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Artigo Original / Original Paper
Flora do estado do Rio de Janeiro: Myrciaria,
Neomitranthes e Siphoneugena (Myrtaceae)
Flora of the state of Rio de Janeiro: Myrciaria, Neomitranthes
and Siphoneugena (Myrtaceae)
Diana Kelly Dias Caldas1,4,5, José Fernando Andrade Baumgratz2 & Marcelo da Costa Souza3
Resumo
Apresenta-se o estudo taxonômico dos gêneros Myrciaria (5 spp.), Neomitranthes (5 spp.) e Siphoneugena (4
spp.) na flora do estado do Rio de Janeiro. Consultou-se a literatura especializada e coleções dos principais
herbários do estado, incluindo imagens digitalizadas on line e tipos nomenclaturais, e realizaram-se expedições
a campo para observação e coleta de amostras. Apresenta-se chaves de identificação, descrições, comentários,
ilustrações e mapas de distribuição para as 14 espécies estudadas. A maioria das espécies ocorre em Floresta
Ombrófila Densa, sendo algumas encontradas também em Restinga. Todas as espécies são encontradas em
várias Unidades de Conservação. Características da inflorescência e florais distinguem os gêneros, enquanto
as espécies são distintas por características dos ramos, folhas, inflorescências, brácteas, bractéolas, cálice
e número de óvulos por lóculo. Também são propostas lectotipificações para Myrciaria disticha, Eugenia
guaquiea e Eugenia tenella, e um novo sinônimo (Myrciaria tenella var. elliptica) e registrados novos locais
de ocorrência no estado fluminense para 10 espécies.
Palavras-chave: clado Plinia, conservação, floresta atlântica, lectótipos, restinga.
Abstract
We present a taxonomic study of genera Myrciaria (5 spp.), Neomitranthes (5 spp.) and Siphoneugena (4 spp.)
for the flora of the state of Rio de Janeiro. The specialized literature and collections of the main herbariums
of the state were consulted, including on-line scanned images and nomenclatural types, and field expeditions
were carried out for observation and collection. We present identification keys, descriptions, comments,
illustrations and distribution maps for the 14 species studied. Most species occur in Dense Ombrophilous Forest,
some of which are also found in Restinga vegetation. All species are found in several Conservation Units.
Inflorescence and floral characteristics distinguish the genera, while the species are distinct by characteristics
of the branches, leaves, inflorescences, bracts, bracteoles, calyx and number of ovules per locule. Lectotypes
for Myrciaria disticha, Eugenia guaquiea and Eugenia tenella, and a new synonym (Myrciaria tenella var.
elliptica), and new occurrence sites in the state of Rio de Janeiro are registered for 10 species.
Key words: clade Plinia, conservation, atlantic forest, lectotypes, restinga.
Introdução
No Brasil, Myrtaceae está representada por
23 gêneros e mais de 1.000 espécies (BFG 2018)
e assinalada como a sexta família mais diversa na
Floresta Atlântica, com um total de 636 táxons, sendo
Eugenia (241 espécies) e Myrcia (132 espécies) os
gêneros de maior riqueza, das quais respectivamente,
202 e 101 são endêmicas (Stehmann et al. 2009).
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Museu Nacional, Depto. Botânica, Quinta da Boa Vista, s/nº, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil.
2 Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, Diretoria de Pesquisa Científica, R. Pacheco Leão 915, Jardim Botânico 22460-030, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
3 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, Rua UO, Seropédica. 23897-035, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
4 ORCID: <https://orcid.org/0000-0003-4552-1611>
5 Autor para correspondência: dianad.caldas@gmail.com
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
http://rodriguesia.jbrj.gov.br
DOI: https://doi.org/10.1590/2175-7860202071117
2 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
O estado do Rio de Janeiro está totalmente
circunscrito no Domínio Floresta Atlântica, e apesar
de possuir apenas 18,6% da formação original,
ainda está representada por inúmeros fragmentos
florestais, que podem se mostrar de modo mais
contínuo ao longo das escarpas e reversos das
serras do Mar e da Mantiqueira (Stehmann et al.
2009). Na flora fluminense, Myrtaceae também
se mostra bem diversificada, representada por
17 gêneros e mais de 300 espécies, com a grande
maioria ocupando preferencialmente as formações
florestais, incluindo campos de altitude, mas
ocorrendo também em formações de restingas
(Sobral et al. 2015; BFG 2018).
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena,
juntamente com Algrizea e Plinia integram o
clado Plinia, um grupo informal monofilético que
se caracteriza pelo ovário com dois a oito óvulos,
inseridos normalmente na porção basal do septo,
além das sementes com testa macia, cotilédones
plano-convexos, carnosos e livres, e ausência
de placas escalariformes (Lucas et al. 2007).
Atualmente, vem sendo desenvolvido um estudo
taxonômico do gênero Plinia no Brasil, que envolve
também as espécies na flora fluminense (Caldas,
em preparação).
Até o momento não há estudos taxonômicos
para estes três gêneros na flora do estado do Rio
de Janeiro, apesar de dados serem encontrados
de modo disperso em diferentes trabalhos, como
os de Berg (1855–1856, 1857–1859), Proença
(1990), Sobral (1991, 1993) e Souza (2009). Desse
modo, apresenta-se o tratamento taxonômico
desses três gêneros na flora fluminense, com
descrições diagnósticas dos táxons reconhecidos,
chaves de identificação, resolução de problemas
nomenclaturais, comentários taxonômicos e
ecológicos, dados fenológicos, ilustrações e
mapas de distribuição. Destaca-se também o
reconhecimento de endemismos para a Floresta
Atlântica e para a flora do estado, ocorrência em
Unidades de Conservação, a proposição de duas
lectotipificações e um sinônimo.
Material e Métodos
Realizou-se o levantamento bibliográfico,
inclusive de obras com descrições originais, e
análise das coleções dos herbários BHCB, BR,
CEPEC, CESJ, F, G, HB, HRCB, HUFSJ, K,
MBM, MVM, NY, P, R, RB, RBR, SEL, SI, SP E
UB (siglas de acordo com Thiers, continuamente
atualizado), incluindo imagens digitais disponíveis
nas redes Reflora - Herbário Virtual (<http://
www.reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual>),
e speciesLink (<http://www.splink.org.br>)
para a obtenção de informações sobre áreas de
ocorrência, épocas de floração e frutificação,
formações vegetacionais, distribuição geográfica,
descrições de especialistas, nomes populares
quando possível e presença em Unidades de
Conservação. Também foi feito o levantamento
de coleções disponíveis em sítios eletrônicos
para localização de exemplares-tipo e coleções
históricas.
Realizaram-se quatro expedições (Parque
Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Natural
Municipal da Taquara, Parque Estadual do
Desengano e Parque Estadual dos Três Picos),
entre os meses de fevereiro a junho de 2017,
para coleta de material botânico, observações
morfológicas e ambientais e documentação
fotográfica, priorizando épocas de floração e
frutificação, espécies pouco representadas em
coleções e áreas com maior representatividade
de espécies. Para as coletas, utilizou-se o método
de caminhamento (Filgueiras et al. 1994), sendo
os pontos de ocorrência georeferenciados com
uso de GPS. O método de herborização seguiu
Guedes-Bruni et al. (2002) e os exemplares foram
depositados nos Herbários RB, R e RBR.
A identificação dos espécimes foi feita com
base em referências bibliográficas e comparação
com espécimes identificados principalmente por
especialistas. As descrições foram baseadas em
caracteres diagnósticos e, quando necessário,
analisaram-se coleções provenientes de
outros estados do Brasil (material adicional)
para complementá-las. Para a caracterização
morfológica de partes vegetativas e padrões de
venação, adotaram-se os conceitos de Hickey
(1973), para as estruturas florais, Radford et al.
(1974), e para a tipificação dos frutos e sementes,
Barroso et al. (1999).
A distribuição geográfica e fitofisionomias
foram analisados através de dados sobre locais de
coleta nas etiquetas das exsicatas e ocorrências
informadas em BFG 2018), juntamente a
elaboração de mapas de distribuição geográfica
no estado utilizando o software ArcGIS versão 10.4
(<https://www.arcgis.com>). A regionalização do
estado adotada no presente trabalho foi baseada em
Saraça et al. (2009) e a classificação da vegetação
baseada em IBGE (2012), exceto o termo Restinga,
que segue o conceito de Araujo (2000). Para o
material examinado selecionado foi citado apenas
um espécime por município de ocorrência.
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 3 de 31
Resultados
Os gêneros estão representados na flora
do estado do Rio de Janeiro por 14 espécies,
pertencentes a Myrciaria (5 spp.), Neomitranthes (5
spp.) e Siphoneugena (4 spp.). Esses gêneros podem
ser distintos principalmente pela persistência ou
deciduidade das brácteas, bractéolas e cálice, além
de particularidades da inflorescência, hipanto,
cálice, pétalas e ovário.
As espécies são encontradas geralmente
em formações de Floresta Ombrófila Densa
Submontana, Montana e Alto-Montana, incluindo
campos de altitude, mas também podem ocorrer em
formações de Restinga. De acordo com McVaugh
(1963), Siphoneugena é considerado um gênero
mais adaptado para floresta montana enquanto
Myrciaria para floresta de planície. Várias espécies
são encontradas também em diferentes Unidades
de Conservação, sendo mais numerosas no Parque
Nacional da Serra dos Órgãos, no Parque Nacional
da Tijuca e nas Áreas de Proteção Ambiental da
Massambaba e Restinga de Maricá.
Chave de identicação dos gêneros Neomitranthes, Myrciaria e Siphoneugena
no estado do Rio de Janeiro
1. Brácteas e bractéolas persistentes ou decíduas; cálice persistente, abrindo por caliptra; pétalas
reduzidas ......................................................................................................................2. Neomitranthes
1’. Brácteas e bractéolas sempre persistentes; cálice caduco, abrindo por lobos regulares; pétalas
desenvolvidas.
2. Inorescênciaemglomérulos;oressésseis;hipantonãoestreitadonoápice;ováriobilocular,2
óvulos por lóculo .........................................................................................................1. Myrciaria
2’. Inorescênciaemracemosoufascículos;oressobreantopódio;hipantogeralmenteestreitadono
ápice do ovário (exceto em S. kuhlmannii); ovário bilocular ou trilocular, 2–8 óvulos por lóculo
.............................................................................................................................. 3. Siphoneugena
Tratamento taxonômico
1. Myrciaria O.Berg, Linnaea 27(2-3): 136, 320.
1854.
Árvores ou arbustos. Inflorescência em nós
folhosos, em glomérulos; brácteas e bractéolas
persistentes. Flores tetrâmeras, sésseis; cálice com
lobos distintos no botão floral, regulares, decíduos
após a antese; hipanto prolongado acima do ovário;
pétalas desenvolvidas; glândula presente ou não no
conectivo; ovário bilocular, 2 óvulos por lóculo.
Fruto bacídio, globoso, cicatriz circular do cálice
presente. Semente 1–2; embrião eugenioide.
Chave de identicação das espécies de Myrciaria
1. Folhas com pecíolo ca. 1 cm compr., glabro, lâmina glabra em ambas as faces ....................................
........................................................................................................................ 1.2. Myrciaria oribunda
1’. Folhas com pecíolo 0,1–0,5 cm compr., piloso, lâmina glabra em ambas as faces ou em apenas uma
das faces.
2. Folhas com pecíolo ca. 0,2 cm compr., lâmina glabra, com nervuras secundárias inconspícuas em
ambas as faces .............................................................................................. 1.5. Myrciaria tenella
2’. Folhas com pecíolo ca. 0,1 ou 0,5 cm compr., lâmina glabra em apenas uma das faces, nervuras
secundárias nítidas apenas em uma ou em ambas as faces.
3. Ramos lisos; folhas com pecíolo ca. 0,1 cm compr., lâmina com base aguda, pontuações
nítidas, nervuras secundárias nítidas em ambas as faces ................... 1.1. Myrciaria disticha
3’. Ramos rugosos; folhas com pecíolo ca. 0,5 cm compr., lâmina com base cuneada, obtusa ou
arredondada, pontuações inconspícuas em ambas as faces, nervuras secundárias nítidas em
pelo menos uma das faces.
4. Lâmina foliar elíptica, ápice cuspidado, nervura marginal ca. 0,5 mm distante da margem,
nervura intramarginal ausente .................................................. 1.4. Myrciaria guaquiea
4’. Lâmina foliar lanceolada, ápice agudo, nervura marginal ca. 1 mm distante da margem,
nervura intramarginal presente ............................................. 1.3. Myrciaria glazioviana
4 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
1.1. Myrciaria disticha O.Berg, Fl. bras. 14(1):
366. 1857. TIPO: BRASIL. Rio de Janeiro: Serra
da Estrela, Riedel 279 (Lectótipo aqui designado:
M, imagem digital!; Isolectótipo: BR, imagem
digital!). Figs. 1; 2
Árvores ca. 5 m alt.; ramos lisos, pubescentes
quando jovens. Folhas jovens avermelhadas,
esbranquiçadas quando seca, dispostas de forma
dística em ângulo diagonal em relação à raque;
pecíolo ca. 0,1 cm compr., piloso; lâmina 1–1,2
× 0,4–0,6 cm, membranácea a cartácea, glabra na
face adaxial, pilosa na face abaxial na região da
nervura principal, elíptica, ápice cuspidado, base
aguda, margem levemente revoluta, pontuações
nítidas; nervura principal sulcada na face adaxial,
saliente na face abaxial, nervuras secundárias
26–29 em cada lado, nítidas em ambas as faces,
nervura marginal ca. 0,7 mm distante da margem,
nervura intramarginal ausente. Inflorescências
em glomérulos; brácteas 2, bractéolas 2, livres.
Flores sésseis; hipanto ca. 2 mm compr.; lobos do
cálice pilosos na face adaxial; glândula ausente no
conectivo da antera; ovário bilocular, 2 óvulos por
lóculo. Frutos ca. 1 cm diâm., glabros, verrucosos.
Material examinado selecionado: Macaé, Fazenda
Crubixás, próximo ao Pico do Frade, 6.II.1985, fl. e
fr., C. Farney 561 (IPA; RB). Miguel Pereira, REBIO
Tinguá, Orbel II, módulo PPBio Mata Atlântica, local
Orbel 2, 7.IV.2005, P.J.F.P. Rodrigues 62 (RB). Nova
Friburgo, Rio Bonito de Lumiar, estrada do Sertão, Sitio
São Jeronimo, RPPN Rio Bonito, 1.III.2004, fl., E.J.
Lucas 222 (RB). Petrópolis, Museu Imperial, V.1976,
E.F. Guimarães (RB 175268). Silva Jardim, trilha da
Casa do Aristídes, esquerda, Reserva Biológica Poço das
Antas, 26.VII.1994, C. Luchiari 473 (RB). Teresópolis,
Parque Nacional da Serra dos Órgãos, próximo da casa
dos pesquisadores, 18.XI.2006, fl. e fr., E. Lucas 480
(RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo
nos estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito
Santo e Rio de Janeiro (BFG 2018). No estado
do Rio de Janeiro, é encontrada nos municípios
de Macaé, Miguel Pereira, Nova Friburgo, Nova
Iguaçu, Petrópolis, Rio de Janeiro, Silva Jardim e
Teresópolis, em formações de Floresta Ombrófila
Densa de Terras Baixas, Submontana, Montana e
Alto-Montana.
A espécie se diferencia principalmente pelos
ramos lisos, folhas com pecíolo piloso e lobos do
Figura 1 – Distribuição geográfica de Myrciaria disticha no estado do Rio de Janeiro.
Figure 1 – Geographic distribution of Myrciaria disticha in the state of Rio de Janeiro.
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 5 de 31
Figura 2 – a-d. Myrciaria disticha – a. ramo; b. inflorescência; c. cálice deiscente; d. fruto. e. Myrciaria floribunda
– inflorescência. (a-d. Lucas 480; e. Sucre 7543).
Figure 2 – a-d. Myrciaria disticha – a. branche; b. inflorescence; c. deciduos calyx; d. fruit. e. Myrciaria floribunda – inflorescence.
(a-d. Lucas 480; e. Sucre 7543).
a
b
c
d
e
1 mm
1 mm
1 mm
5 mm
15 mm
cálice pilosos. Além disso, destacam-se também
as folhas jovens com coloração avermelhada,
esbranquiçada quando seca, dispostas de forma
dística em ângulo diagonal em relação ao ramo
(Fig. 2a). Tem sido registrada em quatro Unidades
de Conservação, o Parque Estadual dos Três
Picos, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, a
Reserva Biológica do Tinguá e a RPPN Rio Bonito.
Coletada com flores de fevereiro a abril e com
frutos em fevereiro, agosto e novembro.
Ao analisar o tipo de M. disticha na obra
original (Berg 1857), foram citadas duas coletas de
Riedel, porém sem destacar qual seria o holótipo,
e que os espécimes estariam depositados nos
6 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
herbários B e M. Nenhum espécime foi localizado
no herbário B, porém há espécimes de Riedel 279
nos herbários BR e M. Assim, indicamos aqui o
exemplar do herbário M como lectótipo de M.
disticha, por estar bem conservado e congruente
com a diagnose original.
1.2. Myrciaria floribunda (H.West ex Willd.)
O.Berg, Linnaea 27(2-3): 330. 1856. ≡ Eugenia
floribunda H.West ex Willd., Sp. Pl. 2(2): 960.
1799. = Calyptranthes floribunda (H.West ex
Willd.) Blume, Bijdr. Fl. Ned. Ind. 17: 1091. 1825.
TIPO: Habitat in insula St. Crucis, Vahl (Holótipo
B, imagem digital! Isótipo P, imagem digital!).
Figs. 2; 3; 4
Árvores ca. 4 m alt.; ramos lisos, glabros.
Folhas com pecíolo ca. 1 cm compr., glabros;
lâmina 2,5–12 × 1,5–5 cm, cartácea a membranácea,
glabra, elíptica, ápice acuminado, base cuneada,
margem não revoluta, pontuações nítidas; nervura
principal plana na face adaxial, levemente saliente
na face abaxial, nervuras secundárias 59–71 em
cada lado, nítidas em ambas as faces, nervura
marginal ca. 1 mm distante da margem, nervura
intramarginal ca. 0,25 mm distante da margem.
Inflorescências em glomérulos; brácteas 2. Flores
sésseis; hipanto 1–2 mm compr.; lobos do cálice
glabros; glândula presente no conectivo da antera;
ovário bilocular, 2 óvulos por lóculo. Frutos ca. 1
cm diâm., glabros, verrucosos.
Material examinado selecionado: Angra dos Reis, Ilha
Grande, Vila Dois Rios, trilha para o Morro do Cavalinho,
Cume, 2.II.2009, fl., V. Maioli 925 (RB). Arraial do Cabo,
restinga próximo à enseada de Tucuns, 9.IX.2000, fr.,
V.S. Fonseca-Kruel 481 (RB). Cabo Frio, duna Dama
Branca, 25.II.2003, fr., V.S. Fonseca-Kruel 614 (RB).
Cachoeiras de Macacu, Estação Ecológica Estadual do
Paraíso, acima da represa da CEDAE, 21.V.1992, B.C.
Kurtz (RB 328421). Campos dos Goytacazes, Sossego
do Imbé, Rio Sossego, 16.V.1989, fl., G. Martinelli
13309 (RB). Carapebus, Parque Nacional da Restinga
de Jurubatiba, 15.X.2010, fr., M.G. Santos 2198 (RB).
Engenheiro Paulo de Frontin, Morro Azul, 21.I.1989,
fr., K.A. Lúcio 58 (RB). Guapimirim, Estação Ecológica
Estadual de Paraíso, parcela 18, Morro Queimado (entre
Sobe-e-Desce e Bananal do Meio), 28.VI.1992, fl., M.
Peron 937 (RB). Itatiaia, Parque Nacional de Itatiaia,
Maromba, trilha para a cachoeira Véu da Noiva, margem
do Rio Maromba, 29.IX.1995, fr., J.M.A. Braga 2880
(RB). Macaé, pico do Frade de Macaé, 22.X.1985, fr., M.
Figura 3 – Distribuição geográfica de Myrciaria floribunda no estado do Rio de Janeiro.
Figure 3 – Geographic distribution of Myrciaria floribunda in the state of Rio de Janeiro.
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 7 de 31
Leitman 28 (RB). Mangaratiba, Restinga da Marambaia,
31.X.2003, fr., M.C. Souza 292 (RB). Maricá, Lagoa
de Maricá, 10.II.1975, fl., P. Occhioni 6883 (RB).
Miguel Pereira, REBIO Tinguá, local Orbel 2, parcela
8, subparcela 5E, nº indivíduo X296, 27.IV.2011, P.J.F.P.
Rodrigues 34 (RB). Niterói, Engenho do Mato, morro
do Cordovil, vale das Borboletas, trilha da Jararaca,
Parque Estadual da Serra da Tiririca, 3.III.2007, fl.,
A.A.M. Barros 2795 (RB). Nova Friburgo, Reserva
Ecológica Municipal de Macaé de Cima, nascente do
Rio das Flores, 26.IX.1987, fr., G. Martinelli 11904
(RB). Paraty, Morro do Carrapato, 17.IV.1994, fl., R.
Marquete 1668 (F; MBM; RB). Paty do Alferes, Avelar,
Horto Florestal de Pau Grande (RFFSA), 20.II.1978, fl.,
I.H. Silva 02 (RB). Petrópolis, Araras, Vale das Videiras,
6.I.1974, fl., D. Sucre 10610 (RB). Quissamã, restinga
entre o quilombo Machadinha e o Sítio Santa Luzia,
25.VII.2006, G.U.C. Araújo 13 (RB). Rio de Janeiro,
Est. da Guanabara, mata do Rumo, 22.III.1971, fl., D.
Sucre 7543 (CEPEC; MBM; MO; RB). Santa Maria
Madalena, Santo Antônio do Imbé, 3º distrito de Santa
Maria Madalena, estrada para o poço da Mirindiba,
Rio Sossego, 18.X.1994, fr., R. Marquete 2019 (RB).
São Gonçalo, Área de Proteção Ambiental do Engenho
Pequeno, bairro do Engenho Pequeno, trilha do cume
do morro, 2.VIII.2005, fl., L.J.S. Pinto 739 (RB). São
Figura 4 – a-d. Myrciaria floribunda – a. detalhe do caule; b-c. ramos floríferos, com botões florais jovens e flores,
respectivamente; d. fruto maduro (Fotos: M.C. Souza).
Figure 4 – a-d. Myrciaria floribunda – a. stem detail; b-c. flowering branches, with young flower buds and flowers, respectivaly; d.
mature fruit (Photos: M.C. Souza).
a
b
c
d
8 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
João da Barra, estrada Grussaí para Atafona, entrando à
esquerda, 25.VIII.2005, fr., R. Marquete 3684 (RB). São
Pedro da Aldeia, serra de Sapiatiba, 3.XII.2001, fr., C.
Farney 4445 (RB). Saquarema, Jaconé, restinga próxima
ao sambaqui de Jaconé, 29.III.2000, fl., C. Farney 3993
(RB). Silva Jardim, margens do Rio São João entre a
BR-101 e a ponte da linha férrea, Reserva Biológica
Poço das Antas, 24.I.2004, fr., D.S. Farias 115 (CEPEC;
RB). Teresópolis, Parque Nacional da Serra dos Órgãos,
vale do Rio Paquequer, próximo à trilha do Rancho Frio,
21.II.2005, J.W. Wesenberg 429 (RB).
Espécie de ampla ocorrência na América
Tropical. No Brasil, é encontrada nos estados do
Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima, Pará, Goiás,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco,
Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio
de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul (BFG 2018). No estado do Rio
de Janeiro é encontrada nos municípios de Angra
dos Reis, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Cachoeiras
de Macacu, Campos dos Goytacazes, Carapebus,
Engenheiro Paulo de Frontin, Guapimirim, Itatiaia,
Macaé, Mangaratiba, Maricá, Miguel Pereira,
Niterói, Nova Friburgo, Paraty, Paty do Alferes,
Petrópolis, Quissamã, Rio de Janeiro, Santa Maria
Madalena, São Gonçalo, São João da Barra, São
Pedro da Aldeia, Saquarema, Silva Jardim e
Teresópolis, em formações de Floresta Ombrófila
Densa Submontana, Montana e Alto-Montana e
de Restinga.
Distingue-se das demais Myrciaria
principalmente pelas folhas com numerosas
nervuras secundárias e lobos do cálice glabros,
além de poder apresentar variação na dimensão
foliar entre espécimes (p. ex. Martinelli 13309;
Wesenberg 429; Barros 2795) coletados em
diferentes fitofisionomias. Tem sido registrada
em várias Unidades de Conservação, como o
Parque do Sabiá, Parque Estadual da Serra da
Tiririca, Parque Nacional Restinga de Jurubatiba,
Reserva Ecológica do Paraíso, Parque Nacional
do Itatiaia, Reserva Ecológica Municipal de
Macaé de Cima, APA Restinga de Maricá, Parque
Nacional da Tijuca, Reserva Ecológica de Rio das
Pedras e Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
Popularmente conhecida como camboim (Souza
& Morim 2008). Coletada com flores de janeiro a
outubro e em dezembro e com frutos de janeiro a
abril, em junho e agosto a dezembro.
1.3. Myrciaria glazioviana (Kiaersk.) G.M.Barroso
ex Sobral, Novon 16: 137. 2006. ≡ Eugenia
cabelludo var. glazioviana Kiaersk., Enum. Myrt.
Bras. 180. 1893. = Paramyrciaria glazioviana
(Kiaersk.) Sobral, Candollea 46(2): 515. 1991.
TIPO: BRASIL. Rio de Janeiro, Schenck 3751 (C),
lectótipo designado por Sobral (Novon 16(1): 137.
2006). Figs. 5; 6
Arbustos ca. 1,70 m alt.; ramos rugosos,
pilosos. Folhas com pecíolo ca. 0,5 cm compr.,
piloso; lâmina 7,5–10,5 × 3–3,3 cm, cartácea, glabra
na face adaxial, pilosa na face abaxial, lanceolada,
ápice agudo, base arredondada, margem revoluta,
pontuações inconspícuas em ambas as faces;
nervura principal sulcada na face adaxial, saliente
na face abaxial, nervuras secundárias 25–32
em cada lado, nítidas na face abaxial, nervura
marginal ca. 1 mm distante da margem, nervura
intramarginal ca. 0,25 mm distante da margem.
Inflorescências em glomérulos; bractéolas 2, livres.
Flores sésseis; hipanto ca. 5 mm compr.; lobos do
cálice pilosos; glândula ausente no conectivo da
antera; ovário bilocular, 2 óvulos por lóculo. Frutos
ca. 2 cm diâm., pilosos, verrucosos.
Material examinado selecionado: Armação dos
Búzios, Mata de José Gonçalves, vizinha à Faz.
Rancho 10, 22.III.2007, P.R.C. Farág 608 (RB). Cabo
Frio, conglomerado 142-Ex1, UTM E (807442m),
N (7486312m), Fuso do GPS (23K), 30.IX.2013, fr.,
D. Hottz 223 (RB). Duque de Caxias, Parque Natural
Municipal da Taquara, Caminho do Ouro, próximo
à Associação Adventista, 8.V.2013, fr., Caldas 01
(UG). Engenheiro Paulo de Frontin, Morro Azul,
Instituto Zoobotânico de Morro, Estrada do Pau Ferro,
3.VIII.2010, fr., L.J.S. Pinto 1492 (RB). Guapimirim,
Granja Monte Olivete, margem do Rio Bananal,
15.X.1993, fr., J.M.A. Braga 760 (RB). Magé, distrito
de Santo Aleixo, trilha do Jequitibá, Parque Nacional
da Serra dos Órgãos, 26.IX.2007, fr., M. Nadruz 2011
(RB). Maricá, Parque Estadual da Serra da Tiririca,
Alto Mourão, trilha via Itaipuaçu, 25.V.2003, fl.,
A.A.M. Barros 1944 (RB). Niterói, Itaipuaçú, Pico Alto
Moirão, 9.IX.1982, fr., R. Andreata 506 (RB). Nova
Iguaçu, Tinguá, barragem do Macuco, próximo à casa de
segurança da CEDAE, borda da mata de encosta, Reserva
Biológica do Tinguá, 6.VII.2016, fl., H.C. Lima 8278
(FCAB, RB). Resende, Visconde de Mauá, Fazenda do
Mel, 4.VII.2015, fr., M.S. Wängler 1683 (RB). Rio de
Janeiro, Parque Estadual da Pedra Branca, Pau da Fome,
trilha para o Pico da Pedra Branca, 23.V.1993, fl., J.M.A.
Braga 369 (HUEFS; RB). Santa Maria Madalena, Mata
da Rifa, depois da posse do Sr. José Maria, 28.IV.1995,
fl., S.V.A. Pessoa 763 (RB). Silva Jardim, estrada para
Juturnaiba, Reserva Biológica Poço das Antas, 11.I.1994,
fr., M.P.M. Lima 250 (RB). Teresópolis, Subsede, trilha
mãe d’água, Parque Nacional da Serra dos Órgãos,
28.IV.2009, fl., M. Nadruz 2294 (RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo nos
estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito
Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 9 de 31
do Sul (BFG 2018). No estado do Rio de Janeiro é
encontrada nos municípios de Armação de Búzios,
Cabo Frio, Duque de Caxias, Engenheiro Paulo
de Frontin, Guapimirim, Magé, Maricá, Niterói,
Nova Iguaçu, Resende, Rio de Janeiro, Santa
Maria Madalena, São João da Barra, Silva Jardim,
Teresópolis e Valença, em formações de Floresta
Ombrófila Densa Submontana, Montana e Alto-
Montana e de Restinga.
A espécie se diferencia facilmente pela
lâmina foliar com indumento característico
apenas na face abaxial e forma lanceolada. Além
dessas características, os ramos rugosos, pecíolo
com ca. 0,5 cm comprimento e a lâmina foliar
com nervuras secundárias nítidas na face abaxial
também constituem caracteres diagnósticos para
M. glazioviana. Tem sido registrada em várias
Unidades de Conservação, como a APA da Azeda,
Parque Ecológico Municipal do Mico-leão-
dourado, Parque Estadual da Serra da Tiririca,
Parque Estadual da Pedra Branca, Parque Nacional
da Tijuca, Parque Nacional da Serra dos Órgãos,
Parque Natural Municipal da Taquara, Reserva
Biológica do Tinguá Reserva IBDF e RPPN do
CEC Tinguá. É popularmente conhecida como
cabeludinha, e amplamente cultivada devido seus
frutos comestíveis. Coletada com flores em maio
e junho e com fruto em outubro.
1.4. Myrciaria guaquiea (Kiaersk.) Mattos &
D.Legrand, Loefgrenia 67: 6. 1975. ≡ Eugenia
guaquiea Kiaersk., Enum. Myrt. Bras. 181. 1893;
= Paramyrciaria guaquiea (Kiaersk.) Sobral,
Candollea 46(2): 515. 1991. Tipo: BRASIL. Rio
de Janeiro, 8.VII.1891, A.F.M. Glaziou 18251
(Lectótipo aqui designado R!; Isolectótipos F,
P-2x imagem digital!). Síntipo remanescente: Rio
Janeiro, Jul. 1877, vulgo Guaquica, A.F.M. Glaziou
1122 (P!). Figs. 6; 7
Arbustos ca. 5 m alt.; ramos rugosos, pilosos.
Folhas com pecíolo ca. 0,5 cm compr., piloso;
lâmina 5,5–7,1 × 2,5–3,5 cm, cartácea, glabra
na face adaxial, pilosa na face abaxial, elíptica,
ápice cuspidado, base obtusa a cuneada, margem
levemente revoluta, pontuações inconspícuas em
ambas as faces; nervura principal plana a levemente
sulcada na face adaxial, saliente na face abaxial,
nervuras secundárias 27–30 em cada lado, nítidas
Figura 5 – Distribuição geográfica de Myrciaria glazioviana no estado do Rio de Janeiro.
Figure 5 – Geographic distribution of Myrciaria glazioviana in the state of Rio de Janeiro.
10 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Figura 6 – a. Myrciaria glazioviana – folha e presença das nervuras marginal e intramarginal. b. Myrciaria guaquiea
– folha e presença da nervura marginal. c-e. Myrciaria tenella – c. ramo florífero; d. folha; e. secção transversal do
ovário, evidenciando os dois lóculos. (a. Barros 1944; b. Pinto 1072; c-e. Carauta 1813).
Figure 6 – a. Myrciaria glazioviana – leave and presence of marginal and intramarginal veins. b. Myrciaria guaquiea – leave and
presence of marginal vein. c-e. Myrciaria tenella – c. flowering branche; d. leave; e. cross section of ovary, evidencing two locules. (a.
Barros 1944; b. Pinto 1072; c-e. Carauta 1813).
a
b
c
d
e
3 mm
5 mm
1 mm
10 mm
17,5 mm
em ambas as faces, nervura marginal ca. 0,5
mm distante da margem, nervura intramarginal
ausente. Inflorescências em glomérulos; brácteas 2,
bractéolas 2, livres. Flores sésseis; hipanto ca. 4 mm
compr.; lobos do cálice pilosos; glândula ausente no
conectivo da antera; ovário bilocular, 2 óvulos por
lóculo. Frutos 2–2,5 cm diâm., pilosos, verrucosos.
Material examinado selecionado: Armação dos Búzios,
estrada para a Praia de José Gonçalves, 5.XI.2012,
fr., J.E.Q. Faria 2994 (HUFSJ; RB; UB). Cabo Frio,
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 11 de 31
Sítio Guriri, Peró, 26.XI.2003, fl. e fr., G.S.Z. Rezende
253 (RB; SPF). Niterói, Parque Estadual da Serra da
Tiririca, 20.IV.2007, fl., M.C. Souza 518 (NY; RB). Rio
de Janeiro, R. São Clemente, casa de sangue, 26.X.1939,
fr., J.G. Kuhlmann 6083 (RB). São Gonçalo, Área de
Proteção Ambiental do Engenho Pequeno, próximo ao
Centro de Estudos, 9.VII.2015, fl., L.J.S. Pinto 1072
(RB). Saquarema, Reserva Ecológica de Jacarepiá,
Ilha de Jacarepiá, Reserva Ecológica de Jacarepiá,
22.IV.1994, fl., C. Farney 314 (RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo nos
estados de Bahia e Rio de Janeiro (BFG 2018).
No estado do Rio de Janeiro, é encontrada nos
municípios de Armação de Búzios, Cabo Frio,
Niterói, Rio de Janeiro, São Gonçalo e Saquarema,
em formações de Floresta Ombrófila Densa de
Terras Baixas e de Restinga.
Distingue-se das demais espécies de
Myrciaria principalmente por apresentar lâmina
foliar com ápice cuspidado. Alguns espécimes
possuem a morfologia semelhante à M. floribunda,
diferenciando-se pela pilosidade na face abaxial
e ausência de nervura intramarginal. Tem sido
registrada em três Unidades de Conservação, a
APA do Engenho Pequeno, o Parque Estadual
da Serra da Tiririca e a Reserva Ecológica de
Jacarepiá. Coletada com flores em março, abril,
julho e novembro e com frutos em janeiro, outubro
e novembro. É popularmente conhecida como
guaquica e ibá-cuíca.
Durante os estudos realizados, não foi
possível identificar o tipo de Eugenia guaquiea,
pois na obra original (Kiaerskou 1893) foram
citadas duas coletas de A.F.M. Glaziou, porém sem
destacar o holótipo. Nos herbários consultados,
essas coleções estão indicadas como síntipos ou
isosíntipos. Porém, ao comparar as informações
da obra original com esses espécimes, pode-se
observar que o exemplar do herbário R melhor
representa E. guaquiea, além de estar fértil, e por
essa razão foi indicado como lectótipo.
1.5. Myrciaria tenella (DC.) O.Berg, Linnaea 27(2-
3): 328. 1856. ≡ Eugenia tenella DC., Prodr. 3:
272. 1828. Tipo: BRASIL. Montibus excelsis prov.
Minarum, s.d., Martius (Lectótipo M-0171237
imagem digital!, amostra à direita, primeiro passo
designado por Souza & Morim (2008), segundo
passo aqui designado).
Figura 7 – Distribuição geográfica de Myrciaria guaquiea no estado do Rio de Janeiro.
Figure 7 – Geographic distribution of Myrciaria guaquiea in the state of Rio de Janeiro.
12 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
= Myrciaria tenella (DC.) O.Berg var. elliptica
O.Berg, Fl. bras 14(1): 368. 1857. Tipo: BRASIL.
In deserto inter S. Anna et S. Antonio das
Queimadas supra saxa granitica arida aprica in
prov. Bahiense, III (fl.), Martius 47 (Lectótipo F
imagem digital! aqui designado; isolectótipos BR,
E, GH, K, MICH, MO, NY, P imagens digitais!,
RB!), syn. nov. Figs. 6; 8
Arbustos ca. 1 m alt.; ramos rugosos,
glabros. Folhas com pecíolo ca. 0,2 cm compr.,
puverulento; lâmina 1,3–1,7 × 0,5–0,7 cm,
cartácea, glabra, elíptica, ápice agudo a
arredondado, base cuneada, margem levemente
revoluta, pontuações pouco visíveis em ambas
as faces; nervura principal levemente sulcada a
plana na face adaxial, saliente na face abaxial,
nervuras secundárias 13–17 em cada lado, pouco
visíveis em ambas as faces, nervura marginal ca.
0,5 mm distante da margem, nervura intramarginal
ausente. Inflorescências em glomérulos; brácteas
4, bractéolas 2, livres. Flores sésseis; hipanto ca.
2 mm compr.; lobos do cálice pilosos; glândula
ausente no conectivo da antera; ovário bilocular,
2 óvulos por lóculo. Frutos ca. 0,7 cm diâm.,
glabros, verrucosos.
Material examinado selecionado: Arraial do Cabo,
Restinga do Salgado, próximo ao Condomínio Caiçara,
11.VIII.2008, V.S. Fonseca-Kruel 737 (RB). Cabo Frio,
restinga arbustiva próxima ao aeroporto, 30.III.2007,
fr., C. Farney 4653 (RB). Itatiaia, Rio das Conchas -
Mauá, 17.XII.1964, fl., S. Andrade 362 (RB). Miguel
Pereira, REBIO Tinguá, Orbel II, Módulo PPBio Mata
Atlântica, local Orbel 2, parcela 10, nº indivíduo 631,
13.VII.2008, P.J.F.P. Rodrigues 75 (RB). Niterói, bairro
do Caramujo, estrada da Florália, 4.IX.2008, fr., L.J.S.
Pinto 1288. (RB). Paraty, Pico do Cairuçú, acesso pela
Praia Negra, 25.XI.1990, C. Farney 2571 (RB). Rio de
Janeiro, Parque Nacional da Tijuca, Pedra da Gávea,
Cabeça, 21.IX.1975, fl., J.P.P. Carauta 1813 (RB). São
João da Barra, RPPN Fazenda Caruara, 17.IV.2013, fr.,
A.D. Mattedi 294 (RB). Saquarema, Reserva Ecológica
Estadual de Jacarepiá, 18.II.1995, fl., V.S. Fonseca
297 (RB).
Espécie de ampla distribuição na América do
Sul, ocorrendo na Venezuela, Argentina, Uruguai
e no Brasil. No Brasil, é encontrada nos estados
do Pará, Maranhão, Bahia, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul (BFG 2018). No estado do Rio de
Janeiro, é encontrada nos municípios de Arraial
do Cabo, Cabo Frio, Itatiaia, Miguel Pereira,
Niterói, Paraty, Rio de Janeiro, São João da Barra
e Saquarema, em formações de Floresta Ombrófila
Densa Submontana e Montana e de Restinga.
Distingue-se das demais espécies de
Myrciaria pela morfologia e dimensão foliar,
ápice arredondado, nervuras secundárias pouco
numerosas e inconspícuas em ambas as faces.
Tem sido registrada em cinco Unidades de
Conservação, APA Massambaba, Parque Nacional
da Tijuca, Reserva Ecológica de Macaé de Cima,
Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá e RPPN
Fazenda Caruara. Coletada com flores em março,
abril, julho e novembro e com frutos em janeiro
a março, outubro e novembro. É popularmente
conhecida como camboim e murta (Souza &
Morim 2008).
Sobral (1991) indicou como holótipo de
E. tenella o exemplar Martius 47 do herbário
BR, porém as informações contidas na etiqueta
divergem da obra original (Candolle 1828), onde é
descrita como localidade-tipo “montibus excelsis
prov. Minarum”, além de não mencionar número
de coleta. Não localizamos um espécime de M.
tenella com a citação da localidade descrita no
protólogo. Entretanto, o exemplar do herbário
M contem uma amostra, à direita na exsicata,
montada com uma etiqueta manuscrita por De
Candolle com o nome Eugenia tenella, um
provável remanescente do material original de
Martius, e foi citado como tipo por Souza & Morim
(2008). Assim, aceitamos essa interpretação como
o primeiro passo da lectotipificação de E. tenella
e efetuamos aqui o segundo passo.
Exemplares de Martius 47 estão
documentados nos herbários BR, E, F, GH,
K, MICH, MO, NY, P e RB e indicados como
holótipos ou isótipos de E. tenella, porém tendo
como local de coleta “in deserto inter S. Anna et
S. Antonio das Queimadas in prov. Bahiense”.
Contudo, essa coleção é um sintipo de Myrciaria
tenella var. elliptica O.Berg (Berg 1857–1859)
e, portanto, um lectótipo precisa ser indicado
para este nome. Além disso, também observamos
que as características diagnósticas foliares da
var. elliptica descritas por Berg (1857–1859)
não a distingue da variedade típica, pois em um
mesmo espécime podem ocorrer características de
ambas variedades. Desse modo, propomos aqui a
sinonimização de M. tenella var. elliptica.
2. Neomitranthes Kausel ex D.Legrand, Fl. Il.
Catarinense 1: 671. 1977.
Árvores ou arbustos. Inflorescências em
nós folhosos ou áfilos, em botrioides, racemos ou
glomérulos; brácteas e bractéolas persistentes ou
decíduas. Flores com hipanto prolongado acima
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 13 de 31
do ovário; cálice caliptriforme, persistente, lobos
completamente concrescidos no botão floral;
pétalas reduzidas; glândula ausente no conectivo;
ovário bilocular, 2–6 óvulos por lóculo. Fruto
bacídio, globoso, vestígios do cálice persistente.
Semente 1–2; embrião eugenioide.
Figura 8 – Distribuição geográfica de Myrciaria tenella no estado do Rio de Janeiro.
Figure 8 – Geographic distribution of Myrciaria tenella in the state of Rio de Janeiro.
Chave de identicação das espécies de Neomitranthes
1. Folhas com pecíolo piloso, lâmina com margem revoluta, nervura intramarginal ausente ....................
.....................................................................................................................2.3. Neomitranthes obscura
1’. Folhas com pecíolo glabro, lâmina com margem não ou levemente revoluta, nervura intramarginal
presente.
2. Laminafoliarcompontuaçõesinconspícuas;inorescênciascom 4 brácteas involucrais, ores
com antopódio 5–9 mm compr. .....................................................2.1. Neomitranthes amblymitra
2’. Laminafoliarcompontuaçõesnítidas;inorescênciascom6–12brácteasinvolucrais,oressésseis.
3. Ramos rugosos; lâmina foliar membranácea, base arredondada, margem não revoluta.........
................................................................................................ 2.4. Neomitranthes pereireana
3’. Ramos lisos; lâmina foliar cartácea ou coriácea, base cuneada ou atenuada, margem levemente
revoluta.
4. Pecíolo ca. 0,15 cm compr.; lâmina foliar 2,5–5,3 cm larg., cartácea, ápice acuminado,
base cuneada, nervura principal sulcada na face adaxial; fruto 0,5–0,8 cm diâm. .........
......................................................................................... 2.2. Neomitranthes glomerata
4’. Pecíolo 1,2–1,4 cm compr.; lâmina foliar 5–6,5 cm larg., coriácea, ápice cuspidado, base
atenuada, nervura principal plana na face adaxial; fruto ca. 1,2 cm diâm. .....................
.................................................................................... 2.5. Neomitranthes warmingiana
14 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
2.1. Neomitranthes amblymitra (Burret) Mattos,
Loefgrenia76:2.1981.≡Mitranthes amblymitra
Burret, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 15: 539.
1941. TIPO: BRASIL. São Paulo: Alto da Serra,
Estação Biológica, 4/IV/1922, D. Lemos et F.C.
Hoehne (Holótipo SP 6843, imagem digital!).
Figs. 9; 10
Árvores ca. 30 m alt.; ramos rugosos,
glabros. Folhas com pecíolo ca. 0,15 cm compr.,
pulverulento; lâmina 7–9 × 2,5–5,3 cm, cartácea,
pilosa em ambas as faces, elíptica, ápice atenuado
a acuminado, base cuneada a atenuada, margem
levemente revoluta; pontuações inconspícuas
em ambas as faces; nervura principal levemente
sulcada a plana na face adaxial, saliente na face
abaxial, nervuras secundárias 30–35 em cada lado,
nítidas em ambas as faces, nervura marginal ca. 1
mm distante da margem, nervura intramarginal ca.
0,5 mm distante da margem. Inflorescências em
racemos e botrioides, com um par de metaxifilos
em cada nó; brácteas involucrais 4; raque ca. 6
mm compr.; bractéolas 2, livres. Flores sobre
antopódios 5–9 mm compr.; hipanto ca. 3–4
mm compr.; caliptra internamente pilosa; ovário
bilocular, 4 óvulos por lóculo. Frutos não vistos.
Material examinado selecionado: Nova Iguaçu,
Rebio Tinguá, local OB2, parcela 8, indivíduo nº
502, levantamento fitossociológico, 22º32’51,30”S,
43º25’9,18”W, 889 m, 12.VII.2005, fl., P.J.F.P.
Rodrigues (RB 555428). Teresópolis, Parque Nacional
da Serra dos Órgãos, matas do Rio Paquequer,
próximo ao km 2 da estrada para a Barragem, 1.120 m,
09.III.2004, fl., C.S. Pardo 531 (HUEFS; RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo nos
estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São
Paulo (BFG 2018). No estado do Rio de Janeiro,
é encontrada nos municípios de Nova Iguaçu e
Teresópolis, em formações de Floresta Ombrófila
Densa Montana e Alto-Montana.
Essa espécie distingue-se principalmente
pela lâmina foliar com pontuações inconspícuas,
inflorescências com 4 brácteas involucrais, flores
com antopódio 5–9 mm de comprimento e o ovário
com quatro óvulos por lóculo. Pode-se observar
que na inflorescência origina primeiramente um
eixo floral e, em seguida, um ramo vegetativo, há
um par de metaxifilos em cada nó dos ramos. Tem
sido registrada até o momento para duas Unidades
de Conservação, o Parque Nacional da Serra dos
Órgãos e a Reserva Biológica do Tinguá. Coletada
com flores de março a julho. O único indivíduo
coletado na Reserva Biológica do Tinguá (P.J.F.P.
Rodrigues, RB 555428) morreu em 2011 e, até o
momento, não há outro registro de ocorrência da
espécie nessa área.
2.2. Neomitranthes glomerata (D.Legrand)
D.Legrand, Fl. Il. Catarinense 1: 679. 1977. ≡
Mitranthes glomerata D.Legrand, Comun. Bot.
Mus. Hist. Nat. Montevideo 3(36): 14. 1958. TIPO:
BRASIL. Santa Catarina: Itajaí, Cunhas, Reitz et
Klein 2015 (Holótipo MVM). Figs. 10; 11
Árvores ca. 12 m alt.; ramos lisos, glabros.
Folhas com pecíolo ca. 0,15 cm compr., glabro;
lâmina 7–9 × 2,5–5,3 cm, cartácea, glabra, elíptica,
ápice acuminado, base cuneada, margem levemente
revoluta, pontuações nítidas; nervura principal
sulcada na face adaxial e saliente na face abaxial,
nervuras secundárias 31–37 em cada lado, nítidas
em ambas as faces, nervura marginal ca. 2 mm
distante da margem, nervura intramarginal ca.
0,5 mm distante da margem. Inflorescências em
glomérulos; brácteas 10–12, bractéolas 2, livres.
Flores sésseis; hipanto ca. 2 mm compr.; caliptra
internamente pilosa; ovário bilocular, 2–6 óvulos
por lóculo. Frutos 0,5–0,8 cm diâm., globosos,
pilosos, verrucosos.
Material examinado selecionado: Guapimirim, Estação
Ecológica Estadual de Paraíso, Centro de Primatologia
do RJ-FEMA, 2.X.1984, fl., G. Martinelli 9905 (RB).
Itatiaia, Parque Nacional de Itatiaia, microparcela 4C,
25.VIII.1995, fr., J.M.A. Braga 2764 (RB). Nova Friburgo,
Serra de Friburgo, Alto da Serra, VI.1975, fl., P. Occhioni
7552 (RB). Paraty, ca. 16 km do trevo de Parati, entrada
à direita da Rio/Santos, antes da ponte, na mata próxima
ao córrego dos micos, 1.VII.1993, fl., R. Marquete 1135
(RB). São Pedro da Aldeia, Serra de Sapiatiba, Vertente
Sul, 25.VIII.2000, C. Farney 4979 (RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo nos
estados de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio
de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (BFG
2018). No estado do Rio de Janeiro, é encontrada nos
municípios de Guapimirim, Itatiaia, Nova Friburgo,
Paraty e São Pedro da Aldeia, em formações de
Floresta Ombrófila Densa Submontana, Montana
e Alto-Montana e de Restinga.
Pode ser distinta das demais espécies de
Neomitranthes principalmente pelos ramos lisos,
folhas com pecíolo muito curto (ca. 0,15 cm compr.)
e lâmina cartácea, elíptica, com ápice acuminado,
base cuneada e nervura principal sulcada na face
adaxial, e frutos 0,5–0,8 cm de diâmetro. Tem sido
registrada até o momento em quatro Unidades de
Conservação, a Estação Ecológica do Paraíso, o
Parque Nacional do Itatiaia, o Parque Nacional da
Serra dos Órgãos e a Reserva Biológica do Tinguá.
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 15 de 31
Coletada com flores em fevereiro e de junho a
outubro e com frutos em agosto.
2.3. Neomitranthes obscura (DC.) N.Silveira,
Roessleria 4(1): 123. 1981. ≡ Calyptranthes
obscura DC., Prodr. 3: 257. 1828. TIPO: BRASIL:
Provinc. Minas Novas. secus fl. Rio de St.
Francisco, Martius 182 (Holótipo M 0137160,
imagem digital!; P 00723195, imagem digital!) =
Calyptranthes axillaris O.Berg, Fl. bras. 14(1): 53.
1857. TIPO: BRASIL. Rio de Janeiro: Tocaia, H.W.
Schott (Holótipo M 0171167, imagem digital!;
Isótipo BR 05269839, imagem digital!).
Figs. 12; 13
Árvores ca. 10 m alt.; ramos rugosos, glabros.
Folhas com pecíolo 0,4–0,6 cm compr., piloso;
lâmina 5–6,5 × 2,5–3,2 cm, coriácea, pilosa na
região da nervura na face abaxial, indumento
ferrugíneo, glabra na face adaxial, largo-elíptica
a cordada, ápice acuminado, base atenuada,
margem revoluta; pontuações nítidas; nervura
principal pouco saliente a plana em ambas as faces,
nervuras secundárias 39–44 em cada lado, nítidas
na face abaxial, pouco evidentes na face adaxial,
nervura marginal ca 1 mm distante da margem,
nervura intramarginal ausente. Inflorescências em
glomérulos; brácteas involucrais 2; bractéolas 2,
livres. Flores sésseis; hipanto ca. 2 mm compr.;
caliptra internamente pilosa; ovário bilocular,
2 óvulos por lóculo. Frutos 1,3–1,6 cm diâm.,
globosos, pilosos, verrucosos.
Material examinado selecionado: Araruama, R.F.F.
de Massambaba, entre a lagoa e a estr. p/ Monte Alto,
8.XI.1994, fr., M. Gomes 591 (RB). Arraial do Cabo,
Área de Proteção Ambiental de Massambaba, 1.XI.2009,
fr., D.A. Carvalho 105 (RB). Cabo Frio, restinga
arbustiva próxima ao aeroporto, 29.V.2007, fl. e fr.,
C. Farney 4676 (RB). Carapebus, PARNA Jurubatiba,
estrada da Fazenda São Lazaro para a praia, 24.IX.2008,
fr., R. Marquete 4230 (RB). Macaé, Cabiunas, lagomar,
próx. à CRECEM, 28.II.1987, fr., H.C. Lima 3062 (RB).
Mangaratiba, Restinga da Marambaia, 31.X.2003, fr.,
M.C. Souza 293 (RB). Maricá, APA Restinga de Maricá,
próximo ao brejo da Aeronáutica, primeiro cordão
arenoso, 23.VIII.2001, fr., H.P. Moreira 53 (RB). Nova
Figura 9 – Distribuição geográfica de Neomitranthes amblymitra, Neomitranthes pereireana e Neomitranthes
warmingiana no estado do Rio de Janeiro.
Figure 9 – Geographic distribution of Neomitranthes amblymitra, Neomitranthes pereireana and Neomitranthes warmingiana in the
state of Rio de Janeiro.
16 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Figura 10 – a-b. Neomitranthes amblymitra – a. inflorescência; b. secção longitudinal do ovário. c. Neomitranthes
glomerata – folha. d-e. d-e. Neomitranthes pereireana – d. inflorescência; e. brácteas. f. Neomitranthes warmingiana
– folha. (a-b. Pardo 531; c. Marquete 1135; d-e. Brito 06; f. Sucre 7989).
Figure 10 – a-b. Neomitranthes amblymitra – a. inflorescence; b. longitudinal section of ovary. c. Neomitranthes glomerata – leave.
d-e. Neomitranthes pereireana – d. inflorescence; e. bracts. f. Neomitranthes warmingiana – leave. (a-b. Pardo 531; c. Marquete 1135;
d-e. Brito 06; f. Sucre 7989).
a
b
c
d
e
f
2 mm 4 mm
1 mm
10 mm
20 mm
0,5 mm
Friburgo, Rio Bonito de Macaé de Cima, rio próximo
à pousada Estalagem, Área de Proteção Ambiental de
Macaé de Cima, 7.VIII.2006, fr., C. Baez 669 (RB).
Quissamã, próx. à Lagoa Preta, 29.X.1994, fr., C. Farney
3422 (RB). Rio das Ostras, Restinga de Itapebussus,
2.X.1999, fr., D. Fernandes 265 (RB). Rio de Janeiro,
lado leste da Pedra de Itaúna, Jacarepaguá, 23.III.1972,
fl., D. Sucre 8735 (RB). Saquarema, 26.IX.1981, fr., D.
Sucre 4036 (RB). Silva Jardim, Pirineus, 13.II.2012, D.
Paskin (RB 545752).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo nos
estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná
e Santa Catarina (BFG 2018). No estado do Rio de
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 17 de 31
Janeiro, é encontrada nos municípios de Araruama,
Arraial do Cabo, Cabo Frio, Carapebus, Macaé,
Mangaratiba, Maricá, Nova Friburgo, Quissamã,
Rio das Ostras, Rio de Janeiro, Saquarema e Silva
Jardim, em formações de Floresta Ombrófila Densa
Montana e de Restinga.
Essa espécie distingue-se das demais do
gênero principalmente pelas folhas com pecíolo
piloso e lâmina com margem revoluta e nervura
intramarginal ausente. Apresenta morfologia foliar
semelhante a alguns exemplares de Plinia rivularis
(p. ex., Farág 601) coletados em formações de
Restinga, mas da qual pode ser distinta pela lâmina
foliar com pontuações nítidas em ambas as faces,
mais de 35 nervuras secundárias e desprovida
de nervura intramarginal. Tem sido registrada
em várias Unidades de Conservação, como a
APA Massambaba, APA Restinga de Maricá,
Parque Nacional Restinga de Jurubatiba, Reserva
Ecológica de Carapebus, Reserva Ecológica
Estadual de Jacarepiá e Reserva Ecológica
Estadual de Massambaba. Coletada com flores em
fevereiro, de abril a agosto, e em outubro e com
frutos em janeiro, fevereiro e de maio a dezembro.
É popularmente conhecida como araçá-preto e
pitanga-da-restinga e seus frutos são comestíveis
(Souza 2009).
Há vários sinônimos para essa espécie,
propostos por vários especialistas do grupo e que
foram devidamente relacionados em BFG (2018).
2.4. Neomitranthes pereireana (Mattos &
D.Legrand) M.C.Souza & Sobral, Phytotaxa 8:
57. 2010. ≡ Calyptranthes pereireana Mattos
& D.Legrand, Loefgrenia 67: 19. 1975. TIPO:
BRASIL. Rio de Janeiro: Matas do Horto Florestal,
21.VII.1963, E. Pereira 7642 (Holótipo MVM;
Isótipo SI, imagem digital!). Figs. 9; 10; 14
Árvores ca. 6 m alt.; ramos rugosos, glabros.
Folhas com pecíolo 0,3–0,5 cm compr., glabro;
lâmina 7,6–9 × 2,7–3,2 cm, membranácea, glabra
em ambas as faces, elíptica a estreito-elíptica,
ápice atenuado a acuminado, base arredondada,
margem não revoluta; pontuações nítidas; nervura
principal plana na face adaxial, saliente na face
abaxial, nervuras secundárias 34–39 em cada
Figura 11 – Distribuição geográfica de Neomitranthes glomerata no estado do Rio de Janeiro.
Figure 11 – Geographic distribution of Neomitranthes glomerata in the state of Rio de Janeiro.
18 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
lado, inconspícuas na face adaxial, nítidas na face
abaxial, nervura marginal ca. 1,5 mm distante da
margem, nervura intramarginal ca. 0,4 mm distante
da margem. Inflorescências em glomérulos;
brácteas involucrais 8; bractéolas 2, livres.
Flores sésseis; hipanto ca. 2 mm compr.; caliptra
internamente pilosa; ovário bilocular, 2 óvulos por
lóculo. Frutos 1–1,6 cm diâm., globosos, pilosos,
verrucosos.
Material examinado selecionado: Rio de Janeiro,
Parque Nacional da Tijuca, Mata do Horto Florestal,
14.VII.1978, fl., A.L.V.T. Brito et al. 6 (RB; UB). Rio
de Janeiro, matas do Horto, trilha entre Grotão e Pedra
D’agua e acima desta, 24.X.1991, fr., M. Nadruz et al.
711 (RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo
nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro
(BFG 2018). Neste estado, é encontrada apenas
no município do Rio de Janeiro, em formações
vegetacionais de Floresta Ombrófila Densa
Submontana.
Os ramos rugosos e a lâmina foliar
membranácea, com base arredondada e margem
não revoluta são as principais características
que distingue N. pereireana das demais espécies
do gênero. Além disso, possui variações quanto
à forma da lâmina foliar, podendo ser também
lanceolada em exemplares coletados em outros
estados e, neste caso, assemelhando-se a espécies
de Plinia com inflorescências em glomérulos.
Entretanto, se diferencia pela lâmina foliar com
numerosas e nítidas pontuações em ambas as
faces e nervura marginal ca. 1,5 mm distante da
margem. Tem sido registrada apenas em uma
Unidade de Conservação, o Parque Nacional da
Tijuca. Coletada com flores em julho e com frutos
em outubro.
2.5. Neomitranthes warmingiana (Kiaersk.)
Mattos,Loefgrenia 76: 2. 1981. ≡ Calyptranthes
warmingiana Kiaersk., Enum. Myrt. Bras. 40, t.
14a. 1893. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro. II.1874,
A.F.M. Glaziou 6533 (Lectótipo K, designado por
Sobral et al. (2010), imagem digital! Isolectótipo
F, imagem digital!). Figs. 9; 10
Árvores ca. 12 m alt.; ramos lisos, glabros.
Figura 12 – Distribuição geográfica de Neomitranthes obscura no estado do Rio de Janeiro.
Figure 12 – Geographic distribution of Neomitranthes obscura in the state of Rio de Janeiro.
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 19 de 31
Figura 13 – a-f. Neomitranthes obscura – a. ramo com detalhes da lâmina foliar densamente pontuada e presença
da nervura marginal; b. secção transversal do ovário evidenciando os dois lóculos com dois óvulos; c. fruto, com
detalhe do cálice; d. inflorescência; e. flor; f. fruto. (Sucre 8735).
Figure 13 – a-f. Neomitranthes obscura – a. branch with details of densely punctured leaf blade and presence of the marginal vein; b. cross
section of the ovary showing the two locules with two ovules; c fruit with chalice detail; d. inflorescence; e. flower; f. fruit. (Sucre 8735).
a
bc
de
f
30 mm
10 mm
10 mm
0,5 mm
1,5 mm
1,5 mm
20 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Folhas com pecíolo 1,2–1,4 cm compr., enegrecido
quando seco, glabro; lâmina 8,5–14,5 × 5–6,5 cm,
coriácea, glabra, largo-elíptica, às vezes oblonga ou
obovada, ápice cuspidado, base atenuada, margem
levemente revoluta; pontuações nítidas; nervura
principal plana na face adaxial, saliente na face
abaxial, nervuras secundárias 26–44 em cada lado,
nítidas em ambas as faces, nervura marginal ca.
Figura 14 – a-e. Neomitranthes pereireana – a. caule rugoso; b. detalhe das nítidas pontuações na face adaxial da
folha; c-d. ramos floríferos com botões florais e flores, respectivamente; e. frutos (Fotos: M.C. Souza).
Figure 14 – a-e. Neomitranthes pereireana – a. rough stem; b. detail of clear punctuations on the adaxial side of the sheet; c-d. flowering
branches with floral buds and flowers, respectively; e. fruits (Photos: M.C. Souza).
a
b
c
d
e
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 21 de 31
2 mm distante da margem, nervura intramarginal
ca. 0,5 mm distante da margem. Inflorescências
em glomérulos; brácteas involucrais 6–12; raque
inconspícua; bractéolas 2, livres. Flores sésseis;
hipanto 1,5–2 mm compr.; caliptra internamente
pilosa; ovário bilocular, 4 óvulos por lóculo.
Frutos ca. 1,2 cm diâm., globosos, pilosos,
verrucosos.
Material examinado selecionado: Guapimirim, interior
de fragmento florestal localizado na propriedade do Sr.
Renato Cozzolino, VII.2008, R. Finotti 116 (RFA).
Miguel Pereira, REBIO Tinguá, Orbel II, módulo
PPBio Mata Atlântica, área da parcela 5D, 04.II.2016,
F.F. Negreiros 66 (RB). Rio de Janeiro, estrada da Vista
Chinesa, 22.IX.1971, fl., D. Sucre 7695 (CEN; MBM;
RB); Biquinha, estrada da Vista Chinesa, 01.XII.1971,
fr., D. Sucre 7989 (RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo
nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo,
Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná (BFG 2018).
No estado do Rio de Janeiro, é encontrada nos
municípios de Guapimirim, Miguel Pereira e Rio
de Janeiro, em formações de Floresta Ombrófila
Densa Submontana e Montana.
Distingue-se principalmente pelos ramos
lisos, lâmina foliar coriácea, com ápice cuspidado,
base atenuada e nervura principal plana na face
adaxial, além do diâmetro dos frutos, com cerca de
1,2 cm. Nesta espécie foram observadas variações
quanto à dimensão e forma das lâminas foliares
em espécimes coletados em outros estados, como
no Espírito Santo, cujas folhas alcançam até ca.
de 18 cm de comprimento e são lanceoladas (L.
Kollmann 4351; R.R. Vervolet 2509; W.P. Lopes
656). Até o momento, tem sido registrada apenas
em duas Unidades de Conservação, o Parque
Nacional da Tijuca e a Reserva Biológica do
Tinguá. Coletada com flores em novembro e com
frutos em dezembro.
Espécies excluídas
Neomitranthes langsdorffii (O.Berg) Mattos,
Loefgrenia76:2.1981.≡Mitranthes langsdorffii
O.Berg, Fl. bras. 14(1): 595. 1859. Tipo: BRASIL.
Bahia: J. Blanchet 2309 (Holótipo P; Isótipo NY
405346, imagem digital!).
Esta espécie foi citada em BFG (2018)
como ocorrente na flora fluminense. Entretanto,
corresponde a uma espécie de Eugenia pelas
características florais e embrião. Os botões florais
não se abrem por uma caliptra e, às vezes, se
rompem irregularmente, formando um lobo maior
que se assemelha a uma caliptra. Além disso, as
flores não possuem o hipanto prolongado acima do
ovário, os estames estão dispostos em um disco e
as sementes possuem cotilédones fundidos. Souza
(2009) também exclui essa espécie por apresentar
muitos óvulos e embrião conferruminado. A
espécie foi recentemente transferida para o gênero
Eugenia (Giaretta et al. 2018).
Material examinado: Saquarema, Jaconé, próxima de
Sambaqui de Jaconé, 29.III.2000, fl. e fr., C. Farney
4036. (RB).
Espécie endêmica do Brasil. Ocorre nos
estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de
Janeiro, em formações vegetacionais de Floresta
Ombrófila e Restinga (BFG 2018).
Coletada com flores de março a maio e
setembro, e com frutos em fevereiro a setembro.
Neomitranthes riedeliana (O.Berg) Mattos,
Loefgrenia99:6.1990.≡Mitranthes riedeliana
O.Berg, Fl. bras. 14(1): 595. 1859. Tipo: BRASIL.
Magé, Riedel et Langsdorfii (Holótipo M, imagem
digital!; Isótipo K, imagem digital!).
Esta espécie não possui o hipanto
prolongado acima do ovário, os lobos do cálice são
concrescidos, porém não se rompem em caliptra.
Neste caso, o rompimento do cálice origina um
lobo com dimensões maiores assemelhando-
se a uma caliptra. A espécie foi recentemente
transferida para o gênero Eugenia (Giaretta et
al. 2018).
Material examinado: Magé, Santo Aleixo, trilha
coruja-italianos, beirando o rio, Parque Nacional da
Serra dos Órgãos, 27.IX.2007, fl., M. Nadruz 2081
(RB).
Espécie endêmica do Brasil.Ocorre apenas
no estado do Rio de Janeiro, em formação
vegetacional de Floresta Ombrófila (BFG 2018).
Coletada com flores em setembro.
3. Siphoneugena O.Berg, Linnaea 27: 136, 344.
1854.
Árvores. Inflorescências em nós folhosos
ou áfilos, em racemos ou fascículos; brácteas e
bractéolas persistentes. Flores sobre antopódio,
com hipanto prolongado e estreitado acima do ápice
do ovário; cálice 4-valvar, com lobos regulares
ou lobos totalmente concrescidos, irregulares
na antese e decíduos; pétalas desenvolvidas;
glândula ausente no conectivo; ovário bilocular
ou trilocular, 2–8 óvulos por lóculo. Fruto bacídio,
globoso, cicatriz circular do cálice presente.
22 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Chave de identicação das espécies de Siphoneugena
1. Folhas pilosas ao longo da nervura principal da face adaxial .................. 3.2. Siphoneugena densiora
1’. Folhas glabras em ambas as faces da lâmina.
2. Lâmina foliar com nervuras secundárias nítidas apenas na face abaxial; cálice piloso internamente,
não ciliado .................................................................................. 3.3. Siphoneugena kiaerskoviana
2’. Lâmina foliar com nervuras secundárias inconspícuas em ambas as faces; cálice glabro internamente,
ciliado.
3. Pecíolo pubescente; lâmina foliar com pontuações nítidas, nervura principal plana em ambas
as faces, ovário bilocular ..............................................................3.1. Siphoneugena delicata
3’. Pecíolo glabro; lâmina foliar com pontuações inconspícuas, nervura principal saliente em
ambas as faces, ovário trilocular ............................................ 3.4. Siphoneugena kuhlmannii
3.1. Siphoneugena delicata Sobral & Proença,
Novon 16(4): 530-532; figs. 1-2. 2006. Tipo:
BRASIL. Espírito Santo: Santa Teresa, Lombardia,
Res. Biol. Augusto Ruschi, 19.IX.2001, L.
Kollmann, W. Pizziolo et E. Bausen 4663 (Holótipo
MBML; Isótipos BHCB, MBM, RB! UB).
Figs. 15; 16
Arbustos ca. 1,6 m alt.; ramos rugosos,
pubescentes. Folhas com pecíolo ca. 0,1 cm compr.,
pubescente, aparentemente contorcido; lâmina 0,9–
1,8 × 0,8–0,9 cm, membranácea, glabra em ambas
as faces, elíptica, ápice obtuso-arredondado, às
vezes cuspidado, base cuneada, margem revoluta;
pontuações nítidas; nervura principal plana em
ambas as faces, nervuras secundárias 9–15 em
cada lado, inconspícuas em ambas as faces, nervura
marginal inconspícua, nervura intramarginal
ausente. Inflorescências em racemos; brácteas
involucrais 2, livres; raque 0,5–1 mm compr.;
bractéolas 2, livres. Flores sobre antopódio 1–3
mm compr.; hipanto ca. 3 mm compr., estreitado
acima do ápice do ovário; cálice com lobos
completamente concrescidos, glabro internamente,
ciliado; ovário bilocular, 4 óvulos por lóculo. Frutos
ca. 0,4 cm diâm., globosos, glabros, rugosos.
Material examinado selecionado: Santa Maria
Madalena, Parque Estadual do Desengano, Pedra do
Desengano, 1800-1850 m, campos de altitude e transição
p/ mata de altitude, 28.VI.1989, fr., G. Matinelli et al.
13346 (RB).
Material examinado adicional: BRASIL. ESPÍRITO
SANTO: Castelo, Parque Estadual de Forno Grande,
9.VII.2005, fl., L. Kollmann 7904 (RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo
nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro
Paulo (BFG 2018). Neste estado, é encontrada
apenas no município de Santa Maria Madalena,
em formações vegetacionais de Floresta
Ombrófila Densa Montana, no Parque Estadual
do Desengano.
Siphoneugena delicata se diferencia
principalmente pelas folhas com pequenas
dimensões (0,9–1,8 × 0,8–0,9 cm), nervura
principal plana em ambas as faces e pecíolo
pubescente aparentemente contorcido. Coletada
com flores em julho e frutos em junho.
3.2. Siphoneugena densiflora O.Berg, Fl. bras.
14(1): 379, tab. 38. 1857. = Calycorectes densiflorus
(O.Berg) Nied., Nat. Pflanzenfam. 3(7): 82. 1893.
= Paramitranthes densiflora (O.Berg) Burret,
Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 15: 541. 1941.
TIPO: BRASIL. S.d., R. Schüch (Holótipo: W
0071589, imagem digital!). Figs. 16; 17
Árvores ca. 25 m alt.; ramos rugosos, pilosos
quando jovens. Folhas com pecíolo 0,5–0,6
cm compr., piloso; lâmina 4,5–5,5 × 1,5–1,7
cm, membranácea, pilosa ao longo da nervura
central da face adaxial, glabra na face abaxial,
elíptica a estreito-elíptica, ápice acuminado,
base atenuada, margem levemente revoluta;
pontuações inconspícuas; nervura principal plana
na face adaxial, levemente saliente na face abaxial,
nervuras secundárias 9–15 em cada lado, tênues
em ambas as faces, nervura marginal ca. 1 mm
distante da margem, nervura intramarginal ausente.
Inflorescências em racemos; brácteas involucrais
8, livres; raque ca. 0,5 mm compr.; bractéolas 2,
livres. Flores sobre antopódio 3–4 mm compr.;
hipanto ca. 2,5 mm compr., estreitado acima do
ápice do ovário; cálice com lobos irregulares, piloso
internamente, ciliado; ovário bilocular, 4–5 óvulos
por lóculo. Frutos 0,4–0,6 cm diâm., globosos,
pilosos, rugosos.
Material examinado selecionado: Itatiaia, Parque
Nacional do Itatiaia, Picadão Novo, 29.IV.1941, fl.,
W.D. Barros 273 (RB). Nova Friburgo, Mury, Macaé de
Cima, nascente do Rio das Flores, matas remanescentes
da floresta pluvial costeira, 1.100 m, 25.X.1986, fl., G.
Martinelli 11813 (RB). Nova Iguaçu, local OB2, parcela
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 23 de 31
4, nº indivíduo 265, levantamento fitossociológico,
Reserva Biológica do Tinguá, 13.VII.2005, fl., P.J.F.P.
Rodrigues (RB 554874). Resende, margem da BR-354,
indo de Itamonte, após a divisa Minas Gerais/Rio de
Janeiro, 18.VII.2016, fl., J.E.Q. Faria 6339 (RB). Rio de
Janeiro, trilha para o Pico da Cocanha, Parque Nacional
da Tijuca, 1000 m, 02.VII.1996, fr., M.G. Bovini 002
(RB). Santa Maria Madalena, conglomerado 193-Ex 9,
UTM do Ponto Central: E (196157m) N (7578656m),
fuso do GPS (24K), 09.VII.2014, fl., T.M. Scarponi 38
(RB). Teresópolis, fl., (RB 69633).
Ocorre no Distrito Federal e nos estados de
Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro
e São Paulo (BFG 2018). No estado do Rio de
Janeiro, é encontrada nos municípios de Itatiaia,
Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Resende, Rio de
Janeiro, Santa Maria Madalena e Teresópolis, em
formações vegetacionais de Floresta Ombrófila
Densa Submontana e Montana. Até o momento
tem sido registrada nas seguintes Unidades de
Conservação: Parque Nacional do Itatiaia, Parque
Nacional da Tijuca, Reserva Biológica do Tinguá
e Reserva Ecológica de Macaé de Cima. Endêmica
do Brasil.
Siphoneugena densiflora se distingue das
demais Siphoneugena principalmente pela lâmina
foliar pilosa apenas na face adaxial e com nervuras
secundárias tênues em ambas as faces. Embora
vegetativamente se assemelhe a espécies dos
outros gêneros aqui estudados, principalmente pelo
aspecto geral da morfologia foliar, é facilmente
identificada em Siphoneugena pelo estreitamento
do hipanto. Os frutos são comestíveis. Coletada
com flores em abril e julho, setembro a novembro
e frutos em julho.
3.3. Siphoneugena kiaerskoviana (Burret) Kausel,
Lilloa32:367.1967.≡Eugenia chnoosepala var.
angustifolia Kiaersk., Enum. Myrt. Bras. 175.
1893. ≡ Paramitranthes kiaerskoviana Burret,
Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 15: 542. 1941.
TIPO: BRASIL. Rio de Janeiro: Nova Friburgo,
Macaé de Cima, A.F.M. Glaziou 19351 (Lectótipo
C, imagem digital!, designado por C. Proença,
Edinb. J. Bot. 47: 256. 1990; Isolectótipos R!; RB!;
LE imagem digital!; P, imagem digital!).
Figs. 17; 18
Figura 15 – Distribuição geográfica de Siphoneugena delicata, e Siphoneugena kuhlmannii no estado do Rio de Janeiro.
Figure 15 – Geographic distribution of Siphoneugena delicata, and Siphoneugena kuhlmannii in the state of Rio de Janeiro.
24 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Figura 16 – a-b. Siphoneugena delicata – folha: faces adaxial e abaxial, respectivamente. c-f. Siphoneugena densiflora
– c. ramo vegetativo; d. botão floral; e. flor; f. inflorescência. (a. Rodrigues (RB 554874); b-d. Martinelli 11813;
e-f. Martinelli 13346).
Figure 16 – a-b. Siphoneugena delicata – leaf: adaxial and abaxial faces, respectively. c-f. Siphoneugena densiflora – c. vegetative
branch; d. floral buds; e. flower; f. inflorescence. (a. Rodrigues (RB 554874); b-d. Martinelli 11813; e-f. Martinelli 13346).
a b
c
def
2 mm
5 mm
28 mm
1 mm
1 mm
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 25 de 31
Árvores ca. 4 m alt.; ramos rugosos,
pulverulentos. Folhas com pecíolo 0,3–0,5
cm compr., levemente piloso; lâmina 7–10 ×
4–5,5 cm, membranácea, glabra em ambas
as faces, lanceolada, por vezes elíptica, ápice
atenuado a agudo, base cuneada a aguda, margem
levemente revoluta; pontuações inconspícuas a
vista desarmada; nervura principal saliente na face
adaxial, levemente saliente a plana na face abaxial,
nervuras secundárias 27–36 em cada lado, nítidas
apenas na face abaxial, nervura marginal ca 0,5 mm
distante da margem, nervura intramarginal ausente.
Inflorescências em racemos, brácteas involucrais
4, livres; raque ca. 4 mm compr.; bractéolas 2,
livres. Flores sobre antopódio ca. 3 mm compr.;
hipanto 3–3,5 mm compr., estreitado acima do
ápice do ovário; cálice com lobos irregulares,
piloso internamente, não ciliado; ovário bilocular,
2 óvulos por lóculo. Frutos ca. 0,5 cm diâm.,
globosos, pilosos, rugosos.
Material examinado selecionado: Guapimirim,
conglomerado 34-3-10-66, UTM: 731615m, 7520758m,
31.VIII.2015, fr., L. Silva 390 (RB). Nova Friburgo,
distrito de Macaé de Cima, Serra dos Pirineus, Sítio
Sophronites, 1300 m. 14-18.VIII.1985, fr., M. Peron et
al. 868 (NY; RB; SP). Rio de Janeiro, Tijuca, summet du
morro da Fazenda, 2.IV.1868, fl., A.F.M. Glaziou 2592
(K). Teresópolis, Parque Nacional da Serra dos Órgãos,
parte superior da trilha do Rancho Frio, 11.III.2005, fl.,
J.W. Wesenberg 620 (RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo nos
estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro (BFG 2018). No estado do Rio de Janeiro
é encontrada nos municípios de Nova Friburgo
e Teresópolis, em formações vegetacionais de
Floresta Ombrófila Densa Montana. Tem sido
registrada até o momento em uma só Unidade
de Conservação, o Parque Nacional da Serra dos
Órgãos.
Essa espécie distingue-se principalmente
pelas folhas lanceoladas, e também possui uma
significativa quantidade de estruturas secretoras
no hipanto e um par de metaxifilos em cada nó dos
ramos das inflorescências. A lâmina foliar de S.
kiaerskoviana sempre foi descrita como lanceolada
(Kiaerskou 1893). Entretanto, pode-se observar a
Figura 17 – Distribuição geográfica de Siphoneugena densiflora e Siphoneugena kiaerskoviana no estado do Rio
de Janeiro.
Figure 17 – Geographic distribution of Siphoneugena densiflora and Siphoneugena kiaerskoviana in the state of Rio de Janeiro.
26 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
forma elíptica em outros espécimes coletadas nas
mesmas localidades, como Glaziou 20319 e Barros
1094. Coletada com flores em março e frutos em
agosto.
3.4. Siphoneugena kuhlmannii Mattos, Ciência
e Cultura 19(2): 334. 1967. TIPO: BRASIL.
Minas Gerais: Delfim Moreira, São Francisco
dos Campos, 7.VI.1950, M. Kuhlmann 2447
(Holótipo SP, imagem digital!; Isótipo SPF,
imagem digital!). Figs. 15; 18; 19
Árvores ca. 4 m alt.; ramos rugosos, glabros.
Folhas com pecíolo 0,3–0,5 cm compr., glabro;
lâmina ca. 5 × 1,7–2 cm, cartácea, glabra em ambas
as faces, elíptica, ápice obtuso a arredondado, base
aguda, margem levemente revoluta; pontuações
inconspícuas; nervura principal saliente em ambas
as faces, nervuras secundárias 30–34 em cada
lado, inconspícuas em ambas as faces, nervura
marginal ca. 0,5 mm distante da margem, nervura
intramarginal ausente. Inflorescências em racemos,
brácteas involucrais 4, livres; 1 par de metaxifilos
em cada nó dos ramos; raque ca. 2 mm compr.;
bractéolas 2, livres. Flores sobre antopódio ca.
1 mm compr.; hipanto 3,5–4,5mm compr., não
estreitado acima do ápice do ovário; cálice com
lobos irregulares, glabro internamente, ciliado;
estames inseridos na parte superior do hipanto,
ovário bilocular, 4 óvulos por lóculo. Frutos não
vistos.
Material examinado selecionado: Itatiaia, Parque
Nacional do Itatiaia, 2240 m, 06.VIII.2003, fl., M.C.
Souza 262 (RB). Nova Friburgo, área da Pousada Vale
dos Sonhos, 21º22’9,92”S, 42º33’22,50”W, 1200 m,
28.VII.2011, fl., A. Uhlmann et al. 383 (RB). Teresópolis,
Parque Nacional da Serra dos Órgãos, trilha do Rancho
Frio, indivíduo 147 da grade PROBIO II, 11.IX.2012,
Finotti 294 (RB).
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo
nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro
e São Paulo (BFG 2018). No estado do Rio de
Janeiro é encontrada nos municípios de Itatiaia,
Nova Friburgo e Teresópolis, em formações
vegetacionais de Floresta Ombrófila Densa
Montana e Alto-Montana. Tem sido registrada até
o momento em duas Unidades de Conservação, os
Parques Nacionais da Serra dos Órgãos e do Itatiaia.
Essa espécie distingue-se principalmente
pelo hipanto não estreitado no ápice, folhas pilosas
apenas na face abaxial com tricomas adpressos,
além das inflorescências com 6–8 brácteas
involucrais e ovário trilocular. Essa espécie foi
descrita por Proença (1990) como apresentando
ovário bilocular, porém só foi observado no
presente estudo ovário trilocular (Fig. 18c-d). Além
disso, apresenta um par de metaxifilos em cada nó
dos ramos das inflorescências e estames inseridos
na parte superior do hipanto. Coletada com flores
em julho e agosto.
Discussão
A maioria das espécies estudadas ocorre
em formações de Floresta Ombrófila Densa
Submontana e Montana. Embora haja registros
de espécies em formações de Floresta Estacional
Semidecidual para outros estados, até o momento
não há coleta nesse tipo de formação no Rio de
Janeiro. Até o momento, não se tem registro dos
gêneros estudados apenas na Região Noroeste
Fluminense, constituída pelos municípios de
Aperibé, Bom Jesus de Itabapoana, Cambuci,
Cardosos Moreira, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje
do Muriaé, Miracema, Santo Antônio de Pádua, São
Fidélis, São José de Ubá, Porciúncula, Sumidouro
e Varre-Sai, onde ainda se encontram vários e
diminutos remanescentes de Floresta Atlântica,
particularmente de Floresta Estacional.
Das 14 espécies estudadas, todas encontram-
se em Unidades de Conservação. Dos 580 registros
para o estado, apenas 53 (9%) foram coletados
em Unidades de Conservação. Ainda desse total,
349 (60%) correspondem a Myrciaria, 203 (35%)
a Neomitranthes e 28 (5 %) a Siphoneugena.
Foram reconhecidos novos registros de ocorrência
para Myrciaria floribunda, M. guaquiea, M.
tenella, Neomitranthes glomerata, N. obscura, N.
warmingiana, Siphoneugena delicata, S. densiflora
e S. kuhlmannii, atualizando as informações
disponíveis no Catálogo da Flora do Estado do
Rio de Janeiro (<http://florariojaneiro.jbrj.gov.
br>). Para Neomitranthes glomerata registra-se
ainda, pela primeira vez, a ocorrência em vegetação
de Restinga, assim como para N. warmingiana e
N. obscura em formações de Floresta Ombrófila
Densa Montana.
Quanto à distribuição dos gêneros nas
diferentes formações vegetacionais, Myrciaria
ocorre em vários tipos de formações, excetuando-
se por M. guaquiea, que só é encontrada em áreas
de Restinga, e M. disticha, comumente encontrada
em formações de Floresta Ombrófila Densa
Submontana e Montana, com apenas um registro
em formação de Restinga. Em Neomitranthes,
também algumas espécies são restritas a um tipo de
formação vegetacional, como N. amblymitra e N.
obscura, em Floresta Ombrófila, e N. pereireana,
em restinga. Já o gênero Siphoneugena se mostra
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 27 de 31
Figura 18 – a-d, g-j. Siphoneugena kuhlmannii – a, i. flor; b, g. inflorescência; c-d. secção transversal do ovário
evidenciando os lóculos; h. botão floral; j. ramo florífero. e-f. Siphoneugena kiaerskoviana – folha: faces adaxial e
abaxial, respectivamente. (a-d. Uhlmann 382; e-f. Barros 1094; g-j. Souza 262).
Figure 18 – a-d. Siphoneugena kuhlmannii – a, i. flower; b, g. inflorescence; c-d. cross section of the ovary showing the locules; h.
floral bud; j. floriferous branch. e-f. Siphoneugena kiaerskoviana – leaf: adaxial and abaxial face, respectively. (a-d. Uhlmann 382; e-f.
Barros 1094; g-j. Souza 262).
a
g
b
h
c
i
d
j
ef
5 mm
14 mm
1 mm
0,5 mm
0,5 mm
0,5 mm
18,5 mm
0,25 mm
1,25 mm
28 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
com mais especificidade, pois as espécies ocorrem
apenas em Floresta Ombrófila Densa Montana,
destacando ainda que Siphoneugena delicata foi
registrada apenas em áreas de altitude. Sobral
& Proença (2006) descrevem S. delicata com
presença de glândulas apicais nas anteras, com base
em espécimes coletados nos estados do Espírito
Santo e Minas Gerais. No entanto, no presente
estudo essas estruturas não foram encontradas em
espécie alguma de Siphoneugena.
O presente estudo também mostra a
importância de se desenvolver estudos taxonômicos
de floras regionais sobre grupos complexos e
numerosos como Myrtaceae. Essas iniciativas
não só contribuem para o conhecimento da flora
brasileira, em particular do Domínio Floresta
Atlântica, quanto para o esclarecimento de
problemas nomenclaturais. Nesse sentido,
destacam-se as lectotipificações de Eugenia
guaquiea e Eugenia tenella, e a sinonimização de
Myrciaria tenella var. elliptica apresentadas nesse
estudo.
Agradecimentos
Ao Dr. Marcos Sobral, a colaboração e apoio.
Aos curadores dos herbários, a recepção e auxílio.
Às ilustradoras Diana Rocha Monteiro e Maria
Alice Rezende, as ilustrações. A Rafael da Silva
Ribeiro, do Núcleo de Computação Científica
e Geoprocessamento, do Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a contribuição
na construção dos mapas.
Referências
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das restingas do estado do Rio de Janeiro. Tese de
Doutorado. UFRJ, Rio de Janeiro. 176p.
Figura 19 – a-d. Siphoneugena kuhlmannii – a. detalhe de botões florais; b. detalhe do ramo florífero; c. detalhe da
inflorescência e flores; d. detalhe de flores desprovidas dos estames. (Fotos: M.C. Souza).
Figure 19 – a-d. Siphoneugena kuhlmannii – a. detail of floral buds; b. detail of the floriferous branch; c. detail of inflorescence and
flowers; d. detail of flowers devoid of stamens. (Photos: M.C. Souza).
a b
c d
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 29 de 31
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30 de 31 Caldas DKD, Baumgratz JFA & Souza MC
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Índice de coleções
1. Myrciaria disticha O.Berg
2. Myrciaria floribunda (H.West ex Willd.) O.Berg
3. Myrciaria glazioviana (Kiaersk.), G. M. Barroso ex Sobral
4. Myrciaria guaquiea (Kiaersk.) Mattos & D.Legrand
5. Myrciaria tenella (DC.) O. Berg
6. Neomitranthes amblymitra (Burr.) Mattos
7. Neomitranthes glomerata (D.Legrand) D.Legrand
8. Neomitranthes obscura (DC.) N.Silveira
9. Neomitranthes pereireana (Mattos & D. Legrand) M. C. Souza & Sobral
10. Neomitranthes warmingiana (Kiaersk.) Mattos
11. Siphoneugena delicata Sobral & Proença
12. Siphoneugena densiflora O.Berg
13. Siphoneugena kiaerskoviana (Burret) Kausel
14. Siphoneugena kuhlmannii Mattos
Agostinho P RBR 36813 (8). Amaral Jr. 1748 (8). Amorim AM 11 (3). Amorim BS 1997 (3). Anderson WR 11659 (2). Andrade
AG 205 (3). Andrade S 362 (5). Andreata RHP 499 (3), 506 (3), 606 (2), 926 (14), 968 (2), RB 373892 (2). Angeli C 357 (8). Araújo
DSD 170 (2), 183 (8), 403 (8), 1639 (2), 2134 (8), 2291 (2), 3009 (2), 3276 (8), 3791 (8), 4377 (8), 4395 (8), 4461 (8), 4530 (8), 4613
(8), 4626 (2), 4841 (2), 4970 (8), 5046 (8), 5148 (8), 5194 (8), 5299 (8), 6262 (8), 6404 (8), 6415 (2), 6765 (8), 6871 (8), 6993 (2), 7123
(5), 7425 (8), 7435 (8), 7458 (8), 7459 (2), 7578 (8), 7595 (2), 7850 (8), 7854 (5), 7863 (8), 7879 (8), 7926 (2), 8042 (8), 8075 (8), 8077
(2), 8365 (2), 8931 (8), 8968 (3), 9094 (2), 9108 (8), 9149 (2), 10268 (5), 10271 (8), 10349 (8), 10602 (5), 10787 (8), 10789 (2), 10859
(2), 10873 (5), 10884 (2). Araujo GUC 13 (2), 18 (2), 21 (2). Armond N 178 (2), 506 (2). Azambuja D RBR 36812 (8). Baez C 669
(8), 725 (12). Barros AAM 1944 (3), 2164 (8), 2170 (8), 2794 (4), 2795 (2), 2811 (2), 2814 (4), 3008 (2), 3193 (3). Barros WD 273
(12), 604 (2), 1094 (13). Bautista HP 166 (8). Bompaire 55 (3). Botelho M 129 (8), 307 (8), 440 (8), 441 (8), 442 (8), 460 (2), 461
(2), 459 (2), 555 (2). Bovini MG 357 (8), 1002 (12). Brade AC 16586 (1). Braga JMA 369 (3), 760 (3), 2109 (2), 2131 (2), 2495 (7),
2578 (7), 2583 (14), 2764 (7), 2880 (2), 4558 (2), RB 406511 (2). Brito ALVT 6 (9). Caldas DKD 01 (3), 64 (2), 66 (3). Carauta JPP
1813 (5), 2704 (3), 2724 (3). Cardoso LJT 1262 (2). Carvalho ASR AC008 (8), AC009 (8), AC048 (8), AC057 (8), AC084 (8).
Carvalho B RB 437570 (2), RB 437553 (2). Carvalho DA 105 (8), 117 (8). Castro DN 14 (8). Cavalcanti ACS 398 (5). Christo AG
275 (2). Correia CMB 161 (12),303 (2). Costa A 460 (2). Costa CD 30 (8). Costa EL 288 (3), 436 (8), 440 (8). Costa IG 460 (3).
Dantas HG PG24-HGD308 (3), 606 (3). Dias HM 117 (8), 118 (2). Duarte AP 4819 (8). Emygdio L 5672 (5), 5771 (2), 5963(2),
6343 (2), 6345 (5), 6346 (5). Farág PRC 41 (3), 183 (4), 289 (2), 554 (4), 608 (3). Faria JEQ 2994 (4), 2995 (3), 3006 (3), 3072 (2),
6339 (12). Farias DS 102 (3), 115 (2), 354 (2). Farney C 561 (1), 1256 (8), 1493 (8), 2313 (2), 2571 (5), 3158 (5), 3213 (5), 3314 (4),
3422 (8), 3480 (2), 3507 (2), 3982 (2), 3993 (2), 4213 (2), 4338 (3), 4653 (5), 4658 (2), 4676 (8), 4979 (7). Fernandes D 178 (3), 265
(8), 547 (3). Ferreira CDM 392 (2). Ferreira VF 21 (3). Feteria PW 30 (2). Finotti R 116 (10), 141 (2), 294 (14). Fontella JP 222
(2), 1368 (8), 2289 (2), 3157 (8), 3162 (8), 3513 (2), 3763 (2), 4150 (2). Fontenelle GB RFA 21858 (2), RB 392409 (2), VIES 2690
(2), VIES 2694 (8). Fonseca-Kruel VS 212 (8), 257 (5), 297 (5), 302 (4), 333 (5), 347 (2), 373 (5), 481 (2), 553 (5), 556 (8), 563 (5),
614 (2), 630 (8), 643 (2), 668 (8), 673 (8), 706 (8), 734 (2), 737 (5), 750 (8), 751 (8), 758 (8), 764 (8), 777 (8), 779 (8), 801 (8). Gaglianone
MC 197 (5). Germano-Filho P 68 (7). Giaretta A 1475 (1). Giordano LC 1605 (8), 2346 (8). Glaziou AFM 1273 (10), 1279 (8),
2132 (5), 2583 (5), 2592 (12), 2873 (1), 4814 (1), 4991 (5), 5866 (5), 6533 (10), 8966 (5), 9427 (10), 10783 (8), 13442 (2), 17701 (5),
19875 (10), 20319 (13). Gomes ERS RBR 31035 (3). Gomes M 591 (8). Gouveia ACMS 2 (8). Greco AV 12 (2). Guedes ML 19556
(2), 19570 (2), 19597 (8). Guedes R 282 (3), 723 (3), 922 (3), 2326 (14), 2457 (2), RB 294279 (5). Guimarães EF RB 175268 (1).
Hoehne W 5900 (2), 5934 (8), 5977 (8). Hottz D 21 (8), 223 (3). IRC 338 (3). Ismael RB 250967 (3). Jesus JA 1581 (8). Klein VLG
268 (8), 272 (2). Kuhlmann JG 6083 (4), RB 479 (3), RB 41446 (2), RB 47969 (8). Kurtz BC RB 328421 (2). Lage CA RB 81397
(5). Landrum LR 2088 (2), 4172 (2), 4168 (8), 8116 (5). Legrand CD 1482 (5). Leitman M 28 (2). Lems K NY 616748 (2), NY
616752 (2). Leonello AC 12 (2), RB 328059 (2), RB 346777 (8). Liane D 3536 (8). Liene 3729 (2). Lima HC 2595 (3), 2892 (8), 3062
(8), 3426 (12), 3720 (12), 5172 (2), 5191 (4), 5318a (2), 5494 (2), 5886 (3), 8278 (3), 8378 (3). Lima MPM 250 (3). Lindeman JC
6355 (8). Lobão AQ 569 (8). Lorenzi H 6071 (1), 6749 (4). Lucas EJ 222 (1), 227(1), 480 (1). Luchiari C 473 (1). Lúcio KA 58 (2).
Lutz A 431 (1), 692 (5). Machado A RB 75156 (8). Machado DNS 158 (8), 172 (2). Machado OXB RB 75140 (5). Maia VC R
195283 (2). Maio FR 186 (8). Maioli V 925 (2). Marquete R 962 (2), 1135 (7), 1668 (2), 1829 (2), 2019 (2), 3684 (2), 4230 (8).
Martinelli G 1008 (8), 1676 (1), 2956 (8), 9905 (7), 10039 (2), 11813 (12), 11904 (2), 11919 (2), 11939 (12), 13309 (2), 13346 (11).
Martins D 47 (8). Martins EMG 350 (2). Martins EO 350 (2). Mattedi AD 238 (5), 294 (5). Mattos A 2022 (2), RB 299918 (2).
Mattos JR 579 (8). Matsumoto K 735 (8). Mautone L 116 (2), 120 (2). Mello ODS 16586 (1). Melo AL 25 (5). Menezes LFT 211
(5), 240 (2), 294 (8), 402 (2), 403 (8), 404 (8), 516 (8), 565 (8), 569 (8), 571 (8), 609 (8), 621 (2), 704 (2), 967 (8), 1153 (8), 1269 (2),
1553 (8), RBR 12555 (2). Montalvo EA 43 (8), 176 (8). Monteiro S 297 (8), 298 (8), 301 (2). Montezuma RCM 5 (8), 46 (2), 65 (2).
Moreira HP 53 (8), 57 (2). Nadruz M 711 (9), 2011 (3), 2294 (3), 2317 (1), RB 392122 (3). Negreiros F 66 (10). Nepomuceno DMS
15 (2). Occhioni P 5709 (2), 6075 (7), 6883 (2), 6886 (2), 7173 (3), 7552 (7), 9259 (8). Oliveira BHG 38 (2). Oliveira CAL 1555 (8),
2547 (8). Oliveira P 24 (2), 43 (2). Oliveira RR 2349 (5), RB 703569 (7). Pacheco S 2 (2). Pardo CS 531 (6), 650 (1), 1817 (2). Paskin
D RB 545752 (8). Paula-Souza J 5978 (8). Peixoto M 28972 (1). Pereira C RFA 22450 (8). Pereira E 50B (2), 497 (8). Pereira FMB
44/59 (2), 65 (2), RB 397942(7). Pereira M 62 (8). Pereira MCA RB 703491 (2), RB 703492 (2), RB 703494 (2), RB 703495 (2), RB
703497 (2). Pereira OL 1480 (2). Peron M 868, (26), 937 (2). Pessoa SVA 763 (3). Pessoal do Horto Florestal RB 472 (3), RB
111580 (3), RB 421623 (2). Pinheiro 27 (2), 109 (2), 157 (2), 270 (2). Pinto CG 14 (2), 135 (8). Pinto LJS 336 (3), 439 (2), 608 (2),
Rodriguésia 71: e03082018. 2020
Myrciaria, Neomitranthes e Siphoneugena no estado do Rio de Janeiro 31 de 31
739 (2), 765 (2), 866 (2), 1072 (4), 1288 (5), 1492 (3). Proença CEB 3705 (8), 848 (8), HEPH 6145 (8). Quinet A 15/62 (5). RCC 135
(8). Reis RCC 298 (4). Rezende GSZ 18 (3), 137 (3), 182 (3), 183 (4), 253 (4). Ribeiro R 876 (1). Ricardo RB 299716 (3). Riedel L
1232 (5), HV (1), P00868421. Rizzini CM 195 (3), RB 58050 (8), RB 146500 (2). Rodarte ATA 184 (2), 187 (2). Rodrigues IA 120
(3). Rodrigues GA 42 (2). Rodrigues HC 46 (12), 392 (7). Rodrigues PJFP 7 (2), 34 (2), 50 (7), 62 (1), 75 (5), RB 554874 (12), RB
555428 (6). Rosa MMT 457 (3). Rosa P 846 (8). Saldanha R 142720 (2). Sampaio A 8225 (3), 8893 (2), 8956 (5). Sampaio JJ RB
69212 (2). Santo IE 738 (8), 770 (8), 828 (3). Santos F 03 (3), FCAB 7630 (3). Santos IS 15 (3). Santos MG 608 (2), 2192 (8), 2198
(2), 2199 (2), 2201 (2). Santos MCF 09 (3), 53 (8). Santos N 233 (2). Sarahyba LSP 354 (8). Scarponi TM 38 (12), 71 (8), 91 (2),
108 (8), RB 646297 (1), RB 651296 (12). Seele CCS 784 (13). Segadas-Vianna 646 (8), I-740 (3). Shwacke CTH 6504 (8). Silva AN
RB 531769 (5), RBR 12552 (5). Silva IH 02 (2). Silva IM 362 (3), 756 (2). Silva JG 64 (2). Silva L 390 (13). Siqueira FCAB 4198
(12). Soares PC 03 (2). Sobrinho FA 18 (3). Somner GV ICN 98719 (8). Souza A 1770 (2), R 177109 (2), 1780 (2), 1839 (2). Souza
GR 267 (2). Souza MC 19 (8), 50 (8), 113 (8), 121 (2), 125 (2), 131 (8), 132 (8), 158 (2), 159 (8), 186 (5), 262 (14), 292 (2), 293 (8),
317 (8), 427 (3), 439 (2), 518 (4). Souza VC 28972 (1), 36074 (2), 36075 (2), 36076 (2), 36077 (2). Strang HE 422 (5). Sucre D 3141
(2), 3729 (8), 3730 (2), 3735 (8), 5857 (8), 5890 (5), 5914 (8), 5918 (8), 6413 (5), 7428 (5), 7462 (5), 7543 (2), 7626 (8), 7682 (2), 7694
(2), 7837 (2), 7940 (8), 8116 (5), 8735 (8), 9770 (2), 10610 (2), 11303 (5), 11345 (8), 11365 (2), RB 141230 (8). Uhlmann A 383 (13).
Uller HF 311 (8), 441 (8). Vaz AMSF 550 (3). Vianna MC 550 (8), 2719 (9), 2732 (2), 2735 (9). Victorio RB 139520 (2). Viegas AP
2274 (8), BHCB 92996 (8). Vieira CM 1374 (5), 1790 (2). Vieira S 194 (3). Wängler MS 1683 (3). Wesenberg JW 429 (2), 620 (13),
785 (1), 787 (2). Wilkes Expedition NY 616723 (2). RB 69633 (12).
Editor de área: Dr. Marcus Nadruz
Artigo recebido em 30/10/2018. Aceito para publicação em 06/05/2019.
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