Este capítulo propõe uma teoria da delegação política aos militares e, em seguida, vincula essa escolha aos resultados das políticas. Ao contrário de muitos modelos de delegação que assumem uma capacidade institucional uniformemente alta e um único agente burocrático, o capítulo argumenta que a maior parte da delegação burocrática envolve múltiplos agentes possíveis—incluindo agentes fora da jurisdição como o Exército e alta variação na capacidade dessas agências. Em jogo há uma troca entre eficiência e ideologia. Assumindo que os políticos possuam informações suficientes para avaliar as capacidades de suas agências com um grau razoável de fidelidade, os resultados das políticas têm maior probabilidade de serem bem-sucedidos quando o principal político favorece os primeiros em relação aos últimos.
No caso do Brasil, argumento que, dado um Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil de baixa capacidade e um setor privado não confiável, a Presidente Dilma Rousseff delegou vários projetos importantes para o DEC do Exército com base em sua percepção da capacidade organizacional superior da unidade em comparação ao setor privado e ao Estado dispostos a fazer um compromisso ideológico para o fazer. Além disso, os dados do PAC apoiam a alegação de que o DEC foi mais eficiente do que as contrapartes do setor privado e do estado na implementação dos referidos projetos, em parte porque é extraordinariamente adequado para executar as tarefas específicas que compõem o PAC.