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A adição de exercícios específicos do core ao treinamento funcional não influencia a performance em tarefas de força rápida - Adding core specific exercises to functional training does not influence performance in rapid force tasks

Authors:

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RESUMO: Este estudo verificou a influência da adição de exercícios específicos do core no treinamento funcional sobre manifestações rápidas de força muscular (taxa de desenvolvimento de força, potência muscular e capacidade de salto vertical) em indivíduos jovens saudáveis. Participaram da pesquisa 57 adultos jovens, submetidos a dez semanas de intervenção distribuídos aleatoriamente nos seguintes grupos: Treinamento funcional com exercícios específicos do core (TFC), Treinamento funcional (TF) e Treinamento específico do core (TC). Os participantes foram avaliados quanto à taxa de desenvolvimento de força (TDF) dos músculos extensores e flexores do tronco e quanto à potência muscular dos membros superiores durante dois padrões de movimento básicos (empurrar-supino vertical e puxar-remada articulada) em três situações fixas de cargas. A capacidade de salto vertical foi avaliada através do countermovement jump test (CMJ). Após a coleta dos dados, os mesmos foram analisados, por meio de uma ANOVA 3x2 e o nível de significância adotado foi de 5%. Após as 10 semanas de intervenção, apenas o grupo TC obteve diferença quanto à TDF dos extensores do tronco (p < 0,001). Quanto à potência muscular, somente o grupo TF aumentou a potência no padrão de empurrar nas três cargas analisadas e todos os grupos melhoraram a capacidade de salto no pós-teste (p < 0,05). Com relação a comparação entre os grupos, não houve diferença sobre nenhuma das variáveis analisadas. Portanto, a inclusão de exercícios específicos do core no programa de treinamento funcional não trouxe benefícios adicionais sobre a produção de força muscular rápida em adultos jovens. Palavras-chave: exercício físico, desempenho atlético, região lombossacral. ABSTRACT: This study verified the influence of the addition of specific core exercises on functional training on rapid manifestations of muscle strength (rate of force development, muscle power and vertical jump capability) in healthy young individuals. A total of 57 young adults underwent ten weeks of intervention randomly assigned to the following groups: Functional training with specific core exercises (TFC), Functional training (TF) and Specific core training (TC). Participants were evaluated for the rate of force development (RFD) of the extensor and flexor muscles of the trunk and for the muscular power of the upper limbs during two basic movement patterns (push-vertical bench press and pull-articulated row) in three fixed situations of loads. The vertical jump capability was evaluated through the countermovement jump test (CMJ). After data collection, they were analyzed by means of a ANOVA 3x2 and the level of significance adopted was 5%. After the 10 weeks of intervention, only the TC group had a difference in the RFD of the trunk extensors (p <0.001). As for muscle power, only the TF group increased the power in the push pattern in the three loads analyzed and all groups improved the jumping capacity in the post-test (p <0.05). Regarding the comparison between the groups, there was no difference in any of the analyzed variables. Thus, the inclusion of specific core exercises in the functional training program did not bring additional benefits on the production of fast muscle strength in young adults.
Content may be subject to copyright.
Motricidade © Edições Desafio Singular
2019, vol. 15, n. S3, pp. 105-119 SINAL 2018
1 Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe - UFS, São Cristóvão, Sergipe, Brasil
2 Grupo de Estudos e Pesquisa Functional Training Group FTG, da Universidade Federal de Sergipe - UFS, São Cristóvão, Sergipe, Brasil
3 Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal de Sergipe - UFS, São Cristóvão, Sergipe, Brasil
4 Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe - UFS, São Cristóvão, Sergipe, Brasil
5 Grupo de Estudos da Obesidade - GEO, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, Santos, São Paulo, Brasil
6 Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e Esporte da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ, Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Brasil
* Autor correspondente: Rua O, 63, Lt. Caminho da Praia Bairro Centro. CEP: 49140-000. Barra dos Coqueiros/SE, Brasil. E-mail:
levyanthonysouza@gmail.com
A adição de exercícios específicos do core ao treinamento funcional
não influencia a performance em tarefas de força rápida
Adding core specific exercises to functional training does not influence
performance in rapid force tasks
Levy Anthony Oliveira1,2,4*, Marta Santos1,2,3, Diêgo Augusto Santos2,6, Iohanna Gilnara
Fernandes2, Gabriel dos Santos1,2,4, Cauê La Scala Teixeira5, Marzo da Silva-Grigoletto1,2,3,4
ARTIGO ORIGINAL | ORIGINAL ARTICLE
RESUMO
Este estudo verificou a influência da adição de exercícios específicos do core no treinamento funcional sobre
manifestações rápidas de força muscular (taxa de desenvolvimento de força, potência muscular e capacidade
de salto vertical) em indivíduos jovens saudáveis. Participaram da pesquisa 57 adultos jovens, submetidos
a dez semanas de intervenção distribuídos aleatoriamente nos seguintes grupos: Treinamento funcional
com exercícios específicos do core (TFC), Treinamento funcional (TF) e Treinamento específico do core
(TC). Os participantes foram avaliados quanto à taxa de desenvolvimento de força (TDF) dos músculos
extensores e flexores do tronco e quanto à potência muscular dos membros superiores durante dois padrões
de movimento básicos (empurrar - supino vertical e puxar - remada articulada) em três situações fixas de
cargas. A capacidade de salto vertical foi avaliada através do countermovement jump test (CMJ). Após a coleta
dos dados, os mesmos foram analisados, por meio de uma ANOVA 3x2 e o nível de significância adotado
foi de 5%. Após as 10 semanas de intervenção, apenas o grupo TC obteve diferença quanto à TDF dos
extensores do tronco (p < 0,001). Quanto à potência muscular, somente o grupo TF aumentou a potência
no padrão de empurrar nas três cargas analisadas e todos os grupos melhoraram a capacidade de salto no
pós-teste (p < 0,05). Com relação a comparação entre os grupos, não houve diferença sobre nenhuma das
variáveis analisadas. Portanto, a inclusão de exercícios específicos do core no programa de treinamento
funcional não trouxe benefícios adicionais sobre a produção de força muscular rápida em adultos jovens.
Palavras-chave: exercício físico, desempenho atlético, região lombossacral.
ABSTRACT
This study verified the influence of the addition of specific core exercises on functional training on rapid
manifestations of muscle strength (rate of force development, muscle power and vertical jump capability)
in healthy young individuals. A total of 57 young adults underwent ten weeks of intervention randomly
assigned to the following groups: Functional training with specific core exercises (TFC), Functional training
(TF) and Specific core training (TC). Participants were evaluated for the rate of force development (RFD)
of the extensor and flexor muscles of the trunk and for the muscular power of the upper limbs during two
basic movement patterns (push - vertical bench press and pull articulated row) in three fixed situations
of loads. The vertical jump capability was evaluated through the countermovement jump test (CMJ). After
data collection, they were analyzed by means of a ANOVA 3x2 and the level of significance adopted was
5%. After the 10 weeks of intervention, only the TC group had a difference in the RFD of the trunk
extensors (p <0.001). As for muscle power, only the TF group increased the power in the push pattern in
the three loads analyzed and all groups improved the jumping capacity in the post-test (p <0.05). Regarding
the comparison between the groups, there was no difference in any of the analyzed variables. Thus, the
inclusion of specific core exercises in the functional training program did not bring additional benefits on
the production of fast muscle strength in young adults.
Keywords: exercise, athletic performance, lumbosacral region.
106 | LAS de-Oliveira, MS Santos, DAN Santos, et al.
INTRODUÇÃO
O treinamento funcional (TF) consiste em um
método de treinamento físico respaldado pela
literatura científica por fornecer uma
transferência do desempenho obtido no
treinamento para a realização das atividades da
vida diária, sejam esportivas ou não (Da-Silva
Grigoletto, Brito, & Heredia, 2014). Este abrange
o treinamento de diferentes capacidades físicas de
maneira simultânea, utilizando exercícios
integrados, específicos, multi-articulares, multi-
planares, executados em alta velocidade e que
enfatizam a estabilidade do core (La Scala
Teixeira, Evangelista, Novaes, Da-Silva
Grigoletto, & Behm, 2017), que é a região que
engloba os músculos do tronco e da pelve,
responsáveis pela estabilidade do segmento axial
do corpo (Kibler, Press, & Sciascia, 2006). Os
músculos do core possuem a função de transmitir
a energia/potência gerada pelos quadris para os
membros superiores (McGill, 2010; McGill,
McDermott, & Fenwick, 2009). Isto ocorre,
porque a rigidez e estabilidade proximal (central)
são necessárias para permitir movimentos
rápidos dos segmentos distais (extremidades
corporais) (Lee, & McGill, 2016; McGill, 2016).
A capacidade de gerar força muscular de forma
rápida é um dos fatores fisiológicos mais
importantes para se obter um desempenho com
êxito em várias tarefas motoras, como saltar,
lançar e correr, podendo ser um pré-requisito
para a produção de movimentos corporais bem-
sucedidos (Andersen, Andersen, Zebis, &
Aagaard, 2010; Newton, & Kraemer, 1994;
Waugh, Korff, Fath, & Blazevich, 2013). Como
mencionado anteriormente, o core possui a função
de transmitir energia/potência para as
extremidades, desta forma, podendo interferir no
resultado de determinadas tarefas. Para alguns
autores, como Juan C. Santana e Stuart M. McGill
(Santana, McGill, & Brown, 2015), existe uma lei
universal do movimento humano que afirma que
a rigidez ou estabilidade proximal melhora a
mobilidade distal (McGill, 2014). Alguns estudos
prévios (Saeterbakken, van den Tillaar, & Seiler,
2011; Sato, & Mokha, 2009; Tse, McManus, &
Masters, 2005) demonstraram que treinar os
músculos do tronco isoladamente pode permitir
uma maior velocidade dos membros superiores,
endurance do core e maior desempenho na corrida
em atletas. No entanto, no nosso conhecimento
não há estudos que verificaram a performance em
tarefas de força rápida com indivíduos não-atletas
e/ou praticantes de exercício físico de maneira
recreativa.
Nos últimos anos os exercícios específicos do
core têm ganhado o interesse da comunidade
científica e dos profissionais que prescrevem
treinamento esportivo (Wirth et al., 2016), sendo
empregados em programas de TF por grande
parte dos praticantes recreativos e atletas
competitivos (Boyle, 2016). No entanto, não
dados na literatura científica que comprovem a
necessidade de incluir exercícios específicos do
core nos programas de TF para o incremento do
desempenho do core e de manifestações rápidas
de força muscular em indivíduos não-atletas, uma
vez que estudos transversais demonstraram alta
ativação dos músculos desta região ao realizar
exercícios globais em alta intensidade,
comumente prescritos no TF, como
agachamentos, levantamentos terra e outros
(Chulvi-Medrano et al., 2010; Comfort, Pearson,
& Mather, 2011; Hamlyn, Behm, & Young,
2007).
Nós hipotetizamos que a inclusão de
exercícios específicos do core (EEC) em um
programa de TF em adultos jovens induziria
maiores ganhos sobre as manifestações rápidas de
força muscular analisadas, uma vez que tem sido
documentado que um core mais estável e forte
permitirá uma transferência de força dos
membros inferiores para os superiores do corpo,
com uma menor dissipação de energia no tronco
(McGill, 2014; Shinkle, Nesser, Demchak, &
McMannus, 2012). Desta forma, o objetivo do
presente estudo científico foi verificar a influência
da adição de EEC no TF sobre manifestações
rápidas de força muscular (taxa de
desenvolvimento de força, potência muscular e
capacidade de salto vertical) em indivíduos jovens
saudáveis.
A adição de exercícios específicos do core ao treinamento funcional | 107
MÉTODO
Este estudo trata-se de um ensaio clínico
randomizado, que visou comparar três diferentes
protocolos de treinamentosico: treinamento
funcional com treinamento específico do core,
treinamento funcional e treinamento específico
do core. Foi observado o comportamento das
seguintes variáveis: taxa de desenvolvimento de
força dos músculos flexores e extensores do
tronco, potência muscular de membros
superiores e capacidade de salto vertical, antes e
após intervenção de 10 semanas sobre o grupo
amostral apresentado abaixo.
Participantes
Cinquenta e sete adultos jovens
insuficientemente ativos, de acordo com o
questionário internacional de atividade física
(IPAQ versão curta) (Matsudo, Araújo,
Matsudo, Andrade, Andrade, Oliveira, &
Braggion, 2001) (24,36 ± 5,69 anos, 66,25 ±
12,65 kg, 1,65 ± 0,08 m e 24,35 ± 3,76 kg/m2)
de ambos os sexos (36 homens e 21 mulheres)
foram recrutados através da divulgação da
pesquisa nas redes sociais e foram aleatoriamente
alocados, por meio de randomização em blocos,
para compor os seguintes grupos: Treinamento
Funcional com exercícios específicos do core
(TFC), Treinamento Funcional (TF) e
Treinamento específico do core (TC). O desenho
experimental da pesquisa foi disposto na Figura
1.
Figura 1. Desenho experimental do estudo.
Os critérios de inclusão adotados foram: 1)
não possuir histórico de doenças e dores
lombares nos últimos seis meses ou limitações
osteomioarticulares que os impossibilitassem de
participar da amostra, 2) ser classificado como
insuficientemente ativo, de acordo com o IPAQ
(Matsudo et al., 2001) e 3) assinar o termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE). Após o
período de intervenção, os participantes com
assiduidade menor que 80% foram excluídos das
análises subsequentes.
Figura 1 - Desenho experimental do estudo
108 | LAS de-Oliveira, MS Santos, DAN Santos, et al.
O procedimento de avaliação pré-participação
contou com uma anamnese específica com
questões referentes a aspectos
sociodemográficos, caracterização de saúde,
presença ou não de doenças musculoesqueléticos,
crônico-degenerativas e dores lombares nos
últimos seis meses. Os voluntários concordaram
em participar da pesquisa ao assinarem o TCLE,
o qual os informava dos procedimentos
metodológicos da mesma. A presente
investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética da
Universidade Federal de Sergipe.
Instrumentos
A taxa de desenvolvimento de força (TDF) dos
músculos flexores e extensores do tronco foi
medida por meio da execução de um teste de força
máxima do tronco, no qual uma célula de carga
(capacidade máxima de 500kg) foi utilizada para
a geração dos valores em Newton/m.s-1.
Os participantes estiveram dispostos na
posição semissentada sobre um assento estável,
no qual prevenia qualquer movimento dos
membros inferiores e isolava a musculatura
flexora e extensora do tronco atuante sobre a
coluna vertebral, como ilustrado na Figura 2
(Radebold, Cholewicki, Polzhofer, & Greene,
2001). O assento forneceu aos indivíduos um
ângulo de quadril (~ 110º) que proporcionava
uma lordose neutra da coluna lombar e menor
influência dos flexores do quadril. Além de
adequar um ângulo de joelho que permitia à pelve
se movimentar livremente, excluindo a
interferência da musculatura dos isquiotibiais
(Sutarno, & McGill, 1995).
Para a execução do teste, ao sinal do avaliador
os sujeitos foram incentivados a realizar força
máxima em um período de 5 segundos. Os
voluntários realizaram movimentos de flexão e
extensão isométrica do tronco no máximo esforço
possível, enquanto a célula de carga
(Chronojump-Boscosystem®, Espanha) fixada a
um suporte preso à parede e à uma faixa presa ao
redor de seus troncos. A faixa foi fixada na altura
do processo xifóide e a célula de carga foi alinhada
com o solo e conectada a um notebook, o qual
possuía um software de análise de dados
(Chronojump-Boscosystem®, Chronojump
1.8.1-95, Espanha) que fornecia os valores de
TDF dos flexores e extensores do tronco.
Inicialmente foi realizada uma tentativa de
familiarização, e em seguida, três tentativas
foram realizadas, com 30 segundos de intervalo
de descanso entre elas. Todos os voluntários
permaneceram com cada uma das mãos tocando
o ombro oposto de maneira que os braços
descansassem sobre o tronco durante toda
execução do teste.
Um avaliador, que regulava a altura em que a
célula de carga estaria, segurava uma faixa que
ficava em volta dos quadris dos voluntários, para
evitar qualquer movimento dos mesmos. Ao pisar
no aparato, mais dois avaliadores colocavam seus
pesos sobre o assento, para evitar qualquer
deslocamento. Todos os avaliadores forneceram
um forte encorajamento verbal em cada tentativa,
a fim de motivar os participantes a realizar um
esforço máximo. O valor mais alto da TDF foi
analisado subsequentemente.
Figura 2. Ilustração do teste de força máxima do
tronco no assento estável.
A potência de membros superiores foi
estimada durante a execução do exercício supino
vertical na máquina (Padrão de empurrar) e
remada articulada (Padrão de puxar), com a
utilização de um encoder linear conectado a um
software de análise de dados (Musclelab®,
Ergotest Innovation, Porsgrunn, Noruega). O
encoder foi conectado ao pino de sustentação das
barras de peso das máquinas (Physicus, São
A adição de exercícios específicos do core ao treinamento funcional | 109
Paulo, Brasil), para registrar o seu deslocamento
na freqüência de 100 Hz.
Os dois testes foram executados dentro da
zona de potência ótima. Foi determinada uma
faixa específica de cargas (porcentagem de uma
repetição máxima 1RM), na qual os
componentes da potência (força e velocidade) são
otimizados, permitindo o alcance de valores mais
altos de potência muscular em um determinado
exercício (Loturco et al., 2015). Anteriormente, o
valor de 1RM do supino vertical e da remada
articulada foram medidos para cada indivíduo e
foram estipuladas três cargas fixas que estavam
dentro da zona de potência ótima (50 a 90% de
1RM), que diferiram entre indivíduos de gêneros
opostos e para os diferentes padrões de
movimento analisados, uma vez que estes fatores
podem impactar na produção de máxima potência
(Cormie, McGuigan, & Newton, 2011a; Cormie,
McGuigan, & Newton, 2011b).
As cargas utilizadas foram 40, 50 e 60 kg para
as mulheres e 70, 80 e 90 kg para os homens no
teste de empurrar. No teste do padrão de puxar
foram 20, 30 e 40 kg para as mulheres e 50, 60 e
70 kg para os homens. Para a execução dos testes,
os participantes realizaram um aquecimento que
consistiu em uma série de 10 repetições com 10
kg a menos da primeira carga que seria analisada.
Após três minutos de intervalo e explicação do
avaliador quanto aos procedimentos dos testes,
os voluntários realizaram repetições à máxima
velocidade concêntrica possível até a
demonstração de fadiga (perda acentuada do
valor de potência). Apenas a potência média
desenvolvida na fase concêntrica do exercício foi
analisada posteriormente.
A capacidade de salto foi estimada através do
countermovement jump test (CMJ) (Markovic,
Dizdar, Jukic, & Cardinale, 2004). Os saltos
foram realizados sobre uma plataforma de
contato (Chronojump-Boscosystem®, DIN-A3,
Espanha) conectada a um timer digital, que
marcava a altura do salto em centímetros (cm).
Inicialmente, os voluntários realizaram um
aquecimento dinâmico que consistiu em corrida
de vai-e-vem num ritmo confortável totalizando
20 metros, dez agachamentos completos, cinco
saltos verticais da forma que achassem
confortável e três saltos verticais com as mãos na
cintura e com contramovimento.
Para a execução do CMJ foi realizada uma
tentativa de familiarização, na qual o avaliador
transmitia os critérios básicos para a correta
execução do teste. Todos os saltos atenderam aos
critérios, ao serem realizados com um
contramovimento, com as mãos mantidas ao lado
dos quadris durante todo o movimento e
executados com extensão completa de quadris,
joelhos e tornozelos. Além da tentativa de
familiarização foram realizadas 3 tentativas, com
15 segundos de descanso entre elas. O valor mais
alto da altura do salto vertical foi registrado para
análise.
Procedimentos
Os indivíduos foram avaliados antes (Pré) e
após (Pós) o período de 10 semanas de
intervenção, para determinar o efeito dos
protocolos de treinamento sobre a taxa de
desenvolvimento de força da musculatura flexora
e extensora do tronco, sobre a potência muscular
de membros superiores em dois padrões de
movimento (empurrar e puxar) e sobre a
capacidade de salto vertical.
Inicialmente, massa corporal (Kg) e estatura
(m) foram medidas, por meio de uma balança
antropométrica (Lider®, P150C, São Paulo,
Brasil), e um estadiômetro (Sanny, ES2030, São
Paulo, Brasil), respectivamente. Após estas
medições, as variáveis de desfecho foram
coletadas em ambos os momentos (Pré e Pós) e
na mesma e seguinte ordem: taxa de
desenvolvimento de força dos músculos flexores
e extensores do tronco, capacidade de salto
vertical e potência muscular de membros
superiores no padrão de empurrar e depois puxar.
Intervenção
O período de intervenção durou 10 semanas,
com três sessões de treinamento semanais
(segunda, quarta e sexta-feira), que duraram
cerca de 50 minutos, para todos os grupos
experimentais. Antes do início da intervenção,
todos os voluntários realizaram 6 sessões de
110 | LAS de-Oliveira, MS Santos, DAN Santos, et al.
familiarização com seus respectivos protocolos de
treinamento, nas quais instrutores certificados os
orientaram quanto à adequada realização dos
exercícios e procedimentos dos protocolos de
treinamento. Esta supervisão foi mantida durante
toda intervenção em todos os grupos
experimentais.
Os participantes dos grupos TFC e TF
realizaram exercícios multi-articulares e multi-
planares, com cada sessão dividida em quatro
blocos. A única diferença entre os protocolos de
treinamento dos dois grupos foi que no TF não
havia nenhum exercício específico para o core. A
estruturação dos treinamentos foi demonstrada
na tabela 1 e as seleções dos exercícios realizados
em circuito do TFC, TF e TC foram ilustradas nas
tabelas 2, 3 e 4, respectivamente (Silva Santos,
Vera-Garcia, Da Silva Chaves, Albuquerque
Brandão, Da Silva, & Da-Silva Grigoletto, 2018).
Durante as 10 semanas, nas duas primeiras
sessões semanais, os indivíduos realizaram duas
séries em cada circuito e na terceira e última
sessão semanal foram realizadas três, uma vez
que o intervalo de recuperação era de 72 horas até
a primeira sessão da semana subsequente. No
decorrer da intervenção os treinamentos sofreram
duas alterações para aumentar a intensidade de
esforço, que foram quanto ao aumento da
complexidade dos exercícios e da densidade dos
treinamentos.
Quanto ao TC, para equalizar os grupos, o
tempo gasto para a execução da sessão de
treinamento, a quantidade das sessões, bem
como as modificações realizadas na densidade do
treinamento ao longo da intervenção foram as
mesmas dos outros dois. Também houve
aumento na complexidade dos exercícios no
decorrer do treinamento.
O esforço dos participantes de todos os
protocolos de treinamento foi monitorado, por
meio da escala de percepção subjetiva de esforço
OMNI-RES (Robertson et al., 2003), na qual os
indivíduos de todos os grupos deveriam reportar
um esforço dentro da faixa de alta intensidade (8-
10), após o término de cada bloco de treinamento,
exceto após o primeiro bloco (preparação para o
movimento).
Análise estatística
Os testes estatísticos foram realizados, por
meio do software estatístico IBM® SPSS® (Versão
22, IBM Corporation, New York, USA). A
normalidade dos dados foi analisada através do
teste de Kolmogorov-Smirnov. A Análise de
Variância (ANOVA 3x2) para medidas repetidas
foi aplicada para comparar as variáveis
dependentes intra e inter-grupos de treinamento,
com post-hoc test de Bonferroni. O effect size
também foi calculado, por meio da equação de
Rhea (Rhea, 2004), para verificar a magnitude da
mudança. Para caracterizar as variáveis
observadas foi utilizada estatística descritiva, com
média e desvio padrão. O nível de significância
adotado foi de 5% (p≤0,05). Os coeficientes de
correlação intraclasse (ICCs) foram calculados
para todos os testes, utilizando como parâmetro
dois dias de medição.
Tabela 1
Estruturação dos programas de treinamento
Grupos
Blocos
TFC e TF
1º Bloco Preparação para o movimento (15
minutos)
2º Bloco Circuito Neuromuscular 1
(12-18 minutos; 6 estações; 8-12 repetições)
3º Bloco Circuito Neuromuscular 2
(12-18 minutos; 6 estações; 8-12 repetições)
4º Bloco Atividades intermitentes (5 minutos)
TC
1º Bloco - Preparação para o movimento
(5 minutos)
2º Bloco Circuito de Força Muscular dos
músculos do core (22 minutos; 11 estações)
3º Bloco Circuito de Resistência Muscular dos
músculos do core (16 minutos; 8 estações)
A adição de exercícios específicos do core ao treinamento funcional | 111
Tabela 2
Programa de treinamento de grupo Treinamento Funcional com exercícios específicos do core
Protocolo utilizado Semanas 1 a 4
Protocolo utilizado Semanas 5 a 7
Protocolo utilizado Semanas 8 a 10
Densidade: 30’’: 30’’
Densidade: 40’’: 20’’
Densidade: 40’’: 20’’
Circuito Neuromuscular 1
Circuito Neuromuscular 1
Circuito Neuromuscular 1
Deslocamentos frontais (A) e laterais (B) na escada de agilidade
Deslocamentos frontais (A) e laterais (B) na escada de agilidade
Deslocamentos frontais (A) e laterais (B) na escada de agilidade
Salto vertical sobre caixa (A/B)
Salto vertical sobre caixa (A/B)
Salto vertical sobre caixa (A/B)
Russian twist (A/B)
Russian twist (A/B)
Rotação do tronco em pé com tubo elástico com cotovelos
estendidos (A/B)
Sprints com tomada de decisão para mudança de direção (A) /
Deslocamentos em ziguezague passando pela frente dos cones
(B)
Sprints com tomada de decisão para mudança de direção (A) /
Deslocamentos em ziguezague passando por trás dos cones (B)
Sprints com tomada de decisão para mudança de direção (A) /
Deslocamentos em ziguezague passando pela frente do cone (B)
Balanço de corda naval simultaneamente pra cima e pra baixo
(A) e para os lados (B)
Balanço de corda naval simultaneamente pra cima e pra baixo
com pequenos agachamentos (A) e balanços em rotação (B)
Balanço lateral da corda naval simultaneamente com afundo (A)
/ Balanços em rotação da corda naval com agachamentos (B)
Rotação do tronco em pé com tubo elástico com cotovelos
flexionados (A/B)
Rotação do tronco em pé com tubo elástico com cotovelos
estendidos (A/B)
Russian twist (A/B)
Circuito Neuromuscular 2
Circuito Neuromuscular 2
Circuito Neuromuscular 2
Levantamento terra (A) e Agachamento Goblet (B)
Levantamento terra (A) e Agachamento Goblet (B)
Levantamento terra (A) e Agachamento Goblet (B)
Remada neutra (A) e pronada (B) na fita de suspensão
Remada neutra (A) e pronada (B) na fita de suspensão
Remada neutra + pronada na fita de suspensão (A) / Remada
pronada na fita de suspensão em base unipodal (B)
Prancha frontal (A) e lateral (B)
Prancha frontal tirando um pé do solo (A) e lateral com abdução
e adução do ombro (B)
Prancha frontal tirando um braço do solo (A) e lateral com
abdução isométrica da perna de cima (B)
Agachamento afundo (A) / Afundo reverso (B)
Agachamento búlgaro (A) / Avanço (B)
Afundo reverso (A) / Avanço (B)
Flexão de cotovelos no solo (A) e em pé, unilateral, com tubo
elástico, em base assimétrica (B)
Flexão de cotovelos no solo (A) e em pé, unilateral, com tubo
elástico, em base simétrica (B)
Flexão de cotovelos no solo (A/B)
Elevação pélvica unilateral (A) / Extensão lombar isométrica no
solo (B)
Flexão de quadril no solo com joelhos flexionados (A) /
Extensão lombar dinâmica no solo (B)
Sit-up (A) / Extensão lombar dinâmica no solo com sobrecarga
(B)
Nota. Os exercícios específicos do core incluídos foram descritos de maneira sublinhada.
112 | LAS de-Oliveira, MS Santos, DAN Santos, et al.
Tabela 3
Programa de treinamento do grupo Treinamento Funcional
Protocolo utilizado Semanas 1 a 4
Protocolo utilizado Semanas 5 a 7
Protocolo utilizado Semanas 8 a 10
Densidade: 30’’: 30’’
Densidade: 40’’: 20’’
Densidade: 30’’: 30’’
Circuito Neuromuscular 1
Circuito Neuromuscular 1
Circuito Neuromuscular 1
Deslocamentos frontais (A) e laterais (B) na escada de agilidade
Deslocamentos frontais (A) e laterais (B) na escada de agilidade
Deslocamentos frontais (A) e laterais (B) na escada de agilidade
Salto vertical sobre caixa (A/B)
Salto vertical sobre caixa (A/B)
Salto vertical sobre caixa (A/B)
Lançamento de medball na parede (A) e no solo (B)
Lançamento de medball na parede (A) e no solo (B)
Lançamento de medball na parede (A) e no solo (B)
Sprints de 20m com recuperação de 20m (A) / Deslocamentos
em zigue-zague passando pela frente do cone (B)
Sprints com mudança de direção lateral (A) / Deslocamentos em
zigue-zague passando por trás do cone (B)
Sprints com mudança de direção lateral e tomada de decisão (A)
/ Deslocamentos em zigue-zague passando pela frente do cone
(B)
Balanço de corda naval simultaneamente pra cima e pra baixo
(A) e para os lados (B)
Saltos horizontais sobre barreiras (A) e balanços em rotação da
corda naval (B)
Balanço lateral da corda naval simultaneamente com afundo (A)
e balanços em rotação da corda naval com agachamentos (B)
Pular corda (A) / Polichinelos (B)
Balanço de corda naval simultaneamente pra cima e pra baixo
com pequenos agachamentos (A) / Burpee (B)
Saltos horizontais sobre barreiras + sprint de 10 m (A) / Burpee
(B)
Circuito Neuromuscular 2
Circuito Neuromuscular 2
Circuito Neuromuscular 2
Levantamento terra (A) / Agachamento Goblet (B)
Levantamento terra (A) / Agachamento Goblet (B)
Levantamento terra (A) / Agachamento Goblet (B)
Remada neutra (A) e pronada (B) na fita de suspensão
Remada neutra + pronada na fita de suspensão (A/B)
Remada neutra + pronada na fita de suspensão (A/B)
Caminhada do fazendeiro (A/B)
Caminhada do fazendeiro (A) / Caminhada segurando um
kettlebell (B)
Caminhada do fazendeiro (A) / Caminhada segurando um
kettlebell (B)
Agachamento afundo (A) / Afundo reverso (B)
Agachamento búlgaro (A) / Avanço (B)
Afundo reverso (A) / Avanço (B)
Flexão de cotovelos no solo (A) e em pé, unilateral, com tubo
elástico, em base assimétrica (B)
Flexão de cotovelos no solo (A) e em pé, unilateral, com tubo
elástico, em base simétrica (B)
Flexão de cotovelos no solo (A/B)
Remada neutra unilateral em pé, em base assimétrica, com tubo
elástico (A) / Remada neutra unilateral inclinada (B)
High pull (A) / Remada neutra unilateral inclinada (B)
High pull (A) / Remada neutra unilateral inclinada (B)
A adição de exercícios específicos do core ao treinamento funcional | 113
Tabela 4
Programa de treinamento do grupo Treinamento específico do core.
Protocolo utilizado Semanas 1 a 4
Protocolo utilizado Semanas 5 a 7
Protocolo utilizado Semanas 8 a 10
Densidade: 30’’: 30’’
Densidade: 40’’: 20’’
Densidade: 30’’: 30’’
Circuito de Força muscular
Circuito de Força muscular
Circuito de Força muscular
Cão de caça isométrico
Cão de caça isométrico
Cão de caça isométrico
Remada neutra em pé com tubo elástico com flexão do
quadril em padrão cruzado
Padrão cruzado tirando uma perna fazendo flexão do quadril
Puxar unilateral com elástico na linha do peitoral
Agachamento unilateral
Agachamento unilateral
Empurrar unilateral com elástico na linha do peitoral
Desafiar mão
V invertido com elástico
Agachamento unilateral com perna à frente
Russian twist
Russian twist com medicineball
Agachamento curto mantendo tensão na mini-band
Rotação do tronco em pé com tubo elástico com
cotovelos flexionados
Rotação do tronco em pé com tubo elástico com cotovelos
flexionados
V invertido com elástico
Prancha frontal
Prancha frontal tirando uma perna
Prancha frontal no mini-disc
Prancha lateral
Prancha lateral com abdução e adução do ombro
Prancha lateral com abdução da perna de cima
Elevação pélvica unilateral
Elevação pélvica unilateral com sobrecarga
Elevação pélvica unilateral com sobrecarga
Extensão lombar no solo isométrica
Extensão lombar no solo isométrica com sobrecarga
Extensão lombar no solo isométrica com sobrecarga
Abdução de quadril no solo com mini-band (clamshell)
Abdução de quadril no solo com mini-band (clamshell)
Abdução de quadril no solo com mini-band (clamshell)
Flexão de quadril no solo com joelhos estendidos
Flexão de quadril no solo com joelhos estendidos + tronco
Flexão de quadril no solo com joelhos estendidos
Circuito de Resistência muscular
Circuito de Resistência muscular
Circuito de Resistência muscular
Abdominal crunch
Sit-up com apoio para os pés
Sit-up sem apoio para os pés
Extensão lombar no solo dinâmica
Extensão lombar no solo dinâmica
Extensão lombar no solo dinâmica sobre bola suíça
Abdominal oblíquo no solo
Bycicle crunch
Abdominal crunch
Flexão de quadril no solo com joelhos flexionados
Flexão de quadril no solo com joelhos estendidos
Flexão de quadril no solo com joelhos estendidos
Flexão lateral do tronco no solo tocando os calcanhares
Flexão lateral do tronco no solo tocando os calcanhares
Flexão lateral do tronco no solo tocando os calcanhares
Abdução de quadril em pé com mini-band no calcanhar
Abdução de quadril em pé com mini-band no calcanhar
Flexão do tronco com as pernas pra cima
Abdominal curl-up
Abdominal curl-up
Flexão lateral do tronco no solo em decúbito lateral
Elevação pélvica no solo
Elevação pélvica no solo com sobrecarga
Elevação pélvica no solo com sobrecarga
114 | LAS de-Oliveira, MS Santos, DAN Santos, et al.
RESULTADOS
Os resultados encontrados foram
apresentados nas Tabelas 5 e 6, e na Figura 3.
Como pode ser observado, houve diferença
estatística ao longo do tempo para algumas
variáveis e alguns grupos. No entanto, não houve
diferença estatística em nenhuma variável
analisada na comparação entre os grupos.
Ademais, para as variáveis analisadas, foram
encontrados ICCs entre 0,86-0,97.
Tabela 5
Resultados encontrados quanto à taxa de desenvolvimento de força após 10 semanas de intervenção. Valores apresentados em média e
desvio padrão (M ± DP)
Variáveis
Grupos
TFC
TF
TC
Pré
Pós
ES
Pré
Pós
ES
Pré
Pós
ES
TDF flexores
(N/m.s-1)
52,48±26,65
53,66±22,32
0,04
47,58±20,47
49,43±23,36
0,09
44,28±34,39
47,14±25,72
0,08
p = 0,83
p = 0,73
p = 0,68
TDF extensores
(N/m.s-1)
40,48±22,44
51,41±23,03
0,49
35,59±17,33
45,44±19,38
0,57
30,15±10,59
57,08±22,33*
2,54
p = 0,07
p = 0,08
p = 0,001
Nota. TFC: Treinamento funcional com treinamento específico do core; TF: Treinamento funcional; TC: Treinamento específico do core.
TDF Taxa de desenvolvimento de força; PM Potência muscular. * Diferença estatística em relação ao pré-teste, p≤0,05. ES effect size
Quanto a TDF dos músculos flexores do
tronco, não houve diferença estatística do
momento Pré ao momento Pós em todos os
grupos (p≥0,05). Para a TDF dos músculos
extensores do tronco, somente o grupo TC
apresentou diferença estatística ao longo das 10
semanas de intervenção (p=0,001).
Durante a execução das três cargas fixas no
supino vertical, apenas o TF apresentou diferença
estatística significativa ao longo do período de
intervenção. Nenhum grupo apresentou um
aumento significativo no decorrer do tempo no
padrão de puxar, durante a execução da remada
articulada com as três cargas analisadas.
Todos os grupos obtiveram uma melhora
significativa durante o momento pós-intervenção
(p≤0,05) quanto à estimativa da capacidade de
salto vertical, por meio da execução do
countermovement jump test (CMJ).
Tabela 6
Resultados encontrados quanto à potência muscular de membros superiores após 10 semanas de intervenção. Valores apresentados em média ±
desvio padrão
Variáveis
Grupos
TFC
TF
TC
Pré
Pós
ES
Pré
Pós
ES
Pré
Pós
ES
PM Supino vertical -
Carga 1 (watts)
316,82±146,50
313,21±138,59
-0,02
246,06±122,40
264,39±119,37*
0,15
252,05±138,59
259,38±131,29
0,05
p = 0,57
p = 0,004
p = 0,37
PM Supino vertical -
Carga 2 (watts)
334,45±168,35
326,98±150,72
-0,04
253,73±136,27
277,66±132,08*
0,18
245,77±137,43
259,98±137,93
0,10
p = 0,49
p = 0,02
p = 0,31
PM Supino vertical -
Carga 3 (watts)
316,60±165,91
307,48±152,58
-0,05
239,43±144,05
259,43±137,47*
0,14
231,50±158,84
234,64±123,20
0,02
p = 0,37
p = 0,04
p = 0,81
PM Remada
articulada Carga 1
(watts)
320,86±145,96
330,81±136,06
0,07
266,49±130,83
271,32±112,11
0,04
256,41±124,37
250,15±92,24
-0,05
p = 0,23
p = 0,54
p = 0,55
PM Remada
articulada Carga 2
(watts)
315,85±113,74
332,71±132,40
0,15
273,19±130,32
288,88±128,50
0,12
239,68±118,43
238,26±85,72
-0,01
p = 0,17
p = 0,18
p = 0,93
PM Remada
articulada Carga 3
(watts)
269,93±130,90
276,23±131,74
0,05
229,85±131,83
243,86±122,38
0,11
163,89±115,44
172,97±84,76
0,08
p = 0,55
p = 0,17
p = 0,50
Nota. TFC: Treinamento funcional com exercícios específicos do core; TF: Treinamento funcional sem exercícios específicos do core; TC:
Treinamento específico do core; PM Potência muscular. * Diferença estatística em relação ao pré-teste, p≤0,05. ES effect size
A adição de exercícios específicos do core ao treinamento funcional | 115
Figura 3. Alterações da capacidade de salto nos grupos Treinamento funcional com exercícios específicos do core (TFC),
Treinamento funcional (TF) e Treinamento específico do core (TC). Os valores estão em média ± desvio padrão. * Diferença
estatística em relação ao pré-teste (p≤0,05). CMJ = countermovement jump test; ES = effect size.
DISCUSSÃO
Este estudo verificou os efeitos da inclusão de
EEC no TF e de um TC durante 10 semanas de
intervenção sobre variáveis que expressam a
capacidade de produzir força muscular de forma
rápida. Os resultados mostraram melhoras sobre
a TDF da musculatura extensora do tronco
apenas no grupo TC. Além disso, apenas o grupo
TF obteve melhoras sobre a potência muscular de
membros superiores no padrão de empurrar e em
todas as cargas analisadas. em relação à
capacidade de salto vertical, todos os grupos
investigados obtiveram resultados positivos.
Sendo assim, o principal achado deste estudo
sugere que a inclusão de EEC no TF pode ser
ineficaz para o incremento da produção de força
muscular rápida analisada sobre os testes
aplicados em adultos jovens.
Os resultados encontrados com relação aos
grupos TFC e TF quanto à TDF da musculatura
flexora do tronco estão de acordo com os achados
recentes (Boyle, 2016; McGill, 2010) que
mostraram que os músculos tidos como flexores
do tronco agem muito mais como estabilizadores
do que produtores do movimento. Eles são mais
frequentemente usados como uma “cinta”, com o
objetivo de evitar movimento (McGill, 2010). Os
exercícios realizados que exigiam desta
musculatura eram dinâmicos, em sua maioria,
produtores do movimento de flexão, assim,
possivelmente treinar esta musculatura de forma
dinâmica não influencie na melhora da TDF em
um teste realizado de maneira isométrica. O
grupo TC não melhorou, pois, a capacidade do
core de gerar força de forma rápida em um curto
intervalo de tempo não foi exigida durante os
exercícios, mas sim a força máxima (Bloco 1) e a
resistência muscular (Bloco 2).
Com relação à musculatura extensora do
tronco, apenas o grupo TC obteve melhora,
possivelmente devido ao volume de exercícios. O
TC apresentava um volume de exercícios
específicos para a musculatura extensora do
tronco maior do que os grupos de TF. Foram
realizados os exercícios cão de caça, extensão
lombar e elevação pélvica que ativam esta
musculatura em alta magnitude (Okubo,
Kaneoka, Imai, Shiina, Tatsumura, Izumi, &
Miyakawa, 2010). Os exercícios cão de caça e
extensão lombar foram executados de forma
isométrica durante toda a intervenção, enquanto,
o grupo TFC realizou apenas a extensão lombar
isométrica durante as quatro primeiras semanas
de treinamento. Após estas primeiras semanas, o
exercício específico passou a ser realizado de
maneira dinâmica. uma controvérsia na
literatura científica sobre qual tipo de EEC
(isométrico ou dinâmico) induz maiores ganhos
sobre a performance do core (McGill, 2016). Desta
forma, os resultados deste estudo mostraram que
treinar esta musculatura de forma dinâmica,
durante a maior parte do tempo de intervenção,
não melhorou a TDF analisada de maneira
isométrica, após as dez semanas de intervenção
em um programa de TFC.
Outra justificativa para o resultado citado
acima é que o teste utilizado para avaliação pode
não ter expressado uma possível melhora
0
5
10
15
20
TFC TF TC
CMJ (cm)
Pré Pós
*
***
ES = 0,28
ES = 0,27
ES = 0,31
*p < 0,001
**p = 0,002
116 | LAS de-Oliveira, MS Santos, DAN Santos, et al.
significativa do core. Dada a escassez de testes que
realmente avaliem o desempenho do core (Wirth,
Hartmann, Mickel, Szilvas, Keiner, & Sander,
2016), foram analisados apenas movimentos
específicos (flexão e extensão do tronco) de
maneira isométrica, permitindo a avaliação
apenas em um ângulo determinado. Esse ângulo
busca avaliar os músculos do tronco, em
específico, e não a interação entre flexores do
tronco e do quadril, como normalmente ocorre
em uma situação da vida diária. Desta forma, este
teste também pode inibir a ativação de alguns
músculos que fazem parte do core, ao não permitir
movimentos do quadril e da pelve (Radebold,
Cholewicki, Polzhofer, & Greene, 2001; Sutarno,
& McGill, 1995).
Os resultados sobre a potência muscular de
membros superiores também podem ser
explicados pelo volume de exercícios. Por não
possuir EEC, o grupo TF possuiu mais exercícios
que estimulassem a potência de membros
superiores contribuindo para uma maior dose de
estímulo que pudesse alcançar adaptações
positivas sobre a potência no padrão de empurrar.
Devido aos EEC, o TFC possuiu um volume
menor de exercícios que estimulassem a potência
de membros superiores, não sendo capaz de
expressar dentro das 10 semanas adaptações
significativas.
Os testes utilizados também podem ter
influenciado na identificação ou não de
adaptações significativas nos dois padrões de
movimento analisados. uma escassez de testes
na literatura científica que avaliam quão bem o
core transfere forças dos membros inferiores para
os superiores (Shinkle, Nesser, Demchak, &
McMannus, 2012). Nós esperávamos que os
grupos TFC e TC também obtivessem melhoras
significativas sobre esta variável, uma vez que ao
treinar a musculatura do core, a força gerada na
parte central do corpo pudesse ser transferida
para as extremidades (Kibler, Press, & Sciascia,
2006; Lee, & McGill, 2016; McGill, 2010). No
entanto, o teste utilizado pode ter inibido a
influência do core, uma vez que foi executado
sobre uma posição corporal não funcional
(posição sentada) e sobre máquinas de exercícios,
as quais eram responsáveis pela estabilização
corporal (Boyle, 2016). Além disso, o core é
responsável por transferir a potência gerada no
quadril, algo que não ocorreu durante a realização
dos testes tanto de empurrar quanto de puxar
(McGill, 2010).
No teste de salto vertical, no qual os músculos
adjacentes ao quadril têm sua participação
facilitada, foi possível observar que houve
diferença mesmo após a intervenção apenas com
TC. Assim, a inclusão de EEC no TF não
influenciou a potência muscular de membros
superiores nos padrões de empurrar e puxar, no
entanto para se beneficiar da função de
transferência de força do core, os resultados
encontrados mostram a importância de se utilizar
testes, nos quais os músculos adjacentes ao
quadril tem sua participação facilitada, com isso,
novos estudos que utilizem tais testes são
necessários para verificar a função de
transferência de potência/energia do core.
A capacidade de salto vertical aumentou no
momento Pós em todos os grupos de
treinamento. Este resultado foi consistente com o
estudo conduzido por Distefano, Distefano,
Frank, Clark e Padua (2013), no qual também
utilizaram um programa de TF. Imai, Kaneoka,
Okubo e Shiraki (2014) encontraram uma
melhora sobre a altura do salto vertical após 12
semanas de treinamento do core em jogadores de
futebol. Em acordo, Butcher et al. (2007) também
mostraram que o treinamento do core melhorou o
desempenho no salto vertical em atletas. Além
disso, tem sido reportado que um treinamento do
core melhora o desempenho agudo do salto
vertical (Imai, Kaneoka, Okubo, & Shiraki, 2015).
Desta forma, é possível que um treinamento do
core seja útil para melhorar o desempenho no
salto vertical, seja de forma integrada (TFC) ou
isolada (TC).
Este estudo possui algumas limitações.
Primeiramente, não existiu um grupo controle
para efeito de comparação, apesar da
reprodutibilidade dos testes ter sido atestada. Em
segundo lugar, o grupo TC possuiu um número
de participantes muito menor que os demais, e
pode ter diminuído o impacto das diferenças
A adição de exercícios específicos do core ao treinamento funcional | 117
encontradas. Além disso, o protocolo de avaliação
que foi utilizado incluía testes em posições nas
quais impedia movimentações do quadril,
fenômeno que possivelmente deve ter anulado a
transferência de força dessa região para as
extremidades, ressaltando a importância da
utilização de testes mais específicos. Apenas o
CMJ foi realizado de forma livre. Dessa maneira,
pesquisas futuras devem ser realizadas com testes
executados de forma livre, no qual é possível
transferir força do quadril para os membros, uma
vez que a influência do core é dependente do teste
neuromotor selecionado. Somado a isso, realizar
a avaliação da atividade muscular do core se faz
necessário para observar os efeitos dos diferentes
treinamentos nesse grupamento muscular.
CONCLUSÕES
Com base nos achados deste estudo foi
possível verificar que a adição de exercícios
específicos do core em um programa de
treinamento funcional não foi capaz de trazer
benefícios adicionais sobre a produção de força
muscular de forma rápida nos adultos jovens
analisados. É plausível que os efeitos da inclusão
de EEC no TF são dependentes dos exercícios
empregados, da população analisada e dos testes
utilizados para verificar a função e influência do
core. Desta forma, mais estudos são necessários,
para o melhor entendimento de como realmente
avaliar a função do core sobre determinadas
tarefas motoras durante a produção de força
rápida, tanto pelas extremidades quanto pela
zona média corporal.
Agradecimentos:
Os autores agradecem a todos os componentes do
Functional Training Group.
Conflito de Interesses:
Nada a declarar.
Financiamento:
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
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... The lack of a clear association between trunk muscle endurance and a test with muscle power component has already been demonstrated in other studies such as the one conducted by Oliveira et al. (2019). The aforementioned study aimed to compare three groups with distinct training protocols: core, functional training and a core battery added to functional training. ...
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Objective Police officers, particularly the ones who are trained to be on “special forces”, perform a wide range of hazardous and physically demanding activities when aiming to protect and serve. The purpose of this study was to investigate the association between lower limb and trunk muscle endurance with drop vertical jump (DVJ) height in a special military police force. Methods One hundred and three male military men (age: 36 ± 5.0 years; height: 1.76 ± 0.05 m; weight: 81.8 ± 9.7 kg) volunteered to take part in this study. Six tests were performed DVJ, McGill core battery (trunk flexion, trunk extension, and side bridge test—right and left), and single-leg squat repetitions. Correlations were analyzed using the Pearson correlation coefficient (r). The level of significance for all analyses was set at p ≤ 0.05. Results Single-leg squat repetitions were positively associated with DVJ height, contact time and flight time (p = 0.00093**, p = 0.00085**, and p = 0.00098** respectively). No correlation was observed between trunk muscle endurance and DVJ. Conclusion Therefore, it was concluded that greater endurance of the lower limb muscles, as demonstrated by the single leg squat, was associated with better performance in a DVJ. Individuals should consider incorporating single leg squats into their fitness program to develop muscular endurance and possibly perform better in the DVJ.
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Objective: Our aim is to analyze the effects of 12 weeks of functional training with and without core exercises on core functional and performance indicators. Method: This is a three-arm randomized controlled trial, which will take place over 12 weeks. Participants will be randomly grouped into three training programs, namely: functional training group, which will perform global, multi-articular, and functional exercises, with no exercises for the core; functional training + core group, which will perform a similar protocol to the functional training group, but with the inclusion of specific exercises for the core region; and core training group, which will only perform specific exercises for the core. In both moments, tests will be carried out in the following order: McGill's torso muscular endurance test battery, unilateral hip bridge endurance test, sit up test, isometric dead lift, push up, sit to stand, functional movement screen, handgrip test, countermovement maximal vertical jump test, one repetition maximum in bench press, row and leg press, T- run agility test, Yo-Yo test. Discussion: These findings will provide new evidence to aid physical education professionals in decision-making regarding exercise prescription. Conclusion: We hypothesize that the inclusion of exercises specifically targeting the trunk in functional training protocols will lead to higher functional and core performance. © 2018 Centro Andaluz de Medicina del Deporte. All rights reserved.
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In the twenty-first century, functional training (FT) has become a strong worldwide fitness trend (Thompson, 2016), resulting in a growing interest to investigate its effects on many variables (e.g., morphological, physiological, and psychological) with different populations (children, adults, and elderly). Confirming this view, the current position stand of the American College of Sports Medicine on the prescription of physical exercise for healthy individuals includes FT (also termed: “neuromotor training”) as one of the modalities to be considered (Garber et al., 2011). Although the tools (exercises, equipment, and accessories) used in current functional training have long been employed in rehabilitation and conditioning programs, the systematic use of these tools, as well as scientific interest in this topic, are recent phenomena (Anderson and Behm, 2004; Rhea et al., 2008; Gordon and Bloxham, 2016). However, since it is still a subject of recent scientific interest, there are many methodological conflicts and divergences in training prescriptions (La Scala Teixeira et al., 2016). For example, some studies have associated FT with the use of instability and applied unstable bases in many exercises (Pacheco et al., 2013), while other studies have used instability in a small part of exercises (Weiss et al., 2010; Distefano et al., 2013) or have not used any unstable bases (Lohne-Seiler et al., 2013). In view of these considerations, detailing the actual concepts and characteristics of FT forms the basis for maximizing the benefits of both research and day-to-day interventions in terms of performance or rehabilitation (Behm et al., 2010). However, the methodological divergence observed with practical interventions in several fitness facilities, as well as in scientific studies, points to a reality in which the real concept of FT and all that it encompasses are still not well-elucidated (Fowles, 2010). A major factor that has contributed to this problem in the general population are probably the marketing campaigns promoting FT, which explore random several medias in order to attract consumers (Da Silva-Grigoletto et al., 2014). For example, publications of functional exercises can contain at the same time exercises of low (e.g., planks and squats) and high complexity (e.g.,Olympic weightlifting and calisthenics/gymnastics exercises). Similarly, marketing explores simple and low-cost accessories (e.g., balls, balance disk, elastic bands, medicine balls), as well as expensive equipment (e.g., multi-station machines, pneumatic resistance equipment). Although contributing to the consolidation of the term “functional training” in the fitness scenario, this wide variation in publications impairs consolidation of its true concepts and characteristics (La Scala Teixeira and Evangelista, 2014). Taken together, these facts highlight the need for researchers to establish a consensus about the concept of FT so that studies can be conducted according to a methodological pattern using pre-established criteria and, finally, that coaches and practitioners can make practical applications based on sound theoretical and scientific evidence. Therefore, in this paper we defined the concepts and characteristics of FT based on the analysis of current and relevant specific technical and scientific literature.
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Ballistic limb motion is enabled by proximal “core” stiffness. However, controversy exists regarding the best method of training this characteristic. This study sought to determine the most effective core training method to enhance distal limb athleticism. A total of 12 participants (24 ± 3 years, 1.8 ± 0.05 m, 76.8 ± 9.7 kg) consisting of Muay Thai athletes performed a core training protocol (Isometric vs. Dynamic, with Control) for 6 weeks, using a repeated measures design to assess performance (peak strike velocity, peak impact force, muscular activation) in various strikes. Isometric training increased impact force in Jab (554.4 ± 70.1 N), Cross (1895.2 ± 203.1 N), Combo (616.8 ± 54.9 N), and Knee (1240.0 ± 89.1 N) trials (P < 0.05). Dynamic training increased strike velocity in Jab (1.3 ± 0.2 m · s⁻¹), Cross (5.5 ± 0.9 m · s⁻¹), Combo (0.7 ± 0.1, 2.8 ± 0.3 m · s⁻¹), and Knee (3.2 ± 0.3 m · s⁻¹) trials (P < 0.05). Isometric training increased Combo impact force 935.1 ± 100.3 N greater than Dynamic and 931.6 ± 108.5 N more than Control (P < 0.05). Dynamic training increased Jab strike velocity 1.3 ± 0.1 m · s⁻¹ greater than Isometric and 0.8 ± 0.1 m · s⁻¹ more than Control (P < 0.05). It appears that both static and dynamic approaches to core training are needed to enhance both velocity and force in distal limbs.
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THE PURPOSE OF THIS ARTICLE IS TO EXPAND A CONCEPT SURROUNDING THE ROTATIONAL FUNCTION AND TRAINING OF THE BODY'S CORE. MORE THAN A DECADE AGO, A MODEL WAS PROVIDED BY WHICH TO OBSERVE AND TRAIN THE CORE, WHICH WAS BASED ON A PREVIOUSLY PUBLISHED THEORY REGARDING THE SERAPE EFFECT. THE PURPOSE OF THIS ARTICLE IS TO EXPAND ON THAT MODEL, THE ORIGINAL SERAPE EFFECT, AND TO PROVIDE A MORE COMPLETE MODEL FOR ANALYSIS AND TRAINING OF THE BODY'S CORE.
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DOI: http://dx.doi.org/10.5007/1980-0037.2014v16n6p714 The prescription of neuromuscular conditioning programs aimed at the development and maintenance of activities of daily living (ADLs) has been based on functionality. The functional training proposal needs further academic discussion. The present study presents a critical view on the functional training, assumptions, characteristics and definitions. The mere exercise selection does not make it a functional training, as there are no exercises that have greater or lesser functionality. For training to be functional, variables must be controlled and monitored, so that the prescription has the proper dose of exercise that the individual must perform in the training unit. Furthermore, a well-planned and objective training does not depend on a name, method, system, program, exercise or equipment.
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The purpose of this study was to test which specific type of exercise (i.e., jump squat (JS) or half-squat (HS)) is more effective at maintaining speed and power abilities throughout a preseason in soccer players. Twenty-three male soccer players were randomly allocated into two groups: JS and HS. The mean propulsive power, vertical jumping ability, and sprinting performance were evaluated before and after 4 weeks of a preseason period. The optimum power loads for the JS and HS exercises were assessed and were used as load-references. The soccer players performed 10 power oriented training sessions in total. Both JS and HS maintained power in JS and speed abilities (P > 0.05, for main effects and interaction effect) as indicated by ANCOVA. Both groups demonstrated reduced power during HS (ES = -0.76 vs. -0.78, for JS and HS, respectively); both groups improved acceleration (ACC) from 5 to 10 m (ES = 0.52). JS was more effective at reducing the ACC decrements over 0-5 m (ES = -0.38 vs. -0.58, for JS and HS, respectively). The HS group increased squat jump height (ES = 0.76 vs. 0.11, for HS and JS, respectively). In summary, JS is more effective in reducing the ACC capacity over very short sprints while HS is more effective in improving squat jump performance. Both strategies improve ACC over longer distances. New training strategies should be implemented/developed to avoid concurrent training effects between power and endurance adaptations during professional soccer preseasons.
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Este estudo e parte de um esforco internacional para validar um questionario internacional de atividade fisica (IPAQ) proposto pela Organizacao Mundial de Saude (1998), e que pretende servir como um instrumento mundial para determinar o nivel de atividade fisica em nivel populacional. O objetivo deste estudo foi determinar a validade do IPAQ em uma amostra de adultos brasileiros. A amostra foi consti­tuida por257 homens e mulheres que responderam o IPAQ (versao da ultima semana, formas curta e longa) no inicio do estudo e apos 7 dias. Para validar o instrumento parte da amostra (n:.28) usou o sensor de movimento Computer Science & Aplications (CSA). A reprodutibilidade do questionario foi determinada depois de 7 dias e a correlacao de Spearman foi significante e alta (rho=0,69 - 0,71:p 7 ultimos dias apresentam resultados similares. Concluimos que as formas de IPAQ foram aceitaveis e apresentaram resultados similares a outros instru­mentos para medir nivel de atividade fisica, no entanto pela primeira vez o estudo de validacao diversos paises e culturas foram envolvidos na validacao do instrumento.
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The aim of this study was to investigate the immediate effects of trunk stabilization exercise (SE) and conventional trunk exercise (CE) programs on jump performance. 13 adolescent male soccer players performed 2 kinds of jump testing before and immediate after 3 experimental conditions: SE, CE, and non-exercise (NE). The SE program consisted of the elbow-toe, hand-knee, and back bridge, and the CE program consisted of the sit-up, sit-up with trunk rotation and back extension. Testing of a countermovement jump (CMJ) and rebound jump (RJ) were performed to assess jump performance. Jump height of the CMJ and RJ-index, contact time, and jump height of the RJ were analyzed. The RJ index was improved significantly only after SE (p=0.017). However, contact time and jump height did not improve significantly in the SE condition. Moreover, no significant interaction or main effects of time or group were observed in the CMJ. Consequently, this study showed the different immediate effect on the RJ between the SE and CE, and suggested the possibility that the SE used in this study is useful as a warm-up program to improve the explosive movements. © Georg Thieme Verlag KG Stuttgart · New York.
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Many athletes perform trunk stabilization exercises (SE) and conventional trunk exercises (CE) to enhance trunk stability and strength. However, evidence regarding the specific training effects of SE and CE is lacking and there have been no studies for youth athletes. Therefore, the purpose of this study was to investigate the training effects of SE and CE on balance and athletic performance in youth soccer players. Twenty-seven male youth soccer players were assigned randomly to either an SE group (n = 13) or CE group (n = 14). Data from nineteen players who completed all training sessions were used for statistical analyses (SE, n = 10; CE, n = 9). Before and after the 12-week intervention program, pre- and post-testing comprised of a static balance test, Star Excursion Balance Test (SEBT), Cooper's test, sprint, the Step 50, vertical jump, and rebound jump were performed. After pre-testing, players performed the SE or CE program three times per week for 12 weeks. A two-way repeated-measures ANOVA was used to assess the changes over time, and differences between the groups. Within-group changes from pre-testing to post-testing were determined using paired t-tests. Statistical significance was inferred from p < 0.05. There were significant group-by-time interactions for posterolateral (p = 0.022) and posteromedial (p < 0.001) directions of the SEBT. Paired t-tests revealed significant improvements of the posterolateral and posteromedial directions in the SE group. Although other measurements did not find group-by-time interactions, within-group changes were detected indicating significant improvements in the static balance test, Cooper's test, and rebound jump in the only SE group (p < 0.05). Vertical jump and sprint were improved significantly in both groups (p < 0.05), but the Step 50 was not improved in either group (p > 0.05). Results suggested that the SE has specific training effects that enhance static and dynamic balance, Cooper's test, and rebound jump. 3b.