ArticlePDF Available

Abstract

RESUMO O objetivo deste estudo foi verificar o efeito do treinamento funcional sobre a flexibilidade, equilíbrio, capacidade cardiorrespiratória e força muscular em idosas. A amostra foi dividida em Grupo Funcional-GF (n=16, 67,1±3,7 anos) e Grupo Convencional-GC (n=14; 63,9±4,7 anos). Avaliou-se o índice de massa corporal e a relação cintura/quadril. Para verificação da aptidão funcional foi utilizado parte da bateria Senior Fitness Test. A análise dos dados foi feita mediante ANOVA. O presente estudo verificou em relação aos valores iniciais melhora significativa do GF na força, flexibilidade e capacidade cardiorrespiratória, sem diferença estatística do GC. Já no equilíbrio tanto na análise inter como na intragrupos o GF apresentou aumento estatisticamente significativo. Em relação às variáveis antropométricas não foram encontradas diferenças em nenhuma das análises. Conclui-se que o protocolo de treinamento funcional aplicado demonstra-se eficiente na melhora da aptidão funcional em idosas ativas. Palavras-chave: Treinamento Resistido; Envelhecimento; Atividades Diárias; Qualidade de Vida.
____________________________________________________________________________________________
______________________________________ 49 ______________________________________
Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 22, n. 03, p. 49-57, set./dez., 2018
ISSN 1517-6096 ISSNe 2178-5945
INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FUNCIONAL SOBRE A APTIDÃO FÍSICA
DE IDOSAS ATIVAS
INFLUENCE OF FUNCTIONAL TRAINING ON THE PHYSICAL FITNESS
OF ACTIVE ELDERLY
INFLUENCIA DEL ENTRENAMIENTO FUNCIONAL SOBRE LA APTITUD
FÍSICA DE MAYORES
Antônio Gomes de Resende-Neto
Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, Sergipe, Brasil
Email: neto.resende-edf@hotmail.com
Bruna Caroline Oliveira Andrade
Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, Sergipe, Brasil
Email: oliveiraa.atendimento@gmail.com
Gabriel Vinicius dos Santos
Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, Sergipe, Brasil
Email: gabrielviniciusufs@gmail.com
Diego Augusto Nascimento Santos
Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, Sergipe, Brasil
Email: diegoaugustoufs@gmail.com
Levy Anthony Souza de Oliveira
Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, Sergipe, Brasil
Email: levyanthonysouza@gmail.com
Iohanna Gilnara Santos Fernandes
Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, Sergipe, Brasil
Email: iohanna.aju@hotmail.com
Marzo Edir Da Silva-Grigoletto
Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, Sergipe, Brasil
Email: pit_researcher@yahoo.es
RESUMO
O objetivo deste estudo foi verificar o efeito do treinamento funcional sobre a flexibilidade, equilíbrio,
capacidade cardiorrespiratória e força muscular em idosas. A amostra foi dividida em Grupo Funcional - GF
(n=16, 67,1±3,7 anos) e Grupo Convencional GC (n=14; 63,9±4,7 anos). Avaliou-se o índice de massa
corporal e a relação cintura/quadril. Para verificação da aptidão funcional foi utilizado parte da bateria Senior
Fitness Test. A análise dos dados foi feita mediante ANOVA. O presente estudo verificou em relação aos
valores iniciais melhora significativa do GF na força, flexibilidade e capacidade cardiorrespiratória, sem
diferença estatística do GC. no equilíbrio tanto na análise inter como na intragrupos o GF apresentou
aumento estatisticamente significativo. Em relação às variáveis antropométricas não foram encontradas
diferenças em nenhuma das análises. Conclui-se que o protocolo de treinamento funcional aplicado
demonstra-se eficiente na melhora da aptidão funcional em idosas ativas.
Palavras-chave: Treinamento Resistido; Envelhecimento; Atividades Diárias; Qualidade de Vida.
____________________________________________________________________________________________
______________________________________ 50 _______________________________________
Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 22, n. 03, p. 49-57, set./dez., 2018
ISSN 1517-6096 ISSNe 2178-5945
Resende-Neto, A. G. de, Andrade, B. C. O., Santos, G. V. dos, Santos, D. A. N.,
Oliveira, L. A. S. de, Fernandes, I. G. S. e Da Silva-Grigoletto, M. E.
ABSTRACT
The objective of this study was to verify the effect of functional training on flexibility, balance,
cardiorespiratory capacity and muscular strength in the elderly. The sample was divided into Functional
Group - FG (n = 16, 67,1±3,7 years) and Conventional Group - CG (n = 14; 63,9±4,7 years). Body mass
index and waist / hip ratio were evaluated. To verify the functional fitness was used part of the Senior Fitness
Test battery. Data analysis was performed using ANOVA. The present study verified a significant
improvement in FG in strength, flexibility and cardiorespiratory capacity, with no statistical difference in GC.
Already in the balance in both the inter and intragroup analyzes the FG presented a statistically significant
increase. Regarding the anthropometric variables, no differences were found in any of the analyzes. It is
concluded that the applied functional training protocol is efficient in improving functional aptitude in active
elderly women.
Keywords: Resistance Training; Aging; Daily Activities; Quality of Life.
RESUMEN
El objetivo de este estudio fue verificar el efecto del entrenamiento funcional sobre la flexibilidad, equilibrio,
capacidad cardiorrespiratoria y fuerza en ancianas. La muestra fue dividida en Grupo Funcional - GF (n=16,
67,1±3,7 años) y Convencional - GC (n=14, 63,9±4,7). Se evalel índice de masa corporal y la relación
cintura/cadera. Para la verificación de la aptitud funcional se utilizó parte de la batería Senior Fitness. El
análisis de fue realizado mediante ANOVA. Se verificó en relación a los valores iniciales mejora significativa
del GF en la fuerza, flexibilidad y capacidad cardiorrespiratoria, sin diferencia estadística del GC. En el
equilibrio tanto en el análisis inter como en la intragrupos el GF presentó un aumento significativo. En
relación a las variables antropométricas no se encontraron diferencias en ninguno de los análisis. Se
concluye que el protocolo de TF aplicado se muestra eficiente en la mejora de la aptitud funcional en
ancianas.
Palabras clave: Entrenamiento Resistido; Envejecimiento; Actividades Diarias; Calidad de Vida.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento é um fenômeno mundial.
Em 1991, representava 4,8% da população
brasileira, em 2000, 5,8% e, atualmente, 7,4%,
sendo estimado ultrapassar a marca de 64
milhões de indivíduos com mais de 60 anos até
2050 (IBGE, 2010). Trata-se de um processo
dinâmico e natural do desenvolvimento humano,
que envolve alterações neurobiológicas e
psicossociais, acompanhadas com a diminuição
da capacidade funcional e, assim incrementa a
possibilidade de desenvolver doenças crônico-
degenerativas (GARATACHEA et al., 2015). Esse
declínio da capacidade funcional pode ser
explicado em parte pela redução da capacidade dos
sistemas cardior-respiratório e musculoesquelético,
responsáveis pela inaptidão para desempenhar as
atividades consideradas básicas, mas essenciais
para manutenção de um estilo de vida independente
(HUNTER et al., 2016).
Dentre as diferentes estratégias adotadas
para atenuar os efeitos deletérios da senescência,
a prática sistematizada do treinamento de força é
a principal intervenção não farmacológica, capaz
de promover inúmeras adaptações favoráveis à
saúde e à qualidade de vida (WESTCOTT,
2012). No entanto, apesar de existir uma
associação entre atividade física e saúde, a maior
parte da população idosa é inativa devido o
fenômeno da urbanização de nossas sociedades
refletindo diretamente no estilo de vida
sedentário. Nessa perspectiva, a capacidade
funcional surge como novo paradigma na área de
saúde, direcionando pesquisadores a conhecer
novos métodos de treinamento e seus benefícios
para prevenir ou restaurar as possíveis
incapacidades e proporcionar maior adesão a
pratica sistematizada (DASKALOPOULOU et
al., 2017).
Nesse contexto, tem se tornado crescente a
busca por programas de treinamento que visam
____________________________________________________________________________________________
______________________________________ 51 ______________________________________
Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 22, n. 03, p. 49-57, set./dez., 2018
ISSN 1517-6096 ISSNe 2178-5945
Influência do treinamento funcional sobre a aptidão física de
idosas ativas
majoritariamente adaptações multisistêmica
antienvelhecimento, priorizando o princípio da
especificidade e também o desenvolvimento da
força muscular de forma integrada com outros
componentes da aptidão física em níveis
suficientes para possibilitar a execução de tarefas
cotidianas de forma satisfatória e segura. Sendo o
treinamento funcional considerado por muitos o
mais eficiente nas respostas adaptativas à
funcionalidade humana (LA SCALA TEIXEIRA
et al., 2017). Esse método se fundamenta na
aplicação de sobrecargas que utilizam
instabilidade, coordenação e resistência, aplicada
a combinação de movimentos básicos de
aceleração, estabilização, produção de força e
manipulação que objetiva resgatar a capacidade
funcional do indivíduo e transferir seus ganhos
de forma efetiva para suas práticas diárias
(RESENDE-NETO et al., 2016).
Supõe-se então que o treinamento funcional
pode ser uma ferramenta que possibilitará
melhora de inúmeros fatores que advêm com o
avanço da idade. No entanto, poucos estudos
avaliaram se a inclusão do método na prescrição
de um programa de atividade física traz
benefícios adicionais na qualidade de vida dos
idosos ativos fisicamente. Sendo assim, o
objetivo dessa investigação foi analisar a influência
do treinamento funcional na flexibilidade,
equilíbrio dinâmico, resistência cardiorrespiratória
e força muscular de idosas ativas.
MÉTODOS
Procedimentos de Amostragem
A amostra foi constituída por 30 idosas
ativas, participantes do programa “Academia da
Saúde” de Aracaju-SE, praticantes de exercício
físico regular no mínimo três meses anteriores a
nova intervenção. A mesma foi dividida
aleatoriamente em dois grupos: Grupo funcional
(GF, n=16), turma matutina, sujeitos que
praticaram o treinamento com exercícios em
bases instáveis, elásticos, medicine ball, cones e
bambolês. E Grupo Convencional (GC, n=14),
turma vespertina, sujeitos que continuaram
seguindo as atividades do programa com
exercícios resistidos com bastão, alteres e
caneleiras. Os critérios de inclusão estabelecidos
foram: a) ter idade 60 anos; b) não apresentar
instabilidade articular ou cardíaca que impeça a
realização do treinamento; c) estar inscrita no
programa há mais de 3 meses e; d) ter o mínimo
de 85% de assiduidade. os critérios de
exclusão adotados foram: a) Inscrição em outro
programa de atividade física e; b) o não
comparecimento para realização do treinamento
de três dias seguidos ou alternados.
Os procedimentos experimentais foram
explicados e as idosas concordaram em participar
voluntariamente da pesquisa, assinando o termo
de consentimento livre e esclarecido. O presente
estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da
Universidade Federal de Sergipe (nº
1.021.732/CAAE: 42022915.9.0000.5546).
____________________________________________________________________________________________
_____________________________________ 52 ______________________________________
Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 22, n. 03, p. 49-57, set./dez., 2018
ISSN 1517-6096 ISSNe 2178-5945
Resende-Neto, A. G. de, Andrade, B. C. O., Santos, G. V. dos, Santos, D. A. N.,
Oliveira, L. A. S. de, Fernandes, I. G. S. e Da Silva-Grigoletto, M. E.
Figura 1 - Diagrama descrevendo os procedimentos do estudo
Nota: construção dos autores
Intervenção
Após as avaliações iniciais, os grupos
experimentais passaram por duas semanas de
familiarização, na qual foi aplicado 50% da
intensidade planejada para sessão. O período
de treinamento foi de 12 semanas, três sessões
semanais com duração de 50 minutos e o
intervalo entre sessões foi de 48 horas.
A Escala Modificada de Borg foi utilizada
para medir a percepção de esforço das
participantes e normatizar a intensidade do
treinamento entre os grupos (ASSUMPÇÂO et
al., 2008). Para ambos os grupos foram
realizadas uma sequência de 10 exercícios por
sessão, duas séries de 10 - 15 repetições e
intervalo de 30 segundos para exercícios
unilaterais, e 1 minuto para exercícios bilaterais
com o intuito de manter o volume do
treinamento.
Os sujeitos do GF realizaram 10 minutos de
aquecimento com atividades que exigem
agilidade e coordenação (Ex.: caminhada e trote
entre obstáculos, lançamentos de medicine ball e
deslocamento em escada de agilidade Borg: 5-
6). Logo após, realizaram 30 minutos de
exercícios que exigiram força muscular dos
membros inferiores e superiores e específicos
para região do core (Ex: sentar e levantar do
banco, prancha frontal e exercícios de empurrar e
puxar com elásticos Borg: 7-8); e por fim
realizaram uma série de 20 segundos por
exercício de alongamento para as principais
partes do corpo (pescoço, ombros, costas, tórax,
braços, punhos, mãos, parte inferior do tronco,
quadris, joelhos, coxas, pés e panturrilhas) com
níveis de amplitude articular submáximas que
também objetivaram a volta à calma e o
relaxamento.
Os sujeitos do GC continuaram realizando as
atividades rotineiras do programa: 10 minutos
aquecimento com caminhada contínua ou
ginástica aeróbica (Borg: 5-6). Logo após
realizaram 30 minutos exercícios localizados
para membros inferiores e superiores (Ex:
agachamentos com bastão, rosca direta e
____________________________________________________________________________________________
______________________________________ 53 ______________________________________
Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 22, n. 03, p. 49-57, set./dez., 2018
ISSN 1517-6096 ISSNe 2178-5945
Influência do treinamento funcional sobre a aptidão física de
idosas ativas
desenvolvimento de ombros com garrafas
Borg: 7-8); e por fim exercícios alongamentos
com níveis de amplitude articular submáximas
com as mesmas características do GF.
Procedimentos de coleta dados
Inicialmente, todas as participantes passaram
por uma anamnese, constando de questões
referentes aos aspectos sociodemográficos:
idade, sexo, estado civil, escolaridade, atividade
laboral, renda familiar e aos aspectos de saúde;
medicamentos utilizados, presença ou não de
doenças cardiovasculares, metabólicas e
patologias musculoesqueléticas.
Para a caracterização antropométrica foi
determinado o peso corporal (kg) por meio de
uma balança eletrônica (Lider®, P150C,
Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) com precisão
de 0,01 kg, ao passo que a estatura foi
determinada por meio de um estadiômetro
(Sanny®, ES2030, Araraquara, São Paulo,
Brasil) com precisão de 0,1 cm, com base na
distância perpendicular entre o plano transversal
que atravessa o vertex e o ponto imediatamente
abaixo dos pés. Os perímetros da cintura e
quadril foram avaliados de acordo com o
protocolo da Organização Mundial de Saúde.
Os testes de desempenho foram realizados
em dois momentos distintos: momento inicial do
estudo (M1) e após 12 semanas de intervenção
(M2). Os avaliadores foram cegados quanto a
intervenção realizada pelas voluntárias e a
organização dos testes foi planejada de modo que
um teste influenciasse o mínimo possível nos
resultados dos demais e para todos os testes as
participantes foram encorajadas verbalmente a
darem seu máximo.
Para a verificação da aptidão funcional foi
utilizada a bateria Sênior Fitness Test validada
por Rikli e Jones, com testes que avaliam
componentes da aptidão física para desempenhar
atividades normais do cotidiano de forma segura
e independente, sem que haja uma fadiga
indevida. Os testes foram especificamente
idealizados para uso em campo e/ou clínico,
particularmente, para serem capazes de fornecer
medidas escalares contínuas através de uma
ampla faixa de níveis de habilidade que são
tipicamente encontrados na população idosa em
geral. Assim, os participantes do estudo
realizaram os seguintes testes:
a) Sentar e alcançar: tem a proposta de
avaliar a flexibilidade dos membros inferiores e
região lombar. A voluntária foi orientada a sentar
na borda da cadeira, com a perna direita
estendida o máximo possível com o tornozelo em
posição neutra, descer lentamente o tronco com
os braços estendidos e as mãos sobrepostas. A
perna esquerda manteve-se com o joelho
flexionado a 90º graus. A extremidade do hálux
correspondeu ao ponto zero. Não alcançando
esse ponto, o resultado foi negativo e,
ultrapassando-o, o resultado foi positivo. Para as
análises foi calculado média entre as medidas
obtidas dos lados.
b) Levantar e caminhar: tem a proposta de
avaliar a agilidade e o equilíbrio dinâmico. A
voluntária iniciou o teste sentada em uma
cadeira, mãos nas coxas e pés apoiados no solo.
Ao sinal do avaliador, a participante foi orientada
a levantar e caminhar o mais rápido possível,
sem correr, contornando um cone a uma
distância de 2,44 m e retornar à posição inicial.
O cronômetro foi acionado a partir do sinal do
avaliador e, novamente, quando a voluntária se
sentou totalmente na cadeira. Após
demonstração, foi realizada uma tentativa para
familiarizar e logo após, foi realizado duas
tentativas. Utilizamos o melhor escore (tempo
em segundos).
c) Sentar e levantar: tem o objetivo de
avaliar a força dos membros inferiores. O teste
iniciou com a voluntária sentada em uma cadeira
com o assento a uma altura de 40 cm em relação
ao solo e com os pés apoiados no chão. Antes de
iniciar o teste, o avaliador demonstrou o
exercício e então a voluntária realizou de uma a
três repetições para familiarização a tarefa,
iniciando o teste em seguida. Ao sinal do
avaliador, a voluntária sentou e levantou da
cadeira o mais rápido possível em um período de
30 segundos. A mesma foi encorajada a
completar o maior número de repetições
possíveis. Uma repetição foi contabilizada
quando a voluntária, partindo da posição sentado,
realizou uma extensão completa do quadril e
____________________________________________________________________________________________
_____________________________________ 54 ______________________________________
Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 22, n. 03, p. 49-57, set./dez., 2018
ISSN 1517-6096 ISSNe 2178-5945
Resende-Neto, A. G. de, Andrade, B. C. O., Santos, G. V. dos, Santos, D. A. N.,
Oliveira, L. A. S. de, Fernandes, I. G. S. e Da Silva-Grigoletto, M. E.
voltou a posição inicial, tocando os glúteos na
cadeira novamente.
d) Caminhada de 6 minutos: tem a proposta
de avaliar indiretamente a resistência
cardiorrespiratória. Distância percorrida,
caminhando o mais rápido possível, em um
período de 6 minutos. O percurso retangular teve
uma distância total de 45,72m e foi demarcado
por cones a cada 4,57m. A voluntária foi avisada
quando faltava 2 minutos e 1 minuto para
término do tempo. Ao final do tempo, a
caminhada foi interrompida e então foi realizada
a medida da distância percorrida. (RILKI;
JONES et al., 2008).
Procedimentos de análise de dados
O cálculo amostral foi realizado utilizando o
programa G*Power versão 3.1.9.2 (Erdfelder,
Faul, & Buchner, 1996; Kiel, Alemanha) em
todas as variáveis da bateria Sênior Fitness Test a
partir dos resultados obtidos por Milton e
colaboradores (2006), esperando um incremento
médio de 5% da performance das participantes,
assim, consideramos para tamanho da amostra do
presente estudo um poder de 0,80 para as
análises executadas.
Análise descritiva com média, desvio padrão
e delta percentual foi utilizada para caracterizar
todas as variáveis obtidas. O teste de Shapiro-
Wilk foi aplicado para confirmar a normalidade.
Para as análises foi realizada uma ANOVA 2x2
com post-hoc de Bonferroni para múltiplas
comparações. Foram tabulados e analisados
utilizando-se o software Statistical Package for
the Social Sciences (SPSS), versão 22, adotando-
se nível de significância de 5% (p≤0,05).
RESULTADOS
Os protocolos de exercícios realizados
tiveram aderência de 89% das voluntárias. O GF
obteve uma perda por dispensa médica e três por
assiduidade menor que 85%. Enquanto o GC
obteve seis perdas por não cumprimentos de
todas as etapas do estudo. A taxa de participação
média foi de 30 sessões de 36 totais.
O presente estudo verificou que o
treinamento funcional promoveu aumento
clinicamente relevante em todos os componentes
da aptidão física. Entretanto, as variáveis
antropométricas (IMC e RCQ) não sofreram
modificações. Os valores detalhados apresentam-
se na tabela 2.
Tabela 2: Alterações após 12 semanas de Treinamento Funcional na aptidão física em idosas
fisicamente ativas. Valores apresentados em média e desvio padrão (M±DS)
VARIÁVEIS
CONVENCIONAL (n=14)
FUNCIONAL (n=16)
Pré-Teste
Pós-Teste
Pré-Teste
Pós-Teste
IMC (kg/m²)
27,89±4,31
28,02±2,40
28,68±3,57
28,50±4,53
RCQ
(CC/CQ)
0,87±0,05
0,89±0,07
0,88±0,06
0,86±0,06
Sentar e Alcançar
(cm)
2,10±3,94
3,61±2,50
0,40±4,79
3,76±2,94*
Levantar e
Caminhar (seg)
6,12±0,98
5,92±0,97
5,99±0,95
4,68±0,85*#
Caminhar 6 minutos
(m)
592,37±39,6
5
573,04±82,8
8
579,61±77,5
1
654,40±51,6
9*
Sentar e Levantar
(rep)
15,36±1,64
15,56±1,81
14,63±1,74
15,85±1,95*
Nota 1: IMC: Índice de massa corporal, CC: Circunferência da cintura, CQ: Circunferência do quadril. *-
Diferença significativa pré vs. pós intervenção (p≤0,05), #- Diferença significativa entre os grupos (p≤0,05).
Nota 2: construção dos autores
____________________________________________________________________________________________
______________________________________ 55 ______________________________________
Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 22, n. 03, p. 49-57, set./dez., 2018
ISSN 1517-6096 ISSNe 2178-5945
Influência do treinamento funcional sobre a aptidão física de
idosas ativas
DISCUSSÃO
O presente estudo tem como principal
resultado os efeitos positivos após doze semanas
de intervenção em todos os componentes da
aptidão física a partir de um protocolo funcional
com foca em ações comumente utilizadas em
atividades cotidianas. As adaptações
multisistêmicas evidenciadas pelo treinamento
aplicado são justificadas pelo estímulo de
diferentes capacidades físicas em uma mesma
sessão de treino (RESENDE-NETO et al., 2016).
Vale ressaltar que a presente proposta
contemplou diferentes exercícios em um curto
período de tempo em uma sequência que permite
um aumento gradual de intensidade e
complexidade, respeitando as particularidades
das idosas.
Uma justificativa para as adaptações
superiores do GF em relação ao GC no teste de
Levantar e Caminhar é o dinamismo e a
instabilidade dos exercícios aplicados, que
podem estimular os sistemas de controle postural
e ativar músculos estabilizadores da coluna
vertebral com mais intensidade, fazendo com que
as condições de agilidade e equilíbrio se
desenvolvam com maior eficácia
(GRANACHER et al., 2013). Corroborando aos
resultados do presente estudo, Milton e
colaboradores (2006), analisando 24 mulheres
com idade de 58-78 anos, demonstraram um
efeito do treinamento funcional sobre a
agilidade/equilíbrio dinâmico 13% maior,
quando comparado com o grupo que realizou
atividades convencionais.
O desempenho superior do GF no teste de
Sentar e levantar (força de membros inferiores)
podem ser explicadas pela especificidade
neuromuscular e metabólica do teste com os
exercícios executados durante o treinamento
(agachamentos diversos). Feitosa-Neta e
colaboradores (2016), a partir da aplicação de um
protocolo sistematizado de treinamento funcional
constituído por exercícios de mobilidade,
circuitos com exercícios de força e potência em
padrões de movimentos específicos para as
necessidades diárias e atividades intermitentes de
alta intensidade, observaram aumentos (14% a
24%) significativos na força, potência muscular e
qualidade de vida com relação ao grupo
praticante de alongamentos.
Entretanto, o aspecto mais importante é que
os ganhos de força muscular com a prática
regular de exercícios funcionais podem melhor
auxiliar no desempenho de atividades da vida
diária em idosos (LA SCALA TEIXEIRA et al.,
2017). De Vreede e colaboradores (2005)
verificaram maiores ganhos na capacidade
funcional em um grupo treinado com exercícios
funcionais baseados em tarefas diárias quando
comparado a outro grupo treinado com
exercícios convencionais após 12 semanas de
intervenção em idosas com pelo menos 70 anos.
Na capacidade cardiorrespiratória, somente
o GF apresentou aumentos significativos. A
própria característica metabólica e o caráter
dinâmico proporcionado pelo modelo circuitado
da sessão podem promover alterações nos
mecanismos responsáveis pelo aumento na
capacidade do músculo esquelético ressintetizar
ATP pelo metabolismo oxidativo (JIMÉNEZ-
PAVÓN et al., 2017). Após 12 semanas de
treinamento com exercícios aeróbicos e
resistidos em circuito, Frontera e colaboradores
(1990) observaram o aprimoramento do
VO2max, acompanhado de aumento de 15% na
quantidade de capilares por fibra e de 38% na
atividade da citrato sintase, sugerindo assim,
algumas das principais respostas adaptativas a
protocolos de exercícios com essas
características.
Os protocolos experimentais (TF e TC)
aplicados foram eficazes na melhora da
flexibilidade, podendo essa adaptação ser
advinda dos alongamentos executados no início e
final das sessões. Além disso, Correia e
colaboradores (2014) afirmam que o treinamento
de força é eficiente no aumento da amplitude
articular e da elasticidade muscular em idosos,
independentemente do protocolo de exercícios
aplicado, sugerindo mecanismos como a redução
da rigidez articular e da taxa de disparo do fuso
muscular.
Outro aspecto importante partir dos
resultados obtidos foi a ausência de melhorias no
GC, que pode ser justificada pelo princípio da
____________________________________________________________________________________________
_____________________________________ 56 ______________________________________
Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 22, n. 03, p. 49-57, set./dez., 2018
ISSN 1517-6096 ISSNe 2178-5945
Resende-Neto, A. G. de, Andrade, B. C. O., Santos, G. V. dos, Santos, D. A. N.,
Oliveira, L. A. S. de, Fernandes, I. G. S. e Da Silva-Grigoletto, M. E.
adaptabilidade visto que as idosas continuaram a
realizar um programa de exercícios
experimentados durantes anos, mostrando a
necessidade da variabilidade de estímulos para o
aprimoramento da aptidão funcional.
Contudo, vale salientar que a presente
investigação concentrou-se em analisar as
respostas adaptativas a um protocolo de
treinamento alternativo aplicado em praça
pública com mínimo recurso material, mas com
resultados promissores. Embora o presente
estudo tenha fornecido informações relevantes
sobre os benefícios desse protocolo de
treinamento funcional na aptidão física de
idosos, estudos futuros devem aplicar
intervenções mais duradouras, bem como
analisar variáveis estruturais, como massa
muscular e óssea, afim de verificar os efeitos
relacionados a outras condições associadas ao
envelhecimento, como sarcopenia e osteoporose.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, conclui-se que o
treinamento funcional aplicado proporciona
melhora da aptidão física em idosas ativas,
sugerindo melhora das atividades da vida diária e
uma necessidade de inclusão deste método em
programas de promoção de saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSUMPÇÃO, Cláudio de Oliveira e colaboradores. The control of progressive intensity of local
exercises in elderly women byratings of perceived exertion (borg). Revista da educação física, v. 19, n.
1, p. 33-39, 2008.
CORREIA, Marilia e colaboradores. Efeito do treinamento de força na flexibilidade: uma revisão
sistemática. Revista brasileira de atividade física e saúde, v. 19, n. 1, p. 3-3, 2014.
DASKALOPOULOU, Christina e colaboradores. Physical activity and healthy ageing: a systematic
review and meta-analysis of longitudinal cohort studies. Ageing research reviews, v. 38, p. 6-17, 2017.
DE VREEDE, Paul e colaboradores. Functionaltask exercise versus resistance strength exercise to
improve daily function in older women: a randomized, controlled trial. Journal of the american
geriatrics society, v. 53, n. 1, p. 2-10, 2005.
FEITOSA NETA, Maria de Lourdes e colaboradores. Efeitos do treinamento funcional na força, potência
muscular e qualidade de vida de idosas pré-frágeis. Motricidade, v. 12, n. S2, p. 61-68, 2016.
FRONTERA, Walter e colaboradores. Strength training and determinants of VO2max in older men.
Journal of Applied Physiology, v. 1, n. 68, p. 329-33, 1990.
GARATACHEA, Nuria e colaboradores. Exercise attenuates the major hallmarks of aging.
Rejuvenation research, v. 18, n. 1, p. 57-89, 2015.
GRANACHER, Urs e colaboradores. The importance of trunk muscle strength for balance, functional
performance, and fall prevention in seniors: a systematic review. Sports medicine, v. 43, n. 7, p. 627-
641, 2013.
HUNTER, Sandra; PEREIRA, Hugo Maxwell; KEENAN, Kevin. The aging neuromuscular system and
motor performance. Journal of applied physiology, v. 121, n. 4, p. 982-995, 2016.
____________________________________________________________________________________________
______________________________________ 57 ______________________________________
Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 22, n. 03, p. 49-57, set./dez., 2018
ISSN 1517-6096 ISSNe 2178-5945
Influência do treinamento funcional sobre a aptidão física de
idosas ativas
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das
condições de vida da população brasileira, Brasília, DF, 2010.
JIMÉNEZ-PAVÓN, David; LAVIE, Carl. High-intensity intermittent training versus moderate-intensity
intermittent training: is it a matter of intensity or intermittent efforts? British journal of sports
medicine, 2017.
LA SCALA TEIXEIRA, Ca et al. “You're only as strong as your weakest link”: a current opinion
about the concepts and characteristics of functional training. Frontiers in physiology, v. 8, p. 643, 2017.
MILTON, Denise e colaboradores. The effect of functional exercise training on functional fitness
levels of older adults. Diss. University of Wisconsin--La Crosse, 2006.
ORR, Rhonda; RAYMOND, Jacqui; FIATARONE, Maria. Efficacy of progressive resistance training on
balance performance in older adults. Sports medicine, v. 38, n. 4, p. 317-43, 2008.
RESENDE-NETO, Antônio Gomes e colaboradores. Treinamento funcional para idosos: uma breve
revisão. Revista brasileira de ciência e movimento, v. 24, n. 3, p. 167-77, 2016
RIKLI, Roberta; JONES, Jessie. Teste de aptidão física para idosos. Barueri, SP: Manole, 2008.
RWER, Sheelen Larissa; ROSSI, Angela Garcia; SIMON, Larissa Fortunato. Equilíbrio no idoso.
Revista brasileira de otorrinolaringologia, v. 71, n. 3, p. 298-93, 2005.
WESTCOTT, Wayne. Resistance training is medicine: effects of strength training on health. Current
sports medicine reports, v. 11, n. 4, p. 209-16, 2012.
Dados do autor:
Email: neto.resende-edf@hotmail.com
Endereço: Rodovia João Bebe Água, Rua Projetada III, 189, Bl.12, Apto. 304, Bairro Rosa Elze, São Cristóvão, SE, CEP
49100-000, Brasil
Recebido em: 25/09/2018
Aprovado em: 08/11/2018
Como citar este artigo:
RESENDE-NETO, Antônio Gomes e colaboradores. Influência do treinamento funcional sobre a aptidão física de idosas
ativas. Corpoconsciência, v. 22, n. 03, p. 49-57, set./ dez., 2018.
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
Full-text available
In the twenty-first century, functional training (FT) has become a strong worldwide fitness trend (Thompson, 2016), resulting in a growing interest to investigate its effects on many variables (e.g., morphological, physiological, and psychological) with different populations (children, adults, and elderly). Confirming this view, the current position stand of the American College of Sports Medicine on the prescription of physical exercise for healthy individuals includes FT (also termed: “neuromotor training”) as one of the modalities to be considered (Garber et al., 2011). Although the tools (exercises, equipment, and accessories) used in current functional training have long been employed in rehabilitation and conditioning programs, the systematic use of these tools, as well as scientific interest in this topic, are recent phenomena (Anderson and Behm, 2004; Rhea et al., 2008; Gordon and Bloxham, 2016). However, since it is still a subject of recent scientific interest, there are many methodological conflicts and divergences in training prescriptions (La Scala Teixeira et al., 2016). For example, some studies have associated FT with the use of instability and applied unstable bases in many exercises (Pacheco et al., 2013), while other studies have used instability in a small part of exercises (Weiss et al., 2010; Distefano et al., 2013) or have not used any unstable bases (Lohne-Seiler et al., 2013). In view of these considerations, detailing the actual concepts and characteristics of FT forms the basis for maximizing the benefits of both research and day-to-day interventions in terms of performance or rehabilitation (Behm et al., 2010). However, the methodological divergence observed with practical interventions in several fitness facilities, as well as in scientific studies, points to a reality in which the real concept of FT and all that it encompasses are still not well-elucidated (Fowles, 2010). A major factor that has contributed to this problem in the general population are probably the marketing campaigns promoting FT, which explore random several medias in order to attract consumers (Da Silva-Grigoletto et al., 2014). For example, publications of functional exercises can contain at the same time exercises of low (e.g., planks and squats) and high complexity (e.g.,Olympic weightlifting and calisthenics/gymnastics exercises). Similarly, marketing explores simple and low-cost accessories (e.g., balls, balance disk, elastic bands, medicine balls), as well as expensive equipment (e.g., multi-station machines, pneumatic resistance equipment). Although contributing to the consolidation of the term “functional training” in the fitness scenario, this wide variation in publications impairs consolidation of its true concepts and characteristics (La Scala Teixeira and Evangelista, 2014). Taken together, these facts highlight the need for researchers to establish a consensus about the concept of FT so that studies can be conducted according to a methodological pattern using pre-established criteria and, finally, that coaches and practitioners can make practical applications based on sound theoretical and scientific evidence. Therefore, in this paper we defined the concepts and characteristics of FT based on the analysis of current and relevant specific technical and scientific literature.
Article
Full-text available
Background Older people constitute a significant proportion of the total population and their number is projected to increase by more than half by 2050. This increasing probability of late survival comes with considerable individual, economic and social impact. Physical activity (PA) can influence the ageing process but the specific relationship with healthy ageing (HA) is unclear. Methods We conducted a systematic review and meta-analysis of longitudinal studies examining the associations of PA with HA. Studies were identified from a systematic search across major electronic databases from inception as January 2017. Random-effect meta-analysis was performed to calculate a pooled effect size (ES) and 95% CIs. Studies were assessed for methodological quality. Results Overall, 23 studies were identified including 174,114 participants (30% men) with age ranges from 20 to 87 years old. There was considerable heterogeneity in the definition and measurement of HA and PA. Most of the identified studies reported a significant positive association of PA with HA, six reported a non-significant. Meta-analysis revealed that PA is positively associated with HA (ES: 1.39, 95% CI = 1.23–1.57, n = 17) even if adjusted for publication bias (ES: 1.27, 95% CI = 1.11–1.45, n = 20). Conclusions There is consistent evidence from longitudinal observational studies that PA is positively associated with HA, regardless of definition and measurement. Future research should focus on the implementation of a single metric of HA, on the use of objective measures for PA assessment and on a full-range of confounding adjustment. In addition, our research indicated the limited research on ageing in low-and-middle income countries.
Article
Full-text available
The effects of strength training on maximal aerobic power (VO2max) and some of its determinants were studied in 12 healthy older men (60-72 yr). They underwent 12 wk of strength conditioning of extensors and flexors of each knee with eight repetitions per set, three sets per session, and three sessions per week at 80% of the one repetition maximum (1 RM). Left knee extensors showed a 107% increase in 1 RM, a 10% increase in isokinetic strength at 60 degrees/s, and a 23% increase in total work performed during 25 contractions on an isokinetic dynamometer. Strength measurements of the untrained left elbow extensors showed no change. Leg cycle ergometer VO2max per unit fat-free mass increased by an average 1.9 ml (P = 0.034) whereas arm cycle VO2max was unchanged. Pulmonary function, hemoglobin concentration, erythrocyte volume, plasma volume, and total blood volume did not change. Biopsies of the vastus lateralis showed a 28% increase in mean fiber area, no change in fiber type distribution, a 15% increase in capillaries per fiber, and a 38% increase in citrate synthase activity. The data suggest that the small increase in leg cycle VO2max in older men may be due to adaptations in oxidative capacity and increased mass of the strength-trained muscles.
Article
High-intensity intermittent training (HIIT) has gained popularity in recent years for its similar or higher effects compared with aerobic continuous training (ACT) or controls in different age groups, several health-related parameters and cardiovascular diseases (CVD)1–3 as well as in competitive athletes. To analyse the role of HIIT comparing HIIT group with controls is an adequate approach for describing acute or chronic responses to a particular training model. However, when aiming to compare the efficacy of two training regimens, it has been usual to compare HIIT with ACT.1 In those cases, authors explained the differences largely on the grounds of intensity.4 However, we highlight that these studies compared two training modalities which are different in their training intensity and in the stimulus type—intermittent versus continuous. To the best of our knowledge, only three studies5–7 analysed the influence of intensity itself—by comparing HIIT and moderate-intensity intermittent training (MIIT). Alkahtani et al 5 examined the effect of 4-week MIIT and HIIT on fat oxidation and the responses …
Article
Age-related changes in the basic functional unit of the neuromuscular system, the motor unit, and its neural inputs have a profound effect on motor function, especially among the expanding number of old (older than ∼60 yr) and very old (older than ∼80 yr) adults. This review presents evidence that age-related changes in motor unit morphology and properties lead to impaired motor performance that includes 1 ) reduced maximal strength and power, slower contractile velocity, and increased fatigability; and 2 ) increased variability during and between motor tasks, including decreased force steadiness and increased variability of contraction velocity and torque over repeat contractions. The age-related increase in variability of motor performance with aging appears to involve reduced and more variable synaptic inputs that drive motor neuron activation, fewer and larger motor units, less stable neuromuscular junctions, lower and more variable motor unit action potential discharge rates, and smaller and slower skeletal muscle fibers that coexpress different myosin heavy chain isoforms in the muscle of older adults. Physical activity may modify motor unit properties and function in old men and women, although the effects on variability of motor performance are largely unknown. Many studies are of cross-sectional design, so there is a tremendous opportunity to perform high-impact and longitudinal studies along the continuum of aging that determine 1 ) the influence and cause of the increased variability with aging on functional performance tasks, and 2 ) whether lifestyle factors such as physical exercise can minimize this age-related variability in motor performance in the rapidly expanding numbers of very old adults.
Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira
  • Ibge
  • Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira, Brasília, DF, 2010.
The effect of functional exercise training on functional fitness levels of older adults
  • Denise E Milton
  • Colaboradores
MILTON, Denise e colaboradores. The effect of functional exercise training on functional fitness levels of older adults. Diss. University of Wisconsin--La Crosse, 2006.
Treinamento funcional para idosos: uma breve revisão. Revista brasileira de ciência e movimento
  • Antônio Resende-Neto
  • Gomes E Colaboradores
RESENDE-NETO, Antônio Gomes e colaboradores. Treinamento funcional para idosos: uma breve revisão. Revista brasileira de ciência e movimento, v. 24, n. 3, p. 167-77, 2016
Equilíbrio no idoso. Revista brasileira de otorrinolaringologia
  • Larissa Simon
  • Fortunato
SIMON, Larissa Fortunato. Equilíbrio no idoso. Revista brasileira de otorrinolaringologia, v. 71, n. 3, p. 298-93, 2005.
Resistance training is medicine: effects of strength training on health. Current sports medicine reports, v. 11, n. 4
  • Wayne Westcott
WESTCOTT, Wayne. Resistance training is medicine: effects of strength training on health. Current sports medicine reports, v. 11, n. 4, p. 209-16, 2012. Dados do autor: Email: neto.resende-edf@hotmail.com Endereço: Rodovia João Bebe Água, Rua Projetada III, 189, Bl.12, Apto. 304, Bairro Rosa Elze, São Cristóvão, SE, CEP 49100-000, Brasil Recebido em: 25/09/2018