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Universidade Federal do Rio Grande - FURG
17ª Mostra da Produção Universitária - MPU
Rio Grande/RS, Brasil, 01 a 03 de outubro de 2018
ISSN: 2317-4420
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GERENCIAMENTO DE RISCOS NA BIBLIOTECA RIO-GRANDENSE: UM
ESTUDO DE CASO
COUGO, Carmen Berenice Cougo de
RODRIGUES, Marcia (orientadora)
carmemberenice@gmail.com
Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Palavras-chave: Gerenciamento de riscos; Acervo bibliográfico; Biblioteca Rio-
Grandense.
1 INTRODUÇÃO
Bibliotecas são espaços de guarda da memória. No entanto, verifica-se, ao
longo de sua história, que muitos acervos bibliográficos foram perdidos devido à ação
de diferentes agentes de risco, tais como: incêndios, saques, inundações, pragas,
guerras, entre outros.
Desde o início da década de 1990, a área da preservação tem se desenvolvido
mais rapidamente, e passou a investigar não somente os agentes de deterioração dos
acervos bibliográficos, mas também formas de diminuir estes riscos (SPINELLI;
PEDERSOLI JR., 2010).
O gerenciamento de riscos proporciona condições de preservação de acervos
bibliográficos, mediante estudos de probabilidade e a antecipação de problemas
(riscos).
Nesta perspectiva, este trabalho propõe a realização de um estudo sobre o
gerenciamento de riscos aplicado à Biblioteca Rio-Grandense, buscando garantir a
prolongação da existência física desta instituição e seus acervos, para que gerações
futuras consigam usufruir das suas riquezas culturais e históricas. Vale salientar que
este estudo vem sendo realizado no âmbito do curso de Bacharelado em
Biblioteconomia, especificamente nas disciplinas Trabalho de Conclusão de Curso I e
II, durante o ano de 2018.
1.1 A Biblioteca Rio-Grandense
A Biblioteca Rio-Grandense é patrimônio arquitetônico, literário e cultural da
cidade do Rio Grande/RS. É a mais antiga biblioteca e instituição cultural do Rio
Grande do Sul e uma das mais antigas bibliotecas do Brasil. Foi fundada em 15 de
agosto de 1846 com o nome de Gabinete de Leitura pelo português João Barbosa
Coelho (PIRAGINE, 1992).
Em seu acervo, a biblioteca reúne mais de 450.000 títulos. Além de suas obras
raras, possui uma lista de jornais antigos que podem ser consultados no local. Alves
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(2006) salienta a importância do acervo de jornais, destacando-o como um dos mais
importantes do Brasil, sobretudo os rio-grandinos e os sul-rio-grandenses.
O prédio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
(IPHAE) em 2006, precisa ser restaurado para preservar o acervo que conta com
coleções especiais de livros, mapas, documentos, jornais, fotografias e manuscritos
que registram importantes informações históricas da cidade e de todo o Estado. Todo
esse patrimônio histórico e cultural, no entanto, atualmente se encontra ameaçado pela
falta de recursos para a conservação.
2 METODOLOGIA
A metodologia de gerenciamento de risco trabalha com dez agentes de
deterioração, são eles: forças físicas, criminosos, fogo, água, pragas, poluentes, luz,
temperatura incorreta, umidade relativa incorreta e dissociação (MATTOS;
PEDERSOLI JR., 2013).
Esta pesquisa propõe um estudo de caso, por meio da observação dos dez
fatores de risco, identificando-os na Biblioteca Rio-Grandense.
Para sua realização, as etapas previstas são as seguintes:
a) revisão teórica, por meio da leitura de fontes bibliográficas que tratam sobre o tema
em questão;
b) observação in loco: esta etapa prevê a realização de uma visita técnica na área
interna da Biblioteca Rio-Grandense, durante a qual será utilizado um Roteiro de
observação; e a realização de uma entrevista com o funcionário mais antigo da
instituição para fins de complementação de informações relativas, especialmente, a
situações que ocorreram na biblioteca no passado (a entrevista será do tipo
semiestruturada);
c) tabulação das informações coletadas e interpretação das respostas/situações
apresentadas à luz do referencial teórico sobre gerenciamento de riscos.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da observação e das respostas obtidas por meio da entrevista, será
possível perceber os riscos presentes na Biblioteca Rio-Grandense, confrontando os
resultados com o referencial teórico.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista a importância dos acervos bibliográficos para a conservação de
uma memória viva para gerações futuras, torna-se necessário o trabalho de
sensibilização em relação ao patrimônio bibliográfico, os cuidados, as técnicas de
preservação, conservação e restauração, em relação aos agentes de deterioração e
aos cuidados com as obras raras. Tudo isso, dentro de uma biblioteca pública ou
histórica, necessita de uma política que apresente métodos e técnicas de
gerenciamento de riscos, bem como profissionais capacitados para executar estas
políticas.
Percebe-se, no entanto, que muitas instituições não possuem um plano de
gerenciamento de riscos, sendo que a Biblioteca Rio-Grandense é uma delas. Nesse
sentido, este trabalho pretende contribuir com a área em estudo, fornecendo, através
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do estudo de caso, subsídios para a elaboração de um planejamento de ações que
visem à proteção preventiva do acervo bibliográfico.
Sendo este um dos aspectos relevantes da pesquisa, abre-se discussão para
muitas outras temáticas que ainda devem ser pesquisadas, debatidas e desenvolvidas,
para continuarmos garantindo e perpetuando o patrimônio cultural para as gerações
futuras. As instituições responsáveis pela salvaguarda de acervos devem ter a exata
consciência da sua missão perante as gerações futuras, no sentido de preservar a
história e manter o patrimônio cultural, de certa forma, íntegro, com a menor perda de
valor possível.
5 REFERÊNCIAS
ALVES, F. N. (Org.). Bibliotheca Rio-Grandense: textos para o estudo de uma
instituição a serviço da cultura. Rio Grande: Ed. da FURG, 2006.
MATTOS, L.; PEDERSOLI JR., J. L. O gerenciamento de riscos em acervos. In:
ARISTIMUNHA, C. P.; FAGUNDES, L. K.; MATTOS, L. (Org.). Preservação de
patrimônio cultural. Porto Alegre: Museu da UFRGS, 2013.
PIRAGINE, M. L. R. Cartilha Papareia: informativo turístico de A-Z do Município do
Rio Grande. Rio Grande: FURG, 1992.
SPINELLI, J.; PEDERSOLI JR., J. L. Biblioteca Nacional: plano de gerenciamento
de riscos: salvaguarda & emergência. Ed. rev. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca
Nacional, 2010.