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VOL. 14, NUM. 12
2018
www.scientiaplena.org.br doi: 10.14808/sci.plena.2018.125301
125301 – 1
Diagnóstico de impactos ambientais adversos causados pela
visitação da população na Gruta do Sumidouro – Campo
Formoso (BA)
Diagnosis of environmental impacts lawyer caused by population visitation in Sumidouro Cave
– Campo Formoso (BA)
I. M. Cruz1; L. C. Barros1; A. V. Araújo2*
1Ciências da Natureza, UNIVASF, 48970-000, Senhor do Bonfim - BA, Brasil.
2Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, 56316-686, Petrolina – PE, Brasil.
*anddrevieira@gmail.com
(Recebido em 06 de agosto de 2018; aceito em 16 de outubro de 2018)
A Gruta do Sumidouro está localizada no município de Campo Formoso (BA), a aproximadamente 500 km
de Salvador, capital do Estado. A região faz parte de um conjunto de grutas representadas por três pontes
calcárias que cortam o Rio Pacuí, constituindo-se vestígios de uma grande caverna por onde esse rio corria
subterraneamente no passado. Com extensão de aproximadamente 500 m, a Gruta possui diversas
formações carbonáticas, tais como, estalactites, estalagmites, travertinos, colunas, além de figuras rupestres.
Devido ao desconhecimento ou mesmo negligência por parte da população, na maioria das vezes, as pessoas
fazem mau uso do espaço, gerando assim impactos ambientais negativos que podem ser irreversíveis. Nesse
sentido, o presente trabalho tem como escopo principal a identificação dos diversos tipos de impactos
causados a partir da visitação/turismo na Gruta do Sumidouro (Pontes do Sumidouro), objetivando
correlacionar tais impactos às atividades antrópicas, e a partir disso, sugerir medidas que possam minimizar
esses impactos na caverna estudada, contribuindo assim para uma melhor conservação do local. O método
usado para coleta dos dados foi um estudo de caráter qualitativo, em que foram realizadas visitas técnicas
in loco, e também feitos registros fotográficos das diversas formas de impacto. Os resultados da pesquisa
apontam que de fato a população causa impacto negativo à caverna, uma vez que foram encontrados
diversos fatores negativos, como lixo, pichação nas paredes, entre outros. Ao final deste trabalho são
sugeridas algumas medidas para mitigar o impacto das visitações na Gruta, tentando se aproximar ao
máximo do que chamamos de turismo responsável.
Palavras-chave: Impacto Ambiental, Espeleoturismo, Gruta do Sumidouro.
The Sumidouro Cave is located in the municipality of Campo Formoso (BA), approximately 500 km from
Salvador, the state capital. The region is part of a group of caves represented by three limestone bridges
that cross the Pacuí River, constituting vestiges of a large cavern through which this river flowed
underground in the past. With an extension of approximately 500 m, the cave has several carbonate
formations, such as stalactites, stalagmites, travestines, columns, as well as cave figures. Due to ignorance
or even negligence on the part of the population, most of the time, people make bad use of the space, thus
generating negative environmental impacts that may be irreversible. In this sense, the main objective of the
present work is to identify the different types of impacts caused by the visitation / tourism in the Sumidouro
Cave (Sumidouro Bridges), aiming to correlate such impacts with anthropic activities, and to suggest
measures that can minimize these impacts in the studied cave, thus contributing to a better preservation of
the site. The method used for data collection was a qualitative study, where technical visits were carried
out in loco, as well as photographic records of the various forms of impact. The results of the research
indicate that in fact the population has a negative impact on the cave, since several negative factors were
found, such as garbage, graffiti on the walls, among others. At the end of this work some measures are
suggested to mitigate the impact of cave visits, trying to get closer to what we call responsible tourism.
Keywords: Environmental Impact, Caving, Sumidouro Cave.
1. INTRODUÇÃO
Segundo a base de dados do CECAV, o Brasil possui atualmente 15.519 cavernas cadastradas
[1]. Para se ter uma noção do crescimento do interesse por estudos relacionados às cavernas, uma
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pesquisa realizada há 15 anos apontava que, em 2002, existiam apenas 3.251 cavernas registradas
no Cadastro Nacional de Cavernas do Brasil (CNC) [2]. Atualmente, o número de cavernas
registradas aumentou, contribuindo para futuras pesquisas neste ambiente.
A Bahia é o terceiro estado com maior número de cavernas no Brasil e, nesse contexto,
podemos destacar o município de Campo Formoso que é responsável por possuir as duas maiores
cavernas do país (Toca da Boa Vista e Barriguda), segundo os dados do Cadastro Nacional de
Informações Espeleológicas (Canie) de 2004, por meio da Resolução nº 347 do Conselho
Nacional de Meio Ambiente [3].
Esse município está localizado na mesorregião Centro Norte Baiano, microrregião de Senhor
do Bonfim, possuindo uma área de 7.258.574 km², situado há aproximadamente 400 km de
Salvador, capital do Estado. A cidade é conhecida economicamente pelo garimpo e comércio de
esmeraldas (por isso é apelidada como “Terra das Esmeraldas”) e também pelas belezas naturais,
em particular as cavernas. Dentre as cavernas existentes no município, destacam-se as que foram
citadas anteriormente: Toca da Boa Vista, maior caverna conhecida da América do Sul, com mais
de 120 km de galerias mapeadas até 2017, os quais compõem um dos mais importantes sítios
espeleológicos e paleontológicos brasileiros e a Toca da Barriguda, segunda maior caverna do
Brasil, que apresenta grandes salões decorados com estalactites e estalagmites [4]. Além dessas
cavernas, outra de grande relevância na região é a Gruta do Sumidouro (também conhecida por
Pontes Sumidouro), bastante conhecida pela facilidade de acesso e por possuir internamente
espaços de lazer.
A Gruta do Sumidouro, objeto de estudo desta pesquisa, localiza-se no povoado de Sumidouro
a aproximados 90 km da sede do munícipio de Campo Formoso. O povoado de Sumidouro
encontra-se vizinho ao povoado de Pacuí. Sobre os aspectos geomorfológicos da referida região,
a sub-bacia do Pacuí está inserida em um domínio de planaltos cársticos da Chapada Diamantina,
que constitui uma região de rochas carbonáticas da Formação Salitre do Grupo Una. A área
específica onde foi realizado o estudo é caracterizada pelo clima tropical semiárido, possui baixa
nebulosidade, forte insolação, índices elevados de evaporação e temperaturas médias elevadas,
estação chuvosa curta e longos períodos de estiagem, tendo uma variação média pluviométrica
anual de 250 a 600 mm por ano, provocando enchentes torrenciais [5].
Ambos os povoados (Sumidouro e Pacuí) estão situados na bacia do Rio Pacuí, uma sub-bacia
inserida na bacia do Rio Salitre que é afluente do Rio São Francisco no estado da Bahia. A bacia
do rio Pacuí possui área estimada em 987,73 km² e extensão do leito do rio principal de 74,79 km
e pode ser dividida em alto, médio e baixo Pacuí. Sobre os aspectos fitofisionômicos, o
ecossistema Caatinga mostra-se arbóreo de médio porte aberta e algumas vezes densa, tendo
também o predomínio de vegetação herbácea em estrato de sub-bosque [6].
No aspecto econômico, o uso da terra como meio de produção econômica e sustento é
predominante na região, destacando-se a pecuária extensiva de caprinos, o sisal e pequenos
projetos particulares de irrigação de cebola e tomate, constituindo assim as principais fontes de
renda da região [7].
A gruta possui um caráter mais turístico pela facilidade de acesso em relação às demais
cavernas da região. Assim, recebe mensalmente um grande número de visitantes, que a procuram
com intuito de conhecer suas belezas naturais (espeleotemas, pinturas rupestres, etc.), realizar
atividades de recreação de contato primário no rio que perpassa internamente pela caverna, ou até
mesmo fazer algumas pesquisas de caráter científico. O grande problema é que a crescente
visitação à caverna não é realizada de maneira sustentável, ou seja, sem um planejamento
adequado. Essa situação pode gerar impactos negativos de pequena, média ou larga escala no
ambiente cavernícola. Nesse sentido, percebemos a importância de buscar identificar e
compreender os principais impactos adversos decorrentes da visitação da população à Gruta do
Sumidouro. É a partir desse questionamento que a presente pesquisa foi desenvolvida,
preocupando-se também em contribuir para a conservação desse patrimônio espeleológico.
Atualmente, a conservação e proteção de cavernas é uma temática cada vez mais difundida
pela sociedade por parte da comunidade cientifica, porém nem sempre foi assim. Até meados do
ano de 1988 não havia na Constituição Federal uma legislação específica que protegesse as
cavernas brasileiras. Apenas cavidades com sítios arqueológicos e paleontológicos tinham
proteção legal, devido ao seu conteúdo, conforme descrito na Lei Federal 3.924 de 26/07/1961.
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Só a partir da promulgação da nova constituição de 1988 que as cavidades naturais subterrâneas
e os sítios arqueológicos e pré-históricos passam a serem bens da União [8].
O Decreto Federal número 99.556 de 01/10/90, que dispõe sobre a proteção das cavidades
naturais subterrâneas existentes no território nacional, decretou que as cavernas deverão ser
preservadas e conservadas com finalidade de permitir estudos e pesquisas [9]. Pode-se assim
afirmar que a partir dessas medidas legais tomadas nas últimas décadas, que a preocupação com
ambientes cavernícolas só tem aumentado pelos órgãos fiscalizadores.
A presente pesquisa justifica-se não só pela relevância científica e cultural que essas possuem,
mas também pelo fato que grande parte da população de Campo Formoso não conhece ou nunca
teve a oportunidade de visitar as cavernas aqui citadas e, consequentemente, acabam não dando
o devido valor e atenção que essas merecem. Nesse sentido, é de suma importância realizar
pesquisas e trabalhos como este, a fim de difundir o conhecimento sobre as potencialidades do
ambiente cárstico (grutas e cavernas) para a própria população do local, potencializando as ações
de conservação desse ambiente.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Levantamento bibliográfico
Inicialmente foi feita pesquisa bibliográfica com a finalidade de compreender os aspectos
geográficos, geológicos, climáticos e econômicos da região. Em um segundo momento, foi
realizada uma busca sobre a temática de impactos ambientais e espeleologia, possibilitando assim
o enriquecimento da pesquisa.
2.2 Coleta de dados
Para identificação dos possíveis impactos adversos causados à gruta, foram realizadas duas
etapas de campo para realização de observações in loco. A primeira visita técnica foi realizada
em agosto de 2017 e a segunda em janeiro de 2018. Foi respeitado um intervalo de quatro (04)
meses entre as visitas. Para a coleta dos dados foram usados métodos qualitativos, tendo como
principais instrumentos a observação, identificação e registro fotográfico dos impactos ambientais
visuais encontrados em campo.
2.3 Análise dos dados
Os dados coletados em campo foram compilados e posteriormente elaborada uma tabela com
base na matriz de Leopoldo modificada [10], a qual utiliza os parâmetros qualitativos norteados
a partir das características abaixo (Cajaíba 2014, p. 495):
(A) “Temporalidade: Refere-se ao padrão de ocorrência do impacto, sendo
caracterizado como temporário (T) quando o efeito do impacto se manifesta
por um determinado tempo após a realização da ação; permanente (Pr) quando
uma vez executada a ação os efeitos continuam a se manifestar em um
horizonte temporal conhecido; ou cíclico (C) quando o efeito se faz sentir em
determinados períodos (ciclos), que podem ser ou não constatado ao longo do
tempo.
(B) Reversibilidade: Remete ao retorno dos parâmetros ambientais às
condições originais, caracterizado como reversível (Rv) quando cessada a ação
o fator ambiental retorna às condições originais; ou irreversível (Ir) quando
descontinuada a ação o fator ambiental afetado não retorna às condições
originais, pelo menos em um horizonte de tempo plausível pelo homem.
(C) Extensão: É o alcance do impacto, que se distingue como local (L) quando
o efeito se restringe ao próprio local da ação e regional (Rg) quando o efeito
se dissemina por uma área além das imediações da localidade onde se dá a
ação.
(D) Duração: Faz referência ao tempo que o impacto e seus efeitos persistem
no ambiente, qualificados como de curto prazo (Cp) quando seus efeitos têm
duração de até 1ano; de médio prazo (Mp) quando seus efeitos têm duração de
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1 a 10 anos; e de longo prazo (Lp) quando seus efeitos têm duração de 10 a 50
anos.
(E) Origem: Remete à procedência do impacto, que sendo de origem direta
(D) quando resulta de uma simples relação de causa e efeito, ou de origem
indireta (I) quando é uma reação secundária da ação, ou quando é componente
de uma cadeia de reações.
(F) Sentido: Relaciona-se à valorização do impacto, podendo ser positivo
(P+) quando a ação impactante causa melhoria da qualidade de um parâmetro
ambiental: ou negativo (N) quando uma ação origina um dano à qualidade
ambiental.
(G) Grau de Impacto: É o critério que indica a gravidade do impacto no meio
ambiente, a qual pode ser baixo (B) quando a utilização dos recursos naturais
é desprezível quanto ao seu esgotamento e à degradação do meio ambiente e
da comunidade, sendo reversível; médio (M) quando a utilização de recursos
naturais é considerada, sem que haja possibilidade de esgotamento das reservas
naturais, sendo a degradação do meio ambiente e da comunidade reversível,
porém com ações imediatas; alto (A) quando a ação provoca a escassez de
recursos naturais, a degradação do meio ambiente e da comunidade, não tendo
muitas possibilidades de reversibilidade.”
Com base no trabalho de Cajaíba (2014) [10], pontuamos 14 possíveis fatores de impacto ao
ambiente subterrâneo e à Gruta do Sumidouro como todo. Dos fatores pontuados, apenas os
fatores “Lixo externo/interno” e “Extinção de espécies cavernícolas” foram alterados para
“Resíduos sólidos” e “Redução de espécies cavernícolas”, respectivamente. A partir das
observações feitas in loco, observamos quais fatores de impacto negativo estão presentes ou não
na Gruta do Sumidouro.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Todos os possíveis impactos existentes na Gruta do Sumidouro foram descritos
categoricamente de acordo com o que foi observado in loco para, posteriormente, usar tais
informações na elaboração da Tabela 1.
3.1 Processos erosivos
Não foi identificado na Gruta do Sumidouro nenhum processo erosivo decorrente da ação
antrópica. As rochas não foram danificadas pela presença humana. Na entrada principal da gruta
algumas rochas foram remanejadas, possivelmente para melhor acesso dos visitantes, porém, essa
ação não necessariamente pode ser considerada um processo erosivo.
Foi constatado que existe infiltração no teto, porém não é possível afirmar se a infiltração foi
causada a partir de atividade antrópica ou por processo erosivo natural da gruta.
3.2 Desmatamento
Foram observados poucos indícios de desmatamento, encontrados apenas no entorno da gruta,
nas propriedades privadas que o fazem com o propósito de iniciar as práticas agrícolas. Próximo
à gruta existem pequenas áreas onde supostamente foram usadas para pastagem de caprinos e
bovinos, mas não ouve desmatamento total. O desmatamento em torno da gruta pode alterar
diretamente o ecossistema cavernícola.
3.3 Queimadas
Nas datas de expedição a campo não foram observados indícios ou resquícios de queimadas
de grande porte, entretanto, dentro da gruta foi visto e registrado resquícios de fogueiras, as quais
foram feitas pelos visitantes, com provável intenção de preparação de alimento e/ou espantar
animais de hábitos noturnos, no caso dos visitantes que vão para passar a noite dentro da gruta. O
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ato de acender fogueiras à noite dentro da gruta pode afetar diretamente o comportamento
faunístico do ambiente hipógeo [11].
É importante ressaltar que o responsável pela propriedade, o qual faz a limpeza e zela pela
gruta, disponibiliza gratuitamente uma churrasqueira, mas esta se encontra também dentro da
gruta, podendo assim causar impactos a partir do seu uso. Abaixo registros de indícios de
fogueiras encontrados nos salões principais da gruta (Figura 1).
Figura 1: Vestígios de fogueira encontrados em lugres distintos dentro da Gruta do Sumidouro, Bahia.
3.4 Atividades agropecuárias
Os impactos mais verificados durante os trabalhos de observação em campo foram os
relacionados à atividade agropecuária. Constatamos diversas criações de caprinos e bovinos nas
proximidades da gruta. Consequentemente, foram encontrados vários excrementos e fezes de
animais bem próximas à entrada secundária (Figura 2), podendo inclusive contaminar o canal do
rio Pacuí que passa pelo interior da mesma. Além disso, o pisoteio dos animais pode compactar
o solo da caverna, o que resultaria em outro tipo de impacto.
Monoculturas associadas a ambientes cársticos podem diminuir as fontes de alimento para a
fauna local e promoverem a contaminação dos morcegos que são mais suscetíveis aos agrotóxicos
utilizados para o controle de pragas nas plantações [10]. Em relação à pecuária, um fator negativo
é que os fazendeiros não possuem total controle dos animais que criam, e alguns acabam por ir
pastar muito próximo ou até mesmo dentro da gruta. Isso acaba gerando alguns fatores negativos
como o pisoteamento e compactação do solo.
Figura 2: Fezes de caprinos encontradas dentro da Gruta do Sumidouro, Bahia.
Com relação às práticas agrícolas, foi observado que existem propriedades com diversos tipos
de cultivos, com destaque para a produção de tomate, cebola e bananas (Figura 3). Também foi
observada a incidência de muitas bananeiras nas proximidades da gruta. Internamente do espaço
da caverna, não foi identificado nenhuma prática agrícola.
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Figura 3: Plantio de bananeiras no entorno da Gruta do Sumidouro, Bahia.
3.5 Redução de espécies cavernícolas
Durante a observação de campo, foi constatado apenas morcegos, algumas espécies de lagartos
(Figura 4), insetos (Hymenoptera: abelhas e marimbondos), além de alguns peixes de pequeno
porte no rio Pacuí. Em função do pouco esforço dedicado a uma observação minunciosa da fauna
cavernícola, não foi possível encontrar algumas espécies de animais de tamanho reduzido típicas
destes ambientes cavernícolas. Além disso, apenas uma pesquisa específica iria nos permitir
afirmar se alguma espécie que ali habitava foi extinta em função da atividade turística
desenvolvida no local nos últimos anos.
Figura 4: Lagarto que habita as rochas calcárias da Gruta do Sumidouro, Bahia; lagarto encontrado
morto dentro da gruta.
O que se pode afirmar, a partir dos dados coletados é que, sem dúvida, a interferência humana
na caverna em questão dificulta significativamente a sobrevivência das espécies ali encontradas.
3.6 Visitação turística desordenada
A visitação turística desordenada certamente é um aspecto importante na geração de impactos,
uma vez que não se tem o controle de quantas pessoas entram na gruta, não se pode “preparar” o
ambiente para receber estas pessoas da maneira menos impactante possível através da capacidade
de carga turística. Quanto mais pessoas, mais resíduos sólidos podem ser produzidos, mais
pisoteio será realizado, mais barulho será emitido. Ou seja, mais impacto negativo levará ao
ambiente natural.
No caso específico da Gruta do Sumidouro, foi observado que existe uma visitação de forma
desordenada, uma vez que nem sempre os visitantes pedem autorização para acessar o local ao
proprietário das terras onde a gruta se encontra. Assim sendo, o proprietário tem o controle parcial
do número de pessoas que entram e saem diariamente na gruta. Através de informações obtidas
pela comunidade local, existe um festejo que ocorre anualmente no interior da gruta em que
participam em média mais de 150 pessoas. Além disso, existem também excursões de turistas,
que pelo menos duas vezes ao ano acampam dentro da gruta em grupos de mais de 20 pessoas.
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Outro contingente importante são as escolas do município que levam turmas de alunos para
excursão na gruta, geralmente com 20 a 30 alunos.
É importante lembrar que em todos os casos acima citados, é de suma importância à presença
de um profissional devidamente capacitado e conhecedor do ambiente em questão, para minimizar
os impactos advindos da visitação. Como foi dito antes, a partir da visitação desordenada, diversos
impactos podem ser gerados. A fim de evitar tais impactos negativos, é sugerível que o portão
que dá acesso à propriedade onde se encontra a caverna permaneça fechado, e que as pessoas
procurem o responsável pelo controle de entrada e saída de pessoas da gruta para ter acesso à
mesma, explicando assim a finalidade da visita.
Uma demanda imediata que surge aqui é a elaboração do Plano de Manejo Espeleológico –
PME. O PME é um documento técnico que aponta os estudos realizados para a conservação de
uma caverna, bem como define diretrizes para o seu manejo, e é partir dele que o espeleoturismo
passa a ser permitido na caverna.
O problema é que nem sempre o espeleoturismo é realizado com PME já estabelecido. No
caso da Gruta do Sumidouro, por exemplo, já existe uma atividade turística desordenada sem a
consolidação desse documento. Neste caso, o que pode ser feito em termos documentais é o
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O TAC é um documento que traz algumas diretrizes,
de forma resumida, sobre a visitação turística em uma caverna, sendo comumente usado de forma
provisória, durante a fase de elaboração do PME, até que o mesmo fique pronto.
3.7 Resíduos Sólidos
Na parte interna da gruta, mesmo possuindo diversas lixeiras de médio porte, foi identificado
a presença de lixo dos mais variados tipos, tais como, garrafas plásticas, garrafas de vidro, latinhas
de alumínio, preservativos, tecidos de roupas, embalagens plásticas, cigarros e palitos de fósforo
e até carcaça de animais mortos.
Na parte externa da gruta, como também em seu entorno, também foi observada a incidência
de lixo, porém o que mais chamou atenção foi a presença de pneus automotivos localizados às
margens do rio que segue para o interior da gruta (Figura 5). Tal material é extremamente danoso
para o meio ambiente, capaz de contaminar permanentemente a água e os animais que ali habitam,
pois são potenciais geradores de metais pesados como, mercúrio, cádmio, arsênio, como também
diversas substâncias tóxicas.
Determinados tipos de lixo deixados dentro da cavidade podem causar poluição do solo e até
do curso d’água que passa pelo interior da mesma. Além disso, do ponto de vista turístico, os
resíduos ali despejados denigrem a aparência da paisagem e diminui o aspecto de conservação da
caverna, podendo deixar de atrair turistas [10].
Figura 5: Pneus automotivos encontrados às margens do curso d’água do Rio Pacuí próximo ao interior
da Gruta do Sumidouro, Bahia.
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3.8 Contaminação de recursos hídricos
Com relação ao rio que perpassa à Gruta do Sumidouro, foi possível identificar alguns tipos
de materiais submersos na água que podem contribuir para sua contaminação (Figura 6). Ainda
assim, não é possível afirmar com exatidão se a água é ou está sendo contaminada pelos turistas
que visitam a gruta, pois, não foi utilizado nenhum método durante a pesquisa para analisar a
qualidade da água.
Entretanto, como dito no tópico anterior, a partir das observações utilizadas na gruta, foi
constatado a presença de resíduos sólidos inseridos dentro do rio e de pneus encontrados às suas
margens. Somado a isso, estão presentes no entorno da gruta as lavouras com o cultivo de verduras
e frutas que utilizam fertilizantes agrícolas, pesticidas e outros tipos de adubos químicos que
podem, com o passar do tempo, serem transportados para a bacia do rio Pacuí, contaminando suas
águas.
Araujo et al. (2017) [6] coletou diversas amostras de água superficiais ao longo da sub-região
do baixo Pacuí, dentre as quais na Gruta do Sumidouro, durante as estações seca (10/2015) e
chuvosa (05/2016), para determinação hidroquímica de diversos parâmetros da água, tais como,
Cálcio, Magnésio, Sódio, Potássio, Cloreto, Sulfato, Bicarbonato e Nitrato. Os resultados
apontaram que apenas o nitrato estava com a concentração acima do recomendável na gruta do
Sumidouro (durante a estação chuvosa), com índice de 14,5 mg/l, em que, de acordo com a
legislação vigente não pode ultrapassar 10 mg/l para ser considerada água potável. Esse valor
está possivelmente relacionado com as atividades antrópicas, sobretudo a agricultura. Porém,
esses dados são insuficientes para afirmar se existe contaminação na água por substâncias
químicas ou metais pesados.
Figura 6: Garrafa de produto químico à margem do rio Pacuí; Lata de alumínio encontrada dentro do
rio Pacuí (Trecho do Rio que passa internamente na Gruta).
3.9 Trilhas
Foram identificadas as trilhas pelas quais os visitantes podem caminhar dentro da gruta. O
interessante aqui é ressaltar que mesmo a Gruta do Sumidouro sendo uma caverna de caráter
turístico, suas trilhas infelizmente possuem poucas placas indicativas e informativas (Figura 7), e
não contam com corrimãos ou degraus nas partes em que é necessário subir e/ou descer.
Observou-se também que em épocas de chuva, alguns trechos ficam com acesso muito dificultado
em função do acúmulo de água no caminho. É possível afirmar que em épocas de chuvas mais
intensas podem ocorrer acidentes nessas trilhas, como escorregões e/ou quedas.
Uma estratégia de educação ambiental válida que merece ser pensada é a elaboração de Trilhas
Interpretativas. Com a implantação de TI’s na gruta, seria possível sensibilizar os turistas quanto
à conservação do ambiente hipógeo através de trilhas mais elaboradas e seguras, que irão
proporcionar uma experiência mais expressiva e rica em informações sobre a gruta e o carste.
Khaled et al. (2017) [12] complementa o que foi dito anteriormente, quando cita que:
“Trilhas Interpretativas (TIs) são atividades de interpretação ambiental que
proporcionam o contato direto entre os indivíduos e o ambiente natural, através
da construção de conhecimentos, da sensibilização, da reflexão crítica e da
noção de pertencimento. Como estratégias de educação ambiental, são
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utilizadas no uso público de unidades de conservação por minimizarem o
impacto da visitação, formarem agentes multiplicadores de informações sobre
a temática socioambiental e incentivarem uma postura mais ativa na defesa do
ambiente visitado.”
Figura 7: Material informativo confeccionado sobre a rocha; Placa informativa do IPHAN, acerca do
Sítio Arqueológico existente na Gruta do Sumidouro, Bahia.
Uma informação importante e que merece total atenção ao se falar da Gruta em questão é a
existência de um sítio arqueológico, denominado Sítio Arqueológico Sumidouro. De acordo com
o Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), o Sítio Arqueológico Sumidouro (Registro
CNSA BA00794) é um sítio de pintura rupestre com pinturas na cor vermelha e preta. As pinturas
encontram-se dispostas em três locais. Quanto à composição das pinturas são verificados em
maior parte grafismos geométricos (Figura 8). O grau de integridade das pinturas rupestres está
entre 25 e 75%, pois as pinturas existentes tiveram que passar por processo de restauração, feita
pelos membros do IPHAN, a fim de amenizar o efeito da ação de vandalismo que alguns turistas
negligentes fizeram, ao picharem as pinturas. Ainda de acordo com o CNSA, esse Sítio é
classificado como de alta relevância.
Figura 8: Pinturas Rupestres restauradas no Sítio Arqueológico Sumidouro, Bahia.
3.10 Poluição luminosa
Poluição Luminosa foi o único impacto negativo considerado totalmente inexistente, pois
constatou-se que não existem refletores ou luzes fortes dentro da gruta.
3.11 Adaptação ao turismo
A presença de um bar de comercialização de bebidas (Figura 9) causa um impacto negativo
ocasionando a descaracterização do espaço subterrâneo.
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Figura 9: Bar situado no enotrno da Gruta do Sumidouro, Bahia.
3.12 Poluição sonora
Não foram encontradas formas de poluição sonora na gruta. Existem relatos de moradores que
algumas pessoas levam aparelhos de som para dentro da gruta, entretanto não foi comprovada a
veracidade desse fato.
3.13 Captação do curso d´água
Foi possível notar no entorno da gruta e nos trechos de maior volume do Rio Pacuí diversas
motobombas para retirada de água, sendo a maioria destinada à irrigação de variados tipos de
plantio. Outro ponto importante, esse voltado diretamente à gruta do Sumidouro, é que havia uma
bomba d’água fixa sendo manuseada por dois trabalhadores em um dos anexos da gruta, na Ponte
Sumidouro II. Não foi possível fazer o registro fotográfico dessa motobomba em funcionamento.
Esse problema é recorrente em várias grutas dessa região, onde não há a devida fiscalização por
parte do poder público no sentido de coibir os proprietários de terra da retirada ilegal desse
recurso.
De acordo com Travassos e Varela (2008) [13], a paisagem cárstica apresenta recursos naturais
abundantes (água e rocha), mas não inesgotáveis, que precisam ser conservados. Tal necessidade
de preservação se faz ainda mais importante pela presença dos aquíferos utilizados como
mananciais para o abastecimento de inúmeras cidades em crescimento constante. No caso do local
onde a pesquisa foi realizada, a comunidade depende fundamentalmente do rio. Além disso, a
ausência de estudo da fauna aquática dos mananciais hídricos daquela região, atrelado ao
constante processo de captação d’água pode levar ao desaparecimento de espécies ainda
desconhecidas da ciência.
3.14 Compactação do solo
Outro impacto claramente observado na entrada do salão principal da gruta do Sumidouro é a
compactação do solo, em que foi constatada a utilização do solo para fins recreativos por parte da
população, com a delimitação de um pequeno campo de futebol (Figura 10). De acordo com
informações obtidas com alguns moradores locais, o campo já existe há muito tempo e os
visitantes normalmente vão em grandes grupos para fazer uso dele.
Nos dias de coleta das informações para o presente trabalho, não foi visto ninguém utilizando
esse espaço físico. Segundo informações, a prática foi proibida desde o ano passado (2017),
quando pesquisadores sugeriram ao cuidador da gruta que os turistas não usassem o salão para
jogar futebol. O pisoteio do solo (compactação) na área onde foi feito o campo de futebol dentro
da gruta, pode causar impermeabilização do solo na superfície e provocar mudanças no ciclo da
água, podendo afetar fauna e flora cavernícola [10,11,14].
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Figura 10: Minicampo de futebol feito no interior da Gruta do Sumidouro, Bahia, pela população local.
A seguir, apresentaremos a tabela 1 criada com base na Matriz de Leopoldo [10], a qual
reúne todos os impactos acima citados, classificando-os de acordo com os dados coletados em
campo e usando os parâmetros descritos no item 5.3.
Tabela 1: Matriz de avaliação qualitativa dos impactos ambientais na Gruta do Sumidouro, em Campo
Formoso - BA.
Impactos
Classificação dos Impactos
Processos Erosivos
-
Desmatamento
T, Rv, Rg, Mp, D, N, M
Queimadas
-
Atividades Agropecuárias
T, Rv, Rg, Cp, I, N, M
Redução de espécies cavernícolas
-
Visitação turística desordenada
C, Rv, L, Lp, D, N, A
Resíduos Sólidos
T, Rv, L, Mp, D, N, B
Poluição dos recursos hídricos
-
Trilha
Pr, Ir, L, Cp, D, N, B
Poluição Luminosa
-
Adaptação ao Turismo
T, Rv, L, Lp, D, N, M
Poluição Sonora
C, Rv, L, N
Desvio de curso d’água
C, Ir, Rg, D, N, A
Compactação do solo
T, Rv, L, Mp, I, N, B
Legenda: T= Temporário, Pr = Permanente, C= Cíclico, Rv = Reversível, IR = Irreversível, L = Local,
Rg = Regional, Cp = Curto prazo, Mp = Médio prazo, Lp = Longo prazo, D = Direta, I = Indireta, N =
Negativo, B = Baixo, M = Médio, A = Alto.
4. CONCLUSÃO
De modo geral, a partir do método qualitativo usado na presente pesquisa, foi possível
confirmar a existência de impactos ambientais negativos na Gruta do Sumidouro oriundos da
atividade antrópica, bem como descrever os principais ali existentes. Dos 14 possíveis impactos
citados, foi confirmada a incidência de pelo menos nove e, dentre esses, os que mais se se
destacam são compactação do solo, resíduos sólidos, atividades agropecuárias e visitação
desordenada.
Além dos fatores negativos citados anteriormente, foi possível notar que as pinturas rupestres
do Sítio Arqueológico Sumidouro foram danificadas por atos de vandalismo (pichação). Membros
do IPHAN estiveram no local e realizaram um serviço de restauração nas pinturas, mas é
importante lembrar que nem sempre é possível reverter às ações de vandalismo feitas nesse tipo
de patrimônio natural. Com relação aos impactos negativos observados e tendo em vista que a
maioria deles são causados pelo espeleoturismo desordenado, a presente pesquisa sugere que o
turismo responsável é uma importante estratégia de mitigação dos impactos nesses ambientes.
I.M. Cruz et al., Scientia Plena 14, 125301 (2018) 12
Além disso, o presente trabalho contribuiu também para identificar que existem os pontos
positivos na atividade turística na região. A situação socioeconômica de muitos moradores de
localidades próxima às grutas melhorou significativamente, a partir do fluxo de pessoas que vão
às cavernas. Constata-se então, que o espeleoturismo deve ser cuidadosamente pensado, uma vez
que existem de fato benefícios a serem considerados.
5. AGRADECIMENTOS
A Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, pelo curso ofertado e demais
colegas que ajudaram indiretamente na construção desse trabalho.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Centro Nacional de Estudo,
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