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Estatística de extremos—um instrumento para predição de tremores terra?

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Abstract

A Estatística de Extremos ajuda‑nos a controlar acontecimentos potencialmente desastrosos, de enorme relevo para a sociedade e de grande impacto social. Os seus domínios de aplicação são muito variados. Mencionamos as áreas de Bioestatística, Engenharia Estrutural, Finanças, Hidrologia, Meteorologia, Seguros e também Sismologia. Avançamos com a ideia que a Estatística de Extremos consegue fornecer previsões sobre futuros sismos, entrando em linha de conta com aquilo a que chamamos período de retorno de um acontecimento extremo, que não é mais do que o intervalo de tempo médio entre ocorrências de um determinado acontecimento extremo, como o terramoto de Lisboa.
MEMÓRIAS
DA
ACADEMIA DAS CIÊNCIAS
DE
LISBOA
CLASSE DE CIÊNCIAS
TOMO XLVI
LISBOA • 2019
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Estatística de extremos – Um instrumento
para predição de tremores de terra?
M. I G
, D P
A Estatística de Extremos ajuda -nos a controlar acontecimentos potencialmente desastrosos, de
enorme relevo para a sociedade e de grande impacto social. Os seus domínios de aplicação são muito
variados. Mencionamos as áreas de Bioestatística, Engenharia Estrutural, Finanças, Hidrologia, Meteoro
logia, Seguros e também Sismologia (veja -se, entre outros livros, Reiss
and Thomas, 2001, 2007; Beirlant et al., 2004; Castillo et al., 2005;
Markovich, 2007; Gomes et al., 2013). Embora seja possível encontrar
alguns artigos de interesse histórico relacionados com acontecimen-
tos extremos, o campo remonta a Gumbel, em artigos publicados a
partir de 1935, e sumariados em Gumbel (1958; 2004). Gostaríamos
ainda de realçar o nome de um Português pioneiro na área de extre-
mos, José Tiago da Fonseca Oliveira, membro efectivo da Academia
das Ciências de Lisboa desde 1985 até à sua morte prematura em
1992 (veja -se Gomes, 1993a; Tiago de Oliveira, J.C., ed., 1993, entre
outros).
Gumbel desenvolveu procedimentos estatísticos essencialmente
baseados no teorema de Gnedenko (Gnedenko, 1943), o chamado
teorema de tipos extremais (ETT, do Inglês “extremal types theorem”), um
dos resultados limite fundamentais em Teoria de Valores Extremos
(EVT, do Inglês “extreme value theory”).
Em linhas muito gerais, o ETT permite identificar as distribuições
de máximos com as chamadas leis de valores extremos (GEV, do
Inglês “general extreme value”). Tratam -se das também chamadas leis
max -estáveis (MS, do Inglês “max ‑stable”), definidas como leis para
as quais é válida a equação funcional MS
n
(α
n
x+β
n
) = MS(x), n≥1, para
α
n
>0, β
n
Î , onde denota o conjunto de números reais. Os modelos
MS têm a forma funcional,
MS
ξ
(x; λ, δ) º GEV
ξ
(x; λ, δ) = exp( -(1+ξ(x -λ)/δ)
-1/ξ
)), 1+ξ(x -λ)/δ>0,
onde λ, δ, ξ, possivelmente dependentes de co -variáveis adequadas,
são parâmetros desconhecidos de localização, escala e forma, sendo
ξ o chamado índice de valores extremos (EVI, do Inglês, “extreme value
1
CEAUL and DEIO, FCUL, Universidade de Lisboa, Portugal. E -mail: ivette.gomes@fc.ul.pt
2
CEAUL and DEIO, FCUL, Universidade de Lisboa, Portugal. E -mail: dinis.pestana@fc.ul.pt
F 
Emil Julius Gumbel (1891 -1966) (baixo),
e José Tiago da Fonseca Oliveira
(1928 -1992) (cima).
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MEMÓRIAS DA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA
index”). E na realidade, este modelo, contrariamente ao modelo normal, muito frequente em estatística
clássica, adapta -se de forma bastante fidedigna, por exemplo, às magnitudes de tremores de terras, nas
mais diversas regiões (veja -se Pisarenko & Sornette, 2003, Beirlant et al., 2004, 2016, e Gomes et al., 2013,
entre outros).
O EVI, ξ, é o parâmetro fundamental em Estatística de
Extremos. Se ξ<0, a cauda direita é curta, com limite supe-
rior de suporte finito (x
F
<∞); se ξ=0, a cauda é de tipo expo-
nencial, e x
F
<∞ ou x
F
=∞; se ξ>0, temos uma cauda pesada,
de tipo Pareto, i.e. polinomial negativa, e x
F
=∞. Na Figura
2 ilustramos o comportamento da cauda direita da densi-
dade de valores extremos, g
ξ
(x)=dGEV
ξ
(x)/dx, comparati-
vamente com a densidade Normal, φ(x) = exp( -x
2
/2)/√2π,
x Î , com cauda direita muito leve, mesmo quando com-
parada com a do modelo Gumbel (ξ=0, em GEV
ξ
).
Inicialmente, no artigo de Gnedenko, surgiram 3 dis-
tribuições possíveis:
Tipo I: Λ(x) = exp( -exp( -x)), x Î [Gumbel],
Tipo II: Φ
α
(x) = exp( -x
-α
), x>0, α>0 [Fréchet],
Tipo III: Ψ
α
(x) = exp( -( -x)
α
), x<0, α>0 [Max -Weibull],
também frequentemente chamadas distribuições de valores extremos (ou EV, do Inglês, “extreme
values”), associadas respectivamente com ξ=0, ξ=1/α>0 e ξ= -1/α<0, que podem obviamente ser unifi-
cadas na GEV
ξ
= MS
ξ
.
Mais geral do que a classe de modelos max -estáveis, podemos considerar a classe dos modelos
max -semi -estáveis (MSS, do Inglês “max ‑semi ‑stable”), introduzida em Grienvich (1992a, 1992b), Pan-
cheva (1992), e amplamente estudada em Canto e Castro et al. (2001) e em Temido & Canto e Castro
(2003). A forma funcional das leis MSS é:
MSS
ξ,ν
(x) = exp [ -ν{ln(1+ξ x)/ξ}(1+ξx)
-1/ζ
], 1+ξ x>0, ξ Î ,
onde ν(.) é uma função positiva, limitada e periódica, sendo MS
ξ
=MSS
ξ,1
.
Para excessos acima de um nível elevado, é sensato trabalhar com a distribuição generalizada de
Pareto -MSS:
GP
ξ,ν
(x) = 1+ln MSS
ξ,ν
(x), 1+ξ x>0, x≥ 0.
Os modelos MSS parecem ser interessantes para modelar algumas das variáveis relativas a tremores
de terra, tal como sugerido em Sornette (1998). Temos no entanto dificuldades adicionais com a esti-
mação dos parâmetros desconhecidos (veja -se Canto e Castro et al., 2000, 2011, Canto e Castro & Dias,
2011), um ponto a favor dos modelos GEV=MS.
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Caudas direitas de gξ(x) = d GEVξ(x)/dx (ξ= -0.5, 0, 2) e
da densidade Normal, φ(x).
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CLASSE DE CIÊNCIAS
É perfeitamente natural perguntar qual o por-
quê da EVT. Reportando -nos unicamente à área de
Extremos e Ambiente, damos em seguida alguns
exemplos de grande relevância para a sociedade,
e que envolvem ou podem envolver esta teoria.
Dois destes exemplos, o segundo e o terceiro,
foram retirados de Beirlant et al. (2004) e Gomes et
al. (2013).
1. O Terramoto de Lisboa, 1 de Novembro de 1755.
Um sismo de magnitude superior a 8.5, com epi-
centro a cerca de 240 quilómetros da capital portu-
guesa, criou um tsunami que, em cerca de 40
minutos, devastou a cidade, tendo provocado cer-
tamente mais de 10 mil mortos.
2. As cheias no Mar do Norte, 1 de Fevereiro de
1953. O nível das águas excedeu os 5.6 metros
acima do nível do mar, destruiu as defesas maríti-
mas, tendo inundado áreas na Holanda, Inglaterra,
Bélgica, Dinamarca, França, e cerca de 2500 pes-
soas morreram.
3. O furacão Katrina, 29 de Agosto de 2005. A inun-
dação provocada pelo Katrina deveu -se, sobre-
tudo, a uma brecha de 60 metros num dique junto
ao lago Pontchartrain, e provocou cerca de 2000
mortos.
4. Terramoto no centro de Itália, 30 de Outubro de
2016. Um poderoso tremor de terra abalou recen-
temente o centro da Itália, região que, apenas 4
dias antes, já havia sido castigada por uma série de
tremores de terra. Contudo, o novo sismo causou
danos, mas NÃO deixou mortos, inclusive em
cidades que, em Agosto de 2016, foram destruídas
por um tremor de terra que matou várias pessoas.
Reportamos, em seguida, de forma livre, parte
de uma notícia do New York Times, Setembro 2005,
intitulada ‘New Orleans After Hurricane Katrina: An
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Imagem histórica da revista Life: Ilustração do terramoto de
Lisboa de 1755.
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Cheias no Mar do Norte.
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Nova Orleães após o furacão Katrina.
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MEMÓRIAS DA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA
Unnatural Disaster?’ Dizia o redator que teriam de
construir um sistema de diques adequado, para o
que necessitariam de engenheiros holandeses,
capazes de desenhar essas estruturas... Tratar -se -ia
de um plano que custaria biliões, mas seria sensato
que se aprendesse a lição, de modo a NÃO se ter
uma repetição do número de mortos numa catás-
trofe dentro dos próximos 20 anos.
Estes desastres deveriam realmente funcionar
como um guia. E na realidade, como resultado das
cheias do Mar do Norte às primeiras horas da
manhã de 1 de Fevereiro de 1953, o governo holandês constituiu uma comissão (‘Delta Committee’). E
decretou que os diques deveriam ser construídos com uma altura tal que ‘a probabilidade de uma inundação
num determinado ano fosse de 1 em 10.000’. No entanto, o período de observação dos dados é muitíssimo
mais curto... É então necessário proceder a uma extrapolação para além dos dados observados!!... E a EVT
consegue dar respostas fidedignas sobre a altura da referida barragem. Esse mesmo tipo de extrapolação
é necessária relativamente a sismos que ocorrem em locais específicos, tal como o que ocorreu recente-
mente no centro de Itália. Mas na nossa opinião muito há ainda a fazer sobre este assunto...
Quanto à distribuição de tremores
de terra no espaço, tempo e magnitude,
acrescentamos ainda que durante todo
o século passado, os sismologistas têm
observado e localizado milhões de tre-
mores de terra em todo o mundo. Com
base nestas observações, que podemos
dizer sobre a distribuição dos tremores
de terra em espaço, tempo e magni-
tude? Existirão modelos estatísticos
que descrevam de forma fiável algu-
mas das medições relacionadas com
sismos? E, por fim, podem esses mode-
los ser usados no futuro para fazer previsões (probabilísticas) ou mesmo predições de futuros sismos?
Serão estas algumas das questões a que é preciso responder. Apresentamos, na Figura 7, um mapa
global de sismos no período 1975 -1979, colorido de acordo com a profundidade sísmica, cuja fonte é o
“US Geological Service, NEIC (National Earthquake Information Center)”.
Qualquer mapa sísmico, como o da Figura 7 mostra -nos que os sismos ocorrem em grupos. Contudo,
existem ocasionalmente sismos que ocorrem em lugares onde tal nunca aconteceu. Isso deve -se ao facto
de só existirem registos desde há aproximadamente 100 anos, o que não é suficiente para obter a dis-
tribuição espacial das zonas sísmicas com baixa intensidade de sismos. Mas o maior desafio é não a
identificação de regiões possivelmente sísmicas, mas sim prever qual a frequência e magnitude de
sismos de relevo em determinada zona. Um estudo de dados deste tipo foi efectuado em Pisarenko &
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Destruição em L’Aquila, cidade que tinha sido em 2009
castigada por um terramoto que matou mais de 300 pessoas.
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Mapa da profundidade de sismos entre 1975 e 1979.
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CLASSE DE CIÊNCIAS
Sornette (2003), onde são comparadas as caudas direitas das distribuições dos momentos sísmicos, em
áreas de subducção e oceânicas. Ambas as caudas revelam um peso altamente positivo, i.e. ξ>0, em
GEV
ξ
(veja -se também Beirlant et al., 2004, 2016, e Gomes et al., 2013).
Na realidade, a EVT consegue dar respostas fidedignas sobre a altura da referida barragem, e poderá
também avançar com previsões sobre futuros sismos, entrando em linha de conta com aquilo a que cha-
mamos período de retorno de um acontecimento extremo, que não é mais do que o intervalo de tempo
médio entre ocorrências de um determinado acontecimento extremo, como o terramoto de Lisboa ou o
furacão Katrina ou a cheia no Mar do Norte ou o recente terramoto no centro de Itália. Face às réplicas
frequentes associadas a um tremor de terra, teremos ainda de dar atenção especial à estimação de um
outro parâmetro de acontecimentos raros, o índice extremal, que traduz uma medida da dependência em
grupos de valores elevados, e que pode frequentemente ser interpretado como o recíproco da dimensão
média desses grupos de observações (veja -se Leadbetter et al., 1983; Gomes, 1993b,c, 1995,a,b, 2015; Gomes
et al., 2008, 2015; Neves et al., 2015, entre outros). Mas o controlo de tremores de terra é no nosso entender
de extrema dificuldade, e requer um esforço multidisciplinar, que pensamos não ter sido totalmente
conseguido até à data, particularmente quando tentamos abordar o carácter espacial e temporal do pro-
cesso de tremores de terra. Gostaria no entanto de referir um trabalho de mestrado recente (Rosário, 2013),
relacionado com dados também analisados em Beirlant et al. (2004, 2016).
As principais questões a ter em consideração são essencialmente as seguintes: Usualmente existem
poucas observações na cauda da distribuição, e são requeridas estimativas muito para além do máximo
observado. Necessitamos pois de recorrer a modelos para a cauda, usualmente baseados em resultados
assintóticos. Será sensato usar esses modelos em todas as situações reais envolvendo acontecimentos
raros? É preciso não esquecer, parafraseando George Box (1919 -2013), genro de Sir Ronald Fisher, ‘...
all models are wrong but some models are useful’ (Box & Draper, 1987, p. 424).
Não podemos deixar de referir três das frases célebres de Emil Gumbel, ‘Il est impossible que l’impro
bable n’arrive jamais’, ‘Il y aura toujours une valeur qui dépassera toutes les autres’ e ‘It seems that the rivers
know the theory. It only remains to convince the engineers of the validity of this analysis’.
E a esta última frase, atrevemo -nos a acrescentar: ‘Não só os rios, mas também os movimentos da crosta
terrestre conhecem a teoria de valores extremos...’ Detalhes sobre a Estatística de Extremos podem ser vistos
nas recentes recensões críticas em Beirlant et al. (2012), Scarrott & MacDonald (2012) e Gomes & Guillou
(2015). Em Beirlant et al. (2004) e Gomes et al. (2013), entre outros livros, são tratados diversos estudos
de casos, num leque variado de áreas de aplicação de modelação de acontecimentos raros. Esperamos
ter aguçado o vosso apetite por um tema relativamente recente em termos históricos, e com tantas áreas
de aplicação quantas as que possamos conceber.
AGRADECIMENTOS
Investigação parcialmente financiada através de fundos nacionais, FCT – Fundação para a Ciência
e a Tecnologia, projecto UID/MAT/00006/2013 (CEA/UL).
(C   
TerramoTo 1755: o dia seguinTe
,       )
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MEMÓRIAS DA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA
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Memorias XLVI - MIOLO_FINAL_alteração cores.indd 311 21/05/2020 15:34:12
... E podem esses modelos ser usados para prever futuros sismos? Para detalhes adicionais sobre o tema, veja-se, entre outros, MI Gomes & D Pestana (2019) [636], onde podem ser encontradas variadas referências. O grande desafio para sismologistas e estatísticos consiste exactamente em estimar de forma precisa quão frequentes e de que magnitude esses grandes abalos sísmicos podem ser. ...
Book
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História da formação e do desenvolvimento da Escola de Investigação em Estatística de Extremos e Aplicações de Portugal, abreviadamente designada por PORTSEA, abreviatura da expressão inglesa 'Portuguese School of Extremes and Applications'.
... At a national level, I also mention [260], who addressed the justification for the relevance of statistical EVT in predicting earthquakes. ...
Article
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The Portuguese School of Extremes and Applications is nowadays well recognised by the international scientific community, and in my opinion, the organisation of a NATO Advanced Study Institute on Statistical Extremes and Applications, which took place at Vimeiro in the summer of 1983, was a landmark for the international recognition of the group. The dynamic of publication has been very high and the topics under investigation in the area of Extremes have been quite diverse. In this article, attention will be paid essentially to some of the scientific achievements of the author in this field.
Chapter
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A estatística de extremos é hoje em dia confrontada com muitos desafios, especialmente em tópicos relacionados com a modelação de risco e a eficiência e robustez das metodologias que nos permitem compreender a complexidade dos acontecimentos extremos nas mais diversas áreas. O compromisso entre robustez e extremos necessita pois de novos desenvolvimentos e de novas abordagens. Para além da estimação do índice de valores extremos, o parâmetro fundamental em EVT, consideraremos a estimação de quantis extremais e de períodos de retornos de níveis elevados.
Conference Paper
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Quando no teorema de Gnedenko se levanta a restrição de convergência fraca da sucessão para uma lei limite G, impondo apenas que certo tipo de subsucessões convirja, a classe de modelos limite pode alargar-se. Assim, por exemplo, ao impôr-se unicamente a convergência para subsucessões em que a razão das ordens de termos sucessivos é uma constante fixa r, não inferior a um, surge como possível classe de leis limite, as leis max-semiestáveis: Gg(x)=exp{-(1+gx) 1/g n(log(1+gx) 1/g)}, geR, n, função periódica, limitada (Grinevich, 1992, 1993). De notar que, neste contexto, o modelo geométrico, bem como outros modelos discretos, admitem lei limite. A inferência estatística na família de modelos max-semiestável está ainda numa fase muito inicial pelo que, neste trabalho, nos limitamos a sugerir de forma fundamentada algumas possíveis abordagens para a estimação da função n e dos parâmetros r e g, sendo a sua análise efectuada apenas através de estudos de simulação.
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Neste trabalho começaremos por dar uma visão global das diferentes abordagens em Estatística de Extremos, começando por considerar a situação clássica associada a observações originais independentes. O facto de ser raramente válida a independência em situações reais leva-nos a pressupor frequentemente a validade de condições fracas de dependência, quer assintóticas quer locais. Surge então um novo parâmetro com interesse em Estatística de Extremos, o índice extremal, que pode ser definido, de forma grosseira, como o recíproco do valor médio da duração de acontecimentos extremos. Problemas relacionados com a estimação do índice extremal e com a sua influência na estimação de quantis elevados serão discutidos.
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After a few memories related to my friend Nazaré, definitions of extremal index and ARCH processes are put forward. A brief revision of classical and corrected bias generalized jackknife estimation of the extremal index is further considered. Finally, we dedicate a short and personal tribute to Nazaré, speaking about a possible cooperation , 'the heart of Science'.
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Resampling methodologies, like the generalised jackknife and the bootstrap are important tools for a reliable semi-parametric estimation of parameters of extreme or even rare events. Among these parameters we mention the extreme value index, denoted ξ, the primary parameter in statistics of extremes, and the extremal index, denoted θ, a measure of clustering of extreme events. Most of the semi-parametric estimators of these parameters show the same type of behaviour: nice asymptotic properties, but a high variance for small k, the number of upper order statistics used in the estimation, a high bias for large k, and the need for an adequate choice of k. After a brief reference to some estimators of the aforementioned parameters and their asymptotic properties we present algorithms for an adaptive reliable estimation of ξ and θ.
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Recently some papers, such as Aban, Meerschaert and Panorska (2006), Nuyts (2010) and Clark (2013), have drawn attention to possible truncation in Pareto tail modelling. Sometimes natural upper bounds exist that truncate the probability tail, such as the Maximum Possible Loss in insurance treaties. At other instances ultimately at the largest data, deviations from a Pareto tail behaviour become apparent. This matter is especially important when extrapolation outside the sample is required. Given that in practice one does not always know whether the distribution is truncated or not, we consider estimators for extreme quantiles both under truncated and non-truncated Pareto-type distributions. Hereby we make use of the estimator of the tail index for the truncated Pareto distribution first proposed in Aban {\it et al.} (2006). We also propose a truncated Pareto QQ-plot and a formal test for truncation in order to help deciding between a truncated and a non-truncated case. In this way we enlarge the possibilities of extreme value modelling using Pareto tails, offering an alternative scenario by adding a truncation point T that is large with respect to the available data. In the mathematical modelling we hence let TT \to \infty at different speeds compared to the limiting fraction (k/n0k/n \to 0) of data used in the extreme value estimation. This work is motivated using practical examples from different fields of applications, simulation results, and some asymptotic results.
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This review paper focuses on statistical issues arising in modeling univariate extremes of a random sample. In the last three decades there has been a shift from the area of parametric statistics of extremes, based on probabilistic asymptotic results in ex-treme value theory, towards a semi-parametric approach, where the estimation of the right and/or left tail-weight is performed under a quite general framework. But new parametric models can still be of high interest for the analysis of extreme events, if associated with appropriate statistical inference methodologies. After a brief reference to Gumbel's classical block methodology and later improvements in the parametric framework, we present an overview of the developments on the estimation of parame-ters of extreme events and testing of extreme value conditions under a semi-parametric framework, and discuss a few challenging open research topics.
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Heavy-tailed distributions are typical for phenomena in complex multi-component systems such as biometry, economics, ecological systems, sociology, web access statistics, internet traffic, biblio-metrics, finance and business. The analysis of such distributions requires special methods of estimation due to their specific features. These are not only the slow decay to zero of the tail, but also the violation of Cramer's condition, possible non-existence of some moments, and sparse observations in the tail of the distribution. The book focuses on the methods of statistical analysis of heavy-tailed independent identically distributed random variables by empirical samples of moderate sizes. It provides a detailed survey of classical results and recent developments in the theory of nonparametric estimation of the probability density function, the tail index, the hazard rate and the renewal function. Both asymptotical results, for example convergence rates of the estimates, and results for the samples of moderate sizes supported by Monte-Carlo investigation, are considered. The text is illustrated by the application of the considered methodologies to real data of web traffic measurements.