Nos últimos anos, percebemos uma tendência nacional em se considerar um período de três anos para a consolidação do processo de alfabetização independentemente da forma de organização escolar adotada por cada rede de ensino, conforme apontado em vários documentos nacionais. Em 4 de julho de 2012, a portaria nº 867 instituiu o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, que, dentre outras
... [Show full abstract] ações, propõe a organização do Ciclo de Alfabetização, com duração dos três anos iniciais do Ensino Fundamental, a fim de possibilitar que as crianças se apropriem da escrita alfabética já no 1º ano, enquanto os 2º e 3º anos seriam destinados à consolidação da leitura e da produção de textos. O Ciclo de Alfabetização, portanto, busca assegurar a continuidade e o aprofundamento das aprendizagens por meio de uma progressão. O termo progressão, em nossa concepção, seria o avanço na elaboração de conhecimentos anteriormente apreendidos os quais servem como suporte para etapas futuras. Concebemos a progressão, conforme definição apresentada, em três dimensões: progressão escolar (direito que a criança tem de avançar na escolarização); progressão do ensino (organização e elaboração de expectativas de ocorrência dos eixos da Língua Portuguesa, nos três anos iniciais do Ensino Fundamental, por meio de delimitações das especificidades de cada aspecto da escrita e da leitura); e progressão das aprendizagens (esse avanço está diretamente ligado à qualidade crescente das aprendizagens construídas por meio da progressão do ensino). Neste artigo, temos como intuito discutir as práticas de alfabetização em escolas organizadas em ciclos de modo a refletirmos sobre a garantia da progressão escolar, do ensino e da aprendizagem ao longo do Ciclo da Alfabetização. Para isso, o capítulo está organizado