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ARTETERAPIAS CRIATIVAS COM MULHER DEPENDENTE DE MÚLTIPLAS DROGAS – UM ESTUDO DE CASO

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Abstract

Introdução - Com a reforma psiquiátrica, a lógica de cuidados humanizados se modificou e exigiu novas formas de intervenção criativas e inovadoras nos cuidados voltados aos usuários dos serviços de saúde mental, a fim de auxiliar na reabilitação psicossocial do sujeito. Objetivo - Avaliar a eficácia da interseção da arte, da música e a dança/movimento em um processo de Arteterapias criativas com uma mulher dependente de múltiplas drogas e usuária de um Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas do Distrito Federal. Método - Trata-se de um estudo de caso único, descritivo e exploratório, de caráter qualitativo. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: (a) Questionário com dados sociodemográficos, clínicos e psiquiátricos, (b) “Termômetro das Emoções”, (c) Questão Aberta (qualitativa) e (d) Inventário Estruturado de Saída (quantitativo). Resultados - A participante do caso relatou que as intervenções de Arteterapias criativas davam apoio a ela, melhoraram o seu estado de ânimo, houve libertação catártica de temas emocionais, aumento da autopercepção e da autoestima, e favoreceram o relaxamento, a vitalidade e a confiança em si mesma. Observou-se a ênfase na cor rosa/vermelho e na cor verde, traçados fortes, lentos, rápidos, fracos e traços com avanços, recuos e interrompidos, igualmente, surgiram fragmentos de linhas. Também houve alterações positivas na paz interior, na alegria e na compreensão. Conclusão - Sugere-se a replicação desta pesquisa no futuro com número maior de pessoas, sessões de Arteterapias criativas em longo prazo e em vários contextos da saúde mental.
Ano 14 - Volume 25 - Número 1 - Janeiro Junho - 2018
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VALLADARES-TORRES, A. C. A. Arteterapias criativas com mulher dependente de múltiplas drogas um estudo
de caso. Rev Científica Arteterapia Cores da Vida. v.25, n.1, p.26-37, Jan./Jun. 2018a. Disponível em:
http://www.abcaarteterapia.com
3 ARTETERAPIAS CRIATIVAS COM MULHER DEPENDENTE DE MÚLTIPLAS DROGAS UM ESTUDO DE
CASO
Ana Cláudia Afonso Valladares-Torres
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Resumo: Introdução - Com a reforma psiquiátrica, a lógica de cuidados humanizados se modificou e exigiu novas
formas de intervenção criativas e inovadoras nos cuidados voltados aos usuários dos serviços de saúde mental, a
fim de auxiliar na reabilitação psicossocial do sujeito. Objetivo - Avaliar a eficácia da interseção da arte, da música
e a dança/movimento em um processo de Arteterapias criativas com uma mulher dependente de múltiplas drogas
e usuária de um Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas do Distrito Federal. Método - Trata-se de
um estudo de caso único, descritivo e exploratório, de caráter qualitativo. Para a coleta de dados, foram utilizados
os seguintes instrumentos: (a) Questionário com dados sociodemográficos, clínicos e psiquiátricos, (b)
“Termômetro das Emoções”, (c) Questão Aberta (qualitativa) e (d) Inventário Estruturado de Saída (quantitativo).
Resultados - A participante do caso relatou que as intervenções de Arteterapias criativas davam apoio a ela,
melhoraram o seu estado de ânimo, houve libertação catártica de temas emocionais, aumento da autopercepção e
da autoestima, e favoreceram o relaxamento, a vitalidade e a confiança em si mesma. Observou-se a ênfase na
cor rosa/vermelho e na cor verde, traçados fortes, lentos, rápidos, fracos e traços com avanços, recuos e
interrompidos, igualmente, surgiram fragmentos de linhas. Também houve alterações positivas na paz interior, na
alegria e na compreensão. Conclusão - Sugere-se a replicação desta pesquisa no futuro com número maior de
pessoas, sessões de Arteterapias criativas em longo prazo e em vários contextos da saúde mental.
Palavras-chave: Arteterapia, Arteterapias criativas, Arteterapias expressivas, Terapia pela arte, Transtornos
relacionados ao uso de substâncias, Saúde da mulher, Enfermagem psiquiátrica, Saúde mental, Processo de
cuidar em saúde, Práticas integrativas e complementares de assistência à saúde.
Creative art therapies with multiple drug dependent women - a case study
Abstract: Introduction - With the psychiatric reform, the logic of humanized care has changed and required new
forms of creative and innovative intervention in the care directed to the users of mental health services, in order to
assist in the psychosocial rehabilitation of the subject. Objective - To evaluate the effectiveness of the intersection
of art, music and dance / movement in a process of creative Arteterapias with a woman dependent on multiple
drugs and user of a Psychosocial Care Center alcohol and other drugs of the Federal District. Method - This is a
unique, descriptive and exploratory case study of a qualitative nature. The following instruments were used to
collect data: (a) Questionnaire with sociodemographic, clinical and psychiatric data, (b) "Thermometer of
Emotions", (c) Open Question (qualitative) and (d) Structured Output Inventory quantitative). Results - The
participant of the case reported that the interventions of creative Arteterapias supported her, improved her mood,
cathartic release of emotional issues, increased self-perception and self-esteem, and favored relaxation, vitality
and confidence in yourself. There was an emphasis on pink / red and green color, strong, slow, fast, weak traces
and traces with advancements, retreats and interruptions, also fragments of lines appeared. There have also been
positive changes in inner peace, joy and understanding. Conclusion - It is suggested the replication of this research
in the future with a larger number of people, creative sessions in the long term and in various contexts of mental
health.
Keywords: Art therapy, Creative arts therapy, Expressive Arts therapy, Substance-Related Disorders, Women's
Health, Psychiatric Nursing, Mental health, Health care process, Integrative and complementary health care
practices, Integrative systematic.
Arteterapias creativas con mujer dependiente de múltiples drogas - un estudio de caso
Resumen: Con la reforma psiquiátrica, la lógica de cuidados humanizados se modificó y exigió nuevas formas de
intervención creativas e innovadoras en los cuidados dirigidos a los usuarios de los servicios de salud mental, a fin
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Arteterapeuta nº 001/0301-ABCA, Doutora em Enfermagem Psiquiátrica e Profª Adjunto da Universidade de Brasília (UnB), Brasília-DF, Brasil.
E-mail: aclaudiaval@unb.br
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de auxiliar en la rehabilitación psicosocial del sujeto. Objetivo - Evaluar la eficacia de la intersección del arte, la
música y la danza / movimiento en un proceso de Arteterapias creativas con una mujer dependiente de múltiples
drogas y usuaria de un Centro de Atención Psicosocial alcohol y otras drogas del Distrito Federal. Método - Se
trata de un estudio de caso único, descriptivo y exploratorio, de carácter cualitativo. (A) Cuestionario con datos
sociodemográficos, clínicos y psiquiátricos, (b) "Termómetro de las Emociones", (c) Cuestión Abierta (cualitativa) y
(d) Inventario Estructurado de Salida (c) cuantitativa). Resultados - La participante del caso relató que las
intervenciones de Arteterapias creativas daban apoyo a ella, mejoraron su estado de ánimo, hubo liberación
catártica de temas emocionales, aumento de la autopercepción y de la autoestima, y favorecieron la relajación, la
vitalidad y la confianza en mismo. Se observó el énfasis en el color rosa / rojo y en el color verde, trazados
fuertes, lentos, pidos, débiles y rasgos con avances, retrocesos e interrumpidos, igualmente, surgieron
fragmentos de líneas. También hubo cambios positivos en la paz interior, la alegría y la comprensión. Conclusión -
Se sugiere la replicación de esta investigación en el futuro con número mayor de personas, sesiones de
Arteterapias creativas a largo plazo y en varios contextos de la salud mental.
Palavras-clave: Arteterapia, Arteterapias creativas, Arteterapias expresivas, Terapia con arte, Trastornos
Relacionados con Sustancias, Salud de la mujer, Enfermería Psiquiátrica, Salud mental, Proceso de atención de la
salud, Prácticas de salud complementarias y de integración.
Introdução
As Arteterapias criativas são o uso planejado e integrado de várias atividades de arte como as artes
plásticas, a dança ou movimento, a música e o teatro desenvolvidas com objetivos distintos e coordenadas por
um arteterapeuta qualificado. Podem ser aplicadas a um indivíduo ou a um grupo, concentrando-se em uma
variedade de necessidades, que incluemo necessidades físicas, de comunicação, psicossociais, cognitivas ou
emocionais. São desenvolvidas em vários contextos, como hospitais, centros de reabilitação, instalações de
cuidados residenciais, saúde mental, serviços de assistência social, instituições de ensino ou creches. As
Arteterapias criativas integram a experiência artística com as teorias e práticas da da Psicologia, da Psicoterapia e
da Psiquiatria como uma forma integrada de intervenção terapêutica. Trabalho que focaliza a experiência vivida no
processo terapêutico, além do produto final (IACAT, 2018).
Na Arteterapia, é enfatizado o uso da criatividade, a fim de incentivar a expressão das emoções e
sentimentos e aliviar os sintomas de estresse, de ansiedade, de depressão e melhora da qualidade de vida de
usuários participantes (VALLADARES, 2004; 2008; VALLADARES-TORRES, 2015).
Com a reforma psiquiátrica, a lógica de cuidados humanizados se modificou e exigiu novas formas de
intervenção criativas e inovadoras nos cuidados voltados aos usuários nos serviços de saúde mental, em especial
dentro dos Centros de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas (CAPS-ad), a fim de auxiliar na reabilitação
psicossocial do sujeito e o despertar da sua autonomia (VALLADARES et al., 2008; LIMA et al., 2009;
VALLADARES, 2011; VALLADARES-TORRES, 2012, 2013a; 2013b; 2017).
A dependência de drogas é um transtorno mental crônico que gera um grande impacto na vida do sujeito e
exige um cuidado amplo e complexo e que facilite o vínculo terapêutico, visto que a adesão ao serviço é baixa. Na
assistência aos dependentes de drogas, é importante a incorporação de atitudes humanizadas que possam
oferecer atitudes de empatia, disponibilidade, respeito às diferenças, generosidade, tolerância, cooperação,
acolhimento e vínculo, assim como a busca da produção de novas subjetividades por meio de atividades criativas,
lúdicas e atrativas (SNPD, 2014a; VALLADARES-TORRES, 2017).
Verifica-se que, na literatura científica vigente, existe uma carência de pesquisas aplicadas a dependentes
de drogas e, em especial, com uso de intervenções que envolvam as Arteterapias criativas.
Assim, este estudo objetivou de avaliar a eficácia da interseção da arte, da música e a dança/movimento
num processo de Arteterapias criativas por uma mulher dependente de múltiplas drogas e usuária de um Centro
de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas do Distrito Federal.
Método
Desenho do estudo
Trata-se de um estudo de caso único, descritivo e exploratório, de caráter qualitativo. Como exigido para
projetos de estudo de caso, uma ampla variedade de evidências ou dados foram utilizadas, fim de convergir para
um único ponto (YIN, 2014). Utilizou-se a fundamentação teórica da Psicologia Analítica de C. G. Jung.
Local do estudo e do participante
Participou deste estudo uma mulher adulta dependente de múltiplas drogas usuária de um CAPS-ad III do
Distrito Federal. Os CAPS-ad III funcionam de forma ininterrupta e são serviços estratégicos para coordenar e
amplificar as ações em saúde mental (SNPD, 2014b). Para assegurar o anonimato, definiu-se denominá-la de
participante-caso.
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Instrumentos de Coleta de Dados
Para a coleta de dados foram utilizados diversos instrumentos:
O primeiro foi um Questionário com dados sociodemográficos, clínicos e psiquiátricos, elaborado pela
pesquisadora, composto pelas variáveis: idade, gênero, situação conjugal, número de filhos, grupo étnico, estado
de procedência, trabalho e renda, escolaridade, religião, coabitação, drogas de dependência, início da
dependência das substâncias psicoativas, histórico psiquiátrico, co-morbidades, tentativa ou ideação suicida,
encaminhamento ao serviço, tempo de tratamento e terapia medicamentosa.
O segundo foi o“Termômetro das Emoções” modelo de Vergara (2010) que é uma escala tipo Likert e
autoaplicável, cuja intensidade varia de 1 a 10, sendo 1-menos intenso e 10-mais intenso. A escala de Likert é um
tipo de escala de resposta psicométrica, cujas categorias de resposta servem para capturar a intensidade dos
sentimentos dos participantes (LLAURADÓ, 2016). O “Termômetro das Emoções” avaliou o nível emocional dos
participantes, como: tristeza, alegria, carinho, compreensão, raiva, medo e paz interior (VERGARA, 2010). O
instrumento consistiu de um quadro, com os sentimentos nela listados, de cores diferentes. A seguir, no Quadro 1,
segue o modelo “Termômetro das Emoções” utilizado no estudo.
Quadro 1 - Modelo do “Termômetro das Emoções” utilizado para avaliar e mensurar os sentimentos da
participante-caso, antes e depois de cada intervenção de Arteterapias criativas
Sentimentos
1
Menos
2
3
4
6
7
8
10
Mais
1
Tristeza
2
Alegria
3
Raiva
4
Medo
5
Paz interior
6
Carinho
7
C
Co
om
mp
pr
re
ee
en
ns
sã
ão
o
O terceiro instrumento foi uma Questão Aberta (qualitativa) elaborada pela pesquisadora composta pela
pergunta: “O que essa dinâmica (de Arteterapias criativas) representou para você durante o seu tratamento?” Foi
utilizada no estudo ao final de cada intervenção de Arteterapias criativas.
O quarto foi um Inventário Estruturado de Saída (quantitativo) modelo adaptado de Vergara (2010)
composto por dez itens, que avaliou os efeitos gerados pelas intervenções de Arteterapias criativas, cuja
intensidade variou de sim, em parte, neutro, não e alguma observação. Esse Inventário foi respondido pela
participante-caso ao final das intervenções de Arteterapias criativas. Segue o modelo do Inventário Estruturado de
Saída no Quadro 2.
Quadro 2 - Modelo do Inventário Estruturado de Saída (quantitativo), modelo adaptado de Vergara (2010),
utilizado no estudo ao final de cada intervenção de Arteterapias criativas
Questões
Sim
Em
parte
Neutro
Não
Obs
1
Diminuição da dor
2
Maior relaxamento
3
Melhora do estado de ânimo
4
Libertação catártica de temas emocionais
5
Deixa fluir o processo criativo
6
Maior vitalidade
7
Maior confiança em si mesmo
8
Maior autonomia - Melhora a sensação de poder
9
Aumenta a autopercepção e autoestima
10
Maior aceitação da dependência de drogas
Procedimentos
Foi realizada uma pequena entrevista com a participante-caso, de forma individual, a fim de preencher os
dados sociodemográficos, clínicos e psiquiátricos, e para complementar a coleta desses dados utilizou-se a busca
ativa no seu prontuário. Antes de iniciar cada intervenção de Arteterapias criativas aplicou-se o “Termômetro das
Emoções” e logo após o término da mesma, aplicou-se novamente o mesmo instrumento, para realizar uma
análise comparativa entre os dois momentos. Posteriormente, aplicou-se a Questão Aberta (qualitativa) e, em
seguida, o Inventário Estruturado de Saída (quantitativo).
Foram realizadas quatro intervenções grupais e semanais de Arteterapias criativas, com duração
aproximada de duas horas cada, no período de abril e maio de 2017. Do grupo trabalhado, selecionou-se uma
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participante-caso, que serviu de exemplo, por ter participado ativamente das quatro intervenções de Arteterapias
criativas e que havia respondido a todos os instrumentos de coleta de dados e realizado todos os desenhos
propostos.
Cada intervenção de Arteterapias criativas incluiu atividades de aquecimento, desenvolvimento e
fechamento da intervenção e foi composta, obrigatoriamente, pelas três modalidades de artes em cada encontro,
a saber: atividades com música, dança/expressão corporal e elaboração de um produto final pelas artes plásticas.
Para tanto, foram utilizados os materiais: instrumentos de dança, óleo essencial de arnica, violão, computador e
som, giz pastel, canetinhas hidrográficas, lápis preto e borracha, giz de cera, lápis de cor e papel sulfite A4. Os
objetivos gerais das intervenções de Arteterapias criativas incluíram potencializar e valorizar o processo criativo,
facilitar a livre expressão e a catarse das emoções e favorecer os laços afetivos e sociais.
O Quadro 3 apresenta o número da intervenção, as modalidades de arte desenvolvidas em cada
intervenção e seus objetivos terapêuticos correspondentes.
Quadro 3 Descrição das intervenções de Arteterapias criativas, segundo participantes, modalidades de arte e
objetivos terapêuticos. Brasília, DF, Brasil, 2018;
Modalidade de Artes
Objetivos terapêuticos
Dança ou expressão
corporal
Música
Artes plásticas
Movimentos corporais
utilizando instrumentos
de dança: fita, leque em
tecido e retalhos de
tecidos. Houve variação
de velocidade do ritmo
do som, de lento a
agitado, assim como da
leveza a agressão de
movimentos
Escutar o som ao vivo e
instrumental de violão
(solo de violão)
Foi solicitado que os
participantes
escolhessem uma cor de
giz pastel e
desenhassem de olhos
fechados enquanto
ouviam o som das
músicas (desenho cego).
Houve variação de
velocidade do ritmo do
som, de lento a agitado
Aquecimento do trabalho
terapêutico.
Capacidade de expansão,
vivência lúdica e sensorial.
Capacidade de imaginar novo
sentido para a realidade existente.
Explorar o cotidiano.
Trabalhar a maleabilidade e
limites do corpo.
Brincadeiras e
movimentos de ativação
corporal e de respiração
profunda;
Massagem nas mãos
efetuada por outro
participante com auxílio
de óleo essencial de
arnica
Ouvir técnicas de
meditação com música
de fundo baseadas no
poder das cores:
vermelha, laranja e
amarela
Representar
graficamente as imagens
da visualização criativa
para concretização de
metas emocionais e
materiais sobre papel
branco A4
Aumentar o repertório artístico.
Promover o relaxamento psíquico.
Vivência lúdica e sensorial
Relaxamento criativo
com foco na respiração
consciente.
Representar por meio da
expressão corporal e
teatral as emoções:
tristeza, alegria, carinho,
compreensão, raiva,
medo e paz interior.
Atividade realizada em
duplas e depois exposta
para o grupo todo. Para
finalizar a sessão, houve
uma dinâmica sobre
sonhos, onde cada um
escreveu seu sonho em
um papel colocado
dentro de um balão, e
em seguida, os
participantes tinham que
cuidar para esse balão
que representava o
sonho, não cair, não se
perder, nem estourar.
Representar as emoções
anteriores por meio de
sons;
Ler e cantar uma música
em conjunto ao final da
intervenção
Representar as emoções
anteriores, com o uso de
materiais gráficos sobre
papel branco A5 e traços
em forma de linhas.
Percepção objetiva cromática e
das emoções.
Estimular a criatividade artística e
visual.
Aumentar o repertório imagético e
plástico.
Cada participante
Escutar o som ao vivo e
Representar
Reflexão da composição de uma
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recebeu massagem nas
mãos com óleo, sendo
trabalhado nesse
momento o afeto.
Assistir a apresentação
solo de dança clássica
por uma bailarina;
Prática de respiração
profunda
instrumental de violão
(solo de violão);
Ouvir técnicas de
meditação com música
de fundo baseadas no
poder das cores: verde,
azul e violeta
plasticamente as
imagens da visualização
criativa para
concretização de metas
emocionais e materiais
sobre papel branco A4
nova realidade.
Esclarecimento pessoal.
Estimular a comunicação verbal e
a integração do grupo de pares.
Análise dos dados
As questões geradas pelo questionário contendo os dados sociodemográficos, clínicos e psiquiátricos,
bem como pela Questão Aberta, foram apresentadas de forma descritiva e exploratória (qualitativa). Já os dados
emitidos pelo Inventário Estruturado de Saída e pelo “Termômetro das Emoções” foram expostos de forma
descritiva (quantitativa). Entretanto, as respostas do “Termômetro das Emoções”, também foram analisadas de
forma comparativa, antes e após cada intervenção de Arteterapias criativas.
Realizou-se, igualmente, uma análise compreensiva das quatro imagens produzidas pela participante-caso
durante as intervenções de Arteterapias criativas, e analisou-se de acordo com o enfoque da Psicologia Analítica
de Jung (FINCHER, 1991), com o apoio de dicionário dos símbolos (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2017) e dos
pressupostos do autor de desenhos projetivos (RETONDO, 2000).
Cuidados éticos
Esse estudo é um subprojeto da pesquisa da Universidade de Brasília (UnB), intitulada: “A Arteterapia
como dispositivo terapêutico nas toxicomanias”, que foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação
de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (CEP/FEPECS), sob o parecer n. 1.057.324 e CAAE
44625915400005553 de 11 de maio de 2015. A participante-caso leu e assinou o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), bem como autorizou o uso das imagens, sendo assegurando a ela o anonimato das imagens.
Resultados
A participante-caso era do gênero feminino, 32 anos, natural de Brasília, solteira, homossexual, sem filhos,
autodeclarada parda, Ensino Médio completo, estava sem vínculo empregatício e dependia da renda da irmã no
momento da entrevista, evangélica praticante e morava com a irmã, cunhado e sobrinha. Era dependente de
múltiplas drogas (álcool, cocaína e maconha) há quatro anos e aderiu ao projeto terapêutico do CAPS-ad há dois
meses.
Veio encaminhada ao CAPS-ad pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e pelo Poder Judiciário da
União, decorrente do uso de cannabis individual. No momento da entrevista, estava em uso de clomipramina
(antidepressivo). Referiu ideação suicida dois meses, entretanto negou tentativa de suicídio prévia ou co-
morbidades físicas e psiquiátricas. Também negou internações ou outros tratamentos psiquiátricos prévios. Tinha
percepção do problema e sentia a necessidade de mudar seu comportamento, entretanto, no momento, sentia
muito dificuldade de mudança.
Em relação à Questão Aberta, relatou após a primeira intervenção de Arteterapias criativas, que a mesma
incentiva o processo terapêutico, na segunda, alegou que a intervenção de Arteterapias criativas estava dando
mais força!, na terceira, era um suporte e, finalmente, após a quarta intervenção de Arteterapias criativas disse
que a mesma ajudava a dar esperança.
As imagens da atividade artística produzidas pela participante-caso nas quatro intervenções de
Arteterapias criativas e os dados detalhados resultantes do “Termômetro das Emoções” e do Inventário
Estruturado de Saída são expostos a seguir no Quadro 4.
Quadro 4 Apresentação das imagens e resultados decorrentes do “Termômetro das Emoções” e do Inventário
Estruturado de Saída da participante-caso durante as quatro intervenções de Arteterapias criativas. Brasília, DF,
Brasil, 2018. (N=1);
Categoria/Intervenções
intervenção
2ª intervenção
3ª intervenção
intervenção
Imagem Plástica
Título da Imagem
Dois ônibus
em forma de
“Espiral de
energia-
“Tristeza”-“Alegria”-“Raiva”-
“Medo”-“Paz interior”-“Carinho”-
“Troco da paz”
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raios-fé
sobrenatural”
Furação”
“Compreensão”
“Termômetro das
Emoções”
(quantitativo)
Sem
alterações:
tristeza, raiva,
medo e
carinho.
Com
alterações
positivas:
alegria (+1
ponto), paz
interior (+2
pontos) e
compreensão
(+2 pontos)
Sem
alterações:
tristeza, raiva,
medo e
carinho.
Com alterações
positivas:
alegria (+1
ponto), paz
interior (+1
ponto), carinho
(+1 ponto) e
compreensão
(+1 ponto)
Sem alterações em todas as
categorias
Sem
alterações:
tristeza, raiva,
medo, carinho
e
compreensão.
Com
alterações
positivas:
alegria (+2
pontos) e paz
interior (+2
pontos)
Inventário Estruturado
de Saída (quantitativo)
Positivo em
todas as
categorias
(diminuição da
dor, melhora
do estado de
ânimo e da
sensação de
poder,
libertação
catártica de
temas
emocionais,
deixa fluir o
processo
criativo,
aumenta a
autopercepção
e autoestima,
e maior
relaxamento,
vitalidade,
confiança em
si mesmo e
autonomia e
aceitação da
dependência
de drogas)
Positivo nas
categorias:
diminuição da
dor, melhora do
estado de
ânimo e da
sensação de
poder,
libertação
catártica de
temas
emocionais,
deixa fluir o
processo
criativo,
aumenta a
autopercepção
e autoestima, e
maior
relaxamento,
vitalidade,
confiança em si
mesmo e
autonomia.
Não houve
melhora na
aceitação da
dependência
Positivo nas categorias: melhora
do estado de ânimo e da
sensação de poder, libertação
catártica de temas emocionais,
deixa fluir o processo criativo,
aumenta a autopercepção e
autoestima, e maior relaxamento,
vitalidade e aceitação da
dependência de drogas.
Alegou ser neutra a diminuição da
dor e a maior autonomia
Positivo nas
categorias:
diminuição da
dor, melhora
do estado de
ânimo,
libertação
catártica de
temas
emocionais,
aumenta a
autopercepção
e autoestima,
e maior
relaxamento,
vitalidade,
confiança em
si mesmo e
autonomia e
aceitação da
dependência
de drogas.
Alegou ser
neutra a
criatividade e
maior
sensação de
poder
Fonte: Banco de dados da pesquisa
Por meio das intervenções de Arteterapias criativas, a participante-caso expôs movimentos intensos nas
atividades corporais e cantou alto e ativamente as canções. Nas atividades plásticas, manteve-se concentrada e
em silêncio. Isto é, a participante-caso soltou suas energias e tensões tanto no trabalho corporal como no musical
e, ao mesmo tempo, tranquilizou-se ao desenvolver as atividades plásticas.
Em relação às imagens de arte produzidas no processo arteterapêutico criativo, observou-se a ênfase nas
cores rosa, vermelho e verde, traçados fortes, lentos, rápidos, fracos e traços com avanços, recuos e
interrompidos, igualmente, surgiram fragmentos de linhas.
O número dois-dualidade também apareceu de forma marcante nas imagens. No desenho da primeira
intervenção, apareceram: duas cores (verde e preto), dois movimentos e dois ônibus. No desenho da segunda
intervenção surgiram duas cores (rosa/vermelho e amarelo) e duas espirais, uma em sentido horário e outra em
sentido anti-horário. Das imagens produzidas na terceira intervenção emergiram cores frias e, ao mesmo tempo,
cores quentes. E, finalmente, na última intervenção, despontou um círculo com conteúdos tanto internos, como
externos.
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A participante-caso expressou verbalmente as vantagens e as desvantagens do seu uso abusivo de
substâncias psicoativas, o esforço da redução do consumo delas e os problemas desencadeados pela
dependência, contudo expôs a possibilidade de mudança e de se reverter algumas situações de vida como
reatar o vínculo com o futebol, com o trabalho e a renda e com pessoas queridas distantes.
Sobre o “Termômetro das Emoções”, na soma total das quatro intervenções de Arteterapias criativas e de
forma comparativa, houve alterações positivas na paz interior (+5 pontos), alegria (+4 ponto) e compreensão (+3
pontos). Sem alterações a tristeza, raiva, medo e carinho.
No Inventário Estruturado de Saída, nas quatro intervenções de Arteterapias criativas houve alterações
positivas nos aspectos: melhora do estado de ânimo, libertação catártica de temas emocionais, aumento da
autopercepção e autoestima, e maior relaxamento, vitalidade, confiança em si mesma.
Discussão
de-se constatar que os primeiros momentos das intervenções de Arteterapias criativas foram de
preparação do processo terapêutico propriamente dito, atividades com corpo, respiração, meditação e música que
permitiram ativar o distanciamento mental e físico dos problemas e o estímulo à criatividade, para, em seguida,
constelar a imagem artística final. Assim, o conjunto integrativo dança ou movimentos corporais, música e artes
plásticas auxiliou a participante-caso a entrar em contato com seus sentimentos, afetos e sensações e a se
expressar por meio das diversas modalidades de artes.
Cada intervenção de Arteterapias criativas repercutiu uma forma diferente na participante-caso em relação
aos itens avaliados. Entretanto, as atividades, de modo geral, facilitaram que a participante-caso tomasse
consciência desses sentimentos e/ou sensações, promovesse o diálogo com esses sentimentos e encontrarasse
novas maneiras de lidar com eles. Juntar as modalidades de arte diversas e variadas estimulou diversas áreas
psíquicas da participante-caso.
Em relação às imagens de arte produzidas no processo arteterapêutico criativo, observou-se a ênfase na
cor rosa/vermelho e verde, e, conforme Fincher (1991) e Chevalier e Gheerbrant (2017) a cor rosa é a cor
feminina, recebe conotação de sensualidade, de emoção, de juventude e está associada com o corpo físico, em
razão de doenças ou tensões. Para os autores, a cor verde simboliza a renovação cíclica do mundo natural, bem
como o princípio de crescimento natural e saudável e a capacidade de nutrir os seres vivos. Continuando Fincher
(1991), a mistura das duas cores (vermelho e rosa/vermelho) pode indicar conflito, uma contradição de emoções
intensas.
O número dois exprime um estágio de diferenciação, que estabelece os opostos, corresponde ao início de
toda confusão, dissensão e antagonismo. O número dois anuncia tensão, separação e conflito, não obstante, é a
conexão saudável que indica o retorno da harmonia (FINCHER, 1991).
A espiral no sentido horário simboliza algo que se move para a consciência ou para a manifestação
representado no desenho pela cor amarela, no sentido anti-horário cor rosa/vermelho indica involução de
energia que retorna para o centro, ou para o inconsciente (FINCHER, 1991).
Os traçados com variedade na pressão podem indicar flexibilidade, capacidade de adaptação ou labilidade
de humor, instabilidade e impulsividade. Traços com avanços e recuos podem simbolizar emotividade, ansiedade,
falta de confiança em si mesmo e hesitação diante de novas situações de vida. E os traços interrompidos também
podem expressar angústia, insegurança ou agressividade controlada e oposição (RETONDO, 2000). A
fragmentação de linhas pode sugerir um período de medo, de confusão, de perda de significado e de
desorientação, isto é, um mundo que se desintegra (FINCHER, 1991).
A participante-caso era dependente de múltiplas drogas e, apenas dois meses, aderiu ao projeto
terapêutico do CAPS-ad e veio, inicialmente, encaminhada ao CAPS-ad pelo Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e pelo Poder Judiciário da União. Seria esperado que ela pudesse estar vivendo uma fase conflitiva,
repleta de tensões, instabilidade, ansiedade, angústia, insegurança, medo, confusão, desorientação, contradição
de opostos e antagonismo. Características que foram enunciadas pelos trabalhos plásticos produzidos pela
participante-caso e que refletem seu momento de vida atual, visto que os desenhos foram marcados pelas
peculiaridades: contraste de cores (rosa/vermelho e verde), traçados destoantes (fortes, lentos, rápidos, fracos),
traços díspares (com avanços, com recuos e interrompidos), a presença marcante do número dois-dualidade e a
espiral em dois sentidos.
Esses atributos corroboram o Estágio de contemplação (PROCHASKA; DICLEMENTE; NORCROSS,
1992) pelo qual a participante-caso estava passando, que se configura pela ambivalência de sentimentos, uma
vez que ela conseguia perceber tanto os aspectos positivos, quanto os negativos em relação à sua dependência
de drogas, além da consciência em relação ao seu tratamento e da possibilidade transformação da sua vida, mas,
ao mesmo tempo, percebia a sua dificuldade de mudança. Aspectos que também foram expressos na sua
verbalização (vantagens e as desvantagens do seu uso abusivo de substâncias psicoativas) e nos seus
movimentos corporais (soltou suas energias e tensões e, simultaneamente, tranquilizou-se com as atividades
plásticas). E que caracterizam, de certa forma, a possibilidade de restauração da psique e um preparo natural para
outro Estágio de mudança (preparação) de Prochaska, DiClemente e Norcross (1992) .
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A partir da Questão Aberta, a participante-caso verbalizou e enfatizou que o processo de Arteterapias
criativas significava uma forma de suporte e apoio, nesse momento de sua vida, provavelmente porque o referido
processo possibilitou com que ela pudesse expressar, por meio do corpo, das artes plásticas e da música suas
angústias, suas ansiedades, suas frustrações e seus medos e, ao expressar esses sentimentos, foi-lhe
proporcionada a possibilidade de elaborá-los para que a mudança pudesse ocorrer. A participante-caso se
encontrava no Estagio de contemplação e ainda visualizava dificuldade na mudança.
Sobre as respostas do “Termômetro das Emoções”, as intervenções de Arteterapias criativas trouxeram
paz interior, alegria e compreensão. Aspectos que corroboram as respostas da Questão Aberta, que enfatizam
que as Arteterapias criativas funcionam como uma terapia de suporte e de apoio para a participante-caso. Mesmo
que tenha havido mudança nos sentimentos negativos (tristeza, raiva e medo), pressupõe-se que, no processo
arteterapêutico criativo, estimularam-se, sobretudo, os aspectos positivos. Afinal, o tempo de terapia foi curto, de
apenas quatro semanas.
Essa condição se sustentou pelas respostas do Inventário Estruturado de Saída, em que a participante-
caso alegou que as intervenções de Arteterapias criativas melhoraram o seu estado de ânimo, houve libertação
catártica de temas emocionais, aumento da autopercepção e da autoestima e maior relaxamento, vitalidade e
confiança em si mesma, mesmo num curto espaço de tempo, já enfatizado anteriormente.
A dependência de drogas gera sentimentos de raiva, de medo, de ansiedade e de tristeza. Todavia
possibilitar a expressão desses sentimentos faz parte do processo terapêutico, para que os participantes possam
extravasar e elaborar seus traumas, aceitar suas limitações, simultaneamente, potencializar suas qualidades e
trazer à tona emoções positivas como amor, compreensão, alegria, paz de espírito. Complementa Gabriel (2013),
ao descrever que o processo arteterapêutico desenvolve a expressão e imaginação espontaneamente dos
participantes, favorece descarregar tensões, exteriorizar alegrias, temores e fantasias, proporcionando-lhes
autoconhecimento e permite expor aspectos secretos, conflitos e favorece a autonomia do sujeito, bem como a
compreensão de si mesmo e do outro.
Foi possível encorajar a participante-caso a se sentir mais autoconfiante e autônoma em seus projetos de
vida, partindo de um ambiente terapêutico seguro no CAPS-ad, para se conectar posteriormente, de forma mais
autônoma e autoconfiante, ao seu mundo externo. Fator importante, visto que os dependentes de drogas ficam
frequentemente alienados em uma sociedade repleta de preconceitos. As evidências do estudo também apontam
que desenvolver uma escuta qualificada às emoções e aos aspectos inconscientes é fundamental para a
reabilitação psicossocial. Colagrande (2015) já havia verificado, em seu estudo, que a possibilidade de dar forma e
vazão aos conteúdos inconscientes libera uma grande carga de energia que estava bloqueada e permite novas
perspectivas e mudanças concretas na vida do participante.
Por essa razão, alguns participantes de intervenções de Arteterapia relataram impactos positivos da arte
em sua recuperação, em especial, devido à incorporação de atividades inovadoras, lúdicas e criativas
(VALLADARES-TORRES, 2013a; 2017). Alguns trabalhos que descreveram os benefícios das Arteterapias
criativas, realizados por pelos autores Treder-Wolff (1990), Bradt e Goodill (2013), Dieterich-Hartwell e Koch
(2017), Gerge e Pedersen (2017), Qiu et al. (2017), Reilly et al. (2017), Thaler et al. (2017), Darewych e Bowers
(2018) e Levy et al. (2018 e que reforçam os resultados desta pesquisa serão apresentados a seguir.
Os achados da pesquisa de Bradt e Goodill (2013) reforçam os benefícios das intervenções das
Arteterapias criativas que funcionam como um adjuvante na remissão de sintomas negativos, no tratamento e na
reabilitação de pessoas, sejam essas dependentes de drogas ou com outros transtornos ou patologias. A literatura
mostra que as Arteterapias criativas, tais como dança/movimento corporal, música, artes plásticas, poesia,
dramaterapia, são cada vez mais utilizadas para auxiliar no cuidado de pessoas com câncer, por exemplo, e em
sua recuperação.
Igualmente, o estudo de Treder-Wolff (1990) apontou a importância do processo criativo da musicoterapia
com pacientes dependentes de drogas ambulatoriais em um programa de tratamento de abuso de substâncias. O
autor constatou que quebrar o ciclo viciante para identificar e explorar os afetos é um processo de educação e de
comunicação interpessoal, mas que pode ser efetivado por meio de exercícios de música que facilitam a
expressão emocional dos participantes.
As artes tornam-se cada vez mais ferramentas clínicas para promover a saúde e o bem-estar psicológico
dos indivíduos. O artigo de Darewych e Bowers (2018) apresentou os efeitos positivos das intervenções artísticas
sobre a criatividade, a imaginação, a reflexão sobre a vida, a obtenção de insights sobre as forças das emoções e
da espiritualidade por meio de casos clínicos. Isso acontece porque, desde os tempos antigos, as artes têm sido
usadas por humanos em todo o mundo como métodos de cura e veículos de comunicação.
De acordo com a literatura, as Arteterapias criativas com sua atenção à linguagem pré-verbal música,
imagens, dança, jogo de papéis e movimento são capazes de atingir os indivíduos por meio dos sentidos e
promover a integração sucessiva, que pode levar à transformação e à mudança terapêutica. Um artigo forneceu
exemplos clínicos e de pesquisa enfatizando o papel das Arteterapias criativas em prol do fortalecimento
emocional de indivíduos refugiados em seu processo de transformação, em um espaço seguro e tranquilizador.
Para os autores, trabalhar com Dançaterapia e a terapia do movimento pode promover a experiência do corpo
como um lar e, portanto, proporcionar um local de partida seguro, a partir do qual se regula a excitação, aumenta
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a intercepção e simular processos relacionados a trauma e recursos. ouvir, tocar e cantar música da cultura
doméstica podem ajudar os indivíduos a manterem sua individualidade cultural e pessoal. E, finalmente, a criação
por meio de desenhos, pinturas ou escultura em torno de temas casas e ambientes do passado pode ajudar os
refugiados a manter sua identidade por meio da arte, criar espaços seguros para o futuro e ajuda a olhar para
frente, reter recursos e recuperar o controle (DIETERICH-HARTWELL; KOCH, 2017).
Os programas de artes são cada vez mais reconhecidos pela sua capacidade de melhorar os cuidados de
saúde e promover os resultados da saúde, como melhoria da qualidade de vida, aumento da motivação e níveis
reduzidos de depressão e ansiedade (LEVY et al., 2018). Outras pesquisas, da mesma forma, sugerem que as
Arteterapias criativas podem produzir melhorias em curto prazo em autoconceito, humor e bem-estar percebido
em várias populações de pacientes (THALER et al., 2017).
Gerge e Pedersen (2017) apresentaram um estudo sobre o uso das Arteterapias criativas para ajudar os
clientes a superarem o trauma e o estresse. Levy et al. (2018) demostrou o efeito positivos da prática clínica das
Arteterapias criativas para melhorar o acesso a cuidados de saúde mental e a reabilitação de veteranos rurais.
Para Qiu et al. (2017), as Arteterapias criativas podem promover a interconexão entre o corpo e a mente e, após,
ao desenvolver um programa de Arteterapias criativas voltado para detentos com esquizofrenia, observaram
diminuição de sintomas de ansiedade, da depressão, da raiva e dos sintomas psiquiátricos negativos e melhor
conformidade com as regras, socialização com os pares, conformidade com os medicamentos e padrões de sono
regular após dezesseis sessões semanais de terapia.
Os achados de Reilly et al. (2017) sugerem que as Arteterapias criativas proporcionam um lugar seguro e
dinâmico para as mulheres com câncer de mama refletirem sobre suas mudanças pessoais profundas e relatar as
perdas após as adversidades. Um programa de Arteterapias criativas aplicado a mulheres com distúrbios
alimentares mostrou os benefícios em relação à autoexpressão, à criatividade e à melhora do humor em curto
prazo (THALER et al., 2017).
Outros artigos, conjuntamente, agora em forma de estudos de caso, enfatizaram os aspectos positivos das
Arteterapias criativas e confirmaram os achados desta pesquisa e foram descritos pelos autores Ahessy (2017);
Ko (20170; Luna (20170; Corredor Bautista (2018).
Estudo de caso desenvolvido por Luna (2017) sobre mulheres que viveram violência doméstica superada
pela Arteterapia, concluiu que o método terapêutico gerou efeito catártico e funcionou como uma possibilidade de
cura, isto é, de lidar com uma situação desvantajosa e sair dela, em determinado momento de vida.
O estudo de caso apresentado por Ko (2017) sobre uma mulher coreana sobrevivente de violência
doméstica residente nos EUA e que utilizou a dança/movimento terapia em mais de dez sessões, percebeu que a
utilização do espaço foi um elemento proeminente na criação da dança. A mulher, no processo terapêutico, ao se
mover para trás e para frente, representou simbolicamente as lembranças de abuso do passado e reforçou o
desejo de avançar, respectivamente.
Sessões de musicoterapia individual desenvolvidas com uma mulher idosa portadora de doença de
Alzheimer por dezoito meses oportunizou fortalecer e validar sua identidade, da mesma forma como expressar
verbalmente as emoções e refletir sobre a experiência da doença (AHESSY, 2017).
Outra pesquisa qualitativa de estudo de caso único, com enfoque na teoria psicanalítica, foi realizada com
um paciente de vinte anos com problemas de ansiedade e em busca do autoconhecimento. O paciente passou por
um processo psicológico por um ano, incorporou técnicas que envolveram aspectos simbólicos, artísticos e lúdicos
e levou em consideração aspectos técnicos como: enquadramento, transferência-contratransferência,
interpretação e associação livre. Os resultados mostraram que essas técnicas geravam mobilização positiva
psíquica no paciente (CORREDOR BAUTISTA, 2018).
Considerações Finais
Neste artigo, foi apresentado um estudo de caso de Arteterapias criativas de curto prazo voltado para uma
mulher dependente de múltiplas drogas e usuária de um CAPS-ad. O estudo conseguiu avaliar de forma
qualiquantitativa a interseção da arte, da música e da dança/movimento. O estudo de caso favoreceu um enfoque
mais complexo, no qual se buscaram várias evidências convergentes sobre o caso pesquisado. Assim, a utilização
de várias fontes de coleta de dados foi importante para validar a eficácia das atividades usando Arteterapias
criativas.
Os instrumentos usados na pesquisa serviram de guia para uma exploração de dados qualiquantitativos
no contexto das Arteterapias criativas. A participante-caso, ao responder o “Termômetro das Emoções”, permitiu
avaliar as suas mudanças no humor e os sentimentos antes de após as intervenções. Já o Inventário Estruturado
de Saída e a Questão Aberta possibilitaram verificar a eficácia das intervenções desenvolvidas pelas Arteterapias
criativas de forma quanti e qualitativa.
Além disso, o estudo destacou as aplicações de terapias não verbais, como as Arteterapias criativas para
ajudar pacientes que têm mais dificuldade de expressar-se por meio de terapias verbais tradicionais, bem como, a
integração de várias modalidades de artes nas terapias aplicadas a uma mulher dependência de múltiplas drogas.
As Arteterapias criativas multimodais foram ferramentas terapêuticas importantes que possibilitaram à
participante-caso percorrer mais livremente os cainhos entre o desenho, a dança ou a expressão corporal e a
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música integradas e ajudaram-na a explorar seus conteúdos emocionais. As atividades de Arteterapias criativas
significaram brincar, cantar, dançar, desenhar, colorir, assistir espetáculos de arte (dança e música), respirar ou
ouvir música para interagir, comunicar com outras pessoas no grupo e a criar vínculos. Dessa forma, as atividades
facilitaram a descontração, a distração, a movimentação da participante-caso e, igualmente, o acessar emoções,
sentimentos, memórias e sonhos que são muito difíceis de expressar em palavras.
Sugere-se a replicação dessa pesquisa no futuro com número maior de pessoas, sessões de Arteterapias
criativas em longo prazo e em vários contextos da saúde mental.
Colaboradores
Gestão e servidores do CAPS-ad III e alunos de pesquisa.
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... A complexidade do tratamento e reabilitação da dependência de drogas indica a necessidade de considerar como um dos caminhos terapêuticos prioritários as Arteterapias criativas para aqueles que dificilmente verbalizam suas emoções e sentimentos e que têm dificuldade na adesão às terapias convencionais (4) . A Arteterapia tem-se mostrado favorável na redução dos sintomas emocionais de pessoas drogadictas, pois permite que elas exponham seus sentimentos, sensações e pensamentos e, ao expor esse conteúdo, a pessoa organiza sua energia interna e estimula seu autoconhecimento (5) , características significativas para o processo de enfrentamento do transtorno. ...
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RESUMO Objetivo: identificar a percepção de um grupo de pessoas adultas com transtornos induzidos por substâncias sobre as intervenções de Arteterapia. Métodos: pesquisa qualiquantitativa, descritiva e exploratória por meio de instrumentos aplicados aos toxicômanos, como feedback individual ao final de três intervenções de Arteterapia (relaxamento, visualização criativa e atividade de arte). Resultados: os resultados das avaliações da análise de conteúdo e termômetro das emoções foram a diminuição da tensão e ansiedade, proporcionaram o relaxamento ou distração, seguida da melhora de humor, diminuição da tristeza e aumento da alegria, além de facilitarem a integração e o acolhimento grupal. Conclusão: Arteterapia é uma intervenção benéfica, que contribui significativamente para um cuidado mais humanizado no campo da saúde mental, em especial da dependência de drogas. As intervenções criativas e dinâmicas favorecem o relaxamento e, concomitantemente, diminuem a tensão e a ansiedade, bem como melhoram o humor de seus participantes. Palavras-chave: Terapia pela arte, Saúde mental, Transtornos relacionados ao uso de substâncias, Enfermagem psiquiátrica, Serviços de saúde mental. ABSTRACT Objective: to identify the perception of a group of adult people with substance-induced disorders about Art therapy interventions. Methods: qualitative, quantitative, descriptive and exploratory research using instruments applied to drug addicts, such as individual feedback at the end of three Art therapy interventions (relaxation, creative visualization and art activity). Results: the results of the content analysis and thermometer evaluations of emotions were the reduction of tension and anxiety, provided relaxation or distraction, followed by improved mood, decreased sadness and increased joy, in addition to facilitating integration and welcoming group. Conclusion: Art therapy is a beneficial intervention, which
... A Arteterapia é um processo terapêutico que evoca a criatividade dos seus participantes (VALLADARES-TORRES, 2012;2013c;SKEFFINGTON, 2014;LOPES et al., 2016;VALLADARES-TORRES, 2016;PAIVA;VALLADARES-TORRES, 2017;VALLADARES-TORRES, 2017a;b;2018a;b;. ...
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Resumo: Introdução: Arteterapia é um método de comunicação, de expressão e de reequilíbrio mental. Objetivo: avaliar o uso de desenho projetivo da “Ponte” em Arteterapia como terapia e elucidação de sonhos com usuários de um Centro de Atenção Psicossocial-álcool e outras drogas do Distrito Federal e conhecer o perfil desses participantes. Método: Estudo descritivo, exploratório e com abordagem mista. Participaram do estudo 108 usuários do CAPS-ad III do Distrito Federal que eram dependentes de drogas, de ambos os sexos, apresentar idade igual ou superior a dezoito anos e foram excluídos os que apresentassem dificuldade física e/ou mental de compreender o desenho projetivo e/ou de responder os instrumentos da pesquisa. Foram realizadas entrevistas para a busca dos dados sociodemográficos, clínicos e psiquiátricos e identificar o estágio de mudança dos indivíduos. Foram utilizados materiais gráficos, como canetinhas hidrocores, giz de cera, lápis de cor, lápis preto e borracha, bem como papel sulfite branco A4. Em seguida, foi desenvolvida uma entrevista sobre o desenho projetivo elaborado que continha as questões: título do desenho projetivo da “Ponte” e quais os sonhos, objetivos e/ou responsabilidade/sonhos dele/a partir da ponte? Resultados: 108 participantes com idades entre 18 a 77 anos, com média de idade de 42,8 anos, sendo que 80,6% eram do sexo masculino. Em relação à situação clínica e psiquiátrica, o grupo foi composto por dependentes de álcool (57,4%) e prevaleceram participantes que tinham o tempo de acompanhamento no CAPS-ad menores que um ano (57,4%), portanto 63 (58,3%) dos participantes se encontravam nos Estágios iniciais de Mudança: pré contemplação e contemplação. Foram encontradas 98 respostas (90,7%) que expunham sonhos e/ou desejos dos participantes. A partir da análise dos dados sobre o desenho como terapia e elucidação de sonhos com usuários, foi possível identificar sete categorias das verbalizações sobre o desenho, a saber: a) Sonhavam em manter-se no tratamento da dependência de drogas (29 citações); b) Desejavam uma mudança no estilo de vida (55 citações); c) Almejavam a reestruturar da dinâmica familiar (17 citações); d) Cobiçavam um emprego (14 citações); e) Ansiavam por retornar aos estudos (5 citações); f) Idealizaram ficar em abstinência da droga (17 citações); e g) Pretendiam evitar as recaídas (11 citações). Considerações Finais: Foi possível observar, no estudo, a relação entre as projeções futuras e o desejo de alta no tratamento, superação da dependência e reintegração na sociedade.
... A Arteterapia é um processo terapêutico que evoca a criatividade dos seus participantes (VALLADARES-TORRES, 2012;2013c;SKEFFINGTON, 2014;LOPES et al., 2016;VALLADARES-TORRES, 2016;PAIVA;VALLADARES-TORRES, 2017;VALLADARES-TORRES, 2017a;b;2018a;b;. ...
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Introdução - Os Centros de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas (CAPS-ad) buscam promover a reabilitação psicossocial do sujeito como um todo e o resgate da sua qualidade de vida e autonomia. Para tanto, utiliza o plano terapêutico como uma ferramenta inicial desse processo. O desenho ou a arte, sendo um instrumento não verbal e criativo, facilita a comunicação de conteúdos psíquicos internos. Objetivo - Aplicar e avaliar o desenho, denominado de “Metáfora da Chuva”, como instrumento de comunicação terapêutica, predominantemente não verbal, a fim de identificar necessidades do processo de adoecimento para melhor elaboração do plano terapêutico do participante. Material e Método - Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantiqualitativa, do tipo descritivo e exploratório. Foi um estudo-piloto de criação e de avaliação de um instrumento em que se utilizou o desenho da “Metáfora da Chuva”. Foram aplicados a 34 toxicômanos de ambos os sexos de um CAPS-ad III do Distrito Federal, por conveniência, que participaram de três intervenções coletivas de Arteterapia com duração de duas horas cada. Foram utilizados um desenho projetivo da “Metáfora da Chuva” e os seguintes instrumentos: 1 – Entrevista sociodemográfica e clínica dos participantes; 2 – Inquérito semiestruturado sobre o desenho. As respostas foram direcionadas à análise descritiva e exploratória de cunho quantitativo e avaliação do conteúdo escrito nos desenhos, direcionados à análise qualitativa do tipo temático estrutural. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e esclarecido, e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (CEP/FEPECS), sob o parecer nº 1.057.324 de 11 de maio de 2015. Resultados - Participaram deste estudo 34 pessoas de dependentes de substâncias psicoativas que frequentavam um CAPS-ad do Distrito Federal durante três intervenções de Arteterapia. A maioria era do sexo masculino, alcoolista, tinha idade que variava entre 23 a 59 anos, sendo a média de 41 anos de idade – adultos-jovem e menos de um ano de tratamento no CAPS-ad. As causas ou motivos de início do uso de substâncias psicoativas (SPA) foram representadas pelo lago no desenho e divididas em quatro dimensões: individual (67,6%), familiar (55,9%), social (50%) e escolar (17,6%). As SPA foram representadas pelas nuvens no desenho e foram descritas segundo a frequência em que foram citadas: álcool (82,4%), maconha (55,9%), crack (50%), cocaína (44,1%), tabaco (26,5%), outras drogas (35,3%). E as consequências do uso e abuso de SPA foram representadas pelos pingos de chuva e classificados da seguinte forma: dimensões de Saúde Mental (73,6%), dimensão familiar (61,7%), trabalho (38,2%), aspecto pessoal (38,2%), afastamentos e conflitos sociais (38,2%) e déficit na aparência física (14,70%). Conclusão: A “Metáfora da chuva” ajudou os usuários a melhor visualizar o processo de causa-consequência do uso das substâncias psicoativas, facilitando a implementação do plano terapêutico. A pequena amostra neste estudo deve ser observada como limitação a esses achados. Sugere-se que a “Metáfora da chuva” seja replicada no acolhimento dos pacientes dos CAPS-ad, como uma prática contínua, em especial para pessoas que tem dificuldade de verbalizar seu processo de adoecimento.
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RESUMO Introdução: A complexidade em torno do tratamento e da reabilitação psicossocial de dependentes de drogas indica a necessidade de considerar a eficácia de ferramentas criativas e inovadoras, como o uso do desenho-história em Arteterapia voltada para aqueles que dificilmente verbalizam suas emoções e sentimentos espontaneamente. Objetivo: Este estudo objetivou avaliar o uso de desenhos-histórias em Arteterapia na perspectiva terapêutica para dependentes de drogas, usuários de um serviço de Saúde Mental. Método: Trata-se de uma pesquisa mista realizada com 108 dependentes de drogas, por meio de questionário e um desenho-história temático da "Ponte da vida" em Arteterapia. Para o processamento dos dados, utilizou-se a análise quantitativa e agregaram-se as frequências das variáveis numéricas e também a técnica da análise de conteúdo temática. Resultados: Os desenhos da ponte foram agrupados em cinco categorias, a saber:. 2 (a) projeção da sua própria expressão emocional relacionada à dependência de drogas; (b) manifestação da ambivalência perante a vida; (c) conscientização da significação simbólica de travessia ou passagem; (d) mediadora da preparação para a solução dos problemas ou de aspectos saudáveis para o futuro e (e) não relacionada com o sofrimento psíquico decorrente da dependência de drogas. Conclusão: O uso de desenhos-histórias em Arteterapia, na perspectiva terapêutica para dependentes de drogas, foi eficaz, para que os participantes expusessem verbalmente suas emoções e sentimentos. Palavras-chave: Transtornos relacionados ao uso de substâncias. Saúde mental. Terapia pela Arte. Enfermagem psiquiátrica. ABSTRACT Introduction: The complexity surrounding the treatment and psychosocial
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Introdução: O uso nocivo do álcool e outras drogas pelas mulheres geralmente é decorrente de situações de violência doméstica ou intrafamiliar, histórico de trauma, atuais ou de infância, envolvimento em serviços de proteção à criança, falta de moradia e automedicação. Objetivo: Identificar a percepção de um grupo de mulheres adultas em sofrimento psíquico relacionado ao abuso ou dependência de drogas sobre as intervenções de Arteterapia em um Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas III (CAPS-ad) de Brasília-DF. Método: Descritivo, exploratório, de caráter misto, baseado na Psicologia Analítica de C. G. Jung durante o período quatro meses com um grupo aberto de mulheres mediante aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa (CEP/FEPECS), sob o CAAE nº 44625915400005553 e, preenchimento do TCLE. Em nove encontros semanais de duas horas cada ocorreram as atividades grupais com dinâmicas e técnicas diversificadas abordando o desenvolvimento humano. As mulheres escolheram nomes fictícios de flores para assinarem seus trabalhos. Resultados: Por meio dos dados sociodemográficos e clínicos nota-se que 56% eram dependentes de múltiplas drogas psicoativas, em especial do álcool e crack e 61% delas dava preferência ao uso da droga no ambiente privado. Tinham idade mínima de 29 e máxima de 59 anos, sendo 61% estavam entre 36 a 50 anos e a média de anos foi de 41. 67% das mulheres tinham os grupos terapêuticos como tipo de vínculo com a instituição. 56% eram solteiras ou separadas, mas do total de mulheres, 44% tinham parceiros dependentes de drogas, 83% tinham filhos, mas 60% dos filhos não viviam com elas e a média de filhos foi de 2,8. Tempo de tratamento no CAPS-ad foi de 94% para menos de cinco anos. Grau de escolaridade que prevaleceu foi o ensino fundamental de 56%. Grupo étnico prevalente foi de pardas com 61%. A maioria (61%) era procedente do Distrito Federal, sendo que 56% moravam com a família. 100% das mulheres participantes já haviam sofrido algum tipo de violência, sendo que 78% foram cometidas pelo companheiro. Nas respostas fechadas, 80% das participantes concordaram que a Arteterapia trazia maior relaxamento e deixa fluir o processo criativo; 76% que a Arteterapia melhorava o estado de ânimo e autoconhecimento, já 68% aumenta as habilidades de enfrentamento da dependência de drogas e reforça os sentimentos positivos, 64% maior autonomia, 60% maior confiança em si mesmo, 56% ajuda a desabafar raiva, culpa e medo e, 52% ajuda a aliviar os sintomas físicos. Constatou-se que 91,2% alegaram satisfação com o trabalho de Arteterapia e 89,6% relataram eficácia da Arteterapia na sua vida da pessoa participante. Considerações Finais: Constatou-se que a Arteterapia é eficaz e satisfatória para as mulheres dependentes de drogas, o que pode gerar melhor qualidade de vida e humanização de cuidados em saúde mental, sugerindo programas de tratamento com o uso da Arteterapia na reabilitação psicossocial. Assim, o uso da pode ser uma ferramenta constante nos atendimentos às mulheres dependentes de drogas.
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Resumo: A dependência de drogas é um tema complexo e pode repercutir negativamente na vida do ser humano de forma ampla e gerar uma infinidade de problemas mentais, físicos, emocionais, socioculturais e espirituais. Este estudo tem como objetivo analisar e comparar o nível emocional de mulheres dependentes de drogas antes e após cada intervenção de Arteterapia, bem como caracterizar o perfil socioeconômico, clínico e psiquiátrico das participantes do estudo. Estudo descritivo, exploratório, comparativo e avaliativo, com abordagem quantitativa, realizado em um Centro de Atenção Psicossocial a dependentes de álcool e de outras drogas III. Participaram do estudo 22 mulheres dependentes de drogas psicoativas. Aplicou-se um questionário com o perfil sociodemográfico, clínico e psiquiátrico, um "Termômetro das Emoções" em pré e pós-teste das participantes, antes a após às quatro intervenções de Arteterapia, utilizando-se histórias. Empregou-se a abordagem quantitativa para análise dos dados e agregaram-se as frequências das variáveis numéricas dos dados sociodemográficos, clínicos e psiquiátricos e para as respostas iniciais e finais das respostas das variáveis do "Termômetro das Emoções" foram digitadas em um banco de dados elaborado no software Microsoft Excel® (2010), empregou-se o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)®, versão 20.0 e realizou-se uma análise descritiva. O "Termômetro das Emoções" assegurou o relaxamento, favoreceu a integração e melhorou o estado de ânimo ao longo as intervenções de Arteterapia Avaliar as intervenções de Arteterapia por meio da comparação do nível emocional das participantes antes e após cada intervenção de Arteterapia mostrou o impacto do uso de histórias na perspectiva de mulheres dependentes de drogas usuárias de um serviço de Saúde Mental. Palavras-chave: Arteterapia, Arteterapias criativas, Arteterapias expressivas, Terapia pela arte, Terapia pela arte, Saúde da mulher, Enfermagem psiquiátrica, Transtornos relacionados ao uso de substâncias, Saúde mental, Processo de cuidar em saúde, Práticas integrativas e complementares de assistência à saúde. Emotional changes in Art therapy interventions using stories applied to drug dependent women Abstract: Drug addiction is a complex issue and can have a negative impact on human life in a broad way and generate a multitude of mental, physical, emotional, sociocultural and spiritual problems. This study aims to analyze and compare the emotional level of drug dependent women before and after each Art Therapy intervention, as well as to characterize the socioeconomic, clinical and psychiatric profile of the study participants. Descriptive, exploratory, comparative and evaluative study, with a quantitative approach, carried out in a Psychosocial Care Center for alcohol and other drug addicts III. Twenty-two women dependent on psychoactive drugs participated in the study. A questionnaire with a sociodemographic, clinical and psychiatric profile, a "Thermometer of Emotions" was applied in the pre and post-test of the participants, before and after the four Art Therapy interventions, using stories. The quantitative approach was used to analyze the data and the frequencies of the numerical variables of the sociodemographic, clinical and psychiatric data were added and for the initial and final responses to the responses of the variables of the "Thermometer of Emotions" were typed in a database developed in Microsoft Excel® software (2010), the software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) ®, version 20.0 was used and a descriptive analysis was performed. The "Thermometer of Emotions" ensured relaxation, favored integration and improved mood throughout Art Therapy interventions Evaluating Art Therapy interventions by comparing the emotional level of the participants before and after each Art Therapy intervention 1 Arteterapeuta nº 001/0301-ABCA, Doutora em
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Resumo: Introdução - O uso nocivo de substâncias psicoativas é uma questão de saúde pública e os fatores que levam ao consumo exacerbado de álcool e de outras drogas são os mais variados possíveis, entre os quais a sensação de bem-estar proporcionada por essas substâncias, que leva a um ciclo vicioso. Por essa perspectiva, os Centros de Atenção Psicossocial — álcool e outras drogas III (CAPS-ad III) desenvolvem ações terapêuticas que envolvem a arte em terapia, com o propósito de proporcionar a reabilitação e a recuperação desse público-alvo. Objetivo - Analisar, de forma comparativa, dois desenhos projetivos da “A Ponte da Vida” desenvolvidos por um dependente de drogas em dois momentos distintos e correlacioná-los com seu comportamento nesses dois períodos. Método – É uma pesquisa descritiva exploratória, de caráter qualitativo, com base em uma análise comparativa de desenhos projetivos elaborados por um usuário com as alterações comportamentais. Uma abordagem compreensiva, consubstanciada em um estudo de caso único, realizada em um CAPS-ad III do Distrito Federal. Resultados - Os desenhos da “A Ponte da Vida” instigaram com que Tei-gi refletisse sobre seus objetivos de vida. A análise dos dados tornou possível observar que, entre os dois momentos, houve diferenças progressivas e simultâneas nos desenhos, na verbalização e no comportamento de Tei-gi. Discussão - O desenho projetivo destacou-se pela criação de vínculo terapêutico estabelecido com Tei-gi, por causa de seu poder lúdico e criativo incluso no processo. A ponte aparece como central nos dois desenhos, ilustrando o momento de provação, de uma mudança de opção de vida com uma travessia difícil, vivenciada durante o processo de tratamento da dependência das drogas. Conclusão - Destaca-se que a Arteterapia exerce um papel preponderante na (re)estruturação psíquica das pessoas, pelo fato de a arte ser uma ferramenta lúdica e criativa, que facilita o vínculo terapêutico e potencializa o processo de recuperação e de reabilitação dos indivíduos.
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One of the frequently overlooked psychosocial problems of refugees is the phenomenon of homesickness. Being forced into exile and unable to return home may cause natural feelings of nostalgia but may also result in emotional, cognitive, behavioral and physical adversities. According to the literature, the creative arts therapies with their attention to preverbal language-music, imagery, dance, role play, and movement-are able to reach individuals through the senses and promote successive integration, which can lead to transformation and therapeutic change. These forms of therapy can be a temporary home for refugees in the acculturation process, by serving as a safe and enactive transitional space. More specifically, working with dance and movement can foster the experience of the body as a home and thus provide a safe starting place, from which to regulate arousal, increase interoception, and symbolize trauma- and resource-related processes. Hearing, playing, and singing music from the home culture may assist individuals in maintaining their cultural and personal individuality. Creating drawings, paintings, or sculpturing around the topics of houses and environments from the past can help refugees to retain their identity through art, creating safe spaces for the future helps to look ahead, retain resources, and regain control. This article provides a literature review related to home and homesickness, and the role the arts therapies can play for refugees in transition. It further reports selected interview data on adverse life events and burdens in the host country from a German study. We propose that the creative arts therapies are not only a container that offers a temporary home, but can also serve as a bridge that gently guides refugees to a stepwise integration in the host country. Several clinical and research examples are presented suggesting that the support and affirmation through the creative arts can strengthen individuals in their process of moving from an old to a new environment.
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Arts programs are increasingly recognized for their ability to enhance healthcare and promote health outcomes such as improved quality of life, increased motivation and reduced levels of depression and anxiety. This manuscript describes a creative arts therapy practice known as the Rural Veterans TeleRehabilitation Initiative Creative Arts Therapy (RVTRI CAT) Project that was established to improve access to mental health care and rehabilitation for rural veterans. Entering its third year, the RVTRI CAT project has adapted the creative arts therapies for delivery using Clinical Video Telehealth (CVT). Insights, considerations and best practices are considered for art therapy and dance/movement therapy with implications for future application in music, drama and poetry therapy. In conclusion, the RVTRI CAT program demonstrates that creative arts therapy can successfully be adapted to CVT with some modifications by the creative arts therapist.
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Creative arts therapies are proven to promote an interconnection between body and mind, but there are major obstacles for providing therapeutic services in prisons due to inmates' inherent mistrust for verbal disclosure and rigid self-defenses, especially among inmates with schizophrenia. Thus, we developed a structured and quantitative art brut therapy program called go beyond the schizophrenia to actually measure the benefits of art therapy on prison inmates in mainland China. Upon completion of the program, the intervention group reported a decrease in anxiety, depression, anger, and negative psychiatric symptoms and showed better compliance with rules, socialization with peers, compliance with medications, and regular sleeping patterns after 16 weekly sessions of go beyond the schizophrenia. This article concludes that the art brut therapy was effective for the inmates with schizophrenia in mainland China and provides encouraging data on how to enhance mental health for inmates with schizophrenia. Key practitioner message: Art brut therapy can reduce emotional distress and negative psychiatric symptoms among Chinese inmates. Arts brut therapy can enhance Chinese inmates' compliance with rules, socialization with peers, compliance with medicines, and regular sleeping patterns. Arts brut therapy in conjunction with medication is highly recommended for recovery of Chinese inmates with schizophrenia, especially for patients with negative symptoms.
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No Brasil, profissionais da Arteterapia vêm lutando para construir significativa produção científica da área, um grande desafio para os estudiosos que buscam reduzir a insuficiência metodológica existente, e o livro “A Arteterapia humanizando o espaço de saúde”, faz parte desse contexto. Este livro tem como objetivos: resgatar e sistematizar o conhecimento da Arteterapia na saúde; apresentar pesquisas quali-quantitativas em Arteterapia que abordem o enfoque da hospitalização pediátrica; oferecer subsídios teóricos e práticos que sirvam de base para esta área do conhecimento; incentivar a reflexão sobre as experiências que aqui se apresentam e compará-las com estudos vigentes na área. Compõem o livro capítulos que abordam aspectos teóricos da Arteterapia, desenvolvimento infantil e o processo de hospitalização, bem como pesquisas científicas importantes para este campo da Arteterapia com crianças hospitalizadas
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FULL TEXT AVAILABLE AT https://spectrum.library.concordia.ca/983301/ Life-threatening illness can be sufficiently traumatic to shatter one‘s beliefs about self, others, and the world. This disruption can trigger an instinctive search for meaning. Research highlights that how individuals respond post-adversity can make the difference between experiencing posttraumatic stress or posttraumatic growth (PTG) and existential growth (EG). This paper presents the findings of a pilot study situated in a tertiary care cancer centre and details the impact of creative arts therapy on the experiences of individuals living through breast cancer. Ten women were interviewed about their experiences making art, many for the first time. Emergent themes included: the significant benefits of art-making on their sense of self-efficacy; the emotionally enhancing nature of art-making; the power of their artwork to trigger insights (including subthemes of EG, PTG) or in communicating their experiences to loved ones; and how art-making changed their worldview and life philosophies, creating doorways of possibilities. Findings suggest that art-making provides a safe, dynamic context for individuals experiencing breast cancer to reflect on profound personal changes and to re-story losses following adversity through creative arts practices.
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Since ancient times, the arts have been used by humans across the globe as healing methods and vehicles for communication. The arts are increasingly becoming clinical tools to promote health and psychological well-being in individuals. This clinical paper features positive arts interventions which positive arts therapists, positive psychologists and positive psychotherapists can administer in their clinical practice for individuals of all ages to creatively tap into their imagination, reflect upon life goals, gain insight into their character strengths, activate their positive emotions, determine their sources of life meaning and explore spiritual avenues. The following positive arts interventions will be described in great detail: Scribble Drawing, My Strengths Collage, Bridge Drawing with Path (BDP), A Favourite Kind of Day (AFKD), Tree of Life, My Sources of Meaning and Spiritual Pathway. To illustrate these positive arts-based activities, the authors share clinical case examples from Australia, Canada and Ukraine.
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Previous research suggests that creative art therapies can produce short-term improvements in self-concept, mood and perceived well-being in various patient populations. Evaluation of such improvements for eating disorder patients has received little attention to date. The present report describes an Art Therapy program, consisting of a visit to Montreal Museum of Fine Arts followed by an art-therapy workshop that was provided to several groups of adult patients from the Douglas Institute's Eating Disorders Program. We evaluated the suitability the AT program for patients being treated for eating disorders (in terms of patient satisfaction and tolerability) in a sample of 78 patients. Results indicated that patients enjoyed the program, and found it interesting and enriching. They also reported that the program provided a means for self-expression and creativity. We also assessed the short-term impact of art therapy on self-reported mood using the Profile of Mood States (POMS-BI (Lorr, McNair, & Fisher, 1982)), eating disorder preoccupations and urges using a Visual Analog Scale, as well as body image concerns using the Body Satisfaction Scale (Slade, Dewey, Newton, Brodie, & Kiemle, 1990). At the end of the program, patients were significantly more composed and slightly more tired. The findings from the current study provide data on the suitability of art therapy programs as adjuncts to standard treatments for adults with eating disorders and show no significant short-term impact, either positive or negative, on body image or eating preoccupations/urges.
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This study provides a rich and detailed description of a clinical case study of a Korean woman suffering from haan (a Korea-specific feeling of oppression), which the dance/movement therapist treated using a Korean scarf dance over 10 sessions. Two specific research questions were addressed: (a) What was the client's emotional experience in creating her own scarf dance? (b) What elements of body movement were mostly utilized by the client in creating her own scarf dance? Data were gathered through notes taken after sessions, a researcher-designed haan-measurement, and drawings made by the client. These data produced four themes: (a) a desire to move forward, (b) a boiling hot emotional container, (c) a body in pain and shame, and (d) wisdom from both the moving and silent body. These four themes contained 13 categories and 59 codes. The experience of creating a scarf dance facilitated a deep emotional exploration of haan, which unlocked resilience and power within the client's body. The use of space was a prominent element in creating this scarf dance, as moving backwards and forwards symbolically represented the client's memories of past abuse and her desire to move forward, respectively.
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This paper highlights the role of person-centred music therapy in the care of people with Alzheimer's disease. To begin, it summarizes Global dementia statistics and examines the associated symptomatology of the disease. It provides an overview of the research supporting the use of music therapy with people who have dementia and considers the overlap between the person centred care approach and music therapy theory and practice. After identifying the methods most-frequently used by music therapists in dementia care, it highlights songwriting as a potent music therapy treatment in dementia care with older adults. An illustrative case study is presented of a 94-year-old woman with Alzheimer's disease who received individual music therapy for 18 months. This case traces Margaret's (pseudonym) experience of person-centered music therapy, highlighting songwriting as an effective treatment that provides opportunities for strengthening and validating identity, for releasing emotions that may be difficult to verbalize and for expressing one's experience of Alzheimer's disease.
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When analysing artwork conducted in therapy, theories of interconnectedness, stress and trauma, including neuroception, and re-regulation-processes are considered important building-blocks of a trauma and change-informed assessment processes. A process-based approach is presented to provide further understanding of what arts and psychotherapists can usefully observe and interpret in clients’ pictorial artifacts, particularly related to overcoming traumatization and dissociation. The usefulness of a multi-dimensional tool for analysis of pictorial artifacts, utilized in therapy, is investigated. The initial approach is to examine the need for assessment tools, and then provide a preliminary understanding of what should be analysed. Following an introduction to psychotraumatology and its adaptations within the creative arts therapy, a literature review on assessment processes in art therapy is presented. Finally the article discusses the value of pictorial artifacts made by clients in psycho-social interventions as valid opportunities for transparency about implicit change-processes.