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Uma visão geral das teorias do envelhecimento humano

Authors:
  • Federal University Vale do São Francisco (UNIVASF)

Abstract and Figures

A senescência tem sido foco de interesse para pesquisadores desde o século XIX. Diante disso, foram elaboradas várias teorias para explicar o processo do envelhecimento humano, o fato gerou grupos e subgrupos de teorias. Este manuscrito revisou as principais teorias do envelhecimento e, por conseguinte, sintetizou e classificou as informações existentes. Nossas visões sobre a temática foram apresentadas em um modelo ilustrativo, que consolidou a temática em quatro grupos: i) teorias evolucionárias modernas, ii) teorias programadas, iii) teorias de danos e, iv) teorias combinadas. Ademais, considerações foram feitas sobre a natureza consensual das propostas teóricas apresentadas e suas inter-relações. Nesse contexto, concluiu-se que apesar dos avanços da ciência e do grande número de teorias criadas ao longo dos anos, ainda não existe um entendimento definitivo sobre o processo do envelhecimento, a nível evolutivo, como também é desconhecida a amplitude das analogias dos fatores associados ao processo
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Marcelo de Maio Nascimento1*
RESUMO
A senescência tem sido foco de interesse para
pesquisadores desde o século XIX. Diante
disso, foram elaboradas várias teorias para
explicar o processo do envelhecimento humano,
fato que gerou grupos e subgrupos de teorias.
Este manuscrito revisou as principais teorias do
envelhecimento e, por conseguinte, sintetizou e
classicou as informações existentes. Nossas
visões sobre a temática foram apresentadas em
um modelo ilustrativo, que consolidou a temática
em quatro grupos: i) teorias evolucionárias
modernas, ii) teorias programadas, iii) teorias
de danos e, iv) teorias combinadas. Ademais,
considerações foram feitas sobre a natureza
consensual das propostas teóricas apresentadas
e suas inter-relações. Nesse contexto, concluiu-se
que apesar dos avanços da ciência e do grande
número de teorias criadas ao longo dos anos,
ainda não existe um entendimento denitivo sobre
o processo do envelhecimento, a nível evolutivo,
como também é desconhecida a amplitude das
analogias dos fatores associados ao processo.
Palavras-chave: envelhecimento; teoria; biologia;
genética.
1 Profesor Adjunto III, Colegiado de Educação Física
- Universidade Federal do Vale do São Francisco –
Brasil.
* Autor correspondente: Av. José de Maniçoba,
S/N - Centro, Petrolina - PE, 56304-917.
E-mail: marcelo.nascimento@univasf.edu.br
ABSTRACT
Senescence has been a focus of interest for
researchers since the 19th century. Given this,
several theories were elaborated to explain the
process of human aging, a fact that generated
groups and subgroups of theories. This manuscript
reviewed the main theories of aging and therefore
synthesized and classied existing information.
Our views on the subject were presented in an
illustrative model, which consolidated the theme
into four groups: i) modern evolutionary theories,
ii) programmed theories, iii) damage theories, and
iv) combined theories. In addition, considerations
were made about the consensual nature of
the theoretical proposals presented and their
interrelationships. In this context, it was concluded
that despite the advances in science and the large
number of theories created over the years, there is
still no denitive understanding of the evolutionary
process of aging, as well as the amplitude of the
analogies of the factors is unknown. associated
with the process.
Keywords: aging, theory, biology, genetics.
INTRODUÇÃO
Em razão da transição demográca e do
rápido aumento do quantitativo de idosos, cresceu
nas últimas décadas o interesse da ciência por
tópicos relativos ao envelhecimento humano.1
Paralelo ao fato, um número signicativo de teorias
psicológicas, sócias e biológicas foram criadas
Revista Saúde e Desenvolvimento Humano - ISSN 2317-8582
http://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/saude_desenvolvimento
Canoas, v. 8, n. 1, 2020
Artigos de Revisão
Uma visão geral das teorias do envelhecimento humano
An overview of human aging theories
Una visión general de las teorías del envejecimiento humano
http://dx.doi.org/10.18316/sdh .v8i1.6192
Revista Saúde e Desenvolvimento Humano, 2020, Fevereiro 8(1): 161-168
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com a nalidade de expandir o entendimento e
tratamento dos fatores associados e responsáveis
pelo processo do envelhecimento.2 Entretanto,
apesar da evolução da ciência e suas importantes
conquistas, ainda hoje, existem dúvidas sobre: Por
que envelhecemos? Quais são os marcadores do
envelhecimento? Qual o momento do início deste
processo? E, mesmo se há um limite de tempo
para o ser humano envelhecer?
O envelhecimento é denido como um
processo multifatorial determinado por fatores
genéticos e ambientais.1,2,3 A identicação
dos agentes que regulam o caso é limitada
pela complexidade do próprio processo e
heterogeneidade dos marcadores genéticos que
compõem o organismo de cada indivíduo.3 Apesar
de existir um número considerável de teorias sobre o
envelhecimento ainda permanecem dúvidas sobre
os fatores que controlam a vida humana. Em 2007,
Viǹa, Borràs, Miquel4 publicaram o estudo intitulado
Theories of Aging, destacando as diculdades para
proceder com estudo de revisão sobre as teorias do
envelhecimento humano. Aliado ao caso, vericou-
se que além de serem seletivas, os consecutivos
avanços da ciência tornam rapidamente os
princípios teóricos ultrapassados. Deste modo, é
difícil criar uma teoria unicada, capaz de associar
todas as peças do quebra-cabeça responsável
pelo envelhecimento humano. Contudo, o papel da
ciência consiste em revisar teorias anteriores e a
partir disso desenvolver novas hipóteses para que
se possa obter respostas úteis sobre problemas
atuais, assim como, amparar à fundamentação de
novos estudos na área da Gerontologia.
Conforme a literatura especializada, as teorias
são divididas em dois grupos: teorias programadas
e teorias estocásticas.4,5,6 Teorias programadas
funcionam como “relógios biológicos”, regulando
os processos de crescimento, maturidade,
senescência, e inclusive a morte dos seres
humanos. Por outro lado, as teorias estocásticas
buscam identicar os agentes responsáveis
pelos agravos da saúde, uma vez que, possuem
relação direta com o processo do envelhecimento;
logo aqueles que causam danos celulares e
moleculares aleatórios e progressivos. Ademais,
paralelo às teorias programadas e estocásticas
existem as teorias evolutivas, que armam que
tanto os organismos, como o homem vêm sofrendo
mudanças naturais ao longo de milhares de anos.7
Nesse contexto, há décadas vários estudos
e teorias abordaram sob diferentes prismas os
mecanismos responsáveis pelo envelhecimento
humano. Entretanto, considerando a complexidade
do caso e os diferentes pontos de vista da questão,
não há um consenso na área da ciência sobre as
causas diretas do envelhecimento. Isso mostra
a necessidade do desenvolvimento de estudos,
principalmente, de revisão de literatura, que
ofereçam uma visão geral sobre as teorias do
envelhecimento humano. Pois, ainda hoje, existem
dúvidas sobre o caso. Ademais, apesar das teorias
do envelhecimento apresentarem diferenças, elas
não devem ser consideradas separadamente, mas
sim como portadoras de saberes complementares.
Por essas razões, a realização do presente estudo
se justica como fonte de informação à promoção
do conhecimento dos prossionais da área da
gerontologia, bem como, de material à qualicação
de suas práticas diárias.
Nessa perspectiva, o presente estudo
teve por m revisar a literatura especializada
referente às teorias do envelhecimento humano,
igualmente, classicar e apresentar as teorias do
envelhecimento humano de forma sintetizada,
destacando suas particularidades.
METODOLOGIA
Trata-se de uma Revisão Integrativa da
Literatura. Este procedimento busca sumarizar
a bibliograa anterior, independentemente do
método investigativo, ampliando e qualicando
a compreensão dos leitores sobre um dado
fenômeno. A busca do referencial teórico foi
realizada nas bases de dados Google Acadêmico,
Lilacs, Medline e SciELO. Para tanto foram eleitos
os seguintes descritores: i) português: teoria do
envelhecimento, processo do envelhecimento, e
humanos, ii) inglês: aging theory, aging process,
and humans. Como critério de inclusão foi
adotado: i) estudos em português e inglês, ii)
publicações realizadas entre os anos 2002-2018.
Foram excluídos estudos que: i) não abordaram
especicamente teorias do envelhecimento
humano, ii) duplicatas, iii) teses, e iv) anais de
congressos. Os dados foram processados e
armazenados em uma planilha no programa
Excell® (Oce 2010®). Nesta, as informações
foram separadas por ano, autor, objetivo, tipo de
estudo e principais resultados.
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RESULTADOS
A Figura 1 apresenta os resultados da
estratégia de busca realizada por este estudo.
Mediante o cruzamento dos descritores foram
encontrados inicialmente 254 artigos. Desses, 26
apresentaram compatibilidade com a pergunta
norteadora e com os critérios de inclusão. Todos
os estudos foram lidos na íntegra. Após análise
crítica, 12 manuscritos foram excluídos por não
atenderem os critérios de inclusão e dois por
motivo de dupla indexação. Ao nal, 12 artigos
foram incluídos na revisão integrativa.
Figura 1. Fluxograma da seleção dos estudos incluídos na revisão integrativa.
O Quadro 1 detalha os estudos incluídos
na revisão integrativa. As informações foram
categorizadas, segundo autor, ano de publicação,
objetivo do estudo, tipo do estudo e principais
resultados. Observa-se que as investigações
possuíram objetivos similares, prevalecendo a área
da biologia celular, aspectos históricos evolutivos
e um estudo abordou o papel do exercício físico
sobre o envelhecimento. Outra característica
encontrada foi a inclusão de guras nos textos para
sintetizar as teorias do envelhecimento e facilitar
o entendimento dos processos de transformação
celular sobrevindo do envelhecimento siológico.
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Quadro 2. Descrição dos artigos incluídos na revisão integrativa.
Ano/Autor Objetivo Tipo do
estudo Principais resultados
Da Costa et al.
(2016)
Revisar mudanças celula-
res que ocorrem durante o
envelhecimento humano.
Revisão
integrativa
Biogerontologistas devem estar
cientes da interconectividade que
há entre os fatores associados ao
envelhecimento para chegar a con-
clusões válidas e denitivas.
Rodrígues Rodero
et al. (2011)
Revisar os fatores gené-
ticos mais conhecidos
responsáveis pelo pro-
cesso do envelhecimento
humano.
Revisão
integrativa
O envelhecimento inclui a função
genética alterada e fatores epigené-
ticos (DNA). Estratégias anti-enve-
lhecimento necessitam de estudos
futuros que descrevam as alterações
siológicas relacionadas à idade.
Viña, Borrás e Mi-
quel (2007)
Revisar as principais teo-
rias do envelhecimento hu-
mano na área da biologia.
Revisão inte-
grativa
O DNA pode ser a molécula alvo
mais crítica para o estresse oxidati-
vo relacionado à idade. Há relação
entre o envelhecimento e a progra-
mação genética: perda de telômeros
e morte celular.
Farinatti (2002)
Apresentar correntes
teóricas relacionadas ao
envelhecimento. Tecer con-
siderações sobre o papel
do exercício no envelheci-
mento.
Revisão
integrativa
As teorias carecem de comprova-
ção denitiva sobre sua inuência
e formas como interagiriam. Há in-
certezas sobre o papel do exercício
físico como estratégia para retardar
o envelhecimento.
Jin (2010) Sintetizada as teorias do
envelhecimento humano. Comentário
Muitas teorias interagem entre si de
forma complexa. O entendimento
das teorias pode promover o enve-
lhecimento bem-sucedido e melhorar
a vida útil da humanidade.
Rose et al. (2008)
Revisar os princípios das
teorias evolutiva da bio-
logia, entre os séculos
XIX-XXI.
Revisão
integrativa
Conceitos não-darwinianos são
diluídos nas publicações biológicas.
Mas, seus saberes podem promover
uma teoria geral e preditiva do enve-
lhecimento.
Tosato et al. (2007)
Fornecer evidências sobre
intervenções à modicação
do processo do envelheci-
mento humano.
Revisão
integrativa
Biogerontologistas devem enfatizar
que o objetivo da pesquisa sobre en-
velhecimento não é aumentar a lon-
gevidade humana, mas estender sua
longevidade ativa, livre de incapaci-
dades e dependências funcionais.
Gavrilov & Gavrilo-
va (2002)
Introduzir teorias evolutivas
do envelhecimento. Sinteti-
zar informações da área da
gerontologia evolutiva.
Revisão
integrativa
Teorias evolutivas do envelhecimen-
to são úteis quando abrem novas
oportunidades à pesquisa, sugerindo
previsões testáveis, mas não devem
ser usadas para impor limitações
aos estudos do envelhecimento.
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Van Raamsdonk
(2018)
Revisar estudos sobre a
função da genética e epi-
genética na modulação da
longevidade.
Revisão
integrativa
É possível prolongar a vida útil
e saudável mantendo as vias
genéticas que modulam a vida, des-
de de que essas sejam acionadas
durante à vida adulta.
Sergiev et al.
(2015)
Resumir teorias atuais do
envelhecimento e sinteti-
zar as abordagens à sua
compreensão.
Revisão
integrativa
Teorias do envelhecimento sugerem
como causa do problema a acumu-
lação de danos moleculares. Mu-
danças na longevidade dos organis-
mos provém de mutações nas vias
metabólicas.
Rattan (2006)
Revisar os princípios das
teorias do envelhecimento
biológico.
Revisão
integrativa
O débito progressivo da homeodinâ-
mica reduz as funções siológicas,
baixa a funcionalidade, aumenta
doenças. A intervenção, prevenção
e modulação do envelhecimento
exige uma teoria unicada biológica
(genes).
Mercado-Sáenz et
al. (2010)
Revisar as causas e
fatores que inuenciam
o envelhecimento, bem
como, relação com ritmos
biológicos.
Revisão
integrativa
O envelhecimento sobrevém do en-
curtamento dos telômeros, envelhe-
cimento das mitocôndrias, acúmulo
de mutações, atroa apoptótica dos
tecidos somáticos e reprodutivos.
A Figura 2 sintetiza o conjunto de teorias do envelhecimento humano. A criação desta ilustração foi
realizada com base nas informações obtidas nos doze estudos incluídos nesta revisão2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13.
Figura 3. Visão geral da classicação das teorias do envelhecimento humano.
Fonte: Autor (2020)
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DISCUSSÃO
A discussão dos achados será realizada
em quatro tópicos, conforme a apresentação dos
resultados (Figura 2): teorias evolutivas, teorias
programadas, teorias de danos ou erro e teorias
combinadas
Teorias Evolutivas
Essas teorias são fundamentadas por causa
de aspectos basilares da área, em sentido histórico
e evolutivo. De forma geral, elas estão ligadas à
teoria de seleção natural das espécies desenvolvida
pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-
1882).7 Conforme Darwin, comparativamente, os
organismos que estão melhor adaptados ao meio
apresentam maior chance de sobrevivência, que
aqueles menos adaptados. Para Darwin isso seria
determinante à perpetuação das espécies. Teorias
evolucionárias do envelhecimento são úteis, pois
permitem a estruturação de novos olhares sobre
temas antigos, contribuindo para formação de
novos conhecimentos.8
No trabalho intitulado Evolution of ageing
since Darwin, Rose et al.7 desenvolveram uma
revisão sobre as teorias evolutivas com destaque
para área da biologia do envelhecimento humano.
Ao longo do texto, os autores apresentaram
fundamentos históricos apresentados por
pesquisadores renomados como August
Weissmann (1881-1892), que apresentou o
envelhecimento como um produto da evolução.
Também referência para as contribuições
de J. B. S. Haldone (1941), que caracterizou o
envelhecimento como declínio da força da seleção
natural. Por conseguinte, William Hamilton (1966)
relacionou o envelhecimento às forças de seleção
natural. Enquanto que Brian Charlesworth (1970-
1980) desenvolveu uma teoria genética do
envelhecimento populacional.
Entre as teorias evolutivas, encontra-se a
de “pleiotropia antagônica”, sua hipótese é de que
durante à juventude existem genes com efeitos
benécos, mas, que na fase tardia da vida se
tornam nocivos.7 Isso signica dizer, que os genes
selecionados potencializariam o vigor do indivíduo
jovem, favorecendo à reprodução, gerando no
futuro, contudo, alterações de senescência.
Segundo esta teoria, a função reprodutiva se
apresentaria como marcador para o início da
senescência, ou seja, quanto mais cedo ocorrer
a fase de reprodução, mais cedo seria o início
da senescência. Conforme a literatura, apesar
de existirem melhores evidências para a teoria
da “pleiotropia antagonista” do que para a teoria
do “acúmulo de mutações”, os resultados em
seres humanos ainda não são sucientemente
persuasivos.7
As seções que seguem apresentam o
conjunto de teorias biológicas. O elemento
motivador para a criação dessas teorias foi
a busca por explicações sobre o conjunto de
mudanças siológicas, estruturais e funcionais
responsáveis pelo processo do envelhecimento
humano.3,4 É importante salientar que teorias
biológicas do envelhecimento são determinadas
por teorias subjacentes, que se encontram
associadas à mecânica do processo evolutivo do
ser humano.5,8 Este agrupamento de hipóteses
pode ser classicado em três categorias: teorias
programadas, teorias de danos e as teorias
combinadas (desenvolvidas mais recentemente).2
De forma geral, seus princípios são os seguintes:
Teorias Programadas
Também são intituladas como teorias do
envelhecimento ativo ou adaptado.2 A hipótese
central é de que o envelhecimento siga um
cronograma biológico inuenciado por fatores
de ordem interna, contudo, possível de sofrer
alterações em razão dos fatores externos. Com
o aumento da idade alterações genéticas afetam
os sistemas responsáveis pelas respostas de
manutenção, reparo e defesa do organismo.
Isso gera um conjunto de deteriorações
progressivas nos órgãos, seguido pelo décit
do desempenho de funções vitais essenciais à
vida. Diferentemente das teorias programadas, o
conjunto de teorias baseadas nos danos de origem
química supõem que os problemas de codicação
genética causados por subprodutos das reações
químicas orgânicas seja o responsável por danos
irreversíveis sobre as moléculas das células.5
Por outro lado, uma consideração oposta
às teorias programadas é de que essas reações
químicas poderiam ser potencializadas por
fatores externos como, por exemplo, o tipo da
alimentação ou poluição ambiental. Entretanto,
as hipóteses desta teoria conjecturam que os
danos possam ser retardados mediante à prática
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regular de exercícios físicos ou com a reeducação
alimentar. O fato apresentado é de que com isso
o organismo seria capaz de elevar seu potencial
para metabolizar substâncias benécas.9
Teorias de Dano ou Erro
Essas teorias são aquelas que consideram
os prejuízos cumulativos sofridos pelo organismo
como causa do envelhecimento.5,6 Este grupo
apresenta um grande número de teorias, entre
elas estão as de nível celular. Sua principal
característica é a integração de mecanismos
intrínsecos portadores de sinais do tempo, ou
seja, genéticos e programados. Esses marcadores
tornam o organismo mais suscetível a uma série
de alterações, como, por exemplo, mutações e
danos mitocondriais nas proteínas. Outro dano
gradual seria sobre o DNA das células, uma avaria
que potencializa alterações epigenéticas em sua
estrutura, também sobre a formação de radicais
livres e de componentes celulares especícos:
gene, cromossomo, mitocôndria, telômero.8
Nessa perspectiva, a principal área de
ação das teorias de dano consiste em explicar
o envelhecimento a partir dos processos
siológicos que abarcam o estresse oxidativo,
a sinalização imunológica, o metabolismo da
insulina, a restrição calórica, além de princípios
neuroendocrinológicos.9,10
Teorias Combinadas
São teorias que tratam o envelhecimento
de forma ampla, considerando o processo
em forma de rede. Entre suas hipóteses há a
de que o envelhecimento seja regulado por
ciclos e feedbacks sobrevindos da organização
biológica do organismo2. Assim, as teorias
combinadas apresentam quatro postulados11,13:
i) o envelhecimento é um fenômeno universal,
que ocorre com todos os indivíduos da mesma
espécie, apresentando-se, todavia, em diferentes
níveis; ii) o envelhecimento sobrevém de
fatores endógenos, não dependendo de fatores
extrínsecos; iii) o envelhecimento é progressivo,
manifestando-se ao longo da vida útil do indivíduo;
e, iv) o envelhecimento é basicamente prejudicial,
logo seus fatores associados não oferecem
vantagens para o indivíduo.
Em estudo de revisão desenvolvido por Da
Costa et al.2, os autores destacaram exemplos de
teorias unicadas do envelhecimento humano.
Conforme os autores, em 1978 e 2013 surgiram,
respectivamente, as hipóteses do envelhecimento
da membrana e do envelhecimento como fenômeno
biofísico. A primeira teoria partiu do princípio de
que o aumento da idade tornaria as membranas
celulares mais rígidas, reduzindo a capacidade
das células para executarem trocas químicas e
procederem com transferência de calor. Por essa
razão, uma diminuição do potássio intracelular
contribuiria para o rejuvenescimento. A segunda
hipótese é mais recente, nela o envelhecimento
foi considerado como um processo químico, uma
espécie de mecanismo biofísico de natureza
elétrica. Entretanto, a própria literatura salienta
que essas duas teorias ainda carecem de melhor
sustentação empírica.2,3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas informações apresentadas
neste estudo foi possível concluir que o
envelhecimento é responsável pelo declínio
progressivo da função física, cognitiva e reprodutiva
humana, aumentando, por conseguinte, a
morbimortalidade. Ademais, este processo é
inuenciado tanto por fatores genéticos, como
ambientais. Segundo as publicações analisadas,
questões do envelhecimento humano são amplas
de considerações, o que diculta o desenvolvimento
de estudos que forneçam uma visão completa e,
principalmente, conclusiva. Observou-se que ao
longo dos anos, pesquisadores criaram um grande
número de teorias e hipóteses para desvendar as
dúvidas relativas ao envelhecimento, mas ainda
hoje não há um consenso sobre o caso.
As informações fornecidas pelos estudos
selecionados determinaram a categorização
dos resultados em quatro categorias: teorias
evolutivas, teorias programadas, teorias de danos
e teorias combinadas. Vale salientar que não existe
um consenso sobre a classicação das teorias,
uma possível explicação para o caso consiste na
abrangência do tema, isso obrigou os estudiosos a
organizarem as informações em diferentes grupos
e, por conseguinte, subgrupos. Não obstante,
observou-se que as teorias interagem entre si,
evidenciando que são complementares.
Revista Saúde e Desenvolvimento Humano, 2020, Fevereiro 8(1): 161-168
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... O envelhecimento é um processo biológico inevitável e multifacetado, caracterizado por uma série de mudanças morfológicas, fisiológicas e bioquímicas que se acumulam ao longo do tempo (Nascimento, 2020). Estas alterações são influenciadas por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, culminando em uma redução gradual da capacidade de adaptação do organismo e em uma maior vulnerabilidade a doenças e à mortalidade (Panyard;Yu;Snyder, 2022). ...
Article
Full-text available
O envelhecimento é um processo biológico complexo, associado a mudanças fisiológicas que podem resultar em uma maior suscetibilidade a doenças, incluindo a demência, uma das condições mais debilitantes em idosos. O objetivo deste estudo foi identificar os testes de rastreio de demência disponíveis em ferramentas computacionais direcionadas para a pessoa idosa. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, seguindo as diretrizes do Joanna Briggs Institute e o protocolo PRISMA. A questão de pesquisa foi formulada utilizando a estratégia PICO, visando identificar testes de rastreamento em idosos implementados em ferramentas computacionais. As buscas foram realizadas em julho de 2024 nas bases de dados Medline, Scopus e Web of Science. De 413 publicações identificadas, 13 foram incluídas na amostra. Foram encontradas 13 ferramentas computacionais distintas. A média de idade dos participantes dos estudos analisados foi de 74,29 anos, com uma média de escolaridade de 13,52 anos. A maioria dos testes era autoaplicada, embora alguns fossem administrados por profissionais de saúde. Três estudos utilizaram a Escala de Usabilidade do Sistema (SUS) para avaliação da usabilidade das ferramentas. Conclui-se que a diversidade de ferramentas reflete o potencial crescente das tecnologias computacionais na área da saúde, especialmente na gerontologia. Contudo, a integração dessas ferramentas na prática clínica exige mais estudos para garantir sua eficácia em diferentes contextos populacionais.
... Além das alterações físicas a pessoa idosa sofre com alterações orgânicas verificadas no sistema nervoso, que levam a lentidão dos processos mentais e as alterações da memória, da atenção e concentração, da inteligência e do pensamento (Nascimento, 2020). ...
Article
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Descrito como um processo inerente a todos os seres vivos, o envelhecimento tem como característica a perda da capacidade de adaptação, assim como diminuição orgânica e funcional do indivíduo. Diante disso, este estudo tem o objetivo investigar e comparar até que ponto a atividade física regular ajuda a minimizar os problemas inerentes a velhice no que diz respeito à atenção e processamento da informação em pessoas idosas praticantes e não praticantes de atividade física regular, analisando três variáveis da atenção: velocidade atencional, exatidão atencional e resistência a fadiga. A pesquisa foi feita com uma amostra de 30 participantes organizados em dois grupos distintos, o primeiro grupo foi composto por praticantes de atividade física e outro grupo por não participantes. Como instrumento para coleta de dados foi utilizado o teste de atenção de Toulouse-Piéron aplicado nos dois grupos de igual forma. Os resultados encontrados indicaram que o grupo praticante de atividade física regular apresentou níveis mais elevados nas três variáveis avaliadas, revelando assim a importância da atividade física na melhoria e manutenção da atenção de pessoas em processo de envelhecimento. Conclui-se que a atividade física é um importante componente na melhoria da manutenção dos elementos ligados ao processamento da informação de pessoas idosas.
... O envelhecimento humano é um processo global, sendo compartilhado pela espécie humana, apresentando potencial de se relacionar com modificações no campo celular, tecidual e no funcionamento dos órgãos, assim, sendo capaz de produzir alterações na dimensão estrutural dos sujeitos (NASCIMENTO, 2020). Nessa perspectiva, observa-se que o envelhecimento é um fenômeno complexo, podendo apresentar processo de neurodegeneração no curso do seu desenvolvimento, influenciando aspectos relativos ao desempenho do sistema cerebral, desencadeando atrofia cerebral, alteração na quantidade de neurônios, aumento de placas neuríticas, dentre outras alterações (KOEN; RUGG, 2019; RAZ; DAUGHERTY, 2018). ...
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Cerebral neurodegeneration may be associated with functional changes, being able to generate cognitive decline, a decrease in the skills that make up brain function. The main objective of this study is to evaluate how self-efficacy belief, personal development and mood states are related to neurocognitive aging. The present study is based on the quasi-experimental and longitudinal development model. The study sample consisted of 33 elderly people with a mean age of 71 years (SD = ± 6.32), spaced from 61 to 89 years of age. Six instruments were applied for data collection, namely: Sociodemographic Data Sheet, Addenbrooke Cognitive Examination, Personal Development Scale, General Self-Efficacy Scale - Revised Version, Geriatrics Depression Scale and Beck Anxiety Scale. Statistical normality tests were used at a significance level of 5% (p ≤ 0.05). Regarding the results, the sample is statistically significant in relation to four variables, namely: memory (p = 0.00), verbal fluency (p = 0.00), cognition (p = 0.00) and self-efficacy (p = 0.00); moreover, from the difference between groups related to cognitive interventions (Stimullus + MEMO), based on the self-efficacy construct, for example, it is possible to notice that the self-efficacy variable (p = 0.03) manifests statistical significance. It is concluded that the sense of perceived efficacy can be used as a device to mediate neurocognitive gains, being able to improve brain function, supported by combined interventions.
... No que tange às transformações ao longo do ciclo vital, observa-se que o envelhecimento humano pode se relacionar às mudanças da função cognitiva, que está relacionada com o declínio da cognição ao longo do desenvolvimento humano (CASALETTO et al., 2019;CHEN et al., 2019). A partir dessa afirmação, nota-se que o envelhecimento humano pode ser marcado pelo declínio da cognição em função executiva, memória de trabalho, atenção e função visuoespacial, capaz de promover adversidades na vida cotidiana dos idosos, além de modificações na autoeficácia e na qualidade de vida deles (NASCIMENTO, 2020). ...
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Este estudo teve como objetivo avaliar a autoeficácia, a cognição e os estados de humor no envelhecimento cognitivo a partir de diferentes intervenções combinadas. De metodologia quase experimental e de desenvolvimento longitudinal, foi composto por 28 participantes e aplicou quatro instrumentos para coleta de dados: Questionário Sociodemográfico, Exame Cognitivo de Addenbrooke - Versão revisada, Escala de Autoeficácia Geral e Escala de Depressão em Geriatria. Foram realizadas intervenções combinadas (estimulação cognitiva, treino cognitivo, exercício físico e psicopedagógica) em diferentes momentos, com duração de 18 meses e com um encontro semanal. A análise dos dados aconteceu pelos testes de normalidade (teste de Shapiro-Wilk), testes paramétricos (Teste t) e não- paramétricos (Teste Wilcoxon e Teste de Friedman), com nível de significância adotado de p < 0,05. Como resultado, nota-se que a amostra teve alterações consideráveis em relação à autoeficácia, à cognição e aos estados de humor. Conclui-se que a autoeficácia, a autorregulação e a diminuição de episódios depressivos podem promover para os sujeitos transformações consideráveis em relação à cognição, com suporte de diferentes intervenções combinadas.
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A população idosa brasileira está em crescimento acelerado, com aumento das doenças crônicas, como o comprometimento cognitivo. Ferramentas como o MoCA são essenciais para identificar precocemente esses sinais, possibilitando intervenções preventivas e terapêuticas que melhoram a qualidade de vida dos idosos. O objetivo do estudo foi analisar o uso do questionário MoCA no Brasil, revisando artigos publicados entre 2019 e 2024. Utilizou-se como metodologia uma revisão integrativa com buscas nas bases PubMed, LILACS e BVS, selecionando nove artigos analisados em pares cegos. Os resultados mostram que o MoCA é eficaz na triagem de comprometimento cognitivo, especialmente em idosos com baixa escolaridade. Adaptações culturais e linguísticas garantem sua validade e confiabilidade, além de expandir sua aplicabilidade em diferentes regiões do Brasil. Conclui-se que, embora enfrente desafios devido à heterogeneidade educacional e ao acesso desigual à saúde, o MoCA é uma ferramenta indispensável. A capacitação de profissionais e a ampliação de seu uso são essenciais para melhorar o diagnóstico e o cuidado cognitivo no Brasil.
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A presente pesquisa aborda uma temática de grande relevância: os cuidados com idosos, com foco em suas condições de vida e na prevenção de doenças físicas e psicológicas. Nesse contexto, a depressão é uma condição mental prevalente na população brasileira, especialmente entre os idosos, apresentando características específicas nos padrões comportamentais deste grupo. O principal objetivo deste estudo é demostrar a relação entre fatores biopsicossociais com a depressão entre idosos O método utilizado para a realização do estudo foi revisão integrativa de literatura, cujos dados foram coletados na plataforma Scientific Electronic Library Online (SciELO). Os resultados demostraram a associação entre os fatores biopsicossociais e a depressão entre idosos, sendo essa mais prevalente entre mulheres, aqueles com baixa escolaridade, que vivem sozinhos ou em instituições de longa permanência e que têm múltiplas doenças crônicas. Além disso, fatores biológicos, como incontinência urinária e deficiências sensoriais, e aspectos psicológicos, como humor negativo e dificuldades de sono, foram associados à depressão. Fatores sociais, incluindo falta de apoio para a realização de atividades e interação social limitada, também desempenharam um papel significativo. Esses achados destacam a complexidade da depressão em idosos e a necessidade de abordagens integradas para prevenção e manejo.
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Objetivo: identificar os fatores intrínsecos e extrínsecos para quedas em idosos residentes em área rural. Método: Estudo transversal, descritivo realizado com idosos residentes em área rural do município de Arabutã – SC. Os dados foram obtidos por meio de entrevista e observação nas residências dos idosos no mês de julho de 2020. Resultados: Participaram do estudo 56 idosos, 58,9% do sexo feminino, a idade variou de 60 à 87 anos, 69,55 (± 6,75) anos. A presença de fatores extrínsecos variou de dois a dez por residência, com maior prevalência o vaso sanitário baixo (94,6%); cadeiras sem braços (83,9%); inexistência de barras de apoio no vaso e chuveiro (76,8%); tapetes e capachos (60,7%); objetos estocados em lugares altos (53,6%). Conclusões: Os fatores de riscos extrínsecos de quedas observados nesse estudo podem ser modificados a fim de se estabelecer um ambiente seguro para o idoso, sem grandes gastos ou mudanças radicais.
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O ácido L-ascórbico, também conhecido como vitamina C, oferece diversos benefícios para a pele. O ativo não é produzido pelo organismo, logo para adquirir seus benefícios, é preciso ingeri-lo ou aplicá-lo topicamente. Uma das principais propriedades dessa vitamina é o efeito antioxidante, que neutraliza a ação dos radicais livres. Além disso, também apresenta efeito clareador na pele e suaviza as linhas de expressão e rugas, o que a torna um ativo muito desejado em busca da jovialidade, sendo assim consagrado na indústria cosmética. Entretanto, a vitamina C, tem como desvantagem a baixa estabilidade em contato com a água e oxigênio, o que pode interferir na eficácia dos dermocosméticos. Atualmente no mercado, são encontrados uma gama de dermocosméticos contendo diversos tipos de vitamina C em sua composição. Os produtos com vitamina C também podem ser fabricados em farmácias magistrais, e tem como vantagem manipular formulações personalizadas que atendam as necessidades de cada pessoa. Portanto, a vitamina C é utilizada em dermocosméticos devido a sua ação antioxidante que previne os sinais de envelhecimento cutâneo, além dos demais benefícios para a pele.
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Biological aging is relentless, active and irreversible, causing greater vulnerabilities to the body to external and internal aggressions. The objective of this work is to discuss general aspects that occur with aging, as well as the main causes of biological and psychological aging based on the scientific literature. This is a bibliographic review of the narrative literature review method, carried out from March 2022 to May 2022. The guiding question was: “What is the most relevant information about biological and psychological aging in the elderly?” The searches were carried out through the SciELO database (Scientific Electronic Library Online), Google Scholar and the Virtual Health Library (BVS). The descriptors/keywords used were: “Biological aging” and “Psychic aging” combined with the Boolean operator “AND” in the period from 2018 to 2021. Inclusion criteria were original and review studies made available in full in Portuguese. In total, 6 articles made up this study. The various factors of human aging are observed, and they point to losses, changes in sexual functionality, physical changes, in addition, the signs of functional aging appear discreetly throughout life, being called senescence. Biological and psychic aging occurs in different ways in each individual. The approach to aging must be multifaceted, as the quality of life of the elderly population can be positively and negatively affected by a wide range of factors
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Este estudo teve como objetivo comparar os efeitos de um treinamento sensório-motor em idosos, sobre uma plataforma vibratória e no solo. Participaram 3 idosos, de ambos os gêneros, entre 61 e 66 anos. O paciente 1 realizou treinamento sensório-motor sobre a plataforma vibratória e os pacientes 2 e 3 no solo. Eles foram avaliados antes, após um dia e após cinco dias de tratamento. Os pacientes 1 e 2 tiveram melhora do equilíbrio após um dia de tratamento. Após cinco dias, somente a paciente 1 apresentou melhora. A paciente 3 teve melhora após um dia de tratamento, que se manteve após os cinco dias. A paciente 1 apresentou aumento da atividade elétrica de todos os músculos avaliados. A paciente 2 apresentou aumento da atividade elétrica dos músculos fibular longo, vasto medial e glúteo médio. O músculo gastrocnêmio medial apresentou aumento somente após os cinco dias. Houve aumento da atividade elétrica do músculo vasto medial da paciente 3 em todas as avaliações. O glúteo médio apresentou aumento somente após cinco dias. No ângulo de 60° de extensão do joelho, os pacientes 1 e 2 apresentaram melhora da propriocepção somente após os cinco dias. No ângulo de 30°, a paciente 1 teve melhora após um dia e após os cinco dias, enquanto o paciente 2 apresentou melhora somente após o fim do tratamento. A paciente 3 teve melhora em todas as avaliações para 60° e 30° de extensão do joelho. Verificou-se que ambos os tratamentos foram benéficos para os idosos.
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While the questions of “What causes aging?” and “Why do we age?” and “How can we stop it?” remain unanswered, recent advances in aging research have continued to increase our understanding of the aging process. Until the last couple of decades, aging was viewed as an inevitable process of damage accumulation and not a subject for scientific pursuit. This view changed when it was demonstrated that the aging process is in fact malleable and genetically determined: mutations in single genes can have dramatic effects on longevity. Despite the rapid advancement of our knowledge about aging, the cause of aging remains unclear. In this paper, experiments demonstrating the roles of genetics and epigenetics in modulating longevity are reviewed, concluding with a new model of aging. This genetic switch model of aging proposes that aging is caused by a genetically-programmed turning off of survival and maintenance pathways after reproduction finishes leading to a progressive functional decline. If this model is correct, it may be possible to extend lifespan and healthspan by identifying the molecular pathways involved and simply turning the switch back on.
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Senescence has been the focus of research for many centuries. Despite significant progress in extending average human life expectancy, the process of aging remains largely elusive and, unfortunately, inevitable. In this review, we attempted to summarize the current theories of aging and the approaches to understanding it.
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The aim of this article was to review the factors that influence the aging, relationship of aging with the biological rhythms and new technologies as well as the main theories to explain the aging, and to analysis the causes of aging. The theories to explain the aging could be put into two groups: those based on a program that controlled the regression of the organism and those that postulated that the deterioration was due to mutations. It was concluded that aging was a multifactorial process. Genetic factors indicated the maximum longevity of the individual and environmental factors responsible for the real longevity of the individual. It would be necessary to guarantee from early age the conservation of a natural life rhythm.
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Biological theories of aging: genetic and stochastic ap- proaches The biological theories of aging analyze the degenera- tion process of the structure and function of cells and or- ganic systems. They can be generally classified into two categories: genetic-developmental and stochastic theories. The first group understands the aging process as a genetic determined continuum, while the latter focuses the effects of environmental continuous aggression. On the other hand, physical activity is frequently mentioned as a strategy for preventing the effects of aging. This study presents the gen- eral principles of the following propositions: a) genetic theories; b) chemical damage theories; c) gradual unbal- ance theories; d) caloric restriction theories. The possible influence of physical exercise on the aging process is dis- cussed as well. The author conclude that theories of both approaches lack definitive proof. There are few evidences of their actual influence and their interaction on the cellu- lar and systemic aging process. In addition, considering the nature of the theoretical propositions, the role of regu- lar physical activity as a strategy of aging prevention seems to be, at least, questionable.
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In the late 19th century, the evolutionary approach to the problem of ageing was initiated by August Weismann, who argued that natural selection was more important for ageing than any physiological mechanism. In the mid-twentieth century, J. B. S. Haldane, P. B. Medawar and G. C. Williams informally argued that the force of natural selection falls with adult age. In 1966, W. D. Hamilton published formal equations that showed mathematically that two 'forces of natural selection' do indeed decline with age, though his analysis was not genetically explicit. Brian Charlesworth then developed the required mathematical population genetics for the evolution of ageing in the 1970's. In the 1980's, experiments using Drosophila showed that the rate of ageing evolves as predicted by Hamilton's 'forces of natural selection'. The discovery of the cessation of ageing late in life in the 1990's was followed by its explanation in terms of evolutionary theory based on Hamilton's forces. Recently, it has been shown that the cessation of ageing can also be manipulated experimentally using Hamilton's 'forces of natural selection'. Despite the success of evolutionary research on ageing, mainstream gerontological research has largely ignored both this work and the opportunity that it provides for effective intervention in ageing.
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The purpose of this article is to provide students and researchers entering the field of aging studies with an introduction to the evolutionary theories of aging, as well as to orient them in the abundant modern scientific literature on evolutionary gerontology. The following three major evolutionary theories of aging are discussed: 1) the theory of programmed death suggested by August Weismann, 2) the mutation accumulation theory of aging suggested by Peter Medawar, and 3) the antagonistic pleiotropy theory of aging suggested by George Williams. We also discuss a special case of the antagonistic pleiotropy theory, the disposable soma theory developed by Tom Kirkwood and Robin Holliday. The theories are compared with each other as well as with recent experimental findings. At present the most viable evolutionary theories are the mutation accumulation theory and the antagonistic pleiotropy theory; these theories are not mutually exclusive, and they both may become a part of a future unifying theory of aging. Evolutionary theories of aging are useful because they open new oppor-tunities for further research by suggesting testable predictions, but they have also been harmful in the past when they were used to impose limitations on aging studies. At this time, the evolutionary theories of aging are not ultimate completed theories, but rather a set of ideas that themselves require further elaboration and validation. This theoretical review article is written for a wide readership.
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Traditional categorization of theories of aging into programmed and stochastic ones is outdated and obsolete. Biological aging is considered to occur mainly during the period of survival beyond the natural or essential lifespan (ELS) in Darwinian terms. Organisms survive to achieve ELS by virtue of genetically determined longevity assuring maintenance and repair systems (MRS). Aging at the molecular level is characterized by the progressive accumulation of molecular damage caused by environmental and metabolically generated free radicals, by spontaneous errors in biochemical reactions, and by nutritional components. Damages in the MRS and other pathways lead to age-related failure of MRS, molecular heterogeneity, cellular dysfunctioning, reduced stress tolerance, diseases and ultimate death. A unified theory of biological aging in terms of failure of homeodynamics comprising of MRS, and involving genes, milieu and chance, is acquiring a definitive shape and wider acceptance. Such a theory also establishes the basis for testing and developing effective means of intervention, prevention and modulation of aging.
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Answering the question as to why we age is tantamount to answering the question of what is life itself. There are countless theories as to why and how we age, but, until recently, the very definition of aging - senescence - was still uncertain. Here, we summarize the main views of the different models of senescence, with a special emphasis on the biochemical processes that accompany aging. Though inherently complex, aging is characterized by numerous changes that take place at different levels of the biological hierarchy. We therefore explore some of the most relevant changes that take place during aging and, finally, we overview the current status of emergent aging therapies and what the future holds for this field of research. From this multi-dimensional approach, it becomes clear that an integrative approach that couples aging research with systems biology, capable of providing novel insights into how and why we age, is necessary.
Cited By (since 1996): 10, Export Date: 23 March 2012, Source: Scopus, PubMed ID: 18044191, Language of Original Document: English, Correspondence Address: Tosato, M., Chemicals/CAS: Antioxidants; DNA, Mitochondrial; Free Radicals
WHO-World Health Organization. Healthy ageing: moving forward
WHO-World Health Organization. Healthy ageing: moving forward. Bull World Heal Organ. 2017;95(November):730-730.