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Roteiro de Mapeamento participativo para professores

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Abstract

Esta proposta de roteiro objetiva auxiliá-los na condução das atividades relativas ao Mapeamento Participativo, tornando-se mais uma ferramenta pedagógica de desenvolvimento dos trabalhos, assim como de colaboração para melhoria de condições locais. Para a realização do Mapeamento Participativo, haverá etapas de preparação dos alunos, que ocorrerão antes do trabalho de campo. A finalização será por meio de discussões pós-campo e a elaboração dos mapas, a partir dos dados coletados pelos alunos, com auxílio de vocês, professores. Os dados levantados irão compor um mapa com potenciais e problemas identificados na bacia onde a escola está inserida, auxiliando na criação de uma futura rede de monitoramento ambiental. Fique à vontade para ampliar as discussões ou aprofundar as sugestões aqui levantadas. Sua colaboração é muito importante!
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Roteiro de Mapeamento
participativo para professores
Caro Professor,
Esta proposta de roteiro objetiva auxi-
liá-los na condução das atividades relativas
ao Mapeamento Participativo, tornando-se
mais uma ferramenta pedagógica de desen-
volvimento dos trabalhos, assim como de
colaboração para melhoria de condições lo-
cais.
Para a realização do Mapeamento Par-
ticipativo, haverá etapas de preparação dos
alunos, que ocorrerão antes do trabalho de
campo. A finalização será por meio de dis-
cussões pós-campo e a elaboração dos
mapas, a partir dos dados coletados pelos
alunos, com auxílio de vocês, professores.
Os dados levantados irão compor um mapa
com potenciais e problemas identificados
na bacia onde a escola está inserida, auxi-
liando na criação de uma futura rede de mo-
nitoramento ambiental. Fique à vontade
para ampliar as discussões ou aprofundar
as sugestões aqui levantadas. Sua colabo-
ração é muito importante!
I) Aula 1: Noções de território e
localização
Tempo previsto para realização dessa
atividade: aproximadamente 50 minutos.
Objetivo: discutir noções de localiza-
ção por meio do levantamento de pontos
de referência que existem próximos à escola
e onde os alunos residem. Será também tra-
balhada a espacialização desses pontos por
meio de desenhos.
Materiais pedagógicos necessários
(organizados com antecedência): cópias da
Planilha de Pontos de Referência (uma por
grupo); lápis de cor.
Daniela Campolina Vieira; Lussandra Martins Gianasi; Thaís Cristina Pereira da Silva.
PARTE V – PROPOSTA DE AÇÃO
Procedimento
1) Dividir a turma em grupos de quatro
alunos;
2) Questionar aos alunos o que há no
entorno da escola e da casa deles. Discutir
sobre o que é um ponto referencial. Ele
pode apresentar características positivas
como um parque, ou negativas, como a pre-
sença de “bota-fora”. Quais são os pontos
de referência? Deixe os alunos exercitarem
a memória e identificar esses pontos por um
momento, assim como os conceitos que
possuem de pontos positivos e negativos;
3) Entregar uma Planilha de Pontos de
Referência, elaborada pelo Projeto Manuel-
zão, para cada grupo e pedir que preen-
cham;
4) Pedir aos alunos que desenhem no
verso da folha da Planilha de Pontos de Re-
ferencia os pontos que eles identificaram.
5) Recolher o material, porque ele será
utilizado na etapa seguinte.
II) Aulas 2 e 3: Conceitos de bacia
hidrográfica e meio ambiente
Tempo previsto para realização dessa
atividade: aproximadamente duas aulas de
50 minutos cada.
Objetivo: Trabalhar o conceito de bacia
hidrográfica e as temáticas ambientais que
a envolvem (ciclo da água, matas ciliares,
território, ocupação etc.) com intuito de
exercitar o olhar dos alunos para o mapea-
mento.
Materiais necessários (organizados
com antecedência): DVD fornecido durante
o Curso Bacias Hidrográficas como Instru-
mento Pedagógico, equipamento audiovi-
sual, imagens de bacia (duas imagens
impressas em folha A3: morfologia de uma
bacia e usos da bacia), cópias dos Questio-
nários Percepção Ambiental – Comunidade
(três por aluno).
Procedimentos
1) Utilize as imagens impressas da bacia
para explicar o conceito de bacia hidrográ-
fica e os usos e conflitos existentes em seu
território. Estimule os alunos a pensarem na
realidade existente na bacia em que a es-
cola se encontra. Há similaridades com a
imagem apresentada e usos da bacia? O
que há de diferente?
2) Utilize vídeo com o vôo pela bacia
realizado no Google Earth, que está dispo-
nível no DVD fornecido durante o Curso Ba-
cias Hidrográficas como Instrumento
Pedagógico. Ao exibir o vídeo, localize a es-
cola e alguns pontos de referência, como
ruas conhecidas, instituições, áreas verdes,
comércios. Aproveite imagens da topogra-
fia para questionar se os alunos conhecem
nascentes, córregos e rios próximos à es-
cola e/ou de onde moram. Pergunte se
sabem o nome de córregos/rios e onde
estes se localizam.
3) Após a explicação, divida a sala em
grupos de quatro alunos e devolva a folha
utilizada na aula anterior (Planilha de Pon-
tos de Referência preenchida e desenho no
verso). Distribua as imagens (A3), uma para
cada grupo, e peça que eles discutam sobre
como é a bacia na qual a escola se encon-
tra e exercitem se ela é a mesma na qual
moram, para que eles possam analisar. Dis-
cutir semelhanças e diferenças em relação
à imagem de usos. Peça aos alunos que ten-
tem desenhar algo da realidade da bacia no
desenho realizado na aula anterior, de
acordo com o que discutiram. Peça também
para desenharem nascentes, córregos, rios
que sabem ou acham que existem próximos
aos pontos que desenharam anteriormente.
4) Ao final da aula entregue a cada
aluno três Questionários Percepção Am-
biental – Comunidade. Oriente-os para que
os questionários sejam respondidos por
pessoas que residam no território da bacia,
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PARTE V – AÇÃO PRÁTICA
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podendo ser familiares, vizinhos e amigos,
desde que acima de 18 anos. Recolha os
questionários na próxima aula.
III) Preparação do trabalho de
campo
O tempo previsto dependerá da dispo-
nibilidade do professor .
Objetivo: Preparar o trabalho de
campo para o mapeamento participativo a
ser realizado com os alunos em locais pró-
ximos à escola e que preferencialmente
tenha córregos.
Materiais necessários (organizados
com antecedência): roteiro de percurso de-
finido, lanche, cópias das autorizações,
prancheta; crachás dos alunos e máquina
fotográfica.
Procedimentos
1) Pensar em roteiro próximo à escola,
que não necessite de transporte para ser
realizado;
2) Utilizar o Google Earth para definir
um percurso em que haja córregos;
3) Definir um ponto de parada para os
alunos irem ao banheiro e lancharem;
4) Estimar o tempo a ser gasto no per-
curso.
Faça o roteiro do trabalho de campo
antecipadamente, verificando locais que
oferecem risco aos estudantes e dando pre-
ferência àqueles de fácil acesso.
5) A sugestão é que o trabalho de
campo dure no máximo quatro horas, con-
tando com o descolamento até os locais,
parada para lanche e retorno à escola;
6) Elaborar e entregar com antecedên-
cia formulário para que os pais dos alunos
os autorizem a participar do campo. Reco-
menda-se constar na autorização: levar
água, lanche, protetor solar, ir de boné,
calça e sapato fechado, e levar caderno e
lápis para anotações;
7) Reservar máquina fotográfica da es-
cola e pedir aos alunos que tiverem e pude-
rem levar as suas, que o façam, mas
deixando claro que a escola não se respon-
sabilizará por esses materiais.
IV) Trabalho de campo:
mapeamento
Tempo previsto para a atividade: no má-
ximo quatro horas contando com o deslo-
camento, a realização da atividade de
mapeamento, a parada para lanche e o re-
torno à escola.
Objetivo: mapear potenciais, proble-
mas e possibilidades para a bacia.
Materiais necessários: autorizações
assinadas pelos pais, máquina fotográfica,
materiais para anotação, água, lanche.
Procedimentos
1) Dividir a turma em três grupos, cada
um por temática a ser observada durante o
campo: problemas, potenciais, possibilida-
des. Essa metodologia de percepção am-
biental, 3P (Potenciais, Problemas e
Possibilidades), foi criada pela equipe do Ma-
nuelzão Comunidade/ Projeto Manuelzão, e
visa uma análise não apenas de pontos posi-
tivos e negativos da bacia, mas também de
possibilidades de melhorias e mudanças lo-
cais. A classificação do que sejam pontos po-
sitivos e negativos pode ser relativa, baseada
na cultura e nos conhecimentos prévios do
aluno. Para tal, o objetivo é que o aluno enu-
mere o que achar positivo e negativo e que
isso seja discutido ao final do campo. Para
haver uma padronização, por questões ava-
liativas e metodológicas, o professor estará
portando uma tabela com exemplos do que
seja ponto positivo, negativo e possibilida-
des. A proposta é que ao final do campo,
após os alunos falarem sobre suas anota-
ções, o professor faça a mediação da discus-
são tendo como referência a planilha:
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Sugere-se que haja um tempo, ao final
do campo, para se discutir o que foi reali-
zado, o que os alunos observaram e suas
percepções sobre a atividade. Caso não
haja tempo hábil deixar para a aula se-
guinte.
V) Atividade Pós-campo
Tempo previsto para realização dessa
atividade: uma aula de aproximadamente 50
minutos.
Objetivo: reler as anotações realizadas
durante o trabalho de campo, discutir sobre
potenciais, problemas e possibilidades ob-
servadas e escolher pontos importantes
para integrar o mapa a ser elaborado por
equipe de geoprocessamento. Definir for-
mas de divulgar os dados para o restante da
escola e para a comunidade.
Materiais necessários: equipamento
audiovisual, planilhas preenchidas no
campo.
Procedimento
1) Um representante de cada grupo (3P)
fará um breve relato do que foi observado;
2) Apresentar em power point os resulta-
dos dos Questionários de Percepção Am-
biental – Comunidade;
3) Discussão sobre a realidade da bacia
e escolha de alguns dos pontos analisados
para integrarem o mapa a ser elaborado;
4) Discussão sobre possibilidades de di-
vulgar os dados para o restante da escola e
para a comunidade (cartilha, painéis, semi-
nários, palestras, blog, facebook etc.).
Ação de mapeamento realizada por alunos da Escola Municipal Hélio Pelegrini em Belo Horizonte. Foto: Acervo Manuelzão.
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Modelos das tabelas utilizadas no mapeamento participativo
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