Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais: Intervenções Clínicas
Abstract
Do site do editor:
A Terapia Cognitiva e Comportamental afirmou-se como uma modalidade nuclear na prática da psicoterapia. A sua evolução, diversidade e práticas validadas cientificamente confirmam-na como uma solução importante para diversas problemáticas e contextos de intervenção.
Reunindo os contributos de psicoterapeutas reconhecidos, neste primeiro volume de um conjunto de dois, dedicados a esta modalidade de terapia o leitor poderá encontrar informação sobre dimensões da intervenção e aspetos técnicos, em áreas como: comunicação terapêutica; ganho de consciência e mudança de significados; regulação emocional; confronto e exposição; desenvolvimento de competências; uso de intervenções experienciais; intervenções na crise e contextos de saúde e uso de medicação durante a psicoterapia.
Com recurso a casos clínicos e vinhetas de intervenção, os autores, com evidente preocupação pedagógica, proporcionam textos com exposições claras, práticas e de grande sensibilidade clínica.
Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais é uma obra indispensável a todos os que queiram aprofundar os seus conhecimentos sobre estas práticas terapêuticas e suas relações com outras abordagens clínicas e contextos de atuação.
«(...) É assim um livro que nos fala de percursos para promover mudanças, que se desejam profundas, devolvendo à pessoa o sentido de autoria o qual, através da aceitação criativa e transformadora da realidade, permite caminhar no sentido da ‘libertação da liberdade’».
Constança Biscaia
in Prefácio
... Portanto, sendo o caso de estudo um indivíduo adolescente que praticou acto agressivo de natureza sexual, dirigido a uma vítima também adolescente, envolvendo comportamentos de assédio sexual através de coacção, importunação e intimidação sexual, sob a forma de 790 790 verbalizações e escritos, cujos conteúdos visavam constranger e condicionar a liberdade sexual da vítima, e cuja essência dos actos praticados ser de cariz psicológico, social, ético e moral; então, considerando o enquadramento teórico e as descrições apresentadas na literatura da especialidade, justifica-se que o acompanhamento deste caso concreto seja realizado através de intervenção psicológica dirigida à correcção de características psicológicas que comportem inadequações, visando a mudança de atitudes e comportamentos do indivíduo compatíveis com a normatividade relacional com os outros no exercício da sua sexualidade de forma a evitar reincidências. A intervenção psicológica abrange acções de índole psicoeducativo e psicoterapêutico com ênfase na abordagem cognitivo-comportamental (Beck, 1976;Knapp & Beck, 2008;Medeiros, 2020;Neto & Baptista, 2019), visando operar mudanças no sujeito face ao objecto da relação (Barroso et al., 2019;Lösel & Schmucker, 2017). Nas modalidades da terapia narrativa (White & Epston, 1990) e da teoria do "Eu"dialógico (Hermans & Kempen, 1993) a condição psicológica reflecte-se numa autonarrativa problemática reportada a um padrão específico. ...
... Por conseguinte, com base nas questões problemáticas evidenciadas na avaliação, nas características específicas do processo de desenvolvimento global e sexual na adolescência, e neste caso, em concreto, foi definida a tipologia da intervenção a realizar durante o processo de acompanhamento psicológico, o qual consistiu num misto de abordagens de cariz psicoeducacional e de terapia cognitivo-comportamental (Batista et al., 2020;Beck, 1976;Knapp & Beck, 2008;Medeiros, 2020;Neto & Baptista, 2019), visando a mudança de atitudes e comportamentos através da elaboração narrativa assente na funcionalidade ao nível da dimensão consciência individual e colectiva (Pereira, 2014(Pereira, , 2018(Pereira, , 2022, procurando usar estratégias de confronto comparativo entre os padrões individuais de comportamento, influenciados pela subcultura, e os padrões universais e colectivos fundamentados em princípios ético-morais reguladores de sentimentos de respeito e valoração dos outros no âmbito das relações de intimidade; sendo que a condição psicológica reflecte-se numa autonarrativa problemática reportada a um padrão específico (White & Epston, 1990;Hermans & Kempen, 1993) e as transformações são operadas em momentos de inovação, podendo ocorrer ao nível de acção, reflexão, protesto ou reconceptualização (Batista, et al., 2020;Gonçalves, et al., 2017). ...
Sexual harassment behaviors, using strategies of coercion, harassment and sexual intimidation, violate people's sexual freedom and are crimes punishable in accordance with current legislation. Criminal liability begins at age 16; Acts carried out up to this age, punished by law as crimes, fall under the jurisdiction of the Educational Tutelary Law, resorting to non-criminal, but liability measures. It is important to understand the extent to which cognitive distortions and empathic deficits influence sexual behavior and strategies used by the aggressor. The research typology consists of a case study; whose object of study involves a 15-year-old male teenage aggressor, who practiced sexual harassment and committed a crime of coercion, harassment and sexual intimidation of a 14-year-old teenager, with the educational guardianship law being applied with assessment measures and psychological support for 14 months. The objective is to promote changes in behavior and attitudes based on awareness and understanding of situations in which they acted in accordance with wrong beliefs. The methodology involves psychological interviews and observation in the assessment of the aggressor and cognitive-behavioral therapy in psychotherapeutic intervention. The results reveal dissonances in the discourse, signs of cognitive distortions and empathetic deficits regarding the exercise of sexuality, based on beliefs arising from sub-cultural patterns of the surrounding environment. Psychological intervention of a psycho-educational and psychotherapeutic scope ensured a change in behavior and attitudes, registering an adjustment of individual sub-cultural standards to the universal collective standards in force in the exercise of citizenship in relation to sexuality in intimate relationships.
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