ArticlePDF Available

ANSIEDADE, ESTRESSE E NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA EM ESCOLARES

Authors:

Abstract and Figures

Na atualidade os aspectos mais discutidos para que um indivíduo possa desenvolver uma boa qualidade de vida e um estilo de vida ativo, são os seus níveis de estresse, ansiedade e a prática de atividade física, fatores esses que influenciam diretamente no cotidiano da população contemporânea, principalmente os adolescentes. O objetivo da pesquisa foi identificar os níveis de ansiedade, estresse e atividade física de escolares. Trata-se de um estudo de campo, descritivo, de abordagem quantitativa e corte transversal, realizado com uma amostra do tipo conveniência com 116 escolares de ambos os sexos, com faixa etária entre 15 a 17 anos, devidamente matriculados na rede estadual de ensino da cidade de Umari-CE. Para medidas de estresse, foi utilizada a Escala de Stress para adolescentes (ESA); a atividade física foi mensurada por meio do questionário IPAQ-versão curta; para medida de ansiedade, utilizou-se a Escala HAD-avaliação do nível de ansiedade e depressão. Os dados foram analisados através do software JASP por meio de estatística descritiva por distribuição de frequência e teste associativo de Qui-Quadrado. Participaram do estudo 43,1% de escolares do sexo masculino e 56,9% do sexo feminino, a idade média da amostra foi de 16,15±0,77 anos. Os dados apontam que 69% dos escolares não possuem traços de ansiedade, 75% encontram-se sem estresse e sua maioria é ativa fisicamente (51,7%). O fator sexo se demostrou associado as variáveis de ansiedade(p<0.001) e atividade física (p<0.01). A ansiedade demostrou-se associada aos níveis de estresse (p<0,05) e aos níveis de atividade física (p<0,05). Conclui-se através dos resultados da pesquisa que os escolares em questão tem níveis ativos de atividade física, fato esse que fortalece a literatura e os estudos que defendem a prática de atividade física para reduzir os índices de ansiedade e estresse na adolescência. PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física. Estresse. Transtornos de Ansiedade. ABSTRACT At present the most discussed aspects for an individual to develop a good quality of life and an active lifestyle are their levels of stress, anxiety and the practice of physical activity, factors that directly influence the daily life of the contemporary population, especially adolescents. The objective of the research was to identify the levels of anxiety, stress and physical activity of schoolchildren. This is a descriptive, quantitative and cross-sectional field study conducted with a convenience sample of 116 schoolchildren of both sexes, aged 15 to 17 years, duly enrolled in the State city of Umari-CE. For stress measures, the Stress Scale for adolescents (ESA) was used; physical activity was measured using the IPAQ questionnaire-short version; for the measurement of anxiety, the HAD Scale-anxiety and depression level evaluation was used. The data were analyzed through JASP software through descriptive statistics by frequency distribution and associative Chi-Square test. 43.1% of male students and 56.9% of female students participated in the study, the mean age of the sample was 16.15 ± 0.77 years. The data indicate that 69% of schoolchildren do not have traces of anxiety, 75% are without stress and most of them are physically active (51.7%). The sex factor was shown to be associated with anxiety (p <0.001) and physical activity (p <0.01). Anxiety was shown to be associated with stress levels (p <0.05) and physical activity levels (p <0.05). It is concluded from the results of the research that the students in question have active levels of physical activity, a fact that strengthens the literature and studies that advocate the practice of physical activity to reduce anxiety and stress levels in adolescence
Content may be subject to copyright.
462
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
REVISTA INTERDISCIPLINAR ENCONTRO DAS CIÊNCIAS
V.2, N.1. 2019
ANSIEDADE, ESTRESSE E NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA EM
ESCOLARES
ANXIETY, STRESS AND LEVELS OF PHYSICAL ACTIVITY IN SCHOOLS
Marcos Antônio Araújo Bezerra
1
| Jamark Ferreira Julião
2
| Gabriela Gomes de Oliveira Bezerra
3
| Cibele Rodrigues Lopes
4
| Lara Belmudes Bottcher
5
RESUMO
Na atualidade os aspectos mais discutidos para que um indivíduo possa desenvolver uma boa qualidade de vida e um
estilo de vida ativo, são os seus níveis de estresse, ansiedade e a prática de atividade física, fatores esses que influenciam
diretamente no cotidiano da população contemporânea, principalmente os adolescentes. O objetivo da pesquisa foi
identificar os níveis de ansiedade, estresse e atividade física de escolares. Trata-se de um estudo de campo, descritivo, de
abordagem quantitativa e corte transversal, realizado com uma amostra do tipo conveniência com 116 escolares de ambos
os sexos, com faixa etária entre 15 a 17 anos, devidamente matriculados na rede estadual de ensino da cidade de Umari-
CE. Para medidas de estresse, foi utilizada a Escala de Stress para adolescentes (ESA); a atividade física foi mensurada
por meio do questionário IPAQ versão curta; para medida de ansiedade, utilizou-se a Escala HAD - avaliação do nível
de ansiedade e depressão. Os dados foram analisados através do software JASP por meio de estatística descritiva por
distribuição de frequência e teste associativo de Qui-Quadrado. Participaram do estudo 43,1% de escolares do sexo
masculino e 56,9% do sexo feminino, a idade média da amostra foi de 16,15±0,77 anos. Os dados apontam que 69% dos
escolares não possuem traços de ansiedade, 75% encontram-se sem estresse e sua maioria é ativa fisicamente (51,7%). O
fator sexo se demostrou associado as variáveis de ansiedade(p<0.001) e atividade física (p<0.01). A ansiedade demostrou-
se associada aos níveis de estresse (p<0,05) e aos níveis de atividade física (p<0,05). Conclui-se através dos resultados
da pesquisa que os escolares em questão tem níveis ativos de atividade física, fato esse que fortalece a literatura e os
estudos que defendem a prática de atividade física para reduzir os índices de ansiedade e estresse na adolescência.
PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física. Estresse. Transtornos de Ansiedade.
ABSTRACT
At present the most discussed aspects for an individual to develop a good quality of life and an active lifestyle are their
levels of stress, anxiety and the practice of physical activity, factors that directly influence the daily life of the
contemporary population, especially adolescents. The objective of the research was to identify the levels of anxiety, stress
and physical activity of schoolchildren. This is a descriptive, quantitative and cross-sectional field study conducted with
a convenience sample of 116 schoolchildren of both sexes, aged 15 to 17 years, duly enrolled in the State city of Umari-
CE. For stress measures, the Stress Scale for adolescents (ESA) was used; physical activity was measured using the IPAQ
questionnaire - short version; for the measurement of anxiety, the HAD Scale - anxiety and depression level evaluation
was used. The data were analyzed through JASP software through descriptive statistics by frequency distribution and
associative Chi-Square test. 43.1% of male students and 56.9% of female students participated in the study, the mean age
of the sample was 16.15 ± 0.77 years. The data indicate that 69% of schoolchildren do not have traces of anxiety, 75%
are without stress and most of them are physically active (51.7%). The sex factor was shown to be associated with anxiety
(p <0.001) and physical activity (p <0.01). Anxiety was shown to be associated with stress levels (p <0.05) and physical
activity levels (p <0.05). It is concluded from the results of the research that the students in question have active levels of
physical activity, a fact that strengthens the literature and studies that advocate the practice of physical activity to reduce
anxiety and stress levels in adolescence
KEY WORDS: Physical Activity. Stress. Anxiety Disorders
463
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
INTRODUÇÃO
A qualidade de vida de um indivíduo perpetua diante de diversos fatores intrínsecos e
extrínsecos do ser humano, desde o sedentarismo e os maus hábitos até fatores hereditários. Mas um
dos aspectos mais discutidos ultimamente, para que um indivíduo possa desenvolver uma má
qualidade de vida são os seus níveis de estresse, ansiedade, juntamente com fatores emocionais. Estes
influenciam diretamente no cotidiano da nossa população contemporânea. (NUNOMURA,
TEIXEIRA, CARUSO, 2004).
Conforme Alves e Baptista (2006) certo grau de estresse é considerado normal, inclusive até
ajuda o indivíduo a desempenhar melhor funções diárias e desafios que a vida propõe, porém, altos
níveis de estresse podem causar diversas situações desagradáveis ao homem, podendo prejudicar a
saúde. O estresse é desenvolvido no corpo do ser humano como uma resposta espontânea (não
específica), que surge como consequência dos fatores intra/extra citados anteriormente na vida do
indivíduo, neste caso, o mesmo é gerado com o intuito de manter o equilíbrio fisiológico causado por
um novo estímulo dado ao nosso corpo. (FREITAS, 2015).
Algumas controvérsias ainda são encontradas ao discutir o significado do termo estresse, às
vezes definido como estímulo, outras vezes definido como resposta ao estímulo. Pode-se dizer que o
estresse são respostas orgânicas e/ou comportamentais que servem para adaptar o indivíduo a
qualquer estímulo novo que venha a ser gerado, desta forma ele está presente diretamente no nosso
cotidiano, agindo incisivamente no sistema de tomada de decisão passando sempre pelo processo de
estímulo/resposta. (NUNOMURA, TEIXEIRA, CARUSO, 2004).
Segundo Vorkapic e Ran(2011) junto com o estresse, outro fator que pode agir e/ou
influenciar de forma negativa na vida de um indivíduo é a ansiedade. Arruda (2006) define ansiedade
como uma condição emocional complexa e aversiva que é retida como resultado de uma série de
estímulos. Um evento aversivo pode influenciar um indivíduo e sua condição de ansiedade a ficar
perante o controle de estímulos imprevistos, ou seja, quando uma pessoa é resignada a uma situação
a qual foi desagradável, resulta em um alto grau de ansiedade, desta forma quando estiver em uma
situação semelhante, o mesmo associará o sentimento de ansiedade com a situação ocorrida.
(GUIMARÃES et al., 2015).
Desta maneira pode-se atribuir a ansiedade como um estado emocional negativo
caracterizado por apreensão, preocupação e nervosismo, podendo manifestar assim um desequilíbrio
psicológico e fisiológico no indivíduo, sendo responsável pela adaptação do organismo a situações
de desconforto e perigo. (ARRUDA, 2006).
Estas características são notórias em alguns dos indivíduos afetados pela ansiedade, de
maneira que muitos não sabem lhe dar com determinadas situações e agem de maneira impulsiva, ou
464
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
seja, sem o real controle de suas capacidades podendo ocasionar uma situação indesejada e
vergonhosa diante de suas ações, devido a bloqueios gerados pela ansiedade. (GARCIA, 2010).
A ansiedade e o estresse passam a ser tratados como patologia quando são exagerados,
descontrolados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou até mesmo quando distorce
substancialmente do estado real do indivíduo podendo prejudicar o raciocínio e o desempenho de
atividades diárias, afetando assim a qualidade de vida. (GUIMARÃES et al., 2015).
De acordo com Nunomura, Teixeira e Caruso (2004) existe uma estreita relação entre
qualidade de vida e saúde, da mesma forma entre saúde e atividade física, logo podemos também
propor a relação que a qualidade de vida possui com atividade física. A atividade física proporciona
ao indivíduo inúmeros benefícios, que incluem bem-estar, autoestima, autoconfiança, interação
social, estes, por sua vez ajudam na melhora das capacidades físicas, mentais, afetivas, sociais,
contribuindo na prevenção e tratamento de doenças. (VALENTE, 2015).
Segundo Jarrete (2011) a atividade física possui uma forte ação antidepressiva, sendo
bastante eficaz de acordo com o tempo do programa e a intensidade da atividade, desde uma simples
caminhada até mesmo a prática de esportes melhora a saúde mental, devido a adaptações biológicas
resultadas pela atividade física, que diminuem a ansiedade e o estresse.
Partindo dessas premissas o objetivo desse estudo foi identificar os níveis de ansiedade,
estresse e atividade física de escolares. Esta pesquisa trata-se de um estudo de campo, descritivo, com
abordagem quantitativa e corte transversal, realizada com uma amostra do tipo intencional com 116
escolares de 15 a 17 anos de idade regulamente matriculados na rede estadual de ensino da cidade de
Umari-CE.
Como critérios de inclusão foram considerados todos os alunos matriculados na rede de
ensino médio do município que concordaram em participar do estudo e trouxeram a assinatura do seu
responsável que consta no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Como critérios de
exclusão foram adotados os seguintes critérios: alunos que fizessem uso de algum medicamento para
controle da ansiedade e estresse. Foram respeitando todos os critérios da resolução 466/12 a respeito
da ética em trabalhos de pesquisas com seres humanos, e aprovado pelo Comitê de Ética do Centro
Universitário Dr. Leão Sampaio, Parecer 2.776.616.
Para a aquisição dos dados de estresse foi utilizado a Escala de Estresse para adolescentes
(ESA) (TRICOLI, LIPP, 2006), que visa identificar traços de estresse na população através de uma
escala de Likert (1-5), classificado a amostra em com e sem estresse. Para ansiedade foi utilizado a
Escala HAD - avaliação do nível de ansiedade e depressão (ZIGMOND et al., 1983) que tem como
objetivo identificar comportamentos de ansiedade através de 7 questionamentos, classificado a
ansiedade em improvável, possível e provável. Para a coleta de dados da prática de atividade física
foi utilizado o questionário IPAQ versão curta. Para obter os dados referentes ao nicel de atividade
465
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
física foi utilizado o questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) na versão curta, proposto
por Matsudo (2001) que tem como objetivo verificar o nível de prática dessa variável. Os dados foram
analisados através do software JASP por meio de estatística descritiva por distribuição de frequência
e teste associativo de Qui-Quadrado
DESENVOLVIMENTO
O estudo acerca dos níveis de ansiedade, estresse e prática de atividade de atividade física
dos estudantes de Umari - Ceará contou com a participação de 116 estudantes da rede estadual de
ensino, no qual 43,1% (50) dos alunos participantes do estudo são homens e 56,9% (66) são mulheres,
com idade média geral de 16,15±0,77.
Estudos de Schermann et al. (2014) acerca do estresse em adolescentes estudantes de uma
cidade do Sul do Brasil apresentaram resultados semelhantes ao referente estudo no que compete as
características gerais dos indivíduos da pesquisa, visto que a maioria de sua amostra é composta pelo
gênero feminino (58,9%), possuem entre 14 e 15 anos (48,6%), são estudantes do ensino médio
(84,2%) e não trabalham (79,9%).
Tabela 01 Comparativo por sexo das características gerais de escolares do município de Umari-CE,2018. (n=116)
VARIÁVEL
MASCULINO
FEMININO
%
N
%
Ano (Série)
1º Ano
28%
13
19,7%
2º Ano
42%
23
34,8%
3º Ano
30%
30
45,5%
Renda (R$)
Até 1 Salário
40%
27
40,9%
1 a 2 Salários
30%
25
37,9%
2 a 3 Salários
16%
9
13,6%
+ de 3 Salários
14%
5
7,6%
Raça
Branco
26%
20
30,3%
Pardo
64%
36
54,5%
Preto
8%
9
13,6%
Amarelo
2%
1
1,5%
Função Laboral
Sim
12%
12
18,2%
Não
88%
54
81,8%
Moradia
Zona Urbana
66%
41
62,1%
Zona Rural
34%
25
37,9%
Fonte: Dados da pesquisa, 2018
Na figura 01 podemos observar a distribuição de frequência de ansiedade dos estudantes, no
qual em sua maioria se mostraram com menores escores de ansiedade, sendo assim menos ansiosos,
69% dos escolares foram classificados com níveis improváveis de ansiedade, 23,3% foram
466
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
IMPROVÁVEL
POSSÍVEL
PROVÁVEL
0
20
40
60
80
100
23,3%
69%
7,8%
%
classificados com escores possíveis de ansiedade, ou seja, possivelmente são ansiosos e apenas 7,8%
dos alunos participantes apresentou escores realmente prováveis quanto aos níveis de ansiedade.
Figura 01 Distribuição de frequência da variável ansiedade entre escolares do município de Umari-CE.
Fonte: Dados da pesquisa, 2018
Um estudo com achados semelhante foi realizado por Jatobá e Bastos (2007) com
adolescentes de escolas públicas e privadas da cidade do Recife - PE, foram pesquisados os dados de
242 estudantes, na faixa etária de 14 a 16 anos, no qual 80,2% foram identificados com grau leve de
ansiedade, 11,2% com grau moderado e 8,7% em grau severo. Já outro estudo realizado por Aplewicz
et al. (2009) com escolares praticantes de voleibol de faixa etária de 15 a 17 anos, pode-se observar
que 12,5% dos estudantes possuíam níveis de ansiedade de média-baixa, 71,9% foram classificados
como nível médio de ansiedade e 15,6% possuíam média-alta.
A ansiedade é uma reação natural do organismo, em outras palavras é um extinto
desenvolvido para que o ser humano reaja diante uma situação de perigo, porém quando excede o
nível da normalidade do organismo é necessária uma análise dos sintomas, que podem ser
identificados desde a infância. É importante a identificação destes possíveis fatores desencadeantes
desde o princípio, para que assim o indivíduo possa ter um acompanhamento dos seus extintos, para
que esse fato não venha a atrapalhar o desenvolvimento da criança. (BRITO, 2011).
Silva (2016) relata em seus estudos que a ansiedade na adolescência está atrelada a uma série
de fatores, podendo aparecer em maiores escalas em razão ao devido momento em que os indivíduos
estão vivendo, por exemplo, influenciados pelas relações interpessoais, a vida estudantil, ao estado
maturacional, a puberdade e todas as mudanças fisiológicas e psicológicas que ela traz com si, além
do lado afetivo que também pode ser influenciado por esta etapa da vida. Todas essas transformações
estão presentes na fase da adolescência e podem ou não, de acordo com o nível que estes estímulos
são gerados, influenciar na vida e no desenvolvimento desses indivíduos e suas capacidades.
467
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
COM ESTRESSE
SEM ESTRESSE
0
25
50
75
100
25%
75%
%
A distribuição de frequência dos níveis de estresse da amostra estudada, está representada
na figura 02, no qual 75% dos escolares foram classificados como indivíduos “Sem Estresse” e os
outros 25% foram classificados “Com Estresse”. A média geral do escore de estresse foi de 2,28±0,63.
Figura 02 Distribuição de frequência da variável estresse entre escolares do município de Umari-CE.
Fonte: Dados da pesquisa, 2018
Como representado graficamente (Figura 02) a prevalência total de estresse neste estudo foi
de 25%. Este dado está semelhante aos estudos de Pinto et al (2017) com adolescentes da rede estadual
de ensino do Amazonas, no qual 19% dos estudantes foram identificados com estresse, outro estudo
apresentou percentual de estresse ainda mais baixos, realizado por Schermann et al. (2014) com 475
escolares de 14 a 18 anos de uma cidade do sul do Brasil, apontou uma prevalência de estresse de
10,9%.
Estudos de Andrade, Souza e Castro (2016) acerca de estudantes concluintes do ensino
médio, trazem resultados diferentes do referido estudo, visto que observaram que apenas 27,3% dos
estudantes não possuíam estresse, outro estudo com resultados bem semelhantes realizado por
Gonzaga e Lipp (2014) com alunos do ensino médio, identificaram que apenas 27,03% de sua amostra
não possuíam estresse.
A figura 03 apresenta a distribuição de frequência do nível de atividade física dos estudantes,
nele podemos observar a prevalência de indivíduos mais ativos fisicamente 51,7%, 27,6% se
mostraram insuficientemente ativos e 20,7% aparecem como indivíduos sedentários.
468
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
SEDENTÁRIO
INSUFICIENTEMENTE ATIVO
ATIVO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
51,7%
27,6%
20,7%
Figura 03 Distribuição de frequência da variável atividade física entre escolares do município de Umari-CE.
Fonte: Dados da pesquisa, 2018
Estes resultados encontrados se assemelham a outra pesquisa realizada por Dresch et al
(2013), a qual desenvolveu um trabalho com escolares entre 15 e 18 anos da rede pública de ensino
de um município do Rio Grande do Sul, utilizando o mesmo questionário deste estudo (IPAQ - versão
curta), nele observou-se que 57,5% dos sujeitos eram ativos, 26,3% moderadamente ativos e 16,2%
inativos.
Santos et al. (2016) ao avaliar 180 escolares de ambos os sexos, com idade entre 15 a 21
anos matriculados no ensino médio de uma escola pública da zona urbana da cidade de Mossoró/RN,
utilizando o mesmo questionário IPAQ em seu formato curto também encontrou valores superiores
de indivíduos ativos, no qual 40% foram classificados como muito ativos, 36% como ativos, 18%
como irregularmente ativos e 6% sedentários.
Na mesma linha Mota e Coutinho (2012) analisaram o nível de atividade física de escolares
do Sítio Queimadas, zona rural do Município de Serra Redonda PB, os resultados se mostraram
positivos quanto ao nível de atividade física, no qual apenas 2% dos alunos estudados classificaram-
se como inativos, seguido de 20% moderadamente ativos, 45% ativos e 33% muito ativos.
Em contrapartida Voser et al (2017) realizou um estudo com 105 adolescentes de 15 a 17
anos de idade, estudantes de uma escola pública na cidade de Pelotas-RS, para mensurar o nível de
atividade física utilizando também o IPAQ, em sua versão curta. Nele os resultados apontaram a
prevalência de inatividade física em 40,95% dos adolescentes. Outro estudo desenvolvido por Mello
et al (2014) procurando identificar a associação entre nível de atividade física e excesso de peso
corporal em adolescentes de 10 a 17 anos de uma cidade do Sul do país, avaliou 1.455 estudantes e
constatou que 68,0% estavam expostos à inatividade física.
469
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
Lourenço et al. (2017) aborda que os benefícios da prática de atividade física para a saúde
da população são consensuais, especialmente dos jovens, nesse sentido recomendações da prática
regular de atividade física são propostas, um exemplo, são as recomendações globais de atividade
física para saúde, da OMS (2010) em que faz-se a recomendação de que jovens de (5 a 17 anos)
devem realizar 60 minutos diários de atividades físicas moderadas a vigorosas para obtenção de
aspectos de saúde física e mental.
A Tabela 02 apresenta o valor de associação entre as variáveis e o sexo do participante.
Dados estatisticamente significativos foram encontrados para a variável atividade física (p<0,05)
na análise da ansiedade foram identificados resultados ainda mais significantes (p<0,001). Fato
contrário ocorreu para a variável estresse p>0,05.
Tabela 02 Comparativo por sexo das variáveis de ansiedade, estresse e atividade física de escolares do município de
Umari-CE,2018. (n=116).
MASCULINO
FEMININO
p-valor
N
%
N
%
Ansiedade
Improvável
42
84%
38
57,6%
0,001**
Possível
7
14%
20
30,3%
Provável
1
2%
8
12,1%
Estresse
Com Estresse
12
24%
17
25,8%
0,82
Sem Estresse
38
76%
49
74,2%
NAF
Ativo
33
66%
27
40,9%
0,01*
Insuficiente Ativo
12
24%
20
30,3%
Sedentário
5
10%
19
28,8%
Fonte: Dados da pesquisa, 2018
Em relação ao nível de atividade física, Silva et al. (2018) realizou um estudo acerca do nível
de atividade física em adolescentes escolares do município de Rio Verde Goiás, e encontrou
resultados semelhantes na comparação entre os gêneros, o mesmo constatou que os indivíduos do
sexo masculino eram mais ativos do que as do sexo feminino, 86,03% de ativos para o sexo masculino
e 70,26% para o sexo feminino, esta mesma tendência ocorreu nos estudos de (DRESCH et al., 2013;
VOSER et al., 2017).
Em relação ao nível de ansiedade, os estudos de Jatobá e Bastos (2007) também
apresentaram uma associação mais prevalente de adolescentes do sexo feminino com os sintomas de
470
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
ansiedade, principalmente de graus moderado e severo. Nesta mesma linha, a pesquisa de Neto (2016)
acerca dos níveis de ansiedade-traço em jovens atletas praticantes de voleibol com idade entre 12 e
17 anos, constatou-se que os meninos obtiveram um nível de ansiedade menor em comparação com
as meninas, os meninos ficaram classificados como “ansiedade média”, já as meninas apresentaram
um nível como “ansiedade média alta”.
Estudo realizado por Fernandes et al. (2017) acerca da relação entre estresse, atividade física
e desempenho escolar em adolescentes, aborda que também não houve associação significativa entre
o estresse e sexo, seguindo o mesmo padrão o estudo Schermann et al. (2014).
Tabela 03 Associação entre as categorias analisadas de escolares do município de Umari-CE,2018. (n=116)
ANSIEDADE
ESTRESSE
NAF
p-valor
p-valor
p-valor
ANSIEDADE
-
-
7,783
0,020*
14,445
0,006**
ESTRESSE
7,783
0,020*
-
-
0,256
0,0880
NAF
14,445
0,006**
0,256
0,0880
-
-
Fonte: Dados da pesquisa, 2018
A Tabela 03 apresenta as associações entre as variáveis ansiedade, estresse e atividade física.
Podemos observar que os níveis de ansiedade apresentam associação com ambas variáveis, visto que
possui relação com o estresse (p=0,02), e com ainda maior prevalência com o nível de atividade física
(p=0,006). Já as vaiáveis de estresse e atividade física não mostraram possuir valores significantes de
associação.
Segundo Parente (2018), a prática regular de atividade física interfere de maneira positiva
no controle dos níveis de ansiedade, agindo de forma direta no funcionamento fisiológico do
indivíduo, visto que ao final de uma atividade física, um alívio das tensões e uma sensação de
cansaço que faz com que, naturalmente, o corpo precise de recuperação e descanso, essa sensação é
o que reduz consideravelmente o estado de ansiedade, sem deixar de ressaltar que a atividade física
estimula a produção do hormônio endorfina, este, ligado a sensação de prazer e de bem-estar,
sensações estas que se contrapõem a ansiedade.
Rueter et al. (1999) mostra a relação entre eventos estressores e os transtornos de ansiedade,
no estudo com 303 adolescentes, de ambos os sexos, com faixa etária de 12 e 13 anos, avaliados
anualmente durante quatro anos, observou a relação entre desavenças entre pais e filhos como um
agente estressor, sintomas iniciais de ansiedade e depressão e o surgimento de transtornos de
ansiedade e depressão aos 19 e 20 anos. Entre os adolescentes, a presença persistente ou crescente de
471
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
desavenças com os pais foi preditiva de sintomas de ansiedade e depressão. As taxas de transtornos
de ansiedade foram de 6,9% entre as meninas e 5,6% entre os meninos, o que mostrou que os eventos
de vida estressores surtiram efeitos para o surgimento de sintomas de ansiedade e depressão,
reforçando a associação com o estresse.
Segundo Margis et al. (2003), os sintomas iniciais de ansiedade podem surgir anos antes do
aparecimento de um transtorno definido e completo, em resposta a eventos estressores. Caso consiga-
se acabar ou solucionar o evento estressor, isso causará uma diminuição do volume fisiológico
ativado, ao contrário, se a resposta ao estresse gerar ativação fisiológica constante e permanente ou
intensa, pode ocasionar um esgotamento dos recursos fisiológicos do sujeito com o surgimento de
transtornos psicofisiológicos diversos, podendo apresentar uma predisposição ao aparecimento de
transtornos de ansiedade entre outros transtornos mentais.
Fernandes et al. (2017) nos seus estudos, mesmo afirmando que a prática de atividade física
está relacionada com menores indicadores de estresse, também não encontrou relação de estresse e
atividade física nos seus avaliados, mesmo com a maioria dos adolescentes sendo classificados como
ativos, não se observou benefício da prática de atividade física para menores escores de estresse, nem
os indivíduos classificados como menos ativo, não foram observados com maiores índices de estresse.
Outro estudo realizado por Pires et al (2004) com adolescentes de Florianópolis-SC
obtiveram resultados diferentes do referido estudo, visto que os indivíduos classificados com menores
índices de estresse apresentaram maior tempo de atividade física intensa e muito intensa, quando
comparado ao grupo com níveis de estresse maiores e prejudiciais, sendo verificada diferença
significativa (p<0,05) no nível de esforço muito intenso.
Em busca de estudos mais relevantes acerca da relação da prática de atividade física com o
estresse em adolescentes, Peixoto et al. (2018) realizou um estudo sistemático, nele foram
identificados 19.460 títulos, no qual 176 resumos foram analisados e 104 artigos apreciados na
íntegra, ao final do processo 11 artigos foram selecionados por apresentarem melhores qualidades
metodológicas. Os resultados do estudo indicaram uma associação inexistente ou de índices mínimos
entre a prática de atividade física e o estresse entre adolescentes investigados, porém cita que estudos
experimentais parecem demonstrar um efeito mais positivo da atividade física em relação ao estresse.
Entre as três variáveis estudadas pôde-se observar também que não foi encontrado diferença
significativa nos escores, entre os indivíduos que residem na zona rural em relação aos que residem
na zona urbana. Um dado que apresentou diferença entre as variáveis, foi na ansiedade em relação
aos adolescentes que exercem função laboral (trabalham), visto que apresentaram maiores níveis de
ansiedade em relação aos que não trabalham (p=0,033).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
472
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
O presente estudo teve como objetivo identificar os níveis de ansiedade, estresse e atividade
física de escolares, verificou-se uma associação de relevante significância entre a variável ansiedade
e a prática de atividade física, como também da ansiedade com o estresse, fato esse que fortalece a
literatura e os estudos que defendem a prática de atividade física para reduzir os índices de ansiedade
na adolescência. Por outro lado, não foram encontrados valores de relação significante entre as
variáveis de estresse e atividade física. Constatou-se também a associação das variáveis em questão
com o sexo dos indivíduos, na qual constatamos uma associação mais prevalente de adolescentes do
sexo feminino com os sintomas de ansiedade, em contrapartida os indivíduos do sexo masculino se
mostraram mais fisicamente ativos.
O referido estudo possui limitações por se tratar de um estudo com corte transversal, visto
que a população é estudada em um momento particular, fornecendo apenas um retrato da situação
momentânea, os grupos são formados no momento da análise dos resultados, pois somente nesta etapa
sabe-se quem são os doentes e não doentes e expostos e não expostos, além de que não evidencia a
relação temporal entre o fator e a doença, o que prejudica as interferências sobre a relação causa e
efeito.
Sugere-se que estudos futuros possam ser desenvolvidos acerca de aprofundar os
conhecimentos sobre a associação existente entre o nível de atividade física, o estresse e a ansiedade
em adolescentes, visto que poucos estudos foram encontrados para discutir as relações existentes
entre ambas as variáveis referidas deste estudo.
REFERÊNCIAS
ALVES, Audrey dos Santos; BAPTISTA, Marcio Rodrigues. A atividade física no controle do
estresse. Corpus Et Scientia, S.i, v. 2, n. 2, p.5-15, set. 2006.
ANDRADE, Thatiana Mucci; SOUZA, Vitoria das Neves de; CASTRO, Nelimar Ribeiro de. Nível
de ansiedade e estresse em adolescentes concluintes do ensino médio. Revista Científica Univiçosa,
Viçosa - MG, v. 8, n. 1, p.595-600, jan./dez. 2016.
APLEWICZ, João Guilherme Ferri et al. Níveis de ansiedade em atletas escolares de voleibol de faixa
etária de 15 a 17 anos. Revista Cpaqv: Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida, S.i,
v. 1, n. 1, p.1-8, 2009.
ARRUDA, Mônia Camilla da Cunha. A modificação comportamental da ansiedade de
universitários em situações de exposições orais. 2006. 55 f. Monografia (Especialização) - Curso
de Psicologia, Centro Universitário de Brasília, Brasília-DF, 2006.
BRITO, Isabel. Ansiedade e depressão na adolescência. Rev Port Clin Geral, S.i, v. 27, n. 2, p.208-
214, mar. 2011.
473
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
DRESCH, Franciele et al. Nível de atividade física de escolares da rede pública de ensino de um
município do Rio Grande do Sul. Rev Bras Promoc Saude, Fortaleza, v. 26, n. 3, p.360-365, jul./set.
2013
.
FERNANDES, Ramon Lopes et al. Relação entre estresse, atividade física e desempenho escolar em
adolescentes. Arquivos de Ciências do Esporte, S.i, v. 2, n. 2, p.37-39, 2017.
FREITAS, Geisa Rodrigues de. Estresse, ansiedade e qualidade de vida em professores: efeitos
do relaxamento progressivo. 2015. 49 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Psicologia, Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bauru, 2015.
FONTÃO NETO, Cláudio Luiz. Níveis de ansiedade-traço em jovens atletas praticantes de
voleibol. 2016. 38 f. TCC (Graduação) - Curso de Educação Física, Centro de Desportos,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016.
GARCIA, Julian Mendes. Efeitos da ansiedade em atletas da natação, causados pela interferencia
da torcida. 2010. 23 f. TCC (Graduação) - Curso de Educação Física, Instituto de Biociências,
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, 2010.
GONZAGA, Luiz Ricardo Vieira; LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Relação entre escolha
profissional, vocação e nível de estresse em estudantes do ensino médio. Psicologia Argumento,
Curitiba, v. 32, n. 78, p.149-156, jul./set. 2014.
GUIMARÃES, Ana Margarida Voss et al. Transtorno de ansiedade: um estudo de prevalência sobre
as fobias específicas e a importância da ajuda psicológica. Ciências Biológicas e da Saúde, Maceió,
v. 3, n. 1, p.115-128, nov. 2015.
JARRETE, Aline Pincerato. Nível de atividade física e composição corporal dos funcionários
administrativos da Universidade Estadual Paulista Unesp Rio Claro. 2011. 43 f. TCC
(Graduação) - Curso de Educação Física, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Rio Claro, 2011.
JATOBÁ, Joana D’arc Vila Nova; BASTOS, Othon. Depressão e ansiedade em adolescentes de
escolas públicas e privadas. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, [s.l.], v. 56, n. 3, p.171-179, 2007.
FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0047-20852007000300003.
LOURENÇO, Camilo L. M. et al. Atividade física no lazer como critério discriminante do menor
nível de estresse percebido em adolescentes. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, S.i, v. 25,
n. 3, p.90-97, ago. 2017.
MARGIS, Regina et al. Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Revista de Psiquiatria do
Rio Grande do Sul, [s.l.], v. 25, n. 1, p.65-74, abr. 2003. FapUNIFESP (SciELO).
http://dx.doi.org/10.1590/s0101-81082003000400008.
MATSUDO, Sandra. Questionário internacional de atividade física (IPAQ): Estupo de validade e
probabilidade no Brasil. Revista Brasileira de Atividade Física & saúde, São Paulo, v. 6, n. 2, p.
5-18, 2001.
MELLO, Julio Brugnara et al. Associação entre nível de atividade física e excesso de peso corporal
em adolescentes: um estudo transversal de base escolar. Revista Brasileira de Atividade Física &
Saúde, Pelotas/rs, v. 19, n. 1, p.23-34, 31 jan. 2014. Brazilian Society of Physical Activity and Health.
http://dx.doi.org/10.12820/rbafs.v.19n1p25.
474
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
MOTA, Allan Kardec Alves da. Análise do nível de atividade física em escolares do Sítio
Queimadas, zona rural do Município de Serra Redonda, PB. 2012. 23 f. Monografia
(Especialização) - Curso de Educação Física, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande-
PB, 2012.
NUNOMURA, Myrian; TEIXEIRA, Luis Antonio Cespedes; CARUSO, Mara Regina Fernandes.
Nível de estresse em adultos após 12 meses de prática regular de atividade física. Revista Mackenzie
de Educação Física e Esporte, S.i, v. 3, n. 3, p.125-134, 2004.
PARENTE, Cristiano. Atividade física no combate à ansiedade. Disponível em:<
https://vidasaudavel.gazetaesportiva.com/bem-estar/atividade-fisica-no-combate-a-ansiedade/>.
Acesso em: 31 out. 2018.
PEIXOTO, Marcio Botelho et al. ATIVIDADE FÍSICA E ESTRESSE PSICOLÓGICO EM
ADOLESCENTES: REVISÃO SISTEMÁTICA. Saúde em Redes, [s.l.], v. 4, n. 1, p.143-159, 22
jun. 2018. Associacao Brasileira da Rede Unida. http://dx.doi.org/10.18310/2446-
4813.2018v4n1p143-159.
PINTO, André de Araújo et al. Associação entre estresse percebido na adolescência, peso corporal e
relacionamentos amorosos. Revista Paulista de Pediatria, [s.l.], v. 35, n. 4, p.422-428, 21 set. 2017.
FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1984-0462/;2017;35;4;00012.
PIRES, Edna Aparecida Goulart et al. Hábitos de atividade física e o estresse em adolescentes de
Florianópolis SC, Brasil. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, S.i, v. 12, n. 1, p.51-56,
mar. 2004.
RUETER, M.A. et al. First onset of depressive or anxiety disorders predicted by the longitudinal
course of internalizing symptoms and parentadolescent disagreements. Arch Gen Psychiatry 1999;
56: 726-732.
SANTOS, Isis Kelly dos et al. Sono e atividade física de escolares. Adolescência & Saúde, Rio de
Janeiro, v. 13, n. 3, p.25-30, jul./set. 2016.
SCHERMANN, Lígia Braun et al. Estresse em adolescentes: estudo com escolares de uma cidade do
sul do Brasil. Aletheia, Canoas, v. , n. , p.160-173, jan./ago. 2014.
SILVA, Renato Canevari Dutra da et al. Nível de atividade física em adolescentes escolares do
município de Rio Verde - Goiás. Revista Inspirar: movimento & saúde, Rio Verde- GO, v. 16, n. 2,
p.20-25, jan./mar. 2018.
SILVA, Telma Cristina Canelas Montês da. Projeto de intervenção em adolescentes com
ansiedade em contexto de ambulatório. 2016. 203 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Enfermagem, Universidade de Évora, S.i, 2016.
TRICOLI, Valquíria Aparecida Cintra; LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Escala de stress para
adolescentes. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.
VALENTE, Tamires Gomes. Qualidade de vida e atividade física em idosos. 2015. 48 f. TCC
(Graduação) - Curso de Educação Física, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Rio Claro, 2015.
475
Revista Interdisciplinar Encontro das Ciências | Icó-Ceará | v.2 | n.1 | p. 462 - 475 | Jan-Abr | 2019
VORKAPIC, Camila Ferreira; RANGÉ, Bernard. Os benefícios do yoga nos transtornos de
ansiedade. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p.50-54, out. 2011.
VOSER, Rogério da Cunha et al. Mensuração do nível de atividade física de escolares da rede pública
de ensino da cidade de Pelotas-RS. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São
Paulo, v. 11, n. 70, p.820-825, jan./dez. 2017.
World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. Geneva,
Switzerland: World Health Organization; 2010.
ZIGMOND, A. S.; SNAITH, R. P. The Hospital Anxiety and Depression Scale. Acta Psychiatrica
Scandinavica 1983; 67,361 -370 BOTEGA, N.J.; BIO, M.R.; ZOMIGNANI, M.A.; GARCIA, J. R.
C; PEREIRA, W. A. B. Transtornos do humor em enfermaria de clínica médica e validação de
escala de medida (HAD) de ansiedade e depressão. Revista de Saúde Pública, 29(5): 355-63, 1995.
Recebido em: 03 de Janeiro de 2019
Aceito em: 02 de Fevereiro de 2019
1
Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO). Faculdade Vale do
Salgado (FVS). Grupo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde (GPAFS). E-
mail: marcosbezerra@fvs.edu.br
2
Faculdade Vale do Salgado (FVS). Grupo de Estudos e Pesquisas em
Atividade Física e Esportes (GEPAFE)
E-mail: jamarkjuliao@hotmail.com
3
Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO). Grupo de Pesquisa em
Atividade Física e Saúde (GPAFS)
E-mail: gabriela.o.bezerra@gmail.com
4
Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO). Grupo de Pesquisa em
Atividade Física e Saúde (GPAFS)
E-mail: cibeleeducacaofisicaunileao@gmail.com
5
Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO). Grupo de Pesquisa em
Atividade Física e Saúde (GPAFS)
E-mail: larabottcher@leaosampaio.edu.br
Article
Full-text available
O ingresso no Ensino Superior pode deflagrar ansiedade no estudante diante dos desafios que tem que enfrentar durante a formação. As dificuldades na aprendizagem e regras que precisarão ser apreendidas durante a formação acadêmica nem sempre são claramente identificados, apesar de se apresentarem em formatos e natureza diferenciada. É nesse sentido, que este artigo tem como objetivo revisar o conceito de obstáculo epistemofílico e discriminando os tipos de ansiedade que comprometem a aprendizagem de universitários a partir da perspectiva psicopedagógica. A pesquisa bibliográfica identificou a contribuição da leitura psicanalítica presente na proposta da psicopedagogia convergente sobre o tema, destacando os seguintes conceitos: aprendizagem, obstáculos à aprendizagem, obstáculo epistemofílico e tipos de ansiedade na aprendizagem presentes no ensino superior. Como resultado, a categorização da ansiedade foi deslocada da dimensão patogênica que é associada ao aprender e a sistematização foi elaborada com ênfase na descrição das características marcantes relacionadas à ansiedade paranoide, confusional e depressiva visando a indicação do manejo psicopedagógico que será recomendada para cada posição na qual o sujeito se desloca quando a aprendizagem ocorre. Espera-se, desta forma, contribuir com o avanço dos estudos nesta área.
Article
Full-text available
Objetivo: Identificar intervenções utilizadas para redução do estresse e ansiedade em profissionais da enfermagem e sintetizar respectivos resultados. Método: Revisão integrativa realizada nas bases MEDLINE/Pubmed, SCOPUS, WoS, LILACS, SCIELO, EMBASE e EBSCO CINAHL. Foram incluídas publicações de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, em inglês, espanhol e português. Resultados: Selecionou-se 27 publicações, com intervenções diversificadas, realizadas como terapia única ou em conjunto com outras atividades. Houve redução dos desfechos em 15 (55,5%) das publicações. Conclusão: Constatou-se que algumas intervenções podem auxiliar na redução do estresse e ansiedade nos profissionais de enfermagem. Entretanto, identificou-se a necessidade de mais estudos frente à dimensão do problema.
Article
Full-text available
Studies indicate the presence of symptoms of stress, anxiety and low quality of life linked to teaching in public education; however, few are of an interventional nature. The objective of this research was to investigate the effects of Jacobson's Progressive Relaxation on the stress, anxiety, and quality of life (QOL) measures of public school teachers. The sample consisted of 105 teachers from state public schools, divided into three groups: intervention, lecture, and passage of time. Pre- and post-test comparison has used with ISSL, EVENT, WHOQOL, BAI instruments. In the experimental group, a significant reduction (p = 0.004) has observed in the post-test for stress, and changes in the perception of work stress, anxiety and QoL, without statistical significance, however, indicating a tendency to improve symptoms. It was found that this relaxation was favorable to teachers. Other investigations of an interventional nature with teachers has suggested, making possible the amplification of the behavioral repertoire of healthy responses to aversive environmental stimuli.
Article
Full-text available
Objective: To determine levels of stress, physical activity and academic performance of high school students. Methods: Sample composed of 65 individuals with aged between 15-18 years. For investigate the performance of the school will use to analyze the academic performance. For level classification physically active use the IPAQ short version and the stress level will use the ISSL. Descriptive statistics, average, max and min, software package windows excel. Comparisons of means by the Mann Whitney test with p ≤ 0.05 by Graphic Prism 4.0 statistical package. Results: Observed presence stress in the sample analyzed, and the prevalence of symptoms of physical stress. As for the physical activity level and the sample was also heterogeneous with no predominance of any sort. Regarding types of notes bimonthly only two students found themselves below average. No significant differences were observed in comparisons between group and not in the comparisons by gender and when trying to correlate the averages are not found statistical significance. Conclusion: Although not indicated significant differences in the comparisons can not rule out that there was the presence of stress in adolescents and that these cases deserve monitoring institution, thinking in physical and psychological health of adolescents.
Article
Full-text available
Objetivo: Analisar a qualidade do sono e o nível de atividade física habitual de escolares. Métodos: Realizou-se um estudo transversal com 180 escolares de ambos os sexos, com idade entre 15 a 21 anos matriculados no ensino médio de uma escola pública da zona urbana da cidade de Mossoró/RN. Como instrumentos de medidas foram utilizados o questionário índice de qualidade de sono de Pittsburgh e o questionário internacional de atividade física (IPAQ) - versão curta. Os dados foram analisados baseados na distribuição de frequências e percentuais, além do teste Qui-quadrado. Resultados: 56% dos escolares apresentaram uma boa qualidade de sono e 44% uma qualidade de sono ruim. Com relação ao nível de atividade física, 40% foram classifi cados como muito ativos, 36% como ativos, 18% como irregularmente ativos e 6% sedentários. Conclusão: Os escolares do estudo apresentaram uma boa qualidade do sono, e níveis de prática de atividade física satisfatório, estando classifi cados em ativos e muito ativos.
Article
Full-text available
Abstract Career choice is a decision making process that happens often in the life of an individual. It may be taken into account that the choice is multifactorial, which confirms that the selection process is quite complex. Those factors are the main concerns of adolescents before making an important choice, and it may result in stress symptoms. This research aimed at investigating the relationship between choice, vocation and stress in students who have to choose a career. In order to do that, 37 adolescents were evaluated, a group of 23 women (62.16%) and 14 men (37.84%), with a mean age of 16 years. They answered the Self-Directed Search Questionnaire (SDS), Lipp Inventory of Stress Symptoms (LISS) and the career self-evaluation questionnaire. The results indicated that 72.97% of adolescents in the sample were stressed. In the analysis concerning the congruence between the professional type assessed by the Self-Directed Search and the students’ career choice, it was observed a percentage of 56.76% for congruence and 43.24% of incongruence. Relevant differences were found when comparing the congruence between the choice and vocation to the gender of the participants. Female students presented less congruence between the choice and vocational profile. It was concluded that the uncounted variables that influence the socio-cognitive development of adolescents may become stressor agents in career decision making.
Article
Full-text available
Objetivo: Diagnosticar o nível de atividade física de escolares entre 15 e 18 anos da rede pública de ensino de um município do Rio Grande do Sul, Brasil. Métodos: Estudo quantitativo, do tipo transversal. Aplicou-se o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão curta. Comparou-se o nível de atividade física entre os sujeitos do sexo feminino e masculino através do Teste de Mann-Whitney. Para comparação dos sujeitos do mesmo sexo nas diferentes idades, foi utilizado o Teste de Kruskal-Wallis. Adotou-se, para todas as análises, o nível de significância de 0,05. Resultados: Observou-se que 57,5% (n=309) dos sujeitos eram ativos; 26,3% (n=141), moderadamente ativos; e 16,2% (n=87), inativos, sendo o nível de atividade física estatisticamente superior em adolescentes do sexo masculino. Verificou-se que 59,6% (n=136) destes e 56% (n=176) das adolescentes se classificaram como muito ativos. Atividades como caminhada são realizadas com maior frequência semanal (5,36 dias/semana) em comparação com as atividades de intensidade moderada (3,74 dias/semana) e vigorosa (2,06 dias/semana). Conclusão: Houve maior ocorrência de sujeitos classificados como muito ativos, seguidos dos suficientemente ativos e, por último, os insuficientemente ativos. Os sujeitos do sexo masculino demonstraram ser fisicamente mais ativos do que os do sexo feminino.
Article
Hospital Anxiety and Depression Scale - Volume 152 Issue 3 - R. P. Snaith
Article
Over the last years, studies have shown that a great number of individuals will experience some kind of anxiety disorder on a continuing or recurring basis. Complementary therapies such as yoga have been proved to significantly reduce anxiety symptoms. Therefore, the goal of this study was to discuss the use of yoga as an intervention for treating anxiety disorders based on findings from major controlled studies. This analysis has concluded that yoga seems to be a consistent, cost-effective and successful health care intervention in the treatment of anxiety disorders. However, this is a new field of research and further investigations combining psychological and physiological variables are necessary to establish yoga as a main or complementary protocol in the treatment of anxiety.