Não obstante algumas tentativas já antigas, só nos últimos anos a pintura portuguesa começou a ser objecto de estudos laboratoriais detalhados com o objectivo de identificar os materiais usados, nomeadamente os pigmentos responsáveis pelas cores. Estes pigmentos e as formas de os utilizar têm variado muito ao longo do tempo e com base sobretudo num conjunto de estudos de doutoramento recentemente concluídos ou ainda em curso são apresentados alguns episódios dessa história, de Nuno Gonçalves (século XV) até Júlio Pomar (século XX), passando por outros artistas como Francisco João (século XVI), Silva Porto (século XIX) ou Aurélia de Sousa (séculos XIX-XX). Além da apresentação dos principais pigmentos utilizados durante estes séculos, é ilustrada a sua forma de uso - muito dependente das características dos próprios pigmentos e da técnica de pintura -, são mencionadas as dificuldades de introdução em Portugal dos novos pigmentos sintéticos - surgidos no século XIX em resultado do grande desenvolvimento da Química - e é mostrado de que forma os pigmentos podem ser usados para a detecção de falsificações. Em simultâneo, são apresentados alguns dos problemas relacionados com a identificação dos pigmentos utilizados em pintura.