Na última década, observou-se uma gradativa incorporação da Gestão da Diversidade ao discurso das empresas no Brasil, porém iniciativas de GD ainda são adotadas de forma pouco sistemática. A própria academia tem limitado sua contribuição ao enfatizar análises unidimensionais da gestão da diversidade e ao priorizar estudos centrados no empregado, que ignoram paradigmas e estratégias da GD. O objetivo deste estudo qualitativo, de caráter exploratório, é oferecer uma perspectiva histórico-evolutiva da GD em cinco filiais brasileiras de empresas multinacionais, a partir dos relatos de gestoras de DI. Utilizamos o método da entrevista etnográfica (SPRADLEY, 1979) e apoiamo-nos no modelo proposto por Dass e Parker (1999) para investigar pressões na origem destes programas, orientações paradigmáticas e respostas estratégicas desenvolvidas pela organização. O estudo revelou que 1) ocorre nas filiais um embate entre forças favoráveis e contrárias à implementação da GD; 2) as filiais oscilam entre uma estratégia defensiva e acomodativa, em função do contexto econômico e do peso dos pilares de diversidade nos resultados da empresa; 3) há uma hierarquização destes pilares, influenciando a abordagem de implementação; e 4) dinâmicas evolutivas de construção, consolidação ou enfraquecimento da GD podem ser evidenciadas por mudanças na estrutura de DI na filial.