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Abstract

Report on air quality monitoring in the State of Acre, Brazil, using the PurpleAir sensor network from June to December 2019.
Relatório Executivo
Cruzeiro do Sul Acre Brasil
Abril / 2020
Foto Altino Machado, 2016
Monitoramento da
Qualidade do ar no
Estado do ACRE - 2019
Monitoramento da
Qualidade do ar no
Estado do ACRE - 2019
Relatório Executivo: Monitoramento da Qualidade do ar em 2019
no Estado do Acre
AUTORES
Antonio Willian Flores de Melo1, Sonaira Souza da Silva1, Liana O. Anderson2,
Vângela Maria Lima do Nascimento3, Marcelo Ferreira de Freitas3,
Alejandro Fonseca Duarte1, I. Foster Brown1,4
1. Universidade Federal do Acre; willianflores@ufac.br. 2. Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de
Desastres Naturais. 3. Ministério Público do Estado do Acre. 4. Woods Hole Research Center.
COMO CITAR ESSE TRABALHO
MELO, Antonio Willian Flores; SILVA, Sonaira Souza; ANDERSON, Liana O.; NASCIMENTO,
Vângela Maria Lima; FREITAS, Marcelo Ferreira; DUARTE, Alejandro Fonseca; BROWN, I.
FOSTER. Monitoramento da qualidade do ar em 2019 no Estado do Acre. Cruzeiro do Sul:
UFAC, 2020. 28 p.
Cruzeiro do Sul Acre Brasil
Abril / 2020
Relatório preparado pelos projetos:
Projeto AcreQueimadas Incêndios florestais e queimadas no Estado
do Acre: análise da extensão, nível de degradação e cenários futuros
Financiadores:
Instituições envolvidas:
OBCLIMAC Observatório das Políticas Públicas de Variações
Climáticas do Estado do Acre
Financiador:
Instituições envolvidas:
Tribunal de Justiça, Prefeitura de Assis Brasil, Secretaria de Meio Ambiente de Tarauacá, Batalhão
da Polícia Militar de Capixaba, Instituto Federal do Acre/Campus Tarauacá, Prefeitura de Rodrigues
Alves, Prefeitura de Jordão, Prefeitura de Santa Rosa do Purus, Prefeitura de Porto Acre, Defesa Civil
de Tarauacá, Prefeitura de Xapuri, Prefeitura de Marechal Thaumaturgo, Instituto Federal do
Acre/Sena Madureira, Prefeitura de Santa Rosa do Purus, 8.º Batalhão de Educação, Proteção e
Combate a Incêndios Florestais/Urbanos de Xapuri e IMAC/Núcleo de Representação em
Feijó/Envira.
Projeto Map-Fire Multi-Actor Adaptation Plan to cope with Forests under
Increasing Risk of Extensive fires
Financiador:
Instituições envolvidas:
Autoridades e Profissionais Envolvidos na Aquisição, Instalação e
Manutenção da Rede de Sensores
Ministério Público do Estado do Acre
Dra. Kátia Rejane de Araújo Rodrigues -
Procuradora-Geral de Justiça do Ministério Público
do Estado do Acre
Dr. Celso Jerônimo de Souza - Corregedor-Geral
do Ministério Público do Estado do Acre
Dra. Rita de Cássia Nogueira Lima -
Coordenadora do Centro de Apoio Operacional de
Defesa do Meio Ambiente Patrimônio Histórico e
Cultural e Habitação e Urbanismo - CAOP-
MAPHU
Dr. Álvaro Luiz de Araújo Pereira
Coordenador do Centro de Apoio Operacional das
Promotorias e Procuradorias Criminais, à época
Dr. Rodrigo Curti - Secretário-Geral e Promotor
de Justiça do Ministério Público do Estado do
Acre
Dr. Carlos Augusto da Costa Pescador
(Promotor Substituto) - Promotoria de Justiça
Criminal de Brasiléia
Dr. Fernando Henrique Santos Terra (Promotor
Substituto) - Promotoria de Justiça Cível de
Entrância Final de Sena Madureira
Dr. Getúlio Barbosa de Andrade (Promotor
Titular) - 7.ª Promotoria Criminal com atribuições
Judiciais: 1ª Juizado Especial Criminal
Dr. José Lucivan Nery de Lima (Promotor
Substituto) - Promotoria de Justiça de Xapuri
Dr. Júlio César de Medeiros Silva (Promotor
Substituto) - 1.ª Promotoria de Justiça Criminal de
Entrância Final de Manoel Urbano
Dra. Luana Diniz Lírio Maciel (Promotora
Substituta) - Promotoria de Justiça Cumulativa de
Entrância Inicial de Feijó
Dr. Ocimar da Silva Sales Júnior (Promotor
Substituto) - Promotoria de Justiça Criminal de
Entrância Final de Brasiléia
Dr. Vanderlei Batista Cerqueira (Promotor
Substituto) Promotoria de Justiça Criminal de
Proteção à Mulher e de Execução Penal em
Cruzeiro do Sul
Dr. Alekine Lopes dos Santos - 1ª Promotoria
Especializada de Defesa do Meio Ambiente da
Bacia Hidrográfica do Baixo Acre, com atribuições
em Rio Branco, Senador Guiomard, Plácido de
Castro, Acrelândia, Bujari e Porto Acre
Dra. Bianca Bernardes de Morais - Promotoria
de Justiça de Xapuri e área Cível de Capixaba
Dra. Eliane Misae Kinoshita - Promotoria de
Justiça de Senador Guiomard
Dr. Flávio Bussab Della Libera - Promotoria de
Justiça Cível de Tarauacá
Dr. Iverson Rodrigo Monteiro Bueno -
Promotoria Especializada de Defesa do Meio
Ambiente da Bacia Hidrográfica do Juruá
Dr. Juleandro Martins de Oliveira - Promotoria
de Justiça Cível de Feijó
Dr. Juliana Barbosa Hoff - Promotoria de Justiça
de Sena Madureira
Dr. Rafael Maciel da Silva - Promotoria de Justiça
de Assis Brasil
Dr. Thalles Ferreira Costa - Promotoria de
Justiça de Brasiléia
Dr. Thiago Marques Salomão - Promotoria de
Justiça de Feijó
Vângela Maria Lima do Nascimento - Chefe do
CAOP-MAPHU
Ana Caroline Costa e Silva - Coordenação
Técnica Científica do Núcleo de Apoio Técnico
do Ministério Público do Estado do Acre -
CTC/NAT/MPAC
Edgard de Oliveira Neto - CTC/NAT/MPAC
Jirgleyane Nunes de Oliveira -
CAOP/MAPHU/MPAC
Maria Isabel Vidal de Castro -
CTC/NAT/MPAC
Rejane Maria Alexandre Lucena -
CAOP/MAPHU/MPAC
Agda Menezes Cabral - Promotoria de Xapuri
Agileudo Fernandes da Silva - Promotoria de
Sena Madureira
Alan Gomes Félix - Motorista MPAC/Unidade
Administrativa de Tarauacá
Antonia Gleiciane Bezerra Maciano -
Promotoria de Manoel Urbano
Antonio José Marques Gadelha - Promotoria de
Brasiléia
Brenda de Souza Araújo - CAOP/MAPHU
Carolinne Beiruth Viana - Promotoria de Bujari
Cordolino Mota de Araújo - Promotoria de
Cruzeiro do Sul
Edvaldo Tavares Barbosa - Promotoria de Feijó
Enisson Almeida Queiroz - Promotoria de
Cruzeiro do Sul
Franciane Gomes Machado - Promotoria de
Acrelândia
Igor Marcel de Oliveira Pinheiro - Diretoria de
Tecnologia da Informação
Jacson Camelo Uchôa - Promotoria de Assis
Brasil
José Alberto de Souza - Diretoria de Tecnologia
da Informação
José Cleidivan da Silva Oliveira Motorista
MPAC
Luciana Virgínia Moreira Nepomuceno -
CAOP/MAPHU
Luciano Freire de Carvalho Malaquias -
Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa
do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e
Cultural, Habitação e Urbanismo e Conflitos
Agrários
Marcelo Ferreira de Freitas - CAOP/MAPHU
Paulo Henrique da Silva Souza - 1ª Promotoria
Especializada de Defesa do Meio Ambiente da
Bacia Hidrográfica do Baixo Acre, com atribuições
em Rio Branco, Senador Guiomard, Plácido de
Castro, Acrelândia, Bujari e Porto Acre.
Raquel Hanan de Albuquerque - Promotoria de
Feijó
Roberto Romanholo - Diretoria de Tecnologia da
Informação
Silvio Lima de Andrade - Motorista do
MPAC/Unidade Administrativa de Feijó
Solange da Silva Souza - Promotoria de Tarauacá
Vanessa Araújo Cardoso - Promotoria de
Tarauacá
Vangleilsa Oliveira de Souza - Promotoria de
Feijó
Viviane Assunção de Andrade - Promotoria de
Senador Guiomard
Wagner de Moura Francisco -
CTC/NAT/MPAC
Tribunal de Justiça do Estado do Acre
Dra. Andréa da Silva Brito - Titular da Vara de
Execuções Penais e Medidas Alternativas de Rio
Branco;
Dr. Clóvis de Souza Lodi - Comarca de Brasiléia;
Dr. Fábio Alexandre Costa de Farias - Comarcas
de Manoel Urbano e Sena Madureira;
Dr. Guilherme Aparecido do Nascimento Fraga
- Comarca de Tarauacá;
Dr. José Augusto Cunha Fontes da Silva - Juiz
titular do 1.º Juizado Especial Criminal de Rio
Branco;
Dra. Joelma Ribeiro Nogueira - Comarca de
Epitaciolândia;
Dr. Luis Gustavo Alcade Pinto - Comarca de
Xapuri;
Dr. Marcos Rafael Maciel de Souza - Comarca
de Feijó;
Dr. Marlon Martins Machado - Comarca de
Cruzeiro do Sul.
Universidade Federal do Acre
Dr. Irving Foster Brown - Professor
Dr. Alejandro Antonio Fonseca Duarte -
Professor
Dr. Antonio Willian Flores de Melo - Professor
Ismar Bernardo de Araújo Diretor Presidente
da FUNDAPE
Outras Instituições
Antônio Barbosa de Souza - Prefeito de Assis
Brasil
Benedito Damasceno - Prefeito de Porto Acre
Elson de Lima Farias - Prefeito de Jordão
Francisco de Assis Fernandes da Costa - Prefeito
de Santa Rosa do Purus
Francisco Ubiracy Machado de Vasconcelos -
Prefeito de Xapuri
Isaac da Silva Pyãko - Prefeito de Marechal
Thaumaturgo
Antônio de Jesus Oliveira Rios - Servidor da
Prefeitura de Assis Brasil
Antônio Rosenir Silva Arcênio - Secretário de
Meio Ambiente de Tarauacá
Dário Francisco de Almeida - 1º Tenente
Comandante do batalhão de Capixaba (hoje está
em Plácido de Castro)
Evandro Pacheco Vinter Filho - Técnico em
Tecnologia da informação do IFAC/Campus
Tarauacá
Francisca Joicicleia Alencar Matos - Servidora
da Prefeitura de Rodrigues Alves
Francisco do Nascimento Silva - Assessor do
Prefeito de Jordão
Gilcykelle Chaves de Araújo - Servidora da
Prefeitura de Santa Rosa do Purus
Jair Evaristo- Servidor da Prefeitura de Assis
Brasil
Jony Idagua Pereira - Servidor da Prefeitura de
Porto Acre
Jyensveserpher Assaline Jardim - Coordenador
da Defesa Civil de Tarauacá
Juscelino Soares facundo - Servidor da Prefeitura
de Xapuri
Marcel Rither Henrique Santos de Souza -
Secretário de Finanças de Jordão
Maria Aparecida Santos Cunha - Secretária de
Administração e Obras de Jordão
Maria Celina Ferreira - 3º Sargento PM
Capixaba
Marrocos Sancho Pereira Netto - Servidor do
IFAC/Campus Tarauacá
Moisés Moreira da Silva - Servidor na prefeitura
de Marechal Thaumaturgo
Valéria Rigamonte - IFAC Sena Madureira
Vanderléia De Araújo Texeira - Servidora da
Prefeitura de Assis Brasil
Daiana da S. Sampaio Araújo - Diretora de
Administração do IFAC/Campus Tarauacá
Marcela Sopchaki - 8.º Batalhão de Educação,
Proteção e Combate a Incêndios
Florestais/Urbanos de Xapuri
Mário Correia de Sena - Chefe do
IMAC/Núcleo de Representação em Feijó/Envira
Orlando da Rocha Melo Junior - Professor
Coordenador do Curso Técnico em Administração
do IFAC/Campus Tarauacá
Sérgio Guimarães da Costa Flórido - Diretor-
Geral do IFAC/Campus Tarauacá
1
Sumário
Apresentação ........................................................................................................................................ 2
Estado do Acre ..................................................................................................................................... 4
Acrelândia ............................................................................................................................................ 7
Assis Brasil .......................................................................................................................................... 8
Brasiléia ............................................................................................................................................... 9
Bujari .................................................................................................................................................. 10
Capixaba............................................................................................................................................. 11
Cruzeiro do Sul .................................................................................................................................. 12
Epitaciolândia..................................................................................................................................... 13
Feijó ................................................................................................................................................... 14
Jordão ................................................................................................................................................. 15
Mâncio Lima ...................................................................................................................................... 16
Manoel Urbano .................................................................................................................................. 17
Marechal Thaumaturgo ...................................................................................................................... 18
Plácido de Castro ............................................................................................................................... 19
Porto Acre .......................................................................................................................................... 20
Porto Walter ....................................................................................................................................... 21
Rio Branco ......................................................................................................................................... 22
Rodrigues Alves ................................................................................................................................. 23
Santa Rosa do Purus ........................................................................................................................... 24
Sena Madureira .................................................................................................................................. 25
Senador Guiomard ............................................................................................................................. 26
Tarauacá ............................................................................................................................................. 27
Xapuri................................................................................................................................................. 28
2
Apresentação
Em junho 2019 se tornou operacional a maior rede de monitoramento da qualidade do ar da
Amazônia, baseada em sensores PurpleAir PA-II-SD de baixo custo e conceito inovador da Internet
das Coisas (Internet of Things - IoT) que se conecta a uma rede internacional, com disponibilização
de dados em tempo real e de forma gratuita. Foram instalados 30 sensores, distribuídos nas sedes dos
22 municípios do Estado do Acre[
1
]. Esta ação foi realizada pelo Ministério Público do Estado do
Acre em parceria com a Universidade Federal do Acre, Tribunal de Justiça, Prefeitura de Assis Brasil,
Secretaria de Meio Ambiente de Tarauacá, Batalhão da Polícia Militar de Capixaba, Instituto Federal
do Acre/Campus Tarauacá, Prefeitura de Rodrigues Alves, Prefeitura de Jordão, Prefeitura de Santa
Rosa do Purus, Prefeitura de Porto Acre, Defesa Civil de Tarauacá, Prefeitura de Xapuri, Prefeitura
de Marechal Thaumaturgo, Instituto Federal do Acre/Sena Madureira, Prefeitura de Santa Rosa do
Purus, 8.º Batalhão de Educação, Proteção e Combate a Incêndios Florestais/Urbanos de Xapuri e
IMAC/Núcleo de Representação em Feijó/Envira.
Os sensores de qualidade do ar medem a concentração de material particulado (PM) de tamanho
entre 0,3 e 10 µm em suspensão no ar. Baseado nestes dados, pode-se estimar o índice de qualidade
do ar (AQI) e as concentrações por tamanho de partículas de diâmetro médio de 1, 2,5 e 10 µm
(PM1.0, PM2.5 e PM10) respectivamente, nas unidades de em µg.m-3 e partículas por decilitro
2
. A
cada 80 segundos o sensor registra e transfere os dados, que são disponibilizados em tempo real
(https://www.purpleair.com/map?opt=1/mAQI/a10/cC0#6.57/-9.248/-71.036). A partir destas
informações é possível inferir sobre a qualidade do ar seguindo as recomendações da Organização
Mundial de Saúde (OMS), a qual estabeleceu padrões de limite máximo aceitável de concentração de
material particulado, que pode não comprometer a saúde coletiva. Em particular, para MP2.5 o padrão
é de 25 μgm-3 em média de 24 horas e 10 μg.m-3 em média anual[
3
].
Na Amazônia, a principal da poluição do ar são as queimadas para limpeza de áreas recém
desmatadas ou reforma de pastagens e áreas de agricultura anual[
4
]. Os problemas à saúde humana,
decorrentes das queimadas, podem ser[
5
]: dor e ardência na garganta, tosse seca, cansaço, falta de ar,
dificuldade para respirar, dor de cabeça, rouquidão e lacrimejamento e vermelhidão nos olhos;
agravamento de doenças prévias como rinite, asma, bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica;
[
1
] Acesso em tempo real a qualidade do ar: https://www.purpleair.com/map?opt=1/mAQI/a10/cC4#6.52/-9.512/-70.976
[
2
] https://www2.purpleair.com/pages/technology
[
3
] https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/69477/WHO_SDE_PHE_OEH_06.02_eng.pdf?sequence=1
[
4
] Morello, T., Martino, S., Duarte, A.F., Anderson, L., Davis, K.J., Silva, S., Bateman, I.J..Fire, Tractors, and Health in
the Amazon: A Cost-Benefit Analysis of Fire Policy. Land Econ. 95, 409434, 2019.
[
5
] Silva, A.M.C.; Mattos, I.E.; Freitas, S.R.; Longo, K.M.; Hacon, S.S.. Material particulado (PM2.5) de queima de
biomassa e doenças respiratórias no sul da Amazônia brasileira. Revista Brasileira de Epidemiologia, n. 13, v. 2, p. 337-
51, 2010
3
além do desencadeamento de enfermidades cardiovasculares, insuficiência respiratória e pneumonia.
Em casos de exposição prolongada à poluição do ar, há ainda o risco de câncer. Estudos demonstram
ainda que um aumento de mortalidade na América do Sul devido as queimadas associadas as
práticas de desmatamento na Amazônia, estimado entre 1,0654,714 mortes por ano, posto que o
material particulado viaja na atmosfera, atingindo grandes extensões territoriais
6
.
O entendimento do potencial e importância do monitoramento da qualidade do ar é fundamental
para a realização dos investimentos necessários para a manutenção e expansão desta rede sensores.
Neste contexto, o Projeto Acre Queimadas (CNPq/Prevfogo - Ibama 33/2018, processo:
442650/2018-3), o Observatório das Políticas Públicas de Variações Climáticas do Estado do Acre
(OBCLIMAC) e o Projeto MAPFIRE (IAI -processo: SGP-HW 016), analisaram os dados medidos
pela rede de monitoramento da qualidade do ar do Acre com o objetivo da caracterizar o
comportamento da concentração de material particulado (MP2.5), no estado, entre junho de dezembro
de 2019.
Vale salientar a existência de falhas no monitoramento da qualidade do ar devido à diferentes
causas como falta de sinal de internet, falta de energia elétrica e outras, que em alguns municípios
chega a comprometer a análise dos dados. Não obstante, foram considerados todos os dados coletados
aos fins deste primeiro relatório. Está prevista a expansão da rede de sensores, com isso, futuramente
será possível a realização de análises geoespacias para tratamento de dados faltantes, com o qual o
problema atual será diminuído.
No relatório quantificamos os dias em que a qualidade do ar violou os padrões estabelecidos
pela OMS, em uma quantificação por municípios. Nos próximos meses serão analisados dados de
internações hospitalares a fim de avaliar os impactos que a exposição deste material particulado
causou na população acreana, e será gerado um novo relatório.
[
6
] Reddington CL, Butt EW, Ridley DA, Artaxo P, Morgan WT, Coe H, et al. Air quality and human health
improvements from reductions in deforestation-related fire in Brazil. Nat Geosci 2015;8:76871.
https://doi.org/10.1038/ngeo2535.
4
Estado do Acre
Em 2019, o Acre foi o segundo estado na Amazônia com maior aumento do desmatamento
em comparação ao ano de 2018, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Neste mesmo ano, foram registrados 180.209 ha (1.802 km2) de queimadas em áreas antropizadas,
cerca de 80% a mais que no ano de 2018, destes, 40% foram relativos a novos desmatamentos
7
.
Podemos inferir que há uma grande probabilidade que esse cenário se repita na estação seca de 2020,
que associado a crise gerada pelo COVID-19, irá colocar uma pressão ainda maior no Sistema de
Saúde Estadual e Municipal.
O estado do Acre teve, em média
8
, 21 dias com qualidade do ar acima do limite diário
recomendado pela OMS para concentração de material particulado PM2.5 (Figura 1).
Figura 1. Padrão de variação temporal da concentração de material particulado no Estado do Acre. Média
diária de PM2,5 para todos os municípios, linha cinza. Média para o Estado do Acre (linha vermelha). A linha
pontilhada indica o padrão da média diária estabelecido pela OMS de MP2,5 (25 µg.m-3) e os pontos, dias com
valores médios acima do padrão em todo em todo o Estado do Acre. Aplicamos correção aos dados usando a
equação PM2.5 (µg/m³) = 0,5 x PA (PM2,5 CF=1) 0,66, desenvolvida pela Lane Regional Air Protection
Agency (LRAPA) disponível em https://www.lrapa.org/DocumentCenter/View/4147/PurpleAir-Correction-
Summary.
Na Figura 2 apresentam-se os meses e as horas dos dias mais críticas, em termos de qualidade
do ar, no período considerado. Foi aplicado um filtro nas medidas de todos os sensores para selecionar
[
7
] Silva, Sonaira; Anderson, Liana; Costa, Jéssica; Souza, Francisco Salatiel; Nascimento, Eric; Silva, Ismael; Pereira,
Moises; Silva, Felipe; Almeida, Rafael; Xaud, Haron; Xaud, Maristela; Melo, Antonio. (2020). Queimadas 2019 no
Estado do Acre. 10.13140/RG.2.2.29291.69927.
[
8
] Média das medidas de todas as sedes municipais.
5
somente os valores acima de 25 µg/m3. Os valores resultantes foram agrupados em função da hora do
dia e do mês de ocorrência e depois contados. A análise, evidenciada na figura, sugere que os meses
mais críticos foram agosto e setembro e que os períodos do dia com maior concentração de material
particulado correspondem às noites e às madrugadas, entre 17:00 e 8:00 horas.
Figura 2. Distribuição horária e mensal da qualidade do ar no Estado do Acre. As cores entre verde-amarelo
e vermelho escuro representam quantidade de medidas de MP2.5 acima 25 µg.m-3. Os valores variam entre 1 e
265. Campos em branco na matriz indica que não houve valores acima de 25 µg.m-3 nos respectivos intervalos
de tempo.
As sedes municipais de maior número de dias com PM2,5 acima da recomendação da OMS
foram: Assis Brasil (32 dias), Sena Madureira (32 dias), Brasiléia (30 dias), Epitaciolândia (28 dias),
Porto Acre (28 dias), Santa Rosa do Purus (26 dias) e Bujari (25 dias) (Figura 2). As sedes municipais
com menor preocupação com a qualidade do ar foram Cruzeiro do Sul (3 dias), Mâncio Lima (3 dias),
Tarauacá (3 dias), Porto Walter (1 dia) e Rodrigues Alves (0 dia) (Figura 2). Algumas sedes
municipais mais isoladas chamam a atenção pelo alto número de dias com concentração acima da
recomendação da OMS, são eles: Santa Rosa do Purus, Jordão e Marechal Thaumaturgo. Identifica-
se que, devido à variabilidade espacial na qualidade do ar, é necessário expandir a rede de
monitoramento para outras localidades a fim de ter uma visão mais detalhada e abrangente.
Na Figura 3, está dada a quantidade de dias em que a qualidade do ar ficou acima do padrão
diário da OMS, para PM2.5, ressalvados os casos de dados faltantes. Essa falta se faz visível nas
Figuras 4 a 25, correspondentes às descrições do monitoramento por municípios.

 
6
Figura 3. Número de dias com qualidade do ar acima do padrão diário da OMS para PM2,5 nos municípios do
Acre. Os nomes dos municípios estão dispostos em ordem de números de dias acima do padrão.
32 32 30 28 28 26 25 24 24 24 21 21 18 16 13 11 8
33310
0
5
10
15
20
25
30
35
Assis Brasil
Sena Madureira
Brasiléia
Epitaciolândia
Porto Acre
Santa Rosa do Purus
Bujari
Rio Branco
Acrelândia
Plácido de Castro
Manoel Urbano
Xapuri
Capixaba
Senador Guiomard
Feijó
Jordão
Marechal Thaumaturgo
Cruzeiro do Sul
Mâncio Lima
Tarauacá
Porto Walter
Rodrigues Alves
Número de dias com qualidade do ar
acima da recomendação da OMS
7
Acrelândia
A sede do município de Acrelândia está na 6ª posição entre os municípios com maior número
de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 24 dias. Nesta cidade foram detectados
dois dias em que a qualidade do ar esteve 2 vezes acima do padrão diário da OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de setembro.
Figura 4. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Acrelândia.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
8
Assis Brasil
A sede do município de Assis Brasil está na 1a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 32 dias. Nesta cidade foram
detectados 8 dias em que a qualidade do ar esteve 2 vezes acima do recomendado pela OMS e 1 dia
acima de 5 vezes.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na última semana de julho e se estendeu até
final de setembro.
Figura 5. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Assis Brasil.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
9
Brasiléia
A sede do município de Basiléia está na 2a posição entre os municípios com maior número
de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 30 dias. Nesta cidade foram detectados
quatro dias em que a qualidade do ar esteve 1,5 vezes acima do recomendado pela OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até a primeira semana de outubro.
Figura 6. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Brasiléia.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
10
Bujari
A sede do município de Bujari está na 5a posição entre os municípios com maior número de
dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 25 dias. Nesta cidade foram detectados cinco
dias em que a qualidade do ar esteve 1,5 vezes acima do recomendado pela OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de setembro.
Figura 7. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Bujari.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
11
Capixaba
A sede do município de Capixaba está na 8a posição entre os municípios com maior número
de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 18 dias. Nesta cidade foram detectados
dois dias em que a qualidade do ar esteve 2 vezes acima do recomendado pela OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de setembro.
Figura 8. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Capixaba.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
12
Cruzeiro do Sul
A sede do município de Cruzeiro do Sul está na13a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 3 dias.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou no mês de agosto e se estendeu até o final o
outubro.
Figura 9. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Cruzeiro do Sul.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
13
Epitaciolândia
A sede do município de Epitaciolândia está na 15a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 28 dias. Nesta cidade foram
detectados quatro dias em que a qualidade do ar esteve 1,5 vezes acima do recomendado pela OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até primeira semana de outubro.
Figura 10. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Epitaciolândia.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
14
Feijó
A sede do município de Feijó está na 10a posição entre os municípios com maior número de
dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 13 dias. Nesta cidade foram detectados quatro
dias em que a qualidade do ar esteve 2 vezes acima do recomendado pela OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de outubro.
Figura 11. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Feijó.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
15
Jordão
A sede do município de Jordão está na 11a posição entre os municípios com maior número
de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 11 dias. Nesta cidade foram detectados
dois dias em que a qualidade do ar esteve 2 vezes acima da recomendação da OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de setembro.
Figura 12. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Jordão.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
16
Mâncio Lima
A sede do município de Mâncio Lima está na 13a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 3 dias.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de setembro.
Figura 13. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Mâncio Lima.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
17
Manoel Urbano
A sede do município de Manoel Urbano está na 7a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 21 dias. Nesta cidade foram
detectados cinco dias em que a qualidade do ar esteve 2 vezes acima da recomendação da OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de outubro.
Figura 14. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Manoel Urbano.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
18
Marechal Thaumaturgo
A sede do município de Marechal Thaumaturgo está na 12a posição entre os municípios com
maior número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 8 dias. Nesta cidade foi
detectado 1 dia em que a qualidade do ar esteve 2 vezes acima do recomendado pela OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até a primeira quinzena de outubro.
Figura 15. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Marechal
Thaumaturgo.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
19
Plácido de Castro
A sede do município de Plácido de Castro está na 6a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 24 dias. Nesta cidade foi detectado
1 dia em que a qualidade do ar esteve 2 vezes acima do recomendado pela OMS e 7 dias acima de
1,5 vezes.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de outubro.
Figura 16. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Plácido de Castro.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
20
Porto Acre
A sede do município de Porto Acre está na 3a posição entre os municípios com maior número
de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 28 dias. Nesta cidade foram detectados
cinco dias em que a qualidade do ar esteve 1,5 vezes acima da recomendação da OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de outubro.
Figura 17. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Porto Acre.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
21
Porto Walter
A sede do município de Porto Acre está na 14a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 1 dia.
O período crítico para a qualidade do ar foi durante o mês de setembro.
Figura 18. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Porto Walter.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
22
Rio Branco
A sede do município de Rio Branco está na 6a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 24 dias. Nesta cidade foram
detectados cinco dias em que a qualidade do ar esteve 1,5 vezes acima da recomendação da OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de outubro.
Figura 19. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Rio Branco.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
23
Rodrigues Alves
A sede do município de Rodrigues Alves não apresentou concentração de PM2,5 acima do
recomendado pela OMS. Neste município houve muitas falhas na coleta de dados pelo sensor, o que
comprometeu o monitoramento da qualidade do ar.
Figura 20. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Rodrigues Alves.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
24
Santa Rosa do Purus
A sede do município de Santa Rosa do Purus está na 4a posição entre os municípios com
maior número de dias com PM2,5 acima da recomendação da OMS, com 26 dias. Nesta cidade foram
detectados quatro dias em que a qualidade do ar esteve 2 vezes acima do recomendado pela OMS e
doze dias acima de 1,5 vezes.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de outubro.
Figura 21. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Santa Rosa do Purus.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
25
Sena Madureira
A sede do município de Sena Madureira está na 1a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 32 dias. Nesta cidade foram
detectados sete dias em que a qualidade do ar esteve 1,5 vezes acima da recomendação da OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de outubro.
Figura 22. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Sena Madureira.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
26
Senador Guiomard
A sede do município de Senador Guiomard está na 9a posição entre os municípios com maior
número de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 16 dias. Nesta cidade foram
detectados dois dias em que a qualidade do ar esteve 1,5 vezes acima da recomendação da OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de outubro.
Figura 23. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Senador Guiomard.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
27
Taraua
A sede do município de Tarauacá está na 13a posição entre os municípios com maior número
de dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 3 dias.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de setembro.
Figura 24. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Tarauacá.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
28
Xapuri
A sede do município de Xapuri está na 7a posição entre os municípios com maior número de
dias com PM2,5 acima do recomendado pela OMS, com 21 dias. Nesta cidade foram detectados cinco
dias em que a qualidade do ar esteve 1,5 vezes acima da recomendação da OMS.
O período crítico para a qualidade do ar iniciou na primeira semana de agosto e se estendeu
até final de outubro.
Figura 25. Poluição do ar e área de possível influência sobre as medições do sensor, em Xapuri.
Média diária por município
Limite máximo recomendado pela OMS
Dias com medidas acima do padrão da OMS
29
Foto I. Foster Brown, 2016
... Because of their portability and low power demand (often capable of solar-powered operation), LCS can be temporarily deployed in response to transitory or emergency situations such as hurricanes (Subramanian et al., 2018), volcanic eruptions , wildfires (Melo et al., 2020;Nguyen et al., 2021), or industrial accidents . Such LCS networks can characterize emissions and estimate population exposure during and in the immediate aftermath of extreme events, as they can be deployed relatively quickly and in regions with limited or damaged infrastructure. ...
... The USA Forest Service uses temporary LCS deployments to supplement other technologies, including deployable RGM, to provide temporary monitoring of smoke from wildfires or prescribed burning. LCS networks paired with fire hotspots and deforestation data have also been implemented by local municipalities in Acre State, Brazil to increase understanding of the air quality impacts during critical periods of air pollution such as annual biomass burning in the Amazon region (Melo et al., 2020). Building-scale LCS networks have also been used in a paired indoor-outdoor context to assess real-time wildfire smoke infiltration rates and adjust building ventilation practices accordingly in vulnerable settings such as hospitals (Nguyen et al., 2021). ...
Technical Report
Full-text available
Executive Summary Low-cost air quality sensor systems (LCS) are a key emerging class of technologies for expanding policy-relevant air quality analysis, including assessing levels of pollution, identifying sources, and producing forecasts. An LCS contains one or more sensing elements together with hardware and software for control, power supply, data management, and weatherproofing, constituting a complete system capable of collecting atmospheric composition data. The “low cost” of LCS refers to their per-unit capital cost in relation to more traditional reference grade monitors (RGM). However, technical trade-offs which enable this lower cost usually also limit data quality, selectivity, sensitivity to low concentrations, robustness under high concentrations, and/or operational lifetime compared to RGM. These properties also vary across LCS technologies and measured pollutants, i.e. gases or particles. The necessary calibration and data quality control processes needed to establish confidence in LCS data, together with the infrastructure and personnel needed to support networks with multiple LCS in a region, can significantly add to their initial costs. Despite these challenges, LCS represent a key tool for filling gaps in existing global and local air quality monitoring networks and contributing information for policy-relevant air quality products. In recent years, wide-scale deployments of LCS have been made in low- and middle-income countries, where they often provide air quality information in regions lacking RGM networks, as well as in high-income countries, where they typically supplement existing RGM with more localized near real-time air quality information. The aim of the present document is to discuss the use of LCS at a network level and along with other information sources to analyse levels, variations, sources, and other aspects of air quality. This application perspective complements the series of World Meteorological Organization (WMO) reports on low-cost sensors for the measurement of atmospheric composition published in 2018 and 2020. These previous WMO reports focus on operating principles for the use of LCS in measuring different constituents, best practices for calibration, performance assessment, and strategies for communicating LCS data to the public.
... Na Amazônia, devido aos diversos problemas relacionados ao desmatamento, queimadas e incêndios (florestais e não-florestais), a poluição atmosférica vem tomando espaço cada vez maior nos círculos científicos interessados no monitoramento da qualidade do ar (Aragão et al. 2020;Melo et al. 2020;Oliveira et al. 2023) e na influência da poluição sobre as variáveis climáticas regionais (Andreae et al. 2004;Koren et al. 2004;Poschl et al. 2010;Shrivastava et al. 2019). Os maiores e mais visíveis exemplos de poluição atmosférica dos últimos anos na Amazônia foram derivados de grandes incêndios em ecossistemas naturais ou modificados pelo homem. ...
Technical Report
Full-text available
A Amazônia vem experimentando vários episódios de intensa poluição atmosférica relacionados diretamente ao desmatamento, às queimadas e aos incêndios em ambientes florestais e não-florestais (e.g. savanas). Os episódios de poluição são mais deletérios quando vinculados a eventos climáticos que provocam secas extremas, fazendo com que a qualidade do ar na região alcance índices de insalubridade. Roraima é o estado brasileiro que se configura como um caso atípico dentro da Amazônia brasileira. Isso porque sua área física é caracterizada por distintos conjuntos ecossistêmicos dispersos entre os Hemisférios Sul e Norte. Essa característica eco-geográfica sugere distintos episódios de poluição atmosférica, porém, ainda não está claro qual o padrão sazonal da qualidade do ar na região e, em especial, em Boa Vista, o maior centro urbano de Roraima. O objetivo do estudo foi apresentar o resultado do monitoramento da qualidade do ar na cidade de Boa Vista entre julho/2020 e maio/2024. A concentração de material particulado registrado por dois sensores de baixo custo instalados na cidade foi a base metodológica. Os objetivos específicos foram estabelecer (i) a dimensão da qualidade do ar (número de dias insalubres) e (ii) a variação temporal (sazonalidade) da concentração de material particulado ao longo do período amostral. Os resultados indicaram que dos 1290 dias considerados como válidos para o período analisado, a dimensão da qualidade do ar em Boa Vista foi caracterizada como “Boa” entre 280 (21.7%) e 689 (53.4%) dias. Utilizando apenas as leituras dos valores máximos registradas pelos sensores, foi constatado que Boa Vista experimentou 255 (19.8%) dias sob alguma forma grave de poluição atmosférica, significando que a qualidade do ar alcançou níveis deletérios para a saúde humana. O padrão temporal para a cidade foi determinado como bimodal, apresentando dois picos de poluição por ano: (i) agosto-outubro = pico secundário relacionado ao transporte de poluentes derivados dos incêndios e queimadas realizadas no Sul da Amazônia (principalmente Oeste do Pará e localidades próximas de Manaus), e (ii) janeiro-março = pico primário (principal), relacionado às queimadas e incêndios observados principalmente no Centro e no Norte de Roraima. Os resultados indicam que os poderes públicos constituídos necessitam ampliar a rede de monitoramento através de sensores de baixo custo, incluindo outras métricas de igual importância, como poluentes gasosos. Esse avanço no monitoramento na cidade de Boa Vista e regiões adjacentes ampliaria a base de estudos de correlações e análises de risco à saúde da população, enfatizando também os danos relacionados ao ambiente (e.g. fauna e flora). A ampliação do monitoramento é a base da construção das ferramentas que o poder público precisa para (i) melhorias nos códigos legislativos de proteção ambiental, e (ii) construção de alertas que forneçam ao cidadão informações necessárias para sua segurança no campo da saúde.
Research
Full-text available
A fumaça pode matar e incapacitar. A baixa qualidade do ar causada pela fumaça oriunda de queimadas urbanas, rurais e florestais na Amazônia gera milhares de mortes prematuras e provoca centenas de milhares de anos de vida com incapacidades na América do Sul. Para reduzir danos ao ambiente e à saúde, normas nacionais e internacionais impõem limites à concentração de poluentes na atmosfera para ajudar a conter a emissão de material particulado e gases. O monitoramento das emissões contribui para a aplicação das leis que restringem tais emissões e evitar queimadas e as suas consequências. Para tanto, a Rede de Sensores da Qualidade do Ar do Estado do Acre constitui um sistema de mensuração para facilitar da preservação do ar limpo. Para tanto, a manutenção em funcionamento da mencionada rede de sensores é de vital importância, junto com a necessidade de estimular a sua expansão em todos os estados amazônicos. Com os benefícios, surgiu também um desafio: a necessidade de um programa de manutenção dos sensores de forma a evitar interrupções de funcionamento e assim garantir o fornecimento de informações de qualidade o ano inteiro. Este esforço deve ser parte da implementação do compromisso do Brasil perante o Acordo de Paris da ONU de parar desmatamento ilegal, compensar os que poderiam desmatar legalmente para não o fazer e recuperar 12 milhões de hectares de florestas, como indicado no primeiro documento da “Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil” de 2016. Além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, assimilar carbono nas florestas e ajudar a manter a biodiversidade, o compromisso do Brasil perante o Acordo de Paris salvaria vidas via a redução de fumaça na Amazônia.
Article
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Atmospheric contaminants severely impact air quality in large global urban centers. The emergence of COVID-19 in China in December 2019 and its expansion around the world reduced human activities on account of the implementation of a social isolation policy. In Brazil, COVID-19 arrived in February 2020, and a policy of social isolation was adopted in March by state governments; this work aimed to evaluate pollutant gas emissions in Brazil in the face of the pandemic. In the city of São Paulo, the concentrations of nitrogen dioxide (NO2) and carbon monoxide (CO) were analyzed at three automatic monitoring stations of the Environmental Company of the State of São Paulo (CETESB). In this way, reductions in concentrations of these gases were observed after the decree of social isolation on March 24, due to a noticeable drop in vehicle traffic in the city. A reduction in concentrations of NO2, between 53.6 and 73%, and a decrease in concentrations of CO, from 50 to 66.7%, were obtained at the monitoring stations. Another impact caused by COVID-19 was the increase in deforestation and fires was identified in the Brazilian Legal Amazon after social isolation, due to the decrease in the inspection of environmental agencies. The fires produce thermal degradation of the biomass, generating polluting gases and material particulate. These atmospheric contaminants are extremely harmful to the health of Amazonian populations. Summed to the expansion of COVID-19 in this region, all these factors combined cause the public health system to collapse. CO2eq emissions increase estimates, according to the Greenhouse Gas Emissions Estimation System technical report, ranged from 10 to 20% in 2020, compared to those from 2018. If Brazil maintains deforestation at this pace, it will be difficult to meet the emission reduction targets agreed at COP21.
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