizaram-se estudos disponíveis em sua totalidade, publicados nos últimos dez anos, de
2009 até 2019, nos idiomas Português, Espanhol e Inglês. Foram excluídos da busca inicial capítulos de livros, resumos, textos
incompletos, teses, dissertações, monografias, relatos técnicos e outras formas de publicação que não fossem artigos científicos
completos.
A análise para seleção dos estudos foi realizada em duas fases, a saber: na primeira, os estudos foram pré-selecionados
segundo os critérios de inclusão e exclusão e de acordo com a estratégia de funcionamento e busca de cada base de dados.
Durante a análise e interpretação dos resultados, as informações coletadas nos artigos científicos foram analisadas e criaram-se
categorias analíticas que facilitaram a ordenação e a sumarização de cada estudo. Essa categorização foi realizada de forma
descritiva, indicando os dados mais relevantes para o estudo.
Na segunda fase os estudos foram analisados quanto ao potencial de participação no estudo, avaliando o atendimento à
questão de pesquisa, bem como o tipo de investigação, objetivos, amostra, método, desfechos e conclusão, resultando em oito
(8) artigos. Ao final de toda análise, oito (8) artigos atenderam a questão norteadora e foram adicionados ao estudo.
O estudo levou em consideração os aspectos éticos da pesquisa quanto às citações dos estudos, respeitando a autoria
das ideias, os conceitos e as definições presentes nos artigos incluídos na revisão.
As evidências científicas foram classificadas segundo os níveis e graus de recomendação propostos por Bork (2011),
onde são apresentados sete níveis de evidência: nível 1, Revisão Sistemática; nível 2, Ensaio Clínico Randomizado; nível 3,
Coorte; nível 4, Caso Controle; nível 5, Série de Casos; nível 6, Opiniões de Especialistas; e nível 7, Estudos Pré-Clínicos
(animais/in vitro). Além de três graus de recomendação: grau A, onde o resultado recomenta a intervenção; grau B, onde o
resultado não é conclusivo ou não é o suficiente para confirmar a hipótese e; grau C, onde o resultado contraindica a intervenção.
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3. Resultados e Discussão
Encontraram-se quatrocentos e dezesseis (416) estudos como busca geral na BVS, sendo que limitando a busca para
artigos com texto completo, realizado com humanos e nos últimos dez anos, obteve-se duzentos e sessenta e quatro (264) estudos,
destes foram analisados títulos e resumos onde apenas três (3) estudos foram condizentes com a questão desta pesquisa.
Na base PUBMED, como busca total foram encontrados setecentos e noventa e três (793) estudos, aplicando na pesquisa
o filtro que limita por texto completo dos últimos dez anos, com humanos, obteve-se cento e sessenta e três (163) estudos, destes
foram analisados títulos e resumos e teve como resultado final de três (3) estudos.
Na CINAHL foram obtidos duzentos e noventa e nove (299) estudos como busca geral, sendo que limitando a busca
para artigos com texto completo realizados nos últimos dez anos com humanos, obteve-se trinta e quatro (34) estudos, sendo três
(3) condizentes com a questão desta pesquisa após a análise dos títulos e resumos.
O Quadro 3 se refere aos autores das bases teóricas utilizados no estudo, de forma a evidenciar de que trata os artigos
científicos; o autor do artigo, assim como o tipo de pesquisa, o objetivo e os resultados a que se refere cada publicação utilizada
na elaboração do presente estudo.
Quadro 3. Distribuição das publicações cientificas com autor, ano, objetivos, tipo de estudo e resultados. Caxias, MA, Brasil,
2019.
Autores
Objetivo principal
Perfil amostral
Intervenções/
Interesse
Principais resultados
Stabler, Tejani,
Huynh e Fowkes
(2012)
Determinar se o uso de alho
como monoterapia, em
pacientes hipertensos,
diminui o risco de
morbidade e mortalidade
cardiovascular em
comparação ao placebo.
Ensaios clínicos
randomizados
totalizando dois
artigos.
Realizar uma
revisão baseada em
evidências da
literatura sobre o
uso do alho como
monoterapia em
pacientes
hipertensos.
Ingerir 200 mg de alho em pó
administrados três vezes ao dia,
além da hidroterapia com
hidroclorotiazida e triantereno,
produziram uma redução média da
pressão arterial sistólica e
diastólica versus placebo.
Simons,
Wollersheim e
Thien (2009)
Realizar uma avaliação da
qualidade dos estudos
sobre a utilização do alho
na redução da pressão
arterial.
Meta-análise
totalizando
trinta e dois
ensaios clínicos
randomizados.
Realizar uma
revisão baseada em
evidências da
literatura sobre a
qualidade dos
estudos referentes à
utilização do alho na
redução da pressão
arterial.
A qualidade metodológica dos
estudos foi pobre, apenas quatro
estudos tiveram ocultação de
alocação adequada. Além disso,
metade dos estudos não relatou
dados sobre a medida da pressão
arterial.
Sobenin,
Andrianova,
Fomchenkov,
Gorchakova e
Orekhov (2009)
Comparar o uso de pílulas
de alho em pó em relação
ao uso de pílulas de alho
comuns para reduzir a
pressão arterial.
Um total de 84
homens (35- 70
anos)
diagnosticados
com hipertensão
leve ou
moderada.
Ingerir pílulas de
alho em pó ou
pílulas de alho
comum em
comparação ao
placebo.
A ingestão de pílulas de alho em
pó ou pílulas de alho comum
mostrou diminuição da pressão
arterial e seus resultados não
diferiram significativamente, já
os placebos não mostraram
eficácia.
Wang, J.
Yang, Qin e
X.-J. Yang
(2015)
Investigar o efeito do uso
de alho na pressão arterial.
Meta-análise
totalizando
dezessete
ensaios clínicos
randomizados.
Realizar uma
revisão baseada em
evidências da
literatura sobre o
efeito do uso de alho
na pressão arterial.
Os resultados mostraram que o
alho tem um efeito
significativamente maior na
redução da pressão arterial em
comparação ao placebo.
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Ried, Frank e
Stocks (2013)
Avaliar o efeito, dose-
resposta, tolerabilidade e
aceitabilidade de diferentes
doses de extrato de alho
envelhecido como um
tratamento adjunto à
medicação anti-
hipertensiva existente em
pacientes com hipertensão
não controlada.
Um total de 79
participantes
diagnosticados
com hipertensão
arterial não
controlada.
Consumir extrato de
alho envelhecido
em comparação ao
placebo.
O consumo do extrato de alho
envelhecido é superior ao placebo
na redução da pressão arterial em
pacientes com hipertensão não
controlada, seu uso foi bem
tolerado e altamente aceitável,
porém, embora raros, distúrbios
gastrointestinais foram relatados.
Ried, Frank e
Stocks (2010)
Avaliar o efeito,
tolerabilidade e
aceitabilidade do extrato de
alho envelhecido como um
tratamento adjunto à
medicação anti-
hipertensiva tratada, mas
não controlada.
Um total de 25
participantes
com hipertensão
tratada, porém
não controlada.
Ingerir cápsulas de
alho envelhecido
em comparação ao
placebo.
A ingestão das cápsulas de alho
envelhecido é superior ao placebo
na redução da pressão arterial
sistólica em pacientes com
hipertensão tratada, mas não
controlada. O extrato de alho
envelhecido foi geralmente bem
tolerado e o nível de redução da
pressão arterial obtido foi
comparável ao de medicação anti-
hipertensiva comum.
Bahadoran,
Mirmiran,
Momenan e
Azizi (2017)
Investigar a associação
entre o consumo habitual
de vegetais de alho (alho e
cebola) e a incidência de
desfechos de doença
cardiovascular,
hipertensão, doença renal
crônica e diabetes tipo 2.
Homens e
mulheres
adultos,
participantes do
Estudo de
Lipídios e
Glucose de
Teerã (2006–
2008 a 2012–
2014), foram
recrutados.
Consumir alho e
cebola de acordo
com os hábitos
alimentares
individuais de cada
participante.
A maior ingestão habitual de
legumes allium foi associada a um
risco reduzido de 64% de
desfechos
cardiovasculares, menor
incidência de doença renal
crônica, e diminuiu o
desenvolvimento da hipertensão,
porém, não houve nenhuma
associação significativa entre a
ingestão de vegetais de allium e o
risco de diabetes tipo 2.
Xiong et al.
(2015)
Revisar sistematicamente a
literatura médica para
investigar as evidências
atuais de alho para o
tratamento da hipertensão.
Meta-análise
totalizando sete
ensaios clínicos
randomizados.
Realizar uma
revisão baseada em
evidências da
literatura sobre o
efeito do uso de alho
na hipertensão.
O estudo revelou que o uso do alho
tem um efeito redutor
significativo, tanto na pressão
arterial sistólica quando na pressão
arterial diastólica.
Fonte: Artigos pesquisados (2019).
É interessante observar que a maioria dos estudos teve como interesse realizar uma revisão baseada em evidências, além
disso, quase toda totalidade dos estudos demonstraram resultados positivos quanto ao uso do extrato de alho no controle da HAS,
o que favorece a possibilidade de ser utilizado na prática clínica.
O Quadro 4 a seguir refere-se aos autores das bases teóricas utilizados no estudo, de maneira a evidenciar os títulos das
pesquisas; o ano de publicação; o país onde o estudo foi realizado; o delineamento da pesquisa; nível de evidência; e o grau de
recomendação.
Research, Society and Development, v. 10, n. 2, e7610212024, 2021
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12024
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Quadro 4. Distribuição das publicações incluídas segundo o título, ano de publicação, país onde o estudo foi realizado,
delineamento da pesquisa, nível de evidência e grau de recomendação. Caxias, MA, Brasil, 2019.
Autores
Título
Base de dado
/ano de
publicação
País
Delineamento
da pesquisa
Nível de
evidência
Grau de
recomendação
Stabler et
al. (2012)
Garlic for the prevention of
cardiovascular morbidity and
mortality in hypertensive patients
(Review)
PUBMED/
2012
Reino
Unido
Revisão
Sistematica
1
B
Simons et
al. (2009)
A systematic review on the
influence of trial quality on the
effect of garlic on blood pressure
PUBMED/
2009
Holanda
Revisão
Sistemática
1
C
Sobenin et
al. (2009)
Time-released garlic powder
tablets lower systolic and diastolic
blood pressure in men with mild
and moderate arterial
hypertension
PUBMED/
2009
Rússia
Ensaio Clinico
Randomizado
2
A
Wang et al.
(2015)
Effect of Garlic on Blood
Pressure: A Meta-Analysis
BIREME/
2015
China
Revisão
Sistemática
1
A
Ried et al.
(2013)
Aged garlic extract reduces blood
pressure in hypertensives: a dose–
response trial
BIREME/
2013
Austrália
Ensaio Clinico
Randomizado
2
A
Ried et al.
(2010)
Aged garlic extract lowers blood
pressure in patients with treated
but uncontrolled hypertension: A
randomised controlled trial
BIREME/
2010
Austrália
Ensaio Clinico
Randomiado
2
A
Bahadoran
et al.
(2017)
Allium vegetable intakes and the
incidence of cardiovascular
disease, hypertension, chronic
kidney disease, and type 2
diabetes in adults: a longitudinal
follow-up study
CINAHL/
2017
Irã
Ensaio Clinico
Randomizado
2
A
Xiong et al.
(2015)
Garlic for hypertension: A
systematic review and meta-
analysis of randomized controlled
trials
CINAHL/
2015
China
Revisão
Sistemática
1
B
Fonte: Artigos pesquisados (2019).
Quanto ao nível de evidência observou-se que metade dos delineamentos de pesquisa inclusos neste estudo foram
revisões sistemáticas e a outra metade composta de ensaios clínicos randomizados, dessa forma, apresentaram um alto nível de
evidência. Além disso, a maioria alcançou grau de recomendação A para prática clínica.
O uso do alho na prática clínica
O alho é um alimento tradicional utilizado mundialmente, apresenta ainda efeitos terapêuticos em algumas patologias.
O alho possui a capacidade de provocar efeitos anti-hipertensivos através da inibição das Enzimas Conversoras de Angiotensina
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(ECAs), minimizando a pressão alta. Os suplementos são compostos por alho em pó, extrato de alho envelhecido e óleo de alho,
que apresentam efeitos diferentes sobre a pressão sanguínea (Wang, J. Yang, Qin, & X.-J. Yang, 2015).
Os suplementos de alho apresentam resultados superiores ao placebo na redução da pressão arterial em pacientes
hipertensos, especialmente naqueles com Pressão Arterial Sistólica (PAS) elevada. Conjuntamente o extrato de alho envelhecido
apresenta efeito superior ao placebo na redução da PAS em pacientes com hipertensão arterial descompensada. A redução
observada na PAS é comparável com a alcançada através de medicamentos anti-hipertensivos que são comumente prescritos,
apresentando uma importância clínica (Ried, Frank, & Stocks, 2010; Wang et al., 2015; Xiong et al., 2015).
Em um estudo randomizado, Sobenin et al. (2009) relataram que um dos suplementos dietéticos à base de alho, o Allicor,
produz um efeito hipotensivo estatisticamente significativo tanto na PAS quanto na Pressão Arterial Diastólica (PAD) em
indivíduos com hipertensão arterial leve a moderada. Tanto o Allicor quanto o Kwai induziram reduções moderadas na pressão
arterial, mas estatisticamente significativas, na PAS. Esses achados mostram que os mecanismos de ação hipotensora das
preparações à base de alho podem ser bem diferentes daqueles dos agentes farmacológicos convencionais usados no tratamento
da hipertensão arterial e podem ser referidos à regulação biológica complexa da pressão arterial.
Utilização do alho como terapia complementar no tratamento HAS
O estudo de Wang et al. (2015) relatam que o efeito anti-hipertensivo foi produzido a partir da suplementação de 480mg
de alho, e em outro o grupo de hipertensos que fez a suplementação de alho teve a diminuição significativa da pressão arterial
com o aumento da dose e da duração da suplementação.
Na pesquisa de Ried et al. (2010) em que um grupo controle e um grupo de pacientes com hipertensão não controlada
fizeram o uso do alho, o efeito do tratamento durante 12 semanas foi aparente entre os dois grupos do estudo, em que se obteve
diferença média na PAS ± EP: −10,2 ± 4,3, p = 0,0361, apesar de o efeito não ter sido perceptível em todos os pacientes.
De acordo com Bahadoran et al. (2017), a ingestão de vegetais allium foi associada a redução considerável dos riscos
de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, doenças renais e hipertensão arterial, cada 10g/ semana de aumento de ingestão
de vegetais allium, foi associado com a redução de triglicerídeos e depuração de creatinina, favorecendo a melhoria da função
renal e diminuição da pressão arterial.
Na revisão sistemática de Xiong et al. (2015) foi relatado que processados de alho em cápsula reduziu significativamente
a pressão arterial por uma média de 8,77 mmHg, depois de apenas duas semanas (P < 0,01) e uma média de 8,05 mmHg após 8
semanas (P < 0,01), na qual concluiu-se que consumir 1000mg de alhos processados em cápsulas durante 8 semanas pode
significativamente reduzir a pressão arterial em pacientes hipertensos.
Stabler et al. (2012) relataram alguns estudos que utilizaram 200mg de pó de alho três vezes ao dia, no qual obteve-se
uma redução significativa da pressão sistólica média e pressão diastólica, e que também obteve resultados positivos utilizando o
pó do alho como terapia complementar a hidroclorotiazida- triantereno.
Efeitos colaterais no uso do alho como fitoterápico
No estudo de Ried et al. (2010), alguns participantes da pesquisa relataram algumas queixas quanto ao uso da cápsula
de alho, a tolerabilidade da cápsula em geral foi elevada, apesar de um quarto (24%) dos participantes relatarem eructação,
refluxo, halitose, no entanto, estes efeitos foram considerados mínimos e descobriram formas de reduzi-los incluindo consumo
de balas refrescantes, dividir a dosagem diária ou tomar as cápsulas com alimentos, e apenas 2 (8%) participantes abandonaram
o tratamento depois de dois meses por queixas gastrointestinais.
Research, Society and Development, v. 10, n. 2, e7610212024, 2021
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Ried et al. (2013) também relataram em seu estudo que 4% dos participantes (3 de 79) abandonaram o estudo depois de
4 semanas devido a queixas gastrointestinais. Outras queixas menores também foram relatadas pelos participantes, onde 32%
dos participantes queixaram-se de inchaço, flatulência e refluxo.
Nos estudos analisados por Xiong et al. (2015) os efeitos colaterais mais citados foram desconforto gástrico, eructação,
refluxo, flatulência, prisão de ventre, diarreia, dor de cabeça e halitose, os participantes também relataram dificuldades para
ingerir as cápsulas de alho.
Utilização do alho na redução das morbidades e mortalidades
O alho vem sendo considerado como uma forma de terapia alternativa no tratamento de hipertensão, visto que apresenta
certa segurança e mínimos efeitos colaterais a quem o utiliza, porém ainda existe uma escassez de informação, o que dificulta a
compreensão dos reais efeitos em potencial do alho em tratamentos clínicos (Xiong et al., 2015).
Nos estudos de Bahadoran et al. (2017) observou-se que o consumo de vegetais allium, tais como alho e cebola em uma
quantidade significativa foram associados a um menor risco de hipertensão arterial e disfunções renais, reduzindo as chances de
complicações cardiovasculares decorrentes da HAS.
O uso de extrato de alho envelhecido no tratamento de HAS não controlada também mostrou uma redução significativa
nos valores da PA, tal redução pode ser comparada às obtidas com uso de anti-hipertensivos comumente prescritos. Assim, uma
redução acerca de 10mmHg na PAS está diretamente associada a redução de risco de doenças cardiovasculares, sendo uma
terapia alternativa, tolerada e altamente aceitável (Ried, Frank, & Stocks, 2013).
Sobenin et al. (2009) afirmam que por ter um efeito hipotensor o alho assim como os derivados do mesmo grupo que o
compõem (vegetais allium) podem contribuir estatisticamente de forma moderada para a redução e prevenção de doenças
cardiovasculares, tendo em vista que a HAS é um dos principais riscos para o desenvolvimento dessas complicações. Porém,
ainda não existe evidências suficientes que possam determinar o uso do alho como uma prática terapêutica com benefícios em
relação a redução do risco de mortalidade e morbimortalidade cardiovasculares (Stabler, Tejani, Huynh, & Fowkes, 2012).
Os benefícios do allium vegetais na dieta
A inserção de allium na dieta pode ter vários efeitos positivos no organismo, estudos sugerem que o alho pode ser eficaz
na redução de colesterol e também na redução da PA em indivíduos hipertensos e saudáveis, por ter propriedades antioxidantes
que potencializam os efeitos dos anti-hipertensivos (Bahadoran, Mirmiran, Momenan, & Azizi, 2017).
Muitas vezes o tratamento com anti-hipertensivo não apresenta uma adesão adequada aos pacientes devido aos custos
da medicação e de efeitos colaterais que podem ocorrer, em decorrência disso o alho vem sendo utilizado como uma terapia
alternativa, não substituindo o uso dos anti-hipertensivos no controle da PA, pois é um método que ainda precisa ser objeto de
diversos estudos para assim compreender seus efeitos na prática clínica (Wang et al., 2015).
Nos estudos de Ried et al. (2013) ao realizarem um ensaio utilizando extrato de alho envelhecido em pacientes com
HAS, obteve-se uma redução nos níveis limítrofes da pressão arterial em pacientes que faziam uso de anti-hipertensivos
regularmente e até naqueles que tinham HAS não controlada. Em pacientes com idade mais avançada tais efeitos não foram
observados, o que sugere a influência de outros fatores, tais como genéticos e fisiológicos.
Acredita-se que os efeitos dos vegetais allium sobre a HAS podem variar devido a diferentes padrões e hábitos
alimentares, portanto, a forma como são utilizados, a dosagem, os fatores ambientais, nutricionais, genéticos e até
medicamentosos, estariam relacionados aos efeitos positivos ou negativos do uso de vegetais de allium no controle da hipertensão
(Bahadoran et al., 2017).
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4. Considerações Finais
Este estudo permitiu descrever os benefícios do uso do extrato de alho no tratamento da hipertensão arterial de acordo
com a Literatura, onde foram observados diversos efeitos positivos entre eles destaca-se redução do colesterol, redução da
pressão arterial tanto em indivíduos hipertensos quanto em indivíduos saudáveis, e seu potencial positivo para auxiliar o
tratamento convencional da hipertensão arterial.
Foi observado ainda que aumentar a ingestão de vegetais allium, pode estar associada a redução de triglicerídeos e
depuração de creatinina, o que proporciona uma melhoria da função renal e diminuição da pressão arterial. Vale ressaltar ainda
que o uso do alho apesar das baixíssimas contraindicações, pode ocasionar alguns efeitos colaterais em uma pequena parcela da
população, são eles: distúrbios gastrointestinais, náuseas, refluxo, flatulência, prisão de ventre, diarreia ou até leve alteração no
paladar.
Nesse aspecto, cabe aos profissionais da saúde avaliarem a melhor forma de introduzir o extrato de alho para auxiliar o
tratamento da HAS, sempre respeitando as particularidades de cada cliente, monitorando o grau de conhecimento e aceitação
dos indivíduos e observando se há presença de sinais de efeitos adversos.
Como limitações da pesquisa tem-se o fato de que há poucos estudos disponíveis que sejam capazes de investigar e
comprovar todos os pontos positivos e negativos da utilização do extrato de alho no tratamento tanto da Hipertensão quanto no
tratamento de outras patologias, elenca-se ainda o fato de que muitas vezes os profissionais da área da saúde preferem receitar
somente fármacos e não utilizam nenhum tipo de terapia complementar.
Por fim, o estudo possibilitou expandir os conhecimentos acerca dos benefícios da utilização do extrato de alho como
fitoterapia no controle da hipertensão. Mais estudos são necessários para explorar a eficácia de terapias adjuvantes com o uso do
extrato de alho envelhecido; a associação entre a dose e a duração com a alteração da pressão arterial; a segurança do uso a longo
prazo e o efeito do extrato de alho envelhecido sobre outros fatores, como o risco cardiovascular. Dessa forma, espera-se que
novas pesquisas sejam realizadas nesta linha de investigação, a fim de provar a importância do uso do extrato de alho, bem como,
outras terapias complementares para auxiliar no tratamento de diversas patologias.
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