Faz muito tempo que o plástico foi introduzido na nossa sociedade, com um uso
sempre crescente. Ele está em praticamente tudo que consumimos e nos acompanha em
quase todos os momentos de nossa vida.
O plástico pode ser observado em diversas cores e formatos, no interior dos carros,
nos diversos tipos de embalagens que utilizamos, empregadas na indústria alimentícia, de remédios, nos supermercados, nos hospitais, nas feiras, etc. Vestimos ele, passamos
micropartículas de plástico nas nossas bocas, para auxiliar na limpeza de nossos dentes.
São copos e garrafas de inúmeros volumes, canudos, sacos plásticos, bolsas, fios, bolas,
tubos de todas as bitolas, brinquedos e outros inúmeros formatos e para centenas de
diferentes usos.
No dia a dia, é praticamente impossível escapar dos plásticos. Em decorrência
disso, os plásticos podem ser encontrados dentro dos rios, nos reservatórios, nos mares,
nos seus sedimentos, no interior de cavernas, no topo das montanhas mais altas, no ar,
nas areias dos desertos e também dentro dos animais e dos seres humanos, mas com
políticas públicas e ações pessoais podemos reduzir o seu uso.
Os estudos recentes sugerem que a seguir com o uso generalizado que fazemos, e
com o pouco cuidado que temos no adequado reuso ou descarte daqueles plásticos que
consideramos desnecessários, o plástico tem o potencial de ser o mais importante
contaminante ambiental do planeta.
No entanto, por ora, particularmente no Brasil, não há legislação que determine
monitorar a sua presença nos ecossistemas, visando avaliar seus impactos para a
qualidade desses ecossistemas e para a qualidade de vida da biota e dos seres humanos.
Mas há extrema necessidade não só para o tema ser pautado na mídia, mas que se criem
legislações nacionais e internacionais, visando avaliar a quantidade de plásticos presentes nos ecossistemas, mas que também permitam acompanhar os impactos que causam, além de propor formas de reuso e de descartes adequados. Ao mesmo tempo, estas normativas também deverão permitir criar mecanismos que visem mitigar os problemas encontrados, protegendo os ambientes menos impactados e recuperando aqueles mais comprometidos.
Este pequeno livro vem suprir uma lacuna na literatura nacional, pois muito pouco
há sobre a temática de microplástico. São capítulos que refletem as experiências dos seus autores, discorrendo sobre a presença de plásticos nos rios, mares, mangue ou
reservatórios e com sínteses de estudos em laboratório ou in situ, entre outros temas.
Com esta contribuição, espera-se incentivar novos estudos, permitindo constituir
grupos de pesquisas em todo o território brasileiro, estudando plásticos e seus impactos em todos os biomas nacionais, e auxiliando na elaboração de políticas públicas.