Conference PaperPDF Available

Relações entre Inteligência Estratégica e Capacidades Organizacionais

Authors:

Abstract

Processos que monitorem o ambiente de negócios e identifiquem oportunidades ou ameaças podem potencialmente fornecer à organização uma capacidade de adaptação maior em relação às demais empresas. Para a efetividade de processos de Inteligência, acredita-se necessária a existência de capacidades organizacionais instaladas, podendo influenciar no desempenho sustentável das organizações. O objetivo deste artigo é identificar as relações presentes na literatura entre a Inteligência Estratégica com as diferentes capacidades organizacionais. Através de um estudo bibliométrico, os resultados demonstram que as relações mais significativas acontecem entre a) processos de foresight e capacidade de inovação e b) capacidade de foresight e processos de inovação, e afetam positivamente o desempenho da organização. Palavras-chave: inteligência estratégica, capacidades, foresight, organização, inovação. Abstract: Processes that monitor the business environment and identify opportunities or threats can potentially provide the organization with a greater adaptability to other companies. For the effectiveness of Intelligence processes, it is believed that the existence of installed organizational capacities is necessary, and can influence the sustainable performance of organizations. The objective of this article is to identify the relations present in the literature between Strategic Intelligence and the different organizational capacities. Through a bibliometric study, the results show that the most significant relationships happen between a) foresight processes and innovation capability and b) foresight capability and innovation processes, and positively affect the performance of the organization.
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
Relações entre Inteligência Estratégica e Capacidades Organizacionais
Mariana Heinze heinzemariana@gmail.com
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Raquel Janissek-Muniz rjmuniz@ufrgs.br
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Área Temática: Gestão Estratégica
Resumo: Processos que monitorem o ambiente de negócios e identifiquem oportunidades ou
ameaças podem potencialmente fornecer à organização uma capacidade de adaptação maior em
relação às demais empresas. Para a efetividade de processos de Inteligência, acredita-se
necessária a existência de capacidades organizacionais instaladas, podendo influenciar no
desempenho sustentável das organizações. O objetivo deste artigo é identificar as relações
presentes na literatura entre a Inteligência Estratégica com as diferentes capacidades
organizacionais. Através de um estudo bibliométrico, os resultados demonstram que as relações
mais significativas acontecem entre a) processos de foresight e capacidade de inovação e b)
capacidade de foresight e processos de inovação, e afetam positivamente o desempenho da
organização. Palavras-chave: inteligência estratégica, capacidades, foresight, organização,
inovação.
Relationship between Strategic Intelligence and Organizational Capabilities
Abstract: Processes that monitor the business environment and identify opportunities or threats
can potentially provide the organization with a greater adaptability to other companies. For
the effectiveness of Intelligence processes, it is believed that the existence of installed
organizational capacities is necessary, and can influence the sustainable performance of
organizations. The objective of this article is to identify the relations present in the literature
between Strategic Intelligence and the different organizational capacities. Through a
bibliometric study, the results show that the most significant relationships happen between a)
foresight processes and innovation capability and b) foresight capability and innovation
processes, and positively affect the performance of the organization. Keywords: strategic
intelligence, capabilities, foresight, organization, Innovation.
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
1. INTRODUÇÃO
No atual contexto, o ritmo das mudanças no ambiente de uma organização está aumentando e
se torna mais incerto (PULSIRI & VATANANAM-THESENVITZ, 2018). À medida que o
ambiente de negócios se apresenta mais turbulento e a concorrência mais acirrada, a
identificação de informações antecipadas e sinais fracos, assim como o entendimento sobre
potenciais oportunidades ou ameaças, e como adaptar-se a elas, se torna uma competência
central de uma organização (XU & KAYE, 2007). Em um ambiente incerto e imprevisível, as
empresas devem aumentar a percepção de mudança (WELLS, 2012), o que pode ser efetivado
através de processos de inteligência.
A inteligência estratégica é definida como a capacidade de uma organização em adaptar-
se e antecipar-se às circunstâncias em mudança do ambiente de negócios, ao contrário de
continuar cegamente em um caminho quando todos os sinais no ambiente de negócios sugerem
potencialmente uma necessidade de mudança (WELLS, 2012). A importância da inteligência
estratégica reside no fato de que fornece uma identificação precoce de ameaças e/ou
oportunidades (LESCA e JANISSEK-MUNIZ, 2015), potencializando uma vantagem
estratégica no longo prazo (AJWANG, 2017).
Para manterem-se competitivas, anteciparem-se ou reagirem às mudanças que ocorrem
em seu setor, e no ambiente de negócios, de modo mais amplo, as empresas precisam de
recursos e processos organizacionais que lhes permitam transformar dados em inteligência e
insights (XU & KAYE, 2007), o que exige um conjunto de capacidades, da qual derivarão
decisões estratégicas (NIKOLAOS & EVANGELIA, 2012; GARCIA, 2016). Bharadwaj et al.
(2013), ao proporem uma agenda de pesquisa para o Journal MIS Quartely, sugerem a busca
por um “rumo a próxima geração de insights”, e apresentam lacunas de pesquisas que focalizam
o desenvolvimento de diferentes capacidades para se adequarem aos ambientes turbulentos.
Nesta linha, esta pesquisa busca responder ao seguinte questionamento “Quais as relações
entre inteligência estratégica e capacidades organizacionais?”
Assim, propõe-se como objetivo deste artigo identificar quais as relações entre a
inteligência estratégica e capacidades organizacionais, presentes na literatura. Para atingir o
objetivo proposto, após esta introdução, estruturou-se uma revisão teórica de ambos os
construtos, capacidades organizacionais e inteligência estratégica, bem como a pesquisa e
análise de artigos relacionados ao contexto e pesquisa, visando apresentar as relações estudadas.
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
2. CAPACIDADES ORGANIZACIONAIS
Na década de 70 Richardson (1972) definiu o conceito de capacidade como as habilidades, as
experiências e os conhecimentos que proporcionam à organização realizar suas atividades de
forma única. Por meio das habilidades, das experiências e dos conhecimentos, a organização
identifica oportunidades no mercado, transformando-as em recursos e desenvolvendo soluções
de valor. Segundo Dosi, Nelson e Winter (2000) para que a organização seja capaz de fazer
alguma coisa, é preciso que haja uma capacidade que, por consequência, gerará um determinado
resultado. Entende-se, portanto, que capacidades preenchem o espaço entre “intenção de fazer”
e “execução de ação”. De acordo com Björk, Boccardelli e Magnusson (2010), a busca e
detecção de capacidades organizacionais é fundamental, e influenciam diretamente no recurso
base da organização, oportunizando a criação, geração e desenvolvimento de novas ideias.
No entendimento de diversos autores, as capacidades permitem que organizações
possam desdobrar seus recursos, combinando-os aos processos organizacionais, tornando
possível alcançar o objetivo desejado. Entende-se ainda que as capacidades sejam
desenvolvidas ao longo do tempo, através de interações complexas com os recursos disponíveis
da organização (AMIT & SCHOEMAKER, 1993; EISENHARDT & MARTIN, 2000;
HELFAT & PETERAF, 2003). A tabela 1 apresenta um número aproximado de resultados para
termos relacionados a capability/capabilities (capacidades), segundo levantamento no Google
Scholar
1
, feito por Alves em 2010, e atualizado para esta pesquisa em setembro de 2018.
Tabela 1: Termos relacionados às capacidades (capability/capabilities)
Conceito
Resultados
Conceito
Resultados
150.000
Distinctive Capabilit*
71.000
100.00
Business Capabilit*
12.000
90.000
Distribution Capabilit*
9.000
40.000
Integration Capabilit*
20.000
45.000
Entrepreneurial Capabilit*
8.000
45.000
Logistics Capabilit*
9.000
63.000
Product development Capabilit*
4.000
23.000
Information Capabilit*
10.000
25.000
Investment Capabilit*
3.000
100.000
Knowledge Management Capabilit*
6.000
19.000
Coordination Capabilit*
7.000
62.000
Change Capabilit*
5.000
24.000
Improvement Capabilit*
3.000
20.000
Linkage Capabilit*
900
40.000
Technology Capabilit*
34.000
Fonte: Adaptado de Alves (2010) e atualizado
1
A escolha do Google Scholar se justifica por agrupar em sua base resultados de diversas outras bases
de dados, proporcionando um resultado mais abrangente e consolidado.
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
As capacidades apresentadas estão relacionadas principalmente com as áreas de gestão,
tomada de decisões e sistemas de informações. Embora contemple vários termos, existem
inúmeras relações do termo capability que podem ser identificadas nas bases de dados,
incluindo áreas como ciências humanas, teorias de desenvolvimento territorial, entre outras.
3. INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA
O termo Inteligência Estratégica (Strategic Intelligence - SI) tem sido cada vez mais utilizado
por pesquisadores e profissionais (LIEBOWITZ, 2006; LONNQVIST & PIRTTIMAKI, 2006;
XU & KAYE, 2007). Calof e Wright (2008) sugerem que a inteligência é derivada de um
processo sistemático que envolve planejamento, coleta, análise, comunicação e gerenciamento.
O resultado poderá favorecer uma empresa a sustentar vantagens competitivas distintas
desenvolvendo insights acionáveis sobre o ambiente de negócios no qual está inserida.
É possível identificar na literatura que aborda a Inteligência Estratégica diferentes
nomenclaturas para processos que apresentam similaridades e que se originam do processo de
monitoramento do ambiente de negócios, tais como foresight, strategic foresight, forecast,
environmental scanning, antecipação, future studies, prospecção e planejamento de cenários
(LESCA, 2003; XU & KAYE, 2007; LESCA E LESCA, 2013). Maccoby (2011), por exemplo,
entende o foresight como um mecanismo da inteligência estratégica, e o define como sendo a
capacidade de compreender as forças que moldam o futuro e prospectar novas oportunidades e
ameaças que possam redefinir o negócio (MACCOBY, 2011).
Para Clark (2016), a inteligência estratégica pode ser entendida como o processo
complexo de entender o significado da informação disponível. De acordo com o autor, um
objetivo típico da inteligência estratégica é estabelecer fatos e desenvolver inferências precisas,
confiáveis e válidas (hipóteses, estimativas, conclusões e prospecções) para uso na tomada de
decisão estratégica ou no planejamento operacional
Fundamentalmente, o propósito da inteligência é alimentar a tomada de decisão e o
planejamento estratégico; a matéria prima do seu processo é, essencialmente, o dado, ao qual é
atribuído um significado, gerando a informação (XU & KAYE, 2007; LESCA & LESCA, 2013;
CAINELLI, 2018). Tais informações são prioritariamente obtidas no ambiente externo da
organização, que varia da concorrência aos avanços tecnológicos e possui limitações de
entendimento, uma vez que nem toda informação pode ser associada ou combinada a
entendimentos; trata de um sinal por vezes sensível, em caráter revestido de ambiguidade,
subjetividade e dificuldade de compreensão (ANSOFF, 1975). A inteligência estratégica
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
envolve um processo de criação de sentido a partir de sinais percebidos, selecionados,
analisados e interpretados como pertinentes e significativos, tornando-se conhecimentos
acionáveis (ARGIRYS, 1995; LESCA & LESCA, 2013; LESCA & JANISSEK-MUNIZ,
2015). De forma sintética, a Inteligência Estratégica atua na obtenção de informações
estrategicamente significativas, oriundas do ambiente da organização, e disponibiliza essas
informações para a tomada de decisão estratégica.
4. MÉTODO DE PESQUISA
Elaborar uma pesquisa de revisão sistemática consiste em resumir os dados que existem,
refinando hipóteses, estimando tamanhos de amostra e definindo agendas de trabalhos futuros
com base nas informações coletadas (GOMES & CAMINHA, 2014). Assim como qualquer
outra pesquisa, a revisão sistemática requer uma questão de pesquisa clara e bem estabelecida,
critérios de inclusão e exclusão devidamente definidos, de forma a garantir a qualidade do
estudo e reproduções posteriores, bem como uma conclusão que ofereça novas informações
com base no conteúdo levantado (THOMAS, NELSON & SILVERMAN, 2012). No
entendimento de Sampaio e Mancini (2007, p.84) os métodos sistemáticos “são usados para
evitar viés e possibilitar uma análise mais objetiva dos resultados, facilitando uma análise
conclusiva”.
Para a realização desta pesquisa, optou-se por um levantamento de dados secundários
da literatura sobre o tema de inteligência estratégica e capacidades organizacionais,
selecionando os artigos disponíveis em bases de dados de pesquisa acadêmica na área de gestão
e sistemas de informação. As bases consultadas foram Web of Science e Scopus. Para condução
do processo de análise e construção dos diagramas de relação de termos, foi utilizado o software
NVivo11. O protocolo utilizado é apresentado na tabela 02.
Tabela 02 Protocolo de Pesquisa da Revisão de Literatura
Etapas
Descrição do procedimento
Pergunta de pesquisa
Quais as relações entre inteligência estratégica e capacidades organizacionais?
Termos relacionados e
de busca
Inteligência Estratégica: Foresight, Forecast, Environmental Scanning, Future
Studies, Anticipation, Scenarios, Prospection
Capabilit*: Capability, capabilities
Bases de dados
consultadas
Web of Science; Scopus;
Critérios de pesquisa
Combinação dos termos de busca; artigos que contenham os termos no título, tópicos
ou palavras-chave; artigos disponíveis na web; publicações em inglês ou português;
ênfase organizacional; relação com temas de gestão, tomada de decisão e sistemas
de informação.
Exclusões realizadas
Artigos que apresentam ênfase não organizacional (ex.: militar para inteligência);
artigos que não possuam relação com temas de gestão, tomada de decisão ou sistemas
de informação; artigos que não aprofundem os temas de busca; artigos que não
estejam disponíveis para livre acesso; artigos repetidos
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
Análise dos dados
Análise bibliométrica e descritiva dos resultados das relações entre os termos
utilizando o software NVivo11
Fonte: elaborado pelas autoras
O protocolo de pesquisa resultou inicialmente na identificação de 1926 trabalhos
disponíveis que apresentassem relação com o termo Strategic Intelligence e capacidades
organizacionais. Aplicando os critérios de exclusão do protocolo, obteve-se uma segunda
amostra de 62 artigos. Os artigos que foram desclassificados não apresentaram relação com os
temas de gestão e tomada de decisão na área de sistemas de informações; ou por relacionarem
o Strategic Foresight, com termos como, por exemplo, desenvolvimento regional e territorial;
ou por não apresentarem relação entre os termos da pesquisa; ou ainda por não estarem
disponíveis para livre acesso. Os 62 artigos da extração final estão listados no Apêndice A.
Trabalhos desenvolvidos com enfoques semelhantes a esta pesquisa também foram utilizados,
como por exemplo o recente trabalho de Pulsiri e Vatananam-Thesenvitz (2018), onde os
autores conduziram uma revisão sistemática de literatura relacionando Capacidades Dinâmicas,
Strategic Foresight e Aprendizagem Organizacional.
5. RESULTADOS
Em uma análise inicial da amostra, identificou-se que o maior número de publicações se
concentra entre os anos de 2015 a 2018, contabilizando 39 artigos no total. Isto indica que o
interesse em pesquisas que relacionem a inteligência estratégica com o estudo de capacidades
organizacionais é relativamente recente. Também é possível identificar que o periódico de
maior presença de trabalhos é o Technological Forecasting and Social Change com 10
publicações; seguido do periódico Foresight com 04 publicações; do periódico Futures com 03
publicações; e do Strategic Management Journal com 02 publicações. O mesmo procedimento
foi adotado para a verificação dos autores, identificando que Rohrbeck é o de maior expressão,
com 04 artigos, seguido de Paliokaite (02); Pacesa (02), Liu (02) e Sarpong (02).
Analisando os resumos (abstracts) dos artigos, percebe-se que uma presença maior
de termos como strategic foresight, innovation, capabilities, organizational, intelligence,
corporate, forecasting, development, entre inúmeros outros termos (Figura 1).
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
Figura 01 Nuvem de palavras para termos dos resumos (abstracts)
Fonte: elaborado pelas autoras
Há uma consonância entre títulos dos artigos e os resumos, visto que os termos foresight,
capabilities, innovation, management e intelligence, por exemplo, continuam a ser os mais
frequentes quando a análise foca somente títulos.
A relação mais significativa na amostra dos artigos selecionados se dá entre o strategic
foresight e inovação, conforme figura 02, com destaque para os trabalhos de Amniattalab e
Ansari (2016), Nyuur, Brecic e Sobiesuo (2015), Rohrbeck e Gemunden (2011), Ojasalo,
Koskelo e Nousianen (2015), Jonedi et al (2017). Enquanto em alguns trabalhos a relação é
entre a capacidade de foresight e inovação na organização, outros relacionam o strategic
foresight como um mecanismo para a capacidade de inovação.
Figura 02 Diagrama de relação entre Foresight e Innovation
Fonte: elaborado pelas autoras no software NVivo
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
A capacidade de inovação aparece como um dos temas que tem atraído maior atenção
nas pesquisas relacionadas com inteligência. Estudos enfatizam a importância do foresight para
a inovação, sugerindo uma relação positiva entre eles (RAMÍREZ, ROODHART &
MANDERS 2011; RUFF 2015). A literatura de foresight geralmente identifica relações
positivas entre o Strategic Foresight e gerenciamento de inovação, por exemplo, que podem
influenciar no desenvolvimento de novos produtos e/ou avanços tecnológicos
(VISHNEVSKIY, KARASEV & MEISSNER 2015; RAMÍREZ, ROODHART & MANDERS
2011; ROHRBECK 2012). Alguns autores concebem o foresight como uma capacidade
dinâmicas, propondo aspecto cognitivos na sua esquematização, enquanto outros destacam a
importância do foresight como uma meta-capacidade importante para a agilidade estratégica da
organização (DOZ & KOSONEN, 2008; ROHRBECK & GEMUNDEN, 2011; RAMIREZ,
ÖESTERMAN & GRÖNQUIST, 2013).
A figura 03 apresenta a relação entre foresight e capacidades, com destaques para os
trabalhos de Vaisman et al (2017), Pulsari e Ventanan-Thesenvitz (2018), Rhisiart, Miller e
Brooks (2015), e Masrani e Mckieman (2009).
Figura 03 Relação entre Foresight e Capabilities
Fonte: elaborado pelas autoras no software NVivo
É possível identificar dentre os artigos da amostra que há um avanço da literatura no
que tange ao desenvolvimento de capacidades de foresight (NEEF & DAHEIM, 2005;
DAHEIMAND UERZ, 2006; ALSAN, 2008). Com base em uma revisão abrangente da
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
literatura e extenso trabalho empírico, Rohrbeck (2011) identifica 21 capacidades de foresight,
as quais dividiu em cinco grandes grupos: method sofistication, information usage, people e
network, organisation e culture. uma preocupação com as mudanças rápidas do ambiente
de negócios, causadas por tecnologias emergentes, mudanças socioculturais, ambiente político
ou modelos de negócio alternativos (ROHRBECK, 2008; BHAT & ARORA, 2018).
A pesquisa de Rhisiart, Miller e Brooks (2014) identificou que atividades antecipatórias
explícitas influenciam as capacidades cognitivas da organização para perceber e compreender
mudanças, riscos, oportunidades e a necessidade de mudanças estratégicas. As atividades de
foresight, quando implantadas em uma base contínua e como uma capacidade difundida por
toda a cultura e estrutura da organização, podem continuamente identificar sinais fracos que
não podem ser detectados usando outras atividades organizacionais.
Outro fato que chama a atenção é que grande parte das publicações faz menção às
mudanças no ambiente de negócios para falar sobre assuntos relacionados com inteligência ou
foresight. Com razão, mudanças no ambiente causam incertezas que afetam todas as
organizações (VECCHIATO, 2015). O uso de capacidades estratégicas de foresight nas
organizações pode potencialmente criar uma infraestrutura adequada para melhorar os
processos eficientes no desempenho organizacional, bem como fortalecer a organização para
lidar com as mudanças ambientais (ROHRBECK, 2018; ROHRBECK & GEMUNDEN, 2011).
Muito embora a identificação e antecipação às mudanças no ambiente faça parte do
processo da Inteligência Estratégica, a relação direta entre Inteligência Estratégica e
capacidades organizacionais não obteve resultados na amostra, indicando que uma lacuna
de estudos relacionada a esta relação. A capacidade de identificar mudanças e ser capaz de se
antecipar a elas se torna um aspecto determinante na competitividade e no sucesso
organizacional (VARUM & MELO, 2010). A inteligência serve também como maneira de dar
significado a dados e informações que, antes de análises mais aprofundadas e relacionais,
aparentavam ser irrelevantes, desconexas ou apenas “ruídos ambientais” (SCHOEMAKER &
DAY, 2009), no sentido do conceito de sinais fracos (ANSOFF, 1975). O monitoramento e
coleta de dados e informações, feito de maneira processual e estruturada, é uma capacidade que
a empresa pode desenvolver para atingir seus objetivos de considerar o ambiente em suas
escolhas estratégicas (BOCACCIO, JANISSEK-MUNIZ & BORGES, 2016).
A questão da transformação da inteligência estratégica em uma capacidade
organizacional no longo prazo se apresenta como uma importante agenda de pesquisa a ser
desenvolvida. Como as organizações se veem cada vez mais pressionadas por forças externas,
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
totalmente fora de seu controle, elas devem desenvolver capacidades, mecanismos e processos
que possam monitorar as mudanças em seus ambientes pertinente. Cada vez mais, a capacidade
de identificar e dar sentido a informações potencialmente sensíveis para o desenvolvimento de
negócios é potencialmente um fator de competitividade (MATEY, 2013).
Embora seja possível identificar nos artigos que existe um consenso de que organizações
que realizam continuamente os mecanismos de foresight melhoram seu desempenho inovativo
(VECCHIATO & ROVEDA, 2010), há também um ceticismo com relação à maneira de como
o foresight precisamente afeta o desempenho inovativo. Vecchaito e Roveda (2010)
argumentam que a formulação de uma estratégia de inovação considerada ótima, seria uma
função derivada de um processo de foresight eficaz.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo buscou identificar na literatura as relações entre Inteligência Estratégica e diferentes
capacidades organizacionais, identificando que a relação mais presente é a que se refere ao
foresight, seja por processos de foresight ou a capacidade de foresight, com os mecanismos
e/ou a capacidade de inovação.
Os resultados indicam a existência de um interesse maior de autores em explorar
aspectos relacionados com o foresight do que com outros aspectos do tema Inteligência
estratégica, aplicando-os em especial na área de estudo da inovação nas organizações. A
necessidade das organizações de evoluírem e inovarem constantemente, acaba por impulsionar
o interesse na utilização da inteligência estratégica ou de métodos de foresight por parte das
organizações.
Em síntese, as descobertas desta pesquisa são: a) o foco principal das pesquisas está na
relação do foresight com a inovação; b) embora esta relação seja muito estudada, ainda não há
levantamentos precisos de como essa relação efetivamente impacta no desempenho inovativo
das organizações; c) há uma constante preocupação com o dinamismo do ambiente e como este
afeta as organizações; d) há um interesse por parte dos autores em identificar formas de
antecipação de informações do ambiente de negócios.
Embora entenda-se que o foresight está relacionado com a inteligência estratégica, um
ponto que chamou bastante atenção foi a ausência de trabalhos envolvendo a relação direta
entre inteligência estratégica e capacidades, demonstrando que uma lacuna na literatura no
que tange às pesquisas neste contexto. Dentre os trabalhos analisados, identifica-se também que
os autores demonstram que há também uma lacuna no que se refere a construção de teorias que
fundamentem os estudos em inteligência, e destacam a necessidade de construir uma teoria para
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
o foresight, bem como definições da inteligência estratégica no âmbito organizacional
(PIIRAINEN & GONZALEZ, 2015). Sarpong e Meissner (2018) sugerem que estudos futuros
sejam conduzidos para a identificar de que maneira os processos e mecanismos de foresight
podem conduzir a organização a desenvolver sua inteligência antecipativa. Como limitação
desta pesquisa, ressalta-se o fato de a análise ter sido conduzida somente com trabalhos que
fossem relacionados com gestão, tomada de decisão e sistemas de informação.
7. REFERÊNCIAS
AJWANG, B.O. (2016) Strategic intelligence Systems and performance of the insurance
industry in Kenya. Doctoral Thesis. Jomo Kenyatta University of Agriculture and
Technology.
ALVES, A.C. (2010) Rotinas, capacidades e inovação na vitinicultura gaúcha. Dissertação de
Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Administração. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
AMIT, R., & SCHOEMAKER, P. J. (1993). Strategic Assets and Organizational Rent.
Strategic Management Journal, 14, 3346.
AMNIATTALAB, A., AND ANSARI, R. (2016). “The effect of strategic foresight on
competitive advantage with the mediating role of organisational ambidexterity,”
International Journal of Innovation Management, 20(3): 1-18
ANSOFF, H. I. (1975) Managing strategic surprise by response to weak signals. California
Management Review, v. 18, n. 2, p. 21-33, winter
ARGYRIS, C. Savoir pour agir: surmonter les obstacles à l’apprentissage, Inter Edition. 1995.
BASKARADA, S.; SHRIMPTON, D.; NG, S. (2016) Learning trough foresight. Foresight 18
(4): 414-433.
BHAT, S.; ARORA, S. (2018) Influence of strategic foresight capabilities on performance of
banks: evidence from Baltics states. Global Journal for Research Analysis, 7 (10): 39-45.
BJÖRK, J.; BOCCARDELLI, P.; MAGNUSSON, M. (2010) Ideation capabilities for
continuous innovation. Creativity and Innovation Management, 19 (4): 385-396.
CAINELLI, A. (2018). Diagnóstico de pré-adoção do processo estruturado de Inteligência nas
organizações. Dissertação de Mestrado em Administração - PPGA/EA/UFRGS.
Orientação: Raquel Janissek-Muniz.
CALOF, J., & WRIGHT, S. (2008). Competitive Intelligence: A Practitioner, Academic and
Interdisciplinary Perspective. European Journal of Marketing, V. 42, N. 7/8, P. 717-730.
CLARK, R. (2016) Intelligence Analysis: A Target-Centric Approach. Los Angeles: CQ
Press.
DOSI, G.; NELSON, R.; WINTER, S. (2000) The nature and dynamics of organizational
capabilities. Oxford University Press.
DOZ, Y.; KOSONEN, M. (2008) Fast Strategy: how strategic agility will help you stay ahead
of the game, London, Warthon School Press.
EISENHARDT, K M., & MARTIN, J A. (2000) Dynamic Capabilities: What Are They?
Strategic Management Journal, 21, 1105-1121.
GARCIA, A. E. G. (2017). A Inteligência Competitiva e o Desenvolvimento de Capacidades
Dinâmicas nas Organizações. Revista Ibero-Americana de Estratégia, 16(1), 9198.
________________ (2016) Considerações sobre inteligência competitiva e capacidades
dinâmicas nas organizações. V Simpósio Intern. de Gestão de Projetos, Inovação e
Sustentabilidade. São Paulo.
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
HEINZE, M.; JANISSEK-MUNIZ, R. (2018) A Inteligência Estratégica associada a
Capacidade de Inovação. Anais do XXX Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica,
Porto Alegre.
HELFAT, C., & PETERAF, M. (2003), “The Dynamic Resource-Based View: Capability
Lifecycles”. Strategic Management Journal, Vol. 24, Pp. 997-1010.
JANISSEK-MUNIZ, R. (2016) Fatores Críticos em Projetos de Inteligência Estratégica
Antecipativa e Coletiva. Revista Inteligência Competitiva, v. 6, n. 2, p. 147-180.
JANISSEK-MUNIZ, R., KRIAA-MEDHAFER, S., & LESCA, H. (2017) Identificação de
Competências para a Animação da Inteligência Estratégica Antecipativa e Coletiva.
Revista Inteligência Competitiva, São Paulo, v.7, n.4, p. 130-166
LESCA, H. (2003) Veille Stratégique: La Méthode L.E.SCAnning ®. Editions Ems.
LESCA, H., & LESCA, N. (2013). Weak Signals for Strategic Intelligence: Anticipation Tool
for Managers.
LESCA, H., & JANISSEK-MUNIZ, R. (2015) Inteligência Estratégica Antecipativa e
Coletiva: O Método L.E.SCAnning. Porto Alegre.
LEVINE, S. S., BERNARD, M., & NAGEL, R. (2017). Strategic Intelligence: The Cognitive
Capability to Anticipate Competitor Behavior. Strategic Management Journal.
LIEBOWITZ, J. (2006) Strategic Intelligence: Business Intelligence, Competitive Intelligence,
And Knowledge Management. [S.L.]: Auerbach.
LÖNNQVIST, A.; PIRTTIMÄKI, V. (2006) The Measurement of Business Intelligence.
Information Systems Management, v 23 n1 32-40.
MACCOBY, M. (2011). Strategic Intelligence: conceptual system of leadership for change.
Performance Improvement, 31-40.
MATEY, G.D. (2013) The use of intelligence in the private sector. Journal of Intelligence and
Counterintelligence, 26 (2): 272-287.
NIKOLAOS, T.; EVANGELIA, F. (2012) Competitive intelligence: concept, context and case
of its application. Science Journal of Business Management, 2: 1-15.
NORONHA, D. P.; MARICATO, J. de M. (2008) Estudos métricos da informação: primeiras
aproximações. Enc. Bibli: R. Eletr. Biblitecon. Ci. Inf., Florianópolis, n. esp., 1o sem., p.
116-128.
OJASALO, K., KOSKELO, M., AND NOUSIAINEN, A.K. (2015), “Foresight and service
design boosting dynamic capabilities in service innovation”, in Agarwal, R. and Selen, W.
(Eds.), A Guidebook to Service Innovation, Springer-Verlag, London, UK, pp. 193-212.
PALIOKAITĖ, A., PAČĖSA, N., (2015). “The relationship between organisational foresight
and organisational ambidexterity,” Technology Forecast and Social Change. 101, 165181.
PIIRAINEN, K., AND GONZALEZ, R. A. (2015). “Theory of and within foresight “What
does a theory of foresight even mean?””. Technological Forecasting and Social Change,
96, 191201.
PULSIRI, N.; VATANANAM-THESENVITZ, R. (2018) A systematic literature review of
dynamic capabilities, strategic foresight and organizational learning. Proceedings of
PICMET’18: Technology Management for Interconnected World.
RAMÍREZ, R., L. ROODHART, AND W. MANDERS. 2011. “How Shell’s Domains Link
Innovation and Strategy.” Long Range Planning 44 (4): 250–270.
RHISIART, M., MILLER, R., BROOKS, S., (2015). “Learning to use the future: developing
foresight capabilities through scenario processes,” Technology Forecast and Social
Change. 101, 124133.
RICHARDSON, G. The organization of industry. Economic Journal, 82: 833-896.
ROHRBECK R. AND GEMÜNDEN H.G. (2011), “Corporate foresight: its three roles in
enhancing the innovation capacity of a firm,” Technology Forecast and Social Change, 78
(2) (2011) 231243.
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
ROHRBECK, R. (2012), “Exploring value creation from corporate-foresight activities”,
Futures, Vol. 44, No. 5, pp. 440-452.
ROHRBECK, R., & KUM, M.E. (2018) Corporate foresight and its impact on firm
performance: A longitudinal analysis. Technological Forecasting & Social Change, v. 129,
p. 105-116.
ROHRBECK, R., BATTISTELLA, C., HUIZINGH, E., (2015). “Corporate foresight: An
emerging field with a rich tradition,” Technological Forecasting and Social Change,
101(12), pp. 1-9
ROHRBECK, R., SCHWARZ, J.O., (2013). “The value contribution of strategic foresight:
insights from an empirical study of large European companies,” Technology Forecast and
Social Change, 80, 15931606.
RUFF, F. 2015. “The Advanced Role of Corporate Foresight in Innovation and Strategic
Management—Reflections on Practical Experiences from the Automotive Industry.”
Technological Forecasting and Social Change 101: 3748.
SAMPAIO, R.F.; MANCINI M.C. (2007) Estudos de Revisão Sistemática: um guia para síntese
criteriosa da evidência científica. Revista Brasileira de Fisioterapia, 11(1), 83-89.
SANTOS, R. N. M.; KOBASHI, N. Y. Bibliometria, cientometria, infometria: conceitos e
aplicações. Pesq. Bras. Ci. Inf., Brasília, v. 2, n. 1, p. 155-172, jan./dez. 2009.
SARPONG, D.; MEISSNER, D. (2018) Special Issue on Corporate Foresight and Innovation
Management. Technology Analysis & Strategic Management, 30 (6): 625-632
SCHILKE, O., HU, S., & HELFAT, C. (2018) Quo Vadis, Dynamic Capabilities? A Content-
Analytic Review of the Current State of Knowledge and Recommendations for Future
Research. Academy of Management Annals. Vol 12, n1, 390-439
THOMAS, J. R.; NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em atividade física.
6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012
VASCONCELOS, Y.L. (2014) Estudos Bibliométricos: procedimentos metodológicos e
contribuições. UNOPAR Cient. Ciênc. Jurid. Empres., Londrina, 15 (2): 211-220
VAGNONI, E., AND KHODDAMI, S. (2016). “Designing competitively activity model
through the strategic agility approach in a turbulent environment,” Foresight, 18(6), 625-
648.
VAISMAN, E.D., ALIKOV S.V., NIKIFOROVA N.S., AND NOSOVA, S.A. (2017),
“Strategic management of dynamic capabilities of An enterprise with using foresight
technologies,” 29th IBIMA Conference, Austria:Vienna.
VECCHIATO, R., (2015). “Creating value through foresight: firstmover advantages and
strategic agility,” Technology Forecast and Social Change. 101, 2536.
VECCHIATO, R., AND C. ROVEDA. 2010. “Strategic Foresight in Corporate Organizations:
Handling the Effect and Response Uncertainty of Technology and Social Drivers.”
Technological Forecasting and Social Change 77: 15271539.
VISHNEVSKIY, K., O. KARASEV, AND D. MEISSNER. 2015. “Integrated Roadmaps and
Corporate Foresight as Tools of Innovation Management: The Case of Russian
Companies.” Technological Forecasting and Social Change 90 (B): 433443.
WELLS, J.R. (2012) Strategic IQ. Creating Smarter Corporations. San Francisco, CA: Jossey-
Bass
XU, M. & KAYE, R. (2007) The Nature of Strategic Intelligence: Current Practice and
Solutions. Strategic Information Systems: Concepts, Methodologies, Tools and
Applications, 4:1-19
XU, M. (2007) Managing Strategic Intelligence: Techniques and Technologies. New York,
NY: Information Science Reference.
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
APÊNDICE A RELAÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS
AUTOR(ES)
TÍTULO DO ARTIGO
ANO
PERIÓDICO
Levine, Bernard e
Nagel
Strategic Intelligence: the cognitive capability to
antecipate competitor behavior
2017
Strategic Management Journal
Bleoju & Capatina
Leveraging organizational knowledge vision
through strategic intelligence profiling: the case
of romanian software industry
2015
European Conference on
Knowledge management
Berkowitz
meta-organizing firm's capabilities for
sustainable innovation: a conceptual framework
2018
Journal of Cleaner Production
Ochs, Ziegler,
Hernandez-Guevara,
Solan, Ignatov,
Hansen, Gill &
Kohlstedt
Anticipation of digital patterns
2018
International Journal of Circuit
Theory and Applications
Groves
Emptying the future: on the environmental
politics of anticipation
2017
Futures
Gilad
Strategy without Intelligence, Intelligence
without strategy
2011
Business Strategy Series
Xu & Kaye
The nature of strategic intelligence: current
practice and solutions
2008
Selected readings on Strategic
Information Systems
Cronin
Strategic intelligence and networked business
2000
Journal of Information
Systems
Walsh
Improving strategic intelligence analytical
practice through qualitative social reserach
2017
Intelligence and National
Security
Hillman, Duchek Meyr
& Guenther
Educating future managers for developing
resilient organizations: que role of scenario
planning
2018
Journal of Management
Education
Sato
Developing Organisational capabilities through
customer-led systems integration projects: the
case of the major project BT 21st Century
network in the UK
2017
Revista de Gestão e Projetos
Smith & Mentzer
Frecasting task-technology fit: the influence of
individuals, systems and procedures on forecast
performance
2010
International Journal of
Forecasting
Yusof & Aziz
Strategix adaptation and the value of forecasts:
the development of a conceptual framework
2008
journal of Business Economics
and Management
Toye Jr
No excuses: forecasting can be managed
1992
Annual Conference
Proceeding - American
Production and Inventory
Control Society
Durand
Predicting a firm's forecasting ability: the roles
of organizational ilusion of control and
organizational attention
2003
Strategic Management Journal
Tang, Lim & Gan
Forecasting capability of a construction
organisation model: 10 years later
2012
ARCOM 2012 - Proceeding of
the 28th Annual Conference
Zotteri & Verganti
Multi-level approaches to demand management
in complex environments: na analytitcal model
2001
International Journal f
Production Economics
Alcalde-Heras,
Iturrioz-Landart &
Aragon - Amonarriz
SME ambidexterity during economic recessions:
the role of managerial external capabilities
2018
Management Decision (article
in press)
Kunc, & O'Brien
Exploring the development of a metholdology
for scenario use: combining scenario ans
resource mapping approaches
2017
Technological Forecasting and
Social Change
Bourgeois, Penunia,
Bisht & Boruk
Foresight for all: co-elaborative scenario
building and empowerment
2017
Technological Forecasting and
Social Change
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
Coraiola, Suddaby &
Foster
mnemonic capabilities: collective memory as a
dynamic capability
2017
Revista de Administração de
Empresas
Cheng, Wong, Cheung
& Leung
A scenario-based roadmapping method for
strategic planning and forecasting: a case study
in a testing, inspection and certification company
2016
Technological Forecasting and
Social Change
Orlandi
Organizational capabilities in the digital era: re-
framing strategic orientation
2016
Journal of Innovation &
knowledge
Liu, Liao & Li
Capability configuration, ambidexterity and
performance: evidence from service outsourcing
sector
2018
International Journal of
Production Economics
Amui, Jabbour, de
Sousa Jabbour &
Kannam
Sustainability as a dynamic organizational
capability: a systematic review and future
agenda toward a sustainable transition
2017
Journal of Cleaner Production
Joneidi Jafari &
NiliPourTabataba'i
Corporate Foresight and its effect in innovation,
strategic decision making and organizational
performance (case study: Iranian banking
industry)
2017
Foresight
Wang
Environmental dynamism, trust and dynamic
capabilities of family business
2016
International Journal of
Entrereneurial behavior and
research
Nugroho & saritas
Incorporating network perspectives in foresight:
a methodological proposal
2009
Foresight
Chang 7 lee
The linkage between knowledge accumulation
capability and organizational innovation
2008
Journal of Knowledge
Management
Gonzalez
environmental uncertainty, futures studies and
strategic planning
1992
Technological Forecasting and
Social Change
Slagmulder &
Devoldere
Transforming under deep uncertainty: a strategic
perspective on risk management
2018
Business Horizons
Yoon, Kim, Vonortas
& Han
Corporate foresigh and innovation: the effects of
integrative capabilities and organisational
learning
2018
Technolgy Analysis and
Strategic Management
Sarpong, Eyres &
Batsakis
Narrating the future:a distentive capabilty
approach to strategic foresight
2018
Technological Forecasting and
Social Change (article in press
Coulet
The organization activity: a foresight approach
of knowledge evolution in management science
2018
Technological Forecasting and
Social Change (article in press
Balarman & Sundarraj
Individual foresight capability in organizations:
role of information systems
2017
IEEE technology and
engineering management
society conference
Skulimowski
Impact of future intelligent information
technologies on the methodology of scientific
research
2017
IEE International Conference
on Conputer and Information
Technology
Vaisman, Aliukov,
Nikiforova & Nosova
Strategic management of dynamic capabilities of
na enterprise with using foresight technologies
2017
International Business
Information Management
Association Conference
Liu, Wu & Xu
mechanism of performance feedback on
capabilty reconfiguration
2016
System Engineering Theory
and Practice
Maertins
from the perspective of capability: identifying
six roles for a sucessful strategic foresight
process
2016
Strategic Change
Forouzandeh,
Ghazvini, Safahani &
Moslehi
Analysis of impact of strategic foresight
capabilities on organizational performance
2016
International Business
Management
Klakurka & irwin
Foresight: a new paradigm in organizational
strategy
2016
International Multi-
Conference on Complexity,
Informatics and Cybernetics
Paliokaite & Pacesa
The relationship between organisational
foresight and organisational ambidexterity
2015
Technological Forecasting and
Social Change
10º IFBAE
Congresso do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas
Uberlândia/MG
21 e 22 de maio de 2019
Rhisiart, Miller &
Brooks
Learning to use the future: developing foresight
capabilities through scenario processes
2015
Technological Forecasting and
Social Change
Nyuur, Brecic &
Sobiesuo
Foresight capabilities ans SME product/service
adaptiveness: the moderating effect of industry
dynamism
2015
International Journal of
Foresight and Innovation
Policy
Ojasalo, Koskelo &
Nousiainen
Foresight and service design boosting dynamic
capabilities in service innovation
2015
The Handbook of Service
Innovation
Paliokaite, Pacesa &
Sarpong
Conceptualizing strategic foresight: na integrated
framework
2014
Strategic Chande
Güemes-Castorena &
Amazcua-Maryínez
Strategic foresight methodology to identifying
business opportunities and technology trends
2013
Strategic Planning Decisions
in the High Tech Industry
Breakspear
A new definition of intelligence
2013
Intelligence and National
Security
Rohrbeck
Exploring the value creation from corporate
foresight activities
2012
Futures
Schoen, Konnola,
Warnke, Barre &
Kuhlamnn
Tailoring foresight to field specifities
2011
Futures
Rohrbeck &
Gemunden
Corporate foresight: its three roles in enhancing
the innovation capacity of a firm
2011
Technological Forecasting and
Social Change
Rohrbeck
Towards a maturity model for organizational
future orientation
2010
Academy of Management
Annual meeting
Shang, Wu & Yao
A dynamic innovation model for managing
capabilities of continuous innovation
2010
International Journal of
Technology Management
Masrani &Mckiernan
Addressing path dependency in the capabilities
approach: historicism and foresight meet on the
road less traveled
2009
Handbook Of research on
Strategy and Foresight
Nugroho & Saritas
Incorporating network perspectives in foresight a
methodological proposal
2009
Foresight
Laanamen & Wallin
Cognitive dynamics of capability development
paths
2009
Journal of Management
Studies
Rohrbeck, Battistella,
Huizingh
Corporate foresight: na emerging field with a
rich tradition
2015
Technological Forecasting and
Social Change
Piirainen & Gonzales
Theory of and within foresight - what does a
theory of foresight even mean?
2015
Technological Forecasting and
Social Change
Vagnoni & Khoddami
designing competitively activiy model through
the strategic agility approach in a turbulent
enrionment
2016
Foresight
Amniattalab & Ansari
The effect os strategic foresight on competitive
advantage with the mediating role of
organisational ambidextery
2016
International Journal of
Innovation Management
Vecchiato
Creating value through foresight: firstmover
advantages and strategic agility
2015
Technological Forecast and
Social Change
Pulsiri & Vatananan-
Thesenvitz
A systematic Literature review of dynamic
capabilities, strategic foresight and
organizational learning
2018
Proceedings of PICMET 18:
Technology management for
interconnected world
... Para se manterem no mercado, as organizações vêm intensificando sua busca pela criação de estratégias que proporcionem vantagem competitiva sustentável (Popadiuk & Choo, 2006), sendo seu principal desafio a implementação de processos que auxiliem nesse desenvolvimento (Kaivo-Oja & Lauraeus, 2018). Nesse sentido, a Inteligência Estratégica é um processo que atua como uma capacidade organizacional (Heinze & Janissek-Muniz, 2019) de monitoramento do ambiente, a qual pode ser desenvolvida para detectar e explorar oportunidades, sendo base para a criação de vantagens competitivas e durabilidade do negócio a longo prazo (Adegbile, Sarpong & Meissner, 2017;Rohrbeck, Battistella & Huizingh, 2015). Segundo Lesca e Caron-Fasan (2008), o processo de Inteligência Estratégica é um sistema complexo cujo sucesso, eficácia e durabilidade relacionam-se com diversos fatores, tanto na fase de projeto quanto durante sua implementação e execução. ...
Article
Full-text available
Objetivo: Este estudo propõe um modelo prescritivo para avaliação da maturidade dos processos de Inteligência. Metodologia: Revisão Sistemática de Literatura para identificar os modelos de maturidade existentes e identificação de práticas-chave, que foram consolidadas e submetidas a um Delphi Card-Sorting com especialistas de Inteligência, propondo um modelo preliminar. O modelo foi submetido a uma survey com 374 profissionais de Inteligência para validação. Originalidade: A validação do modelo permite a proposição de um método que, além do diagnóstico, contribuiu para que as organizações evoluam seu processo de Inteligência por meio da prescrição de ações de melhoria. Resultados: Desenvolvimento de modelo de maturidade prescritivos em processos de Inteligência. Survey apontando que a maior parte das organizações participantes possuem processos de Inteligência maduros, embora nem sempre reconhecidos ou formalizados. Contribuições teóricas e metodológicas: O uso de uma combinação de procedimentos metodológicos incluindo o Delphi Card-Sorting, somado à survey com um número significativo de respondentes. Com o modelo desenvolvido também espera-se contribuir para o desenvolvimento de pesquisas longitudinais que analisem a relação entre a Inteligência e seus resultados para o desempenho da organização. A aplicação do método Delphi Card-sorting também pode ser considerada uma contribuição acadêmica importante, pois o instrumento preliminar originado deste método foi parcialmente validado. Contribuições sociais: O modelo proposto serve para que organizações possam avaliar o seu nível de maturidade em processos de Inteligência, diagnosticando e orientando suas práticas.
Article
Full-text available
Este artigo apresenta uma ferramenta para o desenvolvimento de competências para a animação de um processo de Inteligência Estratégica Antecipativa e Coletiva (IEAc). Esta ferramenta se endereça a gestores e chefes de projeto com necessidade de implantar e animar um disposisito de IEAc. Este processo de desenvolvimento de competências se estabelece graças a aplicação de uma ferramenta de acompanhamento « passo à passo » e à distância (e-coaching) de animadores noviços, a qual permite transmitir conhecimentos acionáveis sob a forma de conselhos. Este acompanhamento foi verificado empiriamente através de 3 experimentos, dentre os quais um via Internet. O objetivo deste artigo é mostrar, inicialmente, as competências necessárias para animar um dispositivo de IEAc. Em seguida, ele apresenta uma ferramenta de acompanhamento destinada a chefes de projeto, sua experimentação e resultados, os quais permitiram, por um lado, aos animadores acompanhados, de desenvolver suas competências, e por outro, do lado das empresas, de otimizar práticas de inteligência já existentes.
Article
Full-text available
This paper presents a literature review that integrates a bibliometric analysis to assess the relationships among dynamic capabilities, strategic foresight, and organizational learning. The purpose of the SLR on Dynamic Capabilities (DC), Strategic Foresight (SF) and Organizational Learning (OL) is to advance the academic perspective on dynamic capabilities by analyzing how SF and OL can possibly integrate into the DC framework. This advancement is crucial since the pace of changes in an organization's environment is increasing, causing competitive pressure to rise. An organization needs to address such changes by adjusting existing capabilities or acquire new ones and thus strengthen their competitiveness. SF provides information and insights about future developments or changes in an organization's business environment. After which OL integrates the obtained information into the strategic planning process. It is important to include the concepts of SF and OL into the DC framework because an organization without learning cannot integrate information into the organizational decision-making process. The results of the review present a new approach to bridge linkages between DC, SF, and OL that can help to operationalize the DC framework. A practical application of dynamic capabilities facilitates the long-term performance and sustainability of an organization.
Article
Full-text available
This special issue examines corporate foresight and innovation management in contemporary organising. Contributing to a growing body of research on the other-centeredness and interconnectedness of foresight and innovation, the papers in the issue examine the practice of corporate foresight, how it may lead to the identification of opportunities for innovation, and the complex processes and conditions that enable (or impede) the capture of value from corporate foresight. Representing an interesting mix of empirical, conceptual, qualitative, and quantitative methodologies, the papers offer innovative theorising to extend our understanding of the logics of corporate foresight, their interactive effects and contribution to innovation management.
Article
Full-text available
Corporate foresight is applied with the expectation that it will help firms to break away from path dependency, help decision makers to define superior courses of action, and ultimately enable superior firm performance. To empirically test this assumption, we developed a model that judges a firm's future preparedness (FP) by assessing the need for corporate foresight (CF) and comparing it to the maturity of its CF practices. We apply a longitudinal research design in which we measure future preparedness in 2008 and its impact on firm performance in 2015. The results indicated future preparedness to be a powerful predictor for becoming an outperformer in the industry, for attaining superior profitability, and for gaining superior market capitalization growth. In the article, we also calculate the average bonus/discount that can be expected by sufficiently/insufficiently future-prepared firms. Keywords: corporate foresight, future preparedness, firm performance, behavioural theory of the firm Highlights • We developed a model for assessing the future preparedness of a firm. • We assessed future preparedness by comparing the need for and the maturity of corporate foresight practices. • We found that future-prepared firms (vigilant) outperformed the average by a 33% higher profitability and by a 200% higher market capitalization growth. • Conversely, firms that had deficiencies in their future preparedness were faced with a performance discount of 37% to 108%.
Article
Full-text available
Research summary: Pursuing sources of entrepreneurial and competitive advantage, researchers have been exploring cognition. We examine how cognitive capabilities affect competitive performance, drawing on two constructs rooted in psychology and economics. A familiar one is analytic skill, the ability to solve abstract problems. To that, we add strategic intelligence — the ability to anticipate competitors' behavior and preempt it. Using incentivized experiments, we measure the constructs in participants, then let them compete for cash in a highly competitive market. Although the market is designed to eliminate any advantages, whether from market structure or strategic resources, some profit much more than others. We trace performance differences to heterogeneity in analytic skill and strategic intelligence, and show how the two fuel superior performance, even against tough competition. Managerial summary: Why do some entrepreneurs outperform others? How can companies succeed against tough competition? Certainly, some benefit from unique resources, such as patents, and others can winnow competition, as through mergers. But some have entered highly competitive markets, lacking obvious resources, yet managed to achieve impressive success: think Under Armour, Wal‐Mart or Home Depot. Here we test how advantage can stem from managerial cognition. We measure two kinds of cognitive skill in market participants, and then let them vie for cash in intensely competitive markets. Some end up with far more profit than others. Tracing the root of high performance, we find it is predicted by a combination of analytic skills, the ability to solve abstract problems, and strategic intelligence—ability to anticipate competitors' behavior and preempt it. Copyright © 2017 John Wiley & Sons, Ltd.
Article
Full-text available
Although the dynamic capabilities perspective has become one of the most frequently used theoretical lenses in management research, critics have repeatedly voiced their frustration with this literature, particularly bemoaning the lack of empirical knowledge and the underspecification of the construct of dynamic capabilities. But research on dynamic capabilities has advanced considerably since its early years, in which most contributions to this literature were purely conceptual. A plethora of empirical studies as well as further theoretical elaborations have shed substantial light on a variety of specific, measurable factors connected to dynamic capabilities. Our article starts out by analyzing these studies to develop a meta-framework that specifies antecedents, dimensions, mechanisms, moderators, and outcomes of dynamic capabilities identified in the literature to date. This framework provides a comprehensive and systematic synthesis of the dynamic capabilities perspective that reflects the richness of the research while at the same time unifying it into a cohesive, overarching model. Such an analysis has not yet been undertaken; no comprehensive framework with this level of detail has previously been presented for dynamic capabilities. Our analysis shows where research has made the most progress and where gaps and unresolved tensions remain. Based on this analysis, we propose a forward-looking research agenda that outlines directions for future research.
Article
Full-text available
Apresentam-se alguns conceitos e considerações fundamentais dos estudos métricos da informação e os principais métodos e técnicas utilizadas, como a bibliometria, cienciometria, informetria, webmetria, patentometria e biblioteconometria. Discute-se o ciclo de comunicação científica, destacando-se os principais indicadores de input (insumo) e output (produto), assim como, a importância da publicação dos resultados da pesquisa científica e do processo de avaliação pelos pares. Comentam-se algumas características e aplicações das leis bibliométricas e de outros recursos utilizados nos estudos métricos da informação.
Article
Science Journal of Business Management, Vol. 2012 (2): 1-15.
Article
This article introduces the concept of the capability lifecycle (CLC), which articulates general patterns and paths in the evolution of organizational capabilities over time. The capability lifecycle provides a structure for a more comprehensive approach to dynamic resource-based theory. The analysis incorporates the founding, development, and maturity of capabilities in a manner that helps to explain the sources of heterogeneity in organizational capabilities. In addition, the analysis includes the "branching" of an original capability into several possible altered forms.