Content uploaded by Filipe Dinato de Lima
Author content
All content in this area was uploaded by Filipe Dinato de Lima on Nov 28, 2018
Content may be subject to copyright.
743
Capítulo
47
ATIVIDADE FÍSICA E CÂNCER
Filipe Dinato de Lima
INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos, a atividade física ganhou espaço e relevância como intervenção
promotora de saúde. Battaglini et al.1, por exemplo, retratam o aumento substancial de
estudos que investigaram o efeito da atividade física aplicada a sobreviventes de câncer de
mama entre 1989 e 2013. Esse fenômeno pode ser notado a partir de uma busca simples
na base de dados PubMed com os descritores Physical activity and Cancer. Enquanto apenas
108 artigos apresentavam os descritores supracitados em seu título ou resumo em 2002,
665 artigos foram publicados em 2017 contendo atividade física e câncer em seu resumo
ou título.
Essa tendência foi acompanhada (e muitas vezes direcionada) pelos colégios e asso-
ciações responsáveis pelas diretrizes da atividade física e do próprio tratamento do cân-
cer, como o American College of Sports Medicine e a American Cancer Society, respectivamente.
Com isso, uma série de recomendações envolvendo a prática de atividade física foram
publicadas visando tanto a prevenção do câncer2,3, quanto o tratamento/sobrevida do
paciente oncológico.4-8
De fato, estudos sugerem que a adesão às recomendações de atividade física e in-
gestão alimentar reduzem o risco de desenvolvimento do câncer9 e aumentam a taxa de
sobrevida de pacientes diagnosticados com câncer colorretal, por exemplo.10 Entretanto,
a utilização da atividade física como intervenção para a prevenção e para o tratamento
do câncer parece depender ainda do entendimento de seus mecanismos relacionados aos
fatores de risco e à própria doença.
Diretrizes OncOlógicas
744
PREVENÇÃO
Fatores de Risco
O surgimento e o desenvolvimento de uma célula neoplásica é consequência de
uma série de falhas sequenciais nos processos de divisão celular, seja pela ativação de
proto-oncogenes ou pela inibição de genes supressores tumorais.11 Apesar de ocorrer no
ambiente molecular, algumas condições ambientais parecem favorecer as modicações
no modelo genético e, consequentemente, na replicação celular. A exposição a quadros
de inamação crônica está relacionada com a geração de células tumorais, posto que di-
versas reações mutagênicas são estimuladas pela secreção de citocinas pró-inamatórias
e pela mobilização de macrófagos12,13. Além disso, a mobilização de macrófagos atua na
carcinogênese promovendo a formação de novos vasos sanguíneos que irrigarão o tumor,
protegendo as células tumorais da ação do sistema imune, causando a invasão tecidual
e a metástase.12,13
Adicionalmente, a intensa mobilização de macrófagos e neutrólos estimula a
produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) através da destruição do complexo
enzimático NADPH-oxidase presente na membrana plasmática das células.14 De acor-
do com Choudhari et al.,15 o estresse oxidativo atua consistentemente nos múltiplos
eventos que determinam o desenvolvimento de um tumor, tanto na fase de iniciação
quanto nas fases de promoção. As EROs favorecem a modulação de genes que esti-
mulam a proliferação da célula danicada e/ou de genes que inibem a divisão celular,
como o p53. Após o desenvolvimento da neoplasia maligna, a produção de EROs
promove sistemicamente a instabilidade gênica nos tecidos adjacentes, aumentando o
potencial metastático.15
Por outro lado, alguns tipos especícos de câncer apresentam fatores de risco
ambientais especícos. O risco de desenvolvimento dos cânceres de mama, neoplasia
de maior incidência entre as mulheres brasileiras, de endométrio e de ovário é poten-
cializado pela exposição prolongada ao estrogênio.16 Este hormônio parece estimular
a carcinogênese por meio de duas vias diferentes, mas complementares. Durante o
metabolismo do estrogênio, o processo de oxidação da molécula 3,4-hidroxiestrogê-
nio forma ligações instáveis entre as bases nitrogenadas adenina e guanina no DNA,
causando mutações denominadas depurinações (perda de purinas como a adenina e
a guanina).17 De forma complementar, a sinalização proveniente dos receptores de
estrogênio estimula a proliferação celular através da ativação de fatores de transcrição
no DNA e na mitocôndria, potencializa a secreção de fatores de crescimento e inibe a
apoptose celular.17
Já o câncer de próstata, neoplasia de maior incidência entre os homens brasilei-
ros, também tem seu risco aumentado em função da exposição prolongada a hormônios
andrógenos, enquanto o câncer colorretal e renal têm seu risco aumentado por disfun-
ções metabólicas, como a resistência à insulina, e pela exposição ao hormônio IGF-1.18,19
Parece claro então que condições que induzem as disfunções metabólicas, a inamação
sistêmica e o desequilíbrio do sistema neuroendócrino sejam consideradas fatores de risco
para o desenvolvimento de câncer, como o envelhecimento, a ingestão excessiva de álcool,
o tabagismo e o acúmulo de gordura corporal.
Capítulo 47 • ATIVIDADE FÍSICA E CÂNCER 745
O sobrepeso e a obesidade, por exemplo, podem aumentar o risco de desenvolvi-
mento de diversos tipos de câncer e a mortalidade após o diagnóstico.18,20,21 O tecido
adiposo está envolvido diretamente na síntese e conversão de hormônios esteroides. Além
disso, produz adipocinas, aumentando a inamação sistêmica e promovendo um desequi-
líbrio metabólico. Como consequência, há uma redução da sensibilidade à insulina e da
oferta de oxigênio, favorecendo o estresse oxidativo.22-24 De acordo com Lauby-Secretan
et al.,21 o excesso de gordura corporal aumenta o risco de desenvolvimento de mais de 10
tipos diferentes de câncer.
Papel da Atividade Física
A atividade física atua na prevenção do câncer modicando diversos fatores de risco.
Apesar de ainda necessitar de resultados mais consistentes, a perda de peso corporal pare-
ce reduzir o risco de câncer por atenuar as disfunções siológicas induzidas pelo acúmulo
de gordura.25 Rosner et al.26 sugerem que a redução de 5 kg de peso corporal após os 18
anos reduz o risco de câncer de mama. Já Schauer et al.27 sugerem que, em pacientes
submetidos a cirurgia bariátrica, a cada 10% de peso corporal reduzido, o risco de câncer
diminui em 14%.
Nesse sentido, o controle do peso corporal, a prevenção da obesidade e a redução do
acúmulo de gordura são contribuições bem estabelecidas de um programa de atividade
física regular.28 De acordo com Swift et al.,29 tanto o exercício aeróbico quanto o exercício
resistido podem promover a perda de peso, com efeitos potencializados caso sejam acom-
panhados por uma restrição calórica.
Por sua vez, apesar de não modicar fatores de risco como o envelhecimento, a
atividade física atua diretamente na inamação e no estresse oxidativo. Uma única
sessão de exercício é capaz de induzir um ambiente anti-inamatório em função da
secreção de cortisol e adrenalina, da redução de inltração de macrófagos e monóci-
tos no tecido adiposo, no aumento transitório de IL-6 proveniente do tecido muscular
e na redução da expressão de receptores Toll-Like.30 De forma crônica, a atividade
física regular tem efeito anti-inamatório por reduzir a produção persistente de cito-
cinas, melhorar a função endotelial e proteger contra a resistência à insulina induzida
pelo TNF-α.31,32
Adicionalmente, a atividade física regular parece atenuar o estresse oxidativo ao
aumentar os parâmetros antioxidantes e reduzir a produção de agentes oxidantes,
independentemente da intensidade, do volume, do tipo de exercício e da população
estudada.33 Este efeito da atividade física no estresse oxidativo é promovido por uma
resposta adaptativa da capacidade antioxidante endógena, com o aumento da ativi-
dade das enzimas superóxido dismutase e catalase, independentemente da perda de
peso corporal.34
Por todos esses fatores resumidos na gura 47.1, a prática regular de atividade física
atua reduzindo o risco de diversos tipos de câncer, como de mama,35 de próstata,36 de
pulmão37 e colorretal.38
Diretrizes OncOlógicas
746
Figura 47.1. Resumo esquemático do papel da atividade física nos fatores de risco para o desenvolvimento do
câncer (Prevenção).
Recomendações
De forma geral, as recomendações de atividade física para a prevenção do câncer
envolvem o engajamento regular em atividades moderadas por pelo menos 150 minu-
tos semanais, ou em atividades intensas por pelo menos 75 minutos semanais.2 Além
disso, limitar o comportamento sedentário e se envolver em atividades não convencio-
nais que aumentem o gasto energético promovem uma série de benefícios à saúde do
indivíduo saudável.2
Entretanto, quando os esforços para a prevenção do câncer envolvem a redução
da gordura corporal, o American College of Sports Medicine recomenda o engajamento em
atividades moderadas por 225 a 420 minutos semanais. Visando o emagrecimento, esse
engajamento deve ser acompanhado por uma restrição calórica, promovendo um ba-
lanço energético negativo.28 Nesse sentido, Kyu et al.39 sugerem que a redução do risco
de câncer de mama e colorretal varie de acordo com o engajamento. Em comparação
com sedentários, indivíduos pouco ativos (600-3999 MET [Metabolic Equivalent of Task]
minutos/semana), moderadamente ativos (4000-7999 MET minutos/semana) e muito
ativos (≥ 8000 MET minutos/semana) têm uma redução de 3%, 6% e 14%, respecti-
vamente, do risco de câncer de mama, e 10%, 17% e 21%, respectivamente, do risco
de câncer colorretal.
PROTEÇÃO/TRATAMENTO
Efeitos colaterais tardios e persistentes
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a crescente população
de sobreviventes requer acompanhamentos e cuidados especializados visando a redu-
ção da ocorrência e da severidade dos efeitos colaterais tardios induzidos pelo tratamen-
to.40 Um dos efeitos colaterais mais prevalentes, a Fadiga Relacionada ao Câncer (FRC)
Disfunções
metabólicas
Inflamação
crônica
CÂNCER
Desregulação do
Sistema Neuroendócrino
Acúmulo exce ssivo de
gordura corporal
Ingestão
excessiva de á lcool TabagismoEnvelhecimento
Fatores modificáveis
pela atividade física
Capítulo 47 • ATIVIDADE FÍSICA E CÂNCER 747
é reportada em até 90% dos sobreviventes, dependendo do tipo de câncer e do trata-
mento.41 De acordo com a National Comprehensive Cancer Network, a FRC é denida como
uma condição persistente composta por uma sensação subjetiva de cansaço ou exaustão
física, emocional e/ou cognitiva relacionada ao câncer ou ao seu tratamento, que não é
proporcional às atividades recentes e interfere na funcionalidade do paciente.42
Apesar do caráter multifatorial da FRC, diversos mecanismos especícos são relacio-
nados com a sua ocorrência e severidade. O desequilíbrio do sistema imune induzido pelo
câncer e pelo tratamento promove uma secreção acentuada de citocinas pró-inamató-
rias, contribuindo para um quadro de inamação crônica.43 A inamação persistente afe-
ta sistemas de regulação neuroendócrina, incluindo o eixo hipotálamo-hipóse-adrenal.44
Desta forma, as alterações na secreção do hormônio adrenocorticotróco, epinefrina, no-
raepinefrina e cortisol promovem prejuízo das funções metabólicas e induzem a FRC.45,46
Assim, a ineciência metabólica causada pelo câncer promove o aumento da requisição
energética, a diminuição da oferta de substratos, a disfunção mitocondrial e a produção
exagerada de íons de hidrogênio.47,48
De acordo com Saligan et al.,43 a siopatologia da FRC pode ser denida então como
uma cascata de eventos complexa que compreende a produção de citocinas pró-ina-
matórias, a disfunção do eixo hipotálamo-hipóse-adrenal, a desregulação endócrina e
metabólica, a alteração do ritmo circadiano e as consequentes anormalidades na função
neuromuscular. Por sua vez, os mecanismos siológicos que potencialmente induzem a
FRC estão relacionados com outros efeitos colaterais tardios e persistentes, como a ca-
quexia e a consequente redução de força muscular.49,50
A caquexia relacionada ao câncer é denida como uma síndrome multifatorial, ca-
racterizada por uma progressiva perda de massa muscular esquelética (com ou sem perda
de gordura corporal), que não pode ser completamente revertida por um suporte nutri-
cional convencional e conduz a um prejuízo funcional progressivo. Sua siopatologia é
caracterizada por desequilíbrios negativos no balanço energético e na síntese proteica,
induzidos por uma ingestão alimentar reduzida e por anormalidades metabólicas.51
Assim como a FRC, a caquexia relacionada ao câncer parece ser afetada por uma
complexa cascata de eventos sequenciais, que induzem à perda de tecido muscular es-
quelético. Esta cascata compreende o aumento de citocinas pró-inamatórias IL-6, IL-1
e TNF-ɑ, a redução da produção de leptina, hormônio do crescimento e testosterona,
além da resistência à insulina e do aumento na secreção de grelina, induzindo a proteó-
lise e inibindo a síntese proteica.52 Tais fatores, associados à própria secreção tumoral do
fator de indução à proteólise (PIF), inibem a translação proteica inicial e potencializam a
degradação tecidual.49
Adicionalmente, o funcionamento adequado das mitocôndrias parece ser determi-
nante no gerenciamento de todos os fatores relacionados com a caquexia. De acordo
com Carson et al.,53 a mitocôndria não está envolvida apenas na produção de ATP, mas
também no processo intracelular de regulação da apoptose, da autofagia, da síntese e de-
gradação proteica, além de sofrer ação direta da inamação crônica. Consequentemente,
a disfunção mitocondrial parece possuir um papel central e fundamental na redução do
tecido muscular esquelético, posto que um ambiente caquético inibe a biogênese mito-
condrial, estimula a apoptose e aumenta a produção de EROs, promovendo um estresse
oxidativo substancial.53
Diretrizes OncOlógicas
748
A ocorrência e a severidade dos efeitos colaterais tardios e persistentes afetam a taxa
de sobrevida dos pacientes oncológicos. A perda de tecido muscular e o aumento da adi-
posidade corporal fornecem informações importantes acerca do prognóstico e do tempo
de sobrevida do paciente e direcionam as intervenções.54 De acordo com Utech et al.,55
perdas superiores a 8,1 kg de peso corporal nos 18 meses seguintes ao diagnóstico estão
associadas a um menor tempo de sobrevida de pacientes oncológicos.
Papel da Atividade Física
Os efeitos do exercício físico em sobreviventes de câncer são consequências das
adaptações fisiológicas que ocorrem durante o treinamento.56 O exercício físico re-
gula a função imune de sobreviventes de câncer, exercendo um papel anti-inflama-
tório.57 De forma específica, o treinamento de força progressivo e supervisionado
atenua a inflamação nos tecidos de sobreviventes de câncer de mama, reduzindo
a concentração das citocinas pró-inflamatórias TNF-ɑ e IL-6 melhorando o perfil
inflamatório e promovendo um aumento substancial da força muscular.58 Por outro
lado, van Vulpen et al.59 afirmam que tanto o aumento da força muscular quanto a
redução da fadiga podem estar relacionadas a outras respostas fisiológicas, e não ape-
nas à redução da inflamação. Nesse sentido, um aumento significativo na atividade
da adiponectina, da glutationa peroxidase e do oxido nítrico, atenua o estresse oxi-
dativo, contribui para o reparo das funções nucleotídicas e reduz os efeitos colaterais
de sobreviventes de câncer.60,61
Uma recente metanálise avaliou o efeito do exercício físico supervisionado na fa-
diga relacionada ao câncer de sobreviventes de câncer de mama.62 Este consistente tra-
balho analisou nove ensaios clínicos randomizados compostos por diferentes programas
de exercício, a saber: exercício aeróbico associado ao exercício de força;63-66 somente
exercício aeróbico;67-69 somente exercício de força70 ou exercício aeróbico, de força e
alongamento.71 Seus resultados demonstram a segurança e a ecácia da atividade física
na redução da fadiga e, consequentemente, no aumento dos indicadores de qualidade
de vida.
Em estudos de mesma linha com sobreviventes de cânceres hematológicos, a in-
tervenção a partir do exercício físico aeróbico em sobrevivente de linfoma de Hodgkin
também se mostrou eciente na redução da fadiga ao interromper o ciclo de inatividade
física, redução da capacidade física e aumento da fadiga.72 Por sua vez, a associação entre
exercício aeróbico e exercício resistido também proporciona a redução da fadiga acom-
panhada de um aprimoramento da função cardiovascular, da redução da depressão e do
aumento da capacidade muscular.73
O exercício resistido promove também o aumento da massa livre de gordura, da
síntese proteica e da força de contração, reduzindo o efeito da perda do tecido mus-
cular esquelético relacionado ao câncer e aumentando a qualidade muscular.74 Con-
sequentemente, a amenização da perda de tecido muscular ou até mesmo o aumento
da massa magra promovem a redução da fadiga e o aumento do tempo de sobrevida.75
O papel da atividade física no tratamento/proteção do paciente oncológico está resu-
mido na gura 47.2.
Capítulo 47 • ATIVIDADE FÍSICA E CÂNCER 749
Figura 47.2. Resumo esquemático do papel da atividade física nos efeitos colaterais tardios e persistentes induzidos pelo
câncer e pelo tratamento (Proteção/Tratamento).
Recomendações
No posicionamento mais recente sobre atividade física e câncer, a Sociedade de On-
cologia Clínica da Austrália recomendou que todos os pacientes com câncer devem evitar
a inatividade física e devem retornar o mais cedo possível após o diagnóstico para as suas
atividades diárias. Ademais, todos os pacientes com câncer devem progredir até atingir
a prática de pelo menos 150 minutos semanais de atividade moderada e/ou 75 minutos
semanais de atividade física intensa, como por exemplo caminhadas, corridas, ciclismo, na-
tação. Além disso, devem se engajar no treinamento de força (musculação) por duas ou três
vezes na semana, visando preservar e recuperar as funções do tecido muscular esquelético.4
Entretanto, Lee76 sugere que pacientes com câncer de mama devam realizar pelo
menos 300 minutos por semana de atividade física moderada a intensa, a m de melho-
rar o prognóstico, reduzir a mortalidade e atenuar as consequências da doença e do seu
tratamento. Dessa forma, sugere-se que quanto maior a prática regular de atividade física,
associada a uma ingestão alimentar equilibrada, maiores são os benefícios tanto para a
prevenção quanto para o tratamento do câncer.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Battaglini, C.L., et al., Twenty-ve years of research on the eects of exercise training in breast
cancer survivors: A systematic review of the literature. World J Clin Oncol, 2014. 5(2): p. 177-90.
2. Kushi, L.H., et al., American Cancer Society Guidelines on nutrition and physical activity for
cancer prevention: reducing the risk of cancer with healthy food choices and physical activity.
CA Cancer J Clin, 2012. 62(1): p. 30-67.
3. Lynch, B.M., H.K. Neilson, and C.M. Friedenreich, Physical activity and breast cancer prevention.
Recent Results Cancer Res, 2011. 186: p. 13-42.
4. Cormie, P., et al., Clinical Oncology Society of Australia position statement on exercise in cancer
care. The Medical Journal of Australia, 2018. 209(6): p. 1.
Fadiga Perda de tecido
muscular
Redução da
funcionalidade
CÂNCER + TRATAMENTO
Redução da
qualidade de vida
Desregulação do sistema
neuroendócrino
Desregulação do
sistema imune
Disfunções
metabólicas
Fatores modificáveis
pela atividade física
Diretrizes OncOlógicas
750
5. El-Shami, K., et al., American Cancer Society Colorectal Cancer Survivorship Care Guidelines. CA
Cancer J Clin, 2015. 65(6): p. 428-55.
6. Rock, C.L., et al., Nutrition and physical activity guidelines for cancer survivors. CA Cancer J Clin,
2012. 62(4): p. 243-74.
7. Runowicz, C.D., et al., American Cancer Society/American Society of Clinical Oncology Breast
Cancer Survivorship Care Guideline. J Clin Oncol, 2016. 34(6): p. 611-35.
8. Schmitz, K.H., et al., American College of Sports Medicine roundtable on exercise guidelines for
cancer survivors. Med Sci Sports Exerc, 2010. 42(7): p. 1409-26.
9. Warren Andersen, S., et al., Adherence to Cancer Prevention Guidelines and Cancer Risk in Low-
Income and African American Populations. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev, 2016. 25(5): p.
846-53.
10. Van Blarigan, E.L., et al., Association of Survival With Adherence to the American Cancer Society
Nutrition and Physical Activity Guidelines for Cancer Survivors After Colon Cancer Diagnosis:
The CALGB 89803/Alliance Trial. JAMA Oncol, 2018. 4(6): p. 783-790.
11. Vieira, S.C., et al., Oncologia Básica. Teresina, MA: Fundação Quixote, 2012.
12. Qian, B.Z. and J.W. Pollard, Macrophage diversity enhances tumor progression and metastasis.
Cell, 2010. 141(1): p. 39-51.
13. Sun, Y.S., et al., Risk Factors and Preventions of Breast Cancer. Int J Biol Sci, 2017. 13(11): p. 1387-97.
14. Nowsheen, S., et al., The interplay between inammation and oxidative stress in carcinogenesis.
Curr Mol Med, 2012. 12(6): p. 672-80.
15. Choudhari, S.K., et al., Oxidative and antioxidative mechanisms in oral cancer and precancer: a
review. Oral Oncol, 2014. 50(1): p. 10-8.
16. Gallagher, E.J. and D. LeRoith, Obesity and Diabetes: The Increased Risk of Cancer and Cancer-
Related Mortality. Physiol Rev, 2015. 95(3): p. 727-48.
17. Yager, J.D. and N.E. Davidson, Estrogen carcinogenesis in breast cancer. N Engl J Med, 2006.
354(3): p. 270-82.
18. Brookman-May, S.D., et al., Latest Evidence on the Impact of Smoking, Sports, and Sexual
Activity as Modiable Lifestyle Risk Factors for Prostate Cancer Incidence, Recurrence, and
Progression: A Systematic Review of the Literature by the European Association of Urology
Section of Oncological Urology (ESOU). Eur Urol Focus, 2018.
19. Kgatle, M.M., et al., Prostate Cancer: Epigenetic Alterations, Risk Factors, and Therapy. Prostate
Cancer, 2016. 2016: p. 11.
20. Basen-Engquist, K. and M. Chang, Obesity and cancer risk: recent review and evidence. Curr
Oncol Rep, 2011. 13(1): p. 71-6.
21. Lauby-Secretan, B., et al., Body Fatness and Cancer--Viewpoint of the IARC Working Group. N
Engl J Med, 2016. 375(8): p. 794-8.
22. Fernández-Sánchez, A., et al., Inammation, Oxidative Stress, and Obesity. Int J Mol Sci, 2011.
12(5): p. 3117-32.
23. Franco, L.P., C.C. Morais, and C. Cominetti, Normal-weight obesity syndrome: diagnosis,
prevalence, and clinical implications. Nutr Rev, 2016. 74(9): p. 558-70.
24. Carmichael, A.R., Obesity as a risk factor for development and poor prognosis of breast cancer.
Bjog, 2006. 113(10): p. 1160-6.
25. Luo, J., M. Hendryx, and R.T. Chlebowski, Intentional weight loss and cancer risk. Oncotarget,
2017. 8(47): p. 81719-20.
26. Rosner, B., et al., Weight and weight changes in early adulthood and later breast cancer risk. Int
J Cancer, 2017. 140(9): p. 2003-2014.
Capítulo 47 • ATIVIDADE FÍSICA E CÂNCER 751
27. Schauer, D.P., et al., Association Between Weight Loss and the Risk of Cancer after Bariatric
Surgery. Obesity (Silver Spring), 2017. 25 Suppl 2: p. S52-s57.
28. Donnelly, J.E., et al., American College of Sports Medicine Position Stand. Appropriate physical
activity intervention strategies for weight loss and prevention of weight regain for adults. Med
Sci Sports Exerc, 2009. 41(2): p. 459-71.
29. Swift, D.L., et al., The role of exercise and physical activity in weight loss and maintenance. Prog
Cardiovasc Dis, 2014. 56(4): p. 441-7.
30. Gleeson, M., et al., The anti-inammatory eects of exercise: mechanisms and implications for
the prevention and treatment of disease. Nat Rev Immunol, 2011. 11(9): p. 607-15.
31. Kasapis, C. and P.D. Thompson, The eects of physical activity on serum C-reactive protein and
inammatory markers: a systematic review. J Am Coll Cardiol, 2005. 45(10): p. 1563-9.
32. Petersen, A.M. and B.K. Pedersen, The anti-inammatory eect of exercise. J Appl Physiol (1985),
2005. 98(4): p. 1154-62.
33. de Sousa, C.V., et al., The Antioxidant Eect of Exercise: A Systematic Review and Meta-Analysis.
Sports Med, 2017. 47(2): p. 277-293.
34. Pesta, D. and M. Roden, The Janus Head of Oxidative Stress in Metabolic Diseases and During
Physical Exercise. Curr Diab Rep, 2017. 17(6): p. 41.
35. Pizot, C., et al., Physical activity, hormone replacement therapy and breast cancer risk: A meta-
analysis of prospective studies. Eur J Cancer, 2016. 52: p. 138-54.
36. Van Hoang, D., et al., Prostate Cancer Risk Reduced by Physical Activity Even Among Men With
Prolonged Sitting Time: A Study From Vietnam. Asia Pac J Public Health, 2018. 30(3): p. 227-234.
37. Zhong, S., et al., Physical Activity and Risk of Lung Cancer: A Meta-analysis. Clin J Sport Med,
2016. 26(3): p. 173-81.
38. Morris, J.S., et al., Physical activity, sedentary behaviour and colorectal cancer risk in the UK
Biobank. Br J Cancer, 2018. 118(6): p. 920-929.
39. Kyu, H.H., et al., Physical activity and risk of breast cancer, colon cancer, diabetes, ischemic heart
disease, and ischemic stroke events: systematic review and dose-response meta-analysis for
the Global Burden of Disease Study 2013. BMJ, 2016. 354.
40. Stewart, B. and C.P. Wild, World cancer report 2014. World Health Organization, 2016.
41. Campos, M.P.d.O., et al., Fadiga relacionada ao câncer: uma revisão. Revista da Associação
Médica Brasileira, 2011. 57: p. 211-219.
42. Mock, V., et al., NCCN Practice Guidelines for Cancer-Related Fatigue. Oncology (Williston Park,
NY), 2000. 14(11A): p. 151-161.
43. Saligan, L.N., et al., The biology of cancer-related fatigue: a review of the literature. Support Care
Cancer, 2015. 23(8): p. 2461-78.
44. Ganz, P.A. and J.E. Bower, Cancer related fatigue: a focus on breast cancer and Hodgkin’s disease
survivors. Acta Oncol, 2007. 46(4): p. 474-9.
45. Schmidt, M.E., et al., Cancer-related fatigue shows a stable association with diurnal cortisol
dysregulation in breast cancer patients. Brain Behav Immun, 2016. 52: p. 98-105.
46. Thornton, L.M., B.L. Andersen, and W.P. Blakely, The Pain, Depression, and Fatigue Symptom
Cluster in Advanced Breast Cancer: Covariation with the hypothalamic-pituitary-adrenal axis
and the sympathetic nervous system. Health Psychol, 2010. 29(3): p. 333-7.
47. Swietach, P., et al., The chemistry, physiology and pathology of pH in cancer. Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci, 2014. 369(1638): p. 20130099.
48. Wang, X.S. and J.F. Woodru, Cancer-related and treatment-related fatigue. Gynecol Oncol,
2015. 136(3): p. 446-52.
Diretrizes OncOlógicas
752
49. Al-Majid, S. and H. Waters, The biological mechanisms of cancer-related skeletal muscle
wasting: the role of progressive resistance exercise. Biol Res Nurs, 2008. 10(1): p. 7-20.
50. Neil-Sztramko, S.E., et al., Aerobic capacity and upper limb strength are reduced in women
diagnosed with breast cancer: a systematic review. J Physiother, 2014. 60(4): p. 189-200.
51. Fearon, K., et al., Denition and classication of cancer cachexia: an international consensus.
Lancet Oncol, 2011. 12(5): p. 489-95.
52. Bruggeman, A.R., et al., Cancer Cachexia: Beyond Weight Loss. J Oncol Pract, 2016. 12(11):
p. 1163-1171.
53. Carson, J.A., J.P. Hardee, and B.N. VanderVeen, The emerging role of skeletal muscle oxidative
metabolism as a biological target and cellular regulator of cancer-induced muscle wasting.
Semin Cell Dev Biol, 2015.
54. Caan, B.J., et al., Association of Muscle and Adiposity Measured by Computed Tomography
With Survival in Patients With Nonmetastatic Breast Cancer. JAMA Oncol, 2018. 4(6): p. 798-804.
55. Utech, A.E., et al., Predicting survival in cancer patients: the role of cachexia and hormonal,
nutritional and inammatory markers. J Cachexia Sarcopenia Muscle, 2012. 3(4): p. 245-51.
56. Steindorf, K., et al., Randomized, controlled trial of resistance training in breast cancer patients
receiving adjuvant radiotherapy: results on cancer-related fatigue and quality of life. Ann
Oncol, 2014. 25(11): p. 2237-43.
57. Fairey, A.S., et al., Randomized controlled trial of exercise and blood immune function in
postmenopausal breast cancer survivors. J Appl Physiol (1985), 2005. 98(4): p. 1534-40.
58. Hagstrom, A.D., et al., The eect of resistance training on markers of immune function and
inammation in previously sedentary women recovering from breast cancer: a randomized
controlled trial. Breast Cancer Res Treat, 2016. 155(3): p. 471-82.
59. van Vulpen, J.K., et al., Eects of physical exercise on markers of inammation in breast cancer
patients during adjuvant chemotherapy. Breast Cancer Res Treat, 2017.
60. Karimi, N. and V.D. Roshan, Change in adiponectin and oxidative stress after modiable lifestyle
interventions in breast cancer cases. Asian Pac J Cancer Prev, 2013. 14(5): p. 2845-50.
61. Tomasello, B., et al., Eects of physical activity on systemic oxidative/DNA status in breast
cancer survivors. Oncol Lett, 2017. 13(1): p. 441-448.
62. Meneses-Echávez, J.F., E. González-Jiménez, and R. Ramírez-Vélez, Eects of supervised exercise
on cancer-related fatigue in breast cancer survivors: a systematic review and meta-analysis.
BMC Cancer, 2015. 15(1): p. 1-13.
63. Campbell, A., et al., A pilot study of a supervised group exercise programme as a rehabilitation
treatment for women with breast cancer receiving adjuvant treatment. Eur J Oncol Nurs, 2005.
9(1): p. 56-63.
64. Mutrie, N., et al., Benets of supervised group exercise programme for women being treated for
early stage breast cancer: pragmatic randomised controlled trial. BMJ, 2007. 334(7592): p. 517.
65. Cantarero-Villanueva, I., et al., The eectiveness of a deep water aquatic exercise program in
cancer-related fatigue in breast cancer survivors: a randomized controlled trial. Arch Phys Med
Rehabil, 2013. 94(2): p. 221-30.
66. Ergun, M., et al., Eects of exercise on angiogenesis and apoptosis-related molecules, quality
of life, fatigue and depression in breast cancer patients. Eur J Cancer Care (Engl), 2013. 22(5):
p. 626-37.
67. Segal, R., et al., Structured exercise improves physical functioning in women with stages I and
II breast cancer: results of a randomized controlled trial. J Clin Oncol, 2001. 19(3): p. 657-65.
Capítulo 47 • ATIVIDADE FÍSICA E CÂNCER 753
68. Courneya, K.S., et al., Randomized controlled trial of exercise training in postmenopausal
breast cancer survivors: cardiopulmonary and quality of life outcomes. J Clin Oncol, 2003.
21(9): p. 1660-8.
69. Saarto, T., et al., Eectiveness of a 12-month exercise program on physical performance and
quality of life of breast cancer survivors. Anticancer Res, 2012. 32(9): p. 3875-84.
70. Winters-Stone, K.M., et al., The eect of resistance training on muscle strength and physical
function in older, postmenopausal breast cancer survivors: a randomized controlled trial. J
Cancer Surviv, 2012. 6(2): p. 189-99.
71. Milne, H.M., et al., Eects of a combined aerobic and resistance exercise program in breast
cancer survivors: a randomized controlled trial. Breast Cancer Res Treat, 2008. 108(2): p. 279-88.
72. Oldervoll, L.M., et al., Exercise reduces fatigue in chronic fatigued Hodgkins disease survivors--
results from a pilot study. Eur J Cancer, 2003. 39(1): p. 57-63.
73. Battaglini, C.L., et al., The eects of an exercise program in leukemia patients. Integr Cancer
Ther, 2009. 8(2): p. 130-8.
74. Liu, R.D., et al., Physical exercise interventions in haematological cancer patients, feasible to
conduct but eectiveness to be established: a systematic literature review. Cancer Treat Rev,
2009. 35(2): p. 185-92.
75. Galvao, D.A. and R.U. Newton, Review of exercise intervention studies in cancer patients. J Clin
Oncol, 2005. 23(4): p. 899-909.
76. Lee, J., A Meta-analysis of the Association Between Physical Activity and Breast Cancer Mortality.
Cancer Nurs, 2018.