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Cândido Samuel Fonseca de Oliveira
Thaís Maira Machado de Sá
ORGANIZADORES
Contagem
2020
Psicolinguística
em Minas Gerais
Cândido Samuel Fonseca de Oliveira
Thaís Maíra Machado de Sá
ORGANIZADORES
Contagem
2020
Psicolinguística
em Minas Gerais
Alexandre Delno Xavier (Instituto Federal de Minas Gerais)
Ana Paula Martins Alves Salgado (Universidade Federal Rural da Amazônia)
Bernardo Kolling Limberger (Universidade Federal de Pelotas)
Elena Ortiz-Preuss (Universidade Federal de Goiás)
Erica dos Santos Rodrigues (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro)
Janaína Wessheimer (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
Mahayana Cristina Godoy (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
Mailce Borges Mota (Universidade Federal de Santa Catarina)
Márcio Martins Leitão (Universidade Federal da Paraíba)
Marcus Maia (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Pâmela Freitas Pereira Toassi (Universidade Federal do Ceará)
Suelen Erica Costa da Silva (Centro Federal de Educação Tecnológica de
Minas Gerais)
ORGANIZADORES
Cândido Samuel Fonseca de Oliveira
Thaís Maíra Machado de Sá
REVISÃO
Primavera Assessoria e Revisão de Textos
PROJETO GRÁFICO
Eduardo Rocha (Setor de Comunicação Visual -SECOV/CEFETMG)
FICHA TÉCNICA
Webert Júnio Araújo (Biblioteca do Campus Contagem - BIBCON/CEFETMG)
FICHA CATALOGRÁFICA
____________________________________________________________________
P974 Psicolinguística em Minas Gerais / Cândido Samuel Fonseca de Oliveira e
Thaís Maíra Machado de Sá (Orgs.). – Contagem : CEFETMG, 2020.
280 p. : il. -
ISBN 978-65-87888-04-0 (Impresso)
ISBN 978-65-87888-05-7 (Digital)
1. Psicolinguística. 2. Aquisição de Linguagem. 3. Psicologia da
Linguagem. 4. Processamento Linguístico. I. Oliveira, Cândido Samuel
Fonseca de Oliveira. II. Sá, Thaís Maíra Machado de.
III. Título.
CDD: 401.9
____________________________________________________________________
Elaborada pelo Bibliotecário Webert Júnio Araújo – CRB-6/3260 (Biblioteca do
Campus Contagem - CEFETMG)
Psicolinguística
em Minas Gerais
A psicolinguística em Minas Gerais:
uma apresentação
Thaís de Sá (CEFET-MG) & Cândido Oliveira
(CEFET-MG/UFMG) ................................................... 7
A percepção de propriedades
distribucionais e acústicas da fala na
aquisição de uma língua pelo bebê
Cristina Name & Milene Laguardia (UFJF) ............... 17
Psicolinguística: aquisição de
linguagem e aprendizagem da leitura
Arabie Bezri Hermont (PUC Minas) ......................... 29
Potenciais relacionados a eventos
no estudo da percepção da fala e da
organização sonora da linguagem
Daniel Silva (UEMG) ................................................ 45
A diferença na abertura da vogal baixa é
parte do percepto “vogal nasal”?
Um estudo exploratório e dialetal
Rui Rothe-Neves (UFMG) ........................................67
Experimentos de percepção para determinação
das funções de parâmetros fonéticos
envolvidos na produção da entoação
Luciana Lucente (UFMG) ........................................ 79
Pesquisa em psicolinguística: explorando o
processamento de frases
Aline Fonseca (UFJF) ............................................... 95
Os processos de leitura e de compreensão: a
leitura, a audição e a sinalização
Camila Leite (UFU) .................................................113
Sumário
A coerção aspectual em construções de
estrutura argumental: um projeto de pesquisa
na área da Psicolinguística Experimental
Larissa Ciríaco (UFMG) ......................................... 131
Deu zebra...!? Investigando a compreensão
da linguagem “não literal”
Mercedes Marcilese (UFJF) .................................. 149
Os bilíngues interessam aos linguistas?
Uma resposta da psicolinguística
Ricardo Souza (UFMG) .......................................... 167
Mecanismos de aprendizagem
distribucional em bilíngues tardios
Mara Guimarães (UFMG) ...................................... 191
Estruturas linguísticas cognitivamente
desaadoras no processo de aquisição
de segunda língua
Cândido Oliveira (CEFET-MG/UFMG) ................... 207
A pesquisa experimental em psicolinguística do
bilinguismo nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Jesiel Soares-Silva & Adriana Nascimento Bodolay
(UFVJM) ................................................................ 225
A construção de instrumentos de avaliação
de pers linguísticos de surdos bilíngues
Giselli Silva (UFMG) .............................................. 247
As crenças sobre o processamento
bilíngue e a sua relação com a educação
no contexto brasileiro
Jamila Rodrigues (UFLA) .......................................263
Sobre os autores ............................................... 273
EM BRANCO
207
Estruturas linguísticas cognitivamente
desaadorasnoprocessodeaquisiçãode
segunda língua
Cândido Samuel Fonseca de Oliveira (CEFET-MG/UFMG)
Introdução
Neste capítulo apresentaremos um tema muito de-
batido e estudado por pesquisadores de diferentes linhas
teóricas com interesse no fenômeno do bilinguismo: as es-
truturas linguísticas cognitivamente desafiadoras no pro-
cesso de aquisição de segunda língua (L2). Primeiramente,
faremos uma breve descrição de duas áreas que têm este
tópico como um dos seus pontos de interseção: a Aquisição
de Segunda Língua (ASL) e a Psicolinguística ou, mais es-
pecificamente, sua subárea chamada de Psicolinguística do
Bilinguismo. Em seguida, detalharemos quatro hipóteses
que propõe quais estruturas tendem a impor dificuldades
no processo de aquisição de L2: o Princípio do Subconjun-
to (Subset Principle), a Hipótese da Evidência Negativa
(Negative Evidence Hypothesis), a Hipótese das Interfaces
208
PSICOLINGUÍSTICA EM MINAS GERAIS
(Interface Hypothesis) e a Hipótese do Gargalo (Bottleneck
Hypothesis). Citaremos alguns estudos empíricos que cor-
roboram essas hipóteses e ilustram as estruturas estudadas
em cada uma delas. Por último, faremos nossas conside-
rações finais mencionando outras hipóteses e apontando
aspectos que precisam ser aprofundados para avançar no
conhecimento deste assunto.
1. Aquisição de Segunda Língua e
Psicolinguística
A ASL e a Psicolinguística são duas das áreas que in-
vestigam o sistema cognitivo de falantes bilíngues. De modo
geral, a ASL tem interesse nos diferentes estágios de apren-
dizagem de uma L2 e a Psicolinguística do Bilinguismo foca
nas consequências cognitivas da presença de mais de uma
língua na mente humana. Apesar dessas diferenças, as duas
áreas possuem uma forte relação e alguns pontos de interse-
ção. A ASL é uma área relativamente nova, tendo sido esta-
belecida como área de pesquisa apenas na segunda metade
do século XX. De acordo com Ellis (2008), os primeiros es-
tudos em ASL tiveram uma forte orientação psicolinguística.
No entanto, o desenvolvimento dessa área de pesquisa fez
com que ela aumentasse o seu escopo e se tornasse mais in-
terdisciplinar envolvendo áreas como a sociolinguística e a
linguística de corpus. A despeito desse crescimento, os estu-
dos em ASL ainda mantêm laços com a psicolinguística nos
métodos de pesquisa, no arcabouço teórico e, até mesmo,
nos objetivos de pesquisa.
Ambas as áreas têm como um dos seus objetivos prin-
cipais o entendimento do conhecimento linguístico subja-
cente de falantes bilíngues. Como esse conhecimento não
pode ser observado diretamente, diversas análises sobre o
comportamento desses indivíduos são realizadas pelos pes-
quisadores dessas áreas. No campo da ASL, é muito comum
examinar produções escritas e/ou orais dos bilíngues em
contextos naturais ou de instrução formal. Outros pesquisa-
dores inspecionam o relato introspectivo dos falantes bilín-
gues sobre o próprio processo de aprendizagem. Há ainda
209
um grupo de pesquisadores que investiga o conhecimento
subjacente da L2 por meio de diferentes métodos experi-
mentais da psicolinguística.
Neste capítulo trataremos de um assunto que tem ga-
nhado proeminência entre esse terceiro grupo de pesqui-
sadores: estruturas linguísticas que se mostram cognitiva-
mente mais desaadoras no processo de aquisição de L2 do
que no processo de aquisição de primeira língua (L1). Mui-
tos bilíngues que iniciaram o processo de aquisição da L2
após a puberdade (aprendizes tardios) alcançam altos níveis
de prociência em uma L2, mas poucos se tornam indistin-
guíveis dos falantes nativos dessa L2. Certas estruturas lin-
guísticas parecem ser mais propensas a evidenciar os com-
portamentos linguísticos dos falantes bilíngues que não são
convergentes com os comportamentos dos falantes nativos,
tais como sentenças complexas, ambíguas ou agramaticais
(ROBERTS, 2018). Assim, pesquisadores lançam mão de
métodos psicolinguísticos on-line e o-line (cf. LEITÃO,
2008; OLIVEIRA; SÁ, 2013; OLIVEIRA, no prelo) para po-
der analisar mais detalhadamente o comportamento dos fa-
lantes bilíngues frente a essas estruturas.
Elucidar o que é cognitivamente difícil na aquisição de
uma L2 é relevante para a compreensão do funcionamento
do sistema cognitivo bilíngue (psicolinguística do bilinguis-
mo) e para a otimização do processo de aprendizagem de L2
(ASL). Mais especicamente, o conhecimento sobre as es-
truturas que tendem a ser desaadoras na aquisição de L2
pode esclarecer que tipo de pistas (sintáticas, morfológicas,
semânticas, pragmáticas, etc.) são mais inuentes no pro-
cessamento bilíngue em comparação com o processamento
de falantes nativos e ainda iluminar questões cognitivas e
pedagógicas que têm papel importante para bilíngues alcan-
çarem altíssimos níveis de prociência.
Nas seções que seguem iremos apresentar quatro pro-
postas que versam sobre estruturas linguísticas que parecem
impor certa diculdade na aquisição de L2. Todas essas hipó-
teses têm sido exploradas por estudos com metodologias psi-
colinguísticas e vêm progressivamente trazendo informações
importantes sobre o funcionamento da mente bilíngue.
ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS COGNITIVAMENTE DESAFIADORAS
NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA
210
PSICOLINGUÍSTICA EM MINAS GERAIS
2. Princípio do Subconjunto
A extensão do princípio do subconjunto (WEXLER;
MANZINI, 1987) à aquisição de L2 (WHITE, 1989; ROTH-
MAN et al., 2018) foi provavelmente uma das primeiras hi-
póteses a serem levantadas sobre as estruturas que podem
representar um obstáculo na aquisição de L2. De acordo com
esse princípio, a diculdade na aquisição de uma estrutura da
L2 é resultado da inuência da L1 e da relação tipológica desta
com a L2. Mais especicamente, o modelo assume que a L1 e a
L2 podem ter uma relação de conjunto e subconjunto no que
diz respeito a um determinado aspecto linguístico. A língua
que é mais restritiva em relação a esse aspecto é considerada
o subconjunto enquanto aquela que é mais abrangente é con-
siderada o conjunto.
O modelo original, aplicado à aquisição de L1, propõe
que uma criança assume a gramática mais restritiva (subcon-
junto) que é consistente com o insumo linguístico que ela re-
cebeu. Por isso, estruturas oriundas de supergeneralizações
não emergem frequentemente na gramática das crianças. No
entanto, na aquisição de L2, o princípio do subconjunto pode
não ser aplicado se a L1 estiver em situação de conjunto e a
L2 em situação de subconjunto. O modelo prevê que onde a
gramática da L1 possui uma gramática mais ampla do que a
L2, os bilíngues tenderão a assumir, em L2, uma gramática
similar à de L1.
O raciocínio do modelo é que, quando a L1 está em con-
dição de subconjunto da L2, os bilíngues serão favorecidos
pelo insumo da L2, que naturalmente irá expô-los à estrutura
que não é licenciada na L1. Quando a L2 está em condição de
subconjunto da L1, diferentemente, os bilíngues precisarão
aprender que as possibilidades da L1 são apenas parcialmente
aplicáveis a L2. O insumo apresenta qual estrutura está dis-
ponível, mas não é claro quanto à indisponibilidade de ou-
tras estruturas. Assim, a similaridade parcial entre as línguas
pode levar os bilíngues a assumir a similaridade total. Por-
tanto, o modelo prevê que é mais difícil restringir a gramática
(conjunto subconjunto) do que expandir a gramática (sub-
conjunto conjunto).
211
Judy e Rothman (2010) citam diversos estudos que mos-
tram que falantes nativos do inglês são bem-sucedidos na
aquisição da opcionalidade da expressão do sujeito em espa-
nhol (subconjunto conjunto), ilustrado em (1) e (2) mesmo
antes de atingir níveis altos de prociência. Os autores anali-
saram empiricamente a aprendizagem da obrigatoriedade da
expressão do sujeito em inglês (conjunto subconjunto), ilus-
trado em (3) e (4), por falantes nativos do espanhol com níveis
altos de prociência em inglês como L2. Eles conduziram uma
tarefa de julgamento de gramaticalidade com correção e uma
tarefa de interpretação de correspondência de contexto. Os
resultados sugerem que, apesar do bom desempenho geral, os
bilíngues não são tão sensíveis quanto os falantes nativos em
relação à agramaticalidade das sentenças com sujeito nulo,
conforme previsto pelo Princípio do Subconjunto.
(1) María cree que ellaestá enferma.
Maria acreditar.PRES.3SG que ela estar.PRES.3SG doente.FEM
‘Maria acredita que ela está doente’.
(2) María cree que está enferma.
Maria acreditar.PRES.3SG que estar.PRES.3SG doente.FEM
‘Maria acredita que está doente’.
(3) Mary believes that sheis sick.
Maria acreditar.PRES.3SG que ela estar.PRES.3SG doente
‘Maria acredita que ela está doente’.
(4) * Mary believes that is sick.
Maria acreditar.PRES.3SG que estar.PRES.3SG doente
‘Maria acredita que está doente’.
3. Hipótese da Evidência Negativa
Outra hipótese que também trata da diculdade dos fa-
lantes bilíngues em não supergeneralizar as regras da L2 é
a Hipótese da Evidência Negativa, apresentada por Oliveira
ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS COGNITIVAMENTE DESAFIADORAS
NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA
212
PSICOLINGUÍSTICA EM MINAS GERAIS
(2016) e formalizada em Oliveira e Penzin (2019). Segun-
do essa hipótese, os bilíngues apresentam diculdade em
aprender que uma regra especíca à L2 é apenas parcial-
mente aplicável e, consequentemente, eles tendem a ser me-
nos sensíveis que os falantes nativos em relação às violações
resultantes da supergeneralização dessas regras. Enquanto
o Princípio do Subconjunto aplicado à aquisição de L2 faz
presunções sobre aprendizagem de estruturas que estão pre-
sentes na L1 e na L2 (em uma relação de conjunto e subcon-
junto), a Hipótese da Evidência Negativa faz previsões sobre
a aprendizagem de estruturas que não estão presentes na L1.
No entanto essas duas hipóteses se assemelham, já que a Hi-
pótese da Evidência Negativa também arma que bilíngues
assumirão gramáticas menos restritivas do que os falantes
nativos a partir do insumo recebido.
Os proponentes da hipótese apresentam possíveis ra-
zões para essa diferença entre bilíngues e falantes nativos no
que diz respeito à sensibilidade a restrições gramaticais de
estruturas especícas à L2. Na aquisição de L1, as crianças
utilizam informações estatísticas para especicar as possibi-
lidades estruturais de cada palavra (processo bottom-up) e,
assim, mitigar possíveis supergeneralizações (BOYD; GOL-
DBERG, 2011; AMBRIDGE et al., 2014). Na aquisição de
segunda língua, no entanto, os bilíngues utilizam estrategi-
camente regras mais gerais (processo top-down) para com-
pensar o desequilíbrio entre o nível de desenvolvimento da
L1 e da L2 e a quantidade/qualidade de insumo tipicamente
recebido em cada língua. Assim, bilíngues tendem, por exem-
plo, a usar menos a ausência de evidência positiva (evidência
de presença) como evidência de ausência.
Outra razão para a falta de sensibilidade para supergene-
ralizações de regras especícas à L2 está relacionada às dife-
renças no próprio uso da L1 e da L2. No processo de aquisição
de L1, uma estrutura em dissonância com o restante da gra-
mática pode causar um estranhamento suciente para o fa-
lante nativo cogitar que ela é agramatical. No processo de L2
isso também pode ocorrer, mas a tendência parece ser menor
pois bilíngues estão mais acostumados a lidar com estruturas
gramaticais da L2 que não são licenciadas na gramática da
213
L1 e a decifrar qual a interpretação mais plausível para elas.
Assim, ao lidar como uma estrutura agramatical da L2, parece
plausível que bilíngues tendam a ser mais tolerantes do que
os falantes nativos dessa língua.
Há pelo menos três estudos que analisaram o compor-
tamento de bilíngues do par linguístico português brasileiro
(PB) e inglês com altos níveis de prociência frente a estru-
turas especícas à L2 e algumas de suas possíveis superge-
neralizações. Oliveira e Souza (2012) e Oliveira (2014; 2016)
testaram, com uma tarefa de julgamento de aceitabilidade
em cada estudo, se esses bilíngues eram sensíveis às super-
generalizações do predicado resultativo da língua inglesa,
ilustrado em (5) e (6). As construções resultativas não são
licenciadas em PB, mas são em inglês e são muito seletivas
quanto aos tipos de adjetivos que podem compor o predicado
resultativo. Oliveira e Penzin (2019) testaram, também com
tarefas de julgamento de aceitabilidade, se os bilíngues com
o perl descrito acima eram sensíveis às supergeneralizações
dos verbos das construções de objeto duplo do inglês, ilustra-
do em (7) e (8). Essa construção tende a não licenciar algumas
categorias de verbos como, por exemplo, verbos de origem la-
tina. Os resultados desses três estudos corroboram a Hipótese
da Evidência Negativa ao indicar que os bilíngues são mais
tolerantes do que os falantes nativos no que diz respeito as
sentenças agramaticais que são supergeneralizações de estru-
turas especícas à L2. Apesar de ganharem sensibilidade com
o aumento da prociência, os bilíngues não atingem o nível
de sensibilidade dos falantes nativos para essa restrição nem
mesmo em casos de longa imersão na L2.
(5) The cook twisted the spoon and hammered it at.
DET cozinheiro torcer.PASS DET colher e martelar.PASS 3SG.ACC plano
‘A cozinheira torceu a colher e a martelou até deixá-la plana’.
(6) *Josh found a spoon and twisted it broken.
Josh encontrar.PASS DET colher e torcer.PASS 3SG.ACC quebrado
‘Josh encontrou uma colher e a torceu até quebrá-la’.
ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS COGNITIVAMENTE DESAFIADORAS
NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA
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PSICOLINGUÍSTICA EM MINAS GERAIS
(7) The student gave the teacher an apple.
DET estudante dar.PASS DET professor DET maçã
‘O estudante deu uma maçã para o professor’.
(8) *The neighbor donated the kids a bike.
DET vizinho doar.PASS DET crianças DET bicicleta
‘O vizinho doou uma bicicleta para as crianças’.
4. Hipótese das Interfaces
A Hipótese das Interfaces (SORACE, 2006) propõe origi-
nalmente que estruturas de interface entre a sintaxe e outros
domínios em geral são mais problemáticas na aquisição de L2
do que estruturas que dependem apenas de computação sin-
tática (narrow syntax). Nessa primeira versão a autora inclui
explicitamente estruturas de interface entre sintaxe e léxico.
No entanto, a versão mais recente dessa hipótese (SORACE,
2011) é mais especíca e prevê diculdade na aquisição ape-
nas das estruturas de L2 que envolvem interface entre sintaxe
e domínios cognitivos externos à gramática. Essas estrutu-
ras tipicamente têm o valor de felicidade (felicity) atrelado
a variáveis pragmáticas, discursivas e/ou contextuais. Sora-
ce (2011) defende que tanto os aspectos internos quanto os
externos da L2 podem ser adquiridos, mas a integração de
ambos não é totalmente eciente. Assim, bilíngues possuem
diculdade em implementar as estratégias que regulam a dis-
tribuição dessas estruturas, o que pode resultar em opciona-
lidade ou, em outras palavras, na coexistência de variantes
linguísticas de forma não convergente com a gramática dos
falantes nativos da L2. Em muitos casos essa opcionalidade se
apresenta como um efeito residual da L1, principalmente nos
casos em que a L1 é menos restritiva do que a L2. De acordo
com a autora, quando a gramática da L1 é menos restritiva do
que a L2, ela pode neutralizar as distinções desta.
À medida que falantes bilíngues alcançam níveis mais al-
tos de prociência, a produção e compreensão deles tende a
se estabilizar com a opção convergente da L2. Todavia, isso
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não quer dizer que as opções não convergentes não estão dis-
poníveis. Ao contrário, elas podem emergir em circunstâncias
comunicativas que geram uma maior carga cognitiva, já que
o uso da L2 e a consequente inibição da L1 também requerem
um notável esforço cognitivo. Segundo a proponente da hipó-
tese, a menor eciência de falantes bilíngues na integração de
propriedades sintáticas e pragmáticas está relacionada não às
estruturas de interface em si ou a uma representação deci-
tária, mas sim a efeitos cognitivos de bilinguismo no proces-
samento linguístico. O fato de essa diculdade ser observável
em bilíngues com níveis de prociência próximo ao de falan-
tes nativos sugere que a menor eciência dos bilíngues tem
origem na menor disponibilidade de recursos cognitivos ge-
rais durante o processamento e a produção da linguagem. As-
sim, Sorace (2011) argumenta que métodos psicolinguísticos
on-line podem ser mais apropriados do que métodos o-line
na captura dessa diculdade de integração de propriedades
sintáticas e propriedades contextuais. Outro ponto interes-
sante levantado pela autora é que essa diculdade com estru-
turas de interface externa também pode ser observada na L1
em casos de erosão linguística.
White (2011) e Lozano e Callies (2018) mostram que al-
gumas dessas estruturas de interface externa têm gerado re-
sultados conituosos, ora sugerindo diculdade no processo
de aquisição e ora sugerindo que elas podem ser completa-
mente adquiridas. No entanto, há estruturas que parecem
ser consistentemente problemáticas. Esses resultados suge-
rem que seria inapropriado assumir que todas as estruturas
de interface entre sintaxe e pragmática são necessariamente
desaadoras no processo de aquisição de L2. Dessa forma, a
investigação dessa hipótese parece caminhar para a identi-
cação dos fatores responsáveis por essa variabilidade. White
(2011) sugere que a tipologia linguística e, até mesmo, inter-
faces adicionais podem estar relacionadas com a diculdade
encontrada em estruturas especícas que envolvem a interfa-
ce entre e sintaxe e pragmática.
Jegerski et al. (2011) analisaram o comportamento de fa-
lantes bilíngues do par linguístico inglês-espanhol com níveis
intermediário e avançado de prociência frente a uma das
ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS COGNITIVAMENTE DESAFIADORAS
NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA
216
PSICOLINGUÍSTICA EM MINAS GERAIS
estruturas mais utilizadas para testar a Hipótese das Interfa-
ces: sentenças com sujeitos expressos e sujeitos nulos. Mais
especicamente, os autores analisaram a interpretação dada
por esses falantes a sujeitos pronominais e sujeitos nulos em
situação de ambiguidade intrasentencial tanto em orações co-
ordenadas (9) quanto em orações subordinadas (10). Os auto-
res conduziram quatro tarefas de interpretação de sentenças
para comparar o comportamento desses grupos de falantes
com grupos de falantes nativos de ambas as línguas. Os resul-
tados dão suporte a evidências anteriores que mostram que a
interpretação do sujeito por falantes nativos está relacionada
a estruturas discursivas (oração subordinada e oração coor-
denada) em inglês e à distinção entre sujeito nulo e sujeito
expresso em espanhol. Os resultados dos participantes bilín-
gues indicam, em consonância com a Hipótese das Interfaces,
que mesmo os participantes com maior nível de prociência
adotam, na L2 (espanhol), estratégias de processamento típi-
cas da L1 (inglês). Os autores sugerem que a aquisição dessas
estratégias de interpretação na L2 envolve, não apenas apren-
der novos princípios gramaticais, mas também abandonar es-
tratégias preexistentes.
(9) Marta vio a la vecina mientras(ella) trabajaba en el jardín.
Marta ver.PASS PREP DET vizinha enquanto (3SG.N) trabalhar.PASS PREP DET jardim
‘Marta viu a vizinha enquanto (ela) trabalhava no jardim’.
(10) La chica vio a su amiga cuando(ella) estaba en la tienda.
DET menina ver.PASS DET POSS amiga quando (3SG.N) estar.PASS PREP DET loja
‘A menina viu sua amiga quando (ela) estava na loja’.
5. Hipótese do Gargalo
Segundo a Hipótese do Gargalo (SLABAKOVA, 2013) a
parte da gramática de L2 que representa um obstáculo (ou
um gargalo) para a aquisição de L2 é a morfologia funcional,
que abrange morfemas livres como os artigos e os auxiliares e,
ainda, morfemas presos como os exionais de tempo, número
217
e gênero. De acordo com a proponente do modelo, isso se deve
ao fato dessa unidade linguística conter uma complexa varie-
dade sintática, semântica e morfofonológica, que é codicada
de formas distintas em diferentes línguas. Em algumas de-
las, um mesmo morfema pode ter diferentes signicados gra-
maticais, como o morfema {~s} do inglês que marca tempo e
pessoa em verbos e marca número em substantivos. Segundo
Slabakova (2016), as diculdades na representação da mor-
fologia funcional dos bilíngues têm relação com o processo
complexo de mapear as formas para a interpretação correta,
expandir ou subtrair partes desse mapeamento e identicar
os contextos de ocorrência do morfema. Hopp (2010) de-
monstra que, até mesmo, bilíngues com níveis de prociência
próximo ao de falantes nativos apresentam um nível menor
de automaticidade frente a morfemas funcionais reetindo
um processamento que é mais lento e menos eciente. Todos
esses aspectos contribuem para que haja uma alta carga cog-
nitiva no processamento dessa unidade linguística.
Slabakova (2016) arma que a morfologia funcional é
difícil de ser processada mesmo por falantes nativos. A au-
tora cita alguns estudos que comparam o desempenho de bi-
língues ao desempenho de falantes nativos, alguns dos quais
receberam uma carga adicional na memória de trabalho du-
rante as tarefas experimentais. De modo geral, os resultados
desses estudos sugerem a similaridade no comportamento de
falantes nativos adultos com a carga adicional na memória de
trabalho, crianças falantes nativas e bilíngues. Mais impor-
tante, indicam que a morfologia exional foi a última parte da
gramática a emergir nas crianças e a mais difícil de ser pro-
cessada por adultos e bilíngues.
Oliveira et al. (2020) analisaram o conhecimento mor-
fológico da L2 de bilíngues do par linguístico PB e inglês com
níveis mais altos e mais baixos de prociência. Mais especi-
camente, os autores conduziram duas tarefas de julgamento
de aceitabilidade para analisar o comportamento desses fa-
lantes no que diz respeito a três tipos de concordância entre
sujeito e verbo: sentenças gramaticais com morfema exional
(11), sentenças agramaticais devido à ausência de morfema
exional (12) e sentenças agramaticais devido ao uso incorre-
ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS COGNITIVAMENTE DESAFIADORAS
NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA
218
PSICOLINGUÍSTICA EM MINAS GERAIS
to de morfema exional (13). Os resultados indicaram que os
bilíngues se comportaram de forma semelhante aos falantes
nativos em relação às sentenças gramaticais e às sentenças
agramaticais devido ao uso incorreto de morfema exional.
No entanto, os bilíngues não foram tão sensíveis quanto aos
falantes nativos no que diz respeito às sentenças agramaticais
devido à ausência de morfema exional. Ademais, bilíngues
nos diferentes níveis de prociência testados e com diferen-
tes status de imersão tiveram comportamento semelhante.
Os resultados são interpretados como evidência de que a di-
culdade com morfologia funcional na L2 envolve saliência
perceptual.
(11) The pilot drinks coffee in the morning.
DET piloto tomar.PRES.3SG café PREP DET manhã
‘O piloto toma café pela manhã’.
(12) *Taylor eat pizza with his family on Sundays.
Taylor comer(N3SG) pizza com dele família PREP domingos
‘Taylor come pizza com a família dele aos domingos’.
(13) I eats all my calories at dinner.
Eu comer.PRES.3SG todo POSS calorias PREP jantar
‘Eu como todas as minhas calorias no jantar’.
6.Consideraçõesnais
O presente capítulo teve por objetivo apresentar a estu-
dantes e pesquisadores interessados em pesquisas na área
da linguística, um tema que vem sendo abordado em estu-
dos da ASL e da Psicolinguística do Bilinguismo: estrutu-
ras linguísticas cognitivamente desaadoras no processo de
aquisição de L2. Para isso, descrevemos algumas hipóteses
que sugerem a diculdade na aquisição de: i) estruturas que
possuem restrições de aplicabilidade na L2 (Princípio do
Subconjunto e Hipótese da Evidência Negativa); ii) varia-
219
ções sintáticas ligadas a fatores pragmáticos e discursivos
(Hipótese das Interfaces); e iii) morfemas funcionais (Hi-
pótese do Gargalo).
Vale destacar que há outras hipóteses de grande relevância
sobre esse tema. Dentro da abordagem gerativa para aquisição
de L2 temos, por exemplo, a Hipótese da Reconguração dos
Traços (Feature Reassembly Hypothesis) (LARDIERE, 2009)
e a Hipótese dos Sistemas Concorrentes (Competing Systems
Hypothesis) (ROTHMAN, 2008). As abordagens baseadas
no uso (usage-based approach) também fazem previsões re-
levantes sobre as diculdades na aquisição de L2, dentre as
quais destacamos o Modelo da Competição (Competition Mo-
del) (MacWHINNEY, 2017), a Teoria de Processamento do
Insumo (Input Processing Theory) (VAN PATTEN, 2006) e
a Teoria Associativa-Cognitiva CREED (The Associative-Cog-
nitive CREED) (ELLIS, 2006). O fato de a maior parte das hi-
póteses de base gerativa relacionarem os desaos na aquisição
de estruturas de L2 à quantidade e à qualidade do insumo e à
existência de uma gramática prévia tem as tornado mais com-
patíveis com a ideia de aprendizagem estatística (ROTHMAN;
SLABAKOVA, 2018), que é tipicamente relacionada às abor-
dagens baseada no uso. Assim, o tópico ora apresentado pode
ser um ponto comum de interesse entre pesquisadores que
têm mais anidade com teorias gerativas e aqueles que têm
maior inclinação aos modelos baseados no uso.
Cabe salientar que diversos métodos psicolinguísticos
(o-line e on-line), além daqueles apresentados, já foram
empregados na investigação sobre esses temas. A diversica-
ção metodológica ajuda a especicar cada um dos aspectos
relacionados à diculdade de aquisição da L2. Dentre os de-
talhamentos que precisam ser mais explorados está o papel
desempenhado por: i) construtos como memória de trabalho,
atenção, automaticidade, aptidão, dominância e conhecimen-
to explícito; e ii) características linguísticas como frequência,
prototipicidade, saliência e valor de surpresa. À medida que
essas questões forem iluminadas, avançaremos na compreen-
são das estruturas que impõem desaos cognitivos na aquisi-
ção de L2, contribuindo, assim, para um melhor entendimen-
to do fenômeno do bilinguismo.
ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS COGNITIVAMENTE DESAFIADORAS
NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA
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ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS COGNITIVAMENTE DESAFIADORAS
NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA
279
CRÉDITOS
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
DE MINAS GERAIS – CEFET-MG
Diretor-Geral - Prof. Flávio Antônio dos Santos
Vice-Diretora - Profa. Maria Celeste Monteiro de Souza Costa
Chefe de Gabinete - Profa. Carla Simone Chamon
Diretor de Educação Prossional e Tecnológica - Prof. Sérgio Roberto Gomide Filho
Diretora de Graduação - Profa. Danielle Marra de Freitas Silva Azevedo
Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação - Prof. Conrado de Souza Rodrigues
Diretor de Planejamento e Gestão - Moacir Felizardo de França Filho
Diretor de Extensão e Desenvolvimento Comunitário - Prof. Flávio Luís Cardeal de Pádua
Diretor de Governança e Desenvolvimento Institucional - Prof. Henrique Elias Borges
AÇÃO DE EXTENSÃO II ENCONTRO MINEIRO
DE PSICOLINGUÍSTICA
Cândido Samuel Fonseca de Oliveira (CEFET-MG/UFMG) - Coordenador
Thaís Maíra Machado de Sá (CEFET-MG) - Coordenadora Adjunta
Elizabeth Duane Santos da Costa (CEFET-MG)
Karina Lúcia Ribeiro Canabrava (CEFET-MG)
Priscilla Tulipa da Costa (CEFET-MG)
Suelen Erica Costa da Silva (CEFET-MG)
Webert Júnio Araújo (CEFET-MG)
Augusto Maiello de Carvalho (CEFET-MG)
Dalmo Buzato (CEFET-MG)
Mara Passos Guimarães (UFMG)
Ricardo Augusto de Souza (UFMG)
Kelly Cesário de Oliveira (UFMG)
Augusto Brêtas de Moura (UFMG / CEFET-MG)
Júlia Barbosa Viegas (UFMG / CEFET-MG)
Nathalie Alacoque da Silva Barros (UFMG / CEFET-MG)
Ramon Soares Gonçalves (UFMG / CEFET-MG)
Apoio e nanciamento
EM BRANCO
Contagem
2020
O livro Psicolinguística em Minas Gerais visa
apresentar pesquisas psicolinguísticas conduzidas por
professores doutores vinculados a oito instituições
de ensino do estado de Minas Gerais. Ao longo de 15
capítulos, o leitor fará uma revisão de importantes teorias
linguísticas e psicolinguísticas, enquanto é apresentado
às pesquisas desenvolvidas em território mineiro que
reetem e investigam a realidade cognitiva de tais teorias.