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O Processo de Compra do Consumidor no Ambiente Multicanal

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O PROCESSO DE COMPRA DO
CONSUMIDOR NO AMBIENTE
MULTICANAL
Ricardo Limongi França Coelho1
Universidade Federal de Goiás
ricardolimongi@gmail.com
Marcos Inácio Severo de Almeida2
Universidade Federal de Goiás
misevero@yahoo.com.br
Denise Santos de Oliveira3
Universidade Federal de Goiás
deniseadm@hotmail.com
Alessandra Cristina Gomes4
Universidade Federal de Goiás
a3gomes@gmail.com
EXPERIÊNCIA DO CONSUMIDOR
Dentre as características dos estudos sobre experi-
ência do consumidor está a interdisciplinaridade. Por
exemplo, Pine e Gilmore (1998) armaram que a experi-
ência do consumidor se refere a uma evolução econômi-
1 Doutor em Administração pela EAESP/FGV. Professor e pesquisador do Programa
de Pós-Graduação em Administração (PPGADM/UFG).
2 Doutor em Administração pela UnB. Professor e Pesquisador do Programa de Pós-
Graduação em Administração (PPGADM/UFG).
3 Mestre em Administração pela Universidade Federal de Goiás.
4 Mestranda em Administração pela Universidade Federal de Goiás.
185 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE MULTICANAL
ca, iniciada na negociação de commodities, bens e servi-
ços, e se encontra em um período que o foco está na pre-
ocupação em proporcionar uma experiência memorável
ao consumidor buscando garantir o retorno dos canais
de relacionamento envolvidos. Brugnoli (2009) discute a
partir do design a inuência na concepção do produto
e sua disponibilização. Johnston e Kong (2011) abordam
sob a ótica da engenharia. E Cox (2014) investigou a ex-
periência no contexto de serviços, em especial, no uso de
cupons no setor hoteleiro.
Para o marketing a compreensão inicial era que a ex-
periência do consumidor ocorria de forma linear e os
consumidores agiam apenas racionalmente durante o
processo de compra. Holbrook e Hirschman (1982) que-
braram este paradigma ao armarem que envolvia dife-
rentes emoções além da racionalidade ao longo da expe-
riência. Schmitt (1999) identicou que a experiência en-
volvia além da emoção e da racionalidade, proposto ori-
ginalmente por Holbrook e Hirschman (1982), diferentes
níveis sensoriais, físicos e até espirituais que poderiam
interferir na avaliação da experiência pelos consumido-
res e nos canais responsáveis pela interação e compra.
Assim, a experiência do consumidor tende a incluir dife-
rentes dimensões da experiência humana, como o prazer,
a alegria, e outras emoções como componente temporal
e longitudinal (NENONEN, RASILA, JUNNONEN, & KÄR-
NÄ, 2008). Chou et al. (2015) reforçaram o aspecto tem-
poral da experiência ao armarem que o consumidor não
baseia a avaliação ou a decisão em uma única compra, e
sim, em uma experiência prévia, seja com a empresa que
tem se relacionado ou não.
186 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE MULTICANAL
Pesquisas empíricas como de Grewal et al. (2009) trou-
xeram contribuições em relação a experiência do consu-
midor no domínio do marketing. Os autores pesquisaram
uma estrutura organizacional para demonstrar que a
partir de fatores macroeconômicos e aspectos controla-
dos pelas empresas, como a promoção, o preço, a propa-
ganda, a localização e a cadeia de suprimento, é possível
propiciar uma melhor experiência ao consumidor, e as-
sim, obter melhores resultados em áreas como marketing
e nanças. Estes melhores resultados podem ter como
consequência a satisfação dos consumidores com a ex-
periência e a disposição de pagar até 25% a mais pelos
produtos e serviços oferecidos (LINGQVIST, PLOTKIN, &
STANLEY, 2015), e ainda, na recomendação e intenção de
compartilhar a experiência com a empresa (JOHNSTON
& KONG, 2011).
Como forma de quanticar a experiência do consu-
midor, Bagdare e Jain (2013) apresentaram um estudo no
contexto do varejo com construtos multidimensionais.
Os construtos utilizados foram o lazer, a alegria, o aspec-
to distintivo e o humor. A pesquisa validou a mensuração
da experiência do consumidor e os construtos avaliados
no contexto da loja física e não nos canais digitais, ou
seja, não conseguiu identicar resultados satisfatórios da
experiência do consumidor quando canais físicos e digi-
tais são envolvidos em um mesmo processo de compra.
Logo, compreender a experiência do consumidor em um
processo de compra que envolva canais físicos e digi-
tais está alinhado com a discussão deste capítulo, anal,
os consumidores esperam uma experiência satisfatória
em quaisquer canais oferecidos pelas empresas (PAUL &
187 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE MULTICANAL
HOGAN, 2015) sejam eles físicos ou digitais proporciona-
do no ambiente multicanal.
Dentre as pesquisas que abordaram a experiência do
consumidor no contexto do varejo multicanal está a pes-
quisa de Huang, Lee, Kim, e Evans (2015). Os autores ava-
liaram como os aspectos sensoriais e cognitivos inuen-
ciam a experiência com a marca em diferentes canais e no
construto lealdade. Como resultado foi identicado que
os consumidores no varejo multicanal ganham mais po-
der para capitalizar sua estrutura social, relacionamen-
tos e conhecimentos, aspectos que podem ser relevantes
para as empresas melhorarem, por permitir indicações
e o compartilhamento da experiência em canais digitais,
como as redes sociais virtuais.
Um aspecto empírico de como a experiência do con-
sumidor tem ocorrido de maneira satisfatória envolven-
do o ambiente multicanal foi apresentado por Edelman
e Singer (2015). No estudo os autores mencionam o caso
da empresa L’ Oréal e o aplicativo MakeUp Genius lançado
no ano de 2014. O aplicativo desenvolvido pela empre-
sa de cosmético permite que clientes testem diferentes
opções de maquiagem oferecidas pela empresa virtual-
mente. Para isso, basta a consumidora tirar uma foto do
rosto nas proporções solicitadas pelo aplicativo em um
smartphone ou tablet para usufruir da ferramenta. Depois
que a consumidora escolhe a maquiagem que mais lhe
agrada é possível, a partir do aplicativo, escolher um re-
vendedor para fazer o pedido do produto. Com a chega-
da do produto, a consumidora retorna ao aplicativo para
ler dicas de como ter melhores resultados com o produ-
to comprado e compartilhar dicas com outras usuárias.
188 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE MULTICANAL
Esta experiência oferecida pela L’ Oréal é um exemplo de
como a empresa pode estimular seus consumidores a in-
teragirem com os canais oferecidos, e ainda, otimizar a
chance de delizar os consumidores com a divulgação
de novidades.
SHOPPER MARKETING
A discussão destas novas preferências e experiên-
cias do consumidor tem sido investigada pelo marke-
ting como shopper marketing, tema recente que repre-
senta desde o planejamento até a execução das etapas
que inuenciam os consumidores durante o processo
de compra, tais como a busca por maiores informações
pelo produto até a recompra e eventual recomendação
(SHANKAR, INMAN, MANTRALA, KELLEY, & RIZLEY,
2011). Em suma, engloba a necessidade dos consumido-
res durante o relacionamento com a empresa e os dife-
rentes canais disponibilizados, sendo o desao para as
empresas manter os consumidores engajados ao longo
do processo de compra.
Dentre os desaos do shopper marketing está compre-
ender o consumidor em um ambiente inuenciado por
fatores como a tecnologia, a economia, os diferentes ti-
pos de regulação e a globalização, aspectos que podem
inuenciar na experiência do consumidor a partir da sua
jornada (WHARTON, 2015). Para Shankar et al. (2011) den-
tre os fatores que inuenciam o consumidor, a tecnolo-
gia merece maior destaque, principalmente por envolver
e alcançar pontos de contato até então indisponíveis, e
ainda, pela velocidade e alcance que as informações po-
dem ter a partir de um comentário feito em uma rede
social virtual usando um smartphone.
189 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE MULTICANAL
Para que o shopper marketing tenha melhores resulta-
dos é necessário identicar o motivador para o ciclo de
compra do consumidor, ou o gatilho, como é chamado
por Court et al. (2009). Conhecer este gatilho que pode
ocorrer no ambiente físico ou digital, em especial nas
empresas que oferecem multicanais de relacionamento,
pode contribuir para que a empresa tenha melhores re-
sultados em uma etapa em que o consumidor ainda está
considerando suas opções (CHEN, KYAW, & ROSS, 2008).
Logo, a oferta de promoções nos canais certos para os
compradores certos pode aumentar a probabilidade de
inuenciar o comprador ao longo do ciclo de compra.
Para oferecer uma melhor experiência ao consumidor é
preciso entender e predizer o comportamento do con-
sumidor. Dentre as necessidades em um ambiente com
inuência de diferentes canais, a jornada do consumidor
pode contribuir com essa compreensão dele.
JORNADA DE COMPRA DO CONSUMIDOR
Originalmente, a jornada do consumidor foi proposta
para contribuir com a gestão de relacionamento com o
consumidor (MANGIARACINA, BRUGNOLI, & PEREGO,
2009) principalmente para que as empresas pudessem
avaliar se o que foi planejado e modelado internamente,
por meio da técnica de gestão de processos do negócio,
de fato ocorria com os consumidores.
O tema apresenta uma diversidade de nomenclatu-
ras na literatura acadêmica (ex.: blueprints, desenho do
serviço, jornada de compra, jornada de serviço, mape-
amento da jornada, processo do consumidor) o que é
justicado pela interdisciplinaridade do tema. Áreas
como design, gestão, interação entre homem e compu-
190 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE MULTICANAL
tador e o próprio marketing (PARKER & HEAPY, 2006;
SHOSTACK, 1984) exploram a temática com suas res-
pectivas especicidades, e apenas um ponto em comum,
o consumidor como centro, ou seja, entender os passos
do processo de decisão de compra a partir da ótica do
consumidor e não como a empresa entende que a ex-
periência ocorre em diferentes pontos de contato. Ou
ainda, como Holmlid e Evenson (2008) armam, “para
entender a experiência do consumidor é preciso andar
com o sapato dos consumidores”.
No marketing a jornada do consumidor teve origem
como uma ferramenta estruturada para ajudar os ne-
gócios comerciais a entenderem a motivação e o com-
portamento do consumidor, pesquisas de serviço em
projetos de design (CROSIER & HANDFORD, 2012) e na
mudança de paradigma em como entender a experiência
do consumidor (D. Stone & Devine, 2013). Estudos sobre
o tema têm abordado o contexto de clientes represen-
tantes (CROSIER & HANDFORD, 2012), o mapeamento e o
redesenho da jornada do consumidor (WECHSLER, 2012),
o co-design com consumidores (KANKAINEN, VAAJA-
KALLIO, KANTOLA, & MATTELMÄKI, 2012), e a mensura-
ção da satisfação do consumidor (RAWSON, DUNCAN, &
JONES, 2013).
A jornada do consumidor pode ser entendida como
um processo de rastreamento e descrição da experiência
que o consumidor teve em encontro com o serviço ou
conjunto de serviços, levando em conta não apenas o que
acontece, mas também as respostas e as experiências
que incluem informações emotivas que aumentam à me-
dida que o envolvimento com a empresa amplia (CLAT-
191 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE MULTICANAL
WORTHY, 2011; CROSIER & HANDFORD, 2012; ANDERL,
BECKER, WANGENHEIM, & SCHUMANN, 2014; ARTUN &
LEVIN, 2015; MISHRA et al., 2015). Por se tratar de um
ciclo que compreende o relacionamento e a compra en-
tre comprador e empresa, possui uma orientação visual
para estruturar a experiência do consumidor (NENON-
EN, RASILA, JUNNONEN, & KÄRNÄ, 2008).
Do ponto de vista metodológico, enquanto outras téc-
nicas qualitativas tendem a ter como saída de dados re-
latórios escritos, o principal documento de conclusão da
jornada do consumidor é um desenho visual que contri-
bui na obtenção de respostas sobre a prática e o impacto
emocional na experiência do consumidor (BITNER, OS-
TROM, & MORGAN, 2008). A elaboração da jornada do
consumidor pode ocorrer com um grupo focal ou entre-
vistas em profundidade a partir de um problema central
que se pretende ter uma melhor compreensão (CHEN
et al., 2008). A análise da jornada do consumidor tam-
bém pode ser feita de maneira quantitativa (FØLSTAD,
KVALE, & HALVORSRUD, 2014). Na literatura a mensura-
ção ocorre com o mapeamento do processo e a quanti-
cação da experiência durante a jornada do consumidor
(TRISCHLER & ZEHRER, 2012).
Um exemplo do desenho visual fruto da jornada do
consumidor foi apresentado por Wolny e Charoensuksai
(2014) no estudo sobre o contexto de como os consumi-
dores reagem a diferentes canais no mercado de cosmé-
ticos. A jornada do consumidor foi criada a partir de en-
trevistas com 20 mulheres para entender como ocorre o
processo de decisão, desde a procura por produtos até a
etapa de pós-compra, destacando a importância dos ca-
192 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE MULTICANAL
nais físicos e digitais para a escolha dos produtos como
apresentado na Figura 1.
Figura 1 - Jornada do consumidor no contexto de cosméticos
Fonte: Wol ny e C haroens uks ai (20 14)
A jornada do consumidor inclui todos os pontos de
contato dos canais que precedem o potencial de decisão
de compra (ANDERL et al., 2014). Os pontos de contato
são materiais utilizados para entender, explorar e desen-
volver soluções de serviço inovadoras entre o provedor
de serviço e o consumidor (CLATWORTHY, 2011). Um
consumidor pode utilizar diferentes pontos de contato
como parte de um cenário tendo como produto nal a
jornada do consumidor. Court et al. (2009) evidenciam
que cada vez que o consumidor entra em contato com os
diferentes canais de uma empresa, por exemplo, agên-
cias físicas, website, caixas eletrônicos, call-center, e ou-
tros, ocorre um encontro do serviço. Logo, a jornada do
consumidor tipicamente detalha uma série de pontos de
contato e a interação entre o consumidor e os provedores
de serviço. O resultado de diferentes pontos de contato
é a oportunidade de as empresas interagirem com seus
consumidores, e assim, criarem canais que entreguem
valor e uma experiência diferenciada aos consumidores.
193 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE MULTICANAL
No contexto do varejo, a técnica tem sido empregada
para monitorar as respostas dos consumidores à medida
que iniciam sua jornada, buscando assim compreender
o foco dos clientes, o que atrai a atenção, e como res-
pondem emocionalmente ao ambiente do varejo. No am-
biente multicanal, a jornada tem se tornado ainda mais
complexa quando o consumidor passa a utilizar diferen-
tes canais durante o curso da jornada, anal, de manei-
ra geral, os consumidores não são leais a um canal em
particular (CAPGEMINI, 2011). Outra complicação é que
se a transição entre os canais não for organizada pode
atrapalhar o relacionamento com o consumidor. Do pon-
to de vista estratégico, uma jornada superior permite
customizar a automação, personalização, conteúdo ba-
seado na interação e uma inovação contínua. Para isso,
as empresas devem tratar a jornada do consumidor como
um produto, com suporte, e ter um gestor responsável
avaliando a performance (CROSIER & HANDFORD, 2012).
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Article
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Despite the considerable growth of the B2c eCommerce in the main European markets and in US (Forrester, 2008), the main figures show that the concentration of the market is very high and its value represents a limited part of the overall retail sales only. As a consequence the path to realize the full potential of the B2c eCommerce is still long and several hurdles have to be overcome. In this paper we focus our attention on the merchants, with the strong conviction that the offering is much differentiated in terms of customer experience (i.e. the path the customers follow from the landing on the website to the payment of the product/service). This is very important in determining the success of an eCommerce website, but it is very hard to be distinguished, analyzed and evaluated and there is a lack of contributions trying to estimate it in a quantitative and/or objective way. In order to fill this gap, this paper provides a model that aims at evaluating the customer experience of an eCommerce website. The model is based on a Customer Journey Map made of the five main phases the consumer goes through while purchasing on a B2c eCommerce website: landing, product identification, product presentation, cart, order completion and payment. The phases have been analyzed in detail taking into account at least 15 drivers/features each. One of the key output of the analysis accomplished with the model is a curve representative of the customer experience of a specific website made of five points (one point per phase), with values between 0 (low) and 1 (high level), that allows the reader to make comparisons between different eCommerce websites and identify their strengths and weaknesses. The reader will find a framework to evaluate the customer experience on a B2c eCommerce website in a quantitative way, in order to make comparisons with other merchants and identify the main areas to be improved to fill the gap with the competitors. © Riccardo Mangiaracina, Alessandro Perego and Gianluca Brugnoli, 2009.
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Brand love has received increasing attention given its potential to enhance customer engagement, brand advocacy, commitment and loyalty. Despite its relevance, few studies explore brand love per se, and existing conceptualisations remain sporadic and fragmented. The purpose of the current paper is to critically assess available work on brand love, reviewing conceptualisations, measurements and key proximal constructs. Expanding upon and synthesising earlier work and conceptualisations, we develop and propose a comprehensive conceptual framework for brand love that is innovative for the following reasons. In particular, our model takes a developmental rather than a snapshot approach to capture brand love trajectories as a function of their onset and evolution; incorporates key frameworks and as such builds on interpersonal, parasocial and experiential theories; and acknowledges the important role of brand hate. Managerial implications and future research directions are discussed. ARTICLE HISTORY
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Digital devices have taken over our lives today, but have seen little research in marketing domain. Literature on product design, though very rich, offers scant works that highlight the consumer's subjective understanding and perception, with most efforts rooted to the utilitarian-hedonic value paradigm. In order to measure design perception comprehensively, we develop a multi-dimensional framework providing for an exhaustive operationalization of a product's design by its user. This is done through qualitative exercises followed by empirical validation leading to scale items for five proposed dimensions of design perception: visual, functional, kinesthetic, interface and information. We also examine the relation of design perception to consumer-based brand equity as a nomological network, the relation itself mediated by user experience. Our work, by offering a multi-dimensional framework of consumer design perception, seeks to guide current digital device manufacturing brands about heterogeneity of the concept of design as it exists in a consumer's mind and how important it is to address those different dimensions effectively, for an overall good package.