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A vida sobre o patrimônio: Biodeterioração e conservação da cantaria de Ouro Preto, MG, Brasil.

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Ouro Preto é reconhecida pelo valioso conjunto arquitetônico do barroco mineiro, e ostenta o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Dentre os atrativos da cidade, os monumentos de cantaria (arte de talhar as rochas para construção e ornamento) são marcantes devido à quantidade e qualidade das obras, destacando-se as pontes e chafarizes do centro histórico. Tal acervo pode ser afetado pela biodeterioração, definida como o conjunto de alterações indesejadas nas propriedades de um material de importância econômica, cultural ou histórica como resultado das atividades normais de organismos vivos. Estes provocam alterações combinadas por meio dos produtos de seu metabolismo e da pressão exercida sobre o substrato, levando ao dano físico, químico e estético dos monumentos devido à corrosão dos materiais constituintes. Em Ouro Preto, os altos índices de pluviosidade anual e de umidade atmosférica característicos do clima da região favorecem a degradação física, o acúmulo de particulados atmosféricos na superfície das rochas e a colonização por organismos pioneiros como microalgas, bactérias e fungos liquenizados. A presença e a atividade destes, tornam o ambiente propício para a germinação de diásporas de vegetais superiores que então se desenvolvem e estabelecem raízes, principalmente entre as fissuras e fendas dos monumentos. Apesar dos processos de colonização e sucessão biológica sobre a cantaria serem conspícuos no centro histórico da cidade, os estudos sobre o assunto ainda são escassos e, ao mesmo tempo, urgentes, dado a necessidade de embasar ações para a conservação patrimonial. O estudo desta temática abrangendo impressões e expectativas dos moradores, também pode constituir-se um artifício para a educação ambiental e patrimonial da população ao estimular uma interpretação mais ampla do espaço urbano. Com o presente trabalho objetivou-se identificar as espécies vegetais mais representativas sobre os monumentos e realizar uma sondagem exploratória
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X Congreso Iberoamericano de Extensión Universitaria
A VIDA SOBRE O PATRIMÔNIO: BIODETERIORAÇÃO E
CONSERVAÇÃO DA CANTARIA, EM OURO PRETO, MG,
BRASIL.
Amanda Cristina Costa PRADO
Graduanda em Biologia pela Universidade Federal de Ouro Preto-Brasil
Viviane Renata SCALON
Profa. Dra. do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Ouro Preto-
Brasil
Hildeberto Caldas de SOUSA
Prof. Dr. do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Ouro Preto-
Brasil
Carlos Alberto PEREIRA.
Prof. Dr. do Departamento de Engenharia de Minas da Universidade Federal de
Ouro Preto-Brasil
RESUMO:
Ouro Preto é reconhecida pelo valioso conjunto arquitetônico do barroco mineiro, e ostenta o
título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco (Organização das Nações
Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Dentre os atrativos da cidade, os monumentos de
cantaria (arte de talhar as rochas para construção e ornamento) são marcantes devido à
quantidade e qualidade das obras, destacando-se as pontes e chafarizes do centro histórico. Tal
acervo pode ser afetado pela biodeterioração, definida como o conjunto de alterações
indesejadas nas propriedades de um material de importância econômica, cultural ou histórica
como resultado das atividades normais de organismos vivos. Estes provocam alterações
combinadas por meio dos produtos de seu metabolismo e da pressão exercida sobre o substrato,
levando ao dano físico, químico e estético dos monumentos devido à corrosão dos materiais
constituintes. Em Ouro Preto, os altos índices de pluviosidade anual e de umidade atmosférica
característicos do clima da região favorecem a degradação física, o acúmulo de particulados
atmosféricos na superfície das rochas e a colonização por organismos pioneiros como
microalgas, bactérias e fungos liquenizados. A presença e a atividade destes, tornam o ambiente
propício para a germinação de diásporas de vegetais superiores que então se desenvolvem e
estabelecem raízes, principalmente entre as fissuras e fendas dos monumentos. Apesar dos
processos de colonização e sucessão biológica sobre a cantaria serem conspícuos no centro
histórico da cidade, os estudos sobre o assunto ainda são escassos e, ao mesmo tempo, urgentes,
dado a necessidade de embasar ações para a conservação patrimonial. O estudo desta temática
abrangendo impressões e expectativas dos moradores, também pode constituir-se um artifício
para a educação ambiental e patrimonial da população ao estimular uma interpretação mais
ampla do espaço urbano. Com o presente trabalho objetivou-se identificar as espécies vegetais
mais representativas sobre os monumentos e realizar uma sondagem exploratória sobre a
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opinião dos moradores em relação a esta temática. A metodologia consistiu em observação
macroscópica in situ, pesquisa bibliográfica, realização de entrevistas com moradores, registro
fotográfico, coleta e identificação de organismos sobre monumentos de cantaria do centro
histórico. Estes foram: Ponte do Rosário, Igreja do Rosário, Chafariz de Marília, Ponte do
Antônio Dias, Ponte dos Contos, Chafariz da Glória e Ponte Seca. Os gêneros e espécies
identificados foram: Pteris vittata, Adiantum, Persicaria capitata, Cymbalaria muralis,
Coronopus e Blechnum. Com base na sondagem é possível apontarmos para as relações entre o
patrimônio histórico, cultural e a identidade local, uma vez que os entrevistados demonstraram
preocupação zelo para com o patrimônio de cantaria. As informações reunidas também são úteis
para incrementar o aprendizado dos alunos das Escolas de Cantaria e de ensino público de
Ouro Preto, promovendo maior intimidade e um olhar mais sensível para com o patrimônio
cultural da cidade. Conclui-se que este projeto apresenta valor social à medida que promove
aprofundamento em uma temática ainda pouco explorada nos debates sobre a preservação do
patrimônio ouropretano, aliando extensão, pesquisa e ensino, bem como, articulando os aspectos
científico e cultural para a contemplação mais abrangente do tema.
Palavras chave:< Monumentos pétreos, colonização biológica, sucessão ecológica >
INTRODUÇÃO:
A cidade de Ouro Preto é reconhecida pelo seu patrimônio arquitetônico e
urbanístico, conservado desde o período colonial quando a cidade viveu seu apogeu
durante o ciclo do ouro. Caracteriza-se pelo somatório de arruamentos, edificações
e equipamentos urbanos dos séculos XVIII, XIX e XX (Pereira- 2004). Este
conjunto possui valor imaterial incomensurável, como testemunho vivo da história
de Minas, ostentando um núcleo urbano que apresenta os sinais de uma centenária
ocupação improvisada (Pereira e Silva, 2004) e um legado cultural herdado pela
população atual. Devido a tais imperativos, Ouro Preto foi o primeiro sítio
brasileiro a conquistar o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido
pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura) a áreas culturais ou naturais consideradas "especialmente valiosas para a
humanidade”.
Dentre os atrativos da cidade, os monumentos de cantaria são marcantes
devido à quantidade e qualidade obras, destacando-se as pontes e chafarizes
espalhados pelos bairros do centro histórico. A técnica da cantaria consiste em
talhar em formas geométricas para ser aplicada em construções como parte
estrutural ou ornamental e, muitas vezes, as duas funções podem ser satisfeitas na
obra (VILLELA, 2003). Trata-se de uma arte tão antiga quanto a civilização,
amplamente utilizada nas edificações coloniais brasileiras, que por um longo
período foi esquecida, apesar de estar presente na maior parte do patrimônio
edificado, remanescente colonial. A origem do termo deu-se em função do trabalho
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com rochas para construção dos cantos das casas, e o ofício é desenvolvido pelo
chamado "canteiro", que é, na realidade, "o escultor da pedra". (SILVA, 2003).
O produto artístico materializado no monumento histórico não é eterno. Tais
obras podem ser afetadas por um conjunto de fatores externos, como por exemplo,
condições climáticas, acúmulo de particulados atmosféricos, ação antrópica e
também pela colonização biológica dos substratos rochosos. (Silva, 2002) Esses
agentes levam ao dano físico, químico e estético dos monumentos devido à
corrosão dos materiais constituintes. Controlar este processo de deterioração, com o
mínimo de dano para o patrimônio, é um dos principais desafios dos profissionais
da área de preservação.
Ao conjunto de alterações indesejadas nas propriedades de um material por
fenômenos de natureza biológica tem-se chamado biodeterioração. Este fenômeno
é definido por Hueck, 1965 como qualquer mudança indesejável, produzida por
atividades normais de organismos vivos sobre materiais de importância econômica,
cultural ou histórica. Estudos sobre o assunto têm sido realizados pelo mundo, na
expectativa de interromper a tempo os processos que estão degradando importantes
construções históricas (Miller e Macedo-2003; Gaylarde et. al -2005; Macedo-
2003; Reis- 2003, Mouga-1997, Mouga e Proença- 2002).
Em Ouro Preto a vegetação que cresce sobre a cantaria é bastante conspícua
e integra a paisagem urbana no centro histórico. Destacam-se espécies herbáceas e
briófitas comumente encontradas adornando os chafarizes, os muros de arrimo, as
pontes, as escadarias e telhados das igrejas. A grande diversidade de fungos, algas e
liquens também pode ser observada nos blocos de rocha, formando manchas e
crostas comumente encontradas nos monumentos. Também existem algumas obras
em estágios avançados de sucessão ecológica, tomadas por espécies de maior porte
que então estabelecem raízes potencialmente degradantes às construções. Todavia,
os estudos sobre a biota associada à cantaria em Ouro Preto ainda são escassos e,
ao mesmo tempo, urgentes, dado a necessidade de embasar ações para a
conservação destas obras.
Por outro lado, uma vez que os monumentos espalhados pela cidade, para
além do seu intrínseco valor científico e patrimonial, assumem, na atualidade, uma
estreita relação com o meio e o ambiente onde se inserem, é imprescindível
vislumbrar seu valor cultural enquanto participante dinâmico de uma paisagem
humanizada. No caso de Ouro Preto, cuja população realmente reside no centro
histórico e convive com os monumentos diariamente, a participação da comunidade
no processo de valorização e conservação deste acervo é tão importante quanto os
estudos e procedimentos técnicos para este fim. Assim, o estudo da vegetação
colonizadora dessas obras deve abranger as impressões e expectativas dos
moradores e pode constituir-se um artifício para a educação ambiental e
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patrimonial dos moradores e visitantes de Ouro Preto, ao estimular uma
interpretação mais ampla do espaço urbano, na qual os aspectos humano e natural
articulam-se para realçar a integridade paisagística da cidade.
O conhecimento sobre os organismos que se estabelecem sobre os
monumentos também é útil para incrementar o aprendizado dos alunos da Escola
de Cantaria de Ouro Preto, que vem nos últimos oito anos, formando novos
profissionais canteiros para suprir a demanda de restaurações das obras do
município. Aém disso, as informações levantadas vêm sendo empregadas para a
sensibilização de alunos das escolas públicas de Ouro Preto, promovendo maior
intimidade e um olhar mais sensível para com o patrimônio cultural da cidade.
Assim, no intuito de contribuir para as ações de valorização e conservação
dos monumentos de cantaria do centro histórico de Ouro Preto, com o presente
trabalho objetiva-se investigar os problemas de biodeterioração destas obras e
fomentar a utilização destes elementos como ferramentas para a sensibilização da
população.
DESENVOLVIMENTO:
A fim de proporcionar uma análise mais abrangente do assunto em questão,
optou-se por não realizar o exame minucioso de uma obra em especial, e sim por
descrever os padrões de colonização biológica e as espécies eminentes sob a
cantaria do centro histórico, bem como levantar e reunir informações relevantes
dentro desta problemática. Dentre as obras observadas, destacam-se: Ponte do
Rosário, Igreja do Rosário, Chafariz de Marília, Ponte do Antônio Dias, Ponte dos
Contos, Chafariz da Glória e Ponte Seca. O projeto estruturou-se em quatro eixos
de estudo, detalhados a seguir e realizados simultaneamente durante o ano de 2008.
Dentre os métodos utilizados incluem-se: observação macroscópica in situ, a
pesquisa bibliográfica, a realização de entrevistas com moradores o registro
fotográfico, a coleta e a identificação de organismos sobre os monumentos de
cantaria do centro histórico.
COLONIZAÇÃO E SUCESSÃO ECOLÓGICA NOS MONUMENTOS:
Entende-se por colonização biológica o estabelecimento de organismos em
superfícies antes estéreis. No caso das rochas, a colonização primária da pedra
depende sobretudo da sua estrutura e composição química, e em grande parte, das
condições ambientais em que aquela se encontra (Warscheid, 2000). Dessa forma,
os monumentos de cantaria expostos às intempéries climáticas, como aqueles
presentes nas ruas de Ouro Preto, encontram-se mais suscetíveis à colonização
biológica em comparação com os monumentos localizados nos interiores das
igrejas e casarios. Os altos índices de pluviosidade anual e de umidade atmosférica
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característicos da região em estudo favorecem tanto o estabelecimento de espécies
pioneiras sobre a rocha, quanto a sucessão ecológica, definida como o padrão de
colonização e extinção promovido por populações de espécies em uma determinada
área (BEGON, 1996).
Isto deve-se ao fato de que uma característica preponderante para o
estabelecimento das espécies é a condição abiótica favorável dos ambientes.Em
outras palavras, a distribuição das espécies colonizadoras é determinada pelas
exigências ecológicas e fisiológicas destas, bem como das características climáticas
e do substrato. Existe um consenso geral entre os conservadores e cientistas que a
alteração dos monumentos de pedra, devido à ação de
organismos normalmente é indicativo de um estado avançado de deterioração
prévio através dos agentes físicos e químicos (carl). Dessa forma, somente após a
deterioração inicial da rocha, os organismos começarão a colonizar a área.
Os primeiros colonizadores de materiais pétreos no exterior são organismos
autotróficos, espécies de pequeno porte e de fácil dispersão, como as microalgas e
as cianobactérias. Estes microrganismos preferem, de acordo com Caneva et al.
(1994), substratos ligeiramente alcalinos (pH = 7-8), como as rochas calcárias, e
têm a capacidade de crescer apenas com dióxido de carbono, azoto e vestígios de
sais minerais. Os liquens também se incluem entre os primeiros colonizadores de
substratos pétreos, formando colônias de cores variadas sobre as superfícies. Tais
organismos são capazes de habitar determinados locais apesar das drásticas
intempéries, sendo denominados pioneiros, e modificam o ambiente através da
produção de material orgânico e nutrientes, auxiliando na formação e espessamento
do solo e permitindo condições próprias à instalação gradativa de outros
organismos.
Assim, durante o processo de colonização, as comunidades pioneiras
promovem transformações que possibilitam uma ordenada inserção ou mesmo a
substituição de espécies que irão povoar um meio antes inabitável, tornando-o
propício e gradativamente mais dinâmico. Posteriormente, os microrganismos
heterotróficos, como algumas bactérias e fungos, que necessitam de uma pequena
quantidade de nutrientes para sobreviverem, já encontram condições favoráveis
para o estabelecimento sobre a rocha, devido à atividade de outros organismos, aos
materiais provenientes do próprio substrato, e às partículas que se acumulam na
superfície dos monumentos produzindo depósitos finos (Ingraham et al., 2000). Os
materiais pétreos podem também ser colonizados por bactérias
litoquimioautotróficas que utilizam compostos inorgânicos como fonte de energia
(Warscheid, 2000).
Neste estágio da sucessão, a presença dos organismos supracitados cria um
ambiente propício para a germinação de sementes e esporos que eventualmente
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possam ser depositados pelo vento, água ou através de zoocoria, fornecendo,
principalmente a umidade necessária à viabilidade dos embriões. Briófitas,
pteridófitas e plantas superiores podem então se desenvolver e estabelecer raízes
entre as fissuras e fendas dos monumentos.
DANOS CAUSADOS PELA BIODETERIORAÇÃO EM MONUMENTOS
DE CANTARIA
A biodeterioração de materiais pétreos raramente se deve a presença de
apenas um grupo distinto de organismos. Numa determinada área e num mesmo
período de tempo coexistem muitas espécies. Durante o ciclo de vida e o
crescimento, estes interagem com a pedra, podendo acarretar a deterioração dos
monumentos. Assim, os organismos colonizadores citados no tópico anterior
provocam alterações combinadas nos monumentos por meio dos produtos de seu
metabolismo (deterioração de origem química) e da pressão exercida sobre as obras
pedra (deterioração física) .
Microalgas e cianobactérias criam biofilmes de extensão, espessura,
consistência e cor diversa, com uma forte adesão ao substrato (Tiano, 1998), que
permitem a adesão de poeiras, terras e resíduos orgânicos que favorecem o
crescimento posterior de outros organismos. Também podem causar a dissolução
da rocha (Allsopp, 2002). Liquens formam colônias de cores diversas e exercem
ação mecânica sobre o substrato, devido à penetração das hifas, produção e
excreção de ácidos orgânicos( Allsopp, 2002). Bactérias heterotróficas promovem
alterações várias como esfoliações, crostas negras e pulverização (Caneva et al.,
1994), além de reterem água e favorecer o crescimento de seres heterotróficos
(Tiano, 1998). Os Fungos podem acarretar a formação de manchas, devido à
liberação de pigmentos ou à presença do micélio (Caneva et al., 1994), além de
gerar a solubilização da pedra, associada a uma diminuição do pH, resultante da
produção de ácidos orgânicos (Allsopp, 2002). Já as plantas superiores podem
desencadear processos de deterioração de natureza física, sobretudo através das
raízes por meio da formação de novas fendas e fissuras, obstrução visual do
monumento, retenção de umidade , além de favorecer o estabelecimento e
crescimento de seres heterotróficos.
OS ORGANISMOS PRESENTES NOS MONUMENTOS DE CANTARIA
EM OURO PRETO
Foram identificadas X espécies, distribuídas em X famílias recorrentes sobre
os monumentos de cantaria de Ouro Preto, apresentadas a seguir:
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Figura 1: P. capitatum sobre a Ponte do Rosário e Pteris sp. sobre o chafariz da
Glória
Pteris vittata L. é a espécie mais abundante sobre a cantaria do centro histórico.
É representante da família Pteridaceae, conhecida por apresentar grande
heterogeneidade de gêneros e espécies, além de grande representatividade e
importância, em nível florístico, na região neotropical (Prado 1993). Apresenta
fronde composta, com pinas lineares, e pseudo-indúsio formado pela margem da
lâmina recurvada e modificada (Prado e Windisch, 2000). É popularmente
conhecida como samambaia prata, geralmente presente na transição de hábito
terrestre para rupícola, sendo também utilizada como espécie ornamental.
Outro representante importante da família Pteridaceae sobre os monumentos é
Adiantum sp., popularmente conhecida como avenca. Esta espécie possui folhas
grandes, chamadas frondes, subdivididas em muitos folíolos em forma de cunha.
São delicadas e exigem umidade, meia sombra e boa drenagem, além disso, não
toleram baixas temperaturas( Lelinger, 1991). É uma espécie muito utilizada no
paisagismo e pode ser cultivada em canteiros e jardineiras, valorizando sua beleza.
A espécie Polygonum capitatum Buch.-Ham, uma planta herbácea invasora,
rasteira e perene, com grande poder de propagação quer por via sexuada (semente)
quer assexuada (partes vegetativas). As inflorescências são terminais, globosas
verdes, brancas e rosadas. Pertence à família Polygonaceae, de distribuição quase
cosmopolita. No Brasil ocorrem sete gêneros e aproximadamente 100 espécies
(Souza & Lorenzi, 2005).
Blechnum sp. pertence à família Blechnaceae, que apresenta distribuição
subcosmopolita, sendo reconhecidos nove gêneros. O gênero Blechnum sp
apresenta distribuição pantropical com cerca de 200 espécies (Mickel & Smith,
2004; Smith, 1995b)compreende plantas terrestres, raro rupícolas, ocasionalmente
hemiepífitas ou subarborescentes.
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Figura 2: Blechnum sp. e Lepidium sp. sobre a Ponte Seca
A família Brassicaceae inclui as mostardas, couves e brócolis e possui
distribuição cosmopolita, incluindo cerca de 400 gêneros e 4000 espécies. No
Brasil ocorrem sete gêneros e aproximadamente 50 espécie, além de diversas
subespontâneas (Souza & Lorenzi, 2005). Algumas espécies são cultivadas como
ornamentais, muitas são invasoras de cultura. O gênero Lepidium observado sobre
a cantaria de Ouro Preto não é nativo do Brasil.
Linaria cimbalaria (L.) Mill. , pertencente à família Scrophulariaceae , é uma
espécie herbácea, trepadeira ou pendente, de aspecto frágil, frequente nos cantos
frescos dos monumentos de pedra. Produz flores solitárias que desenvolvem-se a
partir das axilas das folhas e pode ser usada como ornamental. Quando os frutos
estão maduros, os pedúnculos dobram-se para depositar as sementes no muro e
aumentar assim as possibilidades de germinação.
Figura 3: Liquens sobre a Igreja do Rosário e L. cimbalaria sobre a Ponte Seca.
Nota-se que as espécies freqüentes sobre os monumentos tendem a ocupar áreas
abertas, crescendo em ambientes artificiais, criados pela modificação das condições
naturais como, por exemplo, muros residenciais e escadarias à margem de estradas
(Campos, 2003). São espécies herbáceas ou arbustos escandentes de menor porte,
com raízes mais finas e fasciculadas, que apesar de não promoverem o aumento ou
a abertura de novas fendas, contribuem para elevar a umidade no local onde se
instalam, além de proporcionarem um microclima favorável ao estabelecimento de
espécies mais agressivas. Vale ressaltar que todas as plantas identificadas como
mais comuns e abundantes sobre os monumentos são largamente utilizadas como
espécies ornamentais.
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Também foram encontrados alguns indivíduos de porte arbóreo, a saber: a
espécie Fícus sp. na Ponte do Rosário, Psidium guajava na Ponte dos Contos e
Acnistus sp e Piper sp. na Ponte Antônio Dias. Estas espécies arbóreas possuem
raízes espessas e pivotantes, e podem prejudicar o patrimônio por meio da pressão
impingida na rocha durante o crescimento do vegetal.
A análise macroscópica das rochas permitiu a distinção de manchas
esverdeadas muito comuns sob a cantaria, cujo padrão de crescimento sugere tratar-
se de colônias de algas. Dois tipos de liquens também foram identificados como
sendo abundantes sobre os monumentos, sendo um com coloração esverdeada e
aspecto aveludado e o outro de cor branca, aspecto crostoso e crescimento circular.
Estes organismos não foram identificados até um nível taxonômico superior, porém
a alta freqüência com que estes organismos foram encontrados justifica a menção
neste trabalho. Futuramente, pretende-se investir no conhecimento mais
aprofundado destes organismos, uma vez que os liquens apresentam-se como um
dos organismos mais prejudiciais aos substratos aos quais se aderem, conforme
esclarecido por Caneva et al., 1994.
ESTREITANDO OS LAÇOS COM A COMUNIDADE: QUAL A OPINIÃO
DOS MORADORES?
O estudo da interação entre a comunidade local e o objeto de estudo,
buscando compreender o patrimônio enquanto expressão elevada da identidade
regional e local é essencial para a contextualização e eficácia das intervenções.
Assim, no intuito de reconhecer a opinião dos moradores de Ouro Preto sobre a
existência de plantas sobre os monumentos de cantaria da cidade, no dia cinco de
março de 2009, realizamos uma pesquisa aberta de opinião com 15 pessoas de sexo
e idade variados, recrutadas aleatoriamente em frente aos monumentos de cantaria
analisados. Esta pesquisa não visa uma representação estatística da opinião da
população, pois trata-se unicamente de uma pesquisa exploratória que levantou
aspectos relevantes ao objeto de estudo. As entrevistas basearam-se em um roteiro
não rígido, procurando otimizar a troca de informações, sugestões e comentários.
Entre os entrevistados 66,7% mostraram-se familiarizados com o significado
da palavra cantaria. Os demais, apesar de não conhecerem o termo, disseram
reconhecer a importância desta técnica, de forma que 100% responderam
afirmativamente a esta pergunta. Como motivos para a conservação das obras de
cantaria, foram citados o valor histórico(50%), o valor estético(73%), o valor
cultural (30%) e o valor turístico( 6%). Tais dados reiteram a relevância dos
estudos para a conservação da arte canteira, pois evidenciam o mérito desta arte
enquanto parte da tradição cultural popular.
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Quando convidados a darem sua opinião sobre as plantas instaladas nos
monumentos, 86% disseram que as plantas devem ser retiradas, e 53% disseram
que o fato deve-se ao descaso das autoridades (prefeitura e/ou IPHAN). 60%
consideram que as plantas depreciam o valor estético e estragam os monumentos,
sendo que três pessoas referiram-se aos organismos como “sujeira” e/ou “mato”.
Estes valores enfatizam a necessidade de se desenvolver uma metodologia
aprimorada para o controle destes organismos, uma vez que demonstram a
contrariedade da população em relação a esta problemática. Os outros 40%
acreditam que as plantas colonizadoras embelezam os monumentos, o que sugere
que esta assembléia de organismos possui um potencial para atrair a simpatia dos
moradores, e, portanto podem ser úteis para embasar ações em educação ambiental
e patrimonial.
33% dos entrevistados disseram que a presença destes organismos sobre as
obras de cantaria é natural, conseqüência da ação da natureza. Destes, cinco
pessoas citaram, espontaneamente, a zoocoria como a forma através da qual a
colonização dos substratos ocorre. Logo, percebe-se que a questão ecológica
envolvendo os monumentos da cidade não passa despercebida aos olhos da
população que, em menor escala, observa e acompanha os processos biológicos
sobre o patrimônio. 46% consideram importante que sejam feitos estudos sobre
estes organismos, sendo que dentre estes, 14% crêem ser relevante identificar as
principais espécies ocorrentes, 28% acham importante entender o processo de
colonização da rocha e 57% acreditam que o estudo destes organismos é
imprescindível para embasar ações de conservação dos monumentos.
Com base nesta sondagem, é possível apontarmos para as relações entre o
patrimônio histórico, cultural e a identidade local, uma vez que os entrevistados
demonstraram preocupação zelo para com o patrimônio de cantaria. Muitas
respostas indicam opiniões controversas entre os entrevistados, demonstrando o
quanto assunto abordado é conflitivo e desperta a atenção da população.
Nota-se que existe um compreendimento equivocado a respeito dos
processos de colonização e sucessão biológica nos monumentos, uma vez que os
comentários resumiram-se às plantas superiores, o que demonstra que os
entrevistados ignoram os organismos colonizadores, tão importantes para a
instalação dos demais organismos, conforme explicitado anteriormente. É
importante ressaltar que os danos físicos causados pelas plantas superiores são
menos freqüentes que os danos químicos causados pela presença dos demais
organismos, fato que parece ser desconhecido dos entrevistados. Trabalhos futuros
visando esclarecer estes pontos à população podem ser interessantes para estimular
a conscientização ambiental e patrimonial.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise contribuiu para a compreensão cada vez mais fina da complexidade
e responsabilidade que supõe intervir em um bem com o valor histórico, científico
e cultural como é a paisagem de Ouro Preto. Porém este estudo está longe de ser
conclusivo uma vez que, com desenvolvimento da pesquisa percebemos que é
imprescindível continuar os estudos e aperfeiçoar as práticas referentes ao controle
dos organismos que colonizam estes monumentos, fazendo com que as ações para a
conservação deste acervo sejam mais efetivas.
Conclui-se que este projeto apresenta valor social à medida que promove
aprofundamento em uma temática ainda pouco explorada nos debates sobre a
preservação do patrimônio da cantaria em Ouro Preto, aliando extensão, pesquisa e
ensino, bem como, articulando os aspectos científico e cultural para a contemplação
mais abrangente do tema.
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... Lichens form colonies of different colors and modify the environment in which they are installed by the production of organic material and excretion of organic acids that help the formation and thickening of the soil, enabling suitable conditions for the later and gradual installation of other living beings. They also exert a mechanical action on the substrate by penetrating the hyphae (Caneva et al. 2000;Prado et al, 2009;Tortora et al, 2017). At the Chafariz, they are mainly found at the crown, in the elements that are horizontal, as well as in the stony part of its central tank, and in apparently wetter places ( Figure 18). ...
... These biofilms have varied thickness and colors, are strongly adhered to the substrate, and allow the deposition of organic residues that favor the growth of other organisms. In addition, they can cause dissolution of the rock (Tiano, 1998;Caneva et al., 2000;Prado et al., 2009). ...
... As already reported by Prado et al. (2009), in Ouro Preto, the vegetation, especially herbaceous and bryophyte species, is quite conspicuous and commonly found in fountains, retaining walls, bridges, staircases and church roofs. Among the damages caused by these vegetations, it can be mentioned the formation of holes caused by the penetration of moss rhizodes and the mechanical and chemical action (acid exudates) of the roots of vascular plants (Guiamet et al., 2008). ...
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The genus Pteris is revised; 24 species and two varieties are recognized, of which five species are endemic. Analytical identification keys for species and varieties with their respective descriptions and illustrations, data and maps of geographical distribution, and analysis of important taxonomic characters for recognition of species, genera, and varieties are presented. A secondary centre of diversity and endemism for Pteris is in the mountainous regions of southeastern Brazil.
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and are commonly misidentified in herbaria. These species, A. cajennense, fructuosum, fuliginosum, pulverulentum, serratodentatum, terminatum, and tetraphyllum, can reliably be distinguished from one another on the basis of costa indument and abaxial lamina indument (observed at 50 x) and often by frond and pinna morphology and rhizome morphology. However, pinna morphology is not always distinctive and is difficult to characterize adequately, and rhizome morphology is often not observable because collectors do not excavate and press the tenacious rhizomes. (In this regard, species with longcreeping rhizomes tend to have stipes that are straight at the base, whereas those with short-creeping rhizomes tend to have stipes that curve at the base, and so an educated guess about rhizome morphology sometimes can be made in the absence of the rhizome itself.) Many of the species of Adiantum hybridize quite readily, which can lead to difficulty in making identifications. Kramer (1978, p. 95), for instance, suggested eight possible hybrids in Surinam, four of them involving one or two of the species treated here. If one has a clear concept of the species, the intermediateness of hybrids in pinna and pinnule shape is often evident, and at least one parent often can be deduced. According to Dr. Brigitte Zimmer (pers. comm.), many of the specimens that have passed as variants, such as pinnate or bipinnate "forms" of certain Adiantum species, are actually hybrids. Dr. Robbin Moran (pers. comm.) has begun to find a similar situation in the unrelated genus Lindsaea (Dennstaedtiaceae). It is interesting that both genera occupy similar, edaphically dry habitats, have evolved sufficiently similar habits to be mistaken for each other by non-pteridologists, and may grow in genus communities (Wagner & Wagner, 1983). The following key will serve to distinguish these critical species of Adiantum. Although rhizome morphology is a useful character, I have avoided using it as a single character in the keys because of its frequent absence from herbarium sheets. 1. Abaxial surface of the laminae bearing simple, jointed hairs. Indument of the costae reddish brown, a mixture of simple, jointed hairs and linear scales up to 2(3) cells wide proximally and hair-like distally. Rhizomes short-creeping, knotted; stipes crowded. 2. Indusia brown (rarely blackish) at maturity, rarely any of them elongate,
Ordem e natureza. A construção da paisagem do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Arquitextos (São Paulo. Online), v. 103.1
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OLIVEIRA, A. R. Ordem e natureza. A construção da paisagem do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Arquitextos (São Paulo. Online), v. 103.1, p. 1-10, 2008.
Minas Faz Ciência -N° 17 -dez/2003 a dez
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Estudo comparativo da biodeterioração de monumentos históricos de Ouro Preto, XI Seminário de Iniciação Científica da UFOP
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REIS, Vivian Walter dos, Estudo comparativo da biodeterioração de monumentos históricos de Ouro Preto, XI Seminário de Iniciação Científica da UFOP, Universidade Federal de Ouro Preto, Minas Gerais, 2003.
Licófitas e monilófitas (Pteridophyta) da floresta nacional de Caxiuanã
  • Marcio Roberto Silva
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SILVA, Marcio Roberto Pietrobom da e ROSARIO, Sebastião Maciel do. Licófitas e monilófitas (Pteridophyta) da floresta nacional de Caxiuanã, estado do Pará, Brasil: chave para as famílias e as espécies de Aspleniaceae e Blechnaceae. Bol.
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Mus. Para. Emilio Goeldi Cienc. Nat., ago. 2008, vol.3, no.2, p.151-163. ISSN 1981.
Revisão taxonômica de Pteris L. (Pteridaceae) no Brasil. Tese de doutorado
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PRADO, J. 1993. Revisão taxonômica de Pteris L. (Pteridaceae) no Brasil. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Uma contribuição ao estudo da deterioração de pedra-sabão em monumentos históricos Dissertação de Mestrado. 115p. Departamento de Geologia
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SILVA, M. E.. Uma contribuição ao estudo da deterioração de pedra-sabão em monumentos históricos Dissertação de Mestrado. 115p. Departamento de Geologia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2002.