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Este trabalho propõe o desenvolvimento do jogo “O que é, o que é?”, uma série de charadas sobre alimentação e hábitos saudáveis. A motivação para pesquisa deve-se aos elevados índices de obesidade infantil e doenças infanto-juvenis em consequência da má alimentação. Dessa forma, o objetivo foi estimular a adoção do hábito da alimentação saudável por meio do jogo. O problema consiste na análise do uso deste recurso pedagógico como uma ferramenta complementar para o ensino do conteúdo alimentação e saúde, em sala de aula. Para esta análise utilizou-se como metodologia o estudo de caso, com abordagem qualitativa. O local de estudo foi uma escola municipal de Ensino Fundamental, com alunos do 4º ano, da cidade de Nova Venécia, região noroeste do estado do Espírito Santo. Com base nos resultados obtidos, percebeu-se que o jogo proporciona disposição para a adoção de hábitos mais saudáveis. Considera-se que este jogo contribui como suporte para o aprendizado, sendo uma ferramenta útil para a intensificação do conteúdo alimentação e saúde.
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MENDES, A. N. F.; ROCHA, S. M. S.; SALVADOR, P.; FORRECHI, C. R. 234
Educitec, Manaus, v. 05, n. 11, p. 234-252, jun. 2019.
O ensino da pirâmide alimentar e a construção do hábito
saudável por meio do lúdico: um estudo de caso
Teaching the food pyramid and the construction of a healthy habit by
means of games: a case study
Ana Nery Furlan Mendes
Universidade Federal do Espírito Santo
ana.n.mendes@ufes.br
.....
Sandra Mara Santana Rocha
Universidade Federal do Espírito Santo
rocha.m.rocha@ufes.br
.....
Paula Salvador
Universidade Federal do Espírito Santo
paula.ifes@gmail.com
.....
Cinthia Ronconi Forrechi
Universidade Federal do Espírito Santo
cinthiaronconi@gmail.com
Resumo
Este trabalho propõe o desenvolvimento do jogo “O que é, o que é?”, uma série
de charadas sobre alimentação e hábitos saudáveis. A motivação para pesquisa
deve-se aos elevados índices de obesidade infantil e doenças infanto-juvenis em
consequência da alimentação. Dessa forma, o objetivo foi estimular a adoção
do hábito da alimentação saudável por meio do jogo. O problema consiste na
análise do uso deste recurso pedagógico como uma ferramenta complementar
para o ensino do conteúdo alimentação e saúde, em sala de aula. Para esta
análise utilizou-se como metodologia o estudo de caso, com abordagem
qualitativa. O local de estudo foi uma escola municipal de Ensino Fundamental,
com alunos do ano, da cidade de Nova Venécia, região noroeste do estado
do Espírito Santo. Com base nos resultados obtidos, percebeu-se que o jogo
proporciona disposição para a adoção de hábitos mais saudáveis. Considera-se
que este jogo contribui como suporte para o aprendizado, sendo uma ferramenta
útil para a intensificação do conteúdo alimentação e saúde.
Palavras-chave: Alimentação Escolar. Ensino Fundamental. Jogo.
MENDES, A. N. F.; ROCHA, S. M. S.; SALVADOR, P.; FORRECHI, C. R. 235
Educitec, Manaus, v. 05, n. 11, p. 234-252, jun. 2019.
Abstract
This work develops the game "O que é, o que é?", a series of quizzes about
eating and healthy habits. The research intends helping to reduce the high rates
of childhood obesity and infantile-juvenile diseases, consequence of a poor diet,
by means of playing games. The research also analyses the use of this
pedagogical resource as a complementary tool for teaching the food and health
contents in the classroom. The methodology employed a case study with a
qualitative approach, in a municipal elementary school with 4th year students from
Nova Venécia city, at the northwestern region of Espírito Santo state. As the main
result, the present research concludes that the developed game stimulated the
adoption of healthier habits and contributed as a useful tool for diffusion of the
food and health contents.
Key words: Food, Healthy Habits. Elementary School. Games.
Introdução
O trabalho de construção e aplicação de um artefato pedagógico no ensino de
ciências consiste em um desafio para os docentes. Apesar de comprovada a
eficácia do jogo no processo de aprendizagem, este é um assunto polêmico.
Ainda existem aqueles que defendem o paradigma tradicional do ensino, mas
outros acreditam no potencial motivador da aprendizagem advinda dos artefatos
pedagógicos, por isso torna-se essencial buscar estratégias distintas de ensino
para alcançar o objetivo da aprendizagem (REZENDE, 2002).
Nesse estudo, apresenta-se o desenvolvimento e aplicação do jogo O que é, o
que é?, para o ensino do conteúdo alimentação e saúde presente no Currículo
Básico Comum do Estado do Espírito Santo (CBC), documento que orienta as
escolas capixabas quanto aos componentes curriculares de cada ano. O
conteúdo foco dessa pesquisa é baseado na pirâmide alimentar e doenças
ligadas aos alimentos, e está direcionado ao 4ºano da disciplina de Ciências,
conforme aponta o fragmento do primeiro tópico (Alimentação e Saúde) do eixo
Identidade e Cultura do CBC, “Conceito de alimento; Pirâmide alimentar;
Alimentos regionais; Cuidados com alimentos e Doenças ligadas aos alimentos”
(ESPÍRITO SANTO, 2009, p. 97).
O conhecimento do corpo e a valorização de hábitos saudáveis, como aspectos
básicos para a qualidade de vida, são conteúdos listados nos objetivos dos
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (PCN). O tópico
saúde consta como tema transversal nos PCNs, devendo ser trabalhado de
forma integrada aos componentes curriculares, não se mantendo isolado ou
exclusivamente a um conteúdo ou disciplina (BRASIL, 1997).
Ao que tange à legislação, de acordo com a Lei nº 11.947 (BRASIL, 2013), que
dispõe sobre a alimentação escolar destaca a relação entre aprendizagem e
educação alimentar apresentando diretrizes para alimentação de modo
saudável, com respeito à cultura, visando um melhor rendimento escolar dos
estudantes.
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Essas diretrizes da alimentação escolar reforçam a relevância de trabalhar a
importância nutricional dos alimentos em sala de aula de forma a estimular os
alunos a adotarem hábitos saudáveis, considerando que a escola funciona como
um espaço oportuno de orientação para uma vida mais saudável. Dessa forma,
pretende-se que os alunos compreendam os conceitos básicos e adotem
princípios de responsabilidade com sua saúde e com a saúde coletiva através
do que seaprendido na escola. Assim o jogo O que é o que é? vem para
corroborar para este ensino visto que ele é um recurso pedagógico para
complementar o ensino do tema em sala de aula.
A motivação pelo tema se deve aos dados divulgados pela Associação Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Esta
associação relatou que patologias anteriormente comuns à população adulta
estão sendo observadas e diagnosticadas com mais frequência em crianças e
adolescentes. Atribui-se à ausência de hábitos saudáveis a causa deste
problema, bem como vem afetando diretamente a qualidade de vida da
população mais jovem (ABESO, 2017).
O objetivo desse estudo é propiciar por meio da ludicidade a reflexão sobre a
alimentação e buscar a adoção de hábitos saudáveis, uma vez que o jogo é um
recurso pedagógico para complementar o ensino em sala de aula. Portanto, esse
estudo busca responder o questionamento: trabalhar educação alimentar na
escola de forma lúdica pode contribuir para o desenvolvimento de hábitos
saudáveis?
Hernandes e Valentini (2010) atribuíram à troca de alimentos naturais por
alimentos processados como um dos fatores de grande influência nas causas e
sobrepeso das crianças. Hoje, devido a gama de alimentos industrializados de
fácil acesso, as crianças vêm consumindo alimentos ricos em gorduras com alto
valor calórico. Outro fator observado pelos autores é a ausência de atividades
antes corriqueiras, em que as crianças brincavam em movimento, ou seja, a
prática de exercícios físicos que foram substituídas pelos produtos dos avanços
tecnológicos. O abandono da amamentação também é um destes fatores.
“Assim, observa-se que o aumento do número de crianças obesas está
relacionado à mudança no estilo de vida e aos hábitos alimentares”
(HERNANDES; VALENTINI, 2010, p 55).
Como pilares para o desenvolvimento deste estudo merecem destaque o
trabalho de Kishimoto (2011), com sua contribuição para a compreensão dos
jogos e função lúdica e educativa no processo de ensino. Também salientamos
o trabalho de Philippi e colaboradores (1999), referentes à pirâmide alimentar,
que subsidiou a elaboração do jogo e ainda os conteúdos dos documentos
curriculares, estadual (ESPÍRITO SANTO, 2009) e nacional (PCN, 1997), que
direcionaram o estudo para cada ano.
O jogo como ferramenta pedagógica
O jogo favorece o desenvolvimento de habilidades físicas, afetivas, sociais,
morais e cognitivas. No campo educacional está associado à função lúdica,
propiciando o prazer, a diversão e, ao mesmo tempo, conduzindo ao
aprendizado por meio da sua função educativa. Portanto, “O jogo pode ser visto
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como: o resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto
social; um sistema de regras; e um objetivo” (KISHIMOTO, 2010, p.18).
Dependendo da finalidade de uma ação, essa pode ser considerada um jogo,
uma brincadeira ou um preparo para a vida profissional. Segundo Kishimoto
(2011), o ato de atirar com arco e flecha pode ser um jogo, assim como pode ser
um preparo para a vida profissional. Não é exatamente o objeto e as pessoas
que definem o jogo; os aspectos culturais, comportamentos e situações
influenciam nessa significação.
O jogo além de reforçar teorias estudadas anteriormente, propicia às crianças o
poder aprender a respeitar regras e os direitos dos outros, a assumir
responsabilidades, viver em sociedade e principalmente construir novas
aprendizagens. O professor deve planejar sua atividade lúdica de forma que
trabalhe a autoestima do aluno, dessa maneira atuará na formação do discente
e no aprimoramento da prática pedagógica (KISHIMOTO, 1993).
Kishimoto (2011) define duas funções do jogo: o lúdico e o educativo. É preciso
o equilíbrio entre essas duas funções, ou seja, ser prazeroso, divertido e ao
mesmo tempo promover a aprendizagem, sendo esse o objetivo primordial. O
jogo busca atingir objetivos de aprendizagem por meio do lúdico, visando
desenvolvimento de novos saberes dentro de um determinado conteúdo
(KISHIMOTO, 2011).
O ensino da alimentação e saúde
O Currículo Básico Comum do Estado do Espírito Santo (CBC) traz o tema
alimentação e saúde como conteúdo da disciplina de Ciências do ano do
Ensino Fundamental e o PCN aborda este assunto como tema transversal. O
cuidado com a alimentação de crianças e adolescentes no Brasil teve início na
década de 50, com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Em
2009, esta política pública foi reformulada de forma a garantir que as escolas
servissem uma alimentação mais saudável e nutricionalmente balanceada.
A Lei nº 11.947 de 16 de junho de 2009 dispõe sobre o atendimento da
alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da
educação básica. Esta lei traz orientações sobre a alimentação escolar e a define
como sendo “todo alimento oferecido no ambiente escolar, independentemente
de sua origem, durante o período letivo” (BRASIL, 2009, artigo 1º). No artigo
segundo são apresentadas as diretrizes da alimentação escolar (BRASIL, 2009,
art. 1 e 2):
I - o emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o
uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as
tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o
crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do
rendimento escolar, em conformidade com a sua faixa etária e seu
estado de saúde, inclusive dos que necessitam de atenção específica;
II - a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de
ensino e aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar,
abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de
práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e
nutricional;
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III - a universalidade do atendimento aos alunos matriculados na rede
pública de educação básica;
IV - a participação da comunidade no controle social, no
acompanhamento das ações realizadas pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municípios para garantir a oferta da alimentação
escolar saudável e adequada;
V - o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a
aquisição de gêneros alimentícios diversificados, produzidos em
âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar e pelos
empreendedores familiares rurais, priorizando as comunidades
tradicionais indígenas e de remanescentes de quilombos;
VI - o direito à alimentação escolar, visando a garantir segurança
alimentar e nutricional dos alunos, com acesso de forma igualitária,
respeitando as diferenças biológicas entre idades e condições de
saúde dos alunos que necessitem de atenção específica e aqueles que
se encontram em vulnerabilidade social.
O aumento da oferta de alimentos industrializados fez com que o governo
brasileiro se preocupasse com a alimentação escolar, como mostra a lei
supracitada, bem como o Projeto de Lei nº 3.606 de 2015 em que o Congresso
Nacional decreta em seu Artigo 1º “Esta Lei disciplina a prevenção da obesidade
infantil e a promoção da alimentação adequada nas escolas de educação básica
das redes públicas e privadas do País”. No artigo terceiro, este Projeto de Lei faz
alteração o Inciso II do Art. 2º da Lei 11.947 de junho de 2009 que passa a
ser:
II a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de
ensino e aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar,
abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de
práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e
nutricional e da prevenção da obesidade infantil(Norma
Regulamentadora).
Ainda nesse Projeto de Lei, o Art. 5º acrescenta o art. 45-A ao Decreto-Lei
986, de 21 de outubro de 1969, com a seguinte redação: “Art. 45-A. Os
estabelecimentos situados em escolas de educação básica, públicas ou
privadas, ficam proibidos de comercializar bebidas e alimentos não adequados
à nutrição da criança e do adolescente, na forma do regulamento”.
Considerando que as facilidades advindas nas últimas décadas, como abertura
do mercado, a globalização e o comércio entre os países, essas facilitaram o
acesso da população a produtos antes desconhecidos ou caros, alterando tanto
demanda como interesses, aumentando assim o consumo da população
mundial. Essas mudanças, no que tange aos hábitos alimentares, afetam a
saúde da população. Uma alimentação equilibrada e saudável promove o bem-
estar social e previne Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) como
diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade, hipertensão, entre outras
(SCHIMIDT et al., 2011).
A pirâmide alimentar é uma orientação que determina quais alimentos devem ser
consumidos de acordo com a meta de cada indivíduo. Também inclui neste
conceito a promoção de atividades físicas e estilo de vida saudável para a
prevenção de doenças e de distúrbios alimentares. A pirâmide alimentar
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brasileira foi adaptada a partir da criação da pirâmide alimentar americana
(PHILIPPI, et al., 1999). Ela é definida por uma representação gráfica (Figura 1),
na qual os alimentos são separados em níveis e agrupados de acordo com os
nutrientes, bem como as porções recomendadas para cada grupo alimentar
(AMÂNCIO; PHILIPPI, 2010).
Figura 1- Desenho Esquemático da Pirâmide Alimentar
Fonte: Adaptada de Philippi et al. (1999).
Os quatro níveis apresentados na Figura 1 são os energéticos extras, os
construtores, os reguladores e os energéticos. Os níveis nutricionais, segundo
Grycak (2010), são classificados de acordo com a função que desempenham no
organismo humano. O livro didático do componente curricular ciências, do quarto
ano do Ensino Fundamental I, dos autores Godoy e Ogo (2014), traz os conceitos
de lipídios (óleos e gorduras), açúcares e doces como alimentos que podem ser
consumidos moderadamente. Para Philippi e colaboradores (1999), os lipídios
do nível energético extra são considerados como fontes de energia para o corpo
e formam algumas estruturas celulares (compondo a membrana plasmática),
porém os autores asseveram que devem ser evitados ou consumidos com
moderação.
As proteínas, consideradas por Godoy e Ogo (2014), como carnes, ovos,
leguminosas, leite e seus derivados, têm seu consumo restrito a uma quantidade
de uma a três porções diárias. Estes alimentos desempenham a função de
reparação de estruturas desgastadas e/ou machucadas e são definidos como
proteínas fundamentais para o crescimento do organismo. Philippi e
colaboradores (1999) classificam as proteínas como construtores.
As vitaminas e minerais estão presentes nas frutas, verduras e hortaliças que
são formadas por água e fibras que ajudam na digestão dos alimentos,
facilitando o trabalho do aparelho digestivo e do intestino (GODOY; OGO, 2014).
Esses alimentos são denominam-se como reguladores (PHILIPPI et. al. 1999).
E por fim, a base da pirâmide alimentar que é formada pelo grupo dos
energéticos, para Philippi e colaboradores (1999) este grupo é composto por
alimentos como pães, massas, cereais, raízes e tubérculos. Estes alimentos são
Energéticos Extras
Óleos e Gorduras: Use moderadamente
Doces e Açúcares: Use moderadamente.
Construtores
Leites e Derivados: 2 a 3 porções diárias
Leguminosas: 1 porção diária
Carnes, Feijão e Ovos: 1 a 2 porções
diárias
Reguladores
Frutas: 3 a 5 porções diárias
Verduras: 4 a 5 porções diárias
Energéticos
Pães e Massas: 5 a 9 porções diárias
Tubérculos e Raízes: 5 a 9 porções diárias
Cereais: 5 a 9 porções diárias
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fontes de energia para a execução das atividades do corpo, como estudar,
brincar e trabalhar (GODOY; OGO, 2014).
“A representação gráfica em forma de pirâmide é um material pedagógico que
traduz de forma quantitativa e qualitativa as recomendações nutricionais, com
caráter educativo” (NEUMANN, et al., 2000, p.15). Por esse motivo ela foi
utilizada como base para o desenvolvimento do artefato pedagógico da pirâmide
alimentar e do jogo de adivinhação O que é, o que é? dos alimentos,
trabalhando com os quatro níveis propostos por Philippi e colaboradores (1999).
Estudos recentes realizados pela Associação Brasileira para o estudo da
obesidade e da síndrome metabólica apontam o investimento da mudança de
estilo de vida que deve começar na infância em especial na orientação de uma
alimentação saudável que deve partir dos pais e também da escola por meio da
educação alimentar. Além disso, Silva e Boccaletto (2010) destacam a
importância da construção de práticas alimentares e hábitos saudáveis sendo
que na infância além da família a escola deve propor estratégias e intervenções
aliadas ao conteúdo para estimular aos alunos a compreender a importância da
alimentação saudável para o desenvolvimento infantil integral. Nesse viés, o
estudo realizado sobre a educação alimentar e nutricional, com ênfase na
articulação de saberes direciona-se a reflexão da contextualização curricular da
abordagem da alimentação saudável no espaço escolar a fim de propiciar a
reflexões quanto aos hábitos alimentares (ABESO, 2019; SILVA;
BOCCALETTO, 2010; BEZERRA, 2018).
A alimentação saudável no contexto escola parte de uma intervenção da escola
na construção e na reflexão da adoção de hábitos saudáveis, bem como Oliveira
(2015) que aponta para o alto consumo de alimentos ricos em açúcares e
gorduras como os preferidos pelas crianças, sendo necessário propor
intervenções alimentares associadas ao conteúdo escolar, como o caso da
pirâmide alimentar a fim de alcançar resultados promissores para a reeducação
alimentar.
Nesse sentido, reforça-se a a importância de trabalhar a educação alimentar nas
escolas com ênfase no estudo da pirâmide alimentar. Godoy e Ogo (2014)
abordam estratégias de trabalho como pesquisa aos familiares, construção de
gráficos das preferências de alimentação dos alunos e o ensino por meio de
recursos audiovisuais para enfatizar o enriquecimento nutricional dos alimentos.
Sendo assim, aliar o jogo O que é, o que é?a prática docente torna-se uma
adoção positiva ao ensino alimentar.
Aspectos metodológicos
A priori, a pesquisa foi definida como bibliográfica e exploratória no sentido de
familiarizar-se com o assunto a ser abordado e fornecer embasamento teórico
para a constituição do artefato pedagógico (MARCONI; LAKATOS, 2003).
Utilizou-se o método de estudo de caso, com abordagem qualitativa, para uma
pesquisa mais detalhada e exaustiva dos objetos (GIL, 2010). Com vistas ao seu
potencial de aplicação na pesquisa em educação, o estudo de caso possibilita
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um detalhamento dos conhecimentos delineados (LUDKE; ANDRÉ, 2014). Para
a coleta de dados, foi utilizado um questionário fechado, no fim do jogo, com três
perguntas, aplicado aos alunos de uma turma de quarto ano composta por 20
alunos com faixa etária entre 09 e 11 anos. Além da descrição das observações
realizadas durante sua aplicação. Para o tratamento e apresentação dos dados,
utilizou-se gráficos, para apresentar “aspectos visuais dos dados, de forma clara
e de fácil compreensão” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 170).
A pesquisa foi realizada no quarto ano do ensino fundamental em uma unidade
escolar pública que atende alunos oriundos de famílias com diferentes níveis
socioculturais do centro urbano de Nova Venécia, município pertencente à região
noroeste do estado do Espírito Santo. A turma participante da pesquisa tinha 20
alunos e, antes da aplicação da atividade, realizou-se uma conversa com a
equipe pedagógica e professora regente de turma para inteirar-se do processo.
O conteúdo abordado pelo jogo, já havia sido ministrado pela professora, o que
permitiu o envolvimento e a participação dos alunos. A confecção a aplicação do
jogo foi realizada pelas pesquisadoras, que são membros externos à escola,
sendo necessárias duas aulas (totalizando 2 horas) para o seu desenvolvimento.
Após a aplicação do jogo, foram distribuídos o questionário para os estudantes
(com três perguntas fechadas) e posteriormente recolhidos para análise.
Antes de aplicar o jogo, este foi validado em uma turma de uma disciplina do
Mestrado em Ensino em Educação Básica, da Universidade Federal do Espírito
Santo, contendo seis professores da educação sica e dois professores de
ensino superior. Os participantes conheceram as regras, leram as charadas e
jogaram para verificar a consistência e fragilidades do jogo.
O jogo
Para a construção do jogo, empregou-se materiais de fácil acesso podendo ser
confeccionados e/ou adaptados com outros elementos, conforme
disponibilidade. Para a caixa curinga (Figura 2a), utilizou-se uma caixa de
papelão, com recorte circular central, uma folha de E.V.A. na parte superior e
papel adesivo suficiente para encapá-la. A ampulheta (Figura 2b) foi construída
utilizando-se duas garrafas pet pequena acoplada uma a outra por meio de cola
e fita adesiva. E por fim, na Figura 2c estão representados os alimentos
confeccionados com massa de biscuit artesanal; uma prateleira em formato
triangular, que foi utilizada para representar a pirâmide alimentar, e as cápsulas
de charada, construídas a partir de pequenos recipientes (esses, por exemplo,
são dede tiras reagentes de glicemia capilar), onde as charadas foram
armazenadas. Para facilitar a aplicação do jogo O que é, o que é?, foi elaborado
um manual (contendo as informações referentes aos elementos componentes,
funcionamento, regras de pontuação e chave de correção das charadas),
impresso em papel A4.
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Figura 2 - Construção dos componentes do artefato pedagógico
a) pirâmide, biscuit e potes
b) caixa coringa
c) Ampulheta
Fonte: Próprios autores (2018)
O jogo O que é, o que é? teve a finalidade de fornecer informações básicas
sobre alimentação e orientação de hábitos saudáveis de forma lúdica,
despertando o interesse dos educandos sobre as propriedades nutricionais dos
alimentos e estimulando a comunicação oral.
Funcionamento do Jogo
A base do jogo é a pirâmide alimentar em que estão apresentados os grupos
nutricionais e seus respectivos alimentos. Para realização do jogo, a turma pode
ser dividida em, no mínimo, dois grupos. Os alimentos confeccionados em biscuit
devem ser organizados em uma mesa de fácil acesso e visibilidade para os
alunos participantes. Antes de iniciar o jogo, os alunos são convidados a
conhecer as regras do jogo, bem como os alimentos representados pelos
modelos em biscuit. As charadas são organizadas no interior da caixa coringa e
são relacionadas aos modelos alimentares criados. A charada consiste em uma
pergunta relacionada à realidade dos alunos, para que, por meio da adivinhação,
possam identificar a qual alimento a charada se refere.
Para início do jogo são escolhidos dois representantes, um de cada grupo. Um
deles inicia o jogo dirigindo-se a caixa curinga para retirar uma charada que
contém uma pergunta a ser lida em voz alta. Caso o aluno já identifique o
alimento, entrega-o ao mediador, caso não identifique, deve dirigir-se ao grupo
para que em conjunto descubram a resposta. O tempo é de 30 segundos,
marcado pela ampulheta, para identificar qual é o alimento resposta da charada.
Caso o grupo não identifique dentro do tempo estipulado ou não acerte o
alimento resposta da charada, o outro grupo terá a oportunidade de reler a
charada e terá o mesmo tempo para identificar o alimento. Caso nenhum dos
grupos acerte a charada referente ao alimento, o mediador do jogo deverá
informar a resposta correta.
Após a identificação do alimento, o mediador do jogo explicará suas
características e as porções diárias de consumo como orientação para à
educação alimentar e, posteriormente, deve localizá-lo na pirâmide alimentar.
Quanto à pontuação, são atribuídos dez pontos para o grupo que acertar a
charada do alimento; cinco pontos, caso o grupo passe a vez para o outro grupo
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e este acerte a charada; e, caso o grupo erre ou não responda, não será
pontuado. A duração do jogo pode variar a cada aplicação devido às
peculiaridades de cada turma. No entanto, possui um tempo médio de um hora
e quarenta minutos de duração.
Resultados e Análise
Os resultados apresentados nesta seção se dividirão em duas subseções. A
primeira tratará da etapa de aplicação do jogo, e a segunda etapa será a análise
das respostas do questionário aplicado à turma após o jogo.
Análise da Aplicação do Jogo
Apesar da consolidação do uso do jogo como uma metodologia de ensino
aprendizagem, enfrentamos certa dificuldade na elaboração deste artefato, haja
vista que faltam referências atuais sobre a pirâmide alimentar, o que justifica o
artefato apresentado ter como base o modelo definido por Philippi e
colaboradores no ano de 1999, que construíram a pirâmide alimentar brasileira
a partir de adaptações referentes à pirâmide alimentar americana.
Na primeira visita à escola, em diálogo com a professora regente, constatou-se
que os alunos possuíam conhecimento prévio do assunto por terem estudado
conteúdos relacionados à alimentação durante o primeiro trimestre letivo, desta
forma o artefato pedagógico da pirâmide alimentar se apresentaria como um
instrumento para a revisão do conteúdo.
Desde o nosso ingresso na sala de aula os alunos se mostraram ansiosos com
as atividades que seriam desenvolvidas. Após a organização dos alunos, eles
próprios se manifestaram para nomear suas equipes e em todos os momentos
se mostraram motivados e concentrados para compreender as regras visando
obter um resultado positivo (Figura 3).
Figura 3 - Momento explicação das regras o do jogo.
Fonte: Próprios autores (2018)
Para a realização das atividades (jogo e questionário), foram necessários 50
minutos, o equivalente a uma aula. Foi possível notar que, durante a aplicação
do jogo, os alunos interagiam uns com os outros, permitindo a cooperação e a
MENDES, A. N. F.; ROCHA, S. M. S.; SALVADOR, P.; FORRECHI, C. R. 244
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aprendizagem mútua. Não observamos em nenhum momento dificuldades na
aplicação das regras nem na realização do jogo de uma maneira geral. Porém,
alguns alunos que ainda não dominavam totalmente a leitura/interpretação
apresentaram certa dificuldade na leitura da charada. De modo a minimizar este
problema e não gerar constrangimento a estes alunos, utilizou-se como
estratégia o apoio de um colega do grupo para auxiliar na leitura da charada, de
forma que assim fosse permitido que o grupo tivesse chance de identificar o
alimento resposta.
Nessa turma havia um aluno com deficiência cognitiva, que participou do jogo
com o apoio de um mediador, que identificou o alimento resposta, demonstrando
o potencial do jogo a adaptar a diferentes situações e atender às necessidades
educativas para contextos escolares diversos.
Uma parte interessante observada durante a aplicação do jogo foi que a cada
alimento identificado, os alunos relatavam a relação que tinham com estes
alimentos, quanto ao gostar ou não, e a forma ou frequência de consumo dos
mesmos. Foi notório que muitos consomem alimentos do grupo reguladores por
influência familiar e que um mesmo alimento é preparado de diferentes formas
de acordo com a preferência de cada família. No momento em que o feijão foi
alocado na pirâmide e a mediadora explicava a importância de se consumir
alimentos do grupo construtor, bem como as formas distintas de preparo do
alimento para atender o paladar de cada um foi realizada a seguinte intervenção:
Aluno 1: “Tia, antes eu não comia feijão, agora eu como ele, só que
batidinho”.
No momento em que o leite era o alimento resposta foi realizada a seguinte
abordagem:
Aluno 2: “Tia eu bebo cinco leites todos os dias, só que bem ‘pretinho’”.
A mediadora interviu explicando à turma a importância do consumo do leite,
porém quando ocorre a adição do achocolatado, responsável por deixá-lo
“pretinho”, ocorre um deslocamento em relação ao nível do alimento, esse deixa
o nível dos construtores passando para o nível dos energéticos extras e, assim,
o consumo do leite deve ser moderado.
Após a realização do jogo, foi aplicado um questionário à turma. Houve um
entusiasmo e voluntarismo por parte dos alunos para respondê-lo. A devolutiva
do material respondido ocorreu em sua totalidade. Os alunos se mostraram
eufóricos com o que haviam vivenciado e se disponibilizaram para auxiliar a
mediadora na distribuição da atividade. Eles queriam saber se outras turmas da
escola iriam participar deste jogo, quando explicamos que não, ou seja, o jogo
havia sido aplicado apenas para a turma deles, eles se sentiram privilegiados
porque eles tinham tido contato com o material diferenciado na aula. Esta
informação foi confirmada pela professora regente ao final da aplicação.
Professora: “Foi ótima a intervenção do jogo neste momento para a revisão
do conteúdo que foi estudado no início do ano. Nossos alunos precisam do
contato com esse tipo de material diferenciado porque isso auxilia o processo
ensino aprendizado, mas, muitas vezes, não temos tempo para desenvolver”.
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Educitec, Manaus, v. 05, n. 11, p. 234-252, jun. 2019.
O comentário da professora nos permite verificar a importância do jogo como
recurso pedagógico para o ensino aprendizagem, bem como para a revisão de
conteúdo. O que justifica o fragmento “os jogos podem ser um diferencial de
atratividade para a disciplina e por isso devem ser utilizados como recurso
didático na aprendizagem de conceitos” (PEROVANO; PONTARA; MENDES,
2017, p. 37). Assim, a atividade lúdica aproxima o aluno do conhecimento de
forma mais divertida e estimula a aprendizagem de forma contextualizada.
Análise dos Dados do Questionário
Para a avaliação do jogo O que é, o que é?, aplicou-se um questionário
contendo três perguntas fechadas. Um aluno se prontificou a distribuir os
questionários aos demais colegas, auxiliando as pesquisadoras. Algumas
informações foram coletadas pela observação da participação e envolvimento
dos alunos, assim como pelos depoimentos emitidos durante e após a aplicação
do jogo. Alguns alunos que apresentavam dificuldade na leitura/interpretação
recorreram à professora regente que auxiliou na leitura e compreensão das
questões, não interferindo no resultado apresentado. Nenhum aluno se recusou
a participar e todos os questionários tiveram total devolutiva e total
preenchimento.
Hábito Alimentar dos Alunos
Algumas perguntas no questionário tiveram a função de nos permitir conhecer
os hábitos alimentares dos participantes. A primeira pergunta do questionário foi:
“Quais alimentos você consome todos os dias?”. As opções de resposta eram:
“doces, refrigerantes, frutas, verduras e nenhum citado”. As respostas dos
alunos estão representadas na Figura 4. Ressaltando que os 20 alunos que
responderam esta questão podiam marcar mais de uma opção de alimento.
Figura 4 - Quantidade de alimentos consumidos diariamente
Fonte: Próprios autores (2018)
Ao analisar a Figura 4 é notório que a maioria dos alunos relatou ter o hábito de
consumir frutas e verduras diariamente, mais de 50% destes alunos consomem
verduras e, apenas 20% dos entrevistados afirmaram ter o hábito de consumir
doces. Apenas 1 aluno disse consumir refrigerante diariamente. A análise desta
figura nos permite avaliar que a maioria dos alunos consomem diariamente
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Quantidade de alunos
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alimentos reguladores, o que indica a escolha de alimentos saudáveis, e um
baixo consumo diário de alimentos energéticos extras.
Os entrevistados possuem uma alimentação mais saudável do que o esperado
para a faixa etária estudada, contrariando os resultados encontrados por Molina
e colaboradores (2010). Esses autores investigaram os fatores de risco
cardiovascular em crianças de 7 a 10 anos, alunos do ciclo básico das escolas
da área urbana do município Vitória/ES. Através de questionário eles verificaram
a qualidade de alimentação dos alunos e constataram que aproximadamente
38% das crianças de sexo masculino e 41% do sexo feminino possuem uma
alimentação de baixa qualidade, com doces, frituras e refrigerante dentre outros.
Um outro possível fator que pode ter influenciado nos dados é que os alunos já
tinham o conhecimento sobre este conteúdo, deste modo poderiam saber qual
resposta que estaria mais direcionada aos hábitos saudáveis.
O fato de a escola objeto de estudo dessa pesquisa estar localizada em uma
região agrícola, em que feiras livres e o comércio de produtos da região são de
fácil acesso para a população, a preços acessíveis, indica uma possível
justificativa para o resultado positivo quanto à alimentação saudável dos alunos
pesquisados. Assim, os hábitos alimentares adquiridos no convívio familiar
influenciam na alimentação realizada no período escolar. O mesmo ocorre no
sentido contrário, em que os hábitos alimentares adquiridos na escola podem
influenciar em casa. Essa influência de bons hábitos alimentares podem ser
reflexo da mudança na merenda escolar com o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE), que passou a oferecer uma alimentação com
produtos locais, garantindo uma alimentação mais saudável ao alunado das
escolas públicas de educação básica e cumpre o descrito na constituição de
1988 (SARAIVA et al., 2013; MARQUES, 2012; BRASIL, 2009; BRASIL, 1988).
Assim, a merenda escolar nas últimas décadas passou a priorizar alimentos
considerados saudáveis e com nutrientes necessários aos alunos, afim de
contribuir nos processos de ensino e aprendizagem. Segundo Ribeiro e Silva
(2013, p. 1), a criança bem alimentada apresenta disposição e melhor
desenvolvimento de suas habilidades. Os autores destacam que
[...] a alimentação acaba sendo significativa para a contribuição do
desenvolvimento da criança tanto na escola como na sociedade, [...]
as crianças terem hábitos mais saudáveis, praticarem exercícios
físicos, brincarem com seus amigos, os ajudam no seu aprendizado
[...] (RIBEIRO;SILVA, 2013, p.1).
Ou seja, a alimentação de qualidade contribui para o desenvolvimento das
crianças em diferentes áreas de sua vida.
Então, considerando a escola como um dos principais ambientes para
desenvolvimento de hábitos alimentares dos estudantes, é importante que seja
abordado no âmbito escolar questões referentes à alimentação saudável.
Principalmente porque na atualidade as crianças e os adolescentes se
encontram sob forte influência de anúncios publicitários que a todo momento
expõem produtos alimentícios industrializados como uma boa opção de
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Educitec, Manaus, v. 05, n. 11, p. 234-252, jun. 2019.
alimentação. Apesar de os resultados referentes à Figura 4 mostrarem que os
alunos pesquisados apresentam uma concepção de alimentação saudável e a
construção dos conhecimentos relacionados à temática por meio do ambiente
escolar, a literatura não mostra que isso seja uma generalização. Ou seja, em
sua maioria, os alunos com a mesma faixa etária dos participantes deste estudo,
apresentam preferência e às vezes consumo de uma alimentação de baixa
qualidade. Dessa forma, cabe destacar que a escola contribui para o
desenvolvimento de hábitos saudáveis por meio da orientação com informações
básicas sobre educação alimentar e saúde, e as consequências que uma má
alimentação pode trazer.
Aprendizagem e Influência do Jogo
A segunda pergunta realizada aos alunos teve como foco verificar se o tema
abordado influência na orientação quanto à educação alimentar. “A partir do que
você aprendeu com o jogo do O que é, o que é?”, você experimentaria novos
alimentos para ter uma alimentação saudável?”.
Os dados expõem que 70% dos alunos experimentariam novos alimentos. Seis
alunos (30%), afirmaram existir uma possibilidade de mudanças de hábitos em
sua alimentação, e ninguém respondeu que não mudaria seus hábitos
alimentares, dessa forma o jogo se mostra como um reforço positivo dos bons
hábitos alimentares e levanta questões para discussão do tema alimentação
saudável.
A formação de hábitos alimentares na infância é influenciada pela convivência
social, familiar e educativa, por isso os jovens devem ser incentivados desde
cedo a optarem por um estilo de vida ativo. Nesse sentido, a escola exerce um
papel importante para delinear tais conceitos e apresentar às crianças os valores
nutricionais dos alimentos. “Na infância, a alimentação adequada é fundamental
para garantir o crescimento e o desenvolvimento normal da criança, mantendo,
assim, a saúde” (RODRIGUES et al., 2007, p. 24). Deste modo, a escola pode
possibilitar reflexões quanto à alimentação e permitir aos educandos a
construção de sua concepção.
De forma a verificar se eles haviam respondido conscientemente a questão
número 2, foi realizada a seguinte pergunta: “Você trocaria pacotes de biscoitos
e salgadinhos por alimentos naturais e saudáveis como frutas?”. Para esse
questionamento, os resultados obtidos são apresentados na Figura 5. Podemos
constatar que a maioria dos alunos trocaria biscoitos e salgadinhos por alimentos
mais saudáveis como as frutas, por exemplo. Porém diferente do que foi
apresentado como resultado na questão 2, ao responder à pergunta 3 do nosso
questionário, 20% dos alunos assumiram que não trocariam os alimentos citados
por frutas.
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Figura 5 - Alimentação Saudável
Fonte: Próprios autores (2018)
Apesar de 20% dos alunos apresentarem resistência à troca de alimentos do
grupo energéticos extras pelos alimentos do grupo regulador, a maioria dos
entrevistados (60%) mostrou que existe a possibilidade desta troca, diminuindo,
assim, o consumo de alimentos energéticos extras, que em excesso são
responsáveis por vários problemas de saúde como a obesidade e a desnutrição.
Podemos assim considerar que a escola atua como um espaço transformador
para a promoção da saúde, para a orientação de estilos de vida mais saudáveis,
bem como a abordagem do tema saúde no currículo que garantem aos alunos o
conhecimento sobre o que vem a ser uma alimentação saudável. A melhoria nas
condições de vida está pautada na compreensão da importância de uma
alimentação saudável e equilibrada associada ao bem-estar (BRASIL, 1997).
Diante do exposto, verifica-se que o uso do recurso pedagógico, neste caso, o
jogo “O que é, o que é?” aliado ao conteúdo escolar pode propiciar a ampliação
dos saberes e contribuir para a melhoria na qualidade de vida por meio da
compreensão da importância de uma alimentação saudável e equilibrada
associada ao bem-estar (BRASIL, 1997).
Considerações Finais
Percebemos o quanto é importante o estímulo a hábitos saudáveis desde os
primeiros anos escolares, pois em meio a tantas atrações que o mundo
contemporâneo oferece, orientar sobre alimentação saudável por meio do lúdico,
é importante para despertar o interesse dos educandos sobre o assunto.
Quando aplicado o jogo O que é, o que é?, esse se torna um instrumento para
orientação em relação aos níveis nutricionais, aos grupos de alimentos e à
correta forma de consumo, apresentando um viés significativo para o ensino e
aprendizagem, desde que seja utilizado em de acordo com a turma/ano de
aplicação. O jogo permitiu a aproximação tátil-visual do alunado com o conteúdo
ministrado, tornando-se um facilitador da interação entre aluno/professor e
aluno/aluno, bem como despertou o interesse na construção de novos
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conhecimentos abarcados pelos conhecimentos prévios dos estudantes. A
aplicação do jogo demonstrou potencial para ser utilizado como uma ferramenta
de apoio pedagógico no ensino do conteúdo sobre alimentação e saúde para os
anos iniciais do ensino fundamental, possibilitando aos alunos o contato visual
com informações básicas sobre alimentação e orientação para a aquisição de
hábitos alimentares saudáveis.
O jogo pode ser utilizado pelo professor em suas aulas como metodologia para
estimular a participação dos alunos construindo o conhecimento de forma mais
dinâmica. Porém, vale ressaltar que apesar de todas as contribuições e
vantagens que o jogo apresenta, ele é apenas um complemento aos outros
métodos de ensino. E devido ao seu baixo custo, esta atividade pode ser
elaborada e aplicada em qualquer instituição de ensino, bastando ser adaptada
à realidade e ao nível de escolaridade dos alunos.
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Submetido em 15/03/2019.
Aceito em 03/06/2019.
... A quarta imagem (Fig. 4) foi criada para representar um prato baseado na pirâmide alimentar. Segundo Mendes et al. (2019), a pirâmide alimentar é um instrumento que promove a organização dos alimentos que devem ser consumidos, a depender da meta de cada indivíduo. Observa-se na figura 4 que a IA não construiu a pirâmide alimentar conforme as informações científicas corretas. ...
... Observa-se na figura 4 que a IA não construiu a pirâmide alimentar conforme as informações científicas corretas. Apesar da criatividade da ilustração, era esperado que a IA oferecesse uma imagem pautada na organização da estrutura da pirâmide alimentar, como discursa Mendes et al. (2019). Ao invés disso, a imagem gerada pela IA apresenta uma pirâmide em um prato dividida a partir de cores, não de alimentos. ...
Article
Uma alimentação saudável é fator primordial no processo de desenvolvimento físico e intelectual do indivíduo. A forma como nos alimentamos expressa nosso estilo de vida, nossos costumes e crenças. É na infância que ocorre a construção dos primeiros hábitos alimentares. Sendo assim é de grande importância abordar essa temática no ambiente escolar, pois é nessa fase que as crianças estão mais acessíveis para o aprendizado. Desenvolver esses conceitos de forma lúdica e atrativa pode proporcionar o entusiasmo e satisfação das crianças. Nesse sentido, o lúdico pode ser uma importante ferramenta para promover uma alimentação saudável. Partindo desse pressuposto, o objetivo do artigo foi trazer o diálogo entre alimentação escolar e ludicidade, identificando quais ferramentas são utilizadas nesse processo de construção da aprendizagem e hábitos saudáveis. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, a partir de pesquisas realizadas nas bases de dados “SciELO”, “LILACS” e “Medline”. Os resultados apontam que o lúdico é uma ferramenta importante no processo de construção do conhecimento acerca da alimentação saudável e que a adoção de estratégias educativas impacta positivamente as crianças nela envolvidas. Diante disso, atividades lúdicas devem ser incentivadas no ambiente escolar e várias ferramentas podem ser utilizadas nesse processo.
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O presente artigo tem o propósito de observar os hábitos alimentares dos alunos e como se dá a intervenção da escola e família na orientação desse processo. Trata-se do resultado de uma investigação na modalidade estudo de caso com abordagem qualitativa, sendo realizados questionários com dois alunos, uma professora e dois pais. Fundamentaram teoricamente a pesquisa Ênio Moura, Leonardo Cavalcanti, Maria Ângela dos Santos e Augusto Triviños. Os resultados evidenciaram que a maioria dos pais e escola mostra preocupação e tenta controlar a alimentação de seus filhos, no entanto eles não os obrigam a ingesta de alimentos considerados saudáveis. Palavras-chave: educação; educação alimentar; orientação alimentar; estudo de caso.
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A obesidade é definida como um distúrbio nutricional e metabólico caracterizado pelo aumento de massa adiposa no organismo, refletindo em um aumento de peso corpóreo. Um dos métodos mais utilizados para indicar riscos relacionados ao excesso de peso corporal é o Índice de Massa Corporal (IMC) e quando se trata de crianças e adolescentes, deve-se levar em conta a faixa etária analisada. O trabalho se caracteriza como pesquisa bibliográfica no qual foi realizado um levantamento de material de estudo, tendo como objetivo estudar a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. Estudos demonstram que a atividade física é um mecanismo eficiente que contribui na redução e manutenção do peso corporal, aliada a outros hábitos positivos à saúde. Assim, conclui-se que devido ao grande índice de obesidade na atualidade, recomenda-se a intervenção através da prática da atividade física como projeto de vida familiar, com a finalidade de estimular e conscientizar sobre a importância e os benefícios que a mesma proporciona.
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Resolução/CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar -PNAE
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