A Coleção Desafios do Ensino e da Aprendizagem é uma iniciativa voltada ao incentivo e à socialização da produção científica em Instituições do Ensino Superior (IES) brasileiras e estrangeiras envolvidas no projeto SOBRECULTURALIDADE NO MÉXICO E A INTERCULTURALIZAÇÃO CURRICULAR DO IF GOIANO, CAMPUS URURAÍ, coordenado pelo professor Dr. Daniel Valério Martins, submetido ao edital de número 14/2024 e aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Esta coleção contém seis volumes e se insere também, no contexto do Macroprojeto de Pesquisa intitulado “POLÍTICAS PÚBLICAS, DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS: articulações entre ensino, tecnologia e sociedade” de autoria de Marcos Fernandes-Sobrinho, que pretendeu envolver grupos de docentes pesquisadores, seus orientandos e egressos, no âmbito do Programa de Pós- Graduação em Ensino para a Educação Básica (PPGEnEB) do Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí e contou com apoio financeiro parcial, proveniente do Termo de Convênio PPGEnEB/IFGoiano e IFTM/Paracatu, cuja rubrica é 339020 – Auxílio Financeiro a Pesquisador. Os volumes possuem capítulos de autoria de professores, pesquisadores e estudantes de outras instituições nacionais e internacionais que foram convidadas a apoiar a materialização do projeto por desenvolverem atividades nas temáticas abordadas, e têm como premissas a produção e difusão do conhecimento, as quais envolvem processos de reflexão, indagação, e a busca metódica por respostas a problemas que ajudem no bem-viver da humanidade. Com base neste entendimento, percebemos, através da atuação docente em instituições públicas de ensino superior que, se faz necessárioEducação Intercultural em pauta reivindicarmos que a Universidade desenvolva políticas interculturais de incentivo à produção científica, à pesquisa, à extensão e ao ensino, desde a graduação, possibilitando assim uma formação mais orgânica e com maior alcance social. Essa constitui a principal motivação para a organização desta coleção. Dessa maneira, os Desafios do Ensino e da Aprendizagem que compõem estas obras versam sobre campos diversificados do saber e sobre múltiplos enfoques, que nos possibilitam o olhar plural sobre objetos de estudos também diversificados, além de contribuir na interação interinstitucional, interculturalização e internacionalização das instituições envolvidas. No Volume I – Educação Intercultural em pauta, são elencados uma série de estudos interculturais, de diversidade cultural e ao mesmo tempo que dá ênfase a questão étnico-racial desde uma visão de um racismo estrutural que deve ser combatido pela educação e suas ferramentas didáticas. O primeiro texto aborda atividades desenvolvidas pelo Corpo Acadêmico Movimentos Sociais, Etnodesenvolvimento e Educação Intercultural da Universidade Intercultural Indígena de Michoacán – UIIM e reflete sobre a historicidade da Vinculação Comunitária naquela casa de estudos, além de trazer uma reflexão sobre o que foi alcançado na instituição e o que pode ser melhorando, como uma espécie de avaliação diagnóstica. O segundo texto realiza uma análise conceitual a respeito da ideia central de interculturalidade, estabelecendo relação com outros conceitos que enfatizam o contato entre culturas distintas e para tanto aborda o conceito de Sobreculturalida de mostrando em uma só ótica os vários conceitos elencados como etapas de um processo de sobrevivência cultural frente ao contato inevitável . O terceiro texto enfatiza a importância de um ensino antirracista na educação básica mostrando como palco a Regional VI no município de Fortaleza-Ceará com o propósito de analisar e verificar o alcance desse marco legal na rotina pedagógica e se existem políticas afirmativas da Secretaria de Educação do Estado do Ceará voltadas para a implementação das leis que estabelecem a implementação da história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares. O quarto escrito destaca um exemplo de Educação iferenciada Indígena, e traz a discussão o material de produção Tremembé da etnia de mesmo nome. O material é apresentado como ferramenta de luta, empoderamento, reafirmação identitária, fortalecimento e manutenção cultural desses indígenas do Nordeste brasileiro ressaltando o processo de Sobreculturalidade. O quinto e sexto estudos tratam do Racismo Estrutural enfrentado no Estado de Goiás e utilizam além de uma busca bibliográfica, notícias de jornais locais sobre injurias raciais, bem como nas próprias abordagens policiais no Estado. O sétimo texto traz uma análise sobre o preconceito étnico-racial por meio da interação social desde uma perspectiva de Vygotsky no âmbito escolar. Segue a ideia Vygotskyana quando aborda o comportamento do homem como formado por peculiaridades e condições biológicas e sociais. Seguindo essa mesma linha o oitavo texto retrata o Racismo Estrutural, como um dos grandes e principais desafios para a Educação das Relações Étnicos – Raciais em nossas escolas. O nono escrito apresenta a vida e obra de Luíza Mahim e a identifica como sendo uma mulher à frente de seu tempo no Séc. XVIII. O texto trata sobre a representatividade intercultural de Luiza Mahin que direto da senzala e na sua condição de pessoa escravizada conseguiu romper com as limitações impostas pelas circunstâncias de sua época, ascender e mudar o seu entorno a ponto de marcar a história. O décimo e último texto enfatiza importância da diversidade, e valoriza a militância e as reflexões que emanam do contexto da luta social, ao destacar os significados que surgem dos momentos críticos. Para tanto apresenta como cenário o caso andino do Equador, país onde existe uma das organizações indígenas mais poderosas e combativas desde 1986. A você, leitor/a, esperamos que os conhecimentos compartilhados neste volume da coleção, contribuam de alguma maneira nos seus desafios no ensino e na aprendizagem como docente e como pesquisador/a, mas, sobretudo, como alguém que está trilhando seu caminho em uma jornada para o bem da coletividade.