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Noções teóricas complementares à questão climática atual:
discutindo hierarquia, escala e variabilidade.
Geograas
Noções teóricas complementares à
questão climática atual:
discutindo hierarquia, escala e
variabilidade.
Resumo
Hodiernamente as mudanças climáticas é uma das
temáticas mais presentes nos debates e encontros
cientícos, tanto pela importância do tema para o
desenvolvimento da sociedade, quanto pelas incertezas
associadas aos argumentos-chave da hipótese.
Vislumbrando a necessidade de continuidade critica
na análise da temática é que este artigo versa a respeito
desse tema tão polêmico, trazendo para o horizonte
de discussão, conceitos muito bem desenvolvidos no
campo dos Sistemas Ambientais (Hierarquia, Escala
e Variabilidade), enriquecendo, portanto a discussão
e trazendo-a esta para o campo geográfico e da
geoecologia.
Antonio Carlos
Abstract:
Nowadays the “climatic changes” is the theme more present
in scientic meetings and discussions, both by it importance
to the society development, as by the uncertainties associated
to the key-arguments of hypothesis. Comprising the necessity
of critical view to analyze the thematic, this paper discuss
about a polemic theme, bringing for the debate, concepts well
established at knowledge eld of Environmental Systems
(Hierarchy, Scale and Variability), enriching the discussion
and bringing it to the geographic and geoecological eld.
Palavras-chave: geossistemas; aquecimento; distúr-
bio; CO2.thony.oscar
Key words: geosystem; warming; disturbances; CO2.
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Antonio Carlos
Geograas
Introdução
A partir de 1970, após um período de resfriamento, surge a hipótese de que a temperatura média
global da superfície estaria aumentando em função da interferência antrópica. Fundamenta-se
essa hipótese em três pilares centrais: a série global de dados da temperatura do ar na superfície
observada nos últimos 150 anos, o aumento observado na concentração de gás carbônico a partir
do inicio do século XIX e os resultados obtidos com modelos numéricos de simulação do clima
que indicam uma elevação na ordem de 3º C a 6º C da temperatura média da troposfera para os
próximos 100 anos.
Porém, muitas incertezas e criticas estão associadas a essa hipótese. Segundo seus defensores
evidências não faltam, além do degelo em ambos os hemisférios também há a signicativa elevação
do nível do mar, excepcionalidades pluviométricas e barométricas, intensicação dos processos
de deserticação, entre outros. Mas para a vertente considerada cética, essas são provas frágeis
e refutáveis, sobretudo, pela má qualidade das estações e dados climáticos a nível mundial e pela
ainda ineciência dos modelos numéricos de previsão climática.
Além disso, somam-se aos seus argumentos, estudos como do Professor Giorgio Giacaglia,
que em uma pesquisa dos anos 1970, indicou a probabilidade de o globo estar caminhando para
uma nova idade do gelo em decorrência de alterações nas atividades solares (Giacaglia, 1974). As
grandes incertezas constantes nos relatórios do IPCC creditadas a alta variabilidade natural do
clima, principalmente em nível regional, endossa ainda mais esse ceticismo.
Contudo, os estudos a nível local já constatam a eciência antrópica na produção de alterações
climáticas, decorrente, sobretudo das alterações nos balanços energéticos entre o sistema superfície-
atmosfera, lideradas pelas mudanças de uso do solo e as alterações químicas na baixa atmosfera
proporcionadas pelo input e acumulo de gases inerentes das atividades humanas. Mesmo assim,
aqueles céticos à temática, apesar de reconhecer essa capacidade, alegam que frente ao sistema
climático planetário essas alterações assumem insignicância.
Deixando o sensacionalismo e catastrosmo de lado, atenção deve ser dada para o fato de que
os desastres naturais têm se tornado, de fato, cada vez mais frequentes e intensos. Como resul-
tado disso, catalogam-se numerosas e recorrentes perdas econômicas e humanas (BLAIKIE et
al, 1994; DILLEY et al, 2005), característica que corrobora as previsões feitas pela ONU desde
1990 quanto aos impactos provocados pelas mudanças do clima.
Para Marengo (2010), como resultado das mudanças climáticas, a frequência dos eventos
extremos aumentou, tanto em termos de quantidade quanto de intensidade, tornando não só
o homem como o espaço geográfico despreparado para os fenômenos atmosféricos. N o
caso brasileiro, muito nos interessa as previsões para o campo pluviométrico, uma vez que seus
impactos são os mais signicativos e parecem estar longe de deixar o protagonismo dos danos
ao espaço e à população.
Segundo previsões do IPCC/ONU (2007), estima-se uma tendência de aumento da precipitação
horária e sua frequência em várias porções do planeta, sobretudo nas áreas mais úmidas, mesmo
em um quadro de poucas décadas (SEN ROY, 2009). Essa previsão torna-se alarmante quando
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Noções teóricas complementares à questão climática atual:
discutindo hierarquia, escala e variabilidade.
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nos deparamos com o despreparo institucional e da infraestrutura brasileira, e de forma geral das
áreas tropicais, para lidar com esses novos insumos climáticos.
Baseando-se tanto na possibilidade de potencialização dos impactos naturais decorrentes das
possíveis mudanças do clima, quanto nas incertezas cienticas a respeito da temática é que se
devem estimular iniciativas que tragam o tema para uma discussão critica e consubstanciada. No
campo geográco, essa ganha força à medida que devem ser consideradas como agentes potenciais
de remodelagem da paisagem e inuenciadora do ordenamento e gestão territorial.
Desse argumento surge o objetivo principal deste artigo, o qual discutirá as mudanças climáticas
a partir de conceitos muito bem abordados no campo dos Sistemas Ambientais – Hierarquia, Es-
cala e Variabilidade. Oferece-se assim um novo olhar, a partir de uma análise teórico-concentual,
a respeito dessa temática ainda tão contraditória no universo cientíco, servindo também para
rearmar a importância e contribuição da Geograa para a temática.
Nesse âmbito, a Teoria Sistêmica é signicativa na medida em que estimulou a necessidade de
se avaliar a organização como um todo e não somente por setores. Para esta proposta, as variá-
veis, sejam externas ou internas, de alguma forma inuenciam o todo e interferem nos processos
existentes na organização. Outro fator também de importância são as trocas (feedback) inerentes a
todo o processo, sendo assim, assume-se que todas as partes de um sistema estão inter-relacionadas
dando suporte para a integridade deste.
Graças à complexidade e originalidade da proposta, tão logo foi aplicada nas ciências ambien-
tais, principalmente na Climatologia e Geomorfologia. Sua aplicação nessas áreas conduziu ao
desenvolvimento de estudos que passaram a considerar a dinâmica, funcionamento e hierarquia,
incorporando não somente o potencial ecológico e a exploração biológica, mas também a ação
antrópica (CHRISTOFOLETTI, 1999).
A partir desses esforços permitiu-se o desenvolvimento de um arcabouço teórico e metodológico
para a análise do ambiente e sua associação com os fatos humanos, bases às quais recorremos
nesse artigo para atingir seu mote principal.
Hierarquia e escala: questões básicas de consistência
Em diversas obras tem-se avaliado que a perspectiva da Teoria Geral dos Sistemas (T.G.S)
veio em resposta ao esgotamento das perspectivas analíticas e não reducionistas baseadas em
princípios mecânicos-causais (ARNOLD; RODRIGUEZ, 1990). Propõem-se então uma evo-
lução de paradigma, centrando-se agora na noção de conjunto orgânico do todo.
Compondo esse conjunto, existem os elementos em inter-relações, ora mais ou menos está-
veis, que constituem a estrutura do sistema. De acordo com Buckley (1970), as interligações
das classes desses elementos constituem a estrutura particular do sistema, permitindo atingir
um ponto de “totalidade” com certo grau de continuidade e limitação.
Nesta nova estrutura conceitual, o problema do fracionamento das partes de um todo sistê-
mico é secundário, anal o que importará são as relações entre elas, que no nal conduzirão
à organização funcional desse todo (MONTEIRO, 1976). Assim, abandona-se a hipótese de
que a soma das partes representa o todo, anal as inter-relações fazem desse todo algo muito
mais complexo.
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Por essa característica dos sistemas, a noção de hierarquia pode ser avaliada como um dos
princípios fundamentais dessa teoria. Essa máxima pode ser constatada na obra de Monteiro
(1976) que a considera como a primeira questão de consistência para sua proposição teórica
do Sistema Clima Urbano.
Koestler (1969) apud Monteiro (1976), em seu trabalho pioneiro a respeito da T. G. S., faz
uma esclarecedora analogia a respeito da noção de hierarquia, comparando-a a uma árvore
viva. Segundo a avaliação desse autor, hierarquicamente, temos um multinivelado, estraticado
e esgalhado padrão de organização.
Assim, os sistemas não devem ser vistos apenas como agregados de partes elementares ree-
tindo-se taxonomicamente através dos estratos, mas sim como subconjuntos em vários níveis
de hierarquia denindo sua organização. Serão, pois, esses níveis que denirão a profundidade
e complexidade do sistema.
Segundo Simon (1962) apud Urban et al (2006) os sistemas hierarquicamente organizados
podem ser decompostos em componentes funcionais discretas operantes em escalas diferentes.
Assim sendo, podem ser organizados em níveis de acordo com sua funcionalidade, denindo
um reticulado interdependente, onde cada nível similar e em interação tornar-se-á um agregado
funcional para o nível superior.
A partir dessa estrutura permitimo-nos pensar na ocorrência de uxos de dois tipos: horizon-
tais e verticais. No primeiro caso, os componentes dos agregados interagem mais frequente e
intensivamente entre eles mesmos do que com os componentes de outros agregados, sendo por
tanto, trocas limitadas a um mesmo nível. Já as do segundo tipo, ocorrem entre os diferentes
níveis, nesse caso, as interações entre componentes de um nível reetem-se no comportamento
das componentes do nível imediatamente superior (URBAN et al, 2006).
Resgatando esse conhecimento e aplicando-o à questão climática atual, vemos que teoricamen-
te, os níveis inferiores, através dos uxos verticais, podem ser capazes de provocar alterações
no comportamento dos níveis superiores e vice-versa. Dessa forma, alterações que ocorrem na
escala do local e/ou regional, poderiam repercutir nos níveis climáticos superiores culminando
em alterações nos padrões climáticos globais.
É consensual que as atividades antrópicas, capitaneadas principalmente pelas alterações nos
padrões de uso do solo, inserindo novos elementos no meio, podem provocar repercussões no
balanço energético local. Podemos citar o exemplo do asfalto, elemento ícone do progresso
e modernidade urbana, que devido seu albedo promove pouca reexão da energia e grande
acúmulo, favorecendo o aquecimento.
Outro fato inerente aos centros urbanos e fortemente vinculado à hipótese do aquecimento
global é reexo direto do modelo econômico vigente, que se baseando no modelo industrial
com matriz energética dependente do carvão mineral e petróleo, intensicou a concentração
de gases na atmosfera, dentre eles o CO2, visto hoje como o grande vilão climático.
Segundos os relatórios do IPCC (2007), a concentração de CO2 na atmosfera começou a
aumentar no nal do século XVIII, quando se iniciou a revolução industrial. Desde então, a
concentração atmosférica desse gás passou de 280 p.p.m (partes por milhão) no ano de 1750
para 389,6 p.p.m em 2010, representando um incremento de aproximadamente 39%, conforme
vericamos no gráco 01.
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Noções teóricas complementares à questão climática atual:
discutindo hierarquia, escala e variabilidade.
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Evolução da Concentração de CO2 na atmosfera terrestre.
Ao nível climático local, essas transformações e novos elementos introduzidos no ambiente
tem favorecido a ocorrência de alterações signicativas na baixa atmosfera. Em 1981, Lands-
berg já tentava quanticar como essas transformações repercutiam no clima local e chegou à
conclusão que o meio urbano caracteriza-se pela maior concentração de poluentes, uma menor
radiação, maior nebulosidade e precipitação pluviométrica, além das maiores temperaturas.
Tomando então o clima como um sistema orgânico e hierarquizado, com intensas trocas
verticais entre os níveis, pressupõe-se que as alterações provocadas no agregado do nível local
provoquem também alterações/perturbações no comportamento à nível regional e consequen-
temente planetário, contudo, decaindo a intensidade conforme se aumenta de nível (SHUGART,
2006).
Dessa leitura, facilmente encontraríamos alguma correlação entre o aumento da concentração
de CO2 na baixa atmosfera, decorrente da intensicação das atividades antrópicas produtoras
desse gás, e suas repercussões no clima global. Estaríamos, portanto a poucos passos de concluir
alguma causalidade antrópica do fenômeno.
Outras informações raticam essa conclusão. Segundo Ayoade (2010), a atmosfera é uma
mistura mecânica de gases, sendo assim, alterações da composição atmosférica, dependendo do
grau, certamente provocarão reexos nos mecanismos de circulação atmosférica e no balanço
da radiação.
As críticas, porém apontam para insignicância da representatividade desse aumento de 39%
de CO2 apontado pelo IPCC, já que frente a dimensão planetária a escala da vida humana limita-
se a parcela ínma da superfície da Terra (FELÍCIO, 2012), introduzindo por tanto a questão
escalar na discussão. Por isso, concordamos, em partes, com este autor que as previsões atuais
são alarmantes, catastrócas e superestimadas.
Mas a inquietação vem da contribuição de Wiens (2006) que advoga pela necessidade cons-
tante de desconança a respeito da estabilidade de um sistema. Sendo assim, não podemos
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Antonio Carlos
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saber ao certo o limiar de equilíbrio ao qual se encontra o sistema climático, mas certamente
também não devemos limitá-lo a uma correlação espúria e direta com a concentração de um
único gás, já que outras variáveis, tais como a as atividades solares, vulcânicas, oceânicas e ans,
inuenciam tanto quanto o clima global.
A partir da sistematização da problemática à luz da Teoria Hierárquica, permitimo-nos a
priori não concluir da total impotência antrópicas em provocar alterações climáticas. Permito-
me entendê-las como oriundas da cumulatividade de distúrbios provocados no comportamento
de níveis inferiores, sendo, porém esses distúrbios mais signicativos nos níveis basais, por isso
a importância do Clima Urbano.
Caso as críticas à teoria das mudanças climáticas por causas antropogênicas limitassem-se
apenas a comulatividade de efeitos ao longo dos níveis climáticos, certamente vislumbraríamos
com essa argumentação certa redução dos impasses. Apontaríamos assim para a possibilidade
de mudanças, só que não tão acentuadas como as divulgadas até o presente momento, visto as
escalas envolvidas na temática.
Conforme aponta Molion (2007) mais de 97% das emissões de gás carbônico são naturais,
provenientes dos oceanos, vegetação e solos, cabendo a sociedade menos de 3%, total que seria
responsável por uma minúscula fração do efeito estufa atual, algo em torno de 0,12%, mostrando
a superestimação das expectativas. Mas para esse autor a hipótese não é superestimada, mas sim
completamente invalida à medida que há uma subversão no papel atribuído ao CO2.
Isso porque esse gás não pode ser considerado um gás antropogênico, e nem tão pouco vilão
causador da intensicação do efeito-estufa. Esse é um gás natural e graças a ele plantas fazem
fotossíntese, produzindo açucares, amidos e bras que mantêm vivos outros seres heterotró-
cos (AYOADE, 2010).
Críticas ferozes são atribuídas também às técnicas utilizadas na obtenção das medições
pretéritas, baseadas nas bolhas de ar das geleiras, que segundo muitos glaciologistas, devido
às intensas reações químicas e difusão de ar que ocorrem nas bolhas, causadas pelas elevadas
pressões que estão submetidas (mais de 300 vezes superiores às da atmosfera), a composição
química e isotópica original do ar sofre intensas transformações.
Portanto, o solucionamento dessa questão não é tão simples quanto parece. Sendo necessários
estudos mais precisos que apontem a real eciência do CO2 como indutor de aquecimento.
Para Ayoade (2010), esse gás faz parte de um conjunto daqueles que absorvem, reetem e di-
fundem tanto a radiação solar como a terrestre, sendo, portanto, inuenciador da balança de
calor do sistema terra-atmosfera e da estrutura térmica da atmosfera, afetadas diretamente pela
quantidade e distribuição daqueles.
Sendo assim, contrariando aqueles céticos, não podemos desconsiderar que alterações na
quantidade de quaisquer gases na atmosfera podem culminar em certas alterações nos mecanismo
de circulação e absorção/distribuição da radiação. Porém, a atenção deve estar concentrada na
escala e intensidade dos distúrbios, já que o Sistema Climático Global, facilmente absorveria
oscilações na ordem de 0,12% de CO2.
Percebe-se então que a compreensão dos níveis componentes do sistema climático e suas
escalas (temporal e espacial) relativas são fundamentais para o reconhecimento das alterações
que podem ser provocadas e seus rebatimentos climatológicos. Alertamos aqui pela não con-
fusão a respeito dos termos escala e nível.
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Noções teóricas complementares à questão climática atual:
discutindo hierarquia, escala e variabilidade.
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Conforme advoga King (2006) quando falamos de níveis, estamos nos referindo aos níveis
de organização de um sistema hierarquicamente organizado, o qual não é denido por suas
dimensões físicas, exceto em alguns casos particulares. Já escala, na leitura desse mesmo autor,
restringe-se a dimensão física espacial e temporal de um objeto ou evento.
Já na Geograa a escala é tratada como uma estratégia de aproximação do real que inclui a
inseparabilidade entre tamanho e fenômeno (CASTRO, 2006). Eis que as ordens de grandezas
relacionadas a essas dimensões tempôro-espaciais, já taxonomicamente classicadas por inú-
meras iniciativas, podem nos oferecer subsídios para compreender os elementos e fenômenos
subjacentes a cada nível de organização. Por mais que não sejam a mesma coisa, destacamos,
contudo a complementaridade entre nível e escala, sendo, portanto esta outra questão de con-
sistência.
Outro indicio que revela a expressiva associação entre clima e unidade espacial está no fato
deste se posicionar no espaço concreto, tridimensional da superfície terrestre através daquilo
que lhe constitui o arcabouço – as formas do terreno. Sendo, portanto obvias as razões pelas
quais as unidades espaciais do clima estão muito ligadas às unidades geomorfológicas (MON-
TEIRO, 1976). Por isso, permitimo-nos, do ponto de vista de um Geógrafo, enquadrar o clima
naquela particularidade mencionada por King (2006), já que sua dimensão espacial implicará
na sua organização.
Sendo assim, tomamos como base a destacável iniciativa do Professor Monteiro (1976), que
se baseando em critérios taxonômicos, expressos no quadro 2 (ordens de grandeza entre as
partes do sistema climático) e os critérios de níveis de organização do SOHO (Self-regulating Open
Hierarchic Order) de Koestler (1967) baseando-se nos hólons 1, propõem uma interessantíssima
classicação hierárquica do clima.
Segundo o Geógrafo brasileiro: “Parece-me que, ao longo de um escalonamento taxonômico,
os níveis que atravessam e constituem a hierarquia de sua organização funcional revestem-se,
eles próprios, de um caráter peculiarmente variável em ordem crescente na organização fun-
cional.” (MONTEIRO, 1976: 115). E concluiu armando que:
“Num primeiro nível (zonal), parece-me que as propriedades agem no sentido de diversicação do todo,
passando, num segundo nível (regional), à organização propriamente dita, capaz de manter os hólons em
missões e desempenhos de maior solidariedade funcional. Num terceiro (local), parece que se produz uma
denição no sentido da especialização.” (Monteiro, 1976: 115. Com complementos nosso)
Assim, teríamos três níveis climáticos prioritários e com funções bem estabelecidas, sendo
eles:
1º: Nível Zonal – Função: diversicação
Os principais fatores que atuam nesse nível de organização climática são: latitude, altitude,
continentalidade e o próprio movimento de rotação da Terra. Torna-se, pois, nesse nível, im-
portante a estruturação do globo em faixas ou grandes zonas climáticas (faixas latitudinais).
Aparecem, no entanto, climas azonais, e esse grau de azonalidade, resultam principalmente da
inuência da altitude, induzindo (por exemplo)
1 Segundo Koestler (1967), são formas
intermediarias de organização que
inuenciam tanto nas propriedades
autônomas quanto naquelas depen-
dentes das partes.
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Categorias taxonômicas da organização geográca do Clima e suas
articulações com o Clima Urbano
Ordens de
Grandeza
Unidades de
Superfície
Escalas
Cartográcas de
tratamento
Espaços
Climáticos
Espaços
Urbanos Estratégias de Abordagem
----Meios de
Observação
Fatores de
Organização
Técnicas de
Análise
II 106 (milhões de
km)
1:45.000.000
1:10.000.000 Zonal -Satélites
Nefanálises
Latitude;
Centros de Ação.
Caracterização
geral
Comparativa
III 104 1:5.000.000
1:2.000.000 Regional -
Cartas sinóticas,
Sondagens, rede
meteorológica
de superfície.
Sistemas
Meteorológicos
Rede
Transectos
IV
10²
(centenas de
metros)
1:1.000.000
1:500.000
Sub-regional
(fácies)
Megalópole,
grandes áreas
metropolitanas.
Fatores
Geográcos
Mapeamento
Sistemático
V10
(centenas de km)
1:250.000
1:100.000 Local Área metropoli-
tana, Metrópole.
Posto Meteo-
rológico; rede
complementar.
Integração
Geoecologica,
Ação Antrópica.
Análise Espacial
IV
10-2 (Centenas
à milhares de
metros)
1:50.000
1:25.000 Mesoclima
Cidades grandes
ou subúrbio de
Metrópole.
Registros Móveis
(episódicos) Urbanismo
VII Dezenas de
metros 1:10.000 Topoclima
Pequena cidade.
Fáceis de
Bairro/ subúrbio
de cidade
Detalhe (Arquitetura) Especiais
VIII Metros 1:2.000 Microclima
Grade
edicação-setor
de habitação
Bateria de Instrumentos Especiais Habitação
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Noções teóricas complementares à questão climática atual:
discutindo hierarquia, escala e variabilidade.
Geograas
o aparecimento dos climas de montanha ou de neves constantes, muitas vezes dentro da própria
zona equatorial.
Do equilíbrio resultante entre a recepção diferencial de calor entre as varias faixas de latitude,
dos deslocamentos dos ventos para Oeste provocados pelo movimento de rotação da Terra e da
distribuição das terras e águas, resultam os Climas zonais.
2º: Nível Regional – Função: organização
À medida que passamos a desdobrar os Climas Zonais em unidades menores, surgem novos
fatores que assumem importância e que passam a interagir com aqueles citados anteriormente. No
nível regional é necessário esclarecer que a grandeza escalar (tamanho ou extensão espacial) varia
bastante, na realidade surgem muitas vezes “Climas intrarregionais” dependendo da combinação
resultante entre os vários fatores.
Como variáveis importantes a serem levadas em conta nos estudos de Clima de caráter regional,
a exposição, forma e orientação do relevo assumem um papel destacado. É também nesse nível que
as variações, ano a ano na localização e frequência dos centros de alta e baixa pressão, organizadas
em células de circulação geral, denem o ritmo de variação anual, sazonal, e mensal dos principais
elementos climáticos. Resultam, pois, da interação entre os uxos tropicais e extratropicais, o maior
ou menor grau de irregularidade climática sobre uma determinada região.
3º: Nível Local – Função: especialização
A inuência das alterações provocadas pelas atividades do homem no clima exige dos estudos
nesse nível, a introdução de novos instrumentos de análise. Para Monteiro (1978) o homem, com
sua ação modicadora, age em grau crescente da escala taxonômica, criando, portanto as menores
unidades e alterando as subsequentes, ao agir sobre as propriedades extensivas do clima.
O estudo do clima local, dicilmente pode ser feito sem se apoiar em outras áreas do conhecimen-
to geográco, tais como: Geomorfologia, Geograa Urbana, Pedologia, Biogeograa, os quais são
inuenciados e inuenciam o clima, promovendo sua especialização. Por outro lado, temos ainda que
considerar as grandezas intermediarias, já que, entre o nível regional e o nível local, existem climas
intrarregionais com subsistemas atmosféricos diferenciadores do clima. Convém, ainda, salientar
que a denição dos tipos de tempo, se faz principalmente no nível da organização climática regional,
que inuenciará diretamente nesse nível e na especialização climática.
Reconhecemos que existem ainda outros níveis abordados na obra de Monteiro (1976), sendo eles
o Meso, Topo e Microclima. Contudo permito-me avalia-los como desdobramentos do clima local,
tendo igual função deste, de especialização, quando comparados ao sistema climático planetário,
sendo, portanto sua omissão neste caso, não signicativa.
Em rápida avaliação dessa organização hierárquica apresentada, os uxos preferencialmente
ocorrem do nível superior (L+1) atingindo consequentemente os níveis inferiores (L e L-1). Essa
perspectiva pode ser explicada pelo uxo principal energético – solar – ocorrer nessa ótica, e, além
disso, os grandes forçantes climáticos localizam-se no nível zonal, sendo por isso, esse nível reco-
nhecidamente o mais importante para a diversicação climática.
Contudo, a emergência do Homem como possível forçante no nível local, pode conforme viemos
discutindo até aqui, redirecionar uxos e alterar o comportamento dos elementos na ordem inversa,
ou seja, dos níveis inferior (L-1) para os superiores (L e L+1). Relembramos, porém, que as forçantes
antropogênicas promovem mais intensas repercussão de distúrbios ao sistema climático local.
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Antonio Carlos
Geograas
Vendo a recente extensão e magnitude do fenômeno urbano, hoje alcançando a escala regional
através das metrópoles e megalópoles, permito-me questionar a respeito da capacidade do homem
de causar distúrbios diretos e cada vez mais intensamente no nível climático regional. Esse destaque
é importante à medida que na compreensão de Monteiro (1976), o nível regional pode ser visto,
como um nível fundamental da organização do sistema climático.
Encontramos também nos argumentos de Pédalaborde (1969), alguma anidade com o nível
regional quando o autor atribui a essa “o máximo de generalidade compatível com o máximo de verdade con-
creta”. Permite-se então, mais uma vez, não condenar aqueles que creem na interferência cada vez
mais ativa do homem no clima planetário.
Assim sendo, em breve avaliação, do ponto de vista teórico, as causas antrópicas das mudanças
climáticas podem ser avaliadas como coerentes e racionais, porém os métodos de aferição, a qualidade
dos dados e os escândalos a respeito da ética de alguns cientistas envolvidos testemunham contra a
legitimidade da hipótese. Mas, talvez a maior fragilidade da hipótese, resida justamente no problema
da escala, visto que os dados e as previsões (catastrócas) mostram-se em diacronia.
Entre variabilidade e mudanças climáticas
Outra questão, também associada à escala, e vista como conceito base da Climatologia, concentra-se
na variabilidade climática, na qual muitos se baseiam para contestar a hipótese em questão. Porém,
na avaliação de Nunes e Lombardo (1995), esse é um objeto ainda sem consenso, já que diversos
autores o abordaram de forma arbitraria. Credita-se isso ao fato de o sistema climático ser de tal
modo complexo em termo de dinâmicas e processos interescalares que as técnicas e o próprio
conhecimento são inecientes e parciais.
Roncato et al (2002) advoga que a variabilidade climática é melhor representa¬da como sendo
a maneira pela qual os parâmetros climáticos variam no interior de um determinado período de
registro. Complementando o conceito, Sant’Anna Neto (1998:122 e 123) salienta que, “a extrema
variabilidade dos fenô¬menos meteorológicos, antes de ser encarada como anormalidade, é a essên-
cia da própria irregularidade natural do clima”, sendo assim “utuações que ocorrem de ano para
ano, condições de tempo severas ou estações mais quentes ou secas do que o usual, por exemplo,
fazem parte da variabilidade climática, sendo apenas menos frequentes” (Nunes, 2009:56). Deste
modo, como avalia Brandão (1987:26) “tão importante quanto a denição dos termos, é a questão
da escala de tempo considerada no estudo da variabilidade climática.”
Hermann Flohn (1977) apud Brandão (1987:26) nos apresenta uma importante distinção entre os
três conceitos de suma importância para a climatologia, e que nesse momento de maior vislumbre
das questões climáticas, acabam pela rotineira utilização sendo vulgarizados. Segundo ele, o termo
mudanças climáticas deve ser restrito a mudanças maiores, enquanto que variação climática deverá
ser empregada no que se refere às mudanças, as quais têm sido observadas usando médias de um
período de trinta anos (normais climatológicas). Já o termo utuações climáticas tem melhor apli-
cação para os desvios de curta duração.
Alguns estudos referem-se à existência de ciclos climáticos, ou seja, padrões cíclicos de concatena-
ção climática que personicam bem a questão da Variabilidade do Clima. Contudo, nesses estudos
atribui-se esse comportamento às forçantes de grande escala dos níveis superiores, tais como as
manchas solares (BRANDÃO, 1987; TALBONY, 1979).
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Noções teóricas complementares à questão climática atual:
discutindo hierarquia, escala e variabilidade.
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Nesta perspectiva o homem enquadrar-se-ia, portanto, na escala das variações e utuações cli-
máticas e intervenções no nível climático local, não sendo, a priori, qualicado para impactar dessa
forma o clima planetário. Seríamos capazes de alterar os atributos climáticos locais, que como já
defendemos pode afetar cumulativamente os níveis superiores, porém os mecanismos genéticos do
clima, concentrados em níveis superiores não podem ser alterados pelas atividades antropogênicas,
sendo a partir daí difícil concordar com a hipótese antropogênica ao nível global.
A questão complica-se quando nos deparamos com a armação de Sant’Anna Neto (op.cit) que
as anomalias fazem parte da variabilidade natural do clima tanto quanto os eventos habituais. En-
tramos aí em uma clara lacuna a ser trabalhada neste campo cientico, o que podemos considerar
como habitual ou anômalo quando trabalhamos com um sistema altamente dinâmico e complexo?
Como equacionar uma equação no qual a relação linear não se aplica, e que os algoritmos devam
considerar padrões de variações inabituais quase imprevisíveis?
Ao longo do conhecimento dos mecanismos atmosféricos e do comportamento do clima alguns
fenômenos outrora apontados como anomalias hoje são lidos como intrinsecamente naturais e
relativos ao comportamento das dinâmicas naturais, entre eles o El Niño e La Niña, que provocam
alterações signicativas em algumas porções do planeta e já em outras, a priori não apresentam
qualquer signicância.
Em estudos desenvolvidos por Oscar Júnior et al (2010) e Monteiro (1998), o primeiro para o
caso do município de Duque de Caxias (RJ) e o outro para o caso de Porto Serra Pilar (Porto), os
autores avaliaram a inexpressividade do fenômeno na variabilidade termo-higrométrica nas áreas
supra citadas. Já outros estudos, correlacionam as disritmias positivamente ao fenômeno, deixando
claro que os controladores climáticos regionais, locais e globais, diante de uma pressão qualquer
têm comportamentos diferenciados e com alto grau de imprevisibilidade.
Aproveitamos a oportunidade para destacar que a variabilidade respeita também os padrões de
hierarquia organizacional do sistema climático, sendo assim, as variações nos níveis inferiores, com
maior dinamismo e volatilidade, é o que repercute diretamente na escala humana, vide os exemplos
das catástrofes hidrometeorológicas ocorridas no Rio de Janeiro, altamente concentradas no tempo
e espaço. Já fenômenos tal qual o El Niño/La Niña, atuante em escala regional e global, afeta de
forma mais irregular e menos intensa o cotidiano social.
Em breve avaliação pode-se dizer que a variabilidade climática, em especial as anomalias inerentes
a esta, característica dos níveis climáticos inferiores afetam mais os sistemas inter-relacionados ao
climático, tal como o complexo de paisagens e o sistema urbano, por exemplo, do que a própria
estrutura do sistema climático, ao passo que a variabilidade climática de padrões regionais e globais
gera uma forçante maior sobre a estrutura de seu próprio sistema (o climático), mas que na escala
de vida das pessoas não tem uma repercussão tão imediata, direta e incisiva.
Nessa linha, Kandel (2002) organizando as idéias associadas às Mudanças do Clima nos dá uma
valorosa contribuição ao armar que a vida das pessoas não mudou por causa do (re) aquecimento,
mas antes em virtude das novas tecnologias de produção industrial, transporte e telecomunicações,
dos progressos nas áreas de saúde pública e da medicina, do desenvolvimento econômico e das
guerras, que ocorrem na escala do cotidiano. Talvez seja a hora então, de ao invés de questionarmo-
nos a respeito de Mudanças físico-químicas stritu-senso da atmosfera, culminando em Mudanças do
Clima, trazer a problemática para o campo socioambiental.
119
Antonio Carlos
Geograas
Defendemos isso, visto que nosso modelo econômico gera forçantes sociais que expõem cada
vez mais a população e o substrato físico às situações vulneráveis, esboçando a partir daí situações
de risco, mesmo a qualquer oscilação natural do clima, vide a proposta de Nunes (2009) da neces-
sidade de reconsiderar o conceito de eventos extremos, já que nossas estruturas têm-se mostrado
frágeis aqueles eventos tradicionalmente considerados habituais. Assumindo essa perspectiva, de
qualquer forma o Homem assume proeminência na temática, sendo ele, portanto importante ator
para compreensão da realidade e dos fenômenos espaciais.
Considerações nais
Assumimos assim que essa temática ainda está longe de ser solucionada cienticamente, isso
porque nossos conhecimentos a respeito da atmosfera e do clima, e consequentemente os modelos
de prognósticos estão bem aquém da complexidade inerente ao sistema climático. Tentamos neste
artigo abordar a questão a luz de alguns conceitos fundamentais da Teoria Geral dos Sistemas que
permitiu-nos algumas conclusões:
1. há uma coerência teórica em pensar na possibilidade antropôgenica de mudanças climáticas,
contudo a escala, representatividade e inconabilidade dos dados mostram que as previsões são
superestimadas e catastrócas, sendo, portanto estes os principais pontos fracos da hipótese;
2. o nível climático local apresentou-se nessa argumentação como o merecedor de atenção,
sendo este o que mais sofre com as ações humanas e igualmente mais faz-se sentir no cotidiano
da sociedade, tornando, nessa escala, incontestável a interferência humana nos parâmetros climáti-
cos;
3. os estudos a respeito dos ciclos climáticos tem demonstrado a estreita relação do nível
climático superior com forçantes além da escala da vida humana, sendo controlados pela ordem
cósmica e dos oceanos, restringindo mais uma vez o fato antrópico à mudanças no nível local;
4. a expressão do fato urbano pode representar alguma interferência no nível climático secun-
dário, o regional, merecendo esse fato atenção já que se a interferência humana conseguir impactar
diretamente esse nível, que tem a funcionalidade de organização climática, possivelmente interferirá
ativamente na produção mudanças climáticas nos níveis superiores;
Essa temática e questões correlatas merecem o apreço da Geograa à medida principalmente que
tomamos a paisagem como um dos conceitos fundamentais deste campo. Para qualica-la assumimos
a contribuição de Bertrand (1968):
“A paisagem não é a simples adição de elementos geográcos disparatados. É, em determinada porção do
espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos
que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável,
em perpétua evolução”.
Portanto, a questão climática atual, trazendo-nos a possibilidade de mudança é signicativa para
pensar esse complexo que é o sistema de paisagem. De acordo com Christofoletti (1999) “o geos-
sistema resultaria na combinação de um potencial ecológico (geomorfologia, clima, hidrologia), uma
exploração biológica (vegetação, solo, fauna) e uma ação antrópica, não apresentando, necessaria-
mente, homogeneidade sionômica, e sim um complexo essencialmente dinâmico”.
120
Noções teóricas complementares à questão climática atual:
discutindo hierarquia, escala e variabilidade.
Geograas
Dessa mutualidade, mudanças (diretas e indiretas) ocorridas ao longo desse complexo repercutem
sobre o suporte biogeofísico e nalmente atingem a sociedade, que depende e modica fortemente
este. Sendo, portanto imperativo o pensar dessa questão para subsidiar o planejamento e ordenamento
do território, com vistas à diminuição dos riscos e vulnerabilidades e aumento das oportunidades.
Dessa forma a Geograa cumpre sua função privilegiada de discutir o espaço e a paisagem e de
fomentar a produção de políticas de organização territorial.
Quando pensamos nos reexos de mudanças já ocorridas nos Climas Globais e Regionais,
com indícios paleontológicos, observamos que elas inuenciaram também nas características da
paisagem. Entre outros exemplos, destacamos o clima do Nordeste brasileiro que na transição
do Pleistoceno/Haloceno para o atual se apresentava mais úmido e relativamente mais frio que o
presente, inuenciando no domínio de uma densa oresta tropical nesta área (Oliveira et al 2005)
to-sionomicamente muito diferente da atual. Aproveitamos esse exemplo para destacar, portanto
a também importância dessa temática para a compreensão do complexo de paisagens e em especial
para a Geoecologia.
Agradecimentos
O autor agradece primeiramente à Profª. Drª. Ana Brandão, por anos de dedicação e orientação
esmerando-se no desenvolvimento de um jovem cientista questionador e inquieto. Também à Profª.
Drª. Ana Luiza Coelho Netto, que alimentou-me durante alguns meses com aportes teóricos que
fundamentaram essa discussão. E nalmente, aos avaliadores, pessoas invisíveis e dedicadas, que con-
tribuíram para a qualidade da contribuição e questionamentos que se pretende passar nesta obra.
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