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LÚDICO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Authors:

Abstract

Objetivo do estudo foi verificar a influência do lúdico no desenvolvimento da aprendizagem e da praxia global de crianças matriculadas na educação infantil. A amostra foi composta por 40 indivíduos matriculados em 4 escolas da rede pública e privada, sendo 10 de cada escola. Para avaliação praxia global foram aplicados nas crianças os testes da bateria psicomotora de Vitor da Fonseca (1975) específicos para esse fator. Já para determinação da ludicidade das escolas e do nível de aprendizado das crianças foram utilizados questionários, respondidos pelos educadores, e adaptados da bateria psicomotora. Os dados foram tratados de forma descritiva e inferencial e os resultados mostraram homogeneidade entre as escolas no que diz respeito à ludicidade oferecida e o desenvolvimento da praxia global de suas crianças. Quanto à aprendizagem, na escola mais lúdica as crianças alcançaram melhores resultados, contudo tal assertiva não encontrou respaldo estatístico. Conclui-se que se faz necessário investigar um número maior de escolas a fim de se encontrar diferenças mais significativas no que diz respeito à ludicidade e dessa forma poder se registrar diferenças mais marcantes na praxia global e na aprendizagem.
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LÚDICO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM
Ramilis Moreira do Nascimento
Licenciado em Educação Física/ISECENSA/RJ
ramilis2006@gmail.com
Nilo Terra Arêas Neto
Mestre em Ciencia da Motricidade Humana/UCB/RJ
terra.nilo@gmail.com
Emerson da Mota Saint'Clair
Mestrado em Ciências da Atividade Física/UNIVERSO/RJ
emerson.saint@yahoo.com.br
Mauricio Rocha Calomeni
Mestre em Ciencia da Motricidade Humana/UCB/RJ
mauriciocalomeni@gmail.com
RESUMO
Objetivo do estudo foi verificar a influência do lúdico no desenvolvimento da aprendizagem e da praxia
global de crianças matriculadas na educação infantil. A amostra foi composta por 40 indivíduos matriculados
em 4 escolas da rede pública e privada, sendo 10 de cada escola. Para avaliação praxia global foram
aplicados nas crianças os testes da bateria psicomotora de Vitor da Fonseca (1975) específicos para esse
fator. Já para determinação da ludicidade das escolas e do nível de aprendizado das crianças foram utilizados
questionários, respondidos pelos educadores, e adaptados da bateria psicomotora. Os dados foram tratados de
forma descritiva e inferencial e os resultados mostraram homogeneidade entre as escolas no que diz respeito
à ludicidade oferecida e o desenvolvimento da praxia global de suas crianças. Quanto à aprendizagem, na
escola mais lúdica as crianças alcançaram melhores resultados, contudo tal assertiva não encontrou respaldo
estatístico. Conclui-se que se faz necessário investigar um número maior de escolas a fim de se encontrar
diferenças mais significativas no que diz respeito à ludicidade e dessa forma poder se registrar diferenças
mais marcantes na praxia global e na aprendizagem.
Palavras-Chave: Educação Física Escolar, Ludicidade, Aprendizagem
ABSTRACT
The objective of study was to verify the influence of recreational activities in the learning development and
the global praxis of children registered in early childhood education. The sample was composed by 40
individuals registered in the 4 schools of public and private sectors, being 10 each school. For avaliation of
global praxis were applied in the children the tests of battery of psychomotor of Vitor da Fonseca (1975)
specific for that factor. For determination of ludicity of schools and the level of learning of children were
used questionnaires, answered by the teachers, and adapted of the psychomotor battery. The data were
treated in the descriptive and inferential form, and the results showed homogeneity between schools as
regards the ludicity offered and the development of global praxis of their children. As for the learning, in the
school more ludic the children showed better results, however without statistical support. Concluded is
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necessary to investigate a larger number of schools in order to find more significant differences in reference
of the ludicity, and thus able can to record most salient differences in global praxis and learning.
Keywords: Physical Education, Playfulness, Learning
1. INTRODUÇÃO
Para os educadores dos dias atuais está cada vez mais difícil manter o foco de atenção dos
educandos, pois na escola, as crianças permanecem sentadas em suas carteiras durante horas, o que conflita
com a necessidade latente de movimento característica dessa faixa etária. Com isso, e com o passar dos anos,
elas começam a ter resistência em ir para a escola (ASSIS, 2010).
Como alternativa a esse processo, as atividades lúdicas funcionam como exercícios necessários e
úteis, sendo as brincadeiras e jogos elementos indispensáveis para que haja uma aprendizagem com
divertimento, que proporcione o prazer no ato de aprender, e que facilite as práticas pedagógicas em sala de
aula (SALOMÂO e MARTINI, 2007). Isso parece lógico, pois, ao se associar a necessidade latente de
movimento presente nas crianças com as demandas do processo de aprendizagem cria-se um cenário perfeito
para a aprendizagem de novos conteúdos e/ou consolidação de conteúdos já aprendidos.
Nesse sentido Campos (2005) afirma que o jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo
ensino-aprendizagem e no desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e
ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a
tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados. Além da
aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando
obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição.
Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação intima com a criança e uma indeterminação
quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização (KISHIMOTO,
1994), o que leva a crer que o jogo orientado favorece mais o processo de ensino aprendizagem do que o
brinquedo muitas vezes utilizado como ferramenta de mera distração para as crianças. Todavia, Mauricio
(2008) defende que a brincadeira é um recurso que uma criança usa para se divertir de forma natural, ela usa
a sua imaginação vivenciando o que ela quiser, da forma que quiser, sem se preocupar em seguir regras e
planejamentos. É a principal atividade da criança quando não está dedicada às suas necessidades de
sobrevivência, como dormir, se alimentar, etc. (MACEDO, PETTY e PASSOS, 2005).
A brincadeira não deve ser considerada então como uma simples atividade de distração para uma
criança, pois ela tem um grande papel na vida de uma pessoa, para Maluf (2003) ela ajuda a criança a se
desenvolver, promove a socialização e a descoberta de tudo que está a sua volta. Porém, parece claro que no
contexto escolar as atividades lúdicas orientadas (jogos) são mais eficientes quando se almeja a otimização
do processo de aprendizagem.
Então, como dito, a brincadeira ao acaso tem a sua importância, contudo Quintão et al (2004),
afirmam que a interferência intencional do professor é fundamental para o desenvolvimento, pois deverá
estimular o aluno a progredir em seus conhecimentos e habilidades através de propostas desafiadoras que o
leve a buscar soluções, por intermédio da sua própria vivência. Isso evidencia a grande importância da
presença do profissional licenciado em educação física nas séries da educação infantil.
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De acordo com Bezerra (2007), o papel do professor de educação física escolar, é de manter e
intensificar o que ele aprendeu e estimular o desenvolvimento de um novo ciclo. O profissional de
Educação Física ao trabalhar em escolas deve saber as fases do desenvolvimento infantil, para saber quais os
estímulos apropriados para aquela fase, pois assim, ele estará fazendo com que o desenvolvimento seja mais
harmonioso no campo motor, cognitivo e afetivo-social (QUINTÃO et al, 2004).
Segundo Pinho (2009), a escola precisa se dar conta que através do lúdico as crianças têm chances de
crescerem e se adaptarem ao mundo coletivo. O lúdico deve ser considerado como parte integrante da vida
do homem não no aspecto de divertimento, mas também no aspecto de adquirir conhecimento. Nesse
sentido Teixeira (1995) diz que o ser que brinca e joga é, também, o ser que age, sente, pensa, aprende e se
desenvolve.
Assim o objetivo desse trabalho é investigar se a oferta de atividades lúdicas na escola pode servir
como agente potencializador da aprendizagem e do desenvolvimento da praxia global de seus alunos.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A amostra da pesquisa foi formada por 4 escolas do ensino fundamental situadas do interior no
estado do Rio de Janeiro, onde foram escolhidas em cada escola de forma aleatória, 10 crianças de ambos os
gêneros, para serem submetidas a testes que visam avaliar o nível de aprendizagem e o desenvolvimento
psicomotor geral. Como critério de inclusão os 40 indivíduos deveriam estar regularmente matriculados na
educação infantil, possuir de 4 a 6 anos, e não ter qualquer tipo déficit mental ou motor.
Os instrumentos selecionados para operacionalização do referido estudo são questionários
desenvolvidos inspirados na bateria psicomotora de Vitor da Fonseca (1975) (Anexos 1 e 2) e a própria
bateria, onde serão aplicados os testes referentes ao fator psicomotor praxia global.
Os primeiros dados coletados dizem respeito às atividades lúdicas oferecidas nas escolas, essas
informações foram obtidas através de um questionário desenvolvido pelos próprios pesquisadores a partir da
bateria psicomotora de Vitor da Fonseca (1975), e respondido na própria escola, em uma sala apropriada,
com dia e hora marcados previamente. Tal instrumento é composto por questões que visam avaliar o grau de
ludicidade oferecida pelas escolas aos alunos, sendo o mesmo ser respondido por professores e/ou pela
coordenação da escola.
Estando determinados através do referido questionário os índices de ludicidade de cada escola, o
próximo passo foi a determinação do nível de aprendizado e desenvolvimento psicomotor geral das crianças
dessas mesmas escolas. Para a primeira avaliação proposta foi necessário uma nova adaptação da bateria
psicomotora, sendo dessa vez direcionada para a avaliação do desenvolvimento da aprendizagem de crianças
integradas à educação infantil. para a determinação do desenvolvimento psicomotor geral utilizar-se-á a
própria bateria psicomotora de Vítor da Fonseca, instrumento altamente utilizado e validado para avaliações
desse tipo (FONSECA, 1975).
Todos os procedimentos adotados estavam de acordo com a lei 196/96, sendo a pesquisa analisada e
aprovada pelo comitê de ética dos Institutos Superiores de Ensino do Censa.
Em dia e hora marcados se procedeu a aplicação dos questionários de avaliação da ludicidade das
escolas e de avalição do aprendizado das crianças matriculadas nessas mesmas escolas. Esses dois
instrumentos foram respondidos pelos próprios professores que, além de estar inteirados das práticas lúdicas
oferecidas na escola também são os mais aptos a descrever o nível de aprendizado de cada criança que
posteriormente seriam submetidas aos testes da bateria psicomotora.
No dia seguinte a coletas dos dados iniciais sobre a oferta de atividades lúdicas pelas escolas e a
aprendizagem de 10 crianças de cada escola escolhidas aleatoriamente. Essas mesmas crianças foram
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submetidas às atividades da bateria psicomotora de Vitor da Fonseca (1975) que objetivam avaliar o fator
praxia global. Estes testes foram feitos de forma individual em salas reservadas com estímulos externos
controlados e espaço suficiente para a execução das tarefas, que foram cedidas pelas próprias escolas.
Os dados provenientes do estudo foram analisados descritiva e inferencialmente. Para análise
descritiva foram escolhidos a média e a mediana como valores de tendência central, o desvio padrão como
medida dispersão além dos valores mínimo e máximo.
para análise inferencial foi utilizada a análise de variância onde para os dados paramétricos foi
utilizado ANOVA (One Way), com teste de Tukey como teste complementar, e para os não paramétricos o
Kruskal Wallis Test, sendo aplicado como teste complementar o método de comparação de Dunn.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente os escores dos testes foram analisados de forma descritiva através de medidas de
tendência central, extremos e dispersão. A referida analise encontra-se ilustrada na tabela 1.
Tabela 1 - Descrição dos dados referentes a média, mediana, escores mínimo e máximo, e desvio padrão dos
testes de aprendizado e praxia global dos indivíduos da pesquisa, além do escore de ludicidade obtido pelas
escolas envolvidas no estudo.
Escore de
Ludicidade
Testes
Aplicados Média Mediana Mínimo Máximo Desvio
Padrão
Praxia
Global 4,2 4 2 6 1,5
Escola 1 12 Teste do
Aprendizado 22,0 21 20 26 2,5
Praxia
Global 5,6 6 5 7 0,7
Escola 2 12 Teste do
Aprendizado 19,1 19 16 24 2,2
Praxia
Global 4,4 4 3 7 1,7
Escola 3 14 Teste do
Aprendizado 22,5 23 20 24 1,4
Praxia
Global 4,5 5 2 6 1,2
Escola 4 12 Teste do
Aprendizado 18,1 16 14 34 6,2
A tabela 1 permite através de uma análise descritiva levantar algumas ideias preliminares. Nesse
sentido, com respeito ao índice que visa mensurar a oferta de atividades lúdicas, a maioria das escolas se
mostraram homogêneas. Com exceção da escola 3 que registrou 14 pontos nessa avaliação, sendo a escola
que, segundo os parâmetros estabelecidos, oferece maior ludicidade aos seus alunos. Todavia o objetivo do
estudo é saber se essa maior oferta influência no desenvolvimento da praxia global e do aprendizado, e para
isso se faz necessário a análise das outras variáveis mensuradas.
O teste de praxia global mostrou que na escola 2 e 4 as crianças apresentaram, respectivamente, os
melhores desempenhos. Nas escolas 1 e 3 elas obtiveram um desempenho inferior, contudo, bem próximo ao
das escolas 2 e 4. Tal proximidade nos resultados parece compatível com a homogeneidade encontrada na
oferta de atividades lúdicas as crianças não só na escola mas também no contexto social no qual as mesmas
estão inseridas.
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Com relação à variável aprendizado, houve uma maior variação nos resultados. Nesse teste as
crianças da escola 3 alcançaram pontuação mais elevada, seguidas pelas crianças das escolas 1, 2 e 4
respectivamente. Essa variável aponta que, com relação ao aprendizado, na escola mais lúdica as crianças se
mostraram mais desenvolvidas. Corroborando com essa conclusão Santana (2006) evidencia que, devido à
atuação das atividades prazerosas no organismo, as atividades lúdicas facilitariam a aprendizagem por sua
própria acepção, pois os mecanismos para os processos de descoberta são intensificados.
A figura 1 ilustra as observações feitas até aqui.
Figura 1 - Dados descritivos obtidos através dos testes de Praxia Global e Aprendizado.
Para que se possam confirmar as observações feitas através da análise descritiva dos dados se faz
necessário uma análise inferencial dos mesmos, objetivando a verificação se as diferenças expostas
possuem alguma relevância estatística.
Dessa forma, buscando atender essa necessidade, aplicaram-se dois testes de análise de variância.
Devido a sua natureza paramétrica, os dados do teste de praxia global foram analisados através da ANOVA
(One Way), por outro lado, os escores do teste de aprendizado por apresentarem características não-
paramétricas forma analisados pelo Kruskal Wallis Test, adotando-se como teste complementar o método de
Dunn. Os resultados dessas análises estão descritos nas tabelas 2 e 3.
Tabela 2 - Teste de analise de variância ANOVA (One Way) dos dados referentes do teste de praxia global
aplicados nas crianças das 4 escolas participantes do estudo.
FONTES DE VARIAÇÃO GL SQ QM
Tratamentos 3
9.669 3.223
Erro 26
42.631 1.640
F = 1.9658
(p) = 0.1429
* p<0,05
A tabela 2 deixa claro que com relação ao desenvolvimento da praxia global todas as escolas
estavam estatisticamente iguais, corroborando com os escores de ludicidade que também expressaram
homogeneidade entre as escolas. Como já dito, possivelmente essa igualdade estatística se pelo fato de
que todas as escolas envolvidas nessa pesquisa relataram que seus alunos “NUNCA” realizam atividades
lúdicas orientadas por professores de educação, então presume-se que a desenvolvimento da praxia global
registrado se dá apenas pelas brincadeiras e estímulos que as crianças recebem em seu meio social.
28
Tabela 3 - Análise de variância não-paramétrica dos dados do teste de aprendizado, através do teste de
Kruskal Wallis com múltiplas comparações feitas pelo método de Dunn.
Resultados
H = 16.2279
Graus de liberdade = 3
(p) Kruskal-Wallis = 0.0010*
R 1 = 263.5000
R 2 = 156.0000
R 3 = 289.5000
R 4 = 111.0000
R 1 (posto médio) = 26.3500
R 2 (posto médio) = 15.6000
R 3 (posto médio) = 28.9500
R 4 (posto médio) = 11.1000
Comparações (método de Dunn) Dif. Postos z calculado z crítico p
Entre as Escolas 1 e 2 10.7500 2.0562 2.635 ns
Entre as Escolas 1 e 3 2.6000 0.4973 2.635 ns
Entre as Escolas 1 e 4 15.2500 2.9169 2.635 < 0.05*
Entre as Escolas 2 e 3 13.3500 2.5535 2.635 ns
Entre as Escolas 2 e 4 4.5000 0.8607 2.635 ns
Entre as Escolas 3 e 4 17.8500 3.4142 2.635 < 0.05*
* p<0,05; ns=não significativa
A tabela 3 deixa claro através do índice p = 0,001, que existiram diferenças estatisticamente
significativas entre as escolas. O método de comparação de Dunn apontou que a significância estatística se
encontrava entre as escolas 1 e 4, e, 3 e 4. As escolas 3 e 1 alcançaram a primeira e segunda melhores
pontuação no teste de aprendizado, mas foram estatisticamente superiores apenas a escola 4 que recebeu a
menor pontuação, porém essa diferença estatística não existiu quando a variável observada foi a praxia
global.
Com relação a ludicidade a escola 3 se destacou com 14 pontos, e todas as outras tiveram apenas 12,
ou seja, mesmo com índices de ludicidade iguais houve diferenças significativas entre elas no que diz
respeito a aprendizagem. Assim, não é possível, somente com esses dados, se comprovar de forma definitiva
que o fator ludicidade influenciou significativamente na aprendizagem dessas crianças. Todavia, não se pode
menosprezar as conclusões oriundas da análise descritiva, essa apontou de forma conclusiva que na escola
com maior oferta de atividades lúdicas estavam as crianças com maior desenvolvimento da aprendizagem.
Possivelmente outras variáveis como a didática e o método de ensino, adotados por cada escola, tenham tido
alguma influência sobre o resultado desse teste.
Já a igualdade registrada no teste de praxia global pode se justificar pelas próprias características da
cidade onde se desenvolveu o estudo, onde ainda prevalecem características de cidade do interior, com
grande oferta de espaços favoráveis ao desenvolvimento dessas práxis por meio dos próprios jogos e
brincadeiras próprios da faixa etária avaliada, e pela ausência professores de educação física nas escolas
estudadas, o que de certa forma limita o desenvolvimento psicomotor das crianças no ambiente escolar as
“brincadeiras ao acaso”. A esse respeito Rosa Neto (1996), diz que o conceito de praxia global “é a ação
psicomotora representada pelos movimentos dinâmicos globais (correr, saltar, trepar, andar, etc.)”, que de
certa forma podem ser desenvolvidos por brincadeiras “ao acaso” praticadas no meio social em que elas
estejam inseridas. Esta visão se respalda no conceito de Mello (1996), que afirma que a praxia global como
“a harmonia dos movimentos voluntários dos grandes segmentos do corpo ou a capacidade de controle dos
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atos motores que põe em ação todo o corpo”. Porém Bezerra (2007) e Quintão et al (2004) defendem a
importância da intervenção do professor de educação física como agente direcionador e potencializador
desse desenvolvimento, o que não existia em nenhuma das escolas estudadas.
4. CONCLUSÃO
Pode-se concluir através dos dados levantados nessa pesquisa que os objetivos foram parcialmente
atingidos uma vez que a análise descritiva comprovou que na escola onde as crianças tinham mais ofertas de
atividades lúdicas foram registrados maiores índices de aprendizado.
Com relação à variável praxia global, registrou-se uma homogeneidade nas escolas avaliadas
possivelmente devido a inexistência de professores de educação física nessas escolas que pudessem
direcionar o desenvolvimento dessa variável.
Devido à grande relevância do tema abordado sugere-se que outros estudos, que busquem comparar
um número maior de escolas e indivíduos, sejam conduzidos a fim de que se possa caracterizar de forma
conclusiva a influência das atividades lúdicas no desenvolvimento da aprendizagem.
5. REFERÊNCIAS
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Psicopedagogia Online, 2005. Disponível em:
http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=39. Acesso: 26 de Abril de 2011.
FONSECA, V. Manual de observação psicomotora: Significação psiconeurológica dos fatores
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MACEDO, Lino; PETTY, Ana Lúcia Sícoli; PASSOS, Norimar Christe. Os jogos e o lúdico na
aprendizagem escolar. Edições Artmed. Porto Alegre, 2005.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. A importância das brincadeiras na evolução dos processos de
desenvolvimento humano. Revista Psicopedagogia Online, 2003. Disponível em:
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MELLO, A. M. de. Psicomotricidade, Educação Física. Jogos Infantis. 3ª Ed. São Paulo. Ibrasa. 1996.
PINHO, Raquel. O lúdico no processo de aprendizagem. Webartigos, 2009. Disponível em:
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QUINTÃO, Dalila; PINHEIRO, Elisa; PASSOS, Felipe; Santos, Larissa; XAVIER, Márcia; NUNES,
Márjorie. Centro de Ciências de Educação e Humanidades – CCEH - Universidade Católica de Brasília
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30
ROSA NETO, F. Valoracion del desarrollo motor y su correlacion com los transtornos del aprendizage.
Tesis doctoral. (Faculdade de Medicina – Departamento de Fisiatria y Enfermeria) Universidad de Zaragoza,
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SANTANA, Eliana Moraes de. A Influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos
químicos. Universidade de São Paulo, Instituto de Física - Programa de Pós-Graduação Interunidades em
Ensino de Ciências - 2006.
TEIXEIRA, C.E.J. A Ludicidade na Escola. São Paulo: LOYOLA, 1995.
... Os fatos acima, corroboram com o estudo de Calomeni et al. (2012), em que 40 crianças, de escolas da rede pública e privada do Brasil, foram investigadas com o objetivo de verificar a influência do lúdico no desenvolvimento da aprendizagem. Os achados revelaram que nas escolas em que as crianças tinham contato com atividades lúdicas foram registrados maiores índices de aprendizado. ...
... Esta intenção lúdica proporciona aos educandos a descoberta de si e do mundo a sua volta, possibilitando aprender com o erro, com o acerto ou com o outro, ampliandoa possibilidade de tomada de decisão, seja numa situação escolar ou fora dela, contribuindo para a socialização e motivação no processo de ensino aprendizagem (NASCIMENTO et al., 2012). ...
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Esta é uma pesquisa bibliográfica que objetivou compreender o atual estado do conhecimento científico da ludicidade como componente nuclear da educação psicomotora nas séries iniciais do ensino fundamental e, para atingi-lo, utilizou-se das etapas de construção do Estado do Conhecimento, propostas por Morosoni (2015). Foram explorados os bancos de dados: Google Scholar, Scielo, BDTD, Portal de Periódicos da Capes e 48 Revistas Quallis Capes da área da Educação Física. Utilizou-se Bardin (2011) para a análise dos textos, sendo produzidas as categorias: 1) Ludicidade e educação psicomotora - possíveis aprendizagens; e 2) O professor e a educação física na construção de uma educação psicomotora lúdica. Concluiu-se que uma educação psicomotora lúdica na escola se torna relevante quando o professor de educação física planeja, organiza e excuta atividades lúdicas voltadas para o desenvolvimento integral dos escolares, utilizando novas metodologias e didática.
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Brincando e Aprendendo: O Papel do lúdico no ensino / Aprendizagem em diferentes contextos sociais. Monografia apresentada na graduação do curso de pedagogia do Centro de Educação Superior a Distância do Estado do rio de Janeiro -CEDERJ
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ASSIS, Rosimar Moreira. Brincando e Aprendendo: O Papel do lúdico no ensino / Aprendizagem em diferentes contextos sociais. Monografia apresentada na graduação do curso de pedagogia do Centro de Educação Superior a Distância do Estado do rio de Janeiro -CEDERJ. 2010.
Porque Trabalhar O Lúdico Na Educação Infantil. Webartigos
  • Edson Bezerra
  • Alves
BEZERRA, Edson Alves. Porque Trabalhar O Lúdico Na Educação Infantil. Webartigos, 2007. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/2985/1/Porque-Trabalhar-O-Ludico-Na-Educacao-Infantil/pagina1.html. Acesso em: 3 de junho de 2011.
A importância do jogo no processo de aprendizagem. Revista Psicopedagogia Online
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A importância das brincadeiras na evolução dos processos de desenvolvimento humano
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ROSA NETO, F. Valoracion del desarrollo motor y su correlacion com los transtornos del aprendizage. Tesis doctoral. (Faculdade de Medicina -Departamento de Fisiatria y Enfermeria) Universidad de Zaragoza, Zaragoza, 1996.
A Influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos
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SANTANA, Eliana Moraes de. A Influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos. Universidade de São Paulo, Instituto de Física -Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências -2006.