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ABCS Health Sci. 2019; 44(1):67-74
DOI: https://dx.doi.org/10.7322/abcshs.v44i1.1140
Monitoria acadêmica e formação profissional
em saúde: uma revisão integrativa
Academic monitorship and professional training in health:
an integrative review
Laís Vargas Botelho1, Ana Eliza Port Lourenço2, Maria Gouvêa de Lacerda1, Larissa Escarce Bento Wollz2
1Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Macaé (RJ), Brasil.
2Núcleo de Estudos Plurais em Educação, Alimentação e Humanidades, UFRJ - Macaé (RJ), Brasil.
RESUMO
A monitoria é uma estratégia que pode auxiliar na formação
profissional em saúde, ao proporcionar um canal dialógico
entre docentes e discentes e favorecer os processos de ensino-
aprendizagem. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi revisar
a literatura sobre monitoria e formação profissional em saúde no
Brasil, identificando suas potencialidades e dificuldades. Trata-
se de uma revisão integrativa com busca sistemática de artigos
publicados até abril de 2017 nas bibliotecas SciELO e Biblioteca
Virtual em Saúde. Foram recuperados 13 artigos, a maioria sobre
monitoria em instituições públicas do Sul e Sudeste, sendo sete
somente sobre Enfermagem ou Medicina. Identificou-se como
potencialidades da monitoria: estreitamento de relações entre
alunos, ampliação do aprendizado e da autonomia discente
e aproximação do monitor à docência. As dificuldades foram:
escassez de tempo para trabalho em equipe e baixa adesão dos
alunos às atividades. Observou-se que a maioria dos estudos
possui cunho descritivo e não enfatiza os aspectos teórico-
pedagógicos relacionados. Ainda assim, o conjunto dos artigos
sugere que a monitoria tem potencial de agregar ao aprendizado
autonomia, criticidade e humanização, em consonância com os
princípios do Sistema Único de Saúde. Conclui-se que o tema
da monitoria encontra-se permeável para novos estudos e
reflexões acerca do processo de ensino e aprendizagem voltado
às especificidades das diferentes profissões da área de saúde.
Seria pertinente discutir nas diversas instâncias acadêmicas os
proveitos da monitoria a fim de incorporá-la ao currículo formal e
favorecer a participação dos graduandos.
Palavras-chave: mentores; Educação superior; capacitação de
recursos humanos em saúde; ensino.
Recebido em: 10/03/2018
Revisado em: 08/07/2018
Aprovado em: 15/10/2018
Autor para correspondência: Ana Eliza Port Lourenço - Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio de Janeiro - Avenida Aluísio da Silva Gomes 50,
Granja dos Cavaleiros - CEP: 27930-560 - Macaé (RJ), Brasil - E-mail: aelourenco@gmail.com
Conflito de interesse: Nada a declarar.
ABSTRACT
Academic monitorship is a strategy that can help in professional
health training by providing a dialogic channel between
professors and students and favor teaching-learning processes.
Thus, the objective of this study was to review the literature about
monitorship and professional health training in Brazil and to identify
its potentialities and difficulties. This is an integrative review with
a systematic search of articles published until April 2017. It was
carried out at the electronic libraries Scielo and Biblioteca Virtual
em Saúde. Thirteen articles were found, most of them about
monitorship in public universities in South and Southeast Brazil.
Seven studies were about Nursing and Medicine courses only.
Some identified potentialities were: decreased distances among
the actors of monitorship, increasing of student learning and
autonomy, and narrowing the monitor to teaching. Among the
difficulties mentioned, there were: lack of time for joint work, and
little participation of students in proposed activities. Most of the
manuscripts were essentially descriptive, and did not emphasize
the related theoretical and pedagogical aspects. Nevertheless,
the set of articles suggests that monitorship can potentially add
autonomy, criticality and humanization to student learning fine-
tuned with social demands of health services. It is concluded that
the theme academic monitorship is permeable for new studies
and reflections about the teaching-learning processes focused
on the specificities of the different health professions. It would
be pertinent to discuss the educational benefits of monitorship in
the various academic instances in order to incorporate it into the
formal curriculum and then favor undergraduates’ participation.
Keywords: mentors; education, higher; health human resource
training; teaching.
ARTIGO DE REVISÃO
Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde
A
B
C
S
ABCS HEALTH SCIENCES
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Monitoria e formação profissional em saúde
INTRODUÇÃO
Ao analisar a trajetória do Sistema Único de Saúde (SUS) desde
sua implantação, nota-se que houve avanços em diversos aspec-
tos, incluindo, por exemplo, conquistas políticas, melhorias nos
sistemas de informação e ampliação do acesso da população aos
serviços de saúde1,2. Porém, são ainda inúmeros os desaos em
termos de consolidação do sistema2, principalmente no cenário
de desconstrução da democracia mediante a crise política iniciada
em 2016, que compromete o direito à saúde2,3. Dentre os entraves
de consolidação, têm-se problemas de gestão nanceira, controle
social diminuto e, especialmente, inadequação da formação dos
prossionais de saúde para atuação no SUS3-5.
Tanto no cenário global quanto no brasileiro, alguns dos desa-
os para a formação prossional em saúde são: distanciamento
dos prossionais em relação à realidade social e de saúde dos su-
jeitos; diculdade dos prossionais acerca da construção do pen-
samento crítico; e aplicação frequente de métodos pedagógicos
tradicionais, que reproduzem modelos assistenciais também con-
servadores5,6. Na busca por minimizar tais desaos é necessário
redirecionar a formação prossional em saúde, que historicamen-
te tem sido voltada para atender o mercado capitalista com foco
no modelo biomédico em detrimento das demandas sociais5,7. Em
movimento contra hegemônico, orientar a formação no sentido
de fortalecer o SUS exige repensar as matrizes curriculares e as
práticas pedagógicas nos cursos de graduação, a m de articular o
ensino superior com o serviço de saúde e a sociedade4,5.
A monitoria acadêmica está instituída no Brasil desde a década
de 1960 e tem sua potencialidade pedagógica reconhecida na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)8, sendo uma
estratégia que pode contribuir com tal formação diferenciada.
Conforme os monitores, tendo suporte do professor, auxiliam no
aprendizado de colegas, a monitoria pode proporcionar um ca-
nal dialógico entre esses atores e vir a favorecer os processos de
ensino-aprendizagem9.
Esses processos são diversos e a produção do conhecimento na
monitoria, da mesma forma, pode ser encaminhada por diferentes
percursos. Para Burke10 existem diferentes tipos de conhecimento,
tais como: o cientíco, o social e o técnico-prossional. Vale des-
tacar que a produção, recepção e reprodução do conhecimento
envolvem as visões sociais no mundo dos alunos10, incluindo as
crenças pessoais, as diferentes formas de coleta de informação, as
posições ideológicas e epistêmicas, o grau de autonomia intelec-
tual que é dado ao aluno, dentre outros aspectos. Dentro dessa
concepção, são muitas variáveis em um jogo complexo de forma-
ção, e a monitoria pode contribuir nesse processo.
Cabe ressaltar que se espera que os prossionais de saúde exer-
çam a Educação em Saúde em sua rotina prossional, de forma
dialogada e problematizadora como requer o modelo de assistên-
cia no SUS11. Sendo assim, durante a formação em saúde também
se prevê o exercício de uma educação que entende a realidade de
forma crítica e valoriza as vivências dos alunos, se contrapondo à
maneira tradicional que coloca o aluno como mero receptor do
conhecimento acadêmico formal12. Essa perspectiva educativa ca-
minha anada com a Política Nacional de Humanização, na ótica
do desenvolvimento de práticas concretas comprometidas com a
produção de saúde e produção dos sujeitos que levem à conside-
ração do ser humano em sua capacidade criadora e singular13. Ao
inserir o aluno na construção e desenvolvimento das disciplinas,
a monitoria pode vir a auxiliar na aprendizagem em consonân-
cia com essa perspectiva educativa dialógica, contribuindo para a
atuação prossional no SUS.
Todavia são escassos estudos que se debruçam na análise teó-
rico-pedagógica da monitoria. Diferentemente da clareza sobre
a relevância pedagógica da extensão universitária, que inclusive
está sendo inserida na grade curricular dos cursos de graduação
no país14, os benefícios da monitoria para a formação superior
não se encontram consolidados.
No sentido de contribuir para essa consolidação, esse estudo
tem por objetivo revisar a literatura sobre monitoria e formação
prossional em saúde no Brasil, com vistas a identicar suas po-
tencialidades e diculdades.
MÉTODOS
Este estudo consiste em revisão integrativa da literatura que,
de forma sistemática e ordenada, reúne e sintetiza resultados de
múltiplas pesquisas sobre um fenômeno, para permitir conhecer
o estado da arte e apontar caminhos para a realização de novos
estudos15,16. Foi feita uma busca sistemática da literatura por duas
pesquisadoras, de modo independente, nas principais bibliotecas
eletrônicas na área da saúde, a saber: SciELO e Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS).
Foram utilizados descritores e palavras pré-selecionados.
Optou-se pela busca aberta, incluindo todos os índices, em vez
de busca estrita por descritores. Os termos utilizados em portu-
guês foram combinados três a três, sendo um de cada grupo a
seguir, até que se esgotassem as possibilidades de combinação: 1)
“monitoria”, “programa de monitoria”, “monitorias” e “mentores”;
2) “educação superior”, “ensino” e “ensino superior”; e 3) “Brasil”.
Também foram aplicados individualmente os termos “monitoria”,
“programa de monitoria” e “monitorias”. Foi feita ainda busca
com termos em inglês, combinados entre si: “mentors”, “educa-
tion high” e “Brazil”.
A revisão ocorreu conforme as seis etapas propostas por
Mendes et al.16 A primeira etapa consistiu na identicação do
tema monitoria e seleção da questão norteadora da pesquisa, que
foi “de que forma a monitoria acadêmica pode contribuir para a
formação prossional em saúde?”.
Na segunda etapa foram estabelecidos critérios para inclusão e
exclusão de estudos. Como critérios de inclusão, adotou-se: 1) ser
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Botelho LV, Lourenço AEP, Lacerda MG, Wollz LEB
estudo original que avalia experiências de monitoria em cursos
de graduação na área da saúde em Instituição de Ensino Superior
(IES) no Brasil; 2) apresentar relatos de casos e/ou de resultados
de pesquisa, com abordagem quantitativa e/ou qualitativa; e 3) ser
publicado antes de abril de 2017. Para ns de exclusão, por meio
da leitura do título, foram suprimidos os artigos resultantes da
busca que se repetiam. Daqueles restantes, foram lidos os resumos
e, quando necessário, o corpo do texto para vericar se eram aten-
didos os critérios de inclusão. Posteriormente, os artigos adequa-
dos a esses critérios foram lidos na íntegra e analisados.
Na terceira etapa foram denidas as informações a serem ex-
traídas dos trabalhos selecionados. Foi identicado o tipo de es-
tudo e as ferramentas utilizadas. Nas pesquisas com sujeitos, foi
avaliado se as entrevistas, questionários e/ou perguntas nortea-
doras utilizadas foram fechadas/objetivas ou abertas/dissertativas.
Buscou-se identicar potencialidades e entraves mencionados nas
experiências de monitoria. Mesmo que a potencialidade/entrave
tenha sido citada somente em um dos estudos, essa foi incluída
na sistematização.
A quarta etapa consistiu na avaliação dos estudos. Devido à
particularidade do tema monitoria não ser vastamente explora-
do na literatura, optou-se apenas por vericar a indexação das
revistas de publicação dos artigos segundo o critério qualis da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), referente ao período de avaliação de 2013-2016. Foram
considerados somente publicações em revistas avaliadas com, no
mínimo, qualis “B” para as áreas “Ensino”, “Educação” e “Saúde
Coletiva”. Buscou-se não estabelecer critérios que restringissem,
mas sim que abarcassem o maior número de publicações.
A quinta etapa consistiu na interpretação dos resultados. As
informações foram sumarizadas em quadros descritivos e foi ve-
ricada a articulação dos resultados com referenciais teóricos em
pedagogia e formação superior em saúde. Na sexta e última etapa
apresenta-se a síntese do conhecimento, abordada a seguir nesse
estudo.
RESULTADOS
Na busca sistemática na SciELO e na BVS resultaram respec-
tivamente 40 e 38 artigos sem repetição. Durante o processo de
leitura para vericar se os estudos atendiam aos critérios de in-
clusão, não houve discordância entre as pesquisadoras, que iden-
ticaram um total de 13 artigos, sendo sete oriundos da SciELO e
seis da BVS (Figura 1).
Dentre os 13 estudos encontrados, sete se referem exclusiva-
mente à graduação em Enfermagem ou Medicina (Quadro 1).
A maior parte dos estudos foi desenvolvida nas regiões Sul e
Sudeste do Brasil, em instituições públicas. A data de publicação
variou de 2003 a 2015. Destaca-se um estudo que realizou análise
documental datada de 1985 a 200017.
A metodologia dos estudos foi variada, incluindo o uso de
questionários com perguntas objetivas ou combinação de parte
objetiva com questões discursivas. Houve também estudos em
que se aplicaram entrevistas semiestruturadas ou abertas. Na
maior parte dos estudos, os respondentes eram monitores, embo-
ra em três tenham sido abordados professores orientadores e/ou
alunos participantes da monitoria.
No que toca a revista de publicação, cabe destacar que todas
se encontram atualmente indexadas pela CAPES com pelo me-
nos avaliação “B” para as áreas de “Educação”, “Ensino” e/ou
“Saúde Coletiva”.
Oito artigos apresentaram caráter predominantemente descri-
tivo e restrito à interpretação dos dados quantitativos acerca da
experiência de monitoria. Destes, apenas cinco apresentaram dis-
cussão teórica17-21.
Como pontos positivos da monitoria, foram mencionados nos
estudos: ampliação do aprendizado, maior autonomia discente,
aproximação do aluno monitor com a docência e estreitamento
das relações aluno-professor no processo de aprendizagem. Como
diculdades para o desenvolvimento da monitoria, foram men-
cionados: escassez de tempo comum entre os estudantes para o
trabalho em equipe e pouca participação desses alunos nas ativi-
dades propostas pelos monitores (Quadro 2).
Busca com
descritores e palavras
pré-selecionadas
SciELO:
n=40 artigos
recuperados
Leitura dos títulos:
n=32 artigos
sem repetição
Leitura do resumo e
corpo do texto:
n=7 artigos atendiam
aos critérios
de inclusão
Ao todo, 13 artigos foram
incluídos na revisão
Leitura do resumo e
corpo do texto:
n=6 artigos
atendiam aos
critérios de inclusão
BVS:
n=38 artigos
recuperados
Leitura dos títulos:
n=30 artigos
sem repetição
Figura 1: Fluxograma da seleção de artigos para a revisão
integrativa
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Monitoria e formação profissional em saúde
Quadro 1: Características dos artigos encontrados na revisão
Autores e Ano
Instituição de
realização da
pesquisa
Curso Características do Estudo Área principal da
Revista
Qualis CAPES
Ensino;
Educação;
Saúde Coletiva
Abreu et al. 2 014 23 UERJ (RJ) Enfermagem
Entrevista semiestruturada
com 11 ex-monitores em
2013
Enfermagem B1; B1; B3
Albuquerque et al.
201210 Univasf (PE) - Pública Medicina
Relato de experiência
de quatro monitores de
medicina
Educação e Medicina B1; B1; B2
Albuquerque et al.
201228 UFBA (BA) Medicina
Questionário com perguntas
objetivas aplicadas a 32
monitores em 2009-2010
Educação e Medicina B1; B1; B2
Assis et al. 200627 UERJ (RJ) Cursos diversos
Questionário com perguntas
objetivas aplicadas a 126
alunos e 101 professores
em 2003-2004
Enfermagem B1; B1; B3
Borsatto et al. 20069UERJ (RJ) Enfermagem Análise documental de 1985
a 2000 Enfermagem A2; B1; B1
Carvalho et al. 2 012 24 Não especificada -
(RN) Enfermagem Relato de experiência de
monitores em 2009-2010 Enfermagem B4; -; B4
Cechinel et al. 200519 UERJ (RJ)
Biologia, Medicina,
Enfermagem
Odontologia e
Nutrição
Questionário com perguntas
objetivas e discursivas
aplicadas a 47 monitores
em 2003-2004
Enfermagem B1; B1; B3
Dantas 201412 UFRN (RN) e UnB
(DF) Cursos diversos
Análise documental e
entrevistas abertas com
professores e 24 monitores
em 2009-2013
Educação A1; A2; -
Haag et al. 200825 UNISINOS (RS) -
Privada Enfermagem
Questionário com perguntas
objetivas aplicadas a 25
alunos e 4 professores em
2004-2005
Enfermagem B5; B1; B1
Mano e Carlos 201021 UFRGS (RS) Psicologia Ensaio teórico Psicologia B4; B1; B4
Natario e Santos
201014
Não especificada (SP)
- Privada
Medicina, Farmácia e
Odontologia
Questionário com perguntas
objetivas e discursivas
aplicado a 19 monitores
Psicologia B1; A2; B3
Santos e Batista
201511 UNIFESP (SP)
Fisioterapia, Terapia
Ocupacional
Psicologia, Educação
Física e Nutrição
Questionário com perguntas
discursivas aplicado a 41
monitores
Saúde B3; B5; B4
Soares et al. 200315 UFRJ (RJ) Medicina
Análise de mensagens
no ambiente virtual
de aprendizagem e
questionário com perguntas
objetivas aplicado a 325
alunos em 2000 e 2002
Saúde B3; B1; B1
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro; UNIVASF - Universidade do Vale do São
Francisco; UFBA - Universidade Federal da Bahia; UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte; UnB - Universidade de Brasília; UNISINOS - Universidade
do Vale do Rio dos Sinos; UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul; UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo; UFRJ - Universidade Federal do Rio
de Janeiro.
Destaca-se que o estudo de Soares et al.22, Albuquerque et al.18,
Santos e Batista19 trouxeram reexões sobre os desaos e suges-
tões para a superação de problemas encontrados na monitoria,
sendo que as inovações empregadas foram consideradas exitosas
pelos autores.
DISCUSSÃO
A monitoria acadêmica é uma estratégia pedagógica de grande
dimensão e abrangência no Brasil8. No entanto somente 13 es-
tudos sobre o tema foram encontrados nesta revisão. Esse em si
é um resultado importante, pois suscita questionar o porquê da
monitoria não estar recebendo ênfase de produção acadêmica no
domínio das principais bases de busca na área da saúde.
Cabe dizer que o pesquisador tende a estudar aquilo que lhe é
conhecido e que lhe faz sentido dentro de seu paradigma de for-
mação23. A formação pedagógica de docentes tem sido considera-
da um nó crítico em diferentes cursos de saúde, a exemplo do que
dizem Costa24 e Damiance et al.25. Os professores, por vezes, pos-
suem expertise em sua área especíca, mas incipiente formação
pedagógica, o que pode colaborar para o pouco interesse desses
por investigar sobre monitoria.
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Botelho LV, Lourenço AEP, Lacerda MG, Wollz LEB
Os estudos encontrados privilegiaram instituições públicas e
não representaram todas as regiões do país, o que impede que se
conheça o tema diante da diversidade de condições de ensino no
Brasil. O fato de somente seis dos artigos abordarem cursos de
saúde para além de Enfermagem e Medicina19-21,26-28 denota outra
carência na literatura.
Chama a atenção que os estudos não discutiram seus achados
sobre monitoria à luz das especicidades de cada prossão. Ainda
que as carreiras da área da saúde tenham aspectos em comum e
devam se articular de modo interdisciplinar, cada uma tem sua
identidade e atribuições. Tal diferença entre prossões requer
estratégias especícas durante a graduação para a formação dos
distintos prossionais.
A maioria dos artigos desta revisão não enfatiza aspectos teó-
rico-pedagógicos, exceto os estudos em revistas nas áreas de edu-
cação e psicologia20,21,27. Essa situação denota o cunho essencial-
mente descritivo dos estudos e sugere que o tema monitoria na
literatura encontra-se permeável para novas reexões acadêmicas
na interface entre saúde e educação.
Os estudos são unânimes em apontar os benefícios da expe-
riência da monitoria. O exercício feito nesta revisão permitiu
resgatar tais apontamentos e propor uma conexão entre esses
benefícios e o aprimoramento da formação em saúde. Mesmo
que os estudos não permitam adentrar nas especicidades de
cada prossão, foi possível relacionar potencialidades da moni-
toria com aspectos das diretrizes curriculares que são comuns
aos diversos cursos da saúde, tais como criticidade, autonomia
e humanização4,5,29.
Potencialidades da
monitoria para a formação em saúde
Nesta revisão evidencia-se que os monitores ampliam seu
aprendizado à medida que estudam os conteúdos e se aprofun-
dam na teoria18,19,26,27,30-32. Observa-se, ainda, que o crescimento
intelectual dos monitores também decorre da aquisição de habi-
lidades relacionadas à docência20,30-32. Por exemplo, Abreu et al.30
comentaram que, assim como seus professores, durante o apren-
dizado docente os monitores têm de exercitar a análise crítica ao
selecionar informações de modo independente para trabalhar
com os alunos.
Nesse sentido, tais aprendizados da monitoria podem favorecer
a formação de prossionais de saúde mais críticos e reexivos, o
que é altamente requerido no SUS5. Além disso, ao desenvolve-
rem maior criticidade e habilidades docentes, os monitores pas-
sam a protagonizar seu aprendizado, ampliando sua autonomia30.
Pode-se vislumbrar que o exercício da autonomia durante a gra-
duação contribua para a atuação prossional também autônoma,
que é outra característica necessária no SUS, sobretudo ao pros-
sional que atuará em equipes multidisciplinares29.
Destaca-se que aprender para ensinar torna-se uma necessi-
dade dos monitores, diante das expectativas dos seus colegas e
do comprometimento com os mesmos, de modo que tendem a
carem mais atentos ao seu processo de aprendizado, identican-
do bloqueios e criando meios para superá-los, num processo de
autorregulação9,30. Além disso, ao ajudar os colegas a estabelecer
metas, organizar tarefas e melhorar estratégias de estudo, os mo-
nitores compartilham com eles modos de aprender a aprender.
Quadro 2: Potencialidades e dificuldades da monitoria acadêmica segundo os artigos encontrados na revisão
Potencialidades e dificuldades da monitoria Referências
Potencialidades
Ampliação da aprendizagem, reflexão e aprofundamento teórico dos monitores 18-19, 26-27,
30-32
Melhoria das relações interpessoais dos monitores 19-20, 26-27,
30-32
Identificação e construção de vínculo entre alunos e monitores 26, 30-32
Maior identificação do monitor com seu curso 30
Desenvolvimento de habilidades docentes pelo monitor 20, 30-32
Monitores e alunos desenvolvem autonomia para conduzir seu próprio processo de aprendizagem 30
Monitoria amplia o interesse do monitor pela carreira acadêmica 19-20, 26-27,
30
Monitoria proporciona acolhimento, apoio emocional e motivação aos alunos 27, 32
Desenvolvimento de estratégias pelo monitor para estimular criticidade e autonomia nos alunos 30
Dificuldades
Alunos procuram a monitoria somente no período anterior às provas 22, 30-31
Atividades consideradas importantes por monitores e orientadores não são executadas com frequência 28
Desinformação ou falta de clareza dos monitores e orientadores sobre papel da monitoria 17, 20, 27
Dificuldade de conciliar horários entre os agentes da monitoria, principalmente em cursos integrais 17, 22, 26,
28, 30
Excesso de trabalho para os monitores e desorganização no decorrer das atividades 30
Indisponibilidade de laboratórios e materiais para as atividades de monitoria e número elevado de
estudantes por turma 26,31
Integração monitoria-pesquisa é dificultada por falta de incentivo, recursos e tempo dos alunos 18
Pouca articulação da monitoria com a pesquisa e a extensão, gerando desestímulo nos monitores 9, 12
Timidez, insegurança e inexperiência são obstáculos individuais para os monitores 26,30
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Monitoria e formação profissional em saúde
Nesse sentido é possível criar uma relação, em que monitores
aprendem melhor sobre como estudar, compartilham com seus
colegas esse aprendizado, e esses também passam a construir um
caminho próprio de aprendizado crítico e autônomo30.
Nesse movimento encadeado, é pertinente mencionar que os
benefícios de aprendizado conferidos aos monitores podem se
estender aos demais alunos também por meio do espelhamento
desses no monitor. Tal espelhamento foi citado em alguns estu-
dos26,30,31,32, no sentido de que os estudantes se identicam com
os monitores, tidos como modelo a ser seguido. Por exemplo, em
pesquisa em IES na região Sul, Haag et al.32 ouviram dos alunos
que os principais aspectos positivos da monitoria eram propor-
cionar “maior habilidade”, “esclarecimento de dúvidas” e a “didáti-
ca/atenção dos monitores”. Tais alunos atribuíram esses aspectos à
sua identicação com os monitores e à atenção diferenciada rece-
bida desses, gerando acolhimento e um ambiente mais favorável
ao diálogo e à construção compartilhada do conhecimento.
Esse potencial dialógico da monitoria pode favorecer a huma-
nização durante a graduação e também na atuação prossional,
pois compreende um conjunto de princípios e modos de relação
dos sujeitos, num contexto de valorização da dimensão subjeti-
va, que incentiva o acolhimento e as trocas solidárias compro-
metidas com a promoção da saúde13. Nessa direção, os estudos
aqui encontrados apontam que a monitoria consiste num espaço
para tentativas e erros entre alunos, no qual há apoio emocional
e acolhimento27,32,33.
Esta revisão salienta que a monitoria também estreita a relação
entre monitores e orientadores26,30,31. Tal estreitamento decorre do
convívio e colaboração contínuos para o melhoramento da dis-
ciplina. Por vezes, as reexões educativas são extrapoladas para
outras sobre a formação do monitor, podendo abranger também
suporte pessoal. O monitor, como apontam Cechinel et al.26, re-
cebe apoio emocional do orientador no âmbito de seu trabalho
e isso se traduz em ganhos adicionais, como amadurecimento e
superação de desaos no cotidiano universitário.
Entendendo a monitoria como um espaço de trocas de diversas
naturezas e entre diversos estudantes, destaca-se que o professor
também pode receber suporte didático de seu orientando. Abreu
et al.30 comentaram que o monitor auxilia o professor a fornecer
explicações coerentes com a realidade do alunato, por ter maior
sensibilidade e compreensão acerca das barreiras ao aprendizado.
Sendo assim, pode-se dizer que a monitoria tem potencial para
aprimorar a prática do professor, uma vez que as percepções agre-
gadas pelo monitor ao planejamento pedagógico estimulam o do-
cente a expandir seu repertório didático.
Outro produto importante dessa aproximação com os orienta-
dores é a valorização do magistério superior, que favorece a des-
coberta de possível vocação prossional pelos monitores19,20,26,27,30.
Esse estreitamento de relações contribui para cumprir um dos ob-
jetivos centrais da monitoria: despertar interesse pela docência no
aluno. Enquanto o monitor ajuda o orientador a renovar sua didá-
tica, também se espelha em seu trabalho, o que pode estimulá-lo a
construir seu próprio perl prossional enquanto educador.
Cabe ainda ressaltar que a monitoria expõe o monitor à lida
com relações plurais e exige que utue constantemente entre as
posições de educador e educando. Esse é um exercício de empatia
que auxilia no desenvolvimento de habilidades interpessoais e de
liderança26,30. Tais aspectos são indispensáveis à atuação em saúde,
na qual os prossionais lidam cotidianamente com o público, e
precisam se articular de forma autônoma, mas interdependente,
para solucionar problemas dinâmicos.
Dificuldades à realização da monitoria
Os estudos comentaram que as funções exercidas pelo monitor
frequentemente se distanciam daquelas que podem de fato con-
tribuir para a formação acadêmica27. Por vezes os monitores se
limitam (ou são limitados) a auxiliar o professor em tarefas ad-
ministrativas que, como mencionado por Natário e Santos27, não
lhes apetecem e não se alinham com o devido papel da monitoria.
Segundo esta revisão, a divergência entre o que deveria ser rea-
lizado na monitoria e o que se tem oportunidade de fazer parece
ter relação com a desinformação por parte dos agentes sobre o que
de fato é a monitoria acadêmica17,20,27. Outro possível motivo é a
escassez de tempo na grade curricular para os monitores concilia-
rem todas as atividades acadêmicas e ainda diversicarem o plano
de trabalho na monitoria17,22,26,28,30.
Assis et al.28, em pesquisa com monitores em IES do Norte
Fluminense, identicaram que 70,7% desses classicaram o
acompanhamento das aulas práticas como importante; ao passo
que 54,8% relataram jamais ter realizado tal atividade, denotando
uma incongruência entre o que se espera da monitoria e o que
tem sido possível realizar. Esses mesmos estudantes também per-
ceberam que a falta de tempo relaciona-se com os interesses/prio-
ridades dos orientadores e monitores.
Dentre os professores entrevistados no referido estudo, 91%
consideraram importante auxiliar o monitor na preparação de
atividades; entretanto, somente 65% o fazem com frequência
ao menos esporádica. Em concordância, no estudo de Abreu
et al.30, monitores relataram que suas respectivas orientadoras
estavam sempre ocupadas com outras demandas e não tinham
tempo para ajudá-los.
A busca dos estudantes pela monitoria restrita aos períodos
que antecedem as provas foi outro problema observado em ar-
tigos desta revisão22,30,31, que está associado com a diculdade de
agenda comum. Em vez de serem encontros dialógicos, as sessões
de monitoria passam a ser focadas em dúvidas pontuais, visando
melhorar o desempenho nas avaliações.
Pensando em superar tais limitações, Soares et al.22 relataram a
experiência de uso de um ambiente virtual de aprendizagem para
ensino de Epidemiologia, a m de disponibilizar comunicação
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Botelho LV, Lourenço AEP, Lacerda MG, Wollz LEB
contínua, independente da presença física. Contudo, esses autores
comentaram que o espaço virtual não conseguiu ampliar a apren-
dizagem crítica, pois, assim como os encontros presenciais, esse
recurso foi utilizado apenas pontualmente pelos alunos, o que
pode ser devido à ausência de hábito de estudo contínuo.
Abreu et al.30 também relataram que, diante da diculdade de
tempo para a monitoria, os professores orientam os monitores
a cumprir parte de sua carga horária em atividades à distância
no âmbito da pesquisa. Entendendo a monitoria como iniciação
ao magistério, carreira que abarca atuação em ensino, pesquisa
e extensão, é nítida a importância de desaar o monitor a atuar
nas três áreas de modo indissociável. Entretanto, ainda que as
atividades de pesquisa feitas em caráter complementar possam
ser indiretamente revertidas em benefícios ao ensino, o referido
estudo denota não haver a integração desejada entre esses dois
componentes do tripé universitário.
A respeito da importância dessa união de atividades, destaca-se
o estudo de Borsatto et al.17 que, em análise sobre a implantação
da monitoria na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, iden-
ticaram existir, em 1993, uma discussão a respeito da migração
de monitores para a iniciação cientíca, por perceberem o esgota-
mento de suas possibilidades de atuação. Acerca da importância
da integração da monitoria com pesquisa e extensão, ressalta-se o
estudo de Albuquerque et al.18, que traz uma experiência positiva
na monitoria em Bioquímica. Segundo esses autores, a articulação
com a pesquisa sedimenta o conhecimento teórico do estudante,
que necessita solucionar problemas, tomar decisões, assumir res-
ponsabilidades e trabalhar em equipe. E a união com a extensão é
relevante por aproximar a produção cientíca e a sociedade, dan-
do resposta às suas demandas e contribuindo para o redireciona-
mento dos objetivos da IES.
Santos e Batista19, por sua vez, relataram que o Projeto Político e
Pedagógico (PPP) de sua IES assume que a monitoria deve incluir
a comunidade acadêmica. Isso amplia o escopo de atuação dos
monitores, uma vez que passam a preparar e conduzir atividade
extraclasse aberta a todos, nas quais se discutem assuntos de inte-
resse comum, não exclusivos à disciplina da monitoria.
Em especial nos cursos de graduação que funcionam em perío-
do integral, Assis et al.28 apontam a existência de incongruência
de tempo disponível entre a proposta da monitoria e a estrutu-
ra curricular. Nesse sentido, a inserção da monitoria no PPP dos
cursos, de maneira inerente ao ensino e articulada com a pesquisa
e a extensão, poderia ser um caminho para viabilizar o potencial
pedagógico da monitoria.
CONCLUSÃO
Esta revisão revelou que há poucos estudos sobre a monitoria
acadêmica e que a maioria desses apresenta cunho descritivo e
não enfatiza os aspectos teórico-pedagógicos relacionados à mo-
nitoria e à formação de prossional em saúde. Logo, o campo da
monitoria encontra-se aberto para novos estudos e reexões acer-
ca do processo de ensino e aprendizagem na formação em saúde
no Brasil.
Os achados desta revisão apontam que a monitoria é uma estra-
tégia educativa interessante à formação geral em saúde por ser um
espaço de constituição de prossionais críticos, autônomos e que
priorizam o cuidado com o outro.
Existe também espaço na monitoria para que os estudantes
protagonizem a construção de seu conhecimento e compartilhem
esses saberes entre si, o que pode favorecer futura autonomia
prossional. A partir da experiência da autorregulação da apren-
dizagem vivenciada na monitoria, os alunos podem superar a
percepção fragmentada dos processos de ensino e compreender a
integralidade das etapas e funções de disciplinas e saberes neces-
sários para o exercício da prossão.
A monitoria proporciona, ainda, aproximação entre orientador
e monitor, o que pode despertar o interesse do aprendiz pela car-
reira docente. Por sua vez, monitores também ajudam os profes-
sores a contextualizarem sua prática à realidade dos estudantes, o
que pode trazer aprimoramentos para a atuação docente.
Destacou-se nos estudos a falta de tempo comum entre os agen-
tes da monitoria. Esse é um importante fator que limita a poten-
cialidade da monitoria no ensino, bem como sua integração com
a extensão e a pesquisa.
Esta revisão sugere a necessidade de ampliar nas diversas ins-
tâncias acadêmicas a discussão sobre os benefícios à formação
conferidos pela monitoria. Assim seria possível incorporá-la ao
currículo formal, de modo a favorecer a participação de um maior
número de graduandos nas atividades.
Reetir sobre a monitoria e reconhecer seu potencial pedagógi-
co para uma formação autônoma e crítica em saúde pode ser um
caminho para preparar os egressos para a atuação nos serviços de
saúde em consonância com os princípios do SUS.
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