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O que é engraçado? - Categorias do risível e o humor brasileiro na televisão

Authors:
Comocitaresteartigo:
TRAVAGLIA,LuizCarlos.Oqueé
engraçado?Categoriasdorisíveleo
humorbrasileironatelevisão.
EstudosLingüísticoseLiterários,
Maceió,v.5e6,p.4279,1989.
... Categorias do risível e o humor brasileiro na televisão", Travaglia (1989) Considerando-se que Rubem Braga (1913Braga ( -1990 recorre à ironia em seus textos, em geral, para denunciar ou criticar algo, este texto busca refletir sobre o papel da ironia nos textos de Rubem Braga, a partir da hipótese de que seus pronunciamentos irônicos funcionam como um dos principais expedientes retóricos a fim de conquistar os leitores. Rubem Braga, convém destacar, ganhou popularidade e reconhecimento por publicar diariamente composições sobre diferentes temas e com diferentes intenções, utilizava com frequência o recurso da ironia, seja para criticar comportamentos, seja para relatar situações que lhe causaram indignação ou, ainda, em conversas cotidianas para tornar os textos bem-humorados e evitar possíveis constrangimentos. ...
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A ironia é uma figura de retórica resumida como o modo de manifestar-se opostamente ao que se está pensando. Na perspectiva da Retórica, o recurso funciona como expediente argumentativo – por meio dele, pode-se argumentar indiretamente. Nesse sentido, este artigo objetiva mostrar o funcionamento da ironia em crônicas de Rubem Braga que abordam a figura da mulher, a partir da hipótese de que esta seja um dos recursos retóricos a que o autor recorre com frequência para se mostrar convincente e persuadir seu público. Os pressupostos teóricos que fundamentam a análise advêm da retórica, especificamente de estudiosos da Nova Retórica que abordam o mecanismo, como Paiva (1961), Tringali (1988), Reboul (2004), Fiorin (2014) e Perelman e Olbrechts-Tyteca (2020). O exame dos dados leva em conta trechos que permitem a depreensão da ironia.
... Esse trecho reforça a construção de uma identidade para o Brasil, a de um país sem condições de receber um evento de grandes proporções. Isso é contrastado com a expressão nominal atributiva que faz referência ao Brasil "país rico e sem pobreza", slogan do governo da ex-presidente uma denúncia e crítica social, sendo esses dois últimos objetivos do texto humorístico segundo Travaglia (1989). ...
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ABSTRACT This study aims to investigate the Brazil and Brazilians identity construction in the discourse of humoristic news. We analyze texts that were published on the following websites: G17, Sensacionalista, Laranjas News and Diário Pernambucano. It is essential to point out that all these sites make it clear that their content is fictitious and linked to the humor field. The discussion is based on the concept of social identity formulated by Critical Discourse Analysis, Fairclough (1995, 2001, 2003) In order to understand how the aspects for the identity construction are revealed by the humor discourse, we identified the excerpts from humoristic news that contained evaluations through the semantic field of Judgment belonging to the Appraisal System; Martin and White (2005) and Vian Jr. (2009) studies were relevant. We observed that identities vary, and there is no single identity about the being or object of which it is spoken, being they stereotyped and negative.
... One of its four comic characters was a black man called Mussum, who always spoke Portuguese incorrectly, and was portrayed as illiterate, lazy, untidy, alcoholic and a samba singer. In contrast, the white leader of the group (named Didi Mocó) was depicted as the smartest of the four; while the other two characters were also white men (Travaglia 1989). To a certain extent, Mussum strongly resembles Memín Pinguín in Mexican comics and the Peruvian Negro Mama, who is "from humble origins; and his lack of social and intellectual acumen is highlighted for the purpose of humour" (Sue andGolash-Boza 2013, 1583). ...
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Data reveals that in 2017 in Brazil, there were 63,698 reported cases of hate speech on the internet, with one-third of these being related to racist discourses. Another study reveals that 81 per cent of the victims of racism on Facebook in Brazil are upwardly mobile black women. These discourses are often conveyed through disparagement humour, which offers the abusers the convenient excuse that their comments are simply harmless jests. This study develops a critical discourse analysis of a selection of Facebook posts, aiming to understand their embedded messages. The findings suggest, first, that racist disparagement humour is employed to challenge black women’s upward social mobility and disqualify their achievements. Secondly, they reinforce deep-seated ideologies regarding differentiated symbolic social spaces for blacks and whites in Brazil. Finally, major social media platforms represent the contemporary arena for the manifestation, dissemination, and reinforcement of racist ideologies.
... One of its four comic characters was a Negro man called Mussum, who always spoke incorrectly, was portrayed as uneducated, lazy, untidy, alcoholic and samba singer. In contrast, the white leader of the group (named Didi Mocó) was always the smartest of the four; indeed, whenever he committed a mistake he would tap-dance it and use it to mock the other three members of the group (Travaglia, 1989;D'Oliveira and Vergueiro, 2011). To a certain extent, this ...
Thesis
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Previous studies reveal that reported cases of racism on Facebook in Brazil have soared from 2,038 cases in 2011 to 11,090 in 2014. This phenomenon has triggered growing concerns amongst several social actors and the Brazilian society at large. Within this context, this qualitative study employs critical discourse analysis to investigate the embedded meanings of the construction and dissemination of colonial-like racialized discourses against Black Brazilians on social media. For this purpose, 217 public Facebook pages and 224 news articles have been gathered, combined with eight interviews conducted with different social actors in Brazil. The data reveals that 81 percent of the victims of online racism are upwardly-mobile Black women aged 20-35 years, whilst 65.6 percent of the proponents of such ideologies are young men in their early twenties. Moreover, in 76.2 percent of the cases analysed, the proponents had no previous relationship with the victims. Therefore, I argue that different from ordinary daily social interactions, the technology enables these people to disregard any social distance that might exist between themselves and the victims. Furthermore, since they believe that online anonymity shields them from being held accountable for their attitude; they have no crise de conscience in disseminating their racialized discourses. This scenario suggests that they have turned social media in a sort of modern-day pillory to perform virtual whipping through derogatory humour posts and associated comments. Within that, the study also reveals that such derogatory discourses tend to develop a long tail, meaning that potentially, the posts can keep attracting like-minded people for the same derogatory conversation for around three years. On the other hand, I also argue that Black women in Brazil have understood the possibilities that social media can afford them. Consequently, they are using the technology to convey their political position and, on top of that, amplify the reach of their voice in ways that in the offline context would be more difficult to achieve. Within that, they are managing to decentralise the Brazilian anti-racist discourse, inspire other oppressed women and establish new empowering communities both online and offline to deconstruct ingrained racist ideologies.
... Linguistas brasileiros, por exemplo, têm se dedicado ao estudo das estratégias linguísticas utilizadas para a produção do humor em piadas (e.g., aspectos fonéticos, sintáticos, semânticos, pragmáticos e discursivos) e também dos aspectos sociais presentes nas piadas (e.g., preconceitos e tabus) (Possenti, 1991(Possenti, , 1998(Possenti, , 2010. Entre as diferentes linhas de investigação, destaca-se: a análise de textos humorísticos (e.g., piadas, cartum e esquetes) (Carmelino, 2009;, o humor presente em programas de televisão (Travaglia, 1989), o comportamento linguístico da mídia jornalística (Dias, 2011), o humor presente em tiras cômicas (Lins, 2002(Lins, , 2008, a aproximação entre histórias em quadrinhos e piadas (Ramos, 2009(Ramos, , 2011) e a criação de uma metodologia para o estudo de piadas (Gil, 1991). ...
Thesis
O desenvolvimento da teoria da mente é um processo que vem sendo investigado há décadas por pesquisadores de diferentes áreas (e.g., psicólogos do desenvolvimento, educadores, neurocientistas e psiquiatras). Uma teoria da mente bem desenvolvida pressupõe a capacidade de um indivíduo atribuir e compreender os estados mentais próprios e os de outras pessoas, bem como utilizar esse repertório para explicar e predizer comportamento humano. Os avanços mais significativos em teoria da mente são observados nos anos pré-escolares e é exatamente ao final desse período que as crianças começam a compreender e apreciar humor. O uso do humor, por sua vez, pode não só facilitar interações sociais como pode contribuir para o sucesso das mesmas. Considerando o número limitado de estudos brasileiros sobre esses diferentes aspectos do desenvolvimento infantil, o presente trabalho teve como objetivo principal investigar a relação entre a compreensão de humor e o desenvolvimento da teoria da mente. Trinta e sete crianças, distribuídas em dois grupos de idade (20 de 7 anos e 17 de 9 anos) e 23 adultos (grupo comparação), participaram do presente estudo. Os instrumentos utilizados foram: a Tarefa de Faux Pas (uma medida de teoria da mente), uma medida de senso de humor (MSHS para adultos; CMSHSC para crianças) e uma tarefa para avaliar humor, criada especificamente para o presente estudo. A tarefa de humor envolveu a apresentação de quatro piadas e quatro tirinhas, retiradas de livros de piadas para crianças e sites de tirinhas direcionados ao público infantil. As piadas/tirinhas foram avaliadas em termos de quão engraçadas elas eram consideradas pelos participantes, utilizando-se uma escala likert. As análises revelaram diferenças no padrão de preferências apresentado por crianças e adultos na tarefa de humor. Mais especificamente, as crianças demonstraram ter gostado mais das tirinhas do que os adultos, mas não foram encontradas diferenças significativas em relação à apreciação das piadas, sendo que mais da metade dos participantes as classificaram como “nada” ou “pouco” engraçadas. As análises de correlação revelaram uma associação significativa entre o escore total de Faux Pas e o escore de MSHS para os três grupos de idade, embora mais importante tenha sido a correlação encontrada entre o desempenho das crianças na Tarefa de Faux Pas e os escores relativos a um dos três componentes de senso de humor avaliados pelo C-MSHSC: a apreciação de humor. De forma consistente com os achados de estudos prévios, um efeito de idade foi encontrado no desempenho na Tarefa de Faux Pas. Espera-se que os resultados do presente estudo possam contribuir para uma melhor compreensão da relação entre teoria da mente e compreensão de humor, conhecimento que pode se tornar útil no planejamento de intervenções voltadas para indivíduos com atrasos em cognição social ou em situação de adversidade ou sofrimento psíquico.
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Diversas leituras têm sido realizadas a respeito do “Auto da Lusitânia”, de Gil Vicente, ficando pouco explorada a linguagem humorística da peça compósita de 1532. Neste estudo, pretende-se observar como o bathos, a súbita mudança do registro sublime para o baixo, e explorado humoristicamente pelo dramaturgo. Baseiam a discussão as reflexões de Orlando Amorim (2013), Jose Augusto Cardoso Bernardes (2019) e Noémio Ramos (2022), sobre aquele auto, e as de Luiz Carlos Travaglia (2015) e Terry Eagleton (2020), acerca do humor batético. Nota-se que tanto a justaposição de personagens e gêneros dramáticos como seus discursos próprios, oscilando entre o registro alto e o baixo, garantem o efeito humorístico desse texto teatral.
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O objetivo deste artigo é proporcionar a oportunidade de entrar em contato com a teoria do riso e vê-la aplicada nos textos do principal autor de comédia da primeira metade do século XIX no Brasil: Martins Pena. Recorremos aos postulados de Aristóteles com o intuito de fundamentar teoricamente as reflexões. Nesse mesmo sentido, autores modernos estrangeiros como Wladimir Propp, Henri Bergson e Geroges Minois, e brasileiros como Luiz Carlos Travaglia e Sírio Possenti serviram-nos de base. Naturalmente recorremos também à literatura brasileira clássica sobre teatro (Sabato Magaldi, por exemplo) e, para a análise dos dados, escolhemos a edição crítica que Darcy Damasceno fez para a obra de Martins Pena. As análises propiciaram uma clara imagem dos tipos de comicidade explorados pelo comediógrafo brasileiro. Sem sombra de dúvida, as comédias trazem em seu bojo uma série de costumes socioculturais reveladores não só das práticas sociais comumente realizadas em uma dada época, mas também expõem aspectos de natureza linguística que são mediadores das interações do período em cujo contexto elas se inserem.
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Resumo O objetivo deste artigo é mostrar a construção dos ethé de Ciça, cartunista que se tornou conhecida pela série de tiras cômicas de O Pato, publicada durante os anos da Ditadura Militar brasileira (1964-1985) no jornal Folha de S.Paulo. Embora seja considerada uma das principais desenhistas de histórias em quadrinhos do Brasil, não há muitas referências a ela, dado que justifica este artigo. Os pressupostos teóricos que fundamentam a análise advêm da Retórica e Nova Retórica, especialmente a partir da noção de ethos, que constitui a imagem que orador constrói de si e dos outros no discurso. Como corpus de estudo, são utilizados principalmente textos de apresentação presentes em suas obras e entrevistas concedidas pela cartunista.
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Em 2010, humoristas se reuniram pela primeira vez em manifestação, para protestar contra a lei eleitoral 9.504/97, que proíbe programas de rádio e TV de fazer uso a recursos que degradem ou ridicularizem a imagem de candidatos durante o período eleitoral. Tal lei afetou diretamente os programas de humor, que abordam a política fora dos "padrões" normais para reportagens e entrevistas. O presente artigo analisou o conteúdo dos programas humorísticos Custe o que Custar (CQC) da Band e o Programa Pânico na TV, da Rede TV durante a eleição presidencial,-tendo como destaque as abordagens feitas aos três principais candidatos à presidência, Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva-no período de 06 de junho a 31 de outubro de 2010 averiguando o cumprimento ou não da lei estabelecida.
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Resumo A proposta deste artigo é demonstrar que existe uma espécie de continuum de casos de piadas. Essa gradação iria de ocorrências mais narrativas e previamente conhecidas por quem as relata (casos das piadas prontas e das anedotas pessoais) a outras, menos previsíveis e próprias da interação verbal (situação das chamadas piadas conversacionais ou espontâneas). A análise é feita com base em enunciados orais, registrados em vídeos e veiculados na internet, de modo a identificar as marcas centrais das diferentes formas de apresentação da piada. O estudo ancora-se especialmente nos pressupostos teóricos de Raskin (1985), Norrick (1993), Marcuschi (2001) e Preti (2003).
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