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No Interstício das Disciplinaridades: a Psicologia Política

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Este livro é uma coletânea de textos que aborda a Psicologia Política desde uma perspectiva interdisciplinar indo na contramão das leituras disciplinaristas que a restringem a uma aplicação de teorias psicossociais ou a uma subárea da Psicologia.
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... A PPL tem uma gestação tardia, embora já existissem estudos que articulassem Psicologia e política ao longo do século XX. Sua constituição não ocorreu por influência direta dos estudos da PP norte-americana, visto que poucos são citados em seus históricos (Brussino, 2017;Montero, 1987b;Silva, 2015.). A PPL constitui-se como uma resposta à crise da Psicologia Social (Camino & Menandro, 1996), durante a qual houve um descontentamento com o caráter supostamente neutro da disciplina, devido ao contexto social efervescente das décadas de 1960 e 1970. ...
... Uma expressão desse crescimento foi a criação em 2011 da Asociación Ibero-Latinoamericana de Psicología Política (AILPP) no Congresso da Sociedade Interamericana de Psicologia (SIP) em Medelín/Colômbia (Brussino, 2017 A proposta é que as revistas de PP do Brasil e da Argentina organizem periodicamente números temáticos da AILPP, que tenha participação ampla de pesquisadores latino-americanos. A criação dessa associação internacional também estimulou a produção local em cada país, com a publicação de livros de PP, como na Argentina (Brussino, 2017), Colômbia (Obando, 2016) e Brasil (Almeida, Silva, & Corrêa, 2012;Hur & Lacerda Jr., 2016a, 2016bSandoval et al., 2014;Silva & Corrêa, 2015). Consideramos que um dos desafios deste momento é a produção de pesquisas e publicações coletivas que contem com pesquisadores de diversos países, bem como uma agenda que articule atividades a médio e longo prazo. ...
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RESUMO A Psicologia Política (PP) é um campo de conhecimentos heterogêneo e plural, ainda em consolidação. O objetivo deste artigo é conhecer os trabalhos que realizam um histórico sobre a PP, para discutir as diferentes narrativas dos autores da Europa, Estados Unidos e América Latina e redigir uma integração entre elas. Como método realizamos uma revisão bibliográfica sobre artigos, livros e capítulos que abordam a história da PP. Separamos a discussão em quatro tópicos: precursores da PP, fundação da PP, institucionalização da PP e a PP contemporânea na América Latina. Constatamos a constituição de um campo heterogêneo, marcado pelas diferenças regionais de como fazer pesquisas em PP. Percebemos que as narrativas históricas tendem a privilegiar os trabalhos de sua região e que o pensamento norte-americano não foi o protagonista para a criação da PP, mas sim o europeu. Já na América Latina se assume uma perspectiva crítica e uma implicação com a transformação social. Palavras-chave: história da psicologia, Psicologia Política, América Latina.
... Por conta de particularidades regionais, confluências teórico-metodológicas e aproximações linguísticas e geopolíticas, a Psicologia Política no contexto latino-americano desenvolveuse a partir de características próprias, em relativa autonomia aos desenvolvimentos teóricos da Psicologia Política norte-americana, privilegiando, sobretudo, o diálogo com a Psicologia Social Latino-Americana de tradição crítica (MAGAÑA; DORNA; TORRES, 2016; HUR; LACERDA JÚNIOR, 2016a;2016b;MARTÍN-BARÓ, 2013;MONTERO, 1987;RODRÍGUEZ KAUTH, 2001;CORRÊA, 2015). Dessa forma, outras temáticas de estudo foram abordadas, algumas de grande relevância para a produção de conhecimento no território latino-americano, dentre as quais podemos citar as problemáticas da participação social e da formação da consciência política; da mobilização e atuação em movimentos sociais; dos processos de exclusão social, repressão política e dominação socioeconômica; e da produção e circulação da memória política. ...
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Este artigo busca apresentar e discutir as articulações entre a produção de conhecimento psicopolítico e o estudo das políticas públicas na América Latina. Para tanto, recuperamos a história e as principais definições do campo da Psicologia Política e do campo das Políticas Públicas, enfatizando as especificidades do contexto latino-americano. Também foram analisadas três abordagens psicopolíticas de estudo das políticas públicas, oriundas dos trabalhos de Telma de Paula Souza, Mirta González Suárez e Alessandro Soares da Silva. Argumentamos que o estudo das políticas públicas pela Psicologia Política latino-americana tem recaído fundamentalmente na compreensão dos aspectos normativos e político-filosóficos das políticas públicas, em detrimento da análise de seus aspectos operativos e institucionais-algo que vem sendo desenvolvido pelo campo das Políticas Públicas. Acreditamos que a articulação entre estes dois campos contribuirá para a produção de análises consistentes, atentas tanto aos aspectos normativos e operativos das políticas públicas quanto à inter-relação das suas dimensões psicossociais e políticas.
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This article discusses the relations between memory and power of the State and proposes the political memory constructed in and through social movements as an instrument of public action. It presents the diagnosis about the Modern State that points to high indexes and legitimacy of the use of violence and to the marginality of most social movements in political decision-making. This is reinforced by the analysis of the sociology of public action about the consolidation of an excluding structure of formulation and implementation of public policies and the need for an inversion through the identification and transformation of public action instruments. It develops the articulation between political memory, reciprocal recognition and intersubjective autonomy that bases the proposal of legitimation and stimulus of the State for the construction of political memory. This proposal composes a project of de-ideologization and decolonization of memory lead by social movements.
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La Revista Electrónica de Psicología Política celebra su vigésimo cumpleaños en 2023. El objetivo de este texto es conocer la producción publicada en la Revista Electrónica de Psicología Política, para discutir su importancia y el lugar que ocupa en el campo de la Psicología Política en América America. El método utilizado fue la lectura del resumen de todos los artículos publicados en estos veinte años y una reflexión sobre el campo de la Psicología Política en Occidente. Encontramos que la Revista publica en su mayoría artículos con metodologías cualitativas, que abordan la diversidad de temas políticos con una perspectiva crítica y politizada y que mantiene un gran perfil latinoame-ricanista. Concluimos que los veinte años de la Revista Electrónica de Psicología Política contribu-yó a la consolidación del campo tanto en Argentina como en América Latina. Palabras clave: Psicología Política; historia de la Psicología Política; América Latina; política; Ar-gentina. Resumo A Revista Electrónica de Psicología Política celebra vinte anos em 2023. O objetivo deste texto é conhecer a produção publicada na Revista Electrónica de Psicología Política, para discutir sua im-portância e o lugar em que ocupa no campo da Psicologia Política na América Latina. O método utilizado foi a leitura do resumo de todos os artículos publicados nestes vinte anos e uma reflexão sobre o próprio campo da Psicologia Política no Ocidente. Constatamos que a Revista publica arti-gos majoritariamente com metodologias qualitativas, que abordam a diversidade de temas políticos com uma perspectiva crítica e politizada e que mantém um grande perfil latinoamericanista. Con-cluímos que os vinte anos da Revista Electrónica de Psicología Política contribuiu para a consoli-dação do campo tanto na Argentina, como na América Latina.
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Este artigo discute a importância da visita domiciliar, os efeitos benéficos para o usuário do sistema de saúde e a função do psicólogo nesse contexto, tomando como base as vivências práticas de estagiárias e supervisora em um programa de estágio em visita domiciliar, bem como as reflexões então decorrentes. A visita domiciliar consiste em contribuir para a prevenção da doença, promoção da saúde, assistência para doenças já instaladas, liberação de leitos hospitalares, atendimento digno a pessoas que não podem se locomover até os hospitais, sendo uma importante ferramenta para auxiliar as famílias no desenvolvimento da autonomia no processo saúde-doença, permitindo aos profissionais de saúde maior compreensão da realidade do sujeito e suas relações. O objetivo do psicólogo é capacitar as famílias a utilizarem seus recursos para a resolução dos problemas enfrentados, garantindo maior autonomia aos sujeitos envolvidos. Entretanto, tal modalidade não é tradicionalmente ensinada nos cursos de psicologia, o que traz mais dúvidas e insegurança para a prática profissional.
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O presente artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa realizada com estudantes de graduação em Psicologia, com o objetivo investigar sua experiência de relacionamento social, considerando três aspectos, definidos como categorias de análise: preconceito, racionalidade tecnológica e narcisismo. Já que o objeto de estudo da Psicologia é o indivíduo, considerado em suas relações com a sociedade, espera-se que o psicólogo seja capaz de perceber-se e diferenciar-se dos outros indivíduos, de percebê-los e diferenciá-los entre si e de refletir criticamente acerca dos contextos social, econômico, cultural e político em que está inserido. Este estudo fundamenta-se na teoria crítica da sociedade e na Psicologia Política. O método compreende a aplicação de uma escala Likert, denominada escala de Experiência com o outro (escala E), e o tratamento estatístico dos resultados. A escala E é dividida em três subescalas, de preconceito, de racionalidade tecnológica e de narcisismo, e avalia as atitudes e opiniões dos sujeitos em relação às três categorias de análise, compreendendo que elas podem permear e interferir na experiência de relacionamento social. Um alto escore na escala E indica prejuízo da experiência espontânea. Os sujeitos são 72 alunos do curso de graduação em Psicologia, de uma faculdade privada da cidade de São Paulo. A hipótese principal previa que a amostra teria uma pontuação maior na subescala de preconceito. Verificou-se que a amostra tende a expressar maiores graus de preconceito e adesão à racionalidade tecnológica e menor grau de narcisismo.
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As ocupações estudantis paulistas de 2015 marcaram significativamente o cenário político brasileiro e influenciaram diversos outros movimentos estudantis. É abordada no texto uma ocupação ocorrida em 2016 no Instituto Federal de Catanduva (SP). O corpus empírico foi produzido por meio de grupo focal, entrevistas e observações participantes. A partir do tratamento do material, a análise foi dividida em três momentos: potência de agir; aprendizado e desenvolvimento; práxis política. Esses três momentos se identificam com as três dimensões de nossa proposta teórica: campo de potência. Tal campo se caracteriza como um espaço/tempo no qual se favorece a) o acontecimento de bons encontros; b) a produção de subjetividades e relações democráticas e democratizantes; c) a realização de práxis política criativa e reflexiva.
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Resumo: O esumo: presente trabalho pretende estabelecer uma articulaÁ„o entre a Teoria Social do Self, de George Herber Mead, e o Modelo de Estudo da ConsciÍncia PolÌtica, de Sandoval, com vista a possibilitarmos a melhor compreens„o dos aspectos psicopolÌticos da consciÍncia e da participaÁ„o polÌtica de sujeitos implicados em aÁıes coletivas e movimentos sociais. Abstract: Abstract: Abstract:This paper aims to articulate the theory of social self by G. H. Mead ant the model of analysis of political conscience by Sandoval. This articulation help us to understand the psychopolitical aspects of the conscience and the political participation in collectives actions and social movements.
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Preface. Acknowledgements. 1. Introduction. 2. Classic Theories of Causal Attribution 3. Attribution Theory and Research: Fundamental Questions. 4. Intra-personal Attribution: Causal Logic, Cognitive Processes and Knowledge Structures. 5. Interpersonal Attribution: From Social Interaction to Close Relationships. 6. Intergroup Attribution: Social Categorization and Its Consequences. 7. Societal Attribution: Collective Beliefs and the Explanation of Societal Events. 8. Conclusion. References. Author and subject indexes.
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Introduction Part I. Theory of Collective Action: 1. The construction of collective action 2. Conflict and change 3. Action and meaning 4. The process of collective identity Part II. Contemporary Collective Action: 5. conflicts of culture 6. Invention of the present 7. The time of difference 8. Roots for today and for tomorrow 9. A search for ethics 10. Information, power, domination Part III. The Field of Collective Action: 11. A society without a centre 12. The political system 13. The state and the distribution of social resources 14. Modernization, crisis, and conflict: the case of Italy Part IV. Acting Collectively: 15. Mobilization and political participation 16. The organization of movements 17. Leadership in social movements 18. Collective action and discourse 19. Forms of action 20. Research on collective action.