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Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía | vol. 29, n.º 1, ene. - jun. de 2020, pp. 224-241 | ISSN 0121-215X (impreso) · 2256-5442 (en línea)
Revista Colombiana de Geografía
adernos de Geografía:
As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra
de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
Bruno de Souza Lima 1
*
Charlei Aparecido da Silva 2
+
Marcos Norberto Boin
3
∆
Rafael Brugnolli Medeiros 4
‡
Resumo
A Serra de Maracaju, relevante conjunto de relevo do estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, historicamente
mantém uma relação conituosa com as dinâmicas territoriais que se impuseram no processo de uso e
ocupação da terra. Este artigo objetiva apresentar as paisagens da Serra de Maracaju e propor unidades de
paisagens, compreendendo suas estruturas físico-culturais e usos da terra, tendo como base os cenários
de e . Na investigação, foram realizados trabalhos de campo e espacialização de dados em sistemas de
informação geográca que permitiram identicar seis unidades de paisagens. Nas áreas em que as estruturas das
paisagens apresentam maiores declividades, registraram-se os maiores índices de conservação e preservação,
essencialmente da vegetação nativa. Concomitantemente, em áreas de relevo com maior aplainamento e
em paisagens aptas para as atividades agropecuárias, o nível de preservação e conservação da vegetação
nativa diminuiu consideravelmente durante o período analisado. Constatou-se que as dinâmicas territoriais
historicamente construídas para a produção de commodities para a exportação, estão intimamente ligadas às
transformações das paisagens da Serra.
Palavras-chave: dinâmicas territoriais produtivas, planejamento territorial, Serra de Maracaju, unidades de
paisagens, usos da terra.
Ideias destacadas: artigo de pesquisa sobre a diversidade de paisagens da Serra de Maracaju, Mato Grosso
do Sul, Brasil. Foram identicadas seis unidades de paisagens a partir de suas estruturas físico-sociais e
dos usos da terra. Os cenários de e permitiram identicar as transformações, os impactos e suas
potencialidades.
: . | : | : .
Lima, Bruno de Souza; da Silva, Charlei Aparecido; Boin, Marcos Norberto; Medeiros, Rafael Brugnolli. 2020. “As paisagens e as
dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil.” Cuadernos de Geog rafía: Revista Colombiana de Geog rafía
29 (1): 224-241. doi: 10.15446/rcdg.v29.n1.75016.
* Universidade Federal da Grande Dourados (), Dourados - Brasil. Ã bruno_mxsl@hotmail.com – : ---.
+ Universidade Federal da Grande Dourados (), Dourados - Brasil. Ã charleisilva@ufgd.edu.br – : ---.
∆ Universidade Federal da Grande Dourados (), Dourados - Brasil. Ã marnorboin@gmail.com – : ---.
‡ Universid ade Federal da Grande Dourados (), Dourados - Brasil. Ã rafael_bmedeiros@hotmail.com – : ---X.
à Correspondência: Bruno de Souza Lima, Rodovia Dourados / Itahum, Km , Unidade | Caixa postal: | : .-, Doura-
dos-, Brasil.
./rcdg.v.n.
Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía | vol. 29, n.º 1, ene. - jun. de 2020, pp. 224-241 | ISSN 0121-215X (impreso) · 2256-5442 (en línea)
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As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
Landscapes and Territorial Dynamics in the Sierra
de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brazil
Abstract
Historically, the Sierra de Maracaju, an important relief unit in the department of Mato Grosso do Sul, Brazil,
has had a conictive relationship with the imposed territorial dynamics regarding the use and occupation
of land. e objective of the article is to present the landscapes of the Sierra de Maracaju and to propose
landscape units by understanding their physical-cultural structures and land uses, on the basis of the and
scenarios. e research included eldwork and spatialization of data in geographic information systems
that made it possible to identify six landscape units. Higher indexes of preservation and conservation of
native vegetation were observed in areas where landscape structures show greater incline. Correspondingly,
in atter relief areas and landscapes suitable for agricultural and livestock activities, the level of preservation
and conservation of native vegetation decreased considerably during the period analyzed. Findings show
that the territorial dynamics constructed historically to produce export commodities are closely linked to the
transformations of landscapes in the Sierra.
Keywords: productive territorial dynamics, territorial planning, Sierra de Maracaju, landscape units, land
uses.
Main Ideas: Research article on the diversity of landscapes of the Sierra de Maracaju, Mato Grosso do Sul,
Brazil. Six landscape units were identied based on their physical-social structures and uses of the land. e
and scenarios made it possible to identify transformations, impacts, and potentialities.
Los paisajes y las dinámicas territoriales en la Sierra
de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
Resumen
La Sierra de Maracaju, importante conjunto de relieve del departamento de Mato Grosso do Sul, Brasil,
históricamente mantiene una relación conictiva con las dinámicas territoriales que se impusieron al uso y
ocupación de la tierra. El artículo tiene como n presentar los paisajes de la Sierra de Maracaju y proponer
unidades de paisajes, comprendiendo sus estructuras físico-culturales y los usos de la tierra, con base en los
escenarios de y . En la investigación, se realizaron trabajos de campo y espacialización de datos en
sistemas de información geográca que permitieron identicar seis unidades de paisajes. En las áreas donde
las estructuras de los paisajes presentan declives más grandes, se registraron índices de conservación y
preservación más altos, esencialmente de vegetación nativa. Concomitantemente, en áreas de relieve con mayor
aplanamiento y en paisajes aptos para las actividades agropecuarias, el nivel de preservación y conservación
de la vegetación nativa se ha reducido considerablemente durante el periodo analizado. Se encontró que
las dinámicas territoriales históricamente construidas para producir commodities para la exportación están
estrechamente ligadas a las transformaciones de los paisajes de la Sierra.
Palabras clave: dinámicas territoriales productivas, planeación territorial, Sierra de Maracaju, unidades de
paisajes, usos de la tierra.
Ideas destacadas: artículo de investigación sobre la diversidad de paisajes de la Sierra de Maracaju, Mato
Grosso do Sul, Brasil. Se identicaron seis unidades de paisajes desde sus estructuras físico-sociales y los
usos de la tierra. Los escenarios de y permitieron identicar las transformaciones, los impactos y
sus potencialidades.
Universidad Nacional de Colombia
226 Lima, Bruno de Souza; da Silva, Charlei Aparecido; Boin, Marcos Norberto; Medeiros, Rafael Brugnolli
Introdução: o contexto do
tema e da abordagem
O estado de Mato Grosso do Sul tem aproximadamente
. km² e está localizado na Região Centro-Oeste do
Brasil. Compreende uma parcela dos biomas do Cerrado,
da Mata Atlântica e do Pantanal, por tal razão há uma
relevante variedade paisagística ao longo de seu territó-
rio. Devido à sua extensão, muitos são os usos da terra:
silvicultura de eucalipto a leste, monocultura de soja ao
sul, a sudoeste e ao centro do estado, e pastagens no
pantanal sul-mato-grossense.
Dentre tais paisagens, encontradas no território
sul-mato-grossense, um relevante conjunto paisagísti-
co se destaca: a Serra de Maracaju. Marcada pela diver-
sidade de formações geológicas e de relevo ao longo de
sua extensão, há a ocorrência de importantes faixas de
vegetação nativa, que ainda perduram, principalmente
nos setores de maior declividade. A Serra inicia-se na
parte sul do estado, no interior do município de Ponta
Porã, atravessa a faixa central do território sul-mato-
grossense, chegando até a porção norte do estado, no
município de Sonora.
As paisagens encontradas ao longo da Serra per-
mitem a contemplação de uma ampla variedade de
sionomias de Savanas/Cerrados, que originam e abri-
gam uma grande diversidade de ora e fauna. Sob a
inuência direta ou indireta dos biomas do Pantanal,
do Cerrado e da Mata Atlântica, essa região reete es-
ses biomas, dando origem a ecossistemas complexos ao
longo de toda sua extensão.
Conforme indica o Governo do Estado de Mato Grosso
do Sul (), a zona da Serra de Maracaju é a área mais
ameaçada no estado com relação à conservação e preser-
vação da vegetação nativa. Tsildis e Soares Filho ()
ressaltam ainda a importância hídrica da Serra, com
grande concentração de mananciais e nascentes ao longo
de sua extensão. A conservação/preservação da Serra de
Maracaju tem intrínseca relação com os usos das terras,
uma vez que a aptidão agrícola do estado exerce pressões
sobre as paisagens a partir das dinâmicas produtivas,
pautadas principalmente na agricultura e na pecuária.
Assim, neste momento, objetiva-se apresentar e discutir
as especicidades das paisagens encontradas na Serra,
relacionando-as com a possibilidade de inserção de ati-
vidades econômicas que ocasionem menos impactos.
Visa-se apresentar um cenário para subsidiar ativida-
des mais sustentáveis, em contraponto às pressões das
dinâmicas territoriais atuais.
Sobre a paisagem, uma das categorias analíticas da
Geograa, Escribano Bombín et al. () indicam que
vários teóricos se debruçaram em compreendê-la, o que
levou a diferentes denições a partir de pontos de vista
e objetivos de análise que envolvem essa categoria. Na
presente investigação, serão tomados como base de com-
preensão da paisagem autores como Ab’Saber (),
Bertalany (), Bertrand (, ), Bertrand e
Bertrand (), Guerra e Marçal (), Martins (),
Mateo Rodriguez (, ), Mateo Rodriguez, Silva e
Cavalcanti (), Mateo Rodriguez et al. (), Tricart
(), Vilás (), Verdum () e Yázigi ().
Considerando o caráter sistêmico da paisagem, esta
pode ser considerada resultado das relações e inter-rela-
ções dos diferentes componentes físicos e culturais postos
historicamente, de maneira que tais condições propiciam
a estruturação das diferentes feições de paisagens hoje
existentes na Serra. A materialização das paisagens deve
ser considerada assim, para além “daquilo que a visão
alcança”, denotando importância em função das carac-
terísticas de cada paisagem, as quais possuem origem
na sua estruturação físico-cultural. Complementando
esse ideário, é importante ainda chamar atenção para o
aspecto temporal da paisagem, uma vez que, conforme
ressalta Ab’Saber (), o tempo possui importância
fundamental nos conjuntos paisagísticos. De fato, a pai-
sagem é uma construção temporal, um acúmulo dos pro-
cessos siográcos e biológicos, apresentando-se, assim,
uma herança a ser tomada para as gerações posteriores.
Nesse estado, as paisagens mantêm relação direta com
as dinâmicas territoriais. Acerca do desenvolvimento de
tais dinâmicas, o Governo do Estado de Mato Grosso do
Sul () indica que o zoneamento econômico-ecológico
de Mato Grosso do Sul — doravante, -, é tido como
um instrumento orientador do território sul-mato-gros-
sense e de suas aptidões ante as possibilidades de explo-
ração territorial. O referido documento apresenta uma
divisão do estado em zonas, nas quais cada uma dispõe
de apontamentos em relação a três diretrizes para o uso
das terras, são elas: recomendados, recomendados sob
manejo especial e não recomendados. O documento
pondera considerações a respeito das potencialidades
socioeconômicas e da vulnerabilidade natural, indicando
a consolidação, expansão, recuperação ou preservação
do território sul-mato-grossense. O - pouco fala
sobre a relação íntima entre as paisagens do estado e sua
dinâmica socioeconômica, o foco é o uso do território,
uma dissonância que inibe compreender a complexida-
de existente em ações políticas e as realidades postas.
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As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
O - apresenta-se como guia em um cenário
que, de acordo com Lamoso (), passou a ser alte-
rado a partir dos anos , guiado pela expansão fri-
goríca e pelo uso das áreas do Cerrado na produção
de commodities para a exportação — essencialmente
soja, milho e, mais recentemente, cana-de-açúcar. Nesse
contexto, as dinâmicas produtivas do Estado passaram
a guiar-se pela estrutura produtiva da economia bra-
sileira (exportação de commodities para a exportação)
e pelas demandas do mercado internacional, priorita-
riamente o mercado chinês.
Nesse mesmo contexto, Faccin () arma que o
incentivo estatal alimenta cada vez mais a manutenção
do modelo econômico agroexportador do Brasil, fortale-
cendo as dinâmicas territoriais postas e a venda de com-
modities, presentes em Mato Grosso do Sul claramente.
Para Faccin (), tal fato leva ao sufocamento de outras
formas de produzir que poderiam ser implementadas no
estado e que poderiam ter maior envolvimento com a
mão de obra local e com o lugar de produção.
É importante ressaltar que, apesar da evolução pro-
tetiva da legislação brasileira, presente essencialmente
no Código Florestal Brasileiro (Decreto ., de de
janeiro de ), no Código das Águas (Decreto .,
de julho de ), na Lei de Crimes Ambientais (Lei
./) e na Resolução de Licenciamento Ambiental
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (/), a
proteção jurídica não tem sido ecaz na proteção dos re-
cursos naturais, sendo certo que a natureza sempre foi
utilizada para satisfazer o homem, de forma desenfreada,
de uso irrestrito e ilimitado, sob o enfoque econômico e
utilitarista, sem nenhuma preocupação com sua escassez
e com um planejamento racional de seu uso. Esse fato
causou redução desproporcional das áreas de vegetação
nativa, protetiva ou não dos mananciais hídricos, o que
impactou sobremaneira os espaços naturais, como na
área de estudo.
É evidente, dessa forma, que o aumento da competi-
tividade da produção de commodities para a exportação,
incentivado pelo próprio poder público, é diretamente
proporcional ao aumento da vulnerabilidade econômi-
ca, social e ambiental dos territórios (Faccin e Castillo
, ). É nessa lógica que as paisagens da Serra de
Maracaju estão inseridas.
Especicidades da Serra de Maracaju, suas
características físicas e morfoestruturais
A área de estudo está localizada na porção cen-
tro-oeste do estado de Mato Grosso do Sul, região de
Aquidauana-Nioaque, com uma área de aproximadamente
., km², que abrange as folhas do Exército brasilei-
ro, Aquidauana (.---), Ribeirão Taquaruçu (.--
--) e Nioaque (.---), na escala :., cujas
coordenadas do extremo das folhas são: º ’–º ’
(latitudinais) e º ’–º ’ (longitudinais) (Figura ).
A área de pesquisa compreende parcialmente
os municípios de Maracaju, Guia Lopes da Laguna,
Nioaque, Anastácio, Aquidauana e Dois Irmãos do
Buriti. Amparada pela prévia realização de trabalhos
de campo ao longo de toda a extensão da Serra, a de-
limitação/recorte da área levou em consideração a re-
levância das paisagens encontradas, tanto em relação
à complexidade da estrutura das paisagens quanto em
função da relação destas com seu entorno, a m de
compreender como as dinâmicas produtivas afetam e
marcam suas paisagens.
Geotectonicamente, a área está situada entre a bacia
sedimentar Cenozoica do Pantanal e a bacia sedimentar
Paleo-Mesozoica do Paraná, ocorrendo, ainda, estreita
porção da Faixa Paraguai, sob os sedimentos entre as
duas bacias mencionadas (Lacerda Filho, Silva e Jost
), aorando sempre no sentido -. Nessa faixa
de transição geotectônico-geológica (Lacerda Filho, Silva
e Jost ) e climática (Zavattini ), no centro da
América do Sul, Região Centro-Oeste do Brasil, ocorre
também a transição dos biomas da Mata Atlântica, da
Floresta Amazônica, do Chaco e do Pantanal, com a
predominância das sionomias do Cerrado ou Savana,
também inuenciado pela continentalidade do local.
A interação e inter-relação de diferentes componen-
tes físicos, bióticos e climáticos dessa região originam
paisagens contrastantes e ímpares que dão, à Serra de
Maracaju, uma beleza cênica única no estado de Mato
Grosso do Sul. Climaticamente, a área está localizada
sobre a faixa zonal (folha Aquidauana) entre os cli-
mas controlados pelas massas equatoriais e tropicais
e os climas controlados pelas massas tropicais e pola-
res, com índices pluviométricos que variam de .
mm () a . mm (), com uma estação seca e ou-
tra chuvosa (Zavattini ). Na paisagem, as rochas
apresentam-se como o elemento-base de sua estrutura
que, em interação com os climas presentes e passados,
geram diferentes tipos de relevos e de solos, com uma
ampla diversidade de sionomias orísticas, onde se
estabelece a fauna e se geram aptidões ou inaptidões
a uma série de atividades humanas.
Essas paisagens, na folha Aquidauana, são compostas
geologicamente pelas rochas das Formação Pantanal e
Universidad Nacional de Colombia
228 Lima, Bruno de Souza; da Silva, Charlei Aparecido; Boin, Marcos Norberto; Medeiros, Rafael Brugnolli
Depósitos Aluvionares (), Grupo Cuiabá e Formação
Furnas no centro da folha, já a Formação Aquidauana
ocorre a . Recobrindo essas formações, temos os de-
pósitos aluvionares holocênicos (Lacerda Filho, Silva
e Jost ; Lima ). A Formação Pantanal e os
Depósitos Aluvionares ocorrem em relevo de planícies
uviais e uviolacustres (declividades de a ), com
solos hidromórcos (gleissolo háplico tb distróco,
gleissolo háplico tb eutróco, neossolo quartzarênico
hidromórco e planossolo háplico) ( [] ;
Lacerda Filho, Silva e Jost ; Lima ). Com relação
à vegetação, essas paisagens outrora foram recobertas
por diferentes sionomias e hoje restam fragmentos
de savanas: gramíneo-lenhosas sem oresta galeria,
parque sem oresta galeria e arborizada sem oresta
galeria ( ; Lima ). Na porção central da fo-
lha, sobre o grupo Cuiabá e a Formação furnas, ocorre
um relevo mais movimentado representado pelas su-
perfícies aplainadas retocadas e degradadas, superfícies
aplainadas conservadas, degraus estruturais e rebor-
dos erosivos e escarpas serranas com declividades que
variam de a (Lacerda Filho, Silva e Jost ;
Lima ). Ainda, nos fundos dos vales, que nessa
porção são representados por rios obsequentes (rios
Aquidauana e Taboco), são encontradas as planícies
uviais e uviolacustres. Nessa área central, ocorrem os
solos: argissolo vermelho eutróco, argissolo vermelho
distróco, argissolo vermelho amarelo eutróco; nas
áreas mais íngremes, os neossolo litólico chernossóli-
co. Os remanescentes de vegetação encontrados sobre
essa porção são: savana arborizada sem oresta galeria
e savana orestada associadas às áreas de maior decli-
vidade e aos neossolos litólicos ( ). Já sobre as
planícies uviais, encontram-se as orestas estacionais
aluviais. Na porção , da folha Aquidauana, em área
de ocorrência quase exclusiva da Formação Aquidauana
e remanescentes da Formação Furnas (Lacerda Filho,
Silva e Jost ; Lima ), o relevo monótono com
formas de: domínio de colinas amplas e suaves, domí-
nio de morros e serras baixas e superfícies aplainadas
retocadas ou degradadas é contrastado por morros tes-
temunhos da Formação Furnas. Essa dinâmica do rele-
vo produz declividades que vão de a (Lacerda
Filho, Silva e Jost ; Lima ). Os solos associa-
dos a esses relevos são: latossolo vermelho distróco,
argissolo vermelho distróco, neossolo quartzarênico
km
16783,50
57°0’W
Datum: SIRGAS 2000
EPSG:4674
21°0’S 18°0’S24°0’S
21°0’S18°0’S 24°0’S
54°0’W 51°0’W
57°0’W 54°0’W 51°0’W
Brasil
Mato Grosso
do Sul
Argentina
Bolívia
MG
SP
PR
GO
MT
CoximCoxim
AquidauanaAquidauana
Legenda
Área de pesquisa
Municípios de Mato
Grosso do Sul
MS
Sistema de refer
ê
ncia
Oceano
Atlântico
Oceano
Atlântico
Folha AquidauanaFolha Aquidauana
Folha R. Taquaruçu
Folha R. Taquaruçu
Folha Nioaque
Folha Nioaque
Figura . Loca lização da área de estudo.
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As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
órtico e neossolo litólico chernossólico ( []
; Lima ). Quanto à vegetação nativa estabelecida
sobre essa porção da folha Aquidauana, são encontra-
das: savana arborizada sem oresta de galeria, savana
arborizada com oresta de galeria e savana orestada,
sempre acompanhando a área de maior declividade e,
portanto, de menor acessibilidade.
Na paisagem da folha Ribeirão Taquaruçu, a estrutu-
ra é composta por rochas que, a partir de , se inicia
com o grupo Cuiabá, depois a Formação Aquidauana,
que ocorre em grande parte da folha, e já a , as forma-
ções Botucatu e Serra Geral, em intercalações de traps e
intertraps (Lacerda Filho, Silva e Jost ; Lima ).
Associados a essa litologia, ocorrem os relevos de: su-
perfícies aplainadas retocadas ou degradadas, domínio
de colinas amplas e suaves, domínio de morros e serras
baixas, degraus estruturais e rebordos erosivos, planal-
tos e, no fundo dos vales dos rios, as planícies uviais ou
uviolacustres (Lacerda Filho, Silva e Jost ; Lima
). A declividade varia de a , sendo que os se-
tores de maior declividade estão restritos às porções e
da folha. Das três folhas trabalhadas, a folha ribeirão
Taquaruçu se mostrou com relevo mais suave e com a
maior quantidade de planície aluviais holocênicas, sobre-
pondo as rochas Paleo-Mesozoica da bacia do Paraná. Os
solos que recobrem esse relevo são: latossolo vermelho
distróco, latossolo vermelho eutróco, argissolo ver-
melho amarelo distróco, argissolo vermelho distróco,
vertissolo háplico carbonático e neossolo litólico chernos-
sólico ( [] ; Lima ), estes dois últimos
se encontram nas áreas de maiores declividades, junto
ao relevo de Degraus Estruturais e Rebordos Erosivos.
Nessas áreas mais declivosas dos degraus estruturais,
preservam-se os remanescentes da vegetação nativa de
maior porte e densidade de biomassa, como as savanas
orestadas ( ; Lima ). No outro extremo
junto aos corpos d’água, o excesso de umidade das áreas
de planície uvial e, nas áreas brejosas e encharcadas, a
diculdade física de ocupação preserva parte da oresta
estacional semidecidual aluvial.
Já na folha Nioaque, a paisagem é composta por três
unidades geológicas: Formação Botucatu, Formação Serra
Geral e Formação Aquidauana, sendo que os arenitos da
Formação Botucatu e as rochas ígneas da Formação Serra
Geral, situadas a da folha Nioaque, estão intercaladas
em traps e intertraps (Lacerda Filho, Silva e Jost ;
Lima ). Dessa forma, os basaltos da Serra Geral, ao
atingir os sedimentos arenosos da Formação Botucatu,
com altas temperaturas, provocaram metamorfismo
nas rochas arenosas, o que causou maior resistência
ao intemperismo, o que origina e sustenta a Serra de
Maracaju a . Essa condição ocorre em metade da folha
Nioaque em sua porção . Na referida folha, ainda se
encontram os relevos: superfícies aplainadas retocadas
ou degradadas na porção da folha, domínio de colinas
amplas e suaves, na parte central, degraus estruturais e
rebordos erosivos, na porção e, no extremo da folha
a , as chapadas e platôs (Lacerda Filho, Silva e Jost
; Lima ). No geral, a folha Nioaque a e, no
extremo , tem relevo ondulado com declividades entre
e , e, na área dos degraus estruturais e rebordos
erosivos, declividades entre e . Sobre a mesma
folha, ocorrem os solos distribuídos, também em faixas
de direção -, tais como: argissolo vermelho amarelo
distróco (); na sequência, o latossolo vermelho dis-
tróco, que predomina na área do relevo de chapadas e
platôs; já no centro da folha, há a ocorrência do latossolo
vermelho eutróco, vertissolo háplico carbonático, nitos-
solo vermelho eutroférrico e neossolo litólico eutróco.
No extremo da folha, ocorrem, sobre os relevos de
degraus estruturais e rebordos erosivos e as chapadas e
platôs, os solos latossolo vermelho eutróco e latosso-
lo vermelho distróco, respectivamente. nas planícies
uviais dos rios obsequentes, há a ocorrência de solos:
neossolo quartzarênico órtico, neossolo quartzarênico
hidromórco e, em alguns canais que drenam o relevo de
degraus estruturais e rebordos erosivos, originados das
rochas basálticas, os vertissolo háplico carbonático (
[] ; Lima ). Assim como na folha Ribeirão
Taquaruçu, a folha Nioaque apresenta remanescentes de
vegetação nativa basicamente em dois setores: junto às
áreas declivosas (degraus estruturais e rebordos erosivos),
onde a vegetação é de savana orestada, e no fundo de
vale, onde está a oresta estacional semidecidual aluvial
( ; Lima ).
Metodologia: a proposição de
unidades de paisagens da Serra
Para a concepção e construção das paisagens da Serra
de Maracaju (folhas Aquidauana, Ribeirão do Taquaruçu
e Nioaque), seus usos e estado de conservação, apre-
sentam-se, a seguir, a metodologia e os materiais uti-
lizados. A estrutura teórica do trabalho foi baseada na
teoria da paisagem, que tem como paradigma a abor-
dagem sistêmica. Para tanto, buscaram-se trabalhos
sobre interpretação da paisagem que se embasavam
nas obras de Bertalany (), Bertrand (, ),
Universidad Nacional de Colombia
230 Lima, Bruno de Souza; da Silva, Charlei Aparecido; Boin, Marcos Norberto; Medeiros, Rafael Brugnolli
Bertrand e Bertrand (), Guerra e Marçal (),
Mateo Rodriguez (, ), Mateo Rodriguez et
al. (), Tricart (). Assim, o entendimento das
paisagens e, portanto, a proposição de unidades de pai-
sagem — doravante, , tiveram como pressupostos
teóricos metodológicos o trabalho de Mateo Rodriguez,
Silva e Cavalcanti () e Lima (), o que demons-
tra uma análise estrutural das paisagens por meio da
identicação dos diferentes elementos que as formam:
a litologia, o relevo, o solo, a vegetação, os mananciais
hídricos e o clima.
A princípio, efetuou-se um levantamento bibliográ-
co e cartográco dos temas físicos; para isso, fez-se
uso de Zavattini (), Tsildis e Soares Filho (),
dados do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul
(), Lacerda Filho, Silva e Jost (), ([]
, ), Lima () e Lima, Silva e Boin (a,
b). A percepção da representatividade da área de
estudo se deu em função dos aspectos físicos mais vi-
síveis das paisagens, principalmente o do relevo e o da
vegetação. Os trabalhos de campo realizados ao longo
do polígono escolhido permitiram a coleta de informa-
ções sobre os diferentes componentes das paisagens (a
litologia, o relevo, o solo, a vegetação, os mananciais
hídricos e o clima) e seus usos (áreas urbanizadas, agri-
cultura e pecuária).
Buscou-se, na intepretação das paisagens, a constru-
ção de cartas temáticas sobre os componentes que es-
truturam as paisagens da Serra. Para a realização de tal
construção, os levantamentos teóricos de Santos (),
Mateo Rodriguez, Silva e Cavalcanti () auxiliaram
na compreensão da importância da cartograa nos es-
tudos de paisagem, bem como na forma que essas cartas
deveriam ser elaboradas, sua relevância e conabilidade
durante a construção dos dados secundários em campo.
Para a elaboração das cartas temáticas, buscou-
se a contribuição de alguns Sistemas de Informações
Geográcas — doravante s, tais como: o .,
o ArcView . e o programa gráco Corel Draw x,
que auxiliou no renamento do layout das cartas.
Os dados sobre litologia e relevo foram obtidos por
meio do acesso ao do Serviço Geológico do
Brasil () de , na escala de :.. No ,
foi possível obter os dados referentes à vegetação do ano
de e aos solos de , que foram disponibilizados
na escada de :.. Para o desenvolvimento da car-
ta de declividade, utilizou-se o arquivo raster do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais — doravan-
te, Inpe, das folhas e , com resolução de
metros, disponibilizadas pelo sistema Topodata a partir
de . Após a execução das cartas temáticas, geraram-
se, por meio do programa ArcView , as cartas sínteses
nais, ou seja, a carta de .
Já a camada de unidades de paisagens foi construída
por meio do tratamento imagens de satélite Landsat ,
que, após o processo de mosaico de imagem, foi ajustada
e equalizada para melhor apresentação das informações.
Na determinação das , consideraram-se os preceitos
postulados por Mateo Rodriguez, Silva e Cavalcanti
(), Ross () e Amaral e Ross (), que utilizam
as cartas temáticas elaboradas previamente que compõe
a estruturação da paisagem, além da percepção adquirida
durante os inúmeros trabalhos de campo. Esse proce-
dimento gerou, na área de estudo, seis grandes que
estão relacionadas ao uso e cobertura da terra.
Para a investigação das paisagens, buscou-se auxílio
nos s, os quais possibilitaram a montagem das bases
cartográcas, bem como permitiram eventuais correções
nos dados secundários. Foram nesses sistemas ainda
que se executou o procedimento de cruzamento de da-
dos vetoriais para a criação de unidades de paisagem, a
m de que fosse possível relacionar os usos da terra em
dois períodos, e .
O intervalo temporal escolhido, de a , tem
como premissa o ciclo de produção de commodities para
a exportação do estado conforme indicações de Lamoso
(). Os dois cenários visam demonstrar as trans-
formações das paisagens e estão em contraposição ao
aumento da produção agrícola baseada na produção de
commodities, especialmente no que se refere ao aumen-
to das pastagens e das áreas para a agricultura (plantio
de soja e milho).
O mapeamento do uso da terra consistiu, inicialmente,
na aquisição das imagens de satélite Landsat , sensor
, datada de setembro de , e Landsat , sensor
, datada de julho de . Ambas as imagens são
disponibilizadas gratuitamente por meio do Catálogo
de Imagens do Inpe e nelas são aplicados os preceitos do
processamento digital de imagens de satélite.
Posteriormente à aquisição das imagens de satéli-
te, iniciam-se as etapas de manuseio e processamento
das imagens com os s Spring .. e Arc ®, que
compreendem etapas como a criação de um banco de
dados geográcos no Arc ® para os tratamen-
tos iniciais, que abrangem a reprojeção das imagens
para o sistema de referência geodésico , o
georreferenciamento da imagem Landsat e o recorte
da área de estudo.
Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía | vol. 29, n.º 1, ene. - jun. de 2020, pp. 224-241 | ISSN 0121-215X (impreso) · 2256-5442 (en línea)
231
As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
No processo de classicação e denição do uso da
terra, fez-se uso das bandas , e (Landsat ) e das
bandas , , e (Landsat ). No processo de realce
das imagens, optou-se pelo histograma, que permitiu
distinguir os comportamentos espectrais dos alvos,
procedimento realizado no Spring ... Quando
da segmentação das imagens de satélite, fez-se uso
dos valores de similaridade; em seguida, realizou-se a
classicação pelo método não supervisionado. O pro-
cedimento permitiu criar temas de acordo com o com-
portamento espectral dos alvos, que posteriormente
foram transformados em classes de uso da terra: )
áreas urbanizadas não agrícolas, ) culturas tempo-
rárias, ) pastagem, ) solo exposto, ) silvicultura, )
vegetação nativa e ) água.
Resultados
Ao buscar-se a compreensão das paisagens da Serra
de Maracaju, é importante ressaltar a necessidade da
delimitação de , as quais facilitam a compreensão
das dinâmicas territoriais desenvolvidas no intervalo
temporal delimitado na pesquisa (-) e, por
consequência, possibilitam identicar as alterações
das paisagens nessa área. Assim, a integração dos fa-
tores naturais, sociais e de restrição legal à ocupação
do território, originou a carta de (Figura ) com
polígonos de denominação especíca do espaço geo-
gráco, cujo critério de distribuição não se restringe
apenas à homogeneidade, mas também à inseparabi-
lidade dos elementos, à intensidade das inter-relações
e à evolução histórica.
Nesse contexto, o exemplo de análise integrada da
paisagem efetuado por Mateo Rodriguez et al. (),
Mateo Rodriguez, Silva e Cavalcanti (), Bertrand
(), entre outros, contribuiu fundamentalmente
para a identicação das áreas de uso intenso e áreas
com aptidão para a conservação. De toda maneira, fo-
ram demarcadas seis que são produto da integração
entre litologia, relevo, solos e uso e cobertura da terra,
que possibilitou a análise das particularidades de cada
unidade. As encontram-se organizadas conforme a
posição geográca, o relevo e o uso da terra.
up i: Unidade pantanal sul-mato-
grossense sob pressão pecuária
Representada por sua grande planície de inundação,
essa unidade apresenta uma paisagem singular que,
além de seu abundante aspecto hídrico, com pulsos de
inundação, possui uma variada composição de vegeta-
ção, a qual é formada por savanas orestadas, savanas
gramíneo-lenhosas sem orestas de galeria, savanas ar-
borizadas sem orestas de galeria, savanas parque sem
orestas de galeria e orestas estacionais semideciduais
aluviais. Quanto ao uso dessa área, a atividade pecuária
é apontada como predominante.
Nessa unidade, em função da propensão à inundação,
as áreas estão associadas à grande quantidade de ma-
nanciais hídricos, notando-se a concentração de fauna
associada à ora de savana e à vegetação hidróla, áreas
as quais devem receber atenção especial acerca de suas
conservações. Possui função ambiental de preservar os
mananciais hídricos, a paisagem, a biodiversidade e facili-
tar o uxo gênico de fauna e de ora. Liga-se às extensas
áreas de pastagens, as quais restringem as vegetações
nativas às matas de galeria que acompanham os cursos
d’água. A unidade está restrita à folha Aquidauana em
sua porção (Figura ).
up ii: Morros e escarpas aquidauanenses
de áreas conservadas com pastagens
Caracterizada por seus relevos escarpados, esta uni-
dade representa uma das mais conservadas da área
de estudo, sendo composta por savanas orestadas e
savanas arborizadas com e sem orestas de galeria.
Além da representativa vegetação nativa existente,
nesta unidade, encontram-se secundariamente áreas
de pastagem. Aldeias indígenas também estão presen-
tes. Em face da alta declividade do relevo, ocorre a con-
servação da vegetação nativa que deve ser preservada,
até por imposição legal (Figura ). Quanto à função
ambiental e ecológica da vegetação nativa, indica-se
a importância de sua conservação considerando sua
relevância na ciclagem de nutrientes e formação dos
solos, como abrigo de biodiversidades e reguladora
do ciclo hidrológico. Funciona como transição entre
as baixas e as altas declividades dessas áreas, acom-
panhando faixas de vegetação preservada nas bordas
das formações rochosas, estabelecidas como colúvios
(Figura ). Contrastando com as partes altas da uni-
dade de paisagem, essas porções possuem menores
índices de conservação da vegetação nativa, que, por
contar com superfícies de maior aplainamento, servem
ao uso de atividades ligadas à pecuária (Figura ). A
vegetação esparsa existente exerce função de abrigar
pássaros e insetos polinizadores, como as abelhas e
os besouros. Distribui-se pelas folhas de Aquidauana
e Ribeirão Taquaruçu.
Universidad Nacional de Colombia
232 Lima, Bruno de Souza; da Silva, Charlei Aparecido; Boin, Marcos Norberto; Medeiros, Rafael Brugnolli
A
A
BB
C C
7640000
640000640000 640000640000
7640000
7640000
7640000
7680000
7680000
7680000
7680000
7720000
7720000
7720000
7720000 7760000
7760000
7760000
7760000
620000 640000
620000 640000
II
II II
II II
I
IIIII
III
III III
IV
IV
III III
V
V
V V
VI VI
II
II II
II II
III
III III
IV
IV
III III
V
V
V V
VI VI
II
II II
II II
III
III III
IV
IV
III III
V
V
V V
VI VI
Aquidauna Aquidauna
Nioaque Nioaque
1986 2016
5 0 5 10km 5 0 5 10km
Culturas temporárias
Pastagens
Silvicultura
Solo exposto
Vegetação nativa
Água
Áreas urbanizadas
Usos
Unidades de paisagem
VI
V
IV
III
II
I
Folhas topográficas
660.000620.000 660.000620.000
7.720.0007.680.000 7.760.0007.640.000
7.720.0007.680.000 7.760.0007.640.000
7.720.000 7.680.0007.760.000 7.640.000
R. Taquaruçú
Aquidauana
Nioaque
A
B
C
Unidade Pantanal Sul-Mato-Grossense sob
pressão pecuária
Morros e escarpas Aquidanauenses de áreas
conservadas com pastagens
Superfícies aplainadas de Nioaque sob pressão
pecuária e agricultura
Planalto das nascentes do Taquaruçu sob
pressão da pecuária
Flanco oriental da Serra de Maracaju de áreas
conservadas com pastagens
Chapadas e platôs de Maracaju sob pressão
agrícola
Limite das unidades
Legenda
Sistema de referência
Datum: SIRGAS 2000
Projeção: UTM 21S
EPSG:31981
1986 2016
0km
20 0km
20
Nioaque Nioaque
Aquidauna Aquidauna
NN
Local do registro fotográfico
Unidades de paisagem
VI
V
IV
III
II
I Unidade pantanal Sul-Mato-Grossense sob pressão pecuária
Morros e escarpas aquidanauenses de áreas conservadas com pastagens
Superfícies aplainadas de Nioaque sob pressão pecuária e agricultur a
Planalto das nascentes do Taquaruçu sob pressão da pecuária
Flanco oriental da Serra de Maracaju de ár eas conservadas com pastagens
Chapadas e platôs de Maracaju sob pressão agrícola
Limite das unidades
Folhas topográficas
Folha topográfica Riberão
Taquaruçu
Folha topográfica Aquidauana
Folha topográfica Nioaque
A
B
C
Sistema de
referência
Datum: SIRGAS 2000
Projeção: UTM 21S
EPSG:31981
Uso 2016
0km
40
b
a
7640000
7640000
7680000
7680000
7720000
7720000
7760000
7760000
I
II
II
I
IIIII
III
IV
III
V
VVI
N
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
7.720.000 7.680.000
7.760.000 7.640.000
660.000620.000
AA
BB
C
C
Figura . Evolução e distribuição do uso entre e , para a área de estudo, sobrepostos pelos limites das .
Dados: Landsat , composição , setembro e Landsat /, composição , julho .
Figura . Vegetação nativa que cobre as encostas do relevo de chapadas visto da área do Pantanal (a - b). Passagem da
(Pantanal), para a (Escar pas Aquidauanenses), nas duas fotos (a - b).
Dados: fotograas de Lima, fevereiro ; Landsat / , composição , julho .
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233
As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
Sistema de
referência
Datum: SIRGAS 2000
Projeção: UTM 21S
EPSG:31981
Uso 2016
0km
40
b
a
Local do registro fotográfico
Unidades de paisagem
VI
V
IV
III
II
I Unidade pantanal Sul-Mato-Grossense sob pressão pecuária
Morros e escarpas aquidanauenses de áreas conservadas com pastagens
Superfícies aplainadas de Nioaque sob pressão pecuária e agricultur a
Planalto das nascentes do Taquaruçu sob pressão da pecuária
Flanco oriental da Serra de Maracaju de ár eas conservadas com pastagens
Chapadas e platôs de Maracaju sob pressão agrícola
Limite das unidades
Folhas topográficas
Folha topográfica Riberão
Taquaruçu
Folha topográfica Aquidauana
Folha topográfica Nioaque
A
B
C
7640000
7640000
7680000
7680000
7720000
7720000
7760000
7760000
I
II
II
I
IIIII
III
IV
III
V
VVI
N
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
7.720.000 7.680.000
7.760.000 7.640.000
660.000620.000
AA
BB
C
C
Sistema de
referência
Datum: SIRGAS 2000
Projeção: UTM 21S
EPSG:31981
Uso 2016
0km
40
b
a
Local do registro fotográfico
Unidades de paisagem
VI
V
IV
III
II
I Unidade pantanal Sul-Mato-Grossense sob pressão pecuária
Morros e escarpas aquidanauenses de áreas conservadas com pastagens
Superfícies aplainadas de Nioaque sob pressão pecuária e agricultur a
Planalto das nascentes do Taquaruçu sob pressão da pecuária
Flanco oriental da Serra de Maracaju de ár eas conservadas com pastagens
Chapadas e platôs de Maracaju sob pressão agrícola
Limite das unidades
Folhas topográficas
Folha topográfica Riberão
Taquaruçu
Folha topográfica Aquidauana
Folha topográfica Nioaque
A
B
C
7640000
7640000
7680000
7680000
7720000
7720000
7760000
7760000
I
II
II
I
IIIII
III
IV
III
V
VVI
N
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
7.720.000 7.680.000
7.760.000 7.640.000
660.000620.000
AA
BB
C
C
Figura . Vegetação nativa que cobre as encostas do relevo de chapadas visto do interior das chapadas (a - b). Unidade , Escarpas Aqui-
dauanenses.
Dados: fotograas de Lima, junho ; Landsat / , composição , julho .
Figura . Planície de inundação usada para o pastoreio de animais (a) e interior da planície pisoteada pelos bovinos (b). Unidade Superfí-
cies Aplainadas de Nioaque ().
Dados: fotograas de Lima, outubro ; Landsat / , composição , julho .
Universidad Nacional de Colombia
234 Lima, Bruno de Souza; da Silva, Charlei Aparecido; Boin, Marcos Norberto; Medeiros, Rafael Brugnolli
up iii: Superfícies aplainadas de Nioaque
sob pressão da pecuária e da agricultura
Considerada a maior unidade da área de estudo,
essa porção apresenta um relevo mais aplainado, o
qual possibilita o desenvolvimento maciço das ativi-
dades agropecuárias (Figura ). As vegetações nativas
existentes restringem-se a pontos com formações de
Savanas Florestadas que ainda resistem às pressões
causadas pelas práticas da pecuária e da agricultura.
Nessas porções, podem ser evidenciados ainda diversos
pontos com solos expostos, os quais são, em muitos dos
casos, áreas destinadas à agropecuária. Compreendem
áreas de matas de galeria, formadas pelas Florestas
Estacionais Semideciduais, presentes ao longo dos re-
cursos hídricos dessas porções, o que denota importân-
cia no equilíbrio dessas paisagens. Essas áreas possuem
função ambiental de preservar os mananciais hídricos,
a paisagem, a biodiversidade e facilitar o uxo gênico
de fauna e de ora. Apresenta-se como uma área de
exploração econômica, considerando que as caracte-
rísticas das paisagens foram alteradas em função de
práticas agrícolas e principalmente pecuárias. A vege-
tação esparsa existente exerce função de abrigar pássaros
e insetos polinizadores, como as abelhas e os besouros, o
que propicia maior produtividade. Cobre parte das três
folhas estudadas, em suas porções (Figura ).
up iv: Planalto das nascentes do
Taquaruçu sob pressão da pecuária
Com seus relevos levemente ondulados, solos frá-
geis, como os neossolos quartzarênicos, e extensas áreas
úmidas ou brejosas alternadas a latossolo vermelhos dis-
trócos, essa unidade é tomada quase que estritamente
para o desenvolvimento da atividade pecuária (Figura ).
Com relação à vegetação, as formações de gramíneas de
pastagens exóticas são entremeadas a gramíneas nativas
em campos úmidos com raras áreas remanescentes de
orestal aluvial que protegem o entorno dos mananciais
hídricos. Percebem-se essas áreas como pontos de pres-
são exercida pela pecuária. As paisagens caracterizam-se
pela formação de áreas de brejo e pela ocorrência de rios
e córregos assoreados por processos de erosão. Porções
sob pressão pecuária, com grandes áreas descampadas,
que apresentam muito baixa função ambiental. Ocorre
integralmente na porção da folha Ribeirão Taquaruçu
(Figura )
Sistema de
referência
Datum: SIRGAS 2000
Projeção: UTM 21S
EPSG:31981
Uso 2016
0km
40
b
a
Local do registro fotográfico
Unidades de paisagem
VI
V
IV
III
II
I Unidade pantanal Sul-Mato-Grossense sob pressão pecuária
Morros e escarpas aquidanauenses de áreas conservadas com pastagens
Superfícies aplainadas de Nioaque sob pressão pecuária e agricultur a
Planalto das nascentes do Taquaruçu sob pressão da pecuária
Flanco oriental da Serra de Maracaju de ár eas conservadas com pastagens
Chapadas e platôs de Maracaju sob pressão agrícola
Limite das unidades
Folhas topográficas
Folha topográfica Riberão
Taquaruçu
Folha topográfica Aquidauana
Folha topográfica Nioaque
A
B
C
7640000
7640000
7680000
7680000
7720000
7720000
7760000
7760000
I
II
II
I
IIIII
III
IV
III
V
VVI
N
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
7.720.000 7.680.000
7.760.000 7.640.000
660.000620.000
AA
BB
C
C
Figura . Área de pastagem, na porção de relevo plano (a - b). Unidade Planalto das Nascentes do Taquaruçu ().
Dados: fotograas de Lima, outubro ; Landsat / , composição , julho .
Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía | vol. 29, n.º 1, ene. - jun. de 2020, pp. 224-241 | ISSN 0121-215X (impreso) · 2256-5442 (en línea)
235
As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
partes altas da serra. A vegetação nativa esparsa em meio
da pastagem abriga pássaros e insetos polinizadores. De
ocorrência na porção das folhas, Ribeirão Taquaruçu e
Nioaque (Figura ).
up vi: Chapadas e platôs de Maracaju
sob pressão agrícola
Por meio de seus relevos de planalto levemente ondu-
lados, essa unidade é tomada estritamente para o desen-
volvimento de atividades agrícolas, além de apresentar
uma grande ocorrência de solos expostos (Figura ).
Com relação à vegetação nativa, as formações são quase
inexistentes, restringindo-se a pontos de mata ciliar que
permeiam o entorno dos mananciais hídricos. Apresenta-
se como a área transitória entre o planalto de Maracaju
e o anco ocidental da Serra de Maracaju. Possui função
ambiental de preservar os mananciais hídricos, a paisa-
gem, a biodiversidade e facilitar o uxo gênico de fauna
e de ora. Porção com aptidão agrícola, dinâmica, que
caracteriza as extensas paisagens dessa unidade.
Caracteriza-se como uma das áreas que sofreram
(e sofrem) com as pressões exercidas pela agricultura
na serra. De ocorrência exclusiva na porção da folha
Nioaque (Figura ).
up v: Flanco oriental da Serra de Maracaju
de áreas conservadas com pastagens
Por meio da disposição de relevos ondulados e com
consideráveis diferenças altimétricas, essa unidade apre-
senta uma feição mais serrana, com uma vegetação nativa
mais preservada no entorno, constituída pelas forma-
ções de Savanas Florestadas e Savanas Arborizadas sem
Florestas de Galeria (Figura ). Na área dessa unidade,
os mananciais hídricos conjuntamente com os aspectos
do relevo permitem evidenciar ocorrência de corredeiras
e cachoeiras. Nessa porção, é possível observar áreas de
pastagem. Considerando os relevantes remanescentes
de vegetação nativa conservada em função da maior
declividade do relevo, essas áreas atuam como áreas de
conservação da biodiversidade na porção sul da serra.
Assim, apresentam função ecológica da vegetação nativa
na ciclagem de nutrientes e formação dos solos, como
abrigo de biodiversidades e reguladora do ciclo hidroló-
gico. Funcionam como áreas de transição entre as faixas
de maior e de menor declividade, oferecendo faixas de
vegetação nativa conservada, as quais devem ser man-
tidas e protegidas. Na parte baixa da serra, a dinâmica
econômica referente à pecuária aparece de maneira mais
incisiva, contrastando com as áreas conservadas das
Sistema de
referência
Datum: SIRGAS 2000
Projeção: UTM 21S
EPSG:31981
Uso 2016
0km
40
b
a
Local do registro fotográfico
Unidades de paisagem
VI
V
IV
III
II
I Unidade pantanal Sul-Mato-Grossense sob pressão pecuária
Morros e escarpas aquidanauenses de áreas conservadas com pastagens
Superfícies aplainadas de Nioaque sob pressão pecuária e agricultur a
Planalto das nascentes do Taquaruçu sob pressão da pecuária
Flanco oriental da Serra de Maracaju de ár eas conservadas com pastagens
Chapadas e platôs de Maracaju sob pressão agrícola
Limite das unidades
Folhas topográficas
Folha topográfica Riberão
Taquaruçu
Folha topográfica Aquidauana
Folha topográfica Nioaque
A
B
C
7640000
7640000
7680000
7680000
7720000
7720000
7760000
7760000
I
II
II
I
IIIII
III
IV
III
V
VVI
N
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
7.720.000 7.680.000
7.760.000 7.640.000
660.000620.000
AA
BB
C
C
Figura . Vegetação nativa que cobre as encostas do relevo de montanhoso, a de Nioaque (a - b). Unidade Flanco Oriental da Serra de
Maracaju ().
Dados: fotograas de Lima, outubro ; Landsat / , composição , julho .
Universidad Nacional de Colombia
236 Lima, Bruno de Souza; da Silva, Charlei Aparecido; Boin, Marcos Norberto; Medeiros, Rafael Brugnolli
A proposição de uma síntese
Considerando a apresentação da relação das estruturas
das paisagens das seis unidades com os seus referidos usos
da terra, é possível compreender que tais usos possuem
relação direta com as limitações ou potencialidades apre-
sentadas pela interação dos elementos físicos que formam
tais conjuntos paisagísticos. Nesse sentido, apresenta-se,
a seguir, a evolução/modicação e/ou manutenção dos
usos da terra nessa área da Serra de Maracaju, tendo como
referência o comparativo de e .
Na Tabela e na Figura , são apresentados os valores
totais das três folhas analisadas. É possível observar a
variação de cada uso das terras entre e . Tal
condição possibilita a compreensão da expansão ou a
diminuição de determinadas dinâmicas territoriais e
a associação destas às condições físicas dispostas pe-
las paisagens da Serra de Maracaju. Enquanto alguns
usos sofrem variações positivas ou negativas, outros,
como a silvicultura, eram inexistentes em ; con-
tudo, em , já aparece entre os usos presentes nes-
sas paisagens.
Sistema de
referência
Datum: SIRGAS 2000
Projeção: UTM 21S
EPSG:31981
Uso 2016
0km
40
b
a
Local do registro fotográfico
Unidades de paisagem
VI
V
IV
III
II
I Unidade pantanal Sul-Mato-Grossense sob pressão pecuária
Morros e escarpas aquidanauenses de áreas conservadas com pastagens
Superfícies aplainadas de Nioaque sob pressão pecuária e agricultur a
Planalto das nascentes do Taquaruçu sob pressão da pecuária
Flanco oriental da Serra de Maracaju de ár eas conservadas com pastagens
Chapadas e platôs de Maracaju sob pressão agrícola
Limite das unidades
Folhas topográficas
Folha topográfica Riberão
Taquaruçu
Folha topográfica Aquidauana
Folha topográfica Nioaque
A
B
C
7640000
7640000
7680000
7680000
7720000
7720000
7760000
7760000
I
II
II
I
IIIII
III
IV
III
V
VVI
N
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
I
II
II
III
IV
III
V
VVI
7.720.000 7.680.000
7.760.000 7.640.000
660.000620.000
AA
BB
C
C
Figura . Cultivo de cana-de-açúcar (a) e solo exposto (b) preparados para o plantio no planalto de Maracaju, de Nioaque. Unidade ,
Chapadas e Platôs de Maracaju.
Dados: fotograas de Lima, outubro ; Landsat / , composição , julho .
Tabela . Usos da terra nas folhas Aquidauana, R. Taquaruçu e Nioaque — -
Usos Ano de 1986
(km2)
Ano de 1986
(%)
Ano de 2016
(km2)
Ano de 2016
(%)
Aumento ou declínio entre
períodos
(1986-2016)
Vegetação 3.921,77 45,43 3.306,87 38,30 -18,59%
Solo exposto 21,31 0,24 129,79 1,50 +509,05%
Silvicultura 0 0 9,76 0,11 +97,60%
Água 109,54 1,26 121,45 1,40 +10,8 7%
Pastagem 4.445,89 51,50 4.788,91 55,47 +7,71%
Culturas 115,44 1,33 251,71 2,918 +118 ,04%
Área urbanizada 17,9 3 0,20 23,53 0,273 +31,23%
Total 8.631,88 100 8.632,02 100
Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía | vol. 29, n.º 1, ene. - jun. de 2020, pp. 224-241 | ISSN 0121-215X (impreso) · 2256-5442 (en línea)
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As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
6000,00
5000,00
4000,00
3000,00
2000,00
1000,00
0,00
Km2Solo exposto Silvicultura Pastagem Área
urbanizada ÁguaCulturas
3.306,05 129,79 9,77 4.789,75 23,54 121,45251,72
3.921,93 21,31 0,00 4.445,89 17,94 109,54115,45
2016
1986
Vegetaçâo
nativa
Figura . Evolução dos usos nas três folh as topográcas de e .
Dados: gerados no Arc ® a contagem en , .
Como se pode observar, na soma das três folhas to-
pográcas, há a clara redução de vegetação nativa (,
km) e o aumento das áreas de pastagens (, km) e
de culturas temporárias (, km), além de outras va-
riações nos usos, como pode ser observado na Tabela e
na Figura .
As vegetações nativas apresentaram variações entre o
período de e nas três folhas analisadas (Figura
, e ). Em um contexto geral, a área pesquisada ad-
mite um decréscimo da quantidade de vegetação nativa,
contudo essa condição possui maior incidência nas folhas
de Ribeirão do Taquaruçu e Nioaque, principalmente nas
Superfícies Aplainadas ( ), no Planalto das Nascentes
do Taquaruçu ( ) e nas Chapadas e Platôs ( ). As
áreas que mais mantiveram os percentuais de vegetação
nativa foram as planícies de inundação e os Morros e
Escarpas ( ) da folha Aquidauana, e o Flanco Oriental
da Serra de Maracaju ( ) em Nioaque, unidades em
que as condições físicas hídricas e de relevo apresentam
limitações de exploração.
De maneira a facilitar a compreensão da disposição
dos usos na área pesquisada, as guras , e com-
preendem os valores em km de usos para cada uma das
três folhas que formam o perímetro da presente inves-
tigação: Aquidauana, Ribeirão do Taquaruçu e Nioaque.
Essa condição facilita a análise e relação das diferentes
paisagens com seus referidos usos. Percebe-se, por exem-
plo, uma disparidade nos valores de vegetação entre
e no comparativo entre a folha Aquidauana
(Figura ) e as demais (Figuras e ), fato que permi-
te analogias com as características físicas da paisagem
encontradas nessas áreas.
As áreas de pastagens são uma constante em grande
parte da área pesquisada, sendo encontrada nas três car-
tas topográcas. Entretanto, percebe-se que, enquanto
na folha Aquidauana, o percentual de áreas de pastagem
teve um leve decréscimo no período analisado, nas demais
áreas, esses números aumentaram (Figuras, , e ).
Esse fato se deve aos diferentes níveis de complexidade
das paisagens encontradas nas três cartas. Enquanto na
folha Aquidauana se concentram maiores declividades
e áreas de inundação, nas folhas Ribeirão do Taquaruçu
e Nioaque, as condições de relevo são mais propícias à
pecuária e a culturas temporárias, ocupando superfícies
de maior aplainamento, sobretudo no entorno da serra
presente em Nioaque e nas áreas brejosas.
Na folha Aquidauana, a vegetação nativa em ter-
mos de valores teve um acréscimo de , km, única
folha a ter acréscimo na área de vegetação. Nas folhas
Taquaruçu e Nioaque, há uma redução signicativa. Na
folha Aquidauana, observa-se que há um aumento da
vegetação na (Pantanal) enquanto ocorre uma re-
dução na e (Morros e Escarpas Aquidauanenses
e Superfície Aplainadas de Nioaque), possivelmente pelo
deslocamento da atividade de pecuária da Unidade
para as Unidade e , exercendo pressão sobre as áreas
mais declivosas da Unidade e sobre as áreas mais secas
de relevo levemente ondulado da Unidade (Figura
). No geral, houve pequena redução da atividade de
pecuária na folha Aquidauana (, km) entre e
(Figura ).
1600,00
1400,00
1200,00
1000,00
800,00
600,00
400,00
200,00
0,00 Vegetaçâo
nativa
Km2Solo exposto Silvicultura Pastagem Área
urbanizada ÁguaCulturas
1.263,22 3,01 0,00 1.504,19 16,92 90,040,00
1.311,88 5,57 3,44 1.453,29 20,23 80,562,42
1986
2016
Figura . Usos na folha Aquidauana de e .
Dados: gerados no Arc ® a contagem en , .
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
Km2Solo exposto Silvicultura Pastagem Área
urbanizada ÁguaCulturas
1.239,32 7,97 0,00 1.619,29 0,00 10,760,00
925,10 0,85 6,33 1.917,89 1,07 23,722,39
1986
2016
Vegetaçâo
nativa
Figura . Usos na folha ribeirão Taquaruçu, de e .
Dados: gerados no Arc ® a contagem en , .
Universidad Nacional de Colombia
238 Lima, Bruno de Souza; da Silva, Charlei Aparecido; Boin, Marcos Norberto; Medeiros, Rafael Brugnolli
1600,00
1400,00
1200,00
1000,00
800,00
600,00
400,00
200,00
0,00 Vegetaçâo
nativa
Km2Solo exposto Silvicultura Pastagem Área
urbanizada ÁguaCulturas
1.419,38 10,33 0,00 1.322,41 1,02 8,75115,45
1.069,07 123,37 0,00 1.418,57 2,24 17,18246,90
1986
2016
Figura . Usos na folha ribeirão Nioaque, de e .
Dados: gerados no Arc ® a contagem en , .
Com relação às folhas Taquaruçu e Nioaque, a vegeta-
ção nativa sofreu uma redução signicativa entre e
(Figura e ), sendo substituída preferencialmente
pela atividade de pastoreio na folha Taquaruçu (Figura
) e pelas culturas temporárias/solo exposto na folha
Nioaque (Figura ).
A relação das culturas entre e se refere
basicamente à folha Nioaque, tendo em vista que a uni-
dade de paisagem “Chapadas e Platôs de Maracaju sob
Pressão Agrícola” ( ) dispõe os maiores percentuais
de predominância desse tipo de dinâmica, apresentando
um aumento de sua incidência entre o período analisado,
conforme representado na Figura .
Considerações nais
Ao nal da pesquisa, foi possível compreender a diversi-
dade paisagística da faixa central da Serra de Maracaju,
estabelecida aqui como área de pesquisa, de maneira
que, levando em consideração a estrutura da paisagem,
buscou-se compreender as relações dos usos da terra e as
áreas de vegetação nativa ainda conservadas/preservadas,
vislumbrando a inserção de novas possibilidades de ex-
ploração das paisagens, das , essencialmente atividades
que possam ser implementadas em concomitância com
a legislação ambiental e com ideais de sustentabilidade.
Com base na metodologia comparativa das paisagens
de e , foi possível analisar a relação dos usos da
terra com a estrutura paisagística disposta ao longo da
extensão da área pesquisada. Assim, foi possível perceber
que as áreas de maior declividade como as e são
aquelas que apresentaram maior grau de conservação/
preservação da vegetação nativa, apresentando alteração
nos valores ao longo dos anos e até mesmo dispondo de
maior quantidade de exemplar de vegetação nativa, como
encontrado nos morros e escarpas de Aquidauana. Tal
cenário está associado principalmente à condição física
dessas paisagens, a qual diculta os avanços das dinâmi-
cas produtivas como agricultura e pecuária nestas áreas.
Considerando tal limitação, ressalta-se a importância
da manutenção das condições ambientais encontradas
nessas paisagens, até porque a legislação ambiental li-
mita o seu uso.
Outra com características especícas que foi
encontrada na área de pesquisa, a , uma vez que,
apesar da presença de atividade pecuária nessa área,
sua predominância hídrica, com pulsos de inundação
em determinados períodos do ano, faz com que essas
paisagens limitem essa atividade, bem como se torna
imprópria para o desenvolvimento de diversas culturas,
fato que auxilia na conservação/preservação ambiental
da área. Em contrapartida, as demais unidades apresen-
tam estruturas paisagísticas que privilegiam em maior
escala atividades como a agricultura e a pecuária. A
é caracterizada por menores declividades e solos
pouco férteis, fato que culminou em um maior desma-
tamento da vegetação nativa, para o uso da pecuária
nessa área, entre e . Condição diferente tem
a , a qual, em função da grande presença de solos
férteis, propiciou a retirada de vegetação nativa para
o desenvolvimento de culturas como o milho e a cana-
de-açúcar. Por m, a , que, enquanto área brejosa,
é dotada de solos de baixa fertilidade, dominada pela
atividade pecuária, a qual se fortalece durante o pe-
ríodo de a , pressionando os remanescentes
de vegetação nativa.
As considerações aqui explanadas indicam que, apesar
das legislações ambientais apresentadas no escopo refe-
rencial desta pesquisa, em função do modelo de desenvol-
vimento econômico adotado no estado e fomentado por
políticas governamentais no que diz respeito à produção
de commodities, suas aplicações não foram efetivamente
respeitadas nas paisagens da Serra de Maracaju. Com ex-
ceção das áreas de maior declividade e da planície inun-
dada, que em virtude das congurações físicas exercem
maior diculdade e/ou impedimento de ocupação, as
demais áreas foram alvos de desmatamento em função
das dinâmicas territoriais historicamente construídas
como símbolos de desenvolvimento de Mato Grasso do
Sul, o que ocasionou modicações na condição da quali-
dade ambiental dessas paisagens.
Considerando o baixo número de pesquisas que en-
volvem a Serra de Maracaju e verticalizando ainda mais o
tema, que trata de suas paisagens e da conservação e usos
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As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
da terra, a presente investigação traz novas possibilida-
des de interpretação da Serra. Nesse sentido, o conjunto
de procedimentos aqui apresentados permite a aplicação
dessa metodologia em diversas outras investigações que
possuam o mesmo propósito, de maneira a auxiliar na
compreensão das paisagens, seus usos e prospectar no-
vos cenários ante as análises desenvolvidas.
A síntese das apresenta-se como um dos resultados
da pesquisa, podendo ser aplicada não apenas ao objetivo
primordial deste trabalho, mas também ao planejamento
ambiental como um todo e como instrumento de auxílio
na tomada de decisões para a ocupação e usos da terra
ou a conservação de espaços territoriais.
Agradecimentos
Ressalta-se que a presente pesquisa foi desenvolvida no
Laboratório de Geograa Física () da Universidade
Federal da Grande Dourados (), o qual ofereceu
toda a estrutura física, de equipamentos e softwares
necessários para o desenvolvimento da pesquisa, tanto
para o levantamento documental quanto para a reali-
zação dos trabalhos de campo e, posteriormente, para
o processo de análise.
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As paisagens e as dinâmicas territoriais na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil
Bruno de Souza Lima
Doutorando em Geograa, linha de pesquisa políticas públicas, dinâmicas produtivas e da natureza,
pela Universidade Federal da Grande Dourados (). Mestre em Geograa pela . Bacharel em
Turismo, com ênfase em ambientes naturais pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul ().
Linhas de pesquisas: turismo e meio ambiente, ecoturismo, paisagem, geossistema, geotecnologia.
Charlei Aparecido da Silva
Geógrafo. Pós-doutor em Geograa pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente
Prudente. Doutorado em Geograa pelo Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp, ). Mestrado em Geociências () pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas da
Unesp, campus de Rio Claro. Orientador de mestrado e doutorado da Universidade Federal da Grande
Dourados (). Linhas de pesquisa: climatologia, dinâmicas territoriais, turismo de natureza.
Marcos Norberto Boin
Geólogo. Doutor em Geociências e Meio Ambiente pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro (). Possui graduação em Geologia
pela Unesp (). Orientador de mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional na
Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), coorientador de doutorado na Unesp, coorientador de
mestrado na Universidade Federal da Grande Dourados. Linhas de pesquisa: climatologia, meio am-
biente, recursos hídricos, geologia.
Rafael Brugnolli Medeiros
Graduado e mestre em Geograa pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus de Três
Lagoas (-). Doutorando em Geograa pela Universidade Federal da Grande Dourados
(). Linhas de pesquisa: meio ambiente, recursos hídricos e geotecnologia.