A dúvida e a incerteza nos processos de construção do conhecimento "Estamos condenados ao pensamento inseguro, a um pensamento crivado de buracos, um pensamento que não tem nenhum fundamento absoluto de certeza. Mas somos capazes de pensar nestas condições dramáticas" (MORIN, 2001:101). Perante a conferência produzida pelos Professores Luís Marques e João Praia, na unidade curricular "Cultura,
... [Show full abstract] Conhecimento e Identidade" do Programa Doutoral em Didáctica e Formação, com o sui géneris título de "Espelhamento, Interrogação e Metamorfose", fui assaltado de um conjunto de dúvidas que deixam claro, desde já, a pragmática relação entre um saber e a produção desse mesmo saber. Para tal compromisso não posso esquecer a forma complexa [mas admito estruturada] que faz desenvolver o meu próprio conhecimento pessoal, público ou privado. A proposta desta reflexão gira em torno da profissão de "ser professor" *já trabalhadas na 6ª sessão lectiva desta unidade curricular, como uma identidade complexa e multi referencial, com um conhecimento próprio e de múltiplos contributos para a sua identidade] de um conjunto de questões que nos podem assolar quando confrontados com o exercício do ensino e/ou da formação: que conhecimento deve ser desenvolvido que vise a formação dos nossos alunos? Talvez, poderia questionar de um outro modo: em que perspectiva se deve situar o formador com o conhecimento, numa sociedade em que a mudança é a "única característica permanente"? Ao falar em produção do conhecimento estamos, desde já, estou-me a referir à pesquisa como seu sinónimo. O nosso objectivo, com este [pseudo] ensaio, é reunir alguns argumentos no intuito de contribuir para uma resposta, pelo menos parcial, às questões colocadas. Para tal, tomei como referências alguns aspectos apontados por Edgar Morin, além de outras propostas (aqui também com referido peso o de Boaventura Sousa Santos que já abordei em outro momento reflexivo). Talvez simplificando, para poder depois complexificar um pouco, centrar-me-ia agora em dois paradigmas que se apresentam. Por um lado um paradigma da simplicidade, que procura colocar ordem no universo,