PresentationPDF Available

Olhares de jovens do ensino profissional sobre homossexualidade e masculinidade

Authors:
“Cada um no seu canto!”- Olhares de jovens
do ensino profissional sobre
homossexualidade e masculinidade
NICOLAS MARTINS DA SILVA, FPCEUP
SOFIA MARQUES DA SILVA, FPCEUPCIIE, INESC-TEC
Índice
Justificação da investigação
Questão de Investigação e objetivos
O contexto de investigação
Enquadramento da presente apresentação na investigação
Enquadramento teórico
Opções e caminho metodológico
Olhares de jovens sobre homossexualidade e masculinidade
Considerações finais
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Justificação da investigação: da curiosidade e
interesse pessoal à cienfica
A sexualidade enquanto componente importante para os/as
jovens.
“”a forma como (os/as jovens) vivem a sexualidade e os afetos faz
parte do processo de construção das suas identidades e do sentido
que atribuem à vida”(Pais, 2012:14).
Escassez de estudos em contextos de ensino profissional.
Da experiência enquanto membro de
organizações LGBTI.
Dos contributos da formação académica
anterior.
De onde se parte? Interesses no contributo para o campo
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Queso de investigão e objetivos
De que modo a escola influencia a perceção que estudantes têm sobre a
sexualidade em geral, e a homossexualidade em particular?
Objetivos
Compreender as perceções dos/as jovens sobre a homossexualidade, nomeadamente se a lógica da
construção do outro enquanto estranho configura uma realidade nas suas vivências quotidianas;
Entender as experiências escolares dos/as jovens no que às sexualidades diz respeito, especificamente as
aprendizagens em contexto letivo nas áreas disciplinares consignadas para o efeito;
Refletir sobre os lugares das sexualidades na escola, discutindo o tratamento da orientação sexual em espaço
escolar, atentando nas políticas e sua aplicação, no que diz respeito à educação sexual.
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
O contexto de investigão
Centro de Formação Profissional do distrito do Porto
Diversidade de estudantes, com uma oferta formativa alargada, compreendendo Cursos de
Aprendizagem, Formação Modular e Educação e Formação de Adultos:
Estudantes de Cursos de Aprendizagem,num grupo
de idades entre os 15 eos 24 anos.
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Enquadramento da presente apresentação
na investigação
Questão de
investigação
Perceções de jovens
sobre educação para as
sexualidades e suas
experiências escolares.
Perceções de jovens
sobre
homossexualidade
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
De que modo os/as jovens do ensino profissional percecionam a homossexualidade?
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
“a juventude tanto pode ser tomada como um conjunto social cujo principal atributo é o
de ser constituído por indivíduos pertencentes a uma dada fase da vida (homogéneo
nesse sentido), como também pode ser tomada como um conjunto social cujo principal
atributo é o de ser constituído por jovens em situações diferentes entre si
(heterogeneidade)” (Pais, 1993:34-35).
“uma invenção social, uma vez que se constitui historicamente, a partir de múltiplos
discursos sobre o sexo ()discursos que regulam, normatizam,que instauram
saberes, produzem verdades” (Louro, 2001a: 11-12).
Percurso
Teórico
Sexualidade
Juventudes
CONSTRUTIVISMO SOCIAL
Enquanto dispositivo histórico (Foucault, 1994)
A sexualidade reproduzida num discurso que aloja o poder (Louro, 1997), tornando-a
uma construção social.
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Heteronormatividade
“The concept of heteronormativity focuses on heterosexuality as a normative notion
that repeatedly asserts heterosexual life as the right life to live. Heterosexuality as a
norm is constructed and reproduced in politics, media, popular culture, arts, working life,
families and so on” (Reingardé, 2010:87).
Resultado/Reprodutor de uma lógica binária (Derrida, 1972; Louro, 2001b)
Aheterossexualidade enquanto “sexualidade generalizada
enaturalizada e [que] funciona como referência para todo o
campo e para todos os sujeitos” (Louro, 2001a: 17).
Ahomossexualidade enquanto situação
desviante, num polo oposto e subordinado.
(Britzman, 1996; Louro, 2001b)
As questões de
género Reprodução da lógica
binária (Louro, 1997)O género é uma construção social que se constrói
sobre corpos sexuados (Louro, 1997)
O género é performativo (Butler, 1993), cujas normas, veiculadas e reproduzidas pelo
poder (Butler, 1993, Goellner, 2003) são inscritas no corpo, “terreno fértil para as
modernas e subtis micro-práticas da vida quotidiana” (Fonseca, 2007: 139).
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
institutionalized heterosexuality is by definition gendered and the heterosexual contract is a
powerful mechanism whereby gender hierarchy is guaranteed(Jackson, 2006:111).
Masculinidade hegemónica:“a polarização masculinidade versus feminilidade, em
categorias homogéneas e reificadas, aparece essencial a uma ordem de género que
garante uma posição dominante de alguns homens sobre outros e sobre as mulheres”
(Carrito & Araújo, 2013:141).
“() being gay becomes “normal” without overly unsettling heteronormative ideals
(Jackson. 2006:12).
Homofobia
Como violência de género e afirmação de um patriarcado heterossexual
(Santos, 2013).
“A hostilidade geral, psicológica e social contra aquelas e aqueles que,
supostamente, sentem desejo ou têm práticas sexuais com indivíduos de seu
próprio sexo. Forma específica do sexismo, a homofobia rejeita, igualmente, todos
aqueles que não se conformam com o papel predeterminado para seu sexo
biológico (Borillo, 2010:34).
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
OPÇÕES E CAMINHO METODOLÓGICO
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Percurso metodogico
Paradigma Fenomenológico-interpretativo
“Procura-se o que, na realidade, faz sentido e como faz sentido para os sujeitos investigados (…)
reconhece-se que essa significação é contextual” (Amado, 2014: 41).
Método
Qualitativo
Método
Quantitativo
Mixed methods
The researcher bases the
inquiry on the assumption
that collecting diverse types
of data best provides an
understanding of a research
problem” (Creswell, 2003:
21).
Observação participante
Grupos de discussão focalizada
Notas de terreno
Técnicas de Recolha de dados
Inquérito por questionário
Análise de dados
Análise de conteúdo
(Bardin, 2006)
Análise estatística
descritiva e inferencial
(Martins, 2011)
Triangulação de
dados
Estratégia explanatória sequencial
(Creswell, 2003)
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Olhares de jovens sobre homossexualidade
e masculinidade
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Que percões têm os/as jovens?
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Resultados conforme o sexo dos/as inquiridos/as
Rui: Eu não acho piada a nenhuma delas
Eu: O que éque o Vítor acha?
Vítor: (descontraído, com ar de gozão e um pouco
entediado) Oh, não acho piada a nenhuma delas mas
está, é a sexualidade que escolheram, não tenho
nada contra isso nem nada, não tenho nada a dizer.
(GDF1)
Paula: Eu acho que a homossexualidade e a bissexualidade é uma
escolha livre de cada um porque se formos a ver as pessoas gostam
do companheiro ou da companheira pelo sentimento que têm por
ela, não só pelo sexo em si. (GDF1)
Abjeção (Kristeva, 1980) a uma categoria afastada e
homogénea (Adam, 2002).
Bárbara: Sim é verdade, e depois o aspeto, eu acho que a
bissexualidade é mais aceite do que a homossexualidade... não sei
bem porque mas nota-se isso nas pessoas. Quando uma pessoa diz
que é bissexual parece que não é tao mau do que quando diz que é
homossexual. Não sei, mas penso que as pessoas acham que, é
como se houvesse a esperança de ser poder ser heterossexual.
(GDF2)
Quando a homossexualidade entra nas
escolas
João: Falar para quê? Por exemplo, ela tem
cabelo encaracolado. Se for dizer isso, toda a
gente vai começar a reparar nissoAcho que
nem devíamos falar de homossexualidade, nem
de bissexualidade nem de heterossexualidade
Se estás aqui e disseres: “vamos falar sobre
homossexualidade”, estamos todos no modo
homossexualidade. (GDF2)
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
O sexo influencia nas respostas dos/as jovens
ao sexo e à sexualidade (Measor, 2004).
Os rapazes têm uma visão mais negativa em
relação à homossexualidade do que as jovens
raparigas (Lambert et al., 2006).
A feminizão do homossexual socialmente
construída
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Rui: sempre aquela coisa da bichaQuando pensamos, pensamos sempre numa bicha,
acho que é um bocado isso, e também o gozo vem daíO gozar, eu acho que as mulheres, as
mulheres lésbicas não sentem tanto o gozo como os homens, porque eu, eu penso, eu
quando era mais novo, pensava num gay, pensava numa bicha, aquelas com manias,
tiqueseu acho que épor aí que as pessoas gozam…” (focus group 1)
A construção da homossexualidade aliada a uma reprodução da construção do
homossexual enquanto invertido (Foucault, 1994), lembrando a figura do effeminatus,
ou seja, aquele que se afasta da performatividade (Butler, 1993) que oseu sexo
biológico impõe.
Por outro lado, a perceção de que a homossexualidade feminina é mais tolerada do que
a masculina, isto é, o homossexual masculino, para além de se afastar de um
comportamento sexual “normal”, afasta-se duplamente da construção da sua
masculinidade, sendo uma figura exuberante pelo afastamento do cânone
patriarcal.
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
O“Paulo” entrou no discurso e admitiu não gostar de bichas e que
reagiria mal se “uma bicha se fizer a mim, me tocar nas pernas ou
assim”.Cada um no seu canto!” [NT 26]
“It has been suggested that the boundaries of the
normative are being redrawn, separating the ‘good
homosexual’ or ‘normal gayfrom the ‘dangerous queer
or the bad citizen(Jackson, 2006: 112).
Homofobia enquanto abjeção a comportamentos
estranhos ao género socialmente construído (Borillo,
2010) e a comportamentos negativos (Amâncio, 1994)
Ernesto: No assunto das mulheres, o facto de as mulheres não sentirem tanto gozo como os homens,
().As mulheres sempre foram o elo mais fraco, sempre foram as sensíveis, e isso tipo, o homem não,
o homem sempre foi o macho, o forteeum homem ser mais fraco neste caso que uma mulher, sente
muito mais o abuso e o bullying que a mulher
Natália: Eu acho que a feminilidade num homem não deveria ser uma ofensa.(GDF2)
Dominação masculina: The dominant definition of the legitimate form of this practice as the relation of
dominance of the masculine principle (…) over the female principle (…) implies the taboo of the
sacrilegious feminization of the masculine” (Bourdieu, 2001: 119).
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
João: Tenho um amigo que era heterossexual, virou gay (eu conhecia-o do curso), a
postura dele mudou muito, desde o momento que assumiu publicamente que era gay,
como falar e sentar, mudou muito..
Eu:se calhar porque se sente livre...
João: Não pode ser. Quer dizer, se és uma pessoaEu apanhava-o. Agora com
tiques, que está cheio de peso... não percebo isso. Nunca percebi por que éque quem
égay (não toda a gente e ainda bem) parece que tem de fazer força e chocar,“estou
aqui sou gay”.a perceber? É como aqueles gajos que gabam-se todos os dias de ter
comido aquela e aquela, percebes? (GDF 2)
Considerações finais
As perceções de jovens sobre homossexualidade diferem conforme o sexo dos/as inquiridos/as, sendo possível
perceber um maior afastamento por parte dos jovens rapazes.
A construção social da homossexualidade, numa perspetiva diacrónica, influencia à criação de representações
sociais que estruturam os nossos pensamentos e perceções (Oliveira, 2004), tendo por base narrativas que se
constroem e reproduzem no tempo (Epstein & Sears, 1999).
A orientação sexual e as questões de género são tendencialmente confundidas (Louro, 1997), num paradigma
heteronormativo que enfatiza a dualidade heterossexualidade/homossexualidade e masculino/feminino em
categorias reificadas, cuja transponibilidade constitui um desafio a um cânone patriarcal, onde a masculinidade e a
heterossexualidade surgem como categorias dominantes.
“Cada um no seu canto!” é a materialização no discurso desta visão dicotómica e estanque numa lógica
desproporcional, onde perante um centro gravitam as margens que, per se, são marginalizadas dentro da própria
margem.
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Referências Bibliográficas
Adam, Barry (2002). “From liberation to transgression and beyond: Gay, lesbian and queer studies at the turn of the twenty-first
century”. In Richardson, D. & Seidman, S. (Ed.) Handbook of lesbian & gay studies. London: Sage Publications. DOI:
http://dx.doi.org/10.4135/9781848608269
Amado, João (2014). A investigação em educação e seus paradigmas. In Amado, João (coord.), Manual de investigação em educação.
Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra (2ª Ed.).
Amâncio, Lígia (1994). Masculino e feminino: A construção social da diferença. Porto: Edições Afrontamento.
Bardin, Laurence (2006). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Borrillo, Daniel (2010). Homofobia. História e crítica de um preconceito. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Bourdieu, Pierre (2001). Masculine domination. Stanford: Standford University Press.
Britzman, Deborah P. (1996). O que é essa coisa chamada amor: Identidade homossexual, educação e currículo. Educação &
Realidade, 21 (1): pp. 71-96. Retirado em 11 de dezembro 2015:
http://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71644/40637
Butler, Judith (1993). Bodies that matter: On the discousive limits of sex. London: Routledge.
Carrito, Manuela & Araújo, Helena (2013). A “palavra” aos jovens: A construção de masculinidades em contexto escolar. Educação,
Sociedade & Culturas, nº 39, pp. 139-158. Retirado em 12 de fevereiro de 2016:
https://sigarra.up.pt/fpceup/pt/pub_geral.pub_view?pi_pub_base_id=87704
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Creswell, John W. (2003). Research design: Qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. Thousand Oaks: Sage
Publications (2ªed.)
Derrida, Jacques (1972). Positions: Entretiens avec Henri Ronse, Julia Kristeva, Jean-Louis Houdebine, Guy Scarpetta. Paris: Les
Éditions de Minuit.
Epstein, Debbie & Sears, James T. (1999). “Introduction: Knowing Dangerously”. In Epstein, D. & Sears, J.T. (Ed.) A dangerous
knowing : sexuality, pedagogy and popular culture. London: Cassell.
Fonseca, Laura (2007). O corpo falado: Sexualidade, poder e educação. Educação, Sociedade & Culturas, nº 25, pp. 135-168.
Retirado em 10 de janeiro de 2016: https://www.fpce.up.pt/ciie/revistaesc/ESC25/LauraFonseca.pdf
Foucault, Michel (1994). História da sexualidade I: A vontade de saber. Lisboa: Relógio d’ Água Editores.
Jackson, Stevi (2006). Gender, sexuality and heterossexuality: The complexity (and limits) of heteronormativity. Feminist Theory, vol.
7(1), pp. 105-121. Sage Publications. Retirado em 14 de fevereiro de 2016:
https://www.researchgate.net/publication/254092767_Gender_Sexuality_and_Heterosexuality_The_Complexity_and_Limits_of_Heter
onormativity
Kristeva, Julia (1980). Pouvoir de l’ horreur: Essai sur l’ abjection. Paris: Éditions du Seuil.
Lambert, Eric G. et al. (2006). College Students’ views on gay and lesbians issues: Does education make a difference?. Journal of
Homossexuality, vol. 50(4): 1-30. DOI: https://doi.org/10.1300/J082v50n04_01
Louro, Guacira Lopes (1997). Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós-estruturalista. (6ª Edição). Rio de Janeiro:
Editora Vozes.
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
Louro, Guacira Lopes (2001a). Pedagogias da sexualidade. In Louro, Guacira Lopes (Org.), O corpo educado: Pedagogias da
sexualidade. Belo Horizonte:Autêntica. (2ªEd.).
Louro, Guacira Lopes (2001b). Teoria queer Uma política pós-identitária para a educação. Estudos Feministas, 2: pp.541-553.
Retirado em 22 de janeiro de 2016:http://www.scielo.br/pdf/ref/v9n2/8639.pdf
Martins, Carla (2011). Manual de análise de dados quantitativos com recurso ao IBM IPSS: Saber decidir, fazer, interferir, interpretar e
redigir. Psquilíbrios Edições.
Measor, Lynda (2004). Young people’s views of sex education. Sex Education, vol. 4, nº 2, pp. 153-166. DOI:
http://dx.doi.org/10.1080/14681810410001678338
Oliveira, Márcio (2004). Representações sociais e sociedades: O contributo de Serge Moscovici. Revista Brasileira de Ciências
Sociais, vol. 9, nº 55: 180-186. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092004000200014
Pais, José Machado (1993). Culturas juvenis. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda.
Pais, José Machado (2012). Sexualidades e afectos juvenis. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.
Reingardé, Jolanta (2010). Heteronormativity and silenced sexualities at work. Kultūra ir visuomenė. Socialinių tyrimų žurnalas, 1: pp.
83-95. Retirado em 20 de março de 2016: http://culturesociety.vdu.lt/wp-content/uploads/2010/11/J.-Reingarde-Heteronormativity-and-
Silenced-Sexualities-at-Work1.pdf
Santos, Hugo Miguel Ramos dos (2013). Um desvio na corrente que(er)estionando as margens: Percursos escolares e culturas
juvenis de rapazes não-heterossexuais. Dissertação de Mestrado, Porto: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da
Universidade do Porto.
NICOLAS MARTINS DA SILVA, SOFIA MARQUES DA SILVA
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Book
Este livro explora cartografias sentimentais do mundo dos jovens: imaginários, anseios, expectativas... mas também experiências afectivas, vida sexual, paixões e desgostos de amor. Jovens e respectivos pais são convidados a debater a educação sexual, confrontando-se as suas atitudes perante a sexualidade, os namoros e tradições veiculadas por provérbios. É um livro que aborda as imagens corporais na construção da identidade juvenil, as estratégias de sedução, os próprios actos de nomeação (alcunhas) nas relações sociabilísticas. Sobressaem caminhos metodológicos que valorizam as virtualidades semânticas do que os jovens pensam quando nos falam da realidade vivida. Por isso, ao analisarem-se os conflitos familiares, valorizaram-se conceitos sensibilizadores como jogo de corda, trepar, caldo entornado, apalpar terreno, estoirar dinheiro, rédeas curtas, rédeas largas... Enfim, um livro sobre jovens, escrito a pensar neles, mas também nos seus pais, tão frequentemente desarmados frente às surpresas que, inespera-damente, saltam do armário usado como metáfora dos mistérios da adolescência.
Article
According to Steven Seidman, analysts of institutionalized heterosexuality have ‘focused exclusively on its role in regulating homosexuality’ and, while queer approaches theorize how ‘homosexuality gains its coherence in relation to heterosexuality, the impact of regimes of normative heterosexuality on heterosexuality has largely been ignored’ (2005: 40). Over the last decade and more, however, feminists have been analysing how normative heterosexuality affects the lives of heterosexuals (see Wilkinson and Kitzinger, 1993; Richardson, 1996; Jackson, 1999; Ingraham, 1996, 1999). In so doing they have drawn on earlier feminists, such as Charlotte Bunch (1975), Adrienne Rich (1980) and Monique Wittig (1992), who related heterosexuality to the perpetuation of gendered divisions of labour and male appropriation of women’s productive and reproductive capacities. Indeed, Rich’s concept of ‘compulsory heterosexuality’ could be seen as a forerunner of ‘heteronormativity’ and I would like to preserve an often neglected legacy of the former concept: that institutionalized, normative heterosexuality regulates those kept within its boundaries as well as marginalizing and sanctioning those outside them. The term ‘heteronormativity’ has not always captured this double-sided social regulation. Feminists have a vested interest in what goes on within heterosexual relations because we are concerned with the ways in which heterosexuality depends upon and guarantees gender division. Heterosexuality, however, is not a singular, monolithic entity – it exists in many variants. As Seidman points out there are hierarchies of respectability and good citizenship among heterosexuals, and what tends to be valorized as ‘normative’ is a very particular form founded on traditional gender arrangements and lifelong monogamy (see Seidman, 2005: 59–60; see also Seidman, 2002). Thus the analysis of heteronormativity needs to be rethought in terms of what is subject to regulation on both sides of the normatively prescribed boundaries of heterosexuality: both sexuality and gender. With this in mind, this article re-examines the intersections between gender, sexuality in general and heterosexuality in particular. How these terms are defined is clearly consequential for any analysis of linkages between them. There is no consensus on the question of definition, in large part because gender, sexuality and heterosexuality are approached from a variety of perspectives focusing on different dimensions of the social. It is not a case of some having a clearer view than others, but rather that the social is many-faceted and what is seen from one angle may be obscured from another. Sexuality, gender and heterosexuality intersect in variable ways within and between different dimensions of the social – and these intersections are also, of course, subject to historical change along with cultural and contextual variability. Hence before I go any further some conceptual clarification is needed to explain, first, how I am using the terms gender, sexuality and heterosexuality, and then what I mean by different dimensions of the social. I will then go on to outline some of the intersections that should be explored further if we are to appreciate the complexity of heteronormative social relations. In so doing I am certainly not claiming some privileged all-seeing perspective, but merely making some tentative suggestions on what might be seen from different vantage points.
Article
This paper derives from research that had the aim of understanding more about adolescents' views of sex education and adolescent sexuality. The data are taken from three separate pieces of research conducted in 1984, 1998 and 2003. This paper presents data about gender, information and knowledge relating to sexuality. It seeks to demonstrate that attitudes to information and knowledge vary significantly with gender. The data suggest that many adolescents we studied were offered different access to information about sex and sexuality in their families. The argument is that this has impact on the sources of information that they rely upon and prefer. We investigate the underlying issues about the ways boys obtain not only information about sex, but also their attitudes to sexual encounters. Sources of information and counselling about sexuality varied with gender. Boys and girls were exposed to different kinds of experience, in which information about sexuality and messages about desire also vary. Home and intimacy with parents, especially mothers, is important for many, although not all, girls in a way it is not for boys. This indicates a picture of boys learning about sex and sexuality in ways that by and large do not include adults, or more especially trusted adults, and where there appears to be some elements of exclusion from the family. This has important implications for sex education programmes, and may offer us insights into why the boys resist school sex education work.
Article
The paper focuses on workplace as a space in which the normative versions of heterosexuality are produced. Facing the everyday reality of the closet, the majority of homosexual employees constructs and negotiates their silenced sexualities at work. The study is based on 30 in-depth interviews with Lithuanian gays and lesbians carried out within the framework of the EQUAL project “Open and Safe at Work.” The paper discusses how homosexuals confront heteronormativity at work and how it shapes their sexual identity. How is heteronormativity reflected in their choices to stay in the closet or to come out? What are their coping strategies at work? The fear of open discrimination and violence leads to the invisibility of minority sexual orientation at work and the denial of sexuality as irrelevant to the social life. The internal division between sexual (private) and social (public) is evident in a number of ways. The suppression of the sexual is the most prevalent coping strategy in the heteronormative order.