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A CRESCENTE IMIGRAÇÃO NO BRASIL E SEUS REFLEXOS NA ESCOLA PÚBLICA

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Abstract

Resumo: Dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) apontam que somente em 2016, 94 mil estrangeiros entraram no Brasil. Ao considerar os anos de 2010 a 2016, de acordo com a instituição, o número chega a 669.722 mil estrangeiros no país. Como principais grupos, registram-se os haitianos, que em 2016 somavam quase 81 mil pessoas, e os bolivianos com 60,8 mil pessoas. A chegada constante e expressiva de imigrantes tem gerado reflexos diretos em vários setores, como na educação, saúde e assistência social, principalmente em localidades com maiores registros de entrada. Dessa forma, o imigrante passou a ter a garantia de comungar diversos direitos, como o direito à educação. Tal constatação é fortemente verificada por meio da Lei da imigração nº 13.445/2017, que em síntese deixou de ser baseada no imigrante como risco a segurança nacional, para ser regida por política migratória baseada nos direitos humanos, pelo repúdio à discriminação e pelo acesso e tratamento igualitários. Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados da pesquisa bibliográfica sobre a produção de trabalhos acadêmicos que abordam a entrada de crianças e adolescentes imigrantes na escola pública brasileira. Dessa forma, buscou-se perceber o que foi publicado nos últimos anos sobre a temática em teses, dissertações, monografias e artigos. Os dados apontam para uma carência de estudos, visto que a temática se aflorou recentemente.
Anais do V Encontro Nacional e VIII Simpósio Infância e Educação
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A CRESCENTE IMIGRAÇÃO NO BRASIL E SEUS
REFLEXOS NA ESCOLA PÚBLICA
Rômulo Sousa de Azevedo
Claudia Tavares do Amaral
Resumo: Dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) apontam
que somente em 2016, 94 mil estrangeiros entraram no Brasil. Ao considerar os anos de 2010 a
2016, de acordo com a instituição, o número chega a 669.722 mil estrangeiros no país. Como
principais grupos, registram-se os haitianos, que em 2016 somavam quase 81 mil pessoas, e os
bolivianos com 60,8 mil pessoas. A chegada constante e expressiva de imigrantes tem gerado
reflexos diretos em vários setores, como na educação, saúde e assistência social,
principalmente em localidades com maiores registros de entrada. Dessa forma, o imigrante
passou a ter a garantia de comungar diversos direitos, como o direito à educação. Tal
constatação é fortemente verificada por meio da Lei da imigração nº 13.445/2017, que em
síntese deixou de ser baseada no imigrante como risco a segurança nacional, para ser regida
por política migratória baseada nos direitos humanos, pelo repúdio à discriminação e pelo
acesso e tratamento igualitários. Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo
apresentar os resultados da pesquisa bibliográfica sobre a produção de trabalhos acadêmicos
que abordam a entrada de crianças e adolescentes imigrantes na escola pública brasileira.
Dessa forma, buscou-se perceber o que foi publicado nos últimos anos sobre a temática em
teses, dissertações, monografias e artigos. Os dados apontam para uma carência de estudos,
visto que a temática se aflorou recentemente.
Palavras chave: Educação. Imigração. Escola pública.
Introdução
As questões humanitárias que se apresentam na atualidade têm provocado
transformações sociais, políticas e econômicas no mundo, sendo o aumento da
imigração uma das mudanças mais relevantes nesse contexto. De acordo com dados da
Organização Internacional para Migrações OIM em 2010 existiam 214 milhões de
migrantes em todo mundo, e a estimativa é que em 2050 o número chegue a 405
milhões de migrantes (2010, apud FARIA, 2015).
No Brasil, de 2010 a 2016, 669.772 mil estrangeiros entraram no país
(CAVALCANTI; OLIVEIRA, et al., 2017). Somente em 2016, de acordo com o
Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) o número chega a 94 mil
estrangeiros. Além disso, de acordo com o OBMigra, como principais grupos de
imigrantes registram-se os haitianos, que em 2016 somavam quase 81 mil pessoas, e os
bolivianos com 60,8 mil pessoas (G1, 2017).
Devido a onda imigratória foi criada em 24 de maio de 2017 a Lei da
Imigração, nº 13.445. Anteriormente, a lei que respaldava o assunto era a Lei 6.815,
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de 19 de agosto de 1980, estabelecida no período do militarismo percebia o imigrante
como um risco a segurança nacional, além de apresentar um conteúdo com teor
discriminatório e contrário aos fundamentos da Carta Magna de 1988 (GUERRA,
2017).
Como avanços presentes na Lei 13.445, pode-se destacar sua base firmada
nos direitos humanos e na não criminalização da pessoa por motivos migratórios,
processo de regularização migratória mais ágil, institucionalização da política de vistos
humanitários, além de transferir uma série de direitos aos imigrantes, que até então não
era garantido na lei nº 6.815, dentre os quais pode-se apontar o direito à educação
pública sendo proibida a discriminação em razão da nacionalidade e da condição
migratória (GUERRA, 2017).
Além da Lei de 2017, há também outros documentos legais que respaldam os
direitos do imigrante, em especial o direito à educação, como a Declaração Universal
dos Direitos Humanos em seu artigo 23º:
1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo
menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é
obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos
estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu
mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao
reforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais
ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a
manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação
a dar aos filhos.
O artigo faz referência a todos os níveis de ensino, do elementar até o superior,
o que expõe esse como um dos direitos fundamentais do ser humano. No caso do
imigrante, a educação fornece as primeiras bases para a ambientação ao novo local, além
de toda uma carga de cultura e costumes que é transmitido por meio do ensino. Além
disso, as famílias imigrantes que desejam uma “vida melhor”, enxergam na escola o
meio para se alcançar este objetivo (BELAUSTEGUIGOITIA, 2003).
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Do ponto de vista acadêmico, o ambiente escolar permite analisar a relação do
imigrante e a sociedade, uma vez que é neste contexto que temas como diversidade
cultural e interculturalidade estarão presentes por meio das relações entre imigrantes e
professores, imigrantes e equipe gestora e imigrantes e colegas de sala de aula.
Possibilita-se também compreender as ações da escola em diferentes contextos
migratórios no que tange as diferenças de raça, nível socioeconômico, idade e
nacionalidade (BELAUSTEGUIGOITIA, 2003). É importante apontar com isso que os
efeitos gerados pelo processo migratório não se encerram com a família que sai de seu
país de origem para morar em outro local. Os filhos são profundamente afetados em um
ambiente que por vezes os estigmatizam. Em certas situações, isso acaba por afetar
também os filhos destes filhos. Justamente por isso estudiosos falam da existência de
imigrantes de segunda e terceira geração, sendo a segunda geração os filhos de
imigrantes que nasceram no país de acolhida, ou chegaram juntos com seus pais.
(HEIN, 2012).
Diante disso, percebe-se que a imigração é um campo que exige cada vez
mais estudos, especificamente na educação, uma vez que não muitos trabalhos que
compreendem a infância do imigrante e suas experiências de vida na escola
(BELAUSTEGUIGOITIA, 2003). A presente pesquisa buscou então preencher esta
lacuna ao apresentar dados e informações acerca de produções acadêmicas voltadas
para o contexto da criança e do adolescente na escola pública brasileira.
Metodologia
O método escolhido foi à pesquisa bibliográfica, que por meio de um
levantamento visa abranger publicações que tratam do tema de estudo, e que são
apresentadas em livros, jornais, monografias, materiais de comunicação oral,
audiovisual, dentre outros meios (MARCONI; LAKATOS, 2003). Com o levantamento
do material bibliográfico acerca do tema, é feito então um trabalho de leitura, síntese,
interpretação e discussão, que pode possibilitar o encontro de um novo enfoque e
abordagem do tema (FERRÃO; FERRÃO, 2012).
Para esta pesquisa, a bibliografia levantada se concentrou em teses,
dissertações, monografias, e artigos acadêmicos. As produções foram voltadas para a
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio de escolas públicas brasileiras.
Como fonte de dados utilizou-se a biblioteca digital brasileira de teses e dissertações
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(BDTD), o portal de periódicos da CAPES, sítio eletrônico da Scielo, e trabalhos
registrados no google acadêmico.
No campo de buscas foi trabalhada uma diversidade de termos que pudessem
permitir um maior alcance de trabalhos encontrados. Assim, buscou-se utilizando
descritores como “imigrante na escola”, “imigração e educação”, “criança imigrante na
escola”, entre outros.
Com os trabalhos apurados, o próximo passo foi uma análise dos resumos a fim
de encontrar resultados que pudessem indicar reflexos da imigração na escola pública
brasileira.
Caso a informação não fosse encontrada no resumo, ou houvesse dúvidas,
o trabalho então seria lido para uma melhor compreensão.
Resultados
Para uma melhor compreensão dos resultados segue a tabela construída com
enfoque nos dados obtidos:
Fonte
Quanti
dade
Formato
BDTD - Banco3
de Teses e Dissertações
09
Dissertações
e tese
Portal de periódicos da
Capes
01
Artigo
Google acadêmico
09
Artigos
Scielo
01
Artigo
Tabela 1 Fontes pesquisadas para
a coleta de dados Fonte: autores
No banco de dados da BTDT (Banco de Teses e Dissertações), foram
encontrados nove trabalhos, sendo oito dissertações e uma tese. O ano correspondente a
cada trabalho varia, sendo um em 2010, 2012, 2017 e 2018, dois trabalhos em 2016, e
três em 2015. Sete trabalhos foram produzidos por estudantes ligados a universidades de
São Paulo. Um trabalho foi produzido por estudante ligado a uma universidade de
Brasília, e um ligado a uma universidade do Rio Grande do Sul. Como predominância
de grupos estudados, registram-se quatro trabalhos sobre imigrantes bolivianos, um
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trabalho sobre imigrantes africanos, um trabalho sobre imigrantes haitianos, um trabalho
focado no direito à educação escolar básica por parte de imigrantes que residem no
Estado de São Paulo, e dois trabalhos que analisam a situação de imigrantes de diversas
nacionalidades presentes na escola.
No portal de periódicos da Capes foi encontrado um artigo sobre a relação
entre estudantes imigrantes de diversas nacionalidades e estudantes locais. O trabalho é
de 2008, e está ligado a uma universidade do Rio Grande do Sul.
No google acadêmico foram nove artigos, todos sobre os imigrantes haitianos.
Assim como nas demais buscas, há uma variação de tempo para cada trabalho. um
artigo de 2014, três de 2017, três de 2016, e dois de 2015. uma maior variedade
também das regiões oriundas de cada trabalho. Há trabalhos ligados às universidades de
Rondônia, Paraná, Mato Grosso, e Santa Catarina.
Por fim, no banco de dados da Scielo foi registrado um artigo sobre crianças
bolivianas na educação infantil realizado em 2015 por um estudante ligado a uma
universidade de São Paulo.
Ao analisar os resumos das produções levantadas, e em determinados
trabalhos, a leitura completa da produção, algumas informações importantes podem
ser consideradas. Para Magalhães (2010) estudantes bolivianos das escolas públicas de
São Paulo são inseridos em um ambiente que pouco promove a aprendizagem, além de
sofrerem preconceito, discriminação e violência. Para Rosa (2016), ao analisar a
inserção de alunos africanos imigrantes em uma escola da rede estadual, também de São
Paulo, foi percebido que o processo de inserção ocorre apenas no momento da
matrícula, não existindo uma política pedagógica que garanta a valorização da cultura
dos mesmos; além de serem vítimas de discriminação, preconceito e racismo.
Nos relatos de trabalhos produzidos em outros estados, os desafios se mostram
similares, como é o caso de jovens haitianas que sofrem diversas formas de violências
em um colégio de ensino médio situado na cidade de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul
(SILVA, 2018), e de crianças haitianas em escolas de educação infantil na cidade de
Sinop, Mato Grosso, que experimentaram momentos de rejeição e discriminação racial.
Neste caso, é assinalada também como uma barreira de integração a aprendizagem da
língua, uma vez que por não possuir domínio total a criança é excluída de atividades e
eventos escolares (ALEXANDRE; ABRAMOWICZ, 2017).
É importante considerar que o reflexo da entrada de imigrantes nas instituições
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de ensino se dá em todos os níveis, da educação infantil, ao ensino fundamental e ensino
médio. Foram encontradas produções baseadas em todos estes contextos, e em alguns
casos, produções pioneiras. Isso se deve porque há poucas pesquisas que retratam a
realidade de crianças imigrantes na educação infantil. Quando abordado, é parte de um
estudo maior sobre migrações, e apenas de maneira secundária é apresentado o
cotidiano educacional (FREITAS; SILVA, 2015).
Além disso, outro fato revelado no levantamento bibliográfico é que as
dificuldades de relacionamento não se dão apenas entre alunos imigrantes e nacionais,
mas também entre alunos imigrantes e professores, com o surgimento de tensões e
construções de estigmas que ocorrem através de modos de agir e de reagir do docente, o
que por sua vez levantam fronteiras, deformam as relações e provocam
constrangimentos (FREITAS; SILVA, 2015). Consta-se neste fato que mais de um
trabalho foi encontrado apresentando a dificuldade de relação entre professor e aluno
imigrante, seja criança, seja adolescente.
Considerações finais
Foi apresentado um panorama geral do levantamento bibliográfico acerca da
entrada de crianças e adolescentes imigrantes nas escolas públicas brasileiras, e
como isso tem se refletido no cotidiano escolar. No que se refere aos desafios e
problemáticas encontradas, salienta-se que as situações se assemelham, mesmo se
tratando de grupos diferentes, e em regiões diferentes. Ou seja, uma situação enfrentada
por crianças bolivianas em uma escola no interior de São Paulo, pode também ser a
mesma situação, ou semelhante à enfrentada por crianças haitianas em Mato Grosso.
Registra-se também o amplo espaço que a temática tem para amadurecer. O
levantamento apontou apenas um trabalho em nível de doutorado, e mesmo para os
trabalhos realizados no mestrado pode ser observado o espaço temporal recente. Das
oito dissertações, seis foram feitas entre 2015 e 2018. Na produção de artigos nota-se
uma quantidade maior, mas carece de um aprofundamento que é obtido por meio de
uma dissertação ou tese.
Sobre as produções levantadas, os problemas expostos nestes trabalhos se
detêm em quatro linhas, políticas públicas locais voltadas para a educação de estudantes
imigrantes, a adaptação à nova língua, o relacionamento entre estudantes nacionais e
imigrantes, e o relacionamento entre professores e imigrantes. Este último foi de fato o
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ponto mais importante descoberto na pesquisa, uma vez que o professor detém a
capacidade de influenciar seus alunos, ou seja, a forma como ele trata o imigrante vai
impactar profundamente na forma como os seus alunos também irão tratar. Pode-se ser
percebida com isso uma falta de treinamento e orientação para lidar com o aluno
diferente. Neste caso, entra- se no campo do treinamento e da qualificação profissional.
Mas, além disso, ao ler as pesquisas, pôde-se identificar outro fator neste processo, a
desmotivação do professor em se esforçar e empenhar para entender, compreender e
ajudar o aluno imigrante.
É importante destacar que não foram encontradas produções localizadas em
Goiás. No entanto, isso não indica que não há impactos da imigração no campo
educacional deste estado. Por exemplo, a Universidade Estadual de Goiás (UEG), por
meio de uma política de inclusão, realiza anualmente o vestibular especial para
refugiados e imigrantes com visto humanitário (RODRIGUES, 2017). Como forma de
auxiliar os candidatos, durante o primeiro semestre do ano a Universidade disponibiliza
cursos de português a fim de prepará-los de uma forma melhor para a prova.
Com a apresentação dos dados pode-se sentir falta de outros grupos como os
venezuelanos e sírios. O que explica a falta de registro de trabalhos é que ambos os
grupos são de refugiados, o que difere do termo imigrante, que é o foco desta pesquisa.
Assim, ao buscar trabalhos centrados em imigrantes foi percebida uma maior atenção
dada a grupos situados na América Latina, como os haitianos e bolivianos.
Observa-se que apesar da pouca quantidade de trabalhos, a tendência é de
crescimento da produção, visto que as ondas de imigração chamaram uma maior
atenção a partir de 2010 com os haitianos, em seguida com os refugiados sírios e
atualmente com os venezuelanos. Claro, este fato não elimina ou diminui a importância
de outros povos imigrantes, mas reforça ainda mais a necessidade de estudar o tema, o
que traz uma luz maior para outras nacionalidades presentes no Brasil.
Conclui-se então, que a temática é de profunda importância uma vez que a
tendência é que o número de alunos imigrantes aumente em uma proporção cada vez
maior, exigindo-se um preparo da equipe escolar, composta por professores, direção e
corpo administrativo, uma vez que se trata de seres humanos que devem ser
reconhecidos em sua perspectiva identitária, ao passo que lhes é possibilitado um
convívio saudável com outras pessoas que são distintas, mas de igual maneira,
importantes.
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Referências:
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SILVA, Lucas Rech da. A inclusão de imigrantes na educação básica em Caxias do
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Dissertação (Mestrado em Educação) Escola de Humanidades da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
... , which may include the study of migration sensitivities, intercultural relations and additional languages. Our second facet, teacher education, is another major claim in the literature on migration and schooling in Brazil (Pessini 2003;Andrade 2009;Bulla et al. 2017;Santos 2016;Azevedo and Amaral 2018;Lages e Silva et al. 2018;Neves 2018;Rodrigues et al. 2018, Pereira, Silva andPeters 2019;Pereira, Contiguiba and Souza 2019;Suyeyassu 2019, Sonai 2019, advocating for teacher education on PAL and migration studies. As demonstrated in our research and in Santos (2016), there is a huge gap in our teacher education graduate courses in Brazil considering migrants' integration in schools, and therefore PAL teaching/learning and multilingualism should be urgently included in all teacher education graduate curricula (Bulla et al. 2017). ...
Chapter
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Bulla, Gabriela S.; Lages e Silva, Rodrigo; Oliveira, Bruna S. Migrants at School: A Critical Analysis of Educational Linguistic Policies and Practices in Brazil. In: Sedmak, Mateja; Hernández, Fernando H.; Sancho-Gil, Juana M.; Gornik, Barbara. (Eds.). Migrant Children’s Integration and Education in Europe: Approaches, Methodologies and Policies. Barcelona: Octaedro, 2021. p. 265-283.
Article
Full-text available
This article analyzes tense and contradictory aspects witnessed in a study of the adaptation of Bolivian children to early childhood education in public schools in Sao Paulo city. Analysis focuses on the complexity that permeates the relationship of these children with their teachers. Interactions between Bolivian children and other children were observed. Observation lasted two years and the information collected was recorded in a field diary. The ethnographic fieldwork was complemented by open interviews. The observation allowed understanding the meaning of being a foreigner in early childhood education in Sao Paulo city and the construction of stigmas associated with the production of difference as a disadvantage for the newly arrived children.
Article
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The following article presents the results of a study that explored how children of Latin American immigrants in Chile experience, perceive and manage their transition from school to work. The study was based on biographical narrative interviews and qualitative evaluations of social networks of 13 children of Latin American parents living in Chile. The participants were first contacted during their final year of secondary school, and they were interviewed again one year after completing school. The results discussed in this article include the migration process of the interviewees, their cultural integration and their perception of cultural distance. Results regarding the social integration and discrimination experiences that affect these young people within the school system are also addressed. Finally, the evolution of all of these issues one year after the participants completed secondary education is presented.
Article
The purpose of this study is to understand how the human right to education for immigrants from Bolivia in the city of Sao Paulo is being fulfilled. The research is situated at the crossroad between two contemporary global debates: on one hand, the growth and complexity of the international migration process, and, on the other, tensions concerning the universalization of rights in unequal and discriminatory societies. Throughout this study, we analyzed the domestic and international laws and discussed the literature on international migration and its interface with the field of Human Rights, in particular questioning the relationship between rights for citizens or rights for all - as many people from the group we focused on are living illegally in Brazil, which does not take away the guarantee of the realization of their fundamental rights. To capture the details of the relationships and characteristics around this process, we visited places where Bolivian immigrants gather in the city, we conducted exploratory conversations with representatives of civil society organizations that fight for immigrants rights, and, finally, we carried out 16 interviews with students, parents, teachers and employees of public schools in the capital. The research was developed from three analytical axes. The first deals with the relationship between access and retention in school, observing the obstacles in that direction. The second point of analysis takes into account the relationship between the Bolivian immigrants and families with the local school community especially teachers and other Brazilian students. There is a tension when it comes to contemporary international debate in the field of human rights involving universalism and particularism, equality and difference, which was considered during the development of all this study and particularly along this axis. The third and final axis draws on the families and their expectations regarding the school. What are the Bolivian immigrants\ expectations? What do mothers say about Brazilian school, what do they think about local teachers? A first assessment shows that, at least from a human rights perspective, there is still a long way to go. The universal right to education here is challenged by many kinds of violations and also by the silence that touches this issue - the lack of data, research and visibility hinder the realization of educational rights. For those who are illegally in the country, even though the law guarantees this right, the lack of documentation is still an obstacle to enter or even to leave the school. Bureaucracy, lack of information on educational rights and indifference to the fact they have other native languages are other barriers observed along this study. Once inside the school, the reports we collected showed important elements that characterize an environment that does not promote learning and challenges the promotion of human rights, with cases of prejudice, discrimination and violence. Entender como está sendo realizado o direito humano à educação para os e as imigrantes da Bolívia que vivem em São Paulo é o principal objetivo deste estudo, que se insere no ponto de encontro entre dois debates globais contemporâneos: de um lado o crescimento e a complexidade que assumiram as migrações internacionais e, de outro, as tensões relativas à universalização de direitos em sociedades desiguais e discriminatórias. Ao longo da pesquisa, analisamos a legislação nacional e internacional e percorremos a literatura contemporânea sobre migrações internacionais e sua interface com o campo dos Direitos Humanos, em especial problematizando a relação entre os direitos de todos e os direitos dos cidadãos dado que muitos que integram o grupo em questão vivem em situação irregular no Brasil, o que não lhes tira a garantia da realização de direitos fundamentais. Para uma melhor compreensão dos pormenores que caracterizam essa dinâmica, visitamos locais de convivência dos imigrantes bolivianos/as na cidade, realizamos conversas exploratórias com representantes das organizações que atuam com o tema e, finalmente, fizemos 16 entrevistas gravadas com estudantes, mães, pais, professores/as e funcionários de escolas públicas da capital. A pesquisa foi desenvolvida a partir de três eixos analíticos. O primeiro eixo tratou da relação entre acesso e permanência na escola, verificando os obstáculos existentes nesse sentido. O segundo eixo de análise diz respeito à relação entre os imigrantes bolivianos e suas famílias com a comunidade escolar local direção, professores, e outros alunos brasileiros. Há uma tensão que cerca o debate internacional contemporâneo no campo dos direitos humanos, envolvendo universalismos e particularismos, igualdade e diferença, que foi considerada ao longo do desenvolvimento deste trabalho e, em especial, ao longo deste eixo. Finalmente, o terceiro eixo foi desenhado sobre as famílias e suas expectativas em relação à escola. Buscamos observar o que a família imigrante boliviana espera da escola e o que tem a dizer sobre a instituição de ensino brasileira. Um balanço inicial dessa trajetória mostrou que, numa perspectiva de Direitos Humanos, ainda há um logo caminho a ser percorrido. A universalização do direito à educação aqui é tensionada por violações de naturezas diversas e também pelo silêncio que tangencia o próprio tema a falta de dados, de pesquisas, de visibilidade de maneira geral configuram por si só um impeditivo à realização dos direitos educativos. Para aqueles em situação irregular no país, ainda que a lei garanta esse direito, a falta de documentos ainda é um entrave tanto para entrar como para mudar ou sair da escola. A burocracia, a falta de informações e a indiferença ao fato de terem outro idioma nativo são outros muros que pareceram evidentes. Uma vez dentro da escola, o olhar sobre a aceitabilidade dessa educação trouxe elementos importantes que caracterizam um ambiente que pouco promove a aprendizagem e desafia a promoção dos direitos humanos, com relatos de preconceito, discriminação e violência.
Dissertação (Mestrado em Educação: História, Política, Sociedade) -Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História
  • Édina Rosa
  • Santos
ROSA, Édina dos Santos. A inserção de alunos imigrantes africanos negros na rede estadual de ensino na cidade de São Paulo (2014-2016). 2016. Dissertação (Mestrado em Educação: História, Política, Sociedade) -Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2016.
A inclusão de imigrantes na educação básica em Caxias do Sul: um estudo de caso na perspectiva das violências de Galtung e Fanon
  • Lucas Rech Silva
  • Da
SILVA, Lucas Rech da. A inclusão de imigrantes na educação básica em Caxias do Sul: um estudo de caso na perspectiva das violências de Galtung e Fanon. 2018.
Mestrado em Educação) -Escola de Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Dissertação
Dissertação (Mestrado em Educação) -Escola de Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
avanços e melhorias no campo dos direitos humanos. Revista de Direito da Cidade
  • Sidney Guerra
  • Nova Lei De Migração No Brasil
GUERRA, Sidney. A nova lei de migração no Brasil: avanços e melhorias no campo dos direitos humanos. Revista de Direito da Cidade, [S.l.], v. 9, n. 4, p. 1717-1737, Anais do V Encontro Nacional e VIII Simpósio Infância e Educação 19 out. 2017.
Migrantes do Haiti: um estudo sobre a inserção das crianças nas instituições escolares de Sinop MT. Périplos-Revista de Pesquisa sobre Migrações
  • Anete Abramowicz
ABRAMOWICZ, Anete. Migrantes do Haiti: um estudo sobre a inserção das crianças nas instituições escolares de Sinop MT. Périplos-Revista de Pesquisa sobre Migrações, Brasília, v. 01, n. 01, p. 187-194, 2017.
¿Qué sabemos en realidad de lo que supone ser niño en un nuevo país?
  • M Belausteguigoitia
BELAUSTEGUIGOITIA, M. ¿Qué sabemos en realidad de lo que supone ser niño en un nuevo país? [Reseña del libro: La infancia de la inmigración].
A inserção dos imigrantes no mercado de trabalho brasileiro
  • L Cavalcanti
  • T Oliveira
  • D Araujo
  • T Tonhati
Revista Electrónica de Investigación Educativa, 2003. CAVALCANTI, L; OLIVEIRA, T.; ARAUJO, D., TONHATI, T., A inserção dos imigrantes no mercado de trabalho brasileiro. Relatório Anual 2017. Série Migrações. Observatório das Migrações Internacionais; Ministério do Trabalho/