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Introdução à COVID-19

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Abstract

Prólogo: Após a ótima recepção do artigo intitulado “Qual o papel do psicólogo diante do novo Coronavírus (COVID-19)?”, que publiquei na Cátedra Aberta de Psicologia e Neurociência em 12 de fevereiro de 2020, e, em vista do interesse despertado entre colegas psicólogos e outras pessoas interessadas em psicologia, decidi escrever este livro, em que o tema da perspectiva psicológica é abordado em tempos de pandemia. Apesar de as informações sobre crises sanitárias, serem muito recentes e, em alguns casos, “mutáveis”, vou apresentar o trabalho com base nos dados atuais e, especialmente, em publicações de natureza científica, que também incluirão declarações de diferentes especialistas coletadas por meios de comunicação devidamente citados. Um livro acessível a todos que desejam se aprofundar nos aspectos psicológicos de um fenômeno de massa em tempos de crise da saúde.
Como citar este trabalho
De la Serna, J.M. (2020). Introdução à COVID-19. No De la Serna, J.M. Aspectos psicológicos
em Tempos de Pandemia. Montefranco:Tektime, 7-50.
1
CAPÍTULO 1.
INTRODUÇÃO À COVID-19
Juan Moisés de la Serna
1.1. Introdução
Pode-se falar em crise pessoal ou social; no primeiro caso, ocorre alguma
circunstância interna ou externa que muda a maneira pela qual um
indivíduo percebe seu presente, seu futuro e até seu passado, podendo
questionar seu papel na vida ou tudo em que acreditava e pensava até
aquele momento.
Ilustração 1. Tweet Crises Humanitárias
2
É o caso quando um membro da família morre, especialmente se é
alguém próximo, ou se sofre algum tipo de acidente com consequências para
a saúde ou autonomia da pessoa.
Mas alguém também pode entrar em crise devido a aspectos emocionais,
como o colapso emocional causado, por exemplo, por um rompimento
sentimental de nosso parceiro ou o divórcio dos pais, quando somos
adolescentes, com os quais, do ponto de vista psicológico, pode-se falar em
crises causadas por circunstâncias muito diversas que afetam o indivíduo.
Mas crises sociais, como no caso de crises humanitárias, em que
milhões de pessoas afetadas abandonam tudo o que têm e começam a fugir
para um futuro incerto; crises econômicas também podem ocorrer, onde
milhares de pessoas podem perder o emprego da noite para o dia e, com isso,
deixar de gerar renda para sua casa, colocando em risco sua sobrevivência
e a da sua família (@NTN24ve, 2018) (ver
).
Nesse tipo de crise, estariam também aquelas relacionados à saúde, nas
quais uma doença pode colocar em risco a vida da pessoa, de alguém que
estava saudável dias antes. Essa categoria pode incluir pandemias e até
emergências de saúde, como a COVID-19, uma doença que mobilizou
milhares de médicos e profissionais de saúde, que lutam diariamente para
mitigar os efeitos do vírus, mesmo colocando em risco a própria vida.
Embora às vezes os meios de comunicação deem mais visibilidade ao
número de afetados e falecidos, informação oferecida pelos diferentes
governos e reunidas pela OMS em seu site.
No Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns
Hopkins (EUA), (Johns Hopkins CSSE, 2020) o número de casos de
afetados, falecidos e recuperados é relatado numérica e visualmente, tanto
globalmente quanto por país.
Assim, em 7 de março de 2020, quando este livro teve início, o número
de casos de afetados em todo o mundo era 102.470, distribuídos em 101
países, dos quais 80.651 afetados estavam na China, seguida pela Coréia do
Sul, com 7.041, e Irã, com 4.747; Espanha ocupava a décima posição, com
3
401 casos (ver Ilustração 2).
Ilustração 2 Casos de contagiados em 7 de março de 2020
Da mesma forma, o portal informava que o número de mortes até o
momento era de 3.491 pessoas, tendo já sofrido e se recuperado da doença
57.462 pessoas.
Atualizando os dados anteriores para 19 de março de 2020, o número de
afetados passou a 218.827 pessoas, distribuídas em 160 países, com o
número de mortes sendo 8.811 (ver ¡Error! No se encuentra el origen de
la referencia.).
Ilustração 3 Casos de contagiados em 19 de março de 2020
4
Si buscarmos no Google (Google Trend, 2020) sobre as tendências de
pesquisa da COVID-19, termo designado pela Organização Mundial da
Saúde em 11 de fevereiro de 2020 para se referir ao novo coronavírus, que
surgiu em uma província da China e cujo primeiro caso de afetado foi
relatado em 31 de dezembro de 2019 (OMS, 2020), podemos observar como
as buscas com esse termo aumentaram progressivamente em todo o mundo,
dobrando entre 11 a 12 de fevereiro; 23 a 24 de fevereiro; e 1º a 2 de março;
sendo observada apenas uma redução, entre 28 de fevereiro e 1º de março
(ver Ilustração 4).
Ilustração 4 Evolução do termo de busca
Quanto ao interesse gerado por países, é possível verificar que o que
mais gerou buscas no último mês foi Cingapura, seguido de Islândia, China
e Hong Kong; ficando na posição vinte os Estados Unidos, e a Espanha na
posição quarenta e oito, entre os sessenta e cinco países que compõem o
resultado do Google, sendo a última posição ocupada pela Turquia (ver
Ilustração 5).
Ilustração 5 Busca por Países
5
Como pode ser visto, não há correspondência direta entre os países com
o maior número de afetados e a preocupação que isso gerou entre a
população refletida nos termos da pesquisa. Isso pode ocorrer devido ao fato
de que existem outros fatores a serem considerados, como o alarmismo.
gerado em determinadas populações ou que, naquele país, meios diferentes
do Google sejam usados para consultar esse tipo de informação. Por
exemplo, em alguns países asiáticos, o mecanismo de pesquisa mais usado
é o Baidu.
Deve-se notar também que o termo COVID-19 surgiu depois de ter sido
chamado de novo coronavírus 2019 (n-CoV), também conhecido como “vírus
da China” ou “vírus de Wuhan”, que é o nome da província chinesa onde o
contágio começou, de forma que alguns usuários continuarão fazendo as
buscas com os termos antigos.
Além disso, o termo coronavírus pode ser usado, que é como a família
desse vírus é chamada, ou simplesmente vírus; portanto, a visão geral dos
dados ficaria incompleta ao coletar apenas o termo COVID-19, o que poderia
explicar a diferença mostrada entre a ordem dos países em termos do
número de casos de falecidos e a ordem de interesse mostrada nas pesquisas
do Google.
Portanto, se realizarmos a busca anterior e incluirmos como os termos
COVID, Vírus e Coronavírus, podemos ver que a preocupação com esse
tópico começa em 20 de janeiro de 2020 e que o termo COVID ou COVID-
19, que é o nome oficial, é pouco utilizado para buscar informações a esse
respeito, sendo muito mais usado o termo Vírus e, ainda mais, o termo
Coronavírus (ver Ilustração 6).
Ilustração 6 Termos no Google relacionados à COVID
6
No gráfico acima, pode-se observar que houve um momento inicial de
interesse nos termos Vírus e Coronavírus entre 20 e 31 de janeiro, perdendo
progressivamente o interesse nas buscas até 20 de fevereiro, quando o
interesse aumenta exponencialmente para o termo Coronavírus.
Com foco no último termo, o país que mais pesquisou no Google foi a
Itália, seguido de Cingapura e Suíça. Espanha ocupa o quinto lugar, e
Estados Unidos, o décimo nono, entre os 64 países para os quais existem
dados disponíveis (ver Ilustração 7).
Ilustração 7. Busca de Coronavírus por países
Dados que correspondem ao crescente número de casos de contagiados,
com exceção da Irlanda, onde se pode falar de um alarmismo social acima
dos dados reais da época.
1.2. A denominação da COVID-19
Um dos problemas dos psicólogos sociais é conseguir a fidelidade do
cliente a uma marca, sendo essa a que usamos para identificar uma
determinada pessoa, produto ou empresa. Normalmente, quando pensamos
em uma empresa como Coca-Cola, McDonald ou Ikea, geralmente fazemos
isso com relação aos produtos que vendem. Se olhamos para outras marcas,
como UPS, Iberia ou Microsoft, fazemos isso com os serviços que oferecem.
Algo que influenciará decisivamente a aquisição do produto ou serviço
em questão, não apenas com base em nossos próprios critérios, mas na
influência da opinião de outras pessoas e da mídia por meio da publicidade.
7
Da mesma forma, quando pensamos em Stephen Hawking, Barack
Obama ou Rafael Nadal, não pensamos em produtos ou serviços, mas na
marca pessoal ou marca pessoal que eles desenvolveram graças às suas
carreiras científicas, políticas ou esportivas, ou seja, aspectos emocionais
estão associados à marca, que podem ser vinculados a uma pessoa, empresa
e até localidade.
E o mesmo acontece quando é preciso denominar os “infortúnios”, como
acontece quando se trata de designar ciclones tropicais que anualmente
castigam grande parte do Caribe e da América do Norte.
Segundo a Organização Mundial de Meteorologia (World Meteorological
Organization, 2020), esses nomes seguem listas pré-estabelecidas que se
alternam, deixando na memória muitos dos efeitos do furacão Katrina, em
2005, ou do Ike, em 2008.
Então, em princípio, esses nomes não têm relação com a data em que
ocorre a violência ou com as áreas mais afetadas. Eles podem ser em inglês
ou espanhol (por exemplo, Barry ou Gonzalo, respectivamente), masculinos
ou femininos (por exemplo, Lorenzo ou Laura, respectivamente). Mas o
nome dos ciclones tropicais tem algum impacto na população?
Foi o que se tentou descobrir com uma pesquisa realizada pelo
Departamento de Administração e Empresas, em conjunto com o
Departamento de Psicologia, o Instituto de Pesquisa em Comunicações e o
Laboratório de Pesquisa da Universidade de Illinois para Pesquisas sobre
Mulheres e Gênero, junto do Departamento de Estatística da Arizona State
University (EUA) (Jung, Shavitt, Viswanathan, & Hilbe, 2014).
O estudo analisou as consequências climáticas dos furacões nos Estados
Unidos durante as últimas seis décadas, diferenciando-os de acordo com os
nomes masculino e feminino, descobrindo primeiro que aqueles que tinham
nomes femininos foram os que levaram aos maiores efeitos destrutivos e
mortes entre a população.
Deve-se lembrar que a lista de nomes é prefixada e que sua atribuição
é consecutiva; portanto, a priori, não há relação entre o gênero do nome e
sua violência; portanto, a coisa mais surpreendente no estudo é que
8
apresentaram uma lista de nomes de furacões, 5 masculinos e 5 femininos,
para 346 participantes, para que pudessem avaliar o uso em uma escala do
tipo Likert, de 1 a 7, até que ponto consideraram violentos os furacões da
lista.
Os resultados mostram que os furacões com nome masculino tendem a
ser classificados como mais destrutivos que os furacões com nome feminino,
independentemente do sexo dos participantes.
Isso nos permitiu entender por que, às vezes, quando confrontados com
avisos das autoridades, mais ou menos atenção é dada à prevenção, por
exemplo, simplesmente porque o nome atribuído é masculino ou feminino.
Por outro lado, na área da saúde, a denominação de doenças geralmente
é indicada com siglas relacionadas a alguma característica identificadora do
local, sintomas ou consequências.
Assim, dentro da família dos coronavírus, houve vários surtos
anteriormente, como SARS-CoV que surgiu na China em 2002, cujas siglas
correspondem ao coronavírus da síndrome respiratória aguda grave e que
se refere a seus sintomas; MERS-CoV que surgiu na Arábia Saudita em
2012 e cujas iniciais em inglês se referem ao Coronavírus da Síndrome
Respiratória do Oriente Médio, em que são descritos os sintomas e a
localização; e COVID-19 surgiu em 2019 na China, e a sigla em inglês se
referem à Doença de Coronavírus de 2019, sem fazer nenhuma indicação
dos sintomas ou da localidade em que ela surgiu.
Precisamos levar em consideração que o termo COVID-19 não foi o
primeiro a ser usado para esta doença, mas foi uma mudança introduzida
quase dois meses após o surgimento do primeiro caso relatado à OMS, o que
levou algumas pessoas a declarar que as motivações para modificá-lo,
incorporando um nome “oficial”, poderiam ter sido realizadas para evitar as
consequências econômicas negativas da associação de um tipo de doença a
uma região ou população (@radioyskl, 2020) (ver Ilustração 8).
9
Ilustração 8. Tweet Denominação da COVID-19
Dessa forma, o objetivo seria eliminar os nomes de “vírus da China” ou
“vírus de Wuhan”, termos que apontam diretamente para o foco da origem
da infecção.
Uma diferenciação denunciada por alguns profissionais de saúde em
relação à China, por não terem tido a mesma consideração com outras
populações, como no caso do Coronavírus da Síndrome Respiratória do
Oriente Médio.
Como foi mostrado na seção anterior, apesar do nome oficial COVID-19
ter sido dado, a população continuou usando os nomes Vírus e,
principalmente, Coronavírus, para se informar sobre sintomas, medidas de
prevenção ou extensão da doença, e, embora ainda seja cedo para entender
10
a razão pela qual o nome oficial “falhou”, deve-se considerar que, para criar
uma nova marca e fazer com que ela tenha adesão, é preciso atender a uma
série de variáveis, como foi analisado pela Taylor University (Malásia)
(Poon, 2016) em uma pesquisa em que se tentou conhecer as motivações
para o sucesso de certas marcas em comparação com as demais. Para isso,
foi selecionada uma lista de cinquenta produtos de uso diário mais vendidos
das duas principais empresas comercializadoras para verificar os efeitos da
marca.
Após analisar as mensagens, panfletos e publicidade divulgados sobre
essas duas marcas pela mídia e pelas redes, identificou-se, aplicando
análise textual e o método interpretativo, que essas marcas se apoiavam em
dois pilares para manter a fidelização dos clientes.
Ilustração 9. Tweet Imagem da COVID-19
11
O primeiro deles é a capacidade de gerar emoções positivas; e o segundo,
a estética da honestidade, ou seja, parece que o produto realmente serve
para o que é indicado, mantendo os padrões de qualidade da publicidade.
A este respeito, indica que a OMS e a UNICEF são as agências
internacionais mais bem avaliadas em todo o mundo, de acordo com uma
pesquisa da WIN/Gallup International. (ONU, 2014), que indicou que 72%
dos entrevistados tinham uma boa opinião sobre esses organismos.
Portanto, seria esperado que os cidadãos usassem esse termo de
pesquisa, embora seja preciso observar que o anúncio de seu nome ocorreu
em 11 de fevereiro (ver Ilustração 8), enquanto as preocupações mundiais
começaram quase um mês antes, em 20 de janeiro, o que deu origem a uma
certa tendência de pesquisa entre usuários, que continuam a usar os termos
Vírus ou Coronavírus (@CSIC, 2020) (ver Ilustração 9).
1.3. A adoção de medidas de saúde
Um dos fenômenos mais difíceis para os cidadãos é a adoção de hábitos
saudáveis, que requerem algum tempo para entender, compreender e
incorporar.
Ao contrário de outros fenômenos, como modismos capazes de mobilizar
a população, quando se trata de saúde, as autoridades por vezes têm sucesso
relativo nas campanhas de conscientização, de modo que essas campanhas
orientadas a recomendar que costumes ou hábitos saudáveis sejam
adotados frequentemente são acompanhadas de proibições e até de sanções
para aqueles que não cumprem os requisitos estipulados.
Apesar disso, a população tem dificuldade em enxergar os “benefícios”
no curto prazo e, com isso, seu “interesse” e motivação para a adoção de
novos hábitos são reduzidos e a desprezados, descumprindo as
recomendações das autoridades.
Embora a saúde seja um aspecto que preocupa a sociedade, no que se
refere à prevenção, ela nem sempre é entendida e aceita da mesma maneira,
principalmente quando se trata de adotar alguns comportamentos que vão
12
contra o “costume” (@MinInteriorAR, 2020) (ver Ilustração 10).
No caso da COVID-19, foi solicitado à população que “abandonasse”
alguns costumes e adotasse novos, um aspecto que, contrariando a
tendência da “rotina”, levou muitas pessoas, em um primeiro momento, a
achar difícil adotar essas medidas recomendadas.
Ilustração 10 Tweet Proibição de Hábitos
Isso porque, às vezes, apesar das indicações médicas, a população não
entende os riscos para a saúde de certos comportamentos, aspecto
observado anteriormente, de forma que uma das atividades de beleza que
mais aumentou nos últimos anos, em alguns países é o bronzeamento
artificial com raios UVA.
Em alguns lugares, estar bronzeado é um sinal de status social ou de
lazer, portanto, alguém pode chegar de suas férias moreno, depois de passar
alguns dias na praia, enquanto o restante do escritório mantém sua cor
natural, por não ter tido tanta sorte.
13
E, ao contrário, em outros locais, estar moreno é um sinal de não gozar
de um alto status social, pois o sol queima a pele dos trabalhadores rurais,
dando-lhes essa cor característica, enquanto outros trabalhos menos
pesados não deixam essa “pegada” no corpo, tornando-se, assim, um sinal
de diferenciação do status econômico do consumidor, entre aqueles que
podem “pagar” e aqueles que não podem.
Na sociedade ocidental de hoje, a primeira abordagem predomina, ou
seja, as pessoas se sentem bem exibindo um bronzeado, algo que requer
tempo e, em alguns casos, dinheiro.
Para solucionar essa demanda, surgiram uma série de estabelecimentos
equipados com lâmpadas de raios UVA que produzem o mesmo efeito na
pele, após uma ou mais sessões de exposição.
Ou seja, por meio desse sistema de raios UVA, a mesma aparência
morena é alcançada, como se tivesse saído de férias e desfrutado de
momentos relaxantes na praia, ao sol.
Assim, socialmente, é possível obter os “benefícios” de ser considerado
de um status econômico mais alto simplesmente passando alguns minutos
dentro desses dispositivos.
Apesar da popularização desse sistema, pesquisas médicas vêm se
acumulando nos últimos anos e encontraram associações entre o uso
excessivo de raios UVA e o aparecimento de câncer de pele, ou seja, uso
frequente e, principalmente, o abuso por parte dos usuários desse tempo de
bronzeamento pode causar doenças de pele, de forma que, assim, coloca-se
voluntariamente a saúde em risco (@adgs125, 2019) (ver Ilustração 11).
Nesse sentido, e para verificar os riscos psicológicos do uso dos raios
UVA, foi realizada uma pesquisa pelo Departamento de Dermatologia da
Faculdade de Medicina Warren Alpert; o Departamento de Epidemiologia
da Faculdade de Saúde Pública; o Centro Médico de Providence VA; e o
Departamento de Psiquiatria e Comportamento Humano da Faculdade de
Medicina Warren Alpert, da Brown University; a Divisão de Medicina de
Rede, do Departamento de Medicina, do Hospital Brighamand; do
Departamento de Nutrição e do Departamento de Epidemiologia da Escola
14
de Saúde Pública de Harvard; a Divisão de Medicina do Adolescente do
Hospital Infantil de Boston; o Departamento de Dermatologia do Hospital
de Rhode Island (EUA); e o Departamento de Ciências da Saúde
Ocupacional e Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da Universidade
de Pequim (China) (Li et al., 2017).
Ilustração 11 Tweet Relação Raios UVA e Câncer
Participaram do estudo 67.910 mulheres entre 25 e 35 anos, que
responderam sobre a frequência de uso de salas de UVA. Para saber se
havia relação entre o uso de raios UVA e outras psicopatologias, foi utilizada
a Escala de Dependência Alimentar de Yale (Flint et al., 2014), detectar a
presença de sintomas associados a distúrbios alimentares; Da mesma
forma, a presença ou ausência de depressão na história clínica dos
15
participantes foi levada em consideração.
Os resultados mostram uma relação significativa entre a presença de
depressão e um maior uso dos raios UVA, além de mostrar uma relação
significativa entre o abuso dos raios UVA e a presença de sintomas
associados a Distúrbios Alimentares, principalmente à Anorexia.
Como qualquer outra atividade, o uso desse tipo de serviço pode ser
considerado normal, exceto em casos em que ocorre “perda de controle” e ele
se torna um vício, ou seja, é feito por si mesmo, e não pelos benefícios que
pode trazer, passando de um meio a um fim em si mesmo. A isso, chamamos
dependência comportamental ao bronzeamento ou Tanorexia.
Nesse caso, a sintomatologia depressiva parece desempenhar um papel
fundamental na formação ou na manutenção desse vício em raios UVA,
como se a pessoa estivesse tentando “compensar” seu estado de humor ao
oferecer uma imagem “melhor” de si para os outros.
Pesquisas anteriores haviam relatado relações significativas entre
transtornos alimentares e sintomas depressivos, mas, neste caso, essa
relação é mediada por um vício comportamental, o abuso de raios UVA.
De acordo com as conclusões do estudo, devemos, portanto, ter cuidado
com pessoas que abusam dos raios UVA, porque elas podem apresentar uma
sintomatologia depressiva e sofrer de anorexia.
Apesar desses resultados e dos problemas de saúde acima mencionados,
associados ao câncer de pele, é difícil para os cidadãos abandonar esses tipos
de costumes, uma vez que fornecem benefícios a curto prazo, como a cor do
bronzeamento, o que os fazem subestimar os danos a longo prazo em termos
de saúde.
Uma atitude que também é vista em outros hábitos pouco saudáveis ou
que envolvem danos a longo prazo, em que o consumidor “assume” o risco
focado no lucro a curto prazo, apesar das advertências das autoridades.
Assim, alguns anos, governos de metade do mundo estão se esforçando
para interromper o uso do tabaco. Além disso, as autoridades tiveram de
“lutar” contra os hábitos mostrados no cinema e nos meios de comunicação,
o que o tornou um hábito socialmente aceito nas últimas décadas, apesar de
16
seus efeitos nocivos à saúde de quem consome e das pessoas ao redor,
conhecidas como fumantes passivas (@CNPT_E, 2017) (ver Ilustração 12).
Ilustração 12 Tweet Proibição da Publicidade de Tabaco
Embora as medidas adotadas tenham sido bastante dissuasivas,
colocando todos os tipos de obstáculos ao consumo, sem proibi-lo, limitando-
o a determinadas áreas especialmente projetadas, aumentando o preço das
embalagens ou incluindo imagens de seus efeitos negativos à saúde.
Apesar do exposto, alguns governos planejaram dar um passo adiante e
empregar os mesmos mecanismos que durante anos serviram para espalhar
e incentivar o uso do tabaco, a publicidade na televisão. Mas os anúncios
antitabaco são eficazes?
Foi o que se tentou descobrir com uma pesquisa realizada pelo
Departamento de Educação da Universidade Nacional de Seul e pelo
Departamento de TESOL, da Universidade de Estudos Estrangeiros de
Hankuk (Coréia do Sul); junto da Faculdade de Enfermagem e Inovação em
17
Saúde da Arizona State University; e o Departamento de Psicologia da
Universidade Jesuíta de Wheeling (EUA) (Wilson et al., 2017).
Participaram do estudo 58 estudantes universitários, que foram
divididos em dois grupos: o primeiro assistia a dois anúncios antitabagismo
focados nas emoções; enquanto o outro grupo assistia a dois anúncios
antitabagistas com informações lógicas, sem abordar o aspecto emocional.
Todos os participantes passaram, antes e depois da visualização, por
três testes: um relacionado a processos de mudança, outro sobre sintomas
depressivos e o terceiro sobre autoestima.
Os resultados não indicaram diferenças significativas antes e após a
visualização dos anúncios, nem para o emocional nem para o lógico, em
nenhuma das variáveis avaliadas, ou seja, os alunos parecem não responder
às informações oferecidas sobre os danos do uso do tabaco.
Entre as limitações do estudo, está a seleção da população. É verdade
que essa publicidade visa impedir que jovens iniciem o uso, mas a idade
inicial em muitos países é de cerca de 14 anos, então, seria necessário que
essa fosse a idade dos participantes selecionados, e não universitários.
Apesar do exposto, deve-se ter em mente que o efeito da publicidade se
baseia principalmente na repetição da emissão dos anúncios, até que sejam
apreendidos, de forma que assistir a eles apenas uma vez poderia explicar
o efeito insuficiente nos comportamentos em relação ao tabaco, à autoestima
ou a sintomas depressivos.
No caso específico da COVID-19, para surpresa de alguns usuários, foi
adotada uma medida sem precedentes, em que a publicidade de jogos foi
proibida.
A ideia é que, como os cidadãos passam muito tempo confinados em sua
casa, os jogos de computador podem “prender” esses usuários, o que pode
levá-los não apenas ao vício, mas também à ruína econômica, no caso de
jogos de azar com aporte monetário.
Embora essa medida possa não parecer uma prioridade para a
população, considerando que existem outras preocupações em tempos de
crise de saúde, o governo realizou essa prevenção para impedir o aumento
18
de casos de dependência de jogos, mas, principalmente, para evitar as
consequências econômicas negativas que isso pode ter, não apenas em
termos de humor, o que pode levar a Depressão Maior, mas também porque
essa ruína pode levar ao suicídio.
É grande a importância de evitar vícios comportamentais,
principalmente nos estágios iniciais, pois depois é difícil se desvencilhar, ou
seja, após o confinamento, o novo dependente continuará jogando. Daí a
importância de adotar essa medida para a prevenção de aspectos negativos
sobre a saúde física e mental desses jogadores em potencial (@consumogob,
2020) (ver Ilustração 13).
Ilustração 13 Tweet de Proibição de Publicidade de Jogo
19
Apesar de podermos pensar que esses tipos de medida podem ser
“exagerados” ou desnecessários, a realidade é que nosso comportamento
econômico é governado por uma infinidade de variáveis internas e externas;
portanto, quando pensamos em comprar, geralmente fazemos isso
considerando o preço das coisas, mas até que ponto estamos dispostos a
gastar para comprar alguma coisa?
A Psicologia do Consumidor é responsável por tratar desta e de outras
questões semelhantes, um ramo de estudo que analisa o comportamento da
pessoa antes de uma tarefa de decisão econômica mais ou menos complexa.
O protótipo dessas investigações são jogos de azar, ou seja, uma situação
em que dinheiro pode ser ganhado ou perdido com base nas probabilidades
que o pesquisador manipula.
Assim, sabe-se que existem pessoas mais conservadoras em seus
julgamentos de valor, enquanto outras assumem mais riscos; da mesma
forma, verificou-se como essas variáveis pessoais são modificadas quando
uma pessoa é submetida ao consumo temporário ou continuado de certas
substâncias viciantes.
Com as bases desse tipo de pesquisa, outras variáveis que podem estar
envolvidas na suposição de um custo econômico maior ou menor, como a
obesidade, são analisadas. Mas existem diferenças no que estamos dispostos
a pagar, em função de a pessoa ter ou não sobrepeso?
Foi o que se tentou descobrir em uma pesquisa realizada pela Unidade
de Economia Agroalimentar, Centro de Pesquisa e Tecnologia
Agroalimentar de Aragão, do Instituto Agroalimentar de Aragão,
Universidade de Zaragoza (Espanha), junto da área de Economia,
Agricultura e Alimentação da Michigan State University (EUA) (de-
Magistris, López-Galán, & Caputo, 2016).
Participaram do estudo 309 adultos, divididos em quatro grupos, de
acordo se tinha ou não sobrepeso, considerado a partir de um índice de
massa corporal superior a 30 quilos entre a altura ao quadrado; e se
aceitavam ou não sua própria imagem no espelho, o que foi usado o
questionário padronizado da Body Image State Scale (Cash, Fleming,
20
Alindogan, Steadman, & Whitehead, 2002). Então, quatro grupos foram
formados: sem sobrepeso com a aceitação de sua imagem; sem sobrepeso
sem aceitar sua imagem; sobrepeso com aceitação de sua imagem e
sobrepeso sem aceitação de sua imagem.
O estudo consistia em que os participantes passassem diante de
algumas batatas normais ou light. Então, tinham de indicar em que medida
estavam dispostos a pagar para adquiri-las, entre quatro valores pré-
estabelecidos.
Os resultados mostram que os obesos com uma imagem ruim de si
mesmos são aqueles que estão dispostos a pagar o preço máximo por um
saco de batatas light, indicando que, quando estamos dispostos a pagar por
algo, isso não depende apenas do preço, pois pode ser entendido pela lei da
oferta e da demanda, mas é preciso levar em conta outras variáveis, como
fisiológicas (obesidade) e psicológicas (imagem pessoal). Portanto, e com
base nesses resultados, o dinheiro que um jogador pode investir em períodos
de quarentena não será governado pela lógica ou pela razão, com base em
suas receitas e despesas, mas pode levar a um comportamento exorbitante
de gastos, sem levar em conta as consequências futuras, o que pode levar à
ruína econômica. É por isso que essa medida foi tão bem recebida entre as
associações contra o jogo, e, embora uma medida adotada por meio de uma
proibição possa parecer não ser a melhor maneira de “educar” a população,
a experiência com outros tipos de intervenção no campo da saúde tem
mostrado que as mudanças às vezes são muito lentas, apesar dos grandes
esforços investidos. Assim, atualmente, por exemplo, ainda há muito a ser
feito para erradicar o problema da obesidade no mundo (@ONU_es, 2019)
(ver Ilustração 14).
Esse é um problema de saúde pública que afeta cada vez mais países,
sejam eles de “primeiro mundo” ou países em desenvolvimento.
Algo que invalidou as teorias explicativas sobre a superabundância e a
facilidade de acesso aos alimentos como motivações para a obesidade, que
aparece cada vez mais nas idades mais jovens.
21
Ilustração 14 Tweet de Consequências da Obesidade
Atualmente, teorias sociais estão sendo consideradas para explicar
como populações com recursos alimentares limitados, como países em
desenvolvimento, sofrem índices semelhantes de obesidade entre adultos e
crianças.
Embora seus efeitos não sejam tão evidentes quanto outros problemas
de saúde pública, como tabagismo ou alcoolismo, trazem inúmeras
consequências, principalmente na qualidade de vida do paciente, que é
gradualmente limitado em sua atividade física, à medida em que a gordura
se acumula no seu corpo.
22
Para combater esse problema, foram feitos esforços para “educar” desde
a infância, para que as crianças aprendam a ter uma alimentação saudável.
De maneira complementar, também durante o ensino médio e o
universitário, muitos centros oferecem treinamento específico sobre boa
alimentação, destacando os distúrbios associados que podem ocorrer, como
anorexia ou obesidade, entre outros. Mas os programas de saúde associados
à obesidade devem ser modificados?
Isso foi o que tentou descobrir a Universidade de Calgary, junto dos
Serviços de Saúde da Universidade de Alberta (Canadá) (Russell-Mayhew
et al., 2016).
O estudo analisou 67 programas de conscientização sobre problemas
alimentares ministrados no ensino médio e no superior, distribuídos por
todo o país. O conteúdo de cada um desses cursos foi analisado para verificar
a forma como o problema específico da obesidade era tratado.
Os resultados mostram uma total falta de coordenação entre eles, em
relação ao assunto e à maneira de abordá-lo. Apenas 30% consideravam a
obesidade um problema de saúde pública.
Sendo 85% deles orientados a assuntos de doenças no âmbito de seu
desempenho no trabalho; enquanto apenas 15% dos programas incluíam
informações sobre promoção da saúde por meio de nutrição e exercícios
adequados, e poucos programas destacavam os problemas sociais e de
discriminação sofridos por esses tipos de paciente com obesidade.
É preciso levar em consideração que a conscientização da população é o
primeiro passo para alcançar algum tipo de mudança social. No entanto, se
os programas que deveriam visar a esse trabalho são insuficientes, é difícil
melhorar a situação do problema de obesidade, e o mesmo acontece quando
você deseja alterar hábitos comportamentais ou evitar futuros vícios, em
que é importante fornecer informações claras e precisas, com ênfase especial
nos aspectos psicológicos que serão mediados, para que a pessoa entenda
que aquilo é dito para seu bem sua saúde futura.
23
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustración 1. Tweet Crisis Humanitarias ................................... 2
Ilustración 2 Casos de contagiados a 7 de Marzo 2020 .............. 3
Ilustración 3 Casos de contagiados a 19 de Marzo del 2020¡Error! Marcador no
definido.
Ilustración 4 Evolución de termino de búsqueda ........................ 4
Ilustración 5 Búsqueda por Países ............................................... 4
Ilustración 6 Términos en Google relacionados con el COVID .. 5
Ilustración 7. Búsqueda de Coronavirus por países ................... 6
Ilustración 8. Tweet Denominación del COVID-19..................... 9
Ilustración 9. Tweet Imagen del COVID.19 ...............................10
Ilustración 10 Tweet Prohibición de Hábitos .............................12
Ilustración 11 Tweet Relación Rayos UVA y Cáncer.................14
Ilustración 12 Tweet Prohibición Publicidad Tabaco ................16
Ilustración 13 Tweet Prohibición Publicidad de Juego .............18
Ilustración 14 Tweet Consecuencias de la Obesidad .................21
24
TWEETS REFERENCIADOS
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https://twitter.com/adgs125/status/1162239591237079041
@CNPT_E. (2017). CNPT no Twitter: “O #EmpaquetadoNeutro elimina a
publicidade de tabaco e ajudaria a reduzir a prevalência do tabagismo na
Espanha https://t.co/F3gWsuRIgW https://t.co/CDGucMDvx3 / Twitter.
Acessado em 4 de abril de 2020 em
https://twitter.com/CNPT_E/status/885086317775925251
@consumogob. (2020). Ministério do Consumo no Twitter: "O ministro do Consumo,
@agarzon: "Em termos de jogos de azar, detectamos que havia um consumo
crescente de jogos de azar on-line. É por isso que proibimos a publicidade do
jogo em qualquer meio publicitário, con. Acessado em 4 de abril de 2020 em
https://twitter.com/consumogob/status/1245327935768313857
@CSIC. (2020). CSIC no Twitter: "O novo #coronavírus se chama SARS-CoV-2 e a
doença que ele causa é a COVID-19 (Coronavirus Disease 2019). Na imagem,
vírus da família Coronaviridae, à qual o novo coronavírus pertence. (Foto feita
pelo virologista Luis En. Acessado em 4 de abril de 2020 em
https://twitter.com/CSIC/status/1236045267947970561
@MinInteriorAR. (2020). Ministério do Interior no Twitter: “Cuide da sua saúde e
da sua família. Lembre-se sempre de não compartilhar vasilhas, pratos e
outros objetos de uso pessoal. Saiba mais em https://t.co/EA3CGrbV1U
#ArgentinaUnida #CuidarteEsCuidarnos https://t.co/9OefkoFYX7” /.
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Article
Full-text available
The purpose of the study is to investigate if the effects of emotional anti-smoking advertisements can help discourage smoking over logical anti-smoking advertisements. Although research has proven that logical advertisements can be useful, the authors predict that emotional advertisements will be more effective because people are highly driven by emotional responses. However, if students feel depressioned or have low self-esteem after watching either of the two advertisements, then there could be a chance that they may not benefit from the full effects. The study employed a randomized controlled pretest-posttest group of 2nd year undergraduate students (n=58) at Kookje College in South Korea. All students were hotel management majors seeking to earn a bachelor of art degree. The experimental group (n=29) was required to watch two emotional anti-smoking advertisements while the control group (n=29) watched two logical anti-smoking advertisements. All students were required to fill out questionnaires related to process of change, depression and self-esteem. According to the ANOVA results, smoking process of change had no significant effect between the two groups on the questions pre to post. In addition, the effects of whether participants who have high self-esteem or show signs of low depression levels did not decrease smoking discouragement pre/post. Between groups ANOVAs results indicated that for depression, no significant effect was found between the two groups on the questions from pre to post. Lastly, for self-esteem, no significant effects were found between the groups on the questions from pre to post. In conclusion, emotional anti-smoking advertisements may not have a significant effect is because our participants had low self-esteem and depression levels which may have hampered positive outcomes (Seligman, 1975). Anti-smoking advertisements could psychologically trigger a panic response within the cortex of the brain which may have resulted in cognitive impairment. Participant in turn may have wanted to smoke more (Kassel, Stroud & Paronis, 2003). Lastly, as a result of smokers potentially feeling depressed over the advertisement videos presented, participants may have wanted to smoke to inhale nicotine which can help stimulate dopamine levels and artificially trigger positive mood and feeling (Fu, Matta, Gao, Brower & Sharp, 2000).
Article
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The popularity of indoor tanning may be partly attributed to the addictive characteristics of tanning for some individuals. We aimed to determine the association between frequent indoor tanning, which we view as a surrogate for tanning addiction, and food addiction. A total of 67,910 women were included from the Nurses’ Health Study II. In 2005, we collected information on indoor tanning during high school/college and age 25-35 years, and calculated the average use of indoor tanning during these periods. Food addiction was defined as ≥3 clinically significant symptoms plus clinically significant impairment or distress, assessed in 2009 using a modified version of the Yale Food Addiction Scale. Totally 23.3% (15,822) of the participants reported indoor tanning at high school/college or age 25-35 years. A total of 5,557 (8.2%) women met the criteria for food addiction. We observed a dose–response relationship between frequency of indoor tanning and the likelihood of food addiction (Ptrend < 0.0001), independent of depression, BMI, and other confounders. Compared with never indoor tanners, the odds ratio (95% confidence interval) of food addiction was 1.07 (0.99-1.17) for average indoor tanning 1-2 times/year, 1.25 (1.09-1.43) for 3-5 times/year, 1.34 (1.14-1.56) for 6-11 times/year, 1.61 (1.35-1.91) for 12-23 times/year, and 2.98 (1.95-4.57) for 24 or more times/year. Frequent indoor tanning before or at early adulthood is associated with prevalence of food addiction at middle age. Our data support the addictive property of frequent indoor tanning, which may guide intervention strategies to curb indoor tanning and prevent skin cancer.
Article
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The aim of this study is to assess the influence of body image on consumers’ willingness to pay (WTP) for potato chips carrying nutritional claims among obese and non-obese people. About 309 non-clinical individuals participated in a Real Choice Experiment. They were recruited by a company and grouped in: (i) non-obese with good body image; (ii) non-obese with body image dissatisfaction; (iii) obese with good body image; (iv) obese with body image dissatisfaction. Results indicate differences in consumers’ willingness to pay among consumer groups. Body image dissatisfaction of normal people did not influence the WTP for healthier chips. Obese people with body image dissatisfaction were willing to pay more for healthier chips (i.e., low-salt content potato chips) than normal ones with body image dissatisfaction. Examining the role of knowledge in the light of how this could impact on body image is relevant to improve the health status of individuals and their diet. Knowledge about nutrition could improve the body image of obese people.
Article
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Negative attitudes and beliefs about individuals with obesity (also known as weight bias) have negative consequences for physical and mental health for individuals with obesity and impact the quality of care provided by health professionals. A preliminary environmental scan of college and university training programs was conducted consisting of 67 degree and diploma granting programs from 22 institutions in Alberta, targeting programs training future health professionals. Publicly available online course descriptions were examined for weight-related keywords. Keyword frequency was used to determine the extent that coursework addressed weight-related issues. The results suggested that courses are structured to include learning about general health promotion as well as lifestyle factors that may contribute to obesity but may not systematically include learning about weight bias or its potential impact. Our findings highlight the need for further in-depth investigations as well as the need to enhance current curricula in higher education by including information related to weight, obesity and weight bias. Les attitudes et les croyances négatives concernant les personnes obèses (également connues comme partialité contre les obèses) ont des conséquences négatives sur la santé physique et mentale des personnes obèses et affectent la qualité des soins qui leur sont prodigués par les professionnels de la santé. Nous avons mené une étude environnementale préliminaire des programmes de formation universitaires et collégiaux qui a porté sur 67 programmes menant à un certificat ou à un diplôme dans 22 établissements d’Alberta, et nous avons principalement visé les programmes de formation de futurs professionnels de la santé. Les descriptions de cours en ligne accessibles au grand public ont été examinées et les mots clés faisant référence aux problèmes de poids ont été identifiés. Les résultats suggèrent que les cours sont structurés de manière à inclure l’apprentissage de la promotion de la santé en général ainsi que les facteurs relatifs au style de vie qui peuvent contribuer à l’obésité mais ils n’incluent pas l’apprentissage systématique de la partialité contre les obèses ou ses effets potentiels. Nos résultats illustrent le besoin de mener des enquêtes approfondies ainsi que celui de renforcer les programmes de cours actuels en enseignement supérieur pour y inclure des informations relatives au poids, à l’obésité et à la partialité contre les obèses.
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The many creative methods of strategic brand communication and brand marketing have always been a subject of critical study, as ongoing research studies by academics and practitioners continue to yield contradistinctions in the approaches to brand image creation. The design of brand identities matters crucially in the little window of time that customers make choices, judgments and decisions in fast-moving retailing environments such as lifestyle brands, as increasingly, consumers are armed with learned attitudes, opinions and a complex diversity of feelings, tastes, values and personalities. Reflecting on literature that views the importance of “lovemarks”, which are emotional attributes of consumer culture, this paper argues for advertising, branding and marketing to review the use of emotions as a brand identity element. The aim of research is to focus on the need to design brand personality effectively in particular methods which endow beauty brands with an approachable yet authentic identity. Following which, the paper identifies, discusses and compares the two principle methods to conceptualise brand image, namely mystery and honesty, and reviews how these elements are utilised in creating impactful, wholly “loved” brand images and in improving sense-making for consumers. Three strategies for improving brand design methodologies are recommended at the end of discussion, to enable creative designers and marketers to develop transformational brand personalities that capture consumer desires, build markets and gains loyalty.
Article
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Significance Meteorologists and geoscientists have called for greater consideration of social science factors that predict responses to natural hazards. We answer this call by highlighting the influence of an unexplored social factor, gender-based expectations, on the human toll of hurricanes that are assigned gendered names. Feminine-named hurricanes (vs. masculine-named hurricanes) cause significantly more deaths, apparently because they lead to lower perceived risk and consequently less preparedness. Using names such as Eloise or Charlie for referencing hurricanes has been thought by meteorologists to enhance the clarity and recall of storm information. We show that this practice also taps into well-developed and widely held gender stereotypes, with potentially deadly consequences. Implications are discussed for understanding and shaping human responses to natural hazard warnings.
Article
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Excess weight is a major threat to public health. An addiction-like tendency toward certain foods may contribute to overeating. We aimed to describe the prevalence and associated characteristics in relation to a food-addiction scale in middle-aged and older women. We examined the prevalence and associated characteristics of a food-addiction scale measure in a cross-sectional analysis of 134,175 women participating in 2 ongoing prospective cohort studies of US nurses. Overall, 7839 (5.8%) of the women surveyed met the criteria for food addiction measured by using the modified Yale Food Addiction Scale. The prevalence of food addiction was 8.4% in the younger cohort of women aged 45-64 y and 2.7% in the older cohort of women aged 62-88 y. In the multivariate model, body mass index (BMI; in kg/m(2)) ≥35.0 (compared with 18.5-22.9) was associated with food addiction, a prevalence ratio (PR) of 15.83 (95% CI: 12.58, 19.91) in the younger cohort of women, and a PR of 18.41 (95% CI: 11.63, 29.14) in the older cohort of women. Several other demographic characteristics and other factors were associated with the food-addiction measure in both cohorts of women. To our knowledge, for the first time in a large, US-based population of women, we documented the prevalence of food addiction by using a novel measurement scale in middle-aged and older women. The results may provide insight into the strong association between behavioral attributes of food consumption and the development of obesity.
Article
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The need exists for a psychometrically sound measure of individuals' evaluative/affective body image states. In the present investigation with 174 college students, the six-item Body Image States Scale (BISS) was developed and found to be acceptably internally consistent and moderately stable. Evincing its convergent validity, the BISS was appropriately correlated with various trait measures of body image. It was sensitive to reactions in positive versus negative situational contexts. Sex differences reflected those expected from the literature. Construct validity was confirmed by an experiment on persons' differential reactivity to appearance-related information as a function of level of dysfunctional body-image investment. The BISS is a unique and much-needed measure with potential utility in both research and clinical work.
COVID-19 -Explorar -Google Trends
  • Google Trend
Google Trend. (2020). COVID-19 -Explorar -Google Trends. Acessado em 7 de março de 2020, em https://trends.google.es/trends/explore?date=today 1-m&geo=ES&q=COVID-19
Coronavirus COVID-19 (2019-nCoV)
  • Johns Hopkins
Johns Hopkins CSSE. (2020). Coronavirus COVID-19 (2019-nCoV). Acessado em 7 de março de 2020, em https://www.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299