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EXTREMOS ATMOSFÉRICOS E DESASTRES HIDROMETEOROLÓGICOS EM DUQUE DE CAXIAS (RJ)

Authors:

Abstract

O convívio com os desastres naturais fazem parte da história humana, bem como, em maior ou menor grau, todas as pessoas estão expostas a eles. Este artigo avalia o comportamento de chuvas intensas no município de Duque de Caxias (RJ) e os impactos delas decorrentes. Para cumprir este objetivo aplicou-se a metodologia dos Box-plot para os dados de chuvas máximas em 24 horas das estações São Bento (1948 a 80), Tinguá (1931-87) e Xerém (1920-70) e ainda índices estatísticos de mudanças climáticas nos dados de precipitação diária para a estação São Bento (1948-1980) através do RClimDex. Após a avaliação confrontaram-se os dados com as informações coletados em jornais desde 1940 (sobretudo a Folha da Cidade, jornal local) e na Defesa Civil. Os resultados obtidos apontaram para uma tendência de redução dos eventos extremos no município, e ainda, para uma sensibilidade elevada deste território aos impactos pluviométricos, mesmo aqueles de baixa magnitude. PALAVRAS-CHAVE: Impactos Ambientais; Tendência; Eventos extremos ATMOSPHERIC EXTREMES AND HIDROMETEOROLOGICAL DISASTERS IN DUQUE DE CAXIAS (RJ). ABSTRACT: Living with natural disasters are part of human history, as well as, to a greater or lesser extent, all people are exposed to them. This paper evaluates the behavior of heavy rains in Duque de Caxias city (RJ) and the impacts resulting from them. To reach this goal it was applied the box-plot method to maximum 24-hour rainfall data for São Bento (1948 to 80), Tinguá (1931-87) and Xerém (1920-70) stations and were obtained statistical index of climate changes in daily rainfall data for São Bento station (1948-1980) with RClimDex. After this, the data were confronted with the information collected in newspapers since 1940 (especially the Folha da Cidade, a local newspaper) and Civil Defense. The results pointed to a trend of reduction of extreme events in the city, and also to a high sensitivity of this territory to rainfall impacts, even those of low magnitude. 1. INTRODUÇÃO Em 1990 a Organização das Nações Unidas (ONU) previa o aumento significativo de danos decorrentes das mudanças climáticas. Essas previsões são endossadas pelo primeiro relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), no qual se levantava a hipótese de tendência de aumento da precipitação horária e sua frequência em várias porções do planeta, sobretudo nas áreas mais úmidas, mesmo em um quadro de poucas décadas (SEN ROY, 2009). Desde as previsões realizadas pelo IPCC a partir de 1990 (AR1), até o quinto relatório (AR5) finalizado em 2014, diversos estudos (Blaikie et al, 1994; Cardona, 2004; Dilley et al., 2005;Marengo, 2010; Nunes, 2009) têm apontado para uma elevação significativa na frequência e magnitude dos desastres relacionados ao clima e tempo atmosférico. Esse comportamento estaria associado, sobretudo, pelo aumento da frequência de extremos atmosféricos. Enquanto sistema complexo e dinâmico é inerente ao sistema climático um ritmo que contemple extravasamentos energéticos como subterfúgio para a renovação e equilíbrio do sistema. Conforme lembra Sant'Anna Neto (1998: 122 e 123), "a extrema variabilidade dos fenômenos meteorológicos, antes de ser encarada como anormalidade, é a essência da própria irregularidade natural do clima". Contudo, desde as primeiras publicações do IPCC, se coloca em discussão que o aumento de frequência dos eventos intensos e extremos-produtos desses extravasamentos-seria resposta ao aquecimento anômalo da superfície terrestre, acompanhado de mudanças climáticas. Isso porque, em geral, as chuvas intensas estão associadas com sistemas convectivos com fluxos verticais intensos de calor e umidade, favorecidos pelo aquecimento da superfície, sobretudo em um ambiente litorâneo como o Rio de Janeiro. Assim, segundo alguns autores esses novos padrões podem reconfigurar a forma como o homem se distribui no planeta (Welzer, 2010). Há ainda que considerar que a ocorrência destes eventos pluviométricos intensos e extremos encontram no ambiente urbano, tal como os desastres, condições para seu
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Ano 11 Vol. 17 JUL/DEZ 2015 189
EXTREMOS ATMOSFÉRICOS E DESASTRES HIDROMETEOROLÓGICOS EM DUQUE DE
CAXIAS (RJ)
OSCAR JÚNIOR, Antonio Carlos da Silva thony.oscar@gmail.com
Geógrafo, Doutorando Universidade de Campinas, SP
RESUMO: O convívio com os desastres naturais fazem parte da história humana, bem como, em maior
ou menor grau, todas as pessoas estão expostas a eles. Este artigo avalia o comportamento de chuvas
intensas no município de Duque de Caxias (RJ) e os impactos delas decorrentes. Para cumprir este
objetivo aplicou-se a metodologia dos Box-plot para os dados de chuvas máximas em 24 horas das
estações São Bento (1948 a 80), Tinguá (1931- 87) e Xerém (1920 70) e ainda índices estatísticos de
mudanças climáticas nos dados de precipitação diária para a estação São Bento (1948-1980) através do
RClimDex. Após a avaliação confrontaram-se os dados com as informações coletados em jornais desde
1940 (sobretudo a Folha da Cidade, jornal local) e na Defesa Civil. Os resultados obtidos apontaram para
uma tendência de redução dos eventos extremos no município, e ainda, para uma sensibilidade elevada
deste território aos impactos pluviométricos, mesmo aqueles de baixa magnitude.
PALAVRAS-CHAVE: Impactos Ambientais; Tendência; Eventos extremos
ATMOSPHERIC EXTREMES AND HIDROMETEOROLOGICAL DISASTERS IN DUQUE DE CAXIAS (RJ).
ABSTRACT: Living with natural disasters are part of human history, as well as, to a greater or lesser
extent, all people are exposed to them. This paper evaluates the behavior of heavy rains in Duque de
Caxias city (RJ) and the impacts resulting from them. To reach this goal it was applied the box-plot
method to maximum 24-hour rainfall data for São Bento (1948 to 80), Tinguá (1931- 87) and Xerém
(1920 - 70) stations and were obtained statistical index of climate changes in daily rainfall data for São
Bento station (1948-1980) with RClimDex. After this, the data were confronted with the information
collected in newspapers since 1940 (especially the Folha da Cidade, a local newspaper) and Civil
Defense. The results pointed to a trend of reduction of extreme events in the city, and also to a high
sensitivity of this territory to rainfall impacts, even those of low magnitude.
KEYWORDS: Environmental impacts; Trends; Extreme events
1. INTRODUÇÃO
Em 1990 a Organização das Nações Unidas (ONU) previa o aumento significativo de
danos decorrentes das mudanças climáticas. Essas previsões são endossadas pelo primeiro
relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), no
qual se levantava a hipótese de tendência de aumento da precipitação horária e sua
frequência em várias porções do planeta, sobretudo nas áreas mais úmidas, mesmo em um
quadro de poucas décadas (SEN ROY, 2009).
Desde as previsões realizadas pelo IPCC a partir de 1990 (AR1), até o quinto relatório
(AR5) finalizado em 2014, diversos estudos (Blaikie et al, 1994; Cardona, 2004; Dilley et al.,
2005;Marengo, 2010; Nunes, 2009) m apontado para uma elevação significativa na
frequência e magnitude dos desastres relacionados ao clima e tempo atmosférico. Esse
comportamento estaria associado, sobretudo, pelo aumento da frequência de extremos
atmosféricos.
Enquanto sistema complexo e dinâmico é inerente ao sistema climático um ritmo que
contemple extravasamentos energéticos como subterfúgio para a renovação e equilíbrio do
sistema. Conforme lembra Sant’Anna Neto (1998: 122 e 123), a extrema variabilidade dos
fenômenos meteorológicos, antes de ser encarada como anormalidade, é a essência da
própria irregularidade natural do clima.
Contudo, desde as primeiras publicações do IPCC, se coloca em discussão que o
aumento de frequência dos eventos intensos e extremos produtos desses extravasamentos
seria resposta ao aquecimento anômalo da superfície terrestre, acompanhado de mudanças
climáticas. Isso porque, em geral, as chuvas intensas estão associadas com sistemas
convectivos com fluxos verticais intensos de calor e umidade, favorecidos pelo aquecimento
da superfície, sobretudo em um ambiente litorâneo como o Rio de Janeiro. Assim, segundo
alguns autores esses novos padrões podem reconfigurar a forma como o homem se distribui
no planeta (Welzer, 2010).
ainda que considerar que a ocorrência destes eventos pluviométricos intensos e
extremos encontram no ambiente urbano, tal como os desastres, condições para seu
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desenvolvimento (Atkinson, 1987). Entre os fatores destaca-se: as ilhas de calor que
promovem eventos pluviais mais concentrados no tempo e espaço (Tabony, 1980); o aumento
da rugosidade no meio urbano decorrente do desenho urbano que favorece a ascensão do ar
e, portanto o fluxo vertical de umidade (Sallers, 1986); além do índice de poluição, que coloca
a disposição na baixa atmosfera material particulado que age como núcleos de condensação,
induzindo a formação de partículas de nuvem e gotas de chuva (Landsberg, 1981). Outrossim,
esses fatores quando associados à produção do espaço urbano, marcados pela fragmentação e
segregação, que na maioria das vezes, conforme Santos (1988), é produto de uma
combinações de forças de mercado e decisões de governo, permite a compreensão da
intensificação dos impactos nesse ambiente, gerando os desastres.
Os estudos de Brandão (1987) para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ)
apontou para a existência de ciclos úmidos em torno de vinte e trinta anos. Em decorrência
desta ciclicidade, há uma recorrência dos desastres hidrometeorológicos, tais como os de
1966 e 1967, registrados na história do Rio de Janeiro como um dos mais violentos (Brandão,
2009). Segundo a autora é possível constatar a ocorrência de aumento na frequência de
chuvas ximas em 24 horas, igual ou superior a 40 mm em 60% a partir de1940, o que
pode indicar uma tendência a chuvas mais concentradas.
Diante do quadro apresentado, cumpre aos estudos em Climatologia, sobretudo
aqueles produzidos no âmbito da Geografia, oferecer subsídios para a compreensão dos
eventos intensos de chuva, assim como da sensibilidade dos territórios aos impactos do clima.
Sendo assim, este artigo teve como objetivo a avaliação do comportamento das chuvas
intensas no município de Duque de Caxias, localizado na RMRJ, avaliando as características de
distribuição, variabilidade e tendência, bem como buscando avaliar os impactos destes
eventos pluviométricos.
A fim de cumprir o objetivo supracitado, o município de Duque de Caxias foi
representado por dados chuva máxima mensal em 24 horas e chuvas diárias
1
- medidos nas
estações meteorológicas de São Bento (1948-80), Tinguá (1931-87) e Xerém (1920-70). É
importante ressaltar que este estudo está pautado na análise de dados de três estações cujas
séries históricas não correspondem ao mesmo período, tanto de início quanto de fim, bem
como apresentam lacunas de dados, sobretudo, nos dois anos iniciais. Contudo, pela opção de
otimizar o uso dos dados, as análises foram feitas dando atenção à esta limitação e não
procedeu-se com o preenchimento de falhas.
Ainda, com intuito de dirimir dúvidas a respeito do estudo, destaca-se o fato do final
mais recente das séries pluviométricas serem na década de 1980, conferindo de certo
limitações ao trabalho quanto a este aspecto, uma vez que se inviabiliza a análise de 26 anos
de dados, os quais seriam de extrema relevância para tecer conclusões acerca do
comportamento das chuvas intensas e extrema na área de estudo, porém não foi possível o
acesso a estes dados. Dessa forma, antes de qualquer conclusão, deve-se ter em mente estes
aspectos que limitaram, mas não inviabilizaram a realização do estudo.
2. ÁREA DE ESTUDO, DADOS E METODOLOGIA
ÁREA DE ESTUDO
O município de Duque de Caxias (Figura 01) é um dos que compõe a RMRJ. Por sua
localização na periferia imediata da metrópole carioca e seu status metropolitano, passou por
rápida requalificação espacial influenciada pela rota do ouro, pelas obras de drenagem
comandadas pela Comissão de Saneamento da Baixada Fluminense, e que a partir de 1942
deixa de ser uma cidade dormitório e atrai elevado número de pessoas oriundas do núcleo
carioca, principalmente os desalojados pela política “bota abaixo” do prefeito Pereira Passos e
de fluxos migratórios externos. Esta população, em sua grande maioria, não contava com
recursos financeiros para se instalar em áreas com infraestrutura adequada, encontrando nos
municípios periféricos ao Rio de Janeiro, carentes em infraestrutura, o equacionamento para o
problema de alojamento.
1
Cabe lembrar que o autor só teve acesso aos dados diários de pluviosidade da estação meteorológica
São Bento.
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Em 1938, o município do Rio de Janeiro regulamenta sua zona industrial, restringindo a
instalação de indústrias pesadas no centro e na zona sul, fazendo com que estas ocupem as
porções periféricas: Bonsucesso, Penha, Olaria, entre outros, próximos aos limites com os
municípios da Baixada Fluminense. Este instrumento legal favoreceu, portanto, o
desenvolvimento industrial nestes municípios, em especial de Duque de Caxias, emancipado
em 1943 pelo Decreto Estadual 1.055, e que desde 1942, com a instalação da Fábrica
Nacional de Motores, desenvolve seu polo industrial, consubstanciado com a instalação da
Refinaria de Duque de Caxias (REDUC-PETROBRAS) e a Fábrica de Borracha (FABOR).
Figura 01: Localização da área de estudo com destaque para o relevo do município e localização das
estações meteorológicas contempladas no estudo.
A partir do surto industrial promove-se a requalificação do espaço e das dinâmicas
locais. Conforme se observa nos dados populacionais do IBGE (Tabela 01), ocorre um
aumento demográfico significativo no município de Duque de Caxias a partir de 1960, e,
sobretudo o adensamento desta população no seu primeiro distrito.
O município de Duque de Caxias, segundo dados do IBGE, ocupa a posição de 18ª
município brasileiro com maior Produto Interno Bruto (PIB), posição impulsionada pelo
recebimento de royalties de petróleo, que, contudo não promoveu o mesmo efeito no Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que, segundo dados do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), esta em 1574º lugar ou, ainda, na 2ª posição de pior
saneamento básico do Brasil (Instituto Trata Brasil, 2010), dados que demonstram a diacronia
entre crescimento econômico e desenvolvimento social.
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Tabela 01: Evolução da população de Duque de Caxias entre 1940* (quando ainda era o distrito de
Nova Iguaçu) até 2010. Fonte de dados: IBGE E PMDC - elaborado pelo autor.
Esse modelo de crescimento ao longo da segunda metade do século XX atribui ao
território um uso intenso e mal planejado, que em sua maior parte se consolidou sem amparo
em infraestrutura básica, demonstrando a consolidação de expressões sócio-territoriais que
atrelam estes municípios da Baixada à condição de “periferia da periferia” (Santos de Souza,
2002), onde se flexibiliza a ocupação de terrenos de solos hidromórficos, íngremes e de
planícies de inundação, tão comuns no município, sem as intervenções necessárias.
A carência de estudos nesse ambiente também limita o conhecimento a respeito das
dinâmicas ambientais locais e as influencias regionais e planetárias, servindo de certo como
mais um incentivo para a realização deste estudo.
DADOS
As análises para o município de Duque de Caxias (RJ) basearam-se nos dados de
pluviosidade máxima mensal em 24 horas das estações meteorológicas São Bento (1948 a
80), Tinguá (1931- 87) e Xerém (1920 70), em altitudes 6 metros, 125,4 metros e 143,6
metros, respectivamente. Somasse ainda, a análise dos totais pluviométricos diários da
estação São Bento.
A análise dos impactos pluviais no município foi realizada a partir de informações
coletadas no jornal Folha da Cidade, corrente em Duque de Caxias desde 1953 (Acervo do
Instituto Histórico de Duque de Caxias) e no Jornal do Brasil com consulta as edições a partir
de 1940 (Acervo da Fundação Biblioteca Nacional), e finalmente aos dados da Defesa Civil
municipal. As informações coletadas foram sintetizadas em uma tabela de modo que se
permitisse visualizar a evolução dos impactos de origem atmosférica na área de estudo,
incluindo nesta, dados de precipitação da estação mais próxima à área afetada, quando
possível.
METÓDO DE AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO E VARIABILIDADE DAS CHUVAS
INTENSAS
Nesta etapa da análise pluviométrica tomou-se como referência os trabalhos de Galvani
e Luchiari (2013), Silva (2013), Haylock et al (2006) e Santos et al (2009) para a análise do
comportamento das chuvas intensas na área de estudo. A opção por trabalhar com as chuvas
máximas e intensas justifica-se pelo fato destas serem os elementos de maior perigo para a
desorganização do espaço geográfico (Nunes, 2009), e, além disso, pesar sobre eles maior
atenção científica em virtude das mudanças climáticas. A partir destas contribuições
procedeu-se com o tratamento dos dados de chuvas máximas mensais em 24 para as
estações meteorológicas em questão.
Aplicou-se nesta etapa a técnica estatística do Box-plot, realizada no software
estatístico R do Cran-Project®, onde se buscou alguns aspectos da distribuição mensal dos
dados como a posição, variabilidade (em termos de intervalo de oscilação dos quartis),
assimetria e ocorrência de valores atípicos nas séries pluviométricas (Galvani & Luchiari,
2005), permitindo, portanto, a identificação de chuvas intensas e extremas para a área de
estudo, tal como sua flutuação mensal.
Duque de
Caxias
1940*
1960
1970
1991
2000
2010
100.000
241.026
431.397
667.821
775.456
855.046
1º Distrito:
Centro
-
-
256.723
(59,5%)
326,976
(48,96
%)
338.542
(43,65
%)
341.762
(39,97%)
2º Distrito:
Campos
Elísios
-
-
104.620
(24,25%)
198,523
(29,72
%)
243.767
(31,43
%)
290.762
(34%)
3º Distrito:
Imbariê
-
-
42.360
(9,8%)
101.725
(15,23%)
140.246
(18,08%)
161.853
(18,93%)
4º Distrito:
Xerém
-
-
27.694
(6,4%)
40.597
(6%)
52.901
(6%)
61.129
(7,15%)
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A identificação destas informações é possível, afinal o gráfico de Box-plot (Figura 02) é
uma representação gráfica da estatística posicional dos quartis (Hardle & Simar, 2012), que
após o ordenamento das amostras são calculados o centro (mediana) e seus limites inferiores
e superiores, tanto internos à caixa de plotagem (1º quartil 25% da distribuição; 2ª quartil
50% da distribuição; quartil 75% da distribuição) quanto externos, conhecidos como
bigodes ou whiskers, e também a representação dos pontos discrepantes denominados de
outliers.
Figura 02: Representação de um Boxplot. Fonte: Hardle & Simar (2012:26)
METÓDO DE TENDÊNCIAS PLUVIOMÉTRICAS
Para esta segunda etapa foram gerados índices de extremos climáticos (Tabela 02),
através do software RClimdex, utilizando dados diários da estação São Bento. Um dos
principais objetivos de desenvolver índices de extremos climáticos é usá-los em estudos de
monitoramento e detecção de mudanças climáticas. No caso deste estudo, esta metodologia
permite uma avaliação estatística detalhada das chuvas diárias, elaborando uma avaliação de
tendência, em especial das intensas, subsidiando a interpretação dos resultados desse estudo.
Vale destacar, que apesar de essencial para um resultado melhor e mais detalhado
(estatística e espacialmente), nesta pesquisa os índices diários de chuva foram elaborados
apenas para a estação São Bento, já que foi a única que o autor teve acesso aos dados em
escala compatível com a necessidade da metodologia (diária). Infelizmente o acesso às
informações climáticas ainda constituem uma limitação para estudos como este, aumentando,
em geral o grau de dificuldade dos trabalhos (o que espanta estudantes, e, principalmente, os
planejadores e formuladores de políticas públicas).
Tabela 02: Índices climáticos dependentes da precipitação pluviométrica diária. Fonte: organizado pelo
autor a partir do manual do RCLIMDEX.
ID
Nome do Indicador
Definição
Unidade
PRECPTOT
Precipitação total
anual nos dias
úmidos
Precipitação total
anual nos dias
úmidos (RR 1mm)
mm
SDII
Índice simples de
intensidade diária
Precipitação total
anual dividida pelo
número de dias
úmidos
mm/dia
DCS
Dias secos
consecutivos
Número máximo de
dias consecutivos
com RR<1mm
dias
DCU
Dias úmidos
consecutivos
Número máximo de
dias consecutivos
com RR 1mm
dias
Rx1day
Quantidade máxima
de precipitação em
um dia
Máximo anual de
precipitação em 1
dias
mm
Rx5day
Quantidade máxima
Máximo anual de
mm
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de precipitação em
cinco dias
precipitação em 5
dias consecutivos
R10
Precipitação de um
dia superior a 10mm
Número de dias no
ano com
precipitação 10mm
dias
R20
Precipitação de um
dia superior a 20mm
Número de dias no
ano com
precipitação 20mm
dias
R95p
Dias muito úmidos
Precipitação anual
total em que RR>95
percentil
mm
R99p
Dias extremamente
úmidos
Precipitação anual
total em que RR>99
percentil
mm
3. RESULTADOS
DISTRIBUIÇÃO E VARIABILIDADE DAS CHUVAS INTENSAS EM DUQUE DE CAXIAS
A partir dos dados de chuva máxima mensal em 24 horas é possível constatar que as
chuvas são mais frequentes e abundantes a norte do município, uma resposta à influência
orográfica exercida pela Serra dos Órgãos, onde se desencadeiam processos físicos que
promovem a precipitação da umidade vinda da Baía de Guanabara no sopé da serra
(barlavento). Esse processo promove a ascensão de uma massa na qual somasse a umidade
da baía e dos processos de evapotranspiração realizados pelos fragmentos de Mata Atlântica,
preservada pela Rebio Tinguá. Em face deste processo, os Box-plots, que para as estações
Tinguá (Gráfico 01) e Xerém (Gráfico 02) apresentam uma maior variabilidade e amplitude
das chuvas intensas, constatados através da maior dimensão da caixa plot e do maior
distanciamento dos wiskers, respectivamente.
Nas estações Tinguá e Xerém é notório também a maior extensão (temporal) do
período chuvoso, onde observa-se uma melhor distribuição (mensal) destes eventos em
relação a São Bento (Gráfico 03). Para esta ultima estação meteorológica, observa-se um
achatamento da caixa plot, indicando uma baixa amplitude das chuvas máximas no período
entre abril (mês 4) e setembro (mês 9).
Gráfico 01: Boxplot de Máxima mensal em 24 horas para a estação Tinguá (1931 - 1987).
Fonte de dados: INMET.
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Gráfico 02: Boxplot de Máxima mensal em 24 horas para a estação Xerém (1920 - 1970).
Fonte de dados: INMET.
Ainda considerando o formato da caixa plot, é possível notar uma maior simetria da
série de dados pluviométricos no período de menor intensidade das chuva máxima em 24
horas, que para São Bento está entre os meses de maio (mês 5) e setembro (mês 9), para
Tinguá entre junho (mês 6) e agosto (mês 8) e Xerém entre junho (mês 6) e setembro (mês
9), meses os quais mais se aproximam de uma distribuição normal (estatística), indicando
alguma regularidade na distribuição das chuvas intensas.
Gráfico 03: Boxplot de Máxima mensal em 24 horas para a estação São Bento (1948 -1980). Fonte de
dados: INMET.
A altura dos wiskers mostram que os meses entre janeiro (mês 1) a março (mês 3) são
marcados por uma acentuada amplitude pluviométrica da chuva máxima mensal em 24 horas
(diferença entre a maior chuva máxima mensal em 24 horas para a estação e a menor chuva
máxima mensal em 24 horas para a mesma estação), corroborando a constatação de uma
alta variabilidade pluviométrica, sobretudo neses meses úmidos.
Segundo Sant’Anna Netto (2005), no sudeste o verão concentra cerca de 60% do
volume anual da pluviometria, e através os dados obtidos é possivel constatar também que
elas estão concentradas em eventos pontuais, com casos entre 150 e 261,9 mm em 24 horas,
em geral, quase o volume precipitado em todo o período seco.
Assim, de interesse para a climatologia, os valores atípicos, representados pelos
outliers servem para a identificação estatística dos eventos extremos. Observa-se que a
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estação São Bento apresenta uma menor frequência e intensidade dos outliers em relação às
outras duas, indicando que os eventos extremos ocorrem preferencialmente no quarto distrito
do município. È possível identificar ainda a maior frequência de outliers nos meses de
dezembro (mês 12), fevereiro (mês 2) e março (mês 3), contudo os de maior intensidade
ocorrem no mês de janeiro (mês 1), exceto para São Bento que ocorre em fevereiro (mês 2).
É interessante frisar que os meses de janeiro e fevereiro concentram quase 40% dos impactos
sistematizados por esse estudo.
Ainda sobre fevereiro (mês 2), assume maior destaque para a estação São Bento, onde
ocorre valor atípico de maior intensidade de chuva em 24 horas (261,9 mm em 1971).
Embora na estação Tinguá, a maior frequência de atípicos ocorra em igual frequência entre
janeiro (mês 1) e fevereiro (mês 2), nesta estação também se destaca o mês de fevereiro
pela ocorrência do único evento da série, estatisticamente atípico (negativo) em 1977, objeto
inclusive de notícias na imprensa (Jornal do Brasil) pela repercussão no abastecimento de
água pela escassez de chuvas na década. Em seus estudos para a cidade do Rio de Janeiro,
Brandão (2009), destacou também o s de fevereiro como aquele de maior variabilidade
pluviométrica.
Ainda nestas estações os meses de novembro (mês 11) e dezembro (mês 12), também
apresentam um padrão de chuvas ximas em 24 horas que merece atenção em função da
intensidade, que ocorreram valores superiores a 150 mm em 24 horas, meses nos quais
ocorrem, inclusive, 28,9% dos impactos analisados adiante neste estudo.
Em Xerém, a maior frequência de eventos atípicos está entre abril (mês 4), o qual
contabiliza 10% dos impactos aqui analisados e dezembro (mês 12); todavia, os eventos que
se destacam em termos de intensidade estão em janeiro (mês 12) - superiores a 200 mm em
24 horas.
A Tabela 03, abaixo, ajuda na compreensão da distribuição mensal da pluviosidade em
24 horas para a estação São Bento (a única com dados diários disponíveis). A partir daí,
constata-se que para a área mais central (urbana) os eventos de até 40 mm são passíveis de
ocorrer durante todo o ano, os entre 60 e 80 mm não ocorrem no período entre junho e
setembro, enquanto os acima de 100 mm ocorrem principalmente no período de novembro a
maio, exceto no mês de abril. Maio é o mês da estação seca que mostra maior possibilidade
de ocorrência de chuvas mais forte.
Tabela 03: Frequência de classes de chuvas em 24 horas para a estação São Bento entre 1950 e 1980.
(Fonte de dados: INMET elaborado pelo autor).
Destacam-se ainda, através dos dados sistematizados na tabela, o período de
novembro a março como a ocorrência de chuvas intensas entre 100 e 130 mm e o período de
janeiro a março como de chuvas muito intensas. Para a cidade do Rio de Janeiro, Brandão
(2009) observou que esse período de chuvas muito intensas é maior, entendendo-se de
dezembro a abril (contudo, a série de dados da autora era superior à deste trabalho).
Frequência de classes de chuva acumulada em 24 horas
Estação São Bento (1950 a 1980)
Classes
(mm)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Total
<40
308
255
274
230
190
149
125
152
195
297
328
340
2843
40-60
21
24
13
10
2
0
1
0
3
7
15
21
117
60-80
5
6
7
4
1
0
0
0
0
1
5
11
40
80-100
7
4
4
0
1
0
0
0
0
0
1
3
20
100-130
3
1
2
0
1
0
0
0
0
0
1
1
9
>130
1
1
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
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Ano 11 Vol. 17 JUL/DEZ 2015 197
TENDÊNCIAS PLUVIOMÉTRICAS EM DUQUE DE CAXIAS
Os índices pluviométricos obtidos a partir do RClimDex apontam para uma tendência
suave de diminuição da precipitação total anual nos dias úmidos (PRECPTOT) em 3,487 mm
por ano (com 52,7% de confiança). Esse resultado é acompanhado pela tendência observada
de redução dos dias com precipitação superior 10 mm (R10), na ordem de 0,074 dias por ano
(com 64,4% de confiança) e superior a 20 mm (R20), na ordem 0,12 dias por ano (com
31,1% de confiança). Esse resultado merece atenção, uma vez que um dia com precipitação
entre 10 e 19,9 mm, intervalo com tendência de aumento, aparentemente não provocariam
repercussões desastrosas, entretanto a sequência de dias com essa intensidade de
precipitação pode acumular uma instabilidade pedogeomorfológica desencadeadora de
desastres.
2
No que diz respeito à distribuição dos dias de chuva, o índice de dias secos
consecutivos (DCS) apresentam um tendência de redução na ordem de 0,038 dias por ano
(com 81,7% de confiança). Já para o índice de dias úmidos consecutivos (DCU), essa
tendência é mais suave, indicando diminuição de 0,01 dia por ano (com 72,7% de confiança)
e ainda, o período entre 1960 e 1970 como maior quantidade de dias úmidos consecutivos da
série. O estudo de Brandão (2009) confirma essa tendência de diminuição dos dias de chuva
também para a cidade do Rio de Janeiro, o que se reflete para esta cidade numa maior
concentração temporal destas chuvas, reverberando no aumento dos impactos.
Quanto à intensidade das chuvas, o índice simples de intensidade diária (SDII)
apresentou baixíssimo nível de confiança (8%), por isso optou-se por não considera-lo neste
estudo. para o RX1day e RX5day, observou-se confiança de 59,9% e 92,3%,
respectivamente. A tendência positiva pode ser observada nos índices de quantidade máxima
de precipitação em um dia (RX1day) com aumento de 0,47 mm por ano, já para o índice de
quantidade máxima em cinco dias (RX5day) constatou-se tendência negativa em 0,123 mm
por ano. Assim, é possível concluir que os eventos intensos ocorrem pontualmente no tempo e
muito provavelmente não se estende por mais de um dia.
Finalmente quanto à tendência de eventos extremos, observa-se através dos índices de
dias muito úmidos (R95p - superior ao percentil 95) e de dias extremamente úmidos (R99p -
superior ao percentil 99), que para o período entre 1948 e 1980, tendência negativa para
ambos. Para o primeiro observa-se uma diminuição na ordem de 5,231 mm por ano (com
confiança baixa de 15%) e para o segundo uma diminuição mais modesta, porém mais
segura, de 1,385 mm por ano (com confiança de 50,9%). Quanto a estes últimos índices é
possível constatar uma tendência de redução de eventos extremos para Duque de Caxias. A
partir de ambos os índices é possível constatar ainda que estes apresentam um padrão
temporal de oscilação que não se sobrepõem. Assim, enquanto o R95p apresenta os maiores
valores entre 1958 e 1963 e entre 1969 e 1972, o R99p apresenta-se mais significativo entre
1963 e 1967.
De fato as limitações dos dados permitem uma análise restrita e pontual, porém é
possível extrair deles que até a década de 1980, as chuvas intensas estavam se tornando
menos frequentes, abrindo espaço para aquelas com intensidade entre 10 e 19,9 mm. Estes
resultados permitem, a priori, identificar que a intensificação na ocorrência de eventos
desastrosos, não tem apenas uma explicação climática, e, além disso, a sensibilidade deste
território é tão elevada que eventos de baixa magnitude desencadeiam desastres. De certo as
características geoecológicas e socioeconômicas da área colaboram para este quadro
3
.
De certo a chuva desencadeia os processos que levam ao desastre, mas possivelmente
não é pela intensificação (positiva) de tendência pluviométrica que a frequência de impactos
tem aumentado, pesando também para a explicação do aumento dos impactos a forma como
se organiza, planeja e gerência este território. As alterações provocadas na estrutura de
suporte e cobertura e a falta de uma infraestrutura de saneamento (sobretudo drenagem) são
as prováveis devedoras a intensificação dos impactos climáticos em Duque de Caxias. Não
2
Como Nunes (2009: 57) salientou a acumulação no tempo de situações
individuais habituais e/ou com fraca magnitude de extremo, mas que na
somatória podem desestruturar os sistemas”.
3
Para maior aprofundamento ver OSCAR JÚNIOR (2013).
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Ano 11 Vol. 17 JUL/DEZ 2015 198
obstante, um melhor estudo a respeito da pluviosidade com dados mais recentes ainda se faz
necessário.
IMPACTOS PLUVIOMÉTRICOS EM DUQUE DE CAXIAS
Segundo dados do EM-DAT
4
(Emergency Events Database), no Brasil 90% dos eventos
de calamidade, 98,5% dos afetados, 79,3% das mortes e 99,9% dos prejuízos econômicos
são causados por fenômenos de origem atmosférica, permitindo avaliar as chuvas como
principal elemento desencadeador de impactos e deixando transparecer nossa limitação no
gerenciamento destes fenômenos. Em termos absolutos, entre 1949 e junho de 2009, são
quase 64 milhões de pessoas afetadas por estes eventos e prejuízo de aproximadamente 11
milhões de dólares para os cofres públicos (NUNES, 2009).
A anexo 1 atesta a respeito da magnitude dos impactos gerados pelas chuvas,
indicando a alta capacidade de desorganização territorial destes eventos atmosféricos na área
de estudo. Merecem destaque nesta análise os anos entre 1950-59 e 2000-13, cuja
reconstrução dos impactos apontou para a ocorrência de eventos desastrosos em quase todos
os anos das décadas. Mesmo na década de 1970, que se destaca pelo pouco volume
precipitado, ocorrência de chuvas intensas causadoras de eventos desastrosos em alguns
anos, inclusive é nela que se registra a pluviosidade mais intensa da série: 261,9mm no dia
26 de fevereiro de 1971.
Outra informação útil que pode ser retirada da tabela é que não são apenas os eventos
estatisticamente intensos que causam grande impacto no território de Duque de Caxias, visto
que eventos entre 50 e 60 mm também geram impactos, mas quase sempre relacionados a
um período a partir de 2 dias consecutivos de chuva, o que corrobora os estudos de Brandão
(2009), que destaca a necessidade de acompanhar a concentração desses eventos entre 30 e
60 minutos. Visto isto, concorda-se com a necessidade abordada por Nunes (2009) a respeito
da revisão do conceito de eventos extremos.
Além disso, em termos de impactos, pode-se constatar que enchentes e inundações
são mais recorrentes (frequência) que os deslizamentos; isso se explica pelas características
geomorfológicas da área em questão e pelo vetor de expansão urbana se direcionar pelas
vastas áreas de planícies de inundações, que sofrem também forte influência das marés. No
entanto, em termos de vítimas fatais (magnitude), os deslizamentos assumem destaque,
indicando o maior poder de destruição deste em relação às enchentes e inundações, que
deixam muitos danos materiais, mas com baixo número de vítimas fatais.
Ademais, ainda observando a anexo 01 é possível constatar uma recorrência dos
desastres em um período chuvoso que vai de dezembro a março, fazendo com que sejam
marcado também pela concentração das maiores frequências de chuva máxima mensal em 24
horas (Gráficos 01, 02 e 03). Contudo, não é uma exclusividade destes meses a ocorrência de
desastres, visto que três eventos pluviais ocorridos no período típico de inverno (entre 21 de
junho e 21 de setembro) também causaram danos, permitindo avaliar a irregularidade sazonal
das chuvas para a localidade.
Quanto à expressão espacial dos impactos, é possível constatar a concentração destes,
em bairros do terceiro e do quarto distritos e, sobretudo, nas áreas próximas aos rios
Capivari, Calombé, Iguaçu e Saracuruna, em função do relevo. No primeiro distrito a Praça do
Pacificador e seu entorno, também é frequentemente afetada, devido a problemas, sobretudo,
no sistema de drenagem o que dificulta o escoamento das águas desde a década de 1950.
4. CONCLUSÕES
Conforme advogam Oke (2006) e Alcoforado et al. (2009), mais que as mudanças
climáticas, os eventos atmosféricos ainda impactam tanto as organizações humanas devido as
poucas aplicações do conhecimento climático na orientação de planos urbanos. Esse problema,
segundo Alcoforado et al. (2009), se deve muitas vezes à falha de comunicação entre os
estudiosos do clima e os planejadores, sobretudo pela natureza dos fenômenos climáticos e
sua representação que não estática, sendo de difícil materialização em diretrizes. Dessa forma
constata-se que não é comum a compreensão da distribuição tempôro-espacial da
4
Segundo dados de janeiro de 1948 a junho de 2009.
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Ano 11 Vol. 17 JUL/DEZ 2015 199
pluviosidade (e dos outros elementos climáticos) no ordenamento das atividades e população
no território, permitindo que estes sejam afetados, como no caso de Duque de Caxias com
uma permanência da concentração espacial das áreas de impactos pluviais ao longo dos anos.
A partir da reconstrução dos impactos apresentada no Anexo 01, é possível confirmar a
sensibilidade de Duque de Caxias às chuvas, no qual grande contingente populacional é
afetado por eventos de deslizamento e, principalmente, enchentes e inundações, que são
recorrentes no período mais chuvoso. Mesmo antes da emancipação do município, quando
este ainda era distrito de Iguassú (atual Nova Iguaçu) já havia registros de impactos gerados
pelas chuvas explicado, sobretudo, pelas características geomorfológicas da região no qual
se localiza mas, a problemática acentua-se a partir da década de 1950, quando o município,
em expansão urbano-industrial, aumenta sua população e inicia um processo de alteração da
cobertura e uso da terra, optando pela impermeabilização e ainda com um sistema de
escoamento pluvial inadequado devido ao mal dimensionamento das bitolas da manilhas.
De fato, esse processo de refuncionalização da paisagem é um dos fatores que ajuda a
explicar a distribuição temporal destes eventos,
Uma vez que a partir da análise estatística dos dados diários de pluviosidade (entre
1948 a 1980), utilizando o RClimDex, não é possível constatar um aumento da intensidade
das chuvas do município entre 1950 e 1980, a hipótese que se levanta é que a forma como
este território esta organizado e que o complexo de paisagens foi alterado é a responsável
pela ocorrência dos desastres na área de estudo.
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Ano 11 Vol. 17 JUL/DEZ 2015 200
Ano
Pluviosidade (mm)
Data do evento ou da
notícia
Impacto gerado
Local
1935
Total de fevereiro: 467,2
com 161,9 precipitados em
24h
31/01/1935
Rio-Petrópolis alagada e problemas no trânsito.
Rio-Petrópolis
1953
Total de fevereiro: 519,5
com 126,6 precipitados em
24h
20/02/1953
Família morta por deslizamento
-
1953
Total de dezembro: 382,0
06/12/1953
Ruas alagadas
-
1954
Total de janeiro: 132,4
04/01/1954
Prédios comerciais e casas afetadas
Praça do Pacificador
1954
Total de Março: 266,7
12/03/1954
-
Parada Angélica
1955
Total de Dezembro: 501,7
com 184,5 precipitados em
24h
18/12/1955
Rompimento de barreira, devido fortes chuvas,
deixam bairros de Caxias inundados.
Vila Urussaí e Saracuruna
1955
Total de Dezembro: 501,7
com 184,5 precipitados em
24h
20/12/1955
400 famílias desabrigadas
Saracuruna
1956
Total de janeiro: 125,0
01/01/1956
Enchentes em Vila Urussaí, devido
transbordamento do rio Urussaí, causa surto de
febre que matou 2 pessoas e deixou outras
tantas internadas (as águas só baixam em
15/01/1956)
Vila Urussaí
1956
Total de Fevereiro: 276,6
com 147,3 precipitados em
24h.
19/02/1956
Chuvas torrenciais acabam com o carnaval em
Duque de Caxias e retomam inundações em
Vila Urussaí.
Vila Urussaí e município
1956
Total de julho: 38,4
08/07/1956
Ruas alagadas e transtorno para a população
-
1957
Total anual: 2043,9
-
Cheia do rio, devido a fortes chuvas,
desabrigou cerca de 300 famílias.
Proximidades do rio Saracuruna e bairro
Cângulo.
1957
Total de novembro: 314,9
17/11/1957
Ruas alagadas e pessoas desalojadas
Saracuruna
1958
Total de janeiro: 240,1
05/01/1958
Devido às chuvas, a vala transborda e afeta os
moradores
Engenho do Porto
1958
Total de março: 340,8
16/03/1958
Prédios comerciais e casas afetadas. Ruas
alagadas no Centro.
Praça do Pacificador
1958
Total de março: 340,8
30/03/1958
"Caxias, a Veneza Fluminense", problema com
as manilhas pequenas faz município sofrer com
inundações.
Duque de Caxias
1958
Total de abril: 363,9
20/04/1958
Devido a problemas de enchentes prefeitura
decidi dragar o rio Saracuruna
Vila Urussaí
1958
Total de junho: 103,1 com
60,0 precipitados em 24h
22/06/1958
Ruas de Duque de Caxias viraram Mangue
devido à chuva e as obras de engenharia da
BRASMECA.
Praça do Pacificador
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Ano 11 Vol. 17 JUL/DEZ 2015 201
1958
Total de novembro: 355,8
30/11/1958
Inundações afetam prédios comerciais e
residenciais.
Av. Nilo Peçanha
1958
Total de dezembro: 499,7
com 132,2 precipitados em
24h
27/12/1958
Inundação deixa 15 mil desabrigados
Rio Meriti
1958
Total de dezembro: 499,7
com 132,2 precipitados em
24h
28/12/1958
Famílias desabrigadas e momento de dor e
aflição para a população de Duque de Caxias
(em Abril de 1959 escola não tinha reiniciado
atividades devido desabrigados ainda estarem
sem amparo).
Área do Mangue e outras localidades
1959
Total de janeiro: 283,5
04/01/1959
Chuvas fortes deixam famílias desabrigadas
Área do Mangue
1959
Total de novembro: 384,1
com 142,0 precipitados em
24h
12/11/1959
"Tromba d'água" inunda Baixada. Em Duque de
Caxias 200 famílias desabrigadas e prejuízos
materiais incalculáveis
Distrito de Imabariê, Saracuruna, Bomgaba,
Primavera, Campos Elíseos, Santa Lucia e
Parada Angélica
1960
Total de janeiro: 385,2
17/01/1960
"Água encheu Caxias", chuva deixa moradores
com água pela cintura.
-
1960
Total de março: 340,9
05/03/1960
"Dilúvio" acaba com carnaval em Duque de
Caxias. Ruas ficam cobertas de lama.
-
1960
Total de março: 340,9 com
69,7 precipitados em 24h.
17/03/1960
1000 pessoas afetadas
Núcleo São José
1967
Total de janeiro: 293,8
com 106,3 precipitados em
24h
25/01/1967
Ruas obstruídas, 1 casa desabou
Centenário e Xerém
1971
Total de março: 231,7 com
93,0 precipitados em 24h
08/03/1971
15 mil desabrigados e 85 mortos na Baixada
Fluminense
-
1971
Total de dezembro: 249,7
com 80,4 precipitados em
24h
28/12/1971
Chuva inunda ruas e deixa famílias
desabrigadas
Favela do Mangue
1981
Total de novembro: 475,0
com 165,8 precipitados em
24h
25/12/1981
Deslizamento com 20 mortos
Estada Rio-Teresópolis
1982
Total de janeiro: 414,2
07/01/1982
Mais de 120 desabrigados
Favelas do Shopping Center e Vila Ideal
1988
-
01/02/1988
Enchentes com 277 mortos e muitos
desabrigados
Petrópolis e Baixada Fluminense
1988
-
10/02/1988
9.200 pessoas sem casa e 120.000 atingidos
pelas chuvas
Parque Paulista, Anhangá, Taquara, Parada
Morabi, Sto Antonio da Serra, Barreiro,
Nova Campinas, Sta Cruz da Serra, Vila
Fraternidade, Vila Rosário.
1988
-
21/02/1988
2.014 pessoas desabrigadas
1989
-
28/08/1989
1000 moradores afetados (300 casas)
Bar dos Cavalheiros
1990
Total de abril: 265,0 com
154,00 em 24h
20/04/1990
Bairros alagados, com a força da água trechos
do muro do cemitério tanque do anil foram
destruídos e túmulos abertos.
Rio Sarapuí
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1990
Total de abril: 265,0 com
154,00 em 24h
21/04/1990
Enchentes deixam 400 famílias desabrigadas
Bairros Pilar e Amapá, Vila São Luis,
Itatiaia, Copacabana, Parque Beira-Mar, Vila
São José, Jardim Primavera, Campos
Elíseos, Gramacho, Pantanal e Imbariê.
1991
-
20/01/1991
200 desabrigados por chuvas
Rodovia Rio-Teresópolis, bairro Imbariê.
1991
-
19/02/1991
Ruas e praças inundadas e o trânsito
tumultuado
-
1992
Total de janeiro: 420,0
com 132,0 em 24h.
20/01/1992
Chuva deixa 3 mortos, 43 desabrigados e 200
desalojados
Estada da Saudade
1996
-
09/01/1996
Desabamento provoca trânsito intenso.
Rodovia Washington Luiz - bairro Vila São
Luiz
1996
-
02/03/1996
20 minutos de chuva alagaram diversas ruas e
deixaram moradores apavorados. No centro de
Caxias e na Av. Expedicionário Aquino de
Araújo a água, a mais de meio metro de altura,
invadiu casa e comércios.
Bairros Centro e Vila São Luiz
1996
-
03/11/1996
Pontos de alagamento e enchentes no
município
Rodovia Washington Luiz
1996
-
23/11/1996
Mulher morre soterrada e ruas alagadas no
município
Bairro Parque Fluminense
1997
-
18/12/1997
200 famílias desabrigadas em função das fortes
chuvas e ruas alagaram
Zona Industrial do Município
1998
-
10/01/1998
Vários pontos de alagamento e 1 pessoa morta
por soterramento
-
1998
-
13/02/1998
Deslizamento de terra nas pistas de subida da
rodovia Rio-Petrópolis prejudicando o transito e
pontos de alagamento na Br116, prejudicando o
acesso ao bairro de Imbariê.
Rodovia Rio-Petrópolis (altura de Xerém) e
BR116 (altura de Imabariê)
1999
-
24/12/1999
Chuva deixa Duque de Caxias sem luz
Duque de Caxias
2001
250,0 em 24h
24/12/2001
Enchentes e deslizamentos deixam 184
desabrigados e 06 mortos
42 bairros do município afetados
2002
-
02/02/2002
Enchentes deixam 250 desalojados e 08 mortos
Olavo Bilac, Imbariê, Saracuruna, Capivari e
Xerém
2003
Total de janeiro: 320,3
com 55,9 precipitados em
24h
28/01/2003
Enchentes provocam 34 desabamentos e
deixam 597 desabrigados
-
2003
-
07/02/2003
Inundação deixa 7 residências interditadas
Rio Capivari
2003
Total de novembro: 226,9
com 83,3 precipitados em
24h
29/11/2003
Enchentes e deslizamentos deixam 2000
desabrigados, 183 feridos, 209 enfermos e 02
mortos.
-
2004
Total de janeiro: 192,4
com 61,0 precipitados em
24h
16/01/2004
Enchentes e deslizamentos deixam 134
desalojados e 03 mortos
-
2005
-
05/02/2005
Enchentes e deslizamentos provocam queda da
cobertura da rodoviária de Xerém e deixam 81
Xerém
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desalojados
2006
Total anual: 1203,5
Enchentes, deslizamentos e vendaval deixam
800 pessoas desalojadas e desabrigadas.
1º distrito
2006
160,7 em 24h
18/04/2006
846 afetados
-
2007
Total anual 1135,7
Deslizamentos e alagamentos sem feridos (24
ocorrências no ano)
-
2008
Total anual: 2023,8
Deslizamentos e alagamentos sem feridos (14
ocorrências no ano)
-
2009
Total de dezembro: 452,6
com 154,8 precipitados em
24h
30/12/2009
5540 afetados por enchentes e deslizamentos
-
2009
Total de novembro: 367,4
com 74,8 precipitados em
24h
11/11/2009
1517 afetados por enchentes e deslizamentos
Pq. Centenário, Jd. Gramacho, Pq.
Fluminense, Campos Elíseos, Bom Retiro,
Pq. Alvorada, Jd. Primavera, Pq Boa
Esperança, Pilar, Lote XV, Pantanal, Pq
Muiza, Pq. Império, Pq Marilândia, São
Bento, São Judas Tadeu, Saracuruna, Nova
Campinas, Jd. Imbariê, Amapá, Cidade dos
Meninos, Capivari.
2010
150,0 em 24h
05/01/2010
Chuvas afetam novamente Duque de Caxias
com 1800 pessoas desalojadas e 1 criança
morta
-
2010
275,0 em 12h
06/04/2010
Mais de 98 mortos na região metropolitana
-
2010
275,0 em 12h
06/04/2010
5328 afetados
-
2012
120,6 em 24h
10/04/2012
Ruas alagadas
Centro e Jardim 25 de Agosto.
2013
Total de janeiro: 590,2
02/01/2013
150 pessoas desalojadas e 3 mortos
Xerém
2013
Total de janeiro: 590,2
04/01/2013
1000 pessoas desalojadas e 250 pessoas
desabrigadas, 1 morte e 1 pessoa desaparecida
Xerém
2013
165,0 em 24h
18/03/2013
208 desalojados, 250 moradias afetadas, 14588
pessoas afetadas por enchentes e
deslizamentos.
Terceiro distrito
2013
92,0 em 6h
29/11/2013
Chuva volta a afetar a população, deixando
desabrigados e ruas alagadas.
-
2013
120 mm em 24h
11/12/2013
313 afetados por enchentes e deslizamentos
Bairros Centro, Pilar e Gramacho.
Anexo 01: Sistematização dos eventos desastrosos de origem atmosférica, ocorridos em Duque de Caxias, entre 1935 e 2013. Fonte de dados:
Jornal Folha da Cidade (acervo do Instituto Histórico de Duque de Caxias); Jornal do Brasil (acervo da Biblioteca Nacional) e Defesa Civil do
município. Organizado pelo autor.
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ISSN: 1980-055x (Impressa) 2237-8642 (Eletrônica)
Ano 11 Vol. 17 JUL/DEZ 2015 204
AGRADECIMENTOS
O autor agradece as contrições de Ana Maria Brandão, Paulo Pereira de Gusmão e Lucí Hidalgo
Nunes para este estudo, bem como o financiamento da Fundação Coordenação de Projetos,
Pesquisas e Estudos Tecnológicos.
5. REFERÊNCIAS
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Ano 11 Vol. 17 JUL/DEZ 2015 205
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Texto submetido à RBClima na data de 03/04/2015
... O município de Duque de Caxias (Figura1) foi escolhido como área de estudo por ser o principal município da periferia da região metropolitana fluminense. Além disso, levantamento realizado anteriormente demonstra que, pelo menos desde 1935, o município sofre com os impactos da pluviosidade (Oscar Jr., 2015). Ao todo, foram 70 matérias jornalísticas entre 1935 e 2010, só no jornal local, sobre os impactos da chuva no município, verificados com chuvas a partir de 60 mm/h. ...
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Nos trópicos úmidos, a pluviosidade é o principal deflagrador de desastres, repercutindo em perdas econômicas, de infraestrutura e de vidas humanas. Face a isso, para o presente artigo, mapeou-se a suscetibilidade do território de Duque de Caxias ao impacto das chuvas. A metodologia baseou-se no cálculo de um indicador quantitativo referente a fatores de predisposição a desastres, agregando também fatores antrópicos. Dessa metodologia surge o índice de suscetibilidade a chuva do sistema territorial (ISST), que permitiu: (i) hierarquizar esse território de acordo com o grau de suscetibilidade ao impacto das chuvas e (ii) demonstrar a incoerência do macrozoneamento urbano. Observou-se que mais de 40% do território de Duque de Caxias apresenta um grau de suscetibilidade forte ou muito forte a chuva e que o Plano Diretor orienta a ocupação desses espaços, refletindo-se na exposição e vulnerabilidade da população local.
... Tropical climate areas, such as the SRJ, register higher temperatures but also less regularity in annual rainfall. However, this variation of rainfall in the SRJ has not been thoroughly characterized by means of satellite data; although studies such as Obregón and Marengo (2007), Montebeller et al. (2007), André et al. (2008), Moura et al. (2013), Silva and Dereczynski (2014), Oscar-Júnior (2015), Brito et al. (2016), de Gois (2017), Farias et al. (2017), Lyra et al. (2018), Oliveira-Júnior et al. (2018), Sobral et al. (2018a) and Sobral et al. (2019) have contributed to the better comprehension of local rainfall behavior and trends within the state, mainly using ground-based meteorological stations. ...
... O município de Duque de Caxias (Figura1) foi escolhido como área de estudo por ser o principal município da periferia da região metropolitana fluminense. Além disso, levantamento realizado anteriormente demonstra que, pelo menos desde 1935, o município sofre com os impactos da pluviosidade (Oscar Jr., 2015). Ao todo, foram 70 matérias jornalísticas entre 1935 e 2010, só no jornal local, sobre os impactos da chuva no município, verificados com chuvas a partir de 60 mm/h. ...
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Nos trópicos úmidos, a pluviosidade é o principal deflagrador de desastres, repercutindo em perdas econômicas, de infraestrutura e de vidas humanas. Face a isso, para o presente artigo, mapeou-se a suscetibilidade do território de Duque de Caxias ao impacto das chuvas. A metodologia baseou-se no cálculo de um indicador quantitativo referente a fatores de predisposição a desastres, agregando também fatores antrópicos. Dessa metodologia surge o índice de suscetibilidade a chuva do sistema territorial (ISST), que permitiu: (i) hierarquizar esse território de acordo com o grau de suscetibilidade ao impacto das chuvas e (ii) demonstrar a incoerência do macrozoneamento urbano. Observou-se que mais de 40% do território de Duque de Caxias apresenta um grau de suscetibilidade forte ou muito forte a chuva e que o Plano Diretor orienta a ocupação desses espaços, refletindo-se na exposição e vulnerabilidade da população local.
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O presente texto aborda os rios de Duque de Caxias-RJ. Ele traz um histórico das intervenções realizadas nos rios do município, articuladas ao histórico da ocupação do território, revelando as visões e os conceitos nos quais elas foram baseadas. Ao longo da história, muitas vezes os rios representaram uma ameaça à vida urbana, sendo causas de inundações; eram elementos naturais a serem controlados e modificados. Recentemente surgem novas visões que incorporam, juntamente com a prevenção de inundações, a necessidade de recuperação ambiental desses rios. Avançando nessa perspectiva, o trabalho traz uma proposta de requalificação de um dos rios do município, o Roncador, e os impasses no desenvolvimento desse projeto, que incorpora as potencialidades paisagísticas e ecológicas desse rio.
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O presente texto aborda os rios de Duque de Caxias-RJ. Ele traz um histórico das intervenções realizadas nos rios do município, articuladas ao histórico da ocupação do território, revelando as visões e os conceitos nos quais elas foram baseadas. Ao longo da história, muitas vezes os rios representaram uma ameaça à vida urbana, sendo causas de inundações; eram elementos naturais a serem controlados e modificados. Recentemente surgem novas visões que incorporam, juntamente com a prevenção de inundações, a necessidade de recuperação ambiental desses rios. Avançando nessa perspectiva, o trabalho traz uma proposta de requalificação de um dos rios do município, o Roncador, e os impasses no desenvolvimento desse projeto, que incorpora as potencialidades paisagísticas e ecológicas desse rio.
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The waters of the Paraíba do Sul River supply around 15 million people, most of whom live in metropolitan regions of the state of Rio de Janeiro. Climate change alters its precipitation regime and can cause an increase in the occurrence of extreme hydrological events. Furthermore, the variability of precipitation can result from the combined effects of the surface conditions of the oceans and the variations in the dynamics of atmospheric systems. This work aims to detect possible changes in the climatic extremes of precipitation in the Paraíba do Sul hydrographic basin and to investigate evidences of correlation of these indices with the oceanic oscillations associated with the El Niño-Southern Oscillation (ENSO), Pacific Decadal Oscillation (PDO) and Atlantic Multidecadal Oscillation (AMO). Results indicate that the northeast sector of the basin present trends of increase in the total annual precipitation, in the number of very humid days and in the occurrence of extreme events, in a space of time up to five days. The southwest sector, on the other hand, show decreasing trends in total annual precipitation, in the number of very humid days, but with an increase trend in the maximum amount of rainfall on five consecutive days. The central sector has characteristics of a transition zone. The correlation analyzes show that oceanic oscillation indices have a non-significant correlation with most annual extreme precipitation indices, except for La Niña (El Niño), that can increase (decrease) the number of consecutive dry days in the region. Besides, for austral autumn, La Niña (El Niño) can decrease (increase) the precipitation in the basin, and in austral winter, hot (cold) phase of AMO can decrease (increase) the precipitation. For austral spring, two teleconnections were found: hot (cold) phase of PDO can increase (decrease) the precipitation in the southwest region of the basin, and during El Niño (La Niña) years, negative (positive) precipitation anomalies tend to occur in the northeast sector of the basin, while positive (negative) anomalies appear in its southwest region. The wavelet spectrum of precipitation anomaly indicates significant values with low power that could be correlated with ENSO, corroborating the results of seasonal correlations.
Preprint
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The waters of the Paraíba do Sul River supply around 15 million people, most of whom live in metropolitan regions of the state of Rio de Janeiro. Climate change alters its precipitation regime and can cause an increase in the occurrence of extreme hydrological events. The variability of precipitation results from the combined effects of the surface conditions of the oceans and the variations in the dynamics of atmospheric systems. This work aims to detect possible changes in the climatic extremes of precipitation in the Paraíba do Sul hydrographic basin and to investigate evidences of correlation of these indices with the oceanic oscillations associated with the El Niño-Southern Oscillation, Pacific Decadal Oscillation, North Atlantic Oscillation and Atlantic Multidecadal Oscillation. Results indicate that the eastern and northeastern sectors of the basin present trends of increase in the total annual precipitation, in the number of very humid days and in the occurrence of extreme events, in a space of time up to five days. The west and southwest sectors, on the other hand, show decreasing trends in total annual precipitation, in the number of very humid days, but with an increase trend in the maximum amount of rainfall on five consecutive days. The central sector has characteristics of a transition zone. The correlation analyzes show that the majority of the oceanic oscillation indices have a very weak correlation with the extreme precipitation indices, while the wavelet transform does not indicate significant power at the low frequencies.
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Este artigo discute o clima como fenomeno geografico e seu papel na organizacao do espaco, a partir de uma abordagem dinâmica e sistemica. Apoiando- se na fundamentacao teorica legada por Max Sorre, apontam-se questoes metodologicas e problemas de escala para o estudo do clima tanto em areas urbanas quanto no meio rural. Analisando-se o estado da arte e o estagio atual do conhecimento climatologico no Brasil, propoe-se procedimentos teoricos focalizando uma abordagem geografica do clima.
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Human development has led humankind to idealise the elements of its own habitat and environment and the possibilities of interaction between them. In spite of confused perceptions about the notion of vulnerability, this expression has helped clarify the concepts of risk and disaster. For a long time, these two concepts were associated with a single cause: an inevitable and uncontrollable physical phenomenon However, the conceptual framework of vulnerability was borne out of human experience under situations in which it was often very difficult to differentia te normal day-to-day life from disaster. Vulnerability may be defined as an internal risk factor of the subject or system that is exposed to a hazard and corresponds to its intrinsic predisposition to be affected, or to be susceptible to damage. In other words, vulnerability represents the physical, economic, political or social susceptibility or predispositio n of a community to damage in the case a destabilizing phenomenon of natural or anthropogenic origin. A series of extreme, and often permanent, conditions exist that make livelihood activities extremely fragile for certain social groups. The existence of these conditions depends on the level of development attained, as well as the success of development planning. In this context, development has begun to be understood as a process that involves harmony between humankind and the environment, and vulnerability in social groups could thus be understood as the reduced capacity to 'adapt to', or adjust to, a determined set of environmental circumstances.
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A weeklong workshop in Brazil in August 2004 provided the opportunity for 28 scientists from southern South America to examine daily rainfall observations to determine changes in both total and extreme rainfall. Twelve annual indices of daily rainfall were calculated over the period 1960 to 2000, examining changes to both the entire distribution as well as the extremes. Maps of trends in the 12 rainfall indices showed large regions of coherent change, with many stations showing statistically significant changes in some of the indices. The pattern of trends for the extremes was generally the same as that for total annual rainfall, with a change to wetter conditions in Ecuador and northern Peru and the region of southern Brazil, Paraguay, Uruguay, and northern and central Argentina. A decrease was observed in southern Peru and southern Chile, with the latter showing significant decreases in many indices. A canonical correlation analysis between each of the indices and sea surface temperatures (SSTs) revealed two large-scale patterns that have contributed to the observed trends in the rainfall indices. A coupled pattern with ENSO-like SST loadings and rainfall loadings showing similarities with the pattern of the observed trend reveals that the change to a generally more negative Southern Oscillation index (SOI) has had an important effect on regional rainfall trends. A significant decrease in many of the rainfall indices at several stations in southern Chile and Argentina can be explained by a canonical pattern reflecting a weakening of the continental trough leading to a southward shift in storm tracks. This latter signal is a change that has been seen at similar latitudes in other parts of the Southern Hemisphere. A similar analysis was carried out for eastern Brazil using gridded indices calculated from 354 stations from the Global Historical Climatology Network (GHCN) database. The observed trend toward wetter conditions in the southwest and drier conditions in the northeast could again be explained by changes in ENSO.
Article
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Better communication both within the field of urban climate and between urban climate and cognate fields is necessary to both bind the subject internally and to more effectively move it into interdisciplinary interaction. A brief statement of the wide diversity of the field and its several modes of study and application leads to the view that it would be beneficial to consider adopting aids to increase dialogue. This includes standardization of symbols, terminology and indices, classification of phenomena, a protocol to generalize site description, adoption of principles of experimental design and the use of dimensional analysis and normalization to aid the transferability of results. The focus of this paper is how to facilitate scientific interaction between participants within the field of urban climate, including both those who study its mechanisms and effects and those who apply such knowledge to the improvement of human settlements. As a by-product it may also assist communication between urban climatologists and workers in cognate fields as well as those we wish to entrain in the fields of policy development and environmental management. Section 1 explains the nature of the urban climate field and its practitioners, especially the diversity of scholarly disciplines, the range of topics studied and the motivations for doing so. Section 2 describes the sequence of investigative modes associated with achieving coherent understanding and intelligent application of urban climate. Section 3 attempts to outline some essential elements which might promote discourse between these modes such as the use of a common set of symbols and terminology and ways of expressing results so as to standardize variables and thereby assist comparison and transferability of results.
Chapter
Physical geography is concerned with the natural environment, and includes study of the solid and fluid constituents of that environment together with the life forms that exist within those constituents. The core of enquiry into the natural environment is the question ‘How does it work?’ and this immediately throws the attention on the investigation of processes (here considered to be changes in time and movements of things, such as heat and water). Understanding of the atmosphere has emerged gradually over the past three centuries through observation and the derivation of theory. From the rudimentary beginnings of the mid seventeenth century we now observe the global atmosphere from about 7000 surface stations, about 700 upper air stations, polar orbiting and geostationary satellites and, at smaller scales and for more particular purposes, we use radar, lidar, sodar, instrumented towers, and constant level balloons among other techniques. Theoretical study of the atmosphere also has its origins in the mid seventeenth century but took on a distinctive meteorological flavour only in the mid to late nineteenth century. The major developments have occurred in this century.
Article
Station level hourly precipitation data from 1980 to 2002 spread across the Indian subcontinent were analysed for trends in extreme hourly precipitation events. The analyses were conducted for the main seasons of winter, dry-summer, and wet-summer monsoon seasons, respectively. The results of the study indicated rising trends in extreme heavy precipitation events, mostly in the high-elevation regions of the northwestern Himalaya as well as along the foothills of the Himalaya extending south into the Indo-Gangetic basin. In general, the lowest positive trends to slightly neutral to negative trends in extreme precipitation events were observed during the winter season, while stronger positive trends were found for both dry-summer and wet-summer monsoon seasons. Along the west coast, the southern part experienced a declining trend, whereas the northern section of the coast experienced an increasing trend of extreme precipitation events. Most of Deccan Plateau extending towards south central coastal regions of the subcontinent also experienced a positive trend in the occurrence of extreme heavy precipitation events. Furthermore, the trends affecting large, million-plus-population urban agglomerations were examined separately, and these trends were found to be pre-dominantly positive during dry-summer and wet-summer monsoon seasons, but showed neutral to negative trends during the winter season. Copyright © 2008 Royal Meteorological Society
Clima urbano e Enchentes na Cidade do Rio de Janeiro
  • A M P Brandão
BRANDÃO, A. M. P. M. Clima urbano e Enchentes na Cidade do Rio de Janeiro. In: Impactos Ambientais Urbanos no Brasil. Antônio José Teixeira Guerra e Sandra Baptista da Cunha (organizadores). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 5ªed. Cap.2. p.47-109. 2006.