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Abstract

Seja pela maior dificuldade de manter o isolamento social, o emprego e a renda, seja pelo menor acesso à saúde e ao saneamento básico, há relativo consenso de que o COVID-19 irá afetar desproporcionalmente os mais pobres. Esse breve relatório sugere uma razão adicional para se esperar que os mais vulneráveis sejam mais antigidos pela pandemia: a maior incidência de fatores que elevam o risco de gravidade da doença entre os menos escolarizados. Tais evidências reforçam a necessidade de se desenhar medidas que tratem os desiguais de forma desigual.
COVID-19 e desigualdade: a distribuic¸ ˜
ao dos fatores de
risco no Brasil
Luiza Nassif Pires (Levy Economics Institute)
Laura Carvalho (Universidade de S˜
ao Paulo)
Laura de Lima Xavier (Harvard Medical School)
Resumo. Seja pela maior dificuldade de manter
o isolamento social, o emprego e a renda, seja pelo
menor acesso `
a sa´
ude e ao saneamento b´
asico,
h´
a relativo consenso de que o COVID-19 ir´
a
afetar desproporcionalmente os mais pobres. Esse
breve relat´
orio sugere uma raz˜
ao adicional para se
esperar que os mais vulner´
aveis sejam mais antigi-
dos pela pandemia: a maior incidˆ
encia de fatores
que elevam o risco de gravidade da doenc¸a entre
os menos escolarizados. Tais evidˆ
encias reforc¸am
a necessidade de se desenhar medidas que tratem
os desiguais de forma desigual.
I. MOT IVAC¸˜
AO
A expans˜
ao acelerada do n´
umero de ´
obitos por
COVID-19 e o colapso do sistema funer´
ario na
cidade de Guayaquil no Equador 1acendeu mais
um sinal de alerta sobre os efeitos potenciamente
devastadores da pandemia nos pa´
ıses e regi˜
oes
mais pobres do mundo. S˜
ao v´
arias as dimens˜
oes
que tornam as populac¸ ˜
oes de baixa renda mais ex-
postas `
a contaminac¸ ˜
ao pelo novo coronav´
ırus, tais
como o uso de transporte p´
ublico, o n´
umero maior
de moradores por domic´
ılio, o acesso a saneamento
b´
asico, o acesso `
a sa´
ude e a dificuldade de manter
o isolamento social sem perda excessiva de renda
ou do emprego. Estudos populacionais com dados
de epidemias de infecc¸ ˜
oes respirat´
orias anteriores
(gripe espanhola, H1N1 e SARS) demontraram
que desigualdades sociais s˜
ao determinantes para a
taxa de transmiss˜
ao e severidade dessas doenc¸as2.
1https://oglobo.globo.com/mundo/com-70-dos-casos-do-
coronavirus-no-equador-guayaquil-empilha-cadaveres-nas-ruas-
24346526
2Ver por exemplo Cordoba et al [4], Mamelund et al [8], Tricco
et al [11], Bengtsson [1] e Bucchianeri [2].
A. Vulnerabilidade ao COVID-19 no Brasil
Diante dos n´
ıveis abissais de desigualdade de
renda e de acesso a servic¸os no Brasil, n˜
ao faltam
motivos para esperar um efeito desproporcional do
COVID-19 entre os mais vulner´
aveis no pa´
ıs. O
estudo de Filho et al. [5] sugere, por exemplo, que
a carˆ
encia de infraestrutura domiciliar, principal-
mente nas periferias, oferece um maior risco de
cont´
agio e propagac¸ ˜
ao de infecc¸ ˜
oes respirat´
orias.
O trabalho de Souza [10] mostrou ainda que a mor-
talidade por doenc¸as do aparelho respirat´
orio au-
mentou de forma preocupante em todas as regi˜
oes
do Brasil entre os anos 2000 e 2013.
No que tange `
a desigualdade no acesso `
a sa´
ude,
os dados da Pesquisa Nacional de Sa´
ude de
2013 indicam que entre os 20% mais pobres da
populac¸ ˜
ao, 94,4% n˜
ao tˆ
em plano de sa´
ude e 10,9%
se autoavaliam com sa´
ude regular, ruim ou muito
ruim, mas n˜
ao consultaram um m´
edico no ´
ultimo
ano. Entre os 20% mais ricos, esses ´
ındices s˜
ao
de apenas 35,7% e 2,2%, respectivamente. Para
piorar, o n´
umero dispon´
ıvel de leitos de Unidade
de Tratamento Intensivo (UTI) ´
e quase cinco vezes
inferior para os usu´
arios do Sistema ´
Unico de
Sa´
ude – SUS (1,04 leito por 10 mil habitantes,
ou menos ainda em estados do Norte e Nordeste)
do que para quem tem acesso `
a rede privada (4,84
leitos por 10 mil habitantes)3.
B. Desigualdade e COVID-19 nos EUA
Os dados coletados pelo Departamento de Sa´
ude
da cidade de Nova York publicados no dia 2 de
abril pelo jornal The New York Times4deixaram
3https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/03/sus-
nos-estados-nao-tem-leitos-de-uti-contra-o-coronavirus.shtml
4https://www.nytimes.com/interactive/2020/world/coronavirus-
maps.html
claro que os bairros de baixa renda est˜
ao sendo
muito mais atingidos pela epidemia do COVID-19
naquela cidade. Ao que parece, n˜
ao se trata apenas
de um n´
umero mais alto de casos confirmados, mas
tamb´
em de um ´
ındice maior de severidade desses
casos. Em outras palavras, para al´
em de estarem
mais sujeitos `
a contaminac¸ ˜
ao, os mais pobres est˜
ao
desenvolvendo quadros mais graves da doenc¸a. O
estudo publicado por Nassif-Pires et al [9] sugere
que uma das explicac¸ ˜
oes para essa desproporc¸ ˜
ao ´
e
a maior incidˆ
encia de doenc¸as crˆ
onicas associadas
aos casos mais graves do COVID-19 entre os mais
pobres nos EUA.
II. FATOR ES DE R ISCO N O BRASIL
Em estudo realizado nos Estados Unidos com
dados para 7162 pessoas diagnosticadas com
COVID-19[3], a taxa de hospitalizac¸˜
ao entre aque-
les que n˜
ao apresentavam nenhuma pr´
e-condic¸ ˜
ao
foi de 7%, sendo 2% em UTI. Esses n´
umeros
aumentam para 30% e 15%, respectivamente, para
pessoas com pr´
e-condic¸ ˜
oes reportadas5. Algumas
doenc¸as levaram a uma taxa de hospitalizac¸˜
ao
ainda mais alta. Os infectados que possu´
ıam
doenc¸a crˆ
onica renal e diabetes apresentaram taxas
de internac¸ ˜
ao em UTI 11 e 8,5 vezes maiores,
respectivamente, do que os que estavam fora
de grupo de risco. Pessoas com doenc¸as pul-
monares crˆ
onicas como bronquite e asma tiveram
um n´
umero 3,4 vezes maior de internac¸ ˜
oes e 6,5
vezes maior de transferˆ
encia para UTI. Ademais,
a taxa de hospitalizac¸ ˜
ao e internac¸ ˜
ao em UTI para
aqueles acima de 65 anos foi o dobro do total da
populac¸ ˜
ao estudada, mesmo entre os idosos sem
nenhuma condic¸ ˜
ao m´
edica reportada.
A partir dos dados da Pesquisa Nacional de
Sa´
ude (PNS) do IBGE realizada em 2013, ´
e
poss´
ıvel ter uma estimativa da proporc¸ ˜
ao de
brasileiros que se enquadra no grupo considerado
de risco para o COVID-19. Se considerarmos como
fatores de risco ter acima de 60 anos, ter sido
diagnosticado com diabetes, hipertens˜
ao arterial,
asma, doenc¸a pulmonar, doenc¸a card´
ıaca ou insu-
5As pr´
e-condic¸ ˜
oes incluem diabetes, doenc¸as cardiovasculares,
doenc¸as cr ˆ
onicas pulmonares, hipertens˜
ao, doenc¸as cr ˆ
onicas renais,
imunodeficiˆ
encia e doenc¸as neurol ´
ogicas.
54%
28%
34%
0.0
0.2
0.4
Fundamental Médio Superior ou mais
Curso mais elevado frequentado
Proporção da população em risco
Fatores de risco
1
2
3 ou mais
Fig. 1. Proporc¸˜
ao da populac¸˜
ao em risco por grau de escolaridade
ficiˆ
encia renal crˆ
onica6, a PNS sugere que 42% da
populac¸ ˜
ao se encontra em algum grupo de risco7.
No entanto, os fatores de risco tampouco parecem
estar distribu´
ıdos igualmente na populac¸ ˜
ao.
Conforme mostra a Figura 1, a proporc¸ ˜
ao de
pessoas com um ou mais fatores de risco ´
e de 54%
para os que declararam ter frequentado apenas o
ensino fundamental, ante 28% para os que frequen-
taram o ensino m´
edio e 34% para os que chegaram
a cursar o ensino superior ou p´
os-graduac¸ ˜
ao. Esta
diferenc¸a ´
e ainda maior quando se considera quem
tem mais de um fator de risco, sendo a presenc¸a de
dois ou mais fatores de risco trˆ
es vezes maior entre
aqueles que frequentaram apenas o ensino funda-
mental do que entre aqueles que frequentaram o
ensino m´
edio.
Esses ´
ındices causam ainda mais preocupac¸ ˜
ao
quando levamos em conta as evidˆ
encias apresen-
tadas em Gao, Q. et al [6] de que a taxa de
hospitalizac¸ ˜
ao na prov´
ıncia de Hubei na China foi
1,8 vezes maior para pacientes com uma comor-
bidade e 2,6 vezes maior para aqueles com duas
ou mais comorbidades.
Na Figura 2, observamos que n˜
ao ´
e apenas o fa-
tor idade que explica a desproporc¸ ˜
ao na incidˆ
encia
6A PNS n˜
ao possui dados relativos `
a incidˆ
encia de imunod-
eficiˆ
encia ou doenc¸as neurol ´
ogicas, ambos reportadamente correla-
cionados com complicacc˜
oes em caso de infecc¸˜
ao por COVID-19.
7https://www.kff.org/global-health-policy/issue-brief/how-many-
adults-are-at-risk-of-serious-illness-if-infected-with-coronavirus/
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
Fundamental Médio Superior ou mais
Curso mais elevado frequentado
Proporção da população em risco
Fatores de risco
60 anos ou mais
Comorbidades
Fig. 2. Proporc¸˜
ao de pessoas acima de 60 anos e com alguma
comorbidade por grau de escolaridade
de fatores de risco entre os menos escolarizados.
A incidˆ
encia de comorbidades (doenc¸as crˆ
onicas
associadas aos casos mais graves de COVID-198)
´
e muito maior entre os brasileiros que s´
o frequen-
taram o ensino fundamental do que nos demais
grupos: 42%, ante 33% na m´
edia da populac¸ ˜
ao.
Tais achados est˜
ao em linha com estudos ante-
riores, que encontraram, por exemplo, uma maior
incidˆ
encia de diabetes entre os mais pobres no
Brasil ([7]) e no mundo9. De forma mais geral,
cerca de 80% das mortes por doenc¸as crˆ
onicas
ocorrem em pa´
ıses de baixa ou m´
edia renda (World
Health Organization [12]).
III. CONCLUS ˜
AO
A hip´
otese aqui sugerida de que a base da
pirˆ
amide tem maior probabilidade de precisar de
internac¸ ˜
ao no caso de contaminac¸ ˜
ao pelo COVID-
19 vem somar-se a outros fatores que tornam as
populac¸ ˜
oes de baixa renda mais vulner´
aveis `
a crise
de sa´
ude p´
ublica e ao colapso econˆ
omico associa-
dos `
a atual pandemia. N˜
ao basta, portanto, dedicar
esforc¸os maiores para evitar a contaminac¸ ˜
ao de
idosos pelo COVID-19: para evitar o colapso do
sistema de sa´
ude e a progress˜
ao acelerada do
n´
umero de ´
obitos, as medidas desenhadas tamb´
em
8Nesse caso, n˜
ao incluiu-se a idade entre os fatores considerados.
9https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/diabetes-preocupa-
em-paises-pobres-em-desenvolvimento-4548374
devem destinar-se a proteger os mais pobres, seja
por meio de pol´
ıticas de preservac¸ ˜
ao da renda que
permitam o isolamento social, seja pela ampliac¸ ˜
ao
do n´
umero de leitos dispon´
ıveis no SUS.
REFERENCES
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Mortality in Sweden During the 1918 Influenza Pandemic.
Am J Epidemiol. 2018 Dec 1;187(12):256876.
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of 2019 novel coronavirus diseases (COVID-19) in Jing-
men,Hubei,China. doi: 10.1101/2020.03.07.20031393.
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Bernal, R.; Pereira, C.; Damacena, G.; Stopa, S.;, Rosenfeld,
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encia de diabetes mellitus
determinada pela hemoglobina glicada na populac¸˜
ao adulta
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pandemic influenza preparedness [Internet]. Tidsskrift
for Den norske legeforening. 2017. Dispon´
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em:http://dx.doi.org/10.4045/tidsskr.17.0273
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and gender sensitive policies to fight the COVID-19 cri-
sis. Multiplier effect, The Levy Economics Institute Blog.
Dispon´
ıvel em:http://multiplier-effect.org/we-need-class-race-
and-gender-sensitive-policies-to-fight-the-covid-19-crisis/.
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of H1N1 on socially disadvantaged populations: systematic
review. PLoS One. 2012 Jun 25;7(6):e39437.
[12] World Health Organization (2011) Global Status Report on
Noncommunicable Diseases 2010.
... Keywords: coronavirus,anxiety,depression,epidemic,pandemic and mental health, cios esenciales, tenían mayor riesgo de contraer COVID-19, debido a la falta de vehículo propio y la necesidad de trabajar en zonas más alejadas, obligándoles a utilizar el transporte público (Carvalho et al., 2020). El uso de hierbas medicinales también aumentó en esta pandemia, tornándose un indicador de tristeza y ansiedad (Paulino & Pessoa, 2020). ...
... Los estudios durante epidemias y pandemias como Sars, H1N1, Ébola y MERS, han demostrado que las personas en confinamiento tienen más probabilidades de experimentar angustia psicológica, con una alta prevalencia de síntomas postraumáticos, depresivos, de estrés y ansiedad (Mazza et al., 2020). Asimismo, en las poblaciones de bajos ingresos, a menudo los proveedores de servicios esenciales mostraron un mayor riesgo de contaminación por SARS-CoV-2 durante los desplazamientos al trabajo (Carvalho et al., 2020). El brote de Covid-19 tuvo un impacto en el aumento del consumo de alcohol y cigarrillos. ...
Article
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En el proceso de investigación, de revisión de la literatura, se ha realizado una descripción de la relación entre la pandemia COVID-19 y la depresión a nivel mundial desde los aspectos asociados a la literatura del área. Teniendo en cuenta la relación histórica entre trastornos psicológicos y epidemias se verificó que un cambio en las rutinas y expectativas individuales y colectivas termina por reflejar alteraciones en variables de relevancia para el área de la salud mental, como las variables relacionadas a la depresión por estar directamente o indirectamente conectadas a los efectos y medidas resultantes de la pandemia COVID-19, verificando los factores de riesgo que desencadenan la depresión, se buscó la presencia del suicidio en la sociedad y en los profesionales de la salud en referencias bibliográficas desde diciembre de 2019 hasta diciembre de 2020, considerando los índices, Biblioteca Virtual, Google Scholar, Elsevier, Wiley Online Library, Scielo, Sciencedirect, Fundação Oswaldo Cruz (ARCA -Fiocruz), Id online Revista Multidisciplinar e de Psicología , Hospital Universitario UFSC, Repositorio Institucional de la Universidad Abierta (UAb), Prensa ISPOR, Psiquiatría General (GPSYCH). Se determinó que el aislamiento social durante la pandemia fue uno de los principales factores para el aumento del número de casos de la deservipresión, así como la violencia en el hogar contra mujeres, ancianos y niños. Igualmente, el no poder sepultar a familiares, amigos y conocidos de manera tradicional, tuvo un impacto psicológico, las investigaciones consultadas evidencian que la prevención de la ansiedad, depresión y suicidios a través de programas educativos, con profesionales capacitados podían reducir las consecuencias del aislamiento social, así como los daños que provocaba a la salud mental.
... Em razão dos possíveis agravos ocasionados em pacientes acometidos pela Covid-19 e da necessidade de cuidados intensivos em alguns casos, avalia-se a oferta e distribuição de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) tipo Adulto (I, II e III) nos municípios da RF-7 (Figura 5). A Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 revelou que dos 20% da população mais pobre 94,4% não contavam com planos de saúde, por isso a relevância de se monitorar os leitos disponibilizados pelo SUS 34 . A disponibilidade de leitos de UTI é relevante neste cenário de pandemia, pois ela torna-se essencial em casos de agravamento do quadro dos pacientes. ...
... Talvez aí reflete-se as medidas de restrições e práticas sanitárias impostas aos setores público e privado pelo decreto Estadual. Já quanto à CASOS100K, o percentual da renda proveniente de rendimentos do trabalho (Prentrab) foi negativamente relacionado com o espraiamento da doença pelos municípios, o que dá margem para inferir que os locais onde há mais trabalhadores que não possuem rendimentos formais do trabalho são os mais desprotegidos com relação à Covid-19, reforçando a tese de que as desigualdades são possíveis propulsores do vírus34 . ...
Article
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Objetivo: O objetivo deste artigo é verificar a situação da distribuição de hospitais, da oferta de leitos hospitalares e ventilação mecânica nos municípios da Região Funcional 7 (RF-7) do Rio Grande do Sul (Brasil) e inferir possíveis impactos socioeconômicos da nova Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2) - Coronavírus, conhecida como COVID-19. Métodos: utilizaram-se dados do DATASUS de maio de 2020, para a disponibilidade de acesso hospitalar e equipamentos, os dados do IBGE para distribuição etária e população. Para inferir os impactos socioeconômicos, utilizaram-se o número de casos de coronavírus e número de casos por cada cem mil para a data de 11 de julho de 2020 como variáveis dependentes e, para covariáveis as informações do Censo de 2010 dos constructos Demografia e Saúde, Educação, Habitação, Renda, Trabalho e Vulnerabilidade. Resultados: evidencia-se que muitos munícipes dependem de deslocamentos para os atendimentos das unidades hospitalares, bem como nos municípios menores é que existe maior percentual de população idosa na relação com a população total. Pelas regressões estimadas, pode-se inferir que os fatores socioeconômicos associados com a disseminação do vírus tendem a afetar, de forma mais intensa, os Coredes Celeiro e Missões; e que as dimensões Educação, Habitação, Renda e Trabalho possuem variáveis que impactam diretamente na evolução da pandemia na região. Conclusões: a crise de saúde evidenciada pela pandemia impõe desafios aos agentes públicos, portanto para seu enfrentamento são necessárias estratégias que levem em conta a capacidade regional de atendimento do sistema de saúde e as diferenças socioeconômicas locais, fatores que podem estar estimulando o avanço da COVID-19.
... As preocupações indicadas pelos/as jovens relacionam-se ao cenário vivenciado nos últimos dois anos no Brasil, envolvendo desde a restrição das relações -o que, para a juventude, tem impacto particular e significativo, tendo em vista seus modos de circulação e articulação coletiva -, até as disparidades de acesso a recursos entre diferentes segmentos populacionais. Nesse sentido, vale destacar a multiplicidade de aspectos que, no âmbito das desigualdades sociais -especialmente em seus aspectos interseccionais -, dão contornos às diferenças de acesso às políticas de proteção social, prevenção das doenças e promoção à saúde, acirrados pelo contexto pandêmico (Pires, Carvalho, & Xavier, 2020). ...
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Tendo em vista a potencialidade das ações articuladas por coletivos juvenis em territorialidades periféricas de Fortaleza-CE durante a pandemia da Covid-19, este artigo propõe-se a refletir, a partir da ação intitulada III Festival das Juventudes do GrandeBom Jardim (GBJ), sobre o modo como a articulação juvenil pode potencializar formas de re-existência frente aos processos de precarização da vida atuantes nestes territórios. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa-intervenção realizada à luz do método da cartografia. Ao longo da investigação, os/as pesquisadores/as acompanharam e comporam a execução do III Festival das Juventude, organizado por jovens do território do GBJ, em Fortaleza-CE. Tomando o festival como analisador, o artigo reflete sobre as oficinas articuladas através da participação de coletivos juvenis do território –realizadas em modelo remoto –e o potencial destas como dispositivos de problematização de temáticas relativas às vivências das juventudes periféricas. A construção do festival aponta pistas sobre processos de re-existências coletivas tecidas por juventudes que vivenciam encruzilhadas de opressões e que as enfrentam justamente apostando no “entre” e no "nós'' como estratégia de produção de vida, conhecimentos arte e cuidado.
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Este estudo tem como objetivo analisar e discutir publicações acerca dos Determinantes Sociais da Saúde e suas conexões com a mortalidade por COVID-19 em adultos no Brasil. Para isso, foi conduzida uma revisão sistemática da literatura a partir de artigos indexados nas bases de dados LILACS, MEDLINE e PUBMED, nos idiomas português, inglês e espanhol, entre o período de 2020 e junho de 2024. A seleção utilizou o método PRISMA e, após a triagem, 71 artigos foram selecionados para compor a análise. Os resultados foram organizados em categorias de determinantes estruturais e intermediários, para facilitar a discussão e interpretação dos dados. Destacam-se que as populações mais vulneráveis, especialmente aqueles de baixa renda, menor escolaridade, residentes em áreas com infraestrutura precária e majoritariamente ocupadas por grupos raciais marginalizados, tiveram maior exposição e risco de contágio ao vírus da COVID-19. Os Determinantes Sociais da Saúde demonstraram ter uma influência significativa sobre a mortalidade pela doença durante a pandemia, e suas interseccionalidades revelaram uma complexidade que impõe desafios à formulação de políticas públicas.
Article
Objetivo: verificar o impacto do método Pilates na função cardiorrespiratória e condicionamento físico de indivíduos com síndrome pós-COVID-19. Método: Ensaio clínico no qual participaram 39 indivíduos com síndrome pós-COVID-19 randomizados aleatoriamente em dois grupos: 20 no GP (método Pilates) e 19 no GC (orientações domiciliares). Os participantes foram avaliados quanto a função cardiorrespiratória (cirtometria torácica, manovacuometria e microespirometria) e condicionamento físico (teste de caminhada de seis minutos). O GP realizou a intervenção por meio de exercícios aplicados na modalidade solo e com equipamentos (Reformer, Chair, Ladder Barrel e Cadillac), durante oito semanas, com frequência semanal de duas vezes, totalizando 16 sessões (com tempo de 60 minutos cada). O GC recebeu cartilha com orientações domiciliares que deviam ser seguidas no período de oito semanas. Na análise estatística o nível de significância adotado foi de 5%. Resultado: Na análise intragrupos, após a intervenção fisioterapêutica, o GP apresentou aumento da expansibilidade torácica e do condicionamento físico, e redução da percepção de esforço após o teste de caminhada de caminhada de seis minutos (p<0,05), enquanto o GC apresentou aumento da força muscular respiratória (p<0,05). Ainda, houve diferenças entres os grupos no pós-intervenção, onde o GP apresentou menores valores de percepção de esforço em relação ao GC e o GC apresentou maiores valores de força muscular respiratória em relação ao GP (p<0,05). Conclusão: O método Pilates mostra-se como uma estratégia eficaz para melhora da função cardiorrespiratória e condicionamento físico de indivíduos com sequelas decorrentes da COVID-19.
Article
Embora se diga que o novo coronavírus é um vírus democrático, atingindo ricos e pobres, a realidade demonstrou que a pandemia “escolhe” como suas vítimas preferenciais as pessoas mais pobres. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é analisar a injustiça ambiental no contexto da Covid-19, sobretudo como as violações sistemáticas dos direitos socioambientais das populações vulneráveis contribuem para a contaminação e o aumento do número de mortes entre esse grupo. Igualmente, é objetivo demonstrar que o mínimo existencial socioambiental - núcleo essencial dos direitos humanos fundamentais -, é condição para a garantia do princípio da dignidade humana, e como tal, não pode ser objeto de discricionariedade e relativizado. Logo, diante da omissão do Estado na sua implementação, esse direito pode ser reivindicado em Juízo. Por fim, conclui-se que em curto prazo o imperativo ético exige “fazer o que for necessário” para preservar vidas humanas e garantir uma vida com dignidade a todos. Contudo, em um pós-pandemia, a reconstrução econômica do país deve ser fazer em novas bases – mais sustentável, inclusivo e promotor de justiça. A metodologia utilizada nesta pesquisa, quanto aos meios, foi desenvolvida mediante o método dedutivo, descritivo e qualitativo, através da análise bibliográfica, doutrinária e jurisprudencial.
Chapter
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At the end of January 2020, the WHO declared that the COVID-19 epidemic constituted a Public Health Emergency of International Concern, and in March it became a pandemic. After his arrival in Brazil, several protective measures were taken by the authorities, the main one being social distancing. This study aimed to discuss the main changes in the teaching-learning method that emerged during the pandemic, as well as how these changes impact health teaching throughout Brazil. The great challenge of teachers regarding remote teaching was the training of future health professionals, who need to train, stimulate the formation of clinical reasoning, integrate theory and practice, use of active teaching and learning methodologies and curricular flexibility. In addition, another challenge witnessed was learning how to use new information and communication technologies in the distance learning modality to continue their teaching process. The current context shows that health teachers and students are inserted in a context that favors mental illness caused by COVID-19. Therefore, the pandemic has affected all areas of education, as well as health teaching, requiring the training of teachers as well as psycho-emotional support to overcome the challenges they encounter.
Article
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Caracterizar a demanda de atendimento psicológico e compreender a experiência dos profissionais que atuaram na pandemia do COVID-19, em uma plataforma de atendimento psicológico on-line. Realizou-se uma análise documental e entrevista semiestruturada com 20 psicólogos que atuaram no mínimo 6 meses na plataforma entre mar/2020 à dez/2022, em que foram atendidos um total 15.963 pacientes. Dentre as demandas, prevaleceram ideação suicida com planejamento, ansiedade e depressão. O perfil prevalente dos pacientes atendidos na pandemia corresponde à literatura, em períodos não pandêmicos, bem como a prevalência de sintomas ansiosos e depressivos. Porém, destacou o surgimento do alto número de pacientes com ideação suicida, o que sugere um agravamento dos transtornos mentais, despertado pela pandemia, além de uma dificuldade comum aos entrevistados, relacionada a clareza dos critérios clínicos utilizados para determinação da gravidade dos casos. Os psicólogos apontaram dificuldades no manejo destes casos graves, intensificados pelo impacto emocional pandêmico também sentido por eles, junto ao despreparo para sua atuação online, as percebendo como limitações. Apesar do despreparo, a alta demanda incitou os profissionais aderirem as especificidades da modalidade. Estes relataram ter buscado aporte teórico e apoio emocional para manterem os recursos internos, cognitivos e emocionais, necessários ao setting terapêutico. Pode-se concluir que os resultados evidenciaram a importância de se refletir sobre os critérios de avaliação clínica utilizados para compreensão da severidade dos casos, sem deixar de considerar os recursos internos dos pacientes relativos à sua capacidade de sofrer, os quais podem ser identificados quando mantida a capacidade de rêverie do profissional.
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This article investigates the use/abuse of psychoactive drugs in academic environments, since research indicates a significant increase in the recurrence of illicit drugs in public and private schools, opening space for reflection on the possible use/abuse in teaching. higher education, especially in the investigation of the effects of a neoliberal society that goes beyond the demands of results, thus inflicting new forms of malaise. To this end, a bibliographic review was carried out using the Scientific Electronic Library Online database, SciELO, Capes Periodicals, Digital Library of Theses and Dissertations, Academic Virtual Library, Academic Google, as well as the theoretical foundation by the psychoanalytic framework. Through these resources, it was possible to verify that in the last ten years the population of working age, highlighting the age group between 19-45 years of age, has been using psychoactive drugs a little more than expected, considering the regulation and prevention policies. Thus, it was possible to build reflection paths about the possible reverberations of the results found, regardless of the agreement with a prohibitionist and legalistic perspective.
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On March 11, 2020, the World Health Organization declared Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) a pandemic (1). As of March 28, 2020, a total of 571,678 confirmed COVID-19 cases and 26,494 deaths have been reported worldwide (2). Reports from China and Italy suggest that risk factors for severe disease include older age and the presence of at least one of several underlying health conditions (3,4). U.S. older adults, including those aged ≥65 years and particularly those aged ≥85 years, also appear to be at higher risk for severe COVID-19-associated outcomes; however, data describing underlying health conditions among U.S. COVID-19 patients have not yet been reported (5). As of March 28, 2020, U.S. states and territories have reported 122,653 U.S. COVID-19 cases to CDC, including 7,162 (5.8%) for whom data on underlying health conditions and other known risk factors for severe outcomes from respiratory infections were reported. Among these 7,162 cases, 2,692 (37.6%) patients had one or more underlying health condition or risk factor, and 4,470 (62.4%) had none of these conditions reported. The percentage of COVID-19 patients with at least one underlying health condition or risk factor was higher among those requiring intensive care unit (ICU) admission (358 of 457, 78%) and those requiring hospitalization without ICU admission (732 of 1,037, 71%) than that among those who were not hospitalized (1,388 of 5,143, 27%). The most commonly reported conditions were diabetes mellitus, chronic lung disease, and cardiovascular disease. These preliminary findings suggest that in the United States, persons with underlying health conditions or other recognized risk factors for severe outcomes from respiratory infections appear to be at a higher risk for severe disease from COVID-19 than are persons without these conditions.
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Reducing social inequality in health is at the core of international health work, but does not form part of the discussionon international preparedness plans for pandemic influenza. This is surprising given that influenza pandemic mortality rates are highest among those with the lowest socioeconomic status. This is not conducive to achieving the international goals of reducing social inequality in health and ensuring good health for all by 2030.
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Social determinants-such as education, race/ethnicity, socioeconomic status, access to health care services and vaccination, neighborhood-level stressors, and workplace or school policies-can impact influenza illness and outbreaks in the United States. To reduce transmission and disparities in influenza infection, policies should focus on removing existing vaccination barriers and supporting equitable social policies. ©2016 by the North Carolina Institute of Medicine and The Duke Endowment. All rights reserved.
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The burden of H1N1 among socially disadvantaged populations is unclear. We aimed to synthesize hospitalization, severe illness, and mortality data associated with pandemic A/H1N1/2009 among socially disadvantaged populations. Studies were identified through searching MEDLINE, EMBASE, scanning reference lists, and contacting experts. Studies reporting hospitalization, severe illness, and mortality attributable to laboratory-confirmed 2009 H1N1 pandemic among socially disadvantaged populations (e.g., ethnic minorities, low-income or lower-middle-income economy countries [LIC/LMIC]) were included. Two independent reviewers conducted screening, data abstraction, and quality appraisal (Newcastle Ottawa Scale). Random effects meta-analysis was conducted using SAS and Review Manager. Sixty-two studies including 44,777 patients were included after screening 787 citations and 164 full-text articles. The prevalence of hospitalization for H1N1 ranged from 17-87% in high-income economy countries (HIC) and 11-45% in LIC/LMIC. Of those hospitalized, the prevalence of intensive care unit (ICU) admission and mortality was 6-76% and 1-25% in HIC; and 30% and 8-15%, in LIC/LMIC, respectively. There were significantly more hospitalizations among ethnic minorities versus non-ethnic minorities in two studies conducted in North America (1,313 patients, OR 2.26 [95% CI: 1.53-3.32]). There were no differences in ICU admissions (n = 8 studies, 15,352 patients, OR 0.84 [0.69-1.02]) or deaths (n = 6 studies, 14,757 patients, OR 0.85 [95% CI: 0.73-1.01]) among hospitalized patients in HIC. Sub-group analysis indicated that the meta-analysis results were not likely affected by confounding. Overall, the prevalence of hospitalization, severe illness, and mortality due to H1N1 was high for ethnic minorities in HIC and individuals from LIC/LMIC. However, our results suggest that there were little differences in the proportion of hospitalization, severe illness, and mortality between ethnic minorities and non-ethnic minorities living in HIC.
Preprint
Background: Some articles have reported the epidemiological and clinical characteristics of coronavirus disease (COVID-19) in Wuhan, but other cities have rarely been reported. This study explored the epidemiology of COVID-19 in Jingmen. Methods: All confirmed cases of COVID-19 in the First People′s Hospital of Jingmen are included from January 12 to February 14,2020. Cases were analyzed for epidemiological data and were confirmed by real-time PCR. Findings: Of the 213 cases (108 men and 105 women) , 88 (41%) had exposure to Wuhan. The median age was 48 years ( range,2-88 years;IQR,35-58.5). Thirty-three severe patients with a median age of 66 years(range,33-82 years,IQR, 57-76) were treated in intensive care units; out of these patients, 66.7 %(22) were men and 19 (57.5%) had chronic diseases, including hypertension, diabetes, heart failure, stroke, and renal insufficiency. Under the controlled measures, the number of new patients gradually decreased and nearly disappeared after 20 days. Interpretation: All people are susceptible to the COVID-19, but older males and those with comorbid conditions are more likely to have severe symptoms. Even though COVID-19 is highly contagious, control measures have proven to be very effective.
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There is no consensus in the literature about the role of socioeconomic factors on influenza mortality during the 1918 pandemic. While some scholars have found that social factors were important, others have not. In this study, we analyzed differences in excess mortality by social class in Sweden during the 1918 pandemic. We analyzed individual-level mortality of the entire population aged 30-59, by combining information from death records with census data on occupation. Social class was measured by an occupation-based class scheme. Excess mortality during the pandemic was measured as mortality relative to the same month the year before. Social class differences in mortality were modeled using a complementary log-log model, adjusting for potential confounding at the family, the residential (urban/rural) and the county levels. Our findings indicated notable class differences in excess mortality but no perfect class gradient. Class differences were somewhat larger for men than for women.
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This paper investigates the link between various risk factors, including socioeconomic status (SES), and the spread of Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS) in Hong Kong in 2003. A comprehensive data set compiled by the author shows a negative and significant correlation between SARS incidence and various measures of income, but not years of education, unlike previous studies on other health conditions. The income-SARS gradient can be accounted for by controlling for pre-SARS housing values but not an array of measurable living conditions. Areas with more white-collar workers experienced a higher incidence rate, largely driven by the share of service and sales workers, after controlling for SES. These results have implications for the understanding of the SES-health link in the context of a contagious disease, the potential causality of the SES-SARS relationship and for future SARS containment strategies.
Forum for Health Economics Policy
Vol. 13, Forum for Health Economics Policy. 2010. Available from: http://dx.doi.org/10.2202/1558-9544.1209
Infeces Respiratrias de Importncia Clnica: uma Reviso Sistemtica
  • E B Filho
  • S Da
Filho, E. B. da S. et al. (2017) Infeces Respiratrias de Importncia Clnica: uma Reviso Sistemtica, REVISTA FIMCA, pp. 716. doi: 10.37157/fimca.v4i1.5.
We need class, race, and gender sensitive policies to fight the COVID-19 crisis. Multiplier effect, The Levy Economics Institute Blog
  • L Nassif-Pires
  • L Lima Xavier
  • T Masterson
  • M Nikiforos
  • T Rios-Avila
Nassif-Pires, L.; Lima Xavier, L.; Masterson, T.; Nikiforos, M.; Rios-Avila, T. (2020) We need class, race, and gender sensitive policies to fight the COVID-19 crisis. Multiplier effect, The Levy Economics Institute Blog. Disponível em:http://multiplier-effect.org/we-need-class-raceand-gender-sensitive-policies-to-fight-the-covid-19-crisis/.