A consciencialização ambiental sobre o setor da construção tem evidenciado diversos problemas no que à eficiência energética e aos impactes ambientais concerne. Assim, o setor está numa fase de mudança de um paradigma pouco preocupado com o contexto climático e os impactes ambientais dos edifícios, dependente de sistemas mecânicos e de materiais com grande quantidade de energia incorporada e elevado potencial de impacte ambiental, para uma abordagem holística que procura um maior equilíbrio entre as três dimensões do desenvolvimento sustentável. Este é um setor-chave para a redução dos impactes ambientais, já que é um dos maiores utilizadores de energia e recursos, responsável por um terço do total global do uso de energia primária e das emissões de CO2. No contexto da União Europeia, para mitigar estes impactes têm sido definidos objetivos de médio e longo prazo para redução do consumo de matérias-primas e produção de resíduos e, entre os mais mediáticos, o aumento da eficiência energética e a descabornização do parque edificado até 2050 — através da transformação do edificado existente em edifícios com balanço energético quase nulo (nZEB). Para alcançar estes objetivos é pertinente pensar o futuro da construção assente na reflexão sobre o que foi o seu passado. Neste âmbito, a arquitetura vernácula é um tipo de construção que importa analisar.