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Atendimentos Clínicos e seus Desafios na Reabilitação em Tempos de Pandemia Clinical Care And Its Challenges in Rehabilitation in Pandemic Times

Authors:
  • Faculdade de Rolim de Moura - FAROL

Abstract

O objetivo deste artigo foi relatar as experiências das autoras que atuam como profissionais da saúde em um CER IV do interior de Rondônia vivenciando as mudanças e desafios encontrados na prestação de atendimento clínico ao público que tem deficiências. Trata-se de um estudo que se pautou em um relato de experiência clínica, abordando vivências dos autores e suas experiências diante dos desafios vividos pelo atual momento da pandemia que afeta os atendimentos realizados em um CER IV localizado no interior de Rondônia. O estudo mostrou que com início progressivo da pandemia e com os usuários deixando de ir aos atendimentos, medidas foram tomadas buscando retornar os atendimentos, entre elas à elaboração de um protocolo de triagem dos pacientes admitidos para atendimentos e o afastamento de pacientes que compõem o grupo de risco. Conclui-se que a adoção das medidas frente à pandemia é um fenômeno recente que ainda se esbarra com dificuldades para os profissionais de saúde, sendo necessário que haja a conscientização por parte dos profissionais e pacientes levando em consideração a importância dos EPIs. Sendo assim, por se tratar de uma pandemia sem precedentes considera-se a necessidade de novos estudos. Abstract: The purpose of this article was to report the experiences of the authors who work as health professionals in a CER IV in the interior of Rondônia experiencing the changes and challenges found in the provision of clinical care to the public with disabilities. It is a study that was based on a report of clinical experience, addressing the experiences of the authors and their experiences in the face of the challenges experienced by the current moment of the pandemic that affects the care provided at a CER IV located in the interior of Rondônia. The study showed that with the progressive start of the pandemic and with the users not going to the appointments, measures were taken seeking to return the appointments, among them to the elaboration of a screening protocol for the patients admitted for appointments and the removal of patients that compose the group risk. It is concluded that the adoption of measures in the face of the pandemic is a recent phenomenon that still faces difficulties for health professionals, requiring awareness by professionals and patients taking into account the importance of PPE. Therefore, because it is an unprecedented pandemic, the need for further studies is considered.
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Rev Enfermagem e Saúde Coletiva, Faculdade São Paulo FSP, 2020
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Rev. Enfermagem e Saúde Coletiva, 4(2) 24-31, 2020, ISSN: 2448-394X.
Atendimentos Clínicos e seus Desafios na Reabilitação
em Tempos de Pandemia
Ana Gabriela Dobre Trentin
Denise Martins Dourado
Érica Haase Vasconcelos
Centro especializado em Reabilitação- CER, Vilhena-RO
Eraldo Carlos Batista
Universidade Estadual de Mato Grosso UNEMAT
Resumo: O objetivo deste artigo foi relatar as experiências das autoras que atuam como
profissionais da saúde em um CER IV do interior de Rondônia vivenciando as mudanças e
desafios encontrados na prestação de atendimento clínico ao público que tem deficiências.
Trata-se de um estudo que se pautou em um relato de experiência clínica, abordando vivências
dos autores e suas experiências diante dos desafios vividos pelo atual momento da pandemia
que afeta os atendimentos realizados em um CER IV localizado no interior de Rondônia. O
estudo mostrou que com início progressivo da pandemia e com os usuários deixando de ir aos
atendimentos, medidas foram tomadas buscando retornar os atendimentos, entre elas à
elaboração de um protocolo de triagem dos pacientes admitidos para atendimentos e o
afastamento de pacientes que compõem o grupo de risco. Conclui-se que a adoção das medidas
frente à pandemia é um fenômeno recente que ainda se esbarra com dificuldades para os
profissionais de saúde, sendo necessário que haja a conscientização por parte dos profissionais
e pacientes levando em consideração a importância dos EPIs. Sendo assim, por se tratar de
uma pandemia sem precedentes considera-se a necessidade de novos estudos.
Palavras-Chave: Pandemia. Desafios. Covid-19. Profissionais da saúde. Reabilitação.
Clinical Care And Its Challenges in Rehabilitation in
Pandemic Times
Abstract: The purpose of this article was to report the experiences of the authors who work
as health professionals in a CER IV in the interior of Rondônia experiencing the changes and
challenges found in the provision of clinical care to the public with disabilities. It is a study
that was based on a report of clinical experience, addressing the experiences of the authors and
their experiences in the face of the challenges experienced by the current moment of the
pandemic that affects the care provided at a CER IV located in the interior of Rondônia. The
study showed that with the progressive start of the pandemic and with the users not going to
the appointments, measures were taken seeking to return the appointments, among them to the
elaboration of a screening protocol for the patients admitted for appointments and the removal
of patients that compose the group risk. It is concluded that the adoption of measures in the
face of the pandemic is a recent phenomenon that still faces difficulties for health
professionals, requiring awareness by professionals and patients taking into account the
importance of PPE. Therefore, because it is an unprecedented pandemic, the need for further
studies is considered.
Keywords: Pandemic. Challenges. Covid-19. Health professionals. Rehabilitation.
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Rev. Enfermagem e Saúde Coletiva, 4(2) 24-31, 2020, ISSN: 2448-394X.
Introdução
O presente estudo surgiu pelo interesse em abordar
um assunto tão exposto e debatido na atualidade, a
pandemia mundial do Corona Vírus (COVID- 19)
instalada na saúde. Ao seu desenvolvimento levamos
em consideração a Portaria Nº 454, de 20 de março de
2020 que declara, em todo o território nacional, o
estado de transmissão comunitária do COVID-19 e
seguindo as orientações do MS os CERs precisam
adotar medidas de cuidados e prevenção, buscando
realizar os atendimentos e orientar os usuários do
serviço. Colocando os profissionais na linha de frente
causando implicações psicológicas. A doença do
novo COVID-19 é uma enfermidade respiratória
causada pelo vírus SARS-CoV-2. Em dezembro de
2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
começou a fiscalizar um aumento de casos de
pneumonia de causa desconhecida na cidade de
Wuhan, na China.
Em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas
comunicaram que a origem era esse novo tipo de
COVID-19. A OMS afirmou em 30 de janeiro de
2020, que o surto da doença constitui uma
Emergência de Saúde Pública de Importância
Internacional o mais alto nível de alerta da
Organização, conforme previsto no Regulamento
Sanitário Internacional. Em 11 de março de 2020, a
COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma
pandemia, que é a disseminação mundial.
Considerando a Portaria Nº 454, de 20 de março
de 2020 que declara, em todo o território nacional, o
estado de transmissão comunitária do COVID-19.
Neste cenário o Ministério da Saúde (MS) buscou
estabelecer estratégias de prevenção e linhas de
cuidados frente à pandemia reconhecendo o seu risco
de transmissão e realizando recomendações
necessárias para as instituições de saúde realizar os
atendimentos. Os profissionais da saúde são os
encarregados por estarem da linha de frente e
responsáveis pelos cuidados prestados aos usuários
do Sistema Único de Saúde (SUS) atendida nas
instituições de saúde públicas, presenciando assim
vulnerabilidade dos profissionais que estão
apreensivos e angustiados por não receberem EPIs de
maneira adequada e não se sentirem capacitados e
treinados para enfrentar tais situações. .
O Centro Especializado em Reabilitação (CER
IV) constitui-se em referência para a rede de atenção
e assistência à saúde da pessoa com deficiência física,
mental, visual e auditiva. Compõem um ponto de
atenção ambulatorial especializado em reabilitação,
que realiza diagnóstico, tratamento, concessão,
adaptação e manutenção de tecnologia assistida.
Desta maneira, os profissionais da saúde vêm
encontrando desafios nos atendimentos clínicos
prestados aos usuários do serviço, já que em sua
maioria compõem o grupo de risco ameaçado pelo
COVID-19.
A partir do pressuposto, o presente estudo tem por
objetivo relatar as experiências das autoras que atuam
como profissionais da saúde em um CER IV do
interior de Rondônia vivenciando as mudanças e
desafios encontrados na prestação de atendimento
clínico ao público que tem deficiência.
Atendimentos clínicos na reabilitação
O SUS, um dos maiores e complexos sistemas de
saúde pública do mundo, compreende diversos níveis
de atenção, garantindo deste modo o acesso integral,
universal e gratuito para toda a população,
naturalizada ou não no Brasil. Um dos elementos que
ganha destaque deste sistema, é o de prover atenção
integral à saúde, abrangendo não apenas os cuidados
assistenciais, mas do mesmo modo a oferta de
serviços de prevenção de agravos e doenças e
promoção da saúde, na perspectiva de atender as
demandas da população e melhorar a qualidade de
vida no âmbito individual e coletivo (Cabral, et al.,
2020).
Portanto, neste sentido o acesso ao serviço de
reabilitação está fortemente ligado à capacidade de
acolhimento e resposta às necessidades das pessoas
atendidas. Sendo necessário a análise e definição do
perfil epidemiológico dos territórios, dos recursos
acessíveis e de processos de educação permanente das
equipes de saúde para que os resultados do cuidado
dedicado possam provocar a melhora na qualidade de
vida e o maior grau de autonomia possível à saúde da
pessoa com deficiência (Brasil, 2014).
Considerando a Portaria Nº 454, de 20 de março
de 2020 que declara, em todo o território nacional, o
estado de transmissão comunitária do COVID-19 e
seguindo as orientações do MS os CERs precisam
adotar medidas de cuidados e prevenção, buscando
realizar os atendimentos e orientar os usuários do
serviço da melhor maneira. É importante salientar que
a lei brasileira assegura atendimento prioritário às
pessoas com deficiência. Neste sentido em
determinadas situações, especialmente as de risco,
emergência ou estado de calamidade pública, na qual
se enquadra na atual situação a pandemia, a pessoa
com deficiência será considerada vulnerável e o
Poder Público adotará medidas para a sua proteção,
seguindo os preceitos do direito à vida (Brasil, 2020).
Nesta perspectiva, a nota informativa n° 28/2020,
vem trazendo orientações aos CERs, recomendando
as seguintes condutas:
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a) Os serviços de reabilitação, por meio da sua
equipe multiprofissional, têm autonomia para
continuar o acompanhamento dos usuários,
conforme avaliação clínica individual;
b) Os usuários que estiverem no programa de
estimulação precoce não devem ser
encaminhados aos serviços de atenção primária
em saúde;
c) Os serviços de reabilitação deverão identificar
o público de risco e orientá-los ao isolamento,
conforme recomendações do Ministério da
Saúde;
d) Os serviços de reabilitação deverão estabelecer
protocolos ou restrições para acesso aos
pacientes, evitando aglomerações e
minimizando o risco de transmissão ou
contágio.
Deste modo, as orientações trazidas pelo MS estão
sendo realizadas buscando fornecer um serviço que
preze por eliminar a menor possibilidade de
transmissão de risco ao usuário. Porém, apesar dos
cuidados realizados os profissionais da saúde
enfrentam todos os dias o dilema de estar trabalhando
na linha de frente ao COVID-19, em situações
extremas e muitas das vezes no serviço público sem
as condições necessárias para enfrentar diariamente
os desafios no atendimento ao público.
Os desafios enfrentados pelos profissionais da
saúde frente à pandemia
A melhoria das condições de trabalho e
fornecimento adequado de Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) é imprescindível para a garantia de
um ambiente de trabalho seguro, colaborando para o
bom desempenho da prática profissional e
consequentemente melhorias na relação
multiprofissional e contribuindo positivamente na
saúde mental e influenciando diretamente na
evolução do paciente.
No cenário atual presenciamos a vulnerabilidade
dos profissionais de saúde onde é evidenciado
profissionais apreensivos e angustiados por não
receberem EPIs de maneira adequada e também por
não se sentirem capacitados e treinados para uma
possível transferência de ambiente de trabalho, caso
seja necessário. Os EPIs apresentam resultados
efetivos na prevenção da COVID-19 quando os
mesmos são fabricados de materiais adequados, com
boa qualidade, utilizados de maneira correta, com
guarda e substituição no tempo recomendado (Souza,
2020).
As condições em que os trabalhadores da saúde
estão atuando no avançar da pandemia de COVID-19
têm preocupado. É necessário e urgente garantir a
proteção física e psicológica diante da emergência
sanitária que se apresenta, para que tenham condições
de atender os brasileiros que estão precisando de
cuidado e que, nas próximas semanas, precisarão
ainda mais. “O suprimento limitado de luvas,
máscaras, respiradores, óculos de proteção e aventais
pode levar a uma onda de infecções evitáveis entre os
profissionais de saúde", disse a diretora da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS),
Carissa F. Etienne (2020).
Esse cenário de incerteza deixa notório que
profissionais estão atingindo um alto nível de
estresse. Muitas vezes as rotinas são alteradas para
enfrentar o COVID-19, afastando-se dos familiares e
amigos para evitar possível contagio, acarretando
ansiedade, estresse, angustia e depressão que podem
trazer graves consequências a curto e longo prazo
(Lima, et al., 2020). Diante disso, Schmidt et al
(2020) destaca em seus estudos que os profissionais
de saúde ainda que não atuem na linha de frente ou
que precisem se afastar dessa atuação
temporariamente, profissionais da saúde podem
apresentar sofrimento psicológico em contextos de
emergências de saúde devido os fatores estressores no
trabalho que após a pandemia vem causando
interferências na atuação.
Uma estratégia que amenizaria esses aspectos
seria a oferta de apoio psicológico, investimento na
comunicação contínua e incentivo recíproco,
intercalando os atendimentos aos pacientes como
ações estratégicas para alívio do estresse físico e
psicológico. Desta maneira, compreende-se a
importância de cuidar de quem está na posição de
cuidador atualmente.
Método
Trata-se de um estudo que se pautou em um relato
de experiência, segundo Lopes (2012), os métodos
seguidos neste tipo de investigação são estratégias
metodológicas importantes para as pesquisas no
campo das ciências humanas, à medida que,
proporcionam o fundamento sobre os fenômenos
destacando os aspectos subjetivos da realidade dos
fatos contemporâneos. Por esse motivo não precisou,
necessariamente, ser submetido ao Comitê de Ética e
Pesquisa, visto que não traz pesquisas realizadas com
pessoas, grupos ou usuários do serviço do CER.
O relato de experiência clínica aborda vivências
dos três autoras que tem entre 23 e 25 anos e atuam a
dois anos na área de reabilitação sobre suas
experiências diante dos desafios vividos pelo atual
momento da pandemia instalada na saúde pública nos
atendimentos realizados em um CER IV localizado
no interior de Rondônia. Desse modo, são
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apresentados relatos vivenciados por profissionais de
saúde, cujo quais realizam atendimento clínico aos
pacientes e evidenciam as angustias decorrentes à
pandemia. As entrevistas foram de maneira
individuais, no local de trabalho com duração média
de uma hora ao todo. De acordo com Batista, Matos e
Nascimento (2017), a entrevista, como uma
modalidade de interação entre duas ou mais pessoas,
é a técnica mais utilizada na coleta de informações,
tanto objetivas como subjetivas, sobre um
determinado fenômeno no estudo de campo. A
análise das informações será realizada sob as
orientações teóricas que fundamentam o estudo.
Resultados e Discussão
Os atendimentos realizados no CER são de
modalidade multidisciplinar incluindo profissionais
das áreas de fisioterapia, enfermagem,
fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e
serviço social. Devido à imprevisibilidade do
COVID-19 pacientes do grupo de risco e até mesmo
pacientes saudáveis deixaram de realizar seus
tratamentos terapêuticos optando por seguir a
quarentena recomendada pela OMS. Com início
progressivo da pandemia e a ausência dos usuários do
serviço medidas foram tomadas buscando retornar os
atendimentos, entre elas houve a elaboração de um
protocolo que visa triar os pacientes admitidos para
atendimentos. Neste questionário abrange perguntas
se o paciente realizou alguma viagem recente ou se
apresenta sintomas gripais característicos ao COVID-
19, seguindo de orientações para o paciente.
A nota técnica 04- 2020 da ANVISA traz que
ao agendar consultas ambulatoriais, seja questionado
se os pacientes apresentam sintomas de infecção
respiratória (por exemplo, tosse, coriza, dificuldade
para respirar). Esses pacientes devem ser orientados,
caso seja possível, a adiar a consulta para melhora dos
sintomas. Também deve ser orientado que todo
paciente deve ir ao serviço usando máscara e
continuar com esta durante a permanência no serviço
de saúde e que o acompanhante deve seguir as
mesmas orientações.
Na reabilitação atendem-se pacientes que não
toleram o uso de mascaras como, por exemplo,
crianças e pacientes com sequelas neurológicas.
Nestes casos a nota técnica n° 04- 2020 da ANVISA
orienta-se a realizar a constante higienização das
áreas respiratórias, cobrir bocas e nariz com as mãos,
quando tossir realizar o uso de um papel descartável
e lavar as mãos rigorosamente com água e sabão ou o
uso de álcool em gel.
Uma medida aplicada para que haja o
distanciamento de no mínimo 1 metro recomendado
pela ANVISA (2020) buscando diminuir a
possibilidade de contaminação e realizando a
higienização do ambiente de trabalho dos materiais
utilizados por cada paciente, diminuíram-se os
números de atendimentos em 50% buscando a
aplicabilidade de intervalos maiores para
higienização do setor de atendimento.
Levando em consideração que o público atendido
no CER IV é em sua grande maioria do grupo de
risco, a medida de segurança nesse caso foi o
afastamento de pacientes que compõem este grupo. A
portaria n° 54, de 1° de abril de 2020 traz que nesses
casos devem-se suspender temporariamente os
atendimentos, considerando que parte dos usuários
integra o grupo de risco, e, ainda, as recomendações
do MS quanto à importância do isolamento social e
não aglomeração.
Ao olhar profissional podemos mencionar a
pressão para efetivar a produção mensal causando
assim desgaste emocional e psicológico, sob avisas de
possível remanejamento de local de trabalho para a
linha de frente do COVID-19, como realizado no
início da pandemia. Nas frases a seguir denota-se a
preocupação dos profissionais de saúde pela falta de
preparo necessário para o serviço:
Cheguei para trabalhar e me mandaram para o
hospital sem nem terem me treinado antes, me
colocando em frente ao risco de contaminação sem
preparo nenhum (Profissional 1)
Ver os números de casos subir no município é
assustador, pois a chance de voltar sem ter sido
treinado para trabalhar no isolamento só aumenta G.
(Profissional 2)
Podemos ressaltar também o racionamento de
EPIs descartáveis, sendo muitas vezes reutilizados,
contradizendo a nota técnica da ANVISA (2020) e
informativos dos fabricantes onde classificam os EPIs
como “uso único”, pois não é comprovada a eficácia
e a segurança do reuso pelos profissionais de saúde.
Tendo a seguir os seguintes relatos:
Os equipamentos estão sendo distribuídos de
maneira racionada e reutilizados, se eu me
contaminar o que acontece, fica por isso mesmo
(Profissional 3)
É um descaso o que tem acontecido com nós, uma
hora dizem que irão disponibilizar EPIs necessários
e no outro dia nós oferecem apenas duas máscaras
(Profissional 4)
Às vezes os materiais, como máscaras e aventais
descartáveis, rasgam devido sua fragilidade e reuso
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e ainda usamos o grampeador para buscar conserto,
que não nos dão materiais suficientes
(Profissional 5)
Situações vivenciadas como está só demonstra que
muitos profissionais da saúde no Brasil não têm
experiência de atuação em emergências de grande
porte, como é o caso da COVID-19, o que representa
um estressor adicional. Diante disto, Schmidt et al
(2020) traz que os psicólogos podem colaborar em
muito neste momento através da oferta de promoção
de saúde mental através de intervenções psicológicas
por plataformas online, via ligações e até face a face
se necessário, visando diminuir o sofrimento psíquico
do sujeito.
Em tempos de pandemia fica evidente que o uso
de máscara é uma medida eficaz na prevenção contra
a COVID-19, em contrapartida na terapia
fonoaudiológica é observado uma grande dificuldade
na comunicação, visto que a mesma causa uma
sensação de abafamento e diminui a intensidade
vocal, exigindo um esforço maior para falar e para
manter a coordenação pneumofonoarticulatória, que
é o equilíbrio da respiração e dos músculos da
articulação, que quando balanceado causa ao ouvinte
à sensação de estabilidade, domínio e harmonia na
fala.
Outro desafio encontrado pelos fonoaudiólogos é
que pacientes como crianças, adultos com lesões
neurológicas e/ou pessoas com perda auditiva
necessitam visualizar os lábios da pessoa com quem
está conversando para compreender melhor os sons,
ou seja, a prática de leitura labial facilita na
comunicação. Para a efetiva solução desse problema,
foi confeccionado máscaras com visores
transparentes por uma fonoaudióloga do CER IV.
Os atendimentos psicológicos em tempos de
pandemia foram necessários adaptações, no qual o
desafio encontrado foi trabalhar com crianças
menores em que precisariam de maior contato da
psicóloga na realização das atividades. Neste sentido,
a medida como precaução foi buscar trabalhar com o
público de crianças a partir de 06 anos de idade, que
apresentam a necessidade de menos contato do
profissional nas terapias.
Os atendimentos fisioterapêuticos exigem um
contato físico muito grande com os pacientes, sendo
este um dos maiores desafios nos atendimentos
durante a pandemia, desta forma o setor da
fisioterapia optou por não atender pacientes
neurológicos (adultos e bebes), além dos outros
pacientes do grupo de risco, esta decisão se fez
necessária por se tratar de atendimentos em que o
fisioterapeuta passa a sessão toda em contato direto
com seus pacientes. Os familiares estão sendo
orientados a realizarem os exercícios em suas
residências para assim não correrem o risco de
contrair o vírus durante as sessões.
Vale ressaltar que a terapia multiprofissional é um
serviço eletivo, mas essencial para os nossos
pacientes, visto que quando estão em processo
terapêutico efetivo apresentam evoluções em seu
quadro clínico, com a suspensão temporária de
atendimentos de determinados grupos de risco
podemos afirmar que quanto mais tempo
permanecem suspensos maiores são a probabilidade
de regressão nas sequelas, postergando ainda mais o
tempo de reabilitação e alta definitiva.
Considerações Finais
O objetivo deste artigo foi relatar as experiências
das autoras que atuam como profissionais da saúde
em um CER IV do interior de Rondônia vivenciando
as mudanças e desafios encontrados na prestação de
atendimento clínico ao público que tem deficiências.
Demonstrando através de relatos de profissionais que
estão envolvidos na reabilitação suas angústias frente
a situação atual do Brasil em meio a uma pandemia a
nível mundial.
O Brasil possui poucas experiências com crises
em saúde pública comparado a outros países como
asiáticos e europeus. Devido a isto não apresenta uma
cultura local de prevenção de doenças virais como o
COVID-19. Nesta perspectiva, compreende-se a
dificuldade percebida pela saúde pública em busca
por medidas de contenção.
Devido à pandemia ser sem precedentes os
desafios e angústias enfrentadas pelos profissionais
de saúde por fatores estressores do cotidiano de estar
na linha de frente se esbarram com as condições de
trabalho que foram instalados. As notas informativas
buscaram estabelecer medidas de segurança tanto
para os profissionais de saúde e pacientes tendenciado
a diminuir os riscos de contágio.
Diante do exposto, os resultados do estudo
proposto demonstraram que os desafios enfrentados
pelos profissionais da saúde apesar de muitos
obstáculos, os atendimentos estão seguindo conforme
o recomendado e até o presente momento não houve
nenhum caso na equipe CER IV e nos pacientes.
Desta maneira, conclui-se que a adoção das medidas
frente à pandemia é um fenômeno recente que ainda
se esbarra com dificuldades para os profissionais de
saúde, sendo necessário que haja a conscientização
por parte dos profissionais e pacientes levando em
consideração a importância dos EPIs. Portanto faz se
necessário à realização de um aprofundamento mais
amplo sobre a temática abordada. Sendo assim, por se
tratar de uma pandemia sem precedentes considera-se
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a necessidade de novos estudos.
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Ana Gabriela Dobre Trentin
Fonoaudióloga residente do programa de especialização em Reabilitação, atuando no Centro especializado em
Reabilitação CER.
E-mail: anagabriela_opo@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0001-8016-7254
Denise Martins Dourado
Psicóloga residente do programa de especialização em Reabilitação, atuando no Centro especializado em
Reabilitação CER.
E-mail: denise.dourado.2010@hotmail.com.
http://orcid.org/ 0000-0002-2028-3402
Érica Haase Vasconcelos
Fisioterapeuta residente do programa de especialização em Reabilitação, atuando no Centro especializado em
Reabilitação CER.
E-mail: fisio.ericahaase@gmail.com
https://orcid.org/ 0000-0002-7118-5888
Eraldo Carlos Batista
Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica PUCRS, Mestre em Psicologia pela Fundação
Universidade Federal de Rondônia UNIR, Especialista em Saúde Mental pela Universidade Católica Dom
Bosco UCDB.
E-mail: eraldo.cb@hotmail.com
http://orcid.org/0000-0002-7118-5888
Recebido em: 19/06/2020
Aceito em: 10/07/2020
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Trentin, A.G.D. et al. 2020. Reabilitação e pandemia
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Rev. Enfermagem e Saúde Coletiva, 5(1) 24-31, 2020, ISSN: 2448-394X.
ANEXO
... De acordo com o Ministério da Saúde (2020), os serviços de reabilitação são processos terapêuticos, não caracterizando área de exclusividade profissional e sim uma proposta de atuação multiprofissional. Desta forma, o enfermeiro tem autonomia para continuar o acompanhamento dos usuários, conforme avaliação clínica individual, (Trentin et al ;. ...
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Introdução: A Covid-19 acometeu muita gente deixando sequelas, tanto nos pacientes que tiveram os casos mais leves quanto nos mais graves. Objetivo geral: relatar a experiência de um paciente na reabilitação pós Covid-19. Metodologia: trata- se de um estudo qualitativo, do tipo relato de caso acerca da reabilitação de um paciente pós Covid-19. A coleta de dados foi realizada mediante entrevista com o paciente através de videoconferência respeitando os protocolos vigentes pela pandemia na época. Para facilitar a interação do participante no momento da coleta de dados, e com o consentimento do paciente, a entrevista foi gravada. Tratando-se de uma nova patologia e com pouquíssimas evidências acerca do Covid-19 e para embasar as informações obtidas na entrevista foram utilizados artigos bibliográficos selecionados no Google Acadêmico e SciELO publicados no período de 2019 a 2022, para compreender e fundamentar o relato. Discussão: De acordo com o Ministério da Saúde (2020) os serviços de reabilitação são processos terapêuticos não caracterizando área de exclusividade profissional e sim uma proposta de atuação multiprofissional. Conclusão: Espera-se que esta pesquisa seja de grande importância para pessoas que tiveram ou que venham a ter sequelas do Covid-19 a terem um processo de reabilitação de qualidade.
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O objetivo deste estudo foi compreender os sentidos construídos por pacientes de uma clínica psicológica sobre o impacto da pandemia da covid-19. Além disso apresentar as técnicas de manejo no enfrentamento da ansiedade durante o período de isolamento e distanciamento social. Trata-se de um estudo qualitativo pautado em um relato de experiência de uma profissional de psicologia. Foram entrevistados seis homens e oito mulheres com idade entre 18 e 51 anos durante os atendimentos psicológicos. Os resultados apontaram para aumento do nível de ansiedade relatados pelos pacientes durante a pandemia. Conclui-se que é necessário nesse momento de pandemia pensar em mudanças de conceitos e quebra de paradigmas, mesmo que ainda distante daquelas idealizadas, que convergem para um romper de olhares estigmatizados da sociedade para com a pessoa em sofrimento mental.
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Introdução: Em meio a um contexto atípico, com a emergência da pandemia de COVID-19, a ciência precisa dar respostas na mesma velocidade da propagação do SARS-CoV-2. A conjuntura tem sido especialmente violenta em relação aos trabalhadores dos serviços essenciais, sobremodo, os do setor saúde. Objetivo: Sintetizar, criticamente, as principais recomendações científicas para os trabalhadores ante a pandemia de COVID-19. Método: Trata-se de uma revisão de literatura a partir das bases PubMed e BVS, nas quais se obteve 19 publicações para análise. Resultados: Constatou-se ênfase para a questão dos EPI, medidas de higiene e outras medidas protetivas no âmbito individual. Alguns estudos abordam questões mais amplas, organizacionais e da esfera da vigilância voltada ao setor saúde, mas também aos trabalhadores em geral. Conclusões: Para além da síntese das publicações, a revisão contribui com reflexões e provocações com vistas às intervenções ulteriores.
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Resumo A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) é a maior emergência de saúde pública que a comunidade internacional enfrenta em décadas. Além das preocupações quanto à saúde física, traz também preocupações quanto ao sofrimento psicológico que pode ser experienciado pela população geral e pelos profissionais da saúde envolvidos.O objetivo do presente estudo foi sistematizar conhecimentos sobre implicações na saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus. Realizou-se revisão da literatura técnico-científica produzida em diferentes países, na perspectiva de sumarizar desenvolvimentos recentes ligados à COVID-19. Apresentam-se resultados sobre implicações da pandemia na saúde mental, identificação de grupos prioritários e orientações sobre intervenções psicológicas, considerando particularidades da população geral e dos profissionais da saúde. Por fim, discutem-se potencialidades e desafios para a prática dos psicólogos no contexto brasileiro durante a pandemia.
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A Atenção Primária em Saúde é considerada o principal modelo de organização da atenção à saúde e a via de acesso mais adequada a população. Este nível de atenção tem a capacidade de responder de forma contínua, sistematizada e equânime, à maior demanda de saúde no âmbito individual e coletivo. O Brasil assume compromisso com uma proposta de vigilância em saúde voltada para a infecção humana pelo SARS-CoV-2 (infecção respiratória pelo novo coronavírus), apoiada pela consolidação de informações da OMS e novas evidências técnicas e científicas. Com a rápida disseminação do vírus os serviços da APS tornam-se essenciais para o enfrentamento do agravo. Mas o impacto da mudança no financiamento da Atenção Primária em Saúde, pode gerar sobrecarga à rede de atenção à saúde, que vive em um panorama marcado por instabilidade e precarização das relações de trabalho.
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O objetivo deste artigo foi abordar o uso da entrevista como uma técnica de coleta de dados na pesquisa qualitativa e utilizando-se da pesquisa bibliográfica buscou-se discorrer sobre sua conceituação, os principais tipos de entrevistas, sua importância, vantagens e limites. Concluiu-se que a utilização da entrevista como técnica de coleta de dados é acessível a todo pesquisador, principalmente aos principiantes. No entanto, a utilização da entrevista requer planejamento prévio e manutenção do componente ético, expresso pela escolha do participante, do entrevistador, do local, do modo ou mesmo do momento para sua realização.
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Objetivo: Realizar uma revisão narrativa das repercussões no comportamento e na saúde mental da população vulnerável e de medidas adotadas, no enfrentamento da pandemia do COVID-19. Revisão bibliográfica: Devido imprevisibilidade da pandemia do COVID-19, consequências mentais, são cada vez mais relatadas. Suspeitos, infectados, profissionais de serviços essenciais, os que vivem sozinhos, instituições como casas de repouso, prisões, centros de detenção de imigrantes, idosos, portadores de doença mental, imunodeprimidos e sem-teto, estão mais propícios aos danos de saúde física e mental. A intensificação de sentimentos como medo, raiva, estresse, insegurança e frustração estão associados a um maior risco de desenvolvimento para transtornos psiquiátricos. Para minimizar esses sentimentos, é relevante que meios de comunicação emitam notícias verdadeiras sobre o enfrentamento da pandemia e programas de lazer e cultos religiosos online sejam identificados, por ressaltarem emoções positivas. Considerações finais: As repercussões da pandemia do COVID-19 são comparadas a desastres naturais e guerras, pelo receio em adoecer, ficar desempregado, desamparado, ser estigmatizado caso venha a se infectar e, o medo de morrer. A sensação de incerteza quanto ao futuro econômico e educacional traz também implicações na saúde mental. Estratégias sociais, educacionais, econômicas devem ser implantadas para minimizar os danos causados pela COVID-19.
Ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde
  • Brasil
Brasil. Ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de ações programáticas estratégicas.
Portaria nº 454, de 20 de março de 2020. Declara, em todo o território nacional, o estado de transmissão comunitária do coronavírus (covid-19)
  • Brasil
  • Ministério Da Saúde
Brasil. Ministério da saúde. Portaria nº 454, de 20 de março de 2020. Declara, em todo o território nacional, o estado de transmissão comunitária do coronavírus (covid-19). Disponível em: < http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-454-de-20-de-marco-de-2020-249091587 >. Acesso em: 27 jun. 2020.
Assunto: orientações à rede de cuidados à saúde da pessoa com deficiência relativas ao coronavírus (covid-19)
  • Brasil
  • Ministério Da Saúde
Brasil. Ministério da saúde. Nota Informativa Nº 28/2020. Assunto: orientações à rede de cuidados à saúde da pessoa com deficiência relativas ao coronavírus (covid-19). Disponível em: <http://www.pcd.mppr.mp.br/ arquivos/File/NI28.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2020.
Diretora da OPAS pede que países protejam trabalhadores da saúde diante do avanço da COVID-19 na região das Américas. Organização pan-americana da saúde-opas
  • C F Etienne
Etienne, C.F. Diretora da OPAS pede que países protejam trabalhadores da saúde diante do avanço da COVID-19 na região das Américas. Organização pan-americana da saúde-opas, 2020.
Sobre estudos de casos e relatos de experiências
  • M V O Lopes
Lopes, M. V. O. (2012). Sobre estudos de casos e relatos de experiências... Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 13(4).