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Musicoterapia na Apraxia da Fala Infantil

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Abstract

For over a hundred years, research has shown that patients with language difficulties due to injury in the brain's speech mechanisms (often resulting from stroke) preserve the ability to sing familiar songs (Palazzi et Fontoura, 2016). These findings have fostered studies in the field of neurosciences in order to demonstrate neural connections between speech and music, the development of speech therapy protocols for the treatment of speech disorders, which adopt some musical elements, such as rhythm and melodic intonation (Bitan et al, 2018; Baker; Tamplin, 2011; Drapper, 2011), as well as protocols with a strictly music therapy approach (Pallazzi, 2015). However, there are still few studies on the use of music therapy (MT) in the treatment of these disorders (Palazzi, 2015, De Bruijn; Hurkmans, Zielman, 2011) and, more rarely, those dealing with childhood apraxia of speech (CAS). The objective of this work is, therefore, to provide a brief review of the literature on CAS and the use of MT in its treatment.
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Musicoterapia n° 20 / 2019
MUSICOTERAPIA NA APRAXIA DA FALA INFANTIL
Mauricio Doff Sotta
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Noemi Nascimento Ansay
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Introdução
mais de cem anos, pesquisas demonstram que pacientes com
dificuldades linguísticas em razão de lesões nos mecanismos cerebrais da fala
(muitas vezes decorrentes de acidente vascular encefálico - AVE) preservam a
capacidade de cantar músicas familiares (PALAZZI; FONTOURA, 2016). Esses
achados fomentaram estudos no campo das neurociências, no sentido de
demonstrar as conexões neuronais entre fala e música, o desenvolvimento de
protocolos de fonoaudiologia para o tratamento dos distúrbios da fala, que adotam
alguns elementos musicais, como ritmo e entonação melódica (BITAN et al, 2018;
BAKER; TAMPLIN, 2011; DRAPPER, 2011) e, também, protocolos com enfoque
propriamente musicoterapêutico (PALLAZZI, 2015). Todavia, ainda são poucos os
estudos relativos à utilização da musicoterapia (MT) no tratamento desses distúrbios
(PALAZZI, 2015; DE BRUIJN; HURKMANS; ZIELMAN, 2011) e, mais raros ainda,
os que tratam da apraxia da fala infantil (AFI). O objetivo deste trabalho é, pois,
trazer uma breve revisão da literatura sobre a AFI e do emprego da MT no seu
tratamento.
Apraxia Da Fala (AF) a Apraxia Da Fala Infantil (AFI)
A apraxia da fala (AF) é um distúrbio neurológico que causa prejuízo na
capacidade de planejar ou programar os comandos conscientes da fala, gerando
dificuldade, ou incapacidade de coordenar os movimentos dangua, lábios e cordas
vocais para produzir os sons desejados (DRAPPER, 2011). Os sintomas da AF são
9
Mestre em Direito pela UFPR (1993), Bacharel em Música pela UnB (2017), Bacharelando em
Musicoterapia pela UNESPAR (em andamento). Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/5532697544079662. E-mail p/contato: mds.musica@gmail.com
10
Doutora em Educação pela UFPR, (2016), Mestre em Educação pela UFPR (2009), Bacharel em
Musicoterapia pela FAP (1992); Professora Adjunta, Nível II, do Curso de Musicoterapia da
UNESPAR. http://lattes.cnpq.br/2522951277654216.
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classificados em três categorias: (a) falta de acurácia/precisão (distorções fonéticas;
parafasias fonêmicas); (b) inconsistência (variabilidade dos erros; produções
imprecisas com diferentes qualidades do mesmo fonema); e (c) deficiências
prosódicas (distúrbios no fluxo e melodia da fala; pausas e tentativas repetidas de
iniciar a produção da fala) (HURKMANS et al, 2015). A AF é um dos principais
distúrbios da fala, decorrente ou não de AVE, ao lado da afasia e da disartria
11
, mas,
diferentemente dos demais, ocorre na completa ausência de distúrbios
neuromusculares (BAKER; TAMPLIN, 2011).
um tipo especial de AF, que se apresenta na infância, a apraxia da fala
infantil (AFI), e que pode resultar de doença intrauterina, infecções e traumas, mas,
também, não estar relacionada a qualquer etiologia conhecida (apraxia idiopática)
(SOUZA; PAYÃO; COSTA, 2009).
Normalmente caracterizadas como “bebês quietos”, as crianças com AFI, ao
contrário dos adultos, não chegam a desenvolver um processo estável de fala, ou
seja, a praxia da fala: “capacidade neurofuncional aprendida que o falante tem de
programar os gestos fonoarticulatórios envolvidos na produção motora da fala”
(NAVARRO; SILVA; BORDIN, 2018, p.476). Em consequência, demonstram
“dificuldade na produção de fala e acurácia fonética, caracterizadas por lentidão,
intermitência e variabilidade”, com “restrita variação de acentuação no nível da
palavra e na sentença”, ou “acentuação inapropriada em frases e palavras” e “perda
de contraste prosódico”, além de atraso no desenvolvimento da linguagem escrita,
sintomas que podem persistir na idade adulta (SOUZA; PAYÃO; COSTA, 2009,
p.77).
A musicoterapeuta Loewy (1995, p.49; tradução livre) advoga que a
linguagem se desenvolve musicalmente em três “Estágios Musicais da Fala”, nos
quais a aquisição e produção de sons é vista em “fases consecutivas dentro de um
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Afasia: decorre de lesões nos mecanismos da fala do hemisfério esquerdo do cérebro; nos casos
de AVE, a afasia de Broca ou de expressão é o tipo mais comum e caracteriza-se por deficiência na
formulação e produção da linguagem. Disartria: desordem do movimento de produção da fala em
razão de fraqueza dos músculos responsáveis pelo controle oral, laríngeo e respiratório, podendo
afetar, também, a mastigação e a deglutição; pode, ou não ser decorrente de trauma encefálico
(NAVARRO; SILVA; BORDIN, 2018; DRAPPER, 2011).
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contexto de desenvolvimento e apresentadas como indicadores do
desenvolvimento mental, físico e emocional” da criança, fornecendo um “meio de
entender o nível de atividade vocal que ocorre no contexto pré-verbal”.
O Estágio I - Choro/Sons de conforto começa com o primeiro choro do recém-
nascido e expressa atividades motoras reflexas, por meio das quais a laringe é
exercitada, favorecendo a exploração do ar e dos tons; no Estágio II - Balbucio,
lamentos e inflexões vocais, os mecanismos vocais e motores de produção do som
são utilizados como processos exploratórios para estimular a expressão vocal do
som; e, no Estágio III - Enunciado de palavras singulares e em duplas, a criança
começa a utilizar os fonemas aprendidos na fase anterior para a formação das suas
primeiras palavras (LOEWY, 1995). A autora propõe que a linguagem deve ser
entendida em um domínio musical, antes que em contexto cognitivo (LOEWY,
1995), na medida em que a música da fala dos outros influencia o bebê que,
mesmo antes de ser capaz de falar, consegue imitar o ritmo e o contorno melódico
da fala e sua progressão de um para outro estágio (LOEWY, 2004). Além disso,
no período pré-verbal são aprendidos os aspectos essenciais da prosódia, ou seja,
a capacidade de selecionar, de forma consciente ou não, os elementos musicais da
fala (dinâmica, ritmo, timbre) para formular respostas e expressar ideias e desejos
(LOEWY, 2004). Portanto, problemas nesse período podem levar à AFI.
Em linha com esse entendimento, as fonoaudiólogas Navarro, Silva e Bordin
(2018, p.487) afirmam que a AFI é “a consequência de um processo proprioceptivo
neurofisiológico envolvendo sons/balbucio, prosódia, articulação, processamento e
discriminação sonora” que ocorre no corpo da criança, em especial no primeiro e
segundo anos de vida, em sua interação com os outros, parecendo “incidir no
processo neurofisiológico de memória dos movimentos de fala envolvidos”.
Abordagem Fonoaudiológica e Musicoterápica da AFI
O tratamento da AFI é, usualmente, abordado pela Fonoaudiologia, ciência
que tem por escopo, justamente, a comunicação humana. Aliás, desde se deve
enunciar que qualquer tratamento musicoterápico de distúrbios da fala deve ser
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concomitante ao fonoaudiológico e, sempre que possível, em regime de
interdisciplinaridade, quiçá de transdiciplinaridade.
São, portanto, da Fonoaudiologia os primeiros métodos, técnicas e
protocolos aqui designados “protocolos” utilizados para o tratamento da AFI,
sendo que alguns deles utilizam elementos musicais. O primeiro dos protocolos que
utilizou elementos musicais e um dos mais difundidos foi a Melodic Intonation
Therapy (MIT), ou Terapia de Entonação Melódica (TEM). Desenvolvida na década
de 1970, para o tratamento da afasia em adultos que sofreram AVE e,
posteriormente, utilizada para o tratamento da AF, a TEM baseia-se na entonação
de sons, palavras ou sentenças cotidianas (em inumeráveis repetições, com caráter
intensivo), em dois tons (normalmente em terças), acompanhadas de
batidas/toques da/na mão esquerda do paciente, e seu objetivo é a estimulação do
hemisfério direito do cérebro, para que assuma as funções da fala que jaziam no
hemisfério esquerdo danificado (PALAZZI, 2015). Apesar do uso da entonação
melódica, a TEM original não é um protocolo musicoterápico, mas fonoaudiológico
(HURKMANS et al, 2015).
Da TEM originaram-se outras abordagens e adaptações, como a Modified
Melodic Intonation Therapy (MMIT) e a Thérapie Mélodique et Rythmée (TMR)
esta voltada para os falantes de língua francesa e adaptada para outras línguas ,
versões paliativas da TEM, que objetivam dar, ao menos, ferramentas mínimas de
comunicação aos pacientes com graves distúrbios da fala, e a brasileira Terapia de
Entonação Melódica Adaptada (TEM Adaptada) (PALAZZI, 2015). Mas surgiram,
também, protocolos com enfoque propriamente musicoterápico
12
para
tratamento da afasia, como o protocolo Kim & Tomaino, o SIPARI - Singen
Intonation Prosodie Atmung [Respiração] Rhythmusübungen Improvisationen e a
SMTA - Speech-Music Therapy for Aphasia (PALAZZI, 2015). Todos esses
12
Loewy (1995) sugere técnicas musicoterápicas para o tratamento de distúrbios da fala aplicáveis
tanto a crianças no período pré-verbal quanto a adultos com desenvolvimento da fala comprometido.
Em outro trabalho, a musicoterapeuta trata do uso da MT em diferentes fases e condições da vida,
integrando música, linguagem e voz (LOEWY, 2004). Essas abordagens podem ser úteis no
tratamento da AFI e da AF, mas os limites deste trabalho não permitem sejam exploradas aqui.
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protocolos também são regularmente utilizados no tratamento da AF/AFI e deles
destaca-se a SMTA, descrito em detalhes por De Bruijn, Hurkmans e Zielman
(2011), por ser verdadeiramente interdisciplinar, com a participação simultânea de
fonoaudiólogo e musicoterapeuta em todas as suas fases, e exigindo muitas
habilidades musicais do profissional de MT (dentre as quais, composição e
transposição musicais).
Conclusões
Conforme salientam Souza, Payão e Costa (2009), a terapia para a AFI é
“uma das mais difíceis dentro dos distúrbios da fala”, pois é de árdua reabilitação e
geralmente os processos terapêuticos são longos e de grande intensidade, exigindo
incontáveis repetições de sons, palavras e frases. A MT pode ser um importante
aliado nesses processos, especialmente se aplicada em regime interdisciplinar com
a fonoaudiologia. Seja por meio dos protocolos existentes, seja por meio de outros,
a MT pode atuar estimulando os mecanismos musicais do cérebro e colaborar
eficazmente com o desenvolvimento, ou aquisição, nas crianças com AFI, dos
elementos musicais da linguagem, de modo a reduzir a falta de precisão e as
inconsistências da fala e, em especial, as deficiências prosódicas, que tendem a
persistir na idade adulta.
REFERÊNCIAS
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Rehabilitating Apraxic and Dysarthric Voices of People with Neurological Damage.
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Practice. Philadelphia, PA: Jessica Kingsley Publishers, 2011.
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Therapy in a Patient with Aphasia. Neural Plasticity, v. 2018, p. 113, 2018.
DE BRUIJN, M.; HURKMANS, J.; ZIELMAN, T. Speech-Music Therapy for Aphasia
(SMTA) An Interdisciplinary Treatment of Speech-Language Therapy and Music
Therapy for Clients with Aphasia and/or Apraxia of Speech. In: BAKER, F.; UHLIG,
S. (Eds.). Voicework in Music Therapy: Research and Practice. Philadelphia, PA:
Jessica Kingsley Publishers, 2011.
DRAPER, K. Music and Stroke Rehabilitation: A Narrative Synthesis of the Music-
Based Treatments used to Rehabilitate Disorders of Speech and Language following
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HURKMANS, J. et al. The effectiveness of SpeechMusic Therapy for Aphasia
(SMTA) in five speakers with Apraxia of Speech and aphasia. Aphasiology, v. 29,
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LOEWY, J. V. The Musical Stages of Speech: A Developmental Model of Pre-Verbal
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World Forum for Music Therapy, v. 4, n. 1, 2014.
NAVARRO, P. R.; SILVA, P. M. V. A.; BORDIN, S. M. S. Apraxia de fala na infância:
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PALAZZI, A. Musicoterapia na afasia de expressão: um estudo de caso. 2015.
Monografia (Especialização em Psicologia - Ênfase em Neuropsicologia) - UFRS,
Porto Alegre (RS), 2015.
_____; FONTOURA, D. R. Da. Musicoterapia na afasia de expressão: um estudo
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SOUZA, T. N. U.; PAYÃO, L. M. da C.; COSTA, R. C. C. Apraxia da fala na infância
em foco: perspectivas teóricas e tendências atuais. Pró-Fono Revista de
Atualização Científica, v. 21, n. 1, p. 7580, 2010.
Article
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Introdução. A Apraxia de Fala na Infância caracteriza déficit no planejamento e na programação dos movimentos da fala, necessitando de um diagnóstico apropriado e para que assim seja possível um tratamento apropriado para que as crianças acometidas desenvolvam suas habilidades comunicativas através da fala. Objetivo. Devido à importantes relações dos elementos musicais em intervenções de desordens de linguagem e fala, especialmente através da entonação melódica ou prosódia, o objetivo desse trabalho foi analisar se a intervenção musicoterapêutica através do canto é uma possibilidade promissora para esse público. Método. O presente trabalho visa investigar as possibilidades terapêuticas por meio de uma revisão de literatura, através de base de dados online, publicados nos últimos dez anos. Resultados. Foram incluídos 4 artigos que exploravam o tema apraxia de fala na infância e intervenção através do uso da música e da musicoterapia. Conclusão. Os resultados demonstraram que os elementos musicais podem oferecer oportunidades de prática de fala nas crianças, apontando a necessidade de comprovações sobre o tema, com metodologia mais estruturada e maior número amostral.
Article
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Purpose: To investigate the influence of music therapy on the reduction of fatigue in women with breast or gynecological malignant neoplasia during radiotherapy, since it is one of the most frequent side effects of this type of treatment, and may interfere with self-esteem, social activities, and quality of life. Experimental design: Randomized controlled trial (control group [CG] and music therapy group [MTG]) to assess fatigue, quality of life, and symptoms of depression in women undergoing radiotherapy using the Functional Assessment of Cancer Therapy: Fatigue (FACT-F) version 4, Functional Assessment of Cancer Therapy-General (FACT-G) version 4, and Beck Depression Inventory in 3 separate times, namely, during the first week of radiotherapy, on the week of the intermediary phase, and during the last week of radiotherapy. Individual 30- to 40-minute sessions of music therapy with the presence of a trained music therapist were offered to participants. Results: In this study, 164 women were randomized and 116 (63 CG and 53 MTG) were included in the analyses, with mean age of 52.90 years (CG) and 51.85 years (MTG). Participants in the MTG had an average of 10 music therapy sessions, totaling 509 sessions throughout the study. FACT-F results were significant regarding Trial Outcome Index ( P = .011), FACT-G ( P = .005), and FACT-F ( P = .001) for the MTG compared with the CG. Conclusions: Individual music therapy sessions may be effective to reduce fatigue related to cancer and symptoms of depression, as well as to improve quality of life for women with breast or gynecological cancer undergoing radiotherapy. Further well-designed research studies are needed to adequately determine the effects of music therapy on fatigue.
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Melody-based treatments for patients with aphasia rely on the notion of preserved musical abilities in the RH, following left hemisphere damage. However, despite evidence for their effectiveness, the role of the RH is still an open question. We measured changes in resting-state functional connectivity following melody-based intervention, to identify lateralization of treatment-related changes. A patient with aphasia due to left frontal and temporal hemorrhages following traumatic brain injuries (TBI) more than three years earlier received 48 sessions of melody-based intervention. Behavioral measures improved and were maintained at the 8-week posttreatment follow-up. Resting-state fMRI data collected before and after treatment showed an increase in connectivity between motor speech control areas (bilateral supplementary motor areas and insulae) and RH language areas (inferior frontal gyrus pars triangularis and pars opercularis). This change, which was specific for the RH, was greater than changes in a baseline interval measured before treatment. No changes in RH connectivity were found in a matched control TBI patient scanned at the same intervals. These results are compatible with a compensatory role for RH language areas following melody-based intervention. They further suggest that this therapy intervenes at the level of the interface between language areas and speech motor control areas necessary for language production.
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Resumo-Os sujeitos afásicos expressivos podem preservar a capacidade de cantar palavras de músicas familiares. O presente trabalho visou descrever o tratamento musicoterápico em uma paciente com afasia de expressão pós AVC e verificar a efetividade da musicoterapia através da avaliação neuropsicolinguística pré e pós intervenção. O desempenho da paciente manteve-se estável na maioria das funções. No entanto, houve uma melhora em algumas habilidades linguísticas, no Índice de Fala e na atenção (NEUPSILIN-Af). Palavras-Chave: afasia, musicoterapia, avaliação neuropsicológica. Abstract-Expressive aphasic patients can preserve the ability to sing words of familiar songs. This study aimed to describe the music therapy treatment in a patient with expressive aphasia post-stroke and to verify the effectiveness of music therapy through a neuropsycholinguistic assessment pre and post-intervention. The patient´s performance remained stable in the majority of functions. Nevertheless, there was an improvement in some of the language skills, in the Quantitative Production Analysis and in the attention (NEUPSILIN-Af).
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Background: Several studies using musical elements in the treatment of neurological language and speech disorders have reported improvement of speech production. One such programme, Speech-Music Therapy for Aphasia (SMTA), integrates speech therapy and music therapy (MT) to treat the individual with Apraxia of Speech (AoS) and aphasia. We have observed encouraging results in clinical practice, but there is still no empirical evidence of the effect of SMTA.
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Este trabalho teve como objetivo investigar as dinâmicas de aprendizagem musical que se estabelecem no grupo de maracatu Arrasta Ilha, de Florianopolis-SC, Brasil. A fundamentacao teorica da pesquisa combina o conceito de comunidade de pratica (Wenger, 2008) e de praticas de aprendizagem musical informal (Green, 2002). Foi realizado um estudo de caso de abordagem qualitativa. Os resultados da pesquisa apontam cinco dinâmicas de aprendizagem musical: escuta e tirar de ouvido, encontros casuais e organizados, observacao e imitacao, onomatopeias solfejadas, e aprender osmoticamente. Tais dinâmicas sao potencializadas num ambiente de aprendizagem que se configura como uma comunidade de pratica, onde os participantes compartilham uma paixao em comum: o interesse pela pratica musical do maracatu.
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Este artigo propõe a análise e a discussão, com base na Neurolinguística Discursiva, dos aspectos neurofisiológicos, psíquicos, cognitivos, linguísticos e sociais pertinentes ao processo de aquisição de linguagem de crianças ouvintes com “Apraxia de Fala”. A partir da revisão bibliográfica da área, recobrindo avaliação e tratamento fonoaudiológico tradicionalmente destinados àquelas crianças, ampliamos, com base em uma abordagem discursiva de língua e linguagem, nossas reflexões sobre a criança com apraxia. Observamos, assim, que, para além das alterações fonoarticulatórias, estão envolvidas na criança questões importantes, pertinentes e referentes ao seu período de balbucio, à conformação neurofuncional da memória dos gestos articulatórios e aos processos constitutivos do diálogo enquanto matriz de significação.
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This study interviewed six men and six women, ranging in age from 18 to 21, about the experience of vocational re-option. All of them requested re-option of university course to the Center of Educational Guidance (NOE) of ULBRA. The semi-structured interviews approached the motivations of the re-option, the vocational exploratory behavior, life projects and decision-making. The analysis of the reports highlighted the following categories: the desire to study at university, academic difficulties, labor market and profitability, continuity to the business of the family, deception with the course, and uncertainty in relation to the re-option. The interpretation of the results showed that the re-option of university course, as well as the first made option, were characterized by vocational immaturity, according to Super (1983). The re-option was not accompanied by an increase in vocational maturity.
Article
Understanding of a little group of children who regularly attend a Community Center, with ages ranging from ten to eleven years, of both genders, homogenous, closed and with the same complaint of mismatch school, through the application of the group of psychodiagnosis technique (Kaës & Anzieu, 1989). We raised the hypothesis of the use of music instruments as an alternative playful facilitator of emotional expressions. The qualitative analysis of the content was conducted by two psychologists with knowledge in psychoanalysis-group based on the Mathieu (1967) technique of interpretation . We conclude that the management of music instruments facilitated the group psychodiagnosis technique, where the children could express and be self conscious about their feelings, were able to work on their inhibitions, increase their ability to socialize, strength their ego.
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Stroke is a leading cause of long-term disability. A stroke can damage areas of the brain associated with communication, resulting in speech and language disorders. Such disorders are frequently acquired impairments from left-hemispheric stroke. Music-based treatments have been implemented, and researched in practice, for the past thirty years; however, the number of published reports reviewing these treatments is limited. This paper uses the four elements of the narrative synthesis framework to investigate, scrutinise and synthesise music-based treatments used in the rehabilitation of patients with speech and language disorders. A systematic review revealed that fifteen studies meet the inclusion criteria set out. It was found that the music-based treatments utilised included: Melodic Intonation Therapy (MIT), Modified Melodic Intonation Therapy (MMIT), adapted forms of MIT, the Singing Intonation, Prosody, breathing (German: Atmung), Rhythm and Improvisation (SIPARI) method and a variety of methods using singing and songs. From a synthesis of the data, three themes emerged which were key elements of the interventions; they were: (a) singing songs and vocal exercises, (b) stimulating the right hemisphere and (c) use of speech prosody. These themes are discussed and implications for newly-qualified practitioners are explored.