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Atitudes linguísticas e o ensino de língua portuguesa: uma reflexão sociolinguística

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O presente artigo tem como objetivo refletir sobre o ensino de língua portuguesa no Brasil, investigando atitudes linguísticas de professores de escolas da rede pública de Uberaba-MG, mediante o fenômeno variável de concordância verbal. Para isso, serão feitas algumas reflexões a respeito da Teoria da Variação e Mudança Linguística (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006) e uma revisão teórica acerca dos conceitos de atitudes e avaliações linguísticas (LABOV, 2008 [1972]; LAMBERT, 1967). Com relação à coleta do corpus, foi aplicado um questionário a onze professores, de modo a analisar sua posição diante do fenômeno da concordância e da variação linguística. A partir das respostas foi possível evidenciar que o ensino de língua portuguesa está distante de um ensino reflexivo e de uma pedagogia da variação linguística (FARACO, 2007).

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Este artigo empreende uma reflexão a partir de uma atividade pautada em uma estratégia didática sobre crenças e atitudes linguísticas, desenvolvida com estudantes de Licenciatura em Letras, com intuito fomentar o pensamento crítico sobre a língua. Pensar a língua criticamente constitui competência fundamental para o professor de língua portuguesa que almeja contribuir para a formação de uma sociedade que pense sua língua de modo mais criterioso, com menor consideração a critérios valorativos e a representações linguísticas estereotipadas. Os participantes da atividade que deu origem às reflexões apresentadas neste artigo foram 22 estudantes de Licenciatura em Letras, os quais foram convidados a assistir à comédia dramática “Domésticas, o filme” e a responder um questionário de atitudes linguísticas sobre as personagens retratadas na trama. O inquérito sobre atitudes linguísticas indicou que o grupo pesquisado consegue estabelecer relação entre critérios extralinguísticos e variação linguística; por outro lado, não foi possível afirmar, com base nas respostas, que os participantes rejeitam a ideia de identidade entre o estereótipo linguístico e o grupo retratado por esse estereótipo. Os resultados do teste de atitudes geraram reflexões, que são tema do presente artigo e que foram transformadas em tópicos para uma roda de conversa com os participantes, a qual visou promover uma reflexão crítica acerca de crenças estereotipadas, atitudes e preconceitos linguísticos.
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Este trabalho objetivou verificar crenças e atitudes linguísticas de professores de língua portuguesa do ensino médio de uma escola pública de Salvador, Bahia, Brasil, no tocante às convenções linguísticas institucionalizadas, de modo a compreender a valorização ou a rejeição das variedades da língua em uso e refletir sobre o ensino de língua portuguesa materna. A pesquisa norteou-se na abordagem teórica da Sociolinguística (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 2008 [1972]; GÓMEZ MOLINA, 1998; MORENO FERNÁNDEZ, 2008), optando pela análise qualitativa e descritiva, a partir de testes de atitudes de abordagem direta. Esses testes revelaram crenças dos professores na superioridade da norma padrão e na dualidade certo/ errado, negando a variabilidade própria das línguas. Percebemos que as crenças sobre a língua portuguesa guiam as atitudes dos professores que, ao avaliar textos de alunos, os consideram insuficientes e cheios de erros por não atingirem um ideal de língua. Os docentes também demonstraram conhecimento da diversidade linguística, de gêneros textuais e da tipologia dissertativo-argumentativa. Observamos que enquanto o ensino tradicional tem metodologia clara, considerar a diversidade linguística exige metodologias diversas, o que depende da formação de professores pesquisadores autônomos, que ressignificam seu fazer docente na indissociabilidade da teoria e da prática pedagógica.
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A avaliação, as atitudes e crenças linguísticas suscitam a construção de julgamentos subjetivos do falante sobre sua própria língua e do seu interlocutor. Tais julgamentos podem influenciar o quadro de variação ou o curso de processos de mudança, estando, usualmente, ancorados na ideologia linguística de uma língua padrão. No ambiente escolar, destaca-se o professor como um dos agentes principais do que é transmitido e/ou reforçado no processo de ensino-aprendizagem. Por seu papel no processo de construção de crenças e atitudes, propusemos neste estudo investigar atitudes linguísticas de professores de duas escolas públicas de Monte Azul Paulista- SP, quanto ao fenômeno variável de concordância verbal, de modo a auxiliar na discussão sobre a valorização ou rejeição às variedades linguísticas em uso e sobre o ensino de língua portuguesa no Brasil. Este trabalho pautou-se na abordagem teórico-metodológica da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006; LABOV,2008).
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This research explores the extent to which the speech of Appalachian migrants in Ypsilanti, Michigan has been affected by the emerging local norm, an ongoing dialect change labeled the Northern Cities Shift (NCS). Recorded speech from these migrants was acoustically analyzed to determine whether the NCS feature of low-front vowel raising of was present. Index scores derived from formant values were then subjected to statistical analysis to determine the degree to which the respondents' use of this vowel reflects participation in the NCS. The respondents' use or nonuse of this feature was correlated with their sex, social status, age, and social network characteristics to determine which, if any, have influenced respondents' participation, or lack of participation, in the NCS. The results show that social network and sex are statistically significant predictors of acquisition, or lack of acquisition, of the feature in question, whereas age and socioeconomic status are not. a
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BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem: problemas fundamentais do Método Sociológico na Ciência da Linguagem. Tradução de Michel Lahud e Frateschi Vieira. 12.ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
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