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Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurovisão

Authors:

Abstract and Figures

SUMÁRIO PROGRAMAÇÃO 7 PALESTRANTES 9 Prof. Ms. Ana Isabel Arroyave Guzmán 10 Prof.ª Dr.ª Cláudia de Almeida Ferreira Diniz 10 Prof.ª Ms. Daniela Maggioni Leão 11 Prof. Ms. Douglas de Araújo Vilhena 11 Dr.ª Erika Yumi Tomioka 12 Fabiana Guedes Barcelos Silveira Leite 12 Dr.ª Fernanda Amaral Soares Bicalho Martins 13 Prof. Dr. Jerome Baron 13 Dr.ª Juliana Guimarães 14 Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães 14 Prof. Dr. Marco Tulio de Mello 15 Dr.ª Melissa C. Ferreira de Oliveira 15 Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães 16 Prof. Ms. Thiago Santiago 16 Prof.ª Dr.ª Valéria Prata Lopes 17 PRÊMIO DORA VENTURA DE MELHORES TRABALHOS 18 Equilíbrio corporal de indivíduos com Síndrome de Irlen na postura ortostática 20 Spectral overlays improve eye movement functions in illiterate children: reading numbers evaluation 23 TRABALHOS 28 Deficiência visual cortical: considerações clínicas 29 Deficiência visual cortical: considerações clínicas [pôster] 30 Discriminadores visuais e a atenção 31 Efeitos neurofisiológicos na percepção das cores: uma abordagem psicofuncional [pôster] 34 Eficácia das overlays na síndrome de irlen: revisão de literatura 35 Influência da vibração de corpo inteiro na atividade de leitura: revisão de literatura 41 Níveis elevados do fator neurotrófico derivado do cérebro na retina de ratos após Privação materna de longa duração durante a primeira semana de vida: um estudo preliminar 48 O rendimento acadêmico do adulto precisa ser avaliado sob novo olhar 54 Organização de datasets e comparativos entre testes para estudo do Visual Stress e dislexia 55 Prevalência da Síndrome de Irlen em crianças do 3º e 4º ano de escolas municipais 56 Prevalência de estresse visual em universitários: estudo preliminar [pôster] 59 Pseudotumor cerebral e disco óptico inclinado: relato de caso 60 Pseudotumor cerebral e disco óptico inclinado: relato de caso [pôster] 61 Questionários sobre qualidade de vida relacionada a visão: revisão integrativa 62 Uso de atropina para tratamento da miopia 63
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Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Presidente:
Prof. Douglas de Araújo Vilhena
Comissão Científica (por ordem alfabética):
Prof.ª Dr.ª Ângela Maria Vieira Pinheiro
Prof.ª Dr.ª Cláudia de Almeida Ferreira Diniz
Prof. Dr. Jerome Baron
Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães
Prof. Dr. Marco Túlio de Mello
Prof.ª Dr.ª Maria Lúcia Machado Duarte
Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães
Prof.ª Dr.ª Valéria Prata Lopes
Capa, contracapa e arte:
Luciana Helena Pereira Cardoso
FICHA CATALOGRÁFICA
C7491
Congresso Brasileiro de Neurovisão (6. : 2018 : Belo Horizonte, MG)
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurovisão = Proceedings
of the 6th Brazilian Congress of Neurovision / Douglas de Araújo Vilhena, Márcia
Reis Guimarães, Ricardo Queiroz Guimarães (orgs.) - Belo Horizonte: Faculdade
de Filosofia e Ciências Humanas, 2020.
1 recurso online (66 p.) : pdf
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-65-86989-01-4
1. Neurociência - Congressos. 2. Visão Congressos. 3. Psicologia do
desenvolvimento - Congressos. I. Vilhena, Douglas de Araújo. II. Guimarães,
Ricardo Queiroz. III. Guimarães, Márcia Reis..IV. Título.
CDD: 617.75
CDU: 617.75
Ficha catalográfica elaborada por Vilma Carvalho de Souza Bibliotecária CRB-6/1390
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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SUMÁRIO
PROGRAMAÇÃO 9
PALESTRANTES 11
Prof. Ms. Ana Isabel Arroyave Guzmán ..................................................................... 12
Prof.ª Dr.ª Cláudia de Almeida Ferreira Diniz .......................................................... 12
Prof.ª Ms. Daniela Maggioni Leão ............................................................................. 13
Prof. Douglas de Araújo Vilhena ................................................................................ 13
Dr.ª Erika Yumi Tomioka ............................................................................................ 14
Fabiana Guedes Barcelos Silveira Leite .................................................................... 14
Dr.ª Fernanda Amaral Soares Bicalho Martins ......................................................... 15
Prof. Dr. Jerome Baron .............................................................................................. 15
Dr.ª Juliana Guimarães .............................................................................................. 16
Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães ............................................................................ 16
Prof. Dr. Marco Tulio de Mello .................................................................................. 17
Dr.ª Melissa C. Ferreira de Oliveira .......................................................................... 17
Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães ........................................................................ 18
Prof. Ms. Thiago Santiago .......................................................................................... 18
Prof.ª Dr.ª Valéria Prata Lopes .................................................................................. 19
PRÊMIO DORA VENTURA DE MELHORES TRABALHOS 20
Equilíbrio corporal de indivíduos com Síndrome de Irlen na postura ortostática ...... 22
Spectral overlays improve eye movement functions in illiterate children: reading
numbers evaluation ..................................................................................................... 25
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TRABALHOS 30
Deficiência visual cortical: considerações clínicas ..................................................... 31
Deficiência visual cortical: considerações clínicas [pôster] ....................................... 32
Discriminadores visuais e a atenção ........................................................................... 33
Efeitos neurofisiológicos na percepção das cores: uma abordagem psicofuncional
[pôster] ........................................................................................................................ 36
Eficácia das overlays na síndrome de irlen: revisão de literatura ............................... 37
Influência da vibração de corpo inteiro na atividade de leitura: revisão de literatura 43
veis elevados do fator neurotrófico derivado do cérebro na retina de ratos após
Privação materna de longa duração durante a primeira semana de vida: um estudo
preliminar .................................................................................................................... 50
O rendimento acadêmico do adulto precisa ser avaliado sob novo olhar ................... 56
Organização de datasets e comparativos entre testes para estudo do Visual Stress e
dislexia ........................................................................................................................ 57
Prevalência da Síndrome de Irlen em crianças do 3º e 4º ano de escolas municipais 58
Prevalência de estresse visual em universitários: estudo preliminar [pôster] ............. 61
Pseudotumor cerebral e disco óptico inclinado: relato de caso .................................. 62
Pseudotumor cerebral e disco óptico inclinado: relato de caso [pôster] ..................... 63
Questionários sobre qualidade de vida relacionada a visão: revisão integrativa ........ 64
Uso de atropina para tratamento da miopia ................................................................ 65
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PROGRAMAÇÃO
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Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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PALESTRANTES
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Prof. Ms. Ana Isabel Arroyave Guzmán
Mecanismos cerebrais envolvidos na Síndrome de Irlen e Estresse Visual
Doutoranda em Engenharia Mecânica pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo. Possui Mestrado
em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo.
Graduada em Bioengenharia pela Universidad de Antioquia,
Colômbia. Tem experiência na área de Engenharia
Biomédica, com ênfase em Biomecânica e caracterização
mecânica de tecidos biologicos. Atualmente, se encontra
desenvolvendo projetos na área da Tomografia por Impedância
Elétrica e Simulações do sistema visual humano.
Prof.ª Dr.ª Cláudia de Almeida Ferreira Diniz
Estabilidade postural e cinemática do corpo na Síndrome de Irlen
Doutora em Bioengenharia pela UFMG, Mestre em Ciências
da Reabilitação pela UFMG. Graduada em Fisioterapia pela mesma
universidade. Especialista em Recursos Terapêuticos Manuais pela
FELUMA. Professora da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais. Membro do Laboratório de Pesquisas Aplicadas à
Neurovisão da UFMG. Tem experiência clínica em análise
neurofuncional e diagnóstico fisioterapêutico de disfunções
motoras e posturais, com ênfase nas áreas de neurovisão e
neuropediatria. Tem experiência clínica em tratamento
neurofuncional de disfunções posturais e disfunções motoras,
incluindo alterações de leitura e escrita. Atua com Reeducação
Motora e Postural a partir de Neurointegração Sensorial, em tratamentos fundamentados na
neurociência do Comportamento Motor e com auxílio de abordagens globalistas por cadeias
musculares, RPG e terapia manual.
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Prof.ª Ms. Daniela Maggioni Leão
Prevalência da Síndrome de Irlen e efeitos das lâminas espectrais em
alunos do ensino fundamental
Mestre em Biociências e Saúde na Universidade
Federal de Alfenas. Possui graduação em Medicina pela
Universidade José do Rosário Vellano (2000). Tem
residência médica em oftalmologia, títulos de especialista
pelo MEC e CBO. Experiência em oftalmologia com ê nfase
em córnea e doenças externas, lentes de contato, cirurgia
refrativa e catarata, atuando principalmente nos seguintes
temas: transplante de córnea, banco de olhos e lentes de
contato. Diretora Técnica do Banco de Olhos do Hospital
Universitário Alzira Velano, Alfenas.
Prof. Douglas de Araújo Vilhena
As contribuições das Neurociências da Visão no tratamento de
distúrbios visuoperceptuais em sala de aula
Doutorando no Programa de Pós-Graduação em
Psicologia: Cognição e Comportamento (Linha:
Neuropsicologia) pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em
Psicologia do Desenvolvimento Humano (Linha: Cognição e
Linguagem) da UFMG. Graduado em Psicologia pela UFMG
com parte realizada na University of Leeds (Reino Unido).
Técnico em Química pelo CEFET-MG. Atualmente é
coordenador do Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão
(LAPAN), pesquisador do Laboratório de Processos Cognitivos
(LabCog), revisor do site DislexiaBrasil e colaborador da Dyslexia International. Presidente do
Congresso Brasileiro de Neurovisão (2015, 2016, 2017, 2018) e Administrador Chefe do World
Dyslexia Forum (2014-atual). Atua principalmente nos seguintes temas: processamento cognitivo,
processamento visual, linguagem oral, linguagem escrita, dislexia, testes de leitura.
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Dr.ª Erika Yumi Tomioka
A importância da neurovisão em pacientes com Transtorno do Espectro Autista
Possui graduação em Medicina pela Universidade do
Estado do Pará (2005). Residência em oftalmologia no Hospital
Universitário Bettina Ferro de Souza, da Universidade Federal
do Pará. Fellowship de Glaucoma e Catarata (clínico cirúrgico)
na Santa Casa de Belo Horizonte. Atualmente é médica
oftalmologista, com ênfase em Glaucoma, no Hospital
Oftalmológico, em Belém, e médica assistente da Fundação
Hilton Rocha, em Belo Horizonte. Médica assistente do
Departamento de Glaucoma e de Neurovisão do Hospital de
Olhos de Minas Gerais - Dr. Ricardo Guimaräes.
Fabiana Guedes Barcelos Silveira Leite
Síndrome de Irlen: A neuropsicologia através de um novo filtro
Psicóloga graduada pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), Especialista em
Neuropsicologia, Terapeuta comportamental, psicopedagoga.
Atualmente é coordenadora do Núcleo Idea (São Paulo) e sócia
fundadora e supervisora de neurovisão e aprendizagem do Lume
- Centro de Atendimento e Pesquisa em Neurovisão.
Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Aplicada à
Neurovisão (LAPAN). Presidente do Simpósio Nacional de
Neurovisão.
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Dr.ª Fernanda Amaral Soares Bicalho Martins
Bases genéticas, bioquímicas e imunológicas da Síndrome de Meares-Irlen
Graduada em Farmácia pela Universidade Federal de Ouro
Preto (UFOP) e graduada em Medicina pelas Faculdades
Integradas Pitágoras de Montes Claros (FIP-Moc). Atualmente
é médica residente em Medicina de Família e Comunidade pelo
Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF Unimontes).
Prof. Dr. Jerome Baron
Pesquisa básica em Neurociências da Visão
Graduou-se em Ciências Biológicas pela UNIVERSITY
OF SUSSEX (1991-1994), Inglaterra. Realizou o doutorado
em Fisiologia na UNIVERSITY OF OXFORD (1994-1998),
Inglaterra, com uma bolsa do Wellcome Trust. Foi agraciado
com uma bolsa de pós-doutorado pela Max-Planck Society,
tendo trabalhado na área de neurofisiologia de sistema no
MAX-PLANCK INSTITUTE FOR BRAIN RESEARCH,
Frankfurt, Alemanha (1999-2002). Trabalhou durante um ano
como Pesquisador Visitante no Departamento de Fisiologia e
Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas da UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
(UFMG) onde continua suas atividades acadêmicas como Professor Adjunto desde 2004. É orientador
permanente nos Programas de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Fisiologia e Farmacologia
(CAPES 7) e Engenharia Elétrica (CAPES 7) da UFMG. É orientador colaborador no Programa de
Pós-graduação em Neurociências da UFMG (CAPES 4). Tem experiência na área de Neurofisiologia,
com ênfase em Neurofisiologia da Percepção Visual, atuando principalmente nos seguintes temas:
(1) Bases neuronais da percepção visual; (2) Bases neuronais e biomecânicas do comportamento
visuomotor; (3) Desenvolvimento de software e hardware para aquisição, processamento e análise de
sinais biológicos; (4) Desenvolvimento de instrumentação biomédica aplicado às ciências da visão.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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Dr.ª Juliana Guimarães
Meu primeiro ano de experiência na clínica de Neurovisão: Uma viagem além da retina
Graduação em Medicina pela Universidade Federal de
Minas Gerais (2010). Residência Médica em Oftalmologia pela
Irmandade Santa Casa de Misericórida de SP (2013). Fellow em
Retina Clínica e Cirúrgica (2014-2017), Uveítes (2016-2017),
Ultrassonografia e Ultrabiomicroscopia Ocular (2015-2016)
pela Irmandade Santa Casa de Misericórida de SP.
Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães
Enxaqueca e cefaleia: até hoje sem tratamento?
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Especialista em Oftalmologia pela Faculdade de
Ciências Médicas, Mestre em Biologia Molecular pela
Universidade de Paris-V, Doutora em Oftalmologia área de
Neuroftalmologia e Qualidade da Visão pela UFMG.
Fellowship em Patologia Ocular pelo Moorfields Eye Hospital de
Londres (Inglaterra) e da Armed Forces Institute of Pathology
Walter Reed Military Hospital (Washington DC, USA). Ex-
diretora da Sociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa. Atuou
como Professora do Departamento de Anatomia Patológica e
Medicina Legal de 1978 a 1995. Docente convidada da UNIFESP desde 1989 atuando como
Coordenadora da Disciplina de Embriologia, Malformações e Histologia Ocular do Curso Ciências
Básicas. Diretora Clínica e Chefe do Departamento de Neurovisão e do Departamento de Distúrbios
de Aprendizagem Relacionados a Visão do Hospital de Olhos de Minas Gerais. Diretoria Científica
da Fundação Hospital de Olhos.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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Prof. Dr. Marco Túlio de Mello
A influência da luz azul na regulação do ciclo claro/escuro em atletas de alta performance
Possui graduação em EDUCAÇÃO FÍSICA pela
Universidade Federal de Uberlândia- UFU (1989), especialização
em Educação Física para Pessoas com Necessidades Especiais
pela UFU, Doutorado em Psicobiologia pela Universidade
Federal de São Paulo - UNIFESP (1997) e Livre Docência pela
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2007) e pela
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP (2009). É
Professor Associado IV do Departamento de Esportes, da
Faculdade de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
(EEFFTO) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tem experiência na área de Sono,
Distúrbios do Sono, Sonolência, Fadiga, Acidentes, Fisiologia do Esforço e Treinamento Desportivo.
É orientador de mestrado e doutorado pelos programas de pós-graduação da UFMG e UNIFESP.
Também é Diretor Técnico do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (CEPE) e do Centro
Multidisciplinar em Sonolência e Acidentes (CEMSA). Atualmente é membro efetivo/titular da
Câmara Temática de Saúde e Meio Ambiente do Conselho Nacional de Transito - CONTRAN.
Dr.ª Melissa C. Ferreira de Oliveira
Casos bem-sucedidos tratados com filtros espectrais: experiência na clínica da NeuroVisão
Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz
de Fora. Residênia em oftalmologia pelo Centro de Estudos e
Pesquisas oculistas associados. Pós-graduação em Oftalmologia
pela PUC-Rio. Fellow em Plástica ocular e vias lacrimais pela
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte.
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Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães
1. A influência da luz azul e as células ganglionares intrinsecamente fotossensíveis
2. Neurociências da visão nos distúrbios mentais
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina
da UFMG (1975). Especialização e residência Médica
em Oftalmologia pela UFMG (197577). Doutorado
em Oftalmologia (1979) pela UFMG. Fellowship em Córnea e
Doenças Externas pela Hospices Civils de Strasbourg (1979),
Moorfields Eye Hospital (Londres, 1981), Hotel Dieu de Paris
(1980-81) e Georgetown University (Washington, 1982).
Fundador, presidente e diretor técnico do Hospital de Olhos Dr.
Ricardo Guimarães e da Fundação Hospital de Olhos, Cônsul
Honorário do Canadá, presidente do Comitê de Saúde da
Americam Chamber of Commerce, professor convidado da UFMG, diretor da Associação Comercial
de Minas e editor Médico da Revista Ocular Surgery News Latin America. Lidera a gestão da
Faculdade da Saúde e Ecologia Humana FASEH.
Prof. Ms. Thiago Santiago
Influência da iluminação ambiente no desempenho de leitura de indivíduos com estresse visual
Mestre em Engenharia Mecânica (área de concentração:
Bioengenharia) pela UFMG (2018) e Bacharel em Engenharia
Mecânica com ênfase em Mecatrônica pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (2012). Atualmente, é
Professor de Sistemas Estruturais l e Hidráulica na FEAD.
Experiência em P & D, Engenharia de Desenvolvimento,
Manutenção Industrial e Gestão de Projetos. Forte interesse em
sistemas embutidos e análise de dados aplicada à
Bioengenharia.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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Prof.ª Dr.ª Valéria Prata Lopes
Um outro olhar para o desempenho acadêmico do universitário com Estresse Visual
Doutorado em Engenharia Mecânica pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestrado em Medicina
Interna e Terapêutica (Efetividade da Saúde Baseada em
Evidências) pela Escola Paulista de Medicina da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP). Possui graduação em
Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas
Gerais (1984). Especialização em Docência do Ensino
Superior pela PUCMINAS. Tem experiência acadêmica com
docência nas áreas de Fisioterapia, Medicina, Terapia
Ocupacional, Educação Física, Enfermagem e Psicologia.
Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisãon
(Lapan) da UFMG.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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PRÊMIO DORA VENTURA DE
MELHORES TRABALHOS
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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O Prêmio Dora Ventura visa incentivar a pesquisa científica de qualidade na área de Neurovisão.
O prêmio homenageia a Prof.ª Dr.ª Dora Ventura, PhD em Psicofísica e Fisiologia Visual,
detentora de uma carreira brilhante e prolífica, repleta de prêmios e publicações.
A cada ano, o Congresso Brasileiro de Neurovisão premia os dois melhores trabalhos científicos,
oferecendo uma quantia em dinheiro e certificado de melhor trabalho.
Prof.ª Dr.ª Dora Selma Fix Ventura
Docente do Departamento de Psicologia Experimental do
Instituto de Psicologia de 1968 a 2009, permanece como Professora
Titular aposentada, atuando como Colaborador Senior. Graduou-se
em Psicologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da
Universidade de São Paulo (1961), e fez mestrado e doutorado em
Psicologia Experimental na Columbia University, New York,
(M.A., 1964; Ph.D., 1968). Obteve o tulo de Livre-docente em
1988 e tornou-se Professora Titular em 1990. No Instituto de
Psicologia da USP foi Vice-Diretora, e por duas vezes Chefe do
Departamento de Psicologia Experimental. Foi Vice-Presidente da
Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (2013-2015),
Vice Presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia (2013-
2015), Vice-Presidente da SBPC (2003-2007; 2011-2013),
Presidente da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (1996-2001), da Brazilian Research
Association in Vision and Ophthalmology (2010-2012) e da Sociedade Brasileira de Neurociências e
Comportamento (1991-1994) e tem prestado colaboração como membro de vários colegiados da
Universidade de São Paulo e de diferentes órgãos, dentre os quais: Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (2006-2008), Conselho Deliberativo do CNPq (2004-2006), Comitê Assessor de
Psicologia do CNPq (1993-1996; 2007-2010), e do Latin American Research Committee (LARC) da
IBRO (International Brain Research Association) (2010-2013); re-eleita como membro, passou a
Presidente do LARC (2013-2016). É Grã Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, membro
titular da Academy of Sciences for the Developing World (TWAS), da Academia Brasileira de
Ciências (ABC), da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP), recebeu a Medalha
CAPES 50 anos e a Medalha Neurociências Brasil. Fundou em 1968 o Laboratório de Psicofisiologia
Sensorial, no Instituto de Psicologia da USP, para estudar mecanismos neurais da visão através de
métodos comportamentais e eletrofisiológicos. Na década de 1990 fundou o Laboratório da Visão,
dedicado a pesquisa aplicada em Psicofísica e Eletrofisiologia Visual Clínica para o estudo de
doenças neurodegenerativas do sistema visual, de origem genética, metabólica ou por exposição a
agentes neurotóxicos - como Distrofia Muscular de Duchenne, neuropatia óptica de Leber, esclerose
múltipla, diabetes, intoxicação mercurial - no qual desenvolve ativa colaboração nacional e
internacional. Tem publicado internacionalmente nas duas áreas, e como orientadora de pós-
graduação, formou até o momento 41 mestres e 28 doutores. Trabalhos de seu grupo receberam 17
prêmios em congressos nacionais e internacionais nos últimos 5 anos (2011-2016).
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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Resumo expandido
EQUILÍBRIO CORPORAL DE INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE IRLEN
NA POSTURA ORTOSTÁTICA
Cláudia de Almeida Ferreira Diniz1,4,5, Maria Lúcia Machado Duarte2, Lázaro Valentin Dnadon3,
Ricardo Guimarães4, Márcia Guimarães4, Arthur Ribeiro Rodrigues5, Lorena L. Teixeira da Silva5,
Lorena Luza Ribeiro Dias5, Núria Cristina Sousa Lopes5, Raphaela Emília Neves Gitirana5
1 LABBIO - DEMEC/UFMG: Laboratório de Bioengenharia Departamento de Engenharia Mecânica - Universidade
Federal de Minas Gerais, Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha, Belo Horizonte/MG, Brasil, 31270-901
2 GRAVIHB/UFMG: Grupo de Acústica e Vibrações de Seres Humanos; Departamento de Engenharia Mecânica -
Universidade Federal de Minas Gerais, Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha, Belo Horizonte/MG, Brasil, 31270-901
3 DEMEC/UFMG: Departamento de Engenharia Mecânica - Universidade Federal de Minas Gerais, Av. Antônio Carlos,
6627 – Pampulha, Belo Horizonte/MG, Brasil, 31270-901
4 LAPAN - DEMEC/UFMG: Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão - Departamento de Engenharia Mecânica -
Universidade Federal de Minas Gerais, Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha, Belo Horizonte/MG; Brasil, 31270-901
5 PUC Minas Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Departamento de Fisioterapia, Av. Dom José
Gaspar,500 – Coração eucarístico, Belo Horizonte/MG; Brasil, 30535-901
Palavras-chave: equilíbrio postural, postura, transtornos da visão, fotofobia.
I. INTRODUÇÃO
O equilíbrio corporal é mantido com uso de informação
sensorial visual, vestibular, somatossensorial e atividade
muscular [1]. Disfunções que prejudiquem o sistema
visual podem alterar o equilíbrio e o controle do centro
de massa em relação à base de sustentação. Em razão da
contribuição do sistema visual para o controle postural
depender das características do estímulo visual [2,3] e
da Síndrome de Irlen (SI) produzir distorções de
percepção visual, a hipótese que motivou a proposição
desse estudo é de que indivíduos com SI possam
apresentar alteração no equilíbrio corporal. Oscilações
dos olhos podem prejudicar o desempenho do sistema
visual, especialmente na leitura [4], cujo prejuízo pode
variar de leve comprometimento a impedimento total
[5]. Quando não impedimento total, os erros de
leitura e o tempo de resposta aumentam
significativamente, com sensação subjetiva de esforço
[6] e dificuldade para ler [4]. Assim, o presente estudo
objetivou caracterizar o equilíbrio de indivíduos com SI,
na postura ortostática quieta. O padrão ouro para avaliar
o equilíbrio postural é mensurar a oscilação do corpo
durante a postura ereta quieta com posturografia [79].
A avaliação tem utilidade clínica, pois mensura a
excursão do centro de massa do corpo (CMC), por meio
de sensores de pressão [9].
II. MÉTODO
Foi realizado um estudo quase experimental transversal
que comparou dados do equilíbrio de um grupo de 15
indivíduos com SI (7 mulheres e 8 homens), idades entre
13 e 21 anos (16,4 + 2,1), com dados normativos do
equilíbrio obtidos de uma amostra composta por 500
indivíduos hígidos. A amostra apresentou sintomas de
sensibilidade aumentada à luz, cefaleia aos esforços
visuais e prejuízo da função visual especialmente da
tarefa de leitura. Eles puderam apresentar acuidade
visual normal ou corrigida e precisaram ser capazes de
andar e ficar de pé independentemente. Foram excluídos
história ou sintoma de problemas como alterações
labirínticas, de doença ortopédica / reumatológica nos
membros inferiores ou alteração neurológica que
interferissem na capacidade de manter-se na postura
ortostática; que tinham diagnóstico prévio de
hiperatividade; que estavam em uso de medicamento
para tratamento de hiperatividade ou que interferisse no
equilíbrio; com queixa de dor de qualquer natureza na
postura ortostática à época dos testes ou apresentassem
problemas visuais ou cognitivos que impedissem a
realização dos testes.
O estudo foi aprovado por comitê de ética sob nº CAAE
50707815.6.0000.5149.
O teste consistiu em permanecer parado em sobre
uma plataforma de posturografia modelo Cyber Sabot®
[10], de modo natural, com braços ao longo do corpo, a
cabeça erguida, olhar à frente, sem deglutir e com
respiração livre. O teste de equilíbrio foi realizado nas
condições visuais utilizadas na obtenção dos dados
normativos: postura ortostática quieta com olhos
fechados (OF) e postura ortostática quieta com olhos
abertos (OA). Esse estudo assume que os olhos foram
mantidos parados na posição primária nos testes da
amostra que originou os dados normativos em OA. No
presente estudo, esse posicionamento ocular foi
classificado como estático (EST) e foi utilizado em dois
testes com diferentes distâncias de fixação do olhar: a 2
m (EST 2) e a 40 cm (EST 40).
Foram mensurados o valor médio da área de oscilação
na superfície de suporte (SUP), em mm2; a média da
velocidade de oscilação do centro de massa do corpo
(VEL), em mm/s, e a variância da velocidade
(VARVEL). O teste T para uma amostra foi usado para
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
23
comparar os valores das médias da amostra e os dados
normativos, com nível de significância de 0,05. Foi
calculado o tamanho do efeito com o teste d de Cohen.
III. RESULTADOS
Área de Oscilação na Superfície de Suporte: O valor
médio da área de oscilação na superfície de suporte foi
de 301,3 mm² (+ 190,5) na condição OF. A comparação
desse valor e o valor normativo não mostrou diferença
significativa. De olhos abertos e com o olhar estático, o
valor mudou para 306,6 mm² (+ 225,7) na condição EST
2. Na condição EST 40, o valor médio da amostra foi
228,4 mm² (+ 176,1). A comparação desses valores e o
valor normativo em OA não mostrou diferença
significativa.
Velocidade de Oscilação do centro de Massa Corporal:
O valor médio da velocidade oscilação do centro de
massa foi de 11,1 mm/s (+ 3,4) na condição OF. A
comparação desse valor e o valor normativo não
mostrou diferença significativa. Para os testes de olhos
abertos e com o olhar estático, os valores médios foram
10,4 mm/s (+ 4,2) na condição EST 2 e 10,2 mm/s (+
4,0) na condição EST40. Esses resultados foram
significativamente diferentes do valor normativo para
OA. O tamanho de efeito foi médio para o teste EST 2
[t (14) = 0,72, p < 0,05] e para o teste EST 40 [t (14) =
0,68, p < 0,05].
Variância da Velocidade: O valor médio da variância da
foi de 67,5 (+ 40,9) na condição OF. A comparação
desses valores e o valor normativo em OA não mostrou
diferença significativa. De olhos abertos e com o olhar
estático, os valores mudaram para 67,4 (+ 54,4) na
condição EST 2 e 65,4 (+ 50,4) na condição EST40.
Esses valores foram significativamente diferentes do
valor normativo para OA com tamanho de efeito foi
grande para os testes EST 2 [t (14) = 0,82, p < 0,05] e
para o teste EST 40 [t (14) = 0,81, p < 0,05].
IV. DISCUSSÃO
O presente estudo comparou a área de oscilação na
superfície de suporte, a velocidade e a variância da
velocidade do CMC de um grupo de indivíduos com SI
e dados normativos obtidos de uma população de
indivíduos hígidos e encontrou que os indivíduos com
SI diferem significativamente da norma apenas quando
estão de olhos abertos. Esse resultado evidencia como a
informação visual alterada pela SI modifica o equilíbrio
e torna mais difícil para os indivíduos a tarefa de
permanecer em sem cair. Além disso, revela uma
característica ainda não descrita dos indivíduos com SI:
a dificuldade de controlar a velocidade das contrações
musculares que amortecem as oscilações do CMC
quando estão de olhos abertos. Sabe-se que as
características do estímulo visual são utilizadas pelo
sistema nervoso para promover correções posturais
contínuas que reduzem a oscilação final do CMC [1] e
que os indivíduos com SI percebem esse estímulo de
modo distorcido [11]. Então, os resultados mostram que
em presença de percepção distorcida, o controle sobre a
velocidade das contrações musculares fica mais difícil.
V. CONCLUSÕES
O presente estudo conclui que o equilíbrio dos
indivíduos com SI é caracterizado por ser diferente do
equilíbrio de indivíduos hígidos apenas de olhos abertos
e pelo aumento significativo da velocidade média dos
movimentos do centro de massa corporal e da variância
dessa velocidade que esses indivíduos apresentam. Mas,
a ausência de diferença no tamanho da área de oscilação
na base de suporte significa que manter o equilíbrio
estático de olhos abertos é uma tarefa de maior
complexidade para os indivíduos com SI por exigir
controlar oscilações mais velozes do centro de massa
corporal.
VI. REFERÊNCIAS
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Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
24
EQUILÍBRIO CORPORAL DE INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE IRLEN NA POSTURA
ORTOSTÁTICA [pôster]
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
25
Resumo Expandido
SPECTRAL OVERLAYS IMPROVE EYE MOVEMENT FUNCTIONS IN
ILLITERATE CHILDREN: READING NUMBERS EVALUATION
Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães1
Prof. Ms. Ana Isabel Arroyave Guzmán1,2
Prof. Douglas de Araújo Vilhena1,3
Prof. Dr. Raul Gonzalez Lima2
Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães1
1 Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão, Hospital de Olhos de Minas Gerais and UFMG.
2 PPG em Engenharia Mecânica, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo (USP)
3 PPG em Psicologia: Cognição e Comportamento, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
e-mail: contato@lapan.com.br, aisabel.arroyaveg@gmail.com, douglasvilhena@ufmg.br
I. INTRODUCTION
Several studies have proven the efficacy of
spectral overlays to alleviate the symptoms of visual
discomfort and reading difficulty in individuals with
Visual Stress or Irlen Syndrome, ADHD and Autism [1-
7]. The Reading Rate before and after the overlays use
is the criterion commonly used to evaluate the effect of
spectral overlays. This methodology, although valid and
accepted, can become more objective and measurable
through the use of eye movement tracking technologies.
The Eye-Tracker allow describing the reading process
through parameters defined by eye movements. Its use
to estimate spectral overlays performance has been used
successfully in the evaluation of children with reading
difficulties [8-10].
However, oculomotricity deficiencies and
visual distortions could be present even before learning
to read. In this work, it is proposed to perform an
analysis of the eye movements of illiterate children
through the use of the numbers test. This type of test
makes possible to assess the ability to follow texts by
recognizing symbols. Thereby, it would be plausible to
predict a potential future reading difficulty that could be,
measurably, avoided by the use of spectral overlays. The
aim, in this work, was to evaluate the effects of spectral
overlays on the eye movement of illiterate children.
II. METHOD
Participants
Retrospective study, performed by review of
medical records between January 2009 to October 2015,
at the Neurovision Department, Eye Hospital of Minas
Gerais, Belo Horizonte. Samples comprised of 181
children, 66% boys, from 4 to 12 years old (mean age =
8.6 years). All children were unable to read texts at the
minimal level, with a non-fluent reading. All
participants reported beneficial perceptual effects when
using spectral overlays.
Instruments
1) Eyetracker Visagraph III™: Googles with
infrared eye recording system (Figure 3) [11]. The
Numbers Test (Figure 4) was used to evaluate the visual
function of non-readers. Parameters used:
Fixations: Number of eye pauses between left-
to-right per 100 words.
Regressions: Numbers of eye pauses between
right-to-left per 100 words.
Fixation Duration: Total reading time divided
by the number of fixations.
Reading rate: Number of words read in 1
minute, without rereading.
Directional Attack Difficulty: Number of
Regressions divided by Fixings.
Cross Correlation: Binocular correlation in a
horizontal reading.
Figure 4. Numbers Test stimulus
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
26
Figure 3. Visagraph III™ infrared googles
2) Irlen Reading Perceptual Scale (IRPS): tasks
to intensify visual stress (eg., Figure 1) and selection of
ideal spectral overlays from a set of ten hues (Figure 2).
Procedure
The ideal Spectral Overlay, that provides best
visual comfort, is chosen through a successive
eliminations steps in the IRPS. Visagraph googles were
adjusted to the participants’ outer pupil. Participants
were instructed to fixate on the O above the test and then
read aloud each number [one, two, three, four or five],
one by one, from left-to-right, from first to the last line.
All patients read aloud under fluorescent light, without
(baseline) and with the ideal spectral overlays (post-
intervention).
III. RESULTS
In children able to read numbers (at least one to
five), the use of spectral overlays reduced the number of
Fixations by 19%, Regressions by 34% and left to right
reading difficulty, represented by the Directional Attack
parameter, by 18% (Table 1 and Figure 5). There was a
33% increase in Reading Rate and a 4% improvement in
Binocular Correlation. Changes in Fixation Duration
were not significant. Thus, with the use of spectral
overlays, positive changes were produced in most
indexes related to eye movements.
Table 1. Number reading and oculomotor functions parameters without and with spectral overlays.
Parameters
Without overlay
With overlay
(%)
F
df
p
d
Mean
SD
Mean
SD
Fixations
171,1
75,9
139,4
61,6
-19*d
72,3
1, 180
0,0001
0,47
Regressions
47,9
32,1
31,5
22,5
-34*dd
82,6
1, 180
0,0001
0,58
Fixation Duration
0,35
0,12
0,36
0,13
3
2,24
1, 180
0,1365
Reading Rate
132,2
83,0
176,2
111,8
33*d
42,1
1, 160
0,0001
0,45
Directional Attack
28,8
16,6
23,7
9,84
-18*d
17,7
1, 180
0,00004
0,39
Cross Correlation
78,0
10,9
81,2
12,5
4*d
9,07
1, 180
0,0029
0,27
SD: Standard Deviation. ∆: difference between conditions Without and With overlays. df: degrees of freedom. *: p <
0.01. d: Cohen’s D small effect size. dd: moderate effect size.
Figure 1. Examples of visual stressing images
Figure 2. Irlen Spectral Overlays set
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
27
Figure 5. Eye movement parameters during Numbers Test without (blue) and with (gray) spectral overlays.
IV. DISCUSSION
The use of the eye-tracking system allowed to
evaluate objectively the eye movements involved in the
reading process. The results corroborate the findings of
other studies where were shown improvements in the
oculomotor parameters after the use of spectral overlays
[8,9]. However, the novelty of this study is the use of
numbers (one to five) to assess such reading abilities
even before subjects learn to read.
This research supports the hypothesis that the
treatment with spectral overlays can be an effective
therapeutic intervention to improve reading fluency
[2,6]. This was evidenced by the significant decrease in
the number of Fixations and Regressions and the
increase of the Reading Rate. The decrease in
Directional Attack and increase in Cross-Correlation,
likewise indicate an improvement in the ability to
perform a coordinated binocular reading from left to
right. The only eye movement parameter that did not
show a significant change was Fixation Duration, which
suggests that individuals spent, on average, the same
time on each fixation with and without overlays. This
result makes sense since the test used consists in
following a sequence of numbers and not of text, whose
processing may require more effort and time.
Usually, the need to perform this type of
tracking to the eye movements arises from the evident
deficiency in reading or poor school performance.
Nevertheless, in this work, it is shown that it is possible
to evaluate the behavior of the eye movements, that
would be involved in reading, in a phase in which this
skill has not yet been developed. Moreover, in illiterate
children, the spectral overlays allow go one step further
and use them as a therapeutic tool. In this way, through
the early use of the espectral overlays, the children could
be developing the ability of reading without the barriers
posed by visual discomfort.
V. CONCLUSION
The spectral overlays proved to be effective to
improve the oculomotricity parameters. The number test
is an appropriate tool to evaluate the eye movements in
illiterate children. It could be used as an initial test to
consider a possible future reading difficulty and the
overlays as a treatment to avoid delays in learning.
VI. REFERENCES
[1] Harries, P., Hall, R., Ray, N., & Stein, J. (2015).
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stress in children with reading delay. Scandinavian
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[8] Fletcher, J., & Martinez, G. (1994). An eye-
171,1
47,9
132,2
28,8
78
139,4
31,5
176,2
23,7
81,2
0
50
100
150
200
250
300
Fixations Regressions Reading Rate Directional Attack Cross Correlation
Without overlay With overlay
*
*
*
*
*
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
28
movement analysis of the effects of scotopic sensitivity
correction on parsing and comprehension. Journal of
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[11] Associates T. (2006). Visagraph III: Resource
Guide. New York.
Keywords: Eye movement, Irlen Syndrome, Visual
Stress, Spectral Overlays, reading intervention.
Acknowledgment: Laboratório de Pesquisa Aplicada a
Neurovisão – Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
29
SPECTRAL OVERLAYS IMPROVE EYE MOVEMENT FUNCTIONS IN ILLITERATE
CHILDREN: READING NUMBERS EVALUATION [POSTER]
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30
TRABALHOS
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31
RESUMO
DEFICIÊNCIA VISUAL CORTICAL: CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
Yan da Silva Raposo1, Kenned Costa Oliveira1, Marcus de Almeida Melo Junior1
1 Medicina, Faculdade da Saúde e Ecologia Humana, Vespasiano, Brasil
e-mail: yanraposo@yahoo.com.br
Introdução: A Deficiência Visual Cortical é uma perda da sensação visual relacionada a lesões bilaterais que atingem
as vias ópticas posteriormente ao corpo geniculado lateral e mais particularmente as áreas visuais primárias localizadas
nos lobos occipitais. É um distúrbio que se distingue dos demais essencialmente neurológicos, oftalmológicos ou
psiquiátricos. A integridade dos olhos, normalidade à fundoscopia e exame de reflexo oculomotor direto e consensual,
abolição do piscar de ameaça e presença de sinais/sintomas neurológicos focais condizem com o acometimento cortical.
Os transtornos neurovisuais de origem central são a principal causa de deficiência visual em crianças em países
industrializados [1].
Método: Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados PubMed, BVS e SciELO com os seguintes descritores obtidos a
partir do Decs BVS: Cortical Blindness OR Anton-Babinski Syndrome OR Post-Ictal Cortical Blindness OR Reversible
Cortical Blindness OR Transient Anton's Syndrome OR Anton Babinski Syndrome OR Antons Syndrome OR Anton
Syndrome OR Anton's Syndrome OR Transient Anton Syndrome OR Transient Antons Syndrome OR Psychic Denial of
Blindness. Aplicou-se os filtros: Review, Humans, 5 years. Resultou em 58 artigos dos quais foram selecionados 3
trabalhos por meio da análise do resumo. Esses foram lidos na íntegra e então selecionados 2 textos. Também foram
empregados 3 artigos obtidos por meio de pesquisa no Google com o termo Deficiência Visual Cortical.
Resultados: Os sintomas relacionados com Deficiência Visual Cortical são: anosognosia, alucinações visuais coloridas
simples ou complexas, desordem maciça de memória anterógrada, desorientação temporal e espacial graves. Os estágios
podem ser descritos da seguinte forma: estágio 1, sensação de escuridão com algumas vezes alucinações; estágio 2, visão
cinza de objetos com contornos difusos, percepção da luz como avermelhada, tremeluzindo de forma constante, cores
percebidas como sujas e espalhadas; estágio 3, visão turva, como miopia, diplopia por distúrbio de fusão, fadiga rápida,
dislexia astenópica e metamorfopsia. Neste ponto, a não percepção de objetos pode simular uma condição psiquiátrica,
principalmente em pacientes idosos. Acumulam-se já evidencias de técnicas de reabilitação de campimetria e acuidade
visuais e percepção de cores por meio de estimulação sobre o campo visual cego [1, 2].
Conclusões: necessidade de divulgar a Deficiência Visual Cortical como diagnóstico diferencial de déficits visuais
para profissionais especialistas em neurologia, oftalmologia e psiquiatria. O diagnóstico precoce permite a adoção de
terapias de estimulação com potencial de reabilitação de campimetria e acuidade visuais e percepção de cores.
Referências: [1] CHOKRON, S. La cécité corticale. Journal Français d'Ophtalmologie, v. 37, n. 2, p. 166-172, 2014.
[2] CHEN, Jiann‐Jy et al. A nton–B abinski syndrome in an old patient: a case report and literature
review. Psychogeriatrics, v. 15, n. 1, p. 58-61, 2015.
Palavras-chave: cortical blindness, reversible cortical blindness, anton-babinski syndrome.
Agência Financiadora: financiamento próprio.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
32
DEFICIÊNCIA VISUAL CORTICAL: CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS [pôster]
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
33
RESUMO EXPANDIDO
DISCRIMINADORES VISUAIS E A ATENÇÃO
Eduardo de Aquino Médici, Nikolas Gabriel Knupp Thomé, Larissa Gonçalves Rezende
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil
e-mail: eduardoamedici@gmail.com
I. Introdução
A visão e a atenção dependem de
discriminadores para a seleção do foco da atenção.
Inicialmente, o cérebro interpretará informações
globais, como previsto na teoria da hierarquia reversa,
dado que sua interpretação é mais rápida e necessária
[1]. A partir das informações globais, segue-se a
interpretação de figuras específicas; nesse ponto, entram
fatores como velocidade, cor, forma [2] e configuração
da imagem [3], além do objetivo do observador, alterado
pela percepção de situações mais positivas, não
necessariamente mais vantajosas [4]. ainda o
fenômeno crowding, de efeito variável frente à
capacidade de suprimir estímulos [5]. Este estudo teve
como objetivo sintetizar os principais fatores que
influenciam a atenção com o intuito de analisar suas
influências e sua progressão na interpretação das
informações visuais.
II. Método
Foram utilizados artigos extraídos do Journal
of Neuroscience. A percepção local e a geral foi
mensurada por experimentos de velocidade de resposta
do paciente [1]; a análise da velocidade, cor e forma da
figura, por tomografia de emissão de pósitrons [2]; e a
configuração, por comparação de rastreamento ocular
[3]. O consciente foi analisado por detecções de figuras
com benefícios/perdas econômicos associadas à
identificação ou não [4]. O crowding foi mensurado pela
acurácia de identificação da orientação do alvo [5].
III. Resultados
A velocidade de percepção global, IC=0,91s ±
0,01s, apesar de dependente de informações locais,
0,96s ± 0,15s, é mais rapidamente reportada que a local
por desbalanços de densidade informacional em p <
0,01, além de constituir etapa para analisar a local [1]. A
velocidade da imagem aumenta atividade da região
temporal medial superior; sua coloração estimula a área
V4 cerebral; seu contorno aparenta ser processado no
córtex inferotemporal [2]; a configuração é analisada em
áreas superiores a V1. [3]. Quanto ao consciente,
observou-se a presença de influência econômica
irracional no tempo de análise de figuras, em que o
modelo de valência (p=0,002) apresentou melhor
acurácia que o modelo de utilidade (p=0,360) [4].
Observaram-se efeitos no crowding desde V1, porém o
efeito mais intenso fora identificado em V4 pela
degradação da orientação [5].
Figura 1. Representação esquemática da teoria da hierarquia inversa (Hochstein e Ahissar, 2002). Após uma primeira fase
de varredura feedforward automática inconsciente, a visão consciente surge em áreas visuais de alto nível com
informações globais. Detalhes locais codificados em áreas visuais de baixo nível podem ser conscientemente recuperados,
mas isso ocorreria opcionalmente se exigido pelos objetivos atuais. Imagem obtida de [1].
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
34
Figura 2. Os pacientes são mais rápidos para relatar a orientação global. Em A, tempos de reação nas tarefas globais e
locais, para os testes corretos esquerda) e incorretos direita). Tempos de reação em
tarefa global foram mais curtos. Em B, diferença nos tempos de reação entre as tarefas locais e globais em função da
diferença na precisão. As duas variáveis são significativamente linearmente correlacionadas (força
da correlação: r 0,6, p 0,01) com um declive negativo, mostrando que os pacientes que foram mais rápidos na tarefa global
também foram mais precisos. A intercepção significativamente positiva indica que um paciente ideal com exatidões
estritamente idênticas nas tarefas locais e globais seria 0,049 s mais rápido na tarefa global. ** p <0,01. *** p <0,001.
Gráficos obtidos em [1].
Figura 3. Previsões dos modelos de utilidade e valência. Em A, pelo modelo de utilidade, as metas associadas a
recompensas e perdas devem atrair recursos seletivos e, assim, ser melhor representadas do que as metas neutras. Em B,
durante a busca por alvos neutros, os distratores associados a recompensas e perdas devem exigir o mesmo grau de
supressão de atenção e, portanto, ser mal representados em relação aos distratores neutros. Em C, pelo modelo de valência,
os alvos associados à recompensa devem atrair recursos seletivos, enquanto alvos associados à perda podem ser
ativamente suprimidos e mal representados no sistema visual. Em D, os distratores associados à recompensa devem exigir
a supressão da atenção, mas os distratores associados à perda não devem. Gráficos obtidos em [4].
IV. Discussão
Pelos resultados em [1], percebe-se que a
conscientização das informações globais seriam
anteriores às locais, constituindo o primeiro passo no
processo da atenção. Haja visto a participação da
velocidade de objetos vistos em reflexos motores que,
por teoria são inconscientes, possivelmente essa atuaria
como discriminadora visual antes de outros no intuito de
proteger os olhos e a cabeça de objetos em sua direção.
Dessa forma, supõe-se a discriminante velocidade, ao
menos dentre os analisados nesse artigo, como segundo
fator nessa cadeia. Em sequência, não se utilizou de
estudos que indicassem maior ou menor velocidade
interpretativa acerca dos discriminadores cor, forma e
configuração, de modo a adotá-los como de certa forma
simultâneos. No entanto, entende-se o efeito crowding
como presente ao longo desses discriminadores desde,
ao menos, a velocidade, dada a detecção de sua
influência desde V1 [5]. Doravante, velocidade e
crowding, neste artigo, serão alocados como de início
simultâneo, mesmo atuando de formas distintas.
Ademais, a análise da interferência do consciente nesse
processo depende primordialmente da interpretação das
informações pelo observador. Então, opta-se como por
alocar este fator depois dos demais dado que ocorreria
somente após a conscientização da informação geral e
local. Ressalta-se que o crowding ocorrerá
concomitantemente a todos os fatores e em todo o
processo após a conscientização da informação.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
35
Figura 4. Esquema simplificado do processamento de informações visuais formulado neste artigo. As setas vermelhas
indicam as etapas do processo, enquanto as setas amarelas indicam os locais de atuação dos fatores. Atenção ao crowding
que atuará em toda a etapa final representada.
V. Conclusões
Após a conscientização das informações
globais, ocorre a das locais, as quais recebem efeitos de
discriminadores sequenciados em: crowding e
velocidade; cor, forma e configuração; além de objetivo
do observador. A partir desse esquema simplificado
desenvolvido, pode-se, por meio de mais estudos
referentes à velocidade de conscientização desses dados,
obter uma sequência mais clara do processo visual, o
qual tem implicações diretas na atenção do observador.
Compreender melhor a atenção do observador é
relevante para entender melhor síndromes de déficit
dessa e para aplicações de didática em salas de aula.
VI. Referências
[1] Florence Campana, Ignacio Rebollo, Anne Urai,
Valentin Wyart, Catherine Tallon-Baudry; Conscious
Vision Proceeds from Global to Local Content in Goal-
Directed Tasks and Spontaneous Vision; Journal of
Neuroscience, 11/maio/2016.
[2] Corbetta M1, Miezin FM, Dobmeyer S, Shulman
GL, Petersen SE; Selective and divided attention during
visual discriminations of shape, color, and speed:
functional anatomy by positron emission tomography; J
Neurosci.
[3] Ce Mo, Dongjun He, Fang Fang; Attention Priority
Map of Face Images in Human Early Visual Cortex;
Journal of Neuroscience; 3/janeiro/ 2018.
[4] Ludwig Barbaro, Marius V. Peelen, Clayton Hickey;
Valence, Not Utility, Underlies Reward-Driven
Prioritization in Human Vision; Journal of
Neuroscience, 25/outubro/2017.
[5] Nihong Chen, Pinglei Bao, Bosco S. Tjan;
Contextual-dependent attention effect on crowded
orientation signals in human visual cortex; Journal of
Neuroscience; 17/agosto/2018, 0805-18.
Palavras-chave: Perception, visual system, attention,
reward e visual discriminators.
Agência Financiadora: Não houve.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
36
EFEITOS NEUROFISIOLÓGICOS NA PERCEPÇÃO DAS CORES: UMA ABORDAGEM
PSICOFUNCIONAL [ster]
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
37
Trabalho completo
EFICÁCIA DAS OVERLAYS NA SÍNDROME DE IRLEN:
revisão de literatura
Robson Pereira da Silva, Marilourdes do Amaral Barbosa
Universidade Fumec, Belo Horizonte, Brasil
robsonsilva.psi@gmail.com
Palavras-Chave: Síndrome de Irlen. Overlays.
Diagnóstico.
I. INTRODUÇÃO
Segundo Faria (2011), a Síndrome de Irlen é um
distúrbio visual-perceptivo no qual o sistema de
percepção visual é sensível a determinados
cumprimentos de ondas espectrais, causando distorções
na leitura e na escrita, prejudicando a qualidade de vida
de pessoas que sofrem desta dificuldade de
aprendizagem. A Síndrome foi caracterizada por
Meares (1980) e Irlen (1983) e documentada no Reino
Unido por Wilkins (1995). (HOLLIS; ALLEN, 2006
apud COSTA 2014). Esta Síndrome está diretamente
ligada à disfunção perceptual da luz em sua intensidade,
comprimento e contraste, isso faz com que o leitor
ineficaz perca o foco na hora da leitura, apresentando
sintomas como desfoco, fadiga, desconforto, menor
tempo de leitura, compreensão e interpretação
daquilo que foi lido, podendo também apresentar
problemas na caligrafia. (BICALHO et al, 2015). Como
causa lista-se uma excessiva sensibilidade da retina a
frequências específicas do espectro de luz. Esta
sensibilidade provoca distorções no processamento
pósretiniano, fazendo com que os impulsos elétricos
cheguem ao córtex cerebral em momentos distintos,
com perda da qualidade da interpretação visual. Isso
caracteriza uma desorganização no processamento
cerebral das informações recebidas pelo sistema visual.
(SOARES; GONTIJO, 2015).
De acordo com Bouldoukian (2002), Overlays
intuitivas são folhas de plástico coloridas sobrepostas
ao texto na hora da leitura. Dividem-se num conjunto
de nove cores: rosa, azul, amarelo, roxo, verde menta,
verde limão, rosa, aqua, laranja e cinza. Elas são
brilhantes de um lado e opacas do outro (isto é,
ofuscamento vs. não ofuscante) o que proporciona uma
escolha adicional nas características reflectoras do (s)
revestimento (s) preferido (s). Elas são utilizadas
durante a leitura de textos realizadas na aplicação do
teste IRPS (Irlen Reading Perceptual Scale) e buscam
suavizar a luminosidade e o aprimoramento de leitura
do cliente, tendo em vista que cada cliente utilizará de
uma cor diferente na qual se adapte mais
confortavelmente para uma leitura mais fluida e menos
prejudicial, buscando aliviar os sintomas. Em alguns
casos, necessidade de interpor duas lâminas.
(COSTA, 2014). É registrado o relato por parte do
paciente da melhoria dos sintomas como o cansaço,
distração, dificuldade de compreensão, desconforto e
incômodo com a luz, entre outros. (GARCIA, 2016).
Segundo Garcia (2016), a Síndrome de Irlen possui
uma sintomatologia parecida com a Dislexia do
Desenvolvimento e Déficit de Atenção e
Hiperatividade, faz se necessário um diagnóstico
diferencial para que as condutas e intervenções corretas
possam beneficiar o desenvolvimento de diversas áreas
como o processamento auditivo, motor e assim
evitando danos psicossociais. Segundo Guimarães
(2009), a dislexia e a Síndrome de Irlen possuem bases
neurológicas, sendo que a dislexia apresenta
dificuldades no controle do direcionamento e da
coordenação binocular durante a leitura, interferindo
nos processos atencionais, auditivos, visuais e
sensoriais.
Estíma-se que 8 a 12% da população possuam
dislexia. Já a Síndrome de Irlen se apresenta através da
fotossensibilidade, desfocamento à leitura, restrição do
campo periférico, dificuldades na adaptação a
contrastes, trazendo dificuldades atencionais, visuais e
cefaleias. De acordo com Costa (2014), algumas
pesquisas indicam que 14% da população geral e 46%
dos adultos que possuem dificuldade de leitura
apresentam a Síndrome de Irlen. O presente trabalho
busca compreender as metodologias de pesquisa
utilizadas para avaliar a eficácia da utilização das
overlays durante a leitura e o diagnóstico da síndrome,
compreender se os resultados apresentados pelos
presentes artigos possuem fundamentação teórica e
crítica para suas implicações e investigações, a
pesquisa buscará analisar e compreender melhor a
eficácia e a necessidade das overlays para os portadores
da Síndrome, discernindo se o tratamento oferecido
pelas lâminas auxilia na melhora dos sintomas e no
aprimoramento da leitura, trazendo um benefício de
baixo custo e de forma acessível para os portadores da
Síndrome.
II. METODOLOGIA
Durante a realização da pesquisa sobre o tema
foram escolhidos dois eixos para o seu
desenvolvimento e duas categorias foram selecionadas:
a) Artigos que confirmam a eficiência ou utilizam
overlays em indivíduos com Síndrome de Irlen; b)
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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Artigos que abordam o diagnóstico, a prevalência e a
incidência de portadores da Síndrome e das overlays.
Na base de dados Lilacs foram encontrados dois
artigos que não se enquadravam nos critérios avaliados
e um dos artigos também foi encontrado na base de
dados da Scielo, também foi feita uma busca no Google
acadêmico, onde foram encontrados mais cinco artigos
e foi feita uma busca no site Irlen.com onde podemos
encontrar uma lista de artigos sobre o tema, os
descritores foram pesquisados e foram encontrados oito
artigos que se encontravam dentro das categorias
buscadas pelo presente trabalho, também foram
cedidos artigos pelo Instituto de Pesquisa LAPAN que
trabalha em conjunto com o hospital dos olhos na
cidade de Belo Horizonte, onde dezenove artigos foram
selecionados para participar deste artigo. Foram
encontrados trinta e dois artigos, uma tese e três
mestrados.
III. RESULTADOS
A partir da leitura da conclusão de cada um pudemos
separar quais afirmavam a eficácia ou a ineficácia,
porém alguns eram inconclusivos e foram aderidos,
pois, parcialmente apresentavam conclusões sobre a
eficácia, ineficácia ou traziam uma relevância sobre o
tema, assim contribuindo para o constructo teórico da
pesquisa.
Após essa leitura foram separadas vinte e uma
obras e se utilizando de uma planilha as obras puderam
ser separadas em seu respectivo ano de publicação
fazendo uma linha coerente sobre a evolução e dos
critérios avaliados, assim possibilitando uma análise
melhor de suas respectivas metodologias, dos materiais
utilizados e dos resultados encontrados.
Devido a limitações da pesquisa, doze desses
artigos que eram pesquisas de campo foram
selecionados para análise dos resultados e divididos em
quatro tabelas que serão apresentadas no presente
estudo. Assim buscou-se discernir se existe coerência
entre os critérios de leitura propostos e suas devidas
metodologias procurando entender se o conjunto das
conclusões publicadas possa ter fundamentação teórica
e metodológica para afirmações apresentadas por seus
devidos autores.
Tabela 1. Amostras que apresentam títulos de artigos, autores, países e ano em que foram publicados.
TÍTULO
AUTORES
PAÍS
ANO
The use of Coloured Overlays to Improve Visual Processing
- A Preliminary Survey
Robinson, L. Gregory;
Miles James.
Inglaterra
1987
Reading disabilities and the effects of colored filters
O’connor, Peter Et Al.
Austrália
1990
Na Eye-moviment analysis of the effects of scotopic sensitive
correction on parsing and comprehension
Fletcher, James; Martinez,
George
Estados
Unidos
1994
Coloured Overlays, visual discomfort, visual search and
classroom reading
Tyrrell, Ruth Et Al.
Inglaterra
1995
Rate of Reading Test: It's reliability, and its validity in the
assessment of the effects of coloured overlays
Wilkins, Arnold Et Al.
Inglaterra
1996
Randomised controlled trial of the effect of coloured overlays
on the rate of reading of people with specific learning
difficulties
Bouldoukian, Joelle;
Wilkins, Arnold J.; Evans,
Bruce J. W.
Inglaterra
2002
Assessment of the potential for color overlays to enhance the
reading skills of enlisted Navy Recruits
Ekenna-Kalu, Chidiebere
Et Al.
Estados
Unidos
2006
Frequência da Síndrome de Meares-Irlen entre alunos com
dificuldades de leitura observadas no contexto escolar
Faria, Laura Nequini De.
Brasil
2011
Uma análise do grau de eficiência de leitura e dos efeitos da
intervenção espectral em portadores da Sìndrome de Irlen:
Análise por rastreador de movimentação ocular
Guimaraes, Marina
Eurides Alves.
Brasil
2011
Irlen Colored Overlays Do Not Alleviate Reading Difficulties
Ritchie, Stuart J.; Sala,
Sergio D.; Mcintosh, R. D.
Inglaterra
2011
Colored Overlays Improve Reading Performance in People
Suffering from Visual Stress
Alencar, Caroline Dias Da
Costa Et Al.
Brasil
2014
Síndrome de Irlen: Um olhar atendo sobre o funcionamento
cerebral durante a leitura
Bicalho, Luíza Figueiras;
Et Al.
Brasil
2015
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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Podemos observar numa ordem decrescente
que 41,66% dos estudos foram realizados na
Inglaterra, 33,33 % são de estudos realizados Brasil,
16, 66% foram estudos realizados nos Estados
Unidos e 8,33% são de um estudo realizado na
Austrália. É necessário denotar que cada artigo ou
tese foi escrito em sua língua de origem, exceto o
estudo realizado Alencar et al (2014) que foi
publicado em inglês. uma diferença de 28 anos
entre o primeiro artigo do ano 1987 e o último artigo
de 2015 que foram utilizados no presente estudo.
Entre 1987 e 2006 ocorreram 7 publicações. O ano
de 2011 se destaca com 3 publicações, sendo duas
por autores brasileiros e 1 de um autor britânico,
também há a presença de autores brasileiros nos anos
de 2014 e 2015. O autor Arnold Wilkins aparece em
3 publicações nos anos de 1995, 1996 e 2002,
produzindo 25% dos artigos encontrados para o
presente trabalho.
Tabela 2. Amostras que apresentam os autores e seus respectivos objetivos.
AUTORES
OBJETIVO
Robinson, L. Gregory;
Miles James.
Identificar a incidência de pessoas com Síndrome de Irlen que possuem dificuldade de
leitura e estendendo para o uso de overlays que podem melhorar o processamento visual.
O’CONNOR, Peter D.
et al.
A pesquisa foi projetada para controlar muitas explicações possíveis, incluindo a
independência dos avaliadores de leitura, efeitos de teste, fatores de maturação e efeitos
placebo.
Fletcher, James;
Martinez, George
O objetivo deste estudo foi testar a hipótese de que uma forma de correção da
sensibilidade escotópica aumenta significativamente a análise ortográfica imediata e,
assim, melhora à compreensão.
TYRRELL, Ruth et al.
O estudo seguinte preocupou-se principalmente com o efeito de sobreposições coloridas
selecionadas em habilidades de leitura e comportamento de leitura geral em crianças de
escola. Um objetivo secundário do estudo foi explorar os efeitos das sobreposições
coloridas nos movimentos dos olhos.
WILKINS, Arnold et
al.
O presente trabalho descreve um teste de leitura simples (o Teste da Taxa de Leitura) que
maximiza o estresse visual minimizando os aspectos linguísticos e semânticos da leitura.
Bouldoukian, Joelle;
Wilkins, Arnold J.;
Evans, Bruce J. W.
No presente estudo, investigamos o efeito de sobreposições coloridas prescritas
individualmente na taxa de leitura
EKENNA-KALU,
Chidiebere Et Al.
O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de MIS em recrutas da Marinha
Americana do Estado da Califórnia e avaliar a eficácia das sobreposições de cores na
melhoria das habilidades de leitura.
FARIA, Laura Nequini
De.
Verificar a frequência da Síndrome de Meares-Irlen em alunos do segundo ao quinto ano
do EF com queixa de dificuldades de leitura encaminhados pelos professores de uma
escola pública estadual no município de BH.
Guimaraes, Marina
Eurides Alves.
Analisar o grau de eficiência leitora em pacientes portadores de Síndrome de Meares-Irlen
antes e após intervenção com filtros espectrais.
Ritchie, Stuart J.; Sala,
Sergio D.; Mcintosh,
Robert D.
Testar a eficiência das overlays na diminuição das dificuldades de leitura ostensivamente
causada pela Síndrome de Irlen.
ALENCAR, Caroline
Dias Da Costa et al.
Investigar o efeito da intervenção com sobreposições de cores personalizadas sobre o
desempenho de leitura de adultos que sofrem de estresse visual.
BICALHO, Luíza
Figueiras et al.
Objetivou-se sistematizar o conhecimento acerca da Síndrome de Irlen e o
comprometimento da aprendizagem em nível de graduação, num estudo de caso, cujo
objeto de pesquisa versará sobre o desenvolvimento de aprendizagem de uma estudante
do curso de graduação em Medicina.
Os objetivos podem ser divididos em três
categorias: a) Prevalência e Incidência de portadores
da Síndrome de Irlen, b) Avaliação da eficácia das
Overlays, c) Investigação sobre a intervenção de
Overlays. Sendo assim, 25% dos estudos
apresentados tinham o objetivo de determinar a
prevalência ou incidência da Síndrome de Irlen em
grupos que possuíssem alguma dificuldade de leitura
como nos estudos de Robinson e Miles (1987) e
Faria (2011) que analisaram estudantes de escolas de
suas determinadas regiões ou como no estudo de
Ekenna-kalu et al (2006) que analisou a incidência e
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
40
prevalência da Síndrome em soldados da Marinha
Americana do Estado da Califórnia. Em 66% dos
estudos buscou-se avaliar a eficiência das Overlays
e em 50% estudos objetivou-se a investigação sobre
a intervenção de Overlays. Os estudos também
foram divididos por buscarem um ou dois objetivos,
sendo que 58% buscavam apenas um objetivo e 41%
possuíam dois objetivos, sendo divididos em
somatória de categorias como: a+c (16%) e b+c
(25%).
Tabela 3: Amostras que apresentam os autores e o a utilização de materiais para seus respectivos artigos.
AUTORES
MATERIAL
Robinson, L. Gregory;
Miles James.
Overlays, IDPS (Differential Perceptual Schedule), Questionário e Sub-test IV
Gates MacGinite Reading Test Readiness Skills.
O’connor, Peter D. et al.
Overlays, auxílio dos professores, IDPS, Ishihara Test, NARA (Neale Analysis of
Reading Ability - Modificado), FRI (Formal Reading Inventory) e SRQ (Usado
como complemento ao NARA, para compreender passagens de texto).
Fletcher, James;
Martinez, George
IDPS, WAIS-R (Wechsler Adult Intelligence Scale Revised), WISC-R
(Wechsler Intelligence Scale for Children Revised), WRAT-R (The Wide
Range Achievement Test Revised), Overlays e Aparelho de Medida de
Movimentação Ocular Não especificado.
Tyrrell, Ruth et al.
IDPS, auxílio dos professores, Overlays, Teste não verbal de habilidades
cognitivas (Pontuação 97) e Standard Reading Test.
Wilinks, Arnold et al.
Overlays e textos selecionados.
Bouldoukian, Joelle;
Wilkins, Arnold J.;
Evans, Bruce J. W.
WRRT (Wilkins Rate Reading Test) e Overlays.
Ekenna-Kalu, Chidiebere
et al.
WRRT, ASVAB (Armed Forces Vocational Aptitude Test Battery), Visual Stress
Diagnostic Questionnaire e overlays.
Faria, Laura Nequini De.
IDPS, Avaliação Oftalmológica, Tracking Eye, overlays, e avaliação dos
professores.
Guimaraes, Marina
Eurides Alves.
IDPS, Avaliação Oftalmológica, Tracking Eye, DPLC, GLE e intervenção das
overlay por 12 ou 14 meses.
Ritchie, Stuart J.; Sala,
Sergio D.; Mcintosh,
Robert D.
MMSE - Mini-Mental State Examination, WRRT - Wilkins Rate of Reading Test,
GORT - Gray Oral Reading Test, ORQ - Oral reading quotient e overlays.
Alencar, Caroline Dias
Da Costa et al.
VisagraphTM III Eye- Movement Recording System e Overlays.
Bicalho, Luíza Figueiras
et al.
Avaliação oftalmológica, IDPS, DPLC (Diagnóstico Padrão de leitura e cognição)
e overlays.
Além das overlays, foram utilizados instrumentos
para avaliar a leitura, a movimentação ocular, a
inteligência/cognição/estado mental e em alguns
artigos foi feita uma avaliação do professor e do
oftalmologista. 50% dos estudos utilizaram algum
avaliador de leitura, sendo eles: WRRT (Wilkins
Rate of Reading Test) que se encontra em 25% dos
estudos e 8,33% utilizaram Sub-test IV Gates
MacGinite Reading Test Readiness Skills, Standard
Reading Test, GORT (Gray Oral Reading Test), FRI
(Formal Reading Inventory), ORQ (Oral Reading
Quotient), NARA (Neale Analysis of Reading
Ability) e GLE (Grau de Eficiência como Leitor).
Alguns estudos utilizaram dois ou mais testes para
avaliação de leitura. 33,33% dos estudos utilizaram
algum aparelho para o rastreamento da
movimentação ocular em seus registros, não
possuindo um modelo padrão definido e nos estudos
de Fletcher e Martinez (1994), não foi definido qual
era o modelo do aparelho utilizado na pesquisa,
sendo os primeiros a fazer o uso metológico em seus
registros. Em 25% dos estudos fizeram uso de
questionários sendo que o IDPS (Differential
Perceptual Schedule) foi utilizado em 58,33% dos
estudos, o DPLC (Diagnóstico Padrão de Leitura e
Cognição) apresentado 16,66% dos artigos e o
Visual Stress Diagnostic Questionnaire utilizado em
8,33% dos estudos. Em 50% dos estudos foi
utilizado algum teste para avaliação da inteligência,
cognição ou estado mental como Ishihara Test,
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
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WAIS R(Wechsler Adult Intelligence Scale-
Revised), WISC R(Wechsler Intelligence Scale for
Children-Revised), WRAT R(The Wide Range
Achievement Test-Revised), ASVAB (Armed
Forces Vocational Aptitude Test Battery), MMSE
(Mini-Mental State Examination).25% dos estudos
fizeram alguma avaliação oftalmológica em seus
participantes e 25% dos estudos utilizaram do
auxílio professores como parte da avaliação.
Robison e Miles (1987), O’Connor e Peter D.
et al (1990), Tyrrell et al (1995), Bouldoukian,
Joelle; Wilkins; Evans (2002), Faria (2011),
Guimaraes (2011), Alencar et al (2014) e Bicalho et
al (2015) concluíram que as overlays são eficazes,
sendo 67% dos artigos utilizados no presente estudo.
Fletcher e Martinez (1994), Wilkins et al (1996) e
Ekenna-kalu et al (2006) não chegaram a uma
conclusão, representando 25% dos artigos
analisados. Ritchie, Sala e McIntosh são autores do
único artigo desde estudo que concluiu que a
utilização das overlays não são eficazes.
Tabela 4. Amostras que apresentam os autores e conclusão sobre a avaliação da eficácia das overlays.
AUTORES
EFICÁCIA
ROBINSON, L. Gregory; MILES James.
Eficaz
O’CONNOR, Peter D. et al
Eficaz
FLETCHER, James; MARTINEZ, George
Inconclusivo
TYRRELL, Ruth et al.
Eficaz
WILKINS, Arnold et al.
Inconclusivo
BOULDOUKIAN, Joelle; WILKINS, Arnold J.; EVANS, Bruce J. W.
Eficaz
EKENNA-KALU, Chidiebere et al.
Inconclusivo
FARIA, Laura Nequini de.
Eficaz
GUIMARAES, Marina Eurides Alves.
Eficaz
RITCHIE, Stuart J.; SALA, Sergio D.; MCINTOSH, Robert D.
Ineficaz
ALENCAR, Caroline Dias da Costa et al.
Eficaz
BICALHO, Luíza Figueiras et al.
Eficaz
IV. CONCLUSÃO
No presente estudo podemos concluir que
existem mais artigos comprovando a eficácia das
overlays do que a sua ineficácia. Com relação as
metodologias, observa-se que uma falta de
sistematização para a realização dos procedimentos
e a utilização dos matérias o que influência
diretamente nos resultados e nas conclusões
apresentadas. Uma das limitações desse estudo está
associada a limitação ao acesso restrito a publicações
envolvendo o uso de overlays, comprometendo
assim os resultados aqui apresentados. Sugere-se
uma ampliação do estudo bibliográfico sobre o tema
e o incentivo a novos estudos sobre a Síndrome de
Irlen.
V. REFERENCIAS
[1] FARIA, Laura Nequini de. Frequência da
Síndrome de Meares-Irlen entre alunos com
dificuldades de leitura observadas no contexto
escolar. 2011. 106 f. Mestrado (Mestre em
Neurociências). Universidade Federal de Minas
Gerais, UFMG, 2011.
[2] HOLLIS, J; ALLEN, P.M. Screening for
MearesIrlen sensitivity in adults: can assisment
methods predict changes in reading speed? Ophthal.
Physiol. Opt. v. 26, p.566571, 2006.
[3] COSTA, Adelma de Miranda. Síndrome de
Meares-Irlen e as alterações na leitura. 2014.
[4] BICALHO, Luíza Figueiras et al. Síndrome de
Irlen: Um olhar atendo sobre o funcionamento
cerebral durante a leitura. Acta
Biomedicabrasiliensia. Rio de Janeiro, v6, n1 p. 35-
44, 2015.
[5] SOARES; Fernanda Amaral; GONTIJO, Lucília
Silva. Produção do conhecimento: bases genéticas,
bioquímicas e imunológicas da síndrome de Meares-
Irlen. Revista de brasileira de oftamologia.
[6] BOULDOUKIAN, Joelle; WILKINS, Arnold;
EVANS, Bruce. Randomised controlled trial of the
effect of coloured overlays on the rate of reading of
people with specific learning difficulties. Ophtal.
Physiol. Opt., v22, n1, p.55-60, 2002.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
42
[7] GARCIA, Ana Carla Oliveira. Efeito das
lâminas espectrais sobre desempenho da leitura
em escolares do ensino fundamental. 2016. 62 f.
Mestrado (Mestre em Fonoaudiologia). Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, (PUC-SP),
2016.
[8] ALENCAR, Caroline Dias da Costa et al.
Coloured Overlays Improve Reading
Performance in People Suffering From Visual
Stress.
[9] ROBINSON, L. Gregory; MILES James. The use
of Coloured Overlays to Improve Visual Processing
A Preliminary Survey. The Exceptional Child,
v34, n1, p.65-70, 1987. v75, n5, p. 412-415, 2016.
[10] EKENNA-KALU, Chidiebere et al.
Assessment of the Potential for Color Overlays to
Enhance the Reading Skills of Enlisted Navy
Recruits. 2006. 36f. Naval Aerospace Medical
Research Laboratory, 2006.
[11] O’CONNOR, Peter D. et al. Reading
Disabilities and the Effects of Colored Filters.
Journal of Learning Disabilities, v23, n10, p. 597-
603, 1990.
[12] TYRRELL, Ruth et al. Coloured overlays,
visual discomfort, visual search and classroom
reading. Journal of Research in Reading, v18, n1,
p.10-23, 1995.
[13] FLETCHER, James; MARTINEZ, George. An
Eye-Movement Analysis of the Effects of Scotopic
Sensitivity Correction on Parsing and
Comprehension. Journal of Learning Disabilities,
v27, n1, 1994.
[14] WILKINS, Arnold; R.J, Jeanes; P.D, Pumfrey;
M. Laskier. Rate of Reading Test: its reliability, and
its validity in the assessment of the effects of
coloured overlays. Ophtal. Physiol. Opt., v16, n6,
p.491-497, 1996.
[15] RITCHIE, Stuart J.; SALA, Sergio D.;
MCINTOSH, Robert D. Irlen Colored Overlays Do
not Alleviate Reading Difficulties. PEDIATRICS,
v128, n4, p.932-938, 2011.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
43
Trabalho completo
INFLUÊNCIA DA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO NA ATIVIDADE DE
LEITURA: REVISÃO DE LITERATURA
Influence of whole-body vibration on reading activity: Literature
Review
Rodrigo Cézar da Silveira Romero; Natália Valente Moreira; Prof.ª Dr.ª Maria Lucia Machado Duarte;
Prof. Dr. Claysson Bruno Santos Vimieiro; Prof.ª Dr.ª Valéria Prata Lopes; Prof.ª Dr.ª Angélica Rodrigues Araújo
Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão (LAPAN), Departamentos de Engenharia Mecânica da Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG Brasil
rodrigocromero.engenharia@gmail.com; nataliavalente.fisioterapia@gmail.com; mlmduarte@ufmg.br
claysson@demec.ufmg.br; pratalopes.valeria@gmail.com; angélica@bios.srv.br
Resumo A vibração de corpo inteiro está presente em
diversas situações do cotidiano, como por exemplo, em
veículos, tais como ônibus, carros, trens, entre outros.
A exposição da vibração do corpo inteiro gera diversos
efeitos no corpo humano, um desses efeitos está
relacionado com atividades sedentárias como a leitura,
que é comum dentro de veículos, seja em materiais
impressos ou mídias digitais. Diante disso foi realizada
uma revisão de literatura dos últimos 10 anos nas bases
de dados PubMed; ScienceDirect e Google acadêmico
sobre a influência da vibração de corpo inteiro na
atividade de leitura. A pesquisa bibliográfica resultou
em 10 artigos para a presente revisão. Concluiu-se que
a vibração de corpo inteiro diminui o desempenho da
leitura e aumenta o nível de dificuldade para realização
da mesma.
Palavras Chave: vibração de corpo inteiro, vibração,
leitura.
I. INTRODUÇÃO
Vibrações de Corpo Inteiro são vibrações
transmitidas ao corpo como um todo, geralmente por meio
da superfície de suporte, tal como pé, costas, nádegas de
um ser humano sentado, ou na área de suporte de uma
pessoa reclinada (WINCK; SCHMID, 2011 apud SALIBA
2009; GRIFFIN, 1996). Essas vibrações ocorrem em
diversas situações do cotidiano, e estão presentes em
veículos, tais como ônibus, carros, trens, entre outros.
A exposição da vibração do corpo inteiro gera
diversos efeitos no corpo humano, como desconforto,
dificuldade de desempenho em várias atividades
sedentárias como, por exemplo, ler e escrever (KUMAR;
SARAN, 2014b). Tais atividades podem ser afetadas pela
exposição das vibrações de todo o corpo e as vibrações do
veículo. Segundo KUMAR e SARAN (2014a), em um
veículo ferroviário, as vibrações são transmitidas aos
passageiros através de várias interfaces, como piso,
assento, encosto, etc, e essas vibrações afetam o conforto
do passageiro, bem como seu desempenho, para realizar
qualquer trabalho como ler, escrever, digitar etc.
Atualmente a leitura dentro de veículos ainda é
comum, seja em aparelhos eletrônicos ou em materiais
impressos. Segundo SARAN e HARSHA (2011) em um
veículo em movimento, qualquer material portátil, como
exemplo um jornal, está sujeito a vibrações. O sistema
visual humano, pode ser afetado por vibrações, a leitura de
material portátil, em um ambiente vibratório pode exigir
um grande esforço, devido a uma combinação de
movimentos da cabeça e das mãos, diminuindo o
desempenho de tal atividade.
Diante do exposto, o objetivo do presente estudo
foi fazer uma revisão de literatura sobre a influência da
vibração de corpo inteiro na atividade de leitura.
II. MÉTODO
Uma pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases
de dados: PubMed; ScienceDirect e Google acadêmico,
utilizando os seguintes descritores, Whole body vibration;
Vibration; Reading, os quais posteriormente foram
combinados entre si.
A busca bibliográfica foi completada por uma
pesquisa manual, com base nas referências bibliográficas
dos artigos selecionados.
Foram incluídos nesta revisão estudos
experimentais publicados no período entre 2008 a 2018 na
língua inglesa, em seres humanos, que avaliaram a
influência da vibração de corpo inteiro na atividade de
leitura, que possuíam texto completo e disponível. Foram
incluidos também estudos próprios publicados em
congressos dentro do período de validade da pesquisa, não
limitando a lingua inglesa. Foram excluídas, revisões
sistemáticas e bibliográficas, teses e dissertações.
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
44
III. RESULTADOS
A pesquisa bibliográfica nas bases de dados
PubMed; ScienceDirect e Google acadêmico e de
congressos resultou em 10 artigos para esta revisão.
As amostras utilizadas nos estudos foram de indivíduos
predominantemente do sexo masculino (DUARTE et al.
2014; KUMAR e SARAN 2014a; KUMAR e SARAN
2014b; KUMAR; SARAN e KUMAR 2013;
BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA 2012;
BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA 2011 e
BHIWAPURKAR et al., 2010), somente nos estudos de
LOPES et al. (2015) e de SUNDSTROM e KHAN (2008)
que a amostra foi composta por indivíduos de ambos o
sexos; a faixa etária dos estudos variou entre 20 a 65 anos.
Em todos os 10 estudos selecionados os indivíduos eram
saudáveis, e, previamente ao experimento foi avaliada a
acuidade visual, sendo nos estudos de KUMAR e SARAN
(2014a); KUMAR e SARAN (2014b); KUMAR; SARAN
e KUMAR (2013); BHIWAPURKAR; SARAN e
HARSHA (2012); BHIWAPURKAR; SARAN e
HARSHA (2011) e BHIWAPURKAR et al. (2010) e
SUNDSTROM e KHAN (2008), todos os indivíduos
foram considerados com acuidade visual normal e nos
estudos de LOPES et al.(2015); DUARTE et al. 2014 e
DUARTE et al.(2014) os que necessitavam de correção
refracional utilizaram óculos com as referidas correções,
durante os testes.
Para a realização dos estudos foram utilizados dois
tipos de vibração, sendo elas: senoidal (LOPES et al. 2015;
DUARTE et al. 2014; DUARTE et al. 2010); KUMAR e
SARAN 2014a; KUMAR; SARAN e KUMAR 2013;
SUNDSTROM e KHAN 2008) e aleatória (KUMAR e
SARAN 2014b; BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA
2012; BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA 2011;
BHIWAPURKAR et al., 2010). A maioria dos estudos
avaliou as respostas da vibração de corpo inteiro na
atividade de leitura nas três direções vertical (eixo z),
lateral (eixo y) e ântero-posterior (eixo x), (KUMAR e
SARAN 2014A, KUMAR e SARAN 2014B;
BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA 2011 e
BHIWAPURKAR et al., 2010). O nível de vibração variou
em todos os dez estudos de 0,4 a 1,5 m/s² rms, e a
frequência de vibração de 1 a 25Hz. A duração da
exposição à vibração de corpo inteiro foi relatada somente
em 4 estudos, variando entre cinquenta e cinco minutos
(LOPES et al., 2015), uma hora de exposição
(BHIWAPURKAR et al., 2010), duas horas (KUMAR e
SARAN 2014a) e oito horas (KUMAR e SARAN 2014b),
sendo este não especificado o tempo de exposição à energia
vibratória para cada indivíduo. Todos os estudos exceto o
de SUNDSTROM e KHAN (2008) submeteram os
indivíduos a uma condição controle sem vibração
(estática). Somente dois estudos (LOPES et al. 2015 e
BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA 2012) avaliou a
influência do uso de aparelhos eletrônicos na atividade de
leitura como tablete e laptop, respectivamente.
As principais características dos estudos e os resultados
estão descritos na tabela 1 e 2 respectivamente.
IV. DISCUSSÃO
O objetivo dessa revisão foi analisar a influência
da vibração de corpo inteiro na atividade de leitura.
Segundo GRIFFIN e HAYWARD (1994), variáveis como
a frequência, magnitude de vibração, direção da vibração,
postura, entre outros, podem afetar a dificuldade percebida
na leitura quando um indivíduo é exposto a vibrações de
corpo inteiro. O que condiz com os resultados de todos os
seis estudos dessa revisão.
O estudo de BHIWAPURKAR; SARAN e
HARSHA (2011) cita que a magnitude da vibração é a
variável que mais contribui para o declínio no desempenho
e desconforto de leitura, o que vai de encontro com os
resultados dos estudos de DUARTE et al. (2014); KUMAR
e SARAN (2014 a); KUMAR e SARAN (2014 b)
KUMAR; SARAN e KUMAR (2013); BHIWAPURKAR
et al.(2010). A possível explicação seria que a legibilidade
diminui à medida que a imagem na retina se move
rapidamente pela retina, devido à imagem instável na retina
(MOSELEY E GRIFFIN, 1986). As linhas que compõem
as letras e linhas se sobrepõem umas às outras em maior
magnitude de vibração do corpo inteiro, o que, por sua vez,
reduz a legibilidade dos sujeitos (KUMAR e SARAN;
2014 b). Em relação à frequência da vibração
KJELLBERG (1990) relata em seu artigo que a frequência
de vibração é crítica para os efeitos na visão por três razões.
Uma é que abaixo de 2-3 Hz é possível compensar a
vibração por movimentos oculares que mantêm a imagem
focada na mesma localização da retina. No entanto, à
medida que a frequência é aumentada, a eficiência dos
movimentos oculares compensatórios é gradualmente
reduzida e somente a compensação parcial é possível. As
outras razões são o aumento da atenuação da vibração à
medida que a frequência é aumentada e as características
de ressonância de várias partes do corpo. Como resultado
desses fatores, a faixa de frequência mais crítica para
efeitos visuais parece ser de 2-20 Hz. O que pode explicar
os resultados obtidos nos estudos de KUMAR e SARAN
(2014a); KUMAR; SARAN e KUMAR (2013);
SUNDSTROM E KHAN (2008).
A direção da vibração afeta mais o nível de
percepção da dificuldade de leitura do que a redução do
percentual no desempenho dessa atividade. Porém nota-se
uma correlação entre a direção da vibração e a postura
adotada sentada com encosto ou sem encosto durante a
atividade de leitura. Segundo KUMAR e SARAN (2014a)
o movimento da cabeça, olhos e mãos é afetado pela
direção da vibração, juntamente com a postura adotada
pelos sujeitos.
Na vibração vertical e na postura com encosto, o
movimento da cabeça está quase na direção vertical (eixo
z), mas na postura sem encosto, a cabeça move-se no plano
sagital mediano, isto faz com que os indivíduos enfrentem
mais problemas para realizar a tarefa na postura sem
encosto na direção vertical (eixo z).
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Tabela 1. Principais características dos estudos
Autores
Amostra
Tipo de
vibração
Direção
Nível
Freq.
Atividade de leitura
Posturas /distância do
texto
Avaliação da atividade
de leitura
Lopes et al.
(2015)
N=30
Idade: 22,6 ± 3,34
Ambos os sexos
(18 homens e 12
mulheres)
Senoidal
Vertical
0,8 m /
rms.
5 Hz
Leitura em papel branco
A4 e mini IPad®.
Sentada- costas apoiadas no
encosto da
cadeira e os pés apoiados na
plataforma
Número de fixações,
regressões e de palavras
lidas por minuto
(VisagraphTM III
dispositivo Eye-Tracker)
Duarte et al.
(2014)
N=16
Ambos os sexos
(15 homens e 1
mulher)
Senoidal
Vertical
0,8 e 1.4
m/s2 rms
5 Hz
Leitura de três diferentes
textos padronizados
formados por um
parágrafo.
Sentada- costas apoiadas no
encosto da
cadeira eos pés apoiados na
plataforma
Número de fixações,
regressões e de palavras
lidas por minuto
(VisagraphTM III
dispositivo Eye-Tracker)
Avaliação da dificuldade
de leitura (escala
conceitual em cinco
níveis)
Kumar e
Saran (2014 a)
N=12
Idade: ±26,5
Sexo masculino
Senoidal
Vertical,
lateral e
ântero-
posterior
0,5, 1,0 e
1,5 m /
rms
4, 5, 6,3,
10, 16, 20 e
25 Hz
Leitura de um parágrafo
Fonte: Nimrod MT (8
tamanhos de fonte)
Sentada- postura ereta
durante toda a experiência
para a tarefa de leitura, e
lendo o material em suas
mãos.
Tempo (cronômetro
digital)
Avaliação da dificuldade
de leitura (escala CR 10 de
Borg)
Kumar e
Saran (2014 b)
N=30;
Idade: 20 a 26
anos
Sexo masculino
Aleatória
Vertical,
lateral e
ântero-
posterior
0,5, 1 e
1,5 m / s2
rms
1-20 Hz
Leitura de um parágrafo
Fonte: Nimrod MT
Formato: coluna única;
coluna dupla; coluna
tripla
Sentada- encosto vertical,
com o material de texto na
colo. E inclinando sobre a
mesa sem encosto com o
material de texto sobre a
mesa
Tempo (cronômetro
digital)
Avaliação da dificuldade
de leitura (escala CR 10 de
Borg)
Kumar; Saran e
Kumar (2013)
N= 6;
Idade: 23 a 27
anos
Sexo masculino
Senoidal
Ântero-
posterior
0.6, 1.2 m/
s2 rms
2, 3, 4, 5, 6,
8, 10 Hz
Não relatado
Sentado- posição vertical
do encosto com o material
de texto realizada em sua
mão. E
encosto inclinado em 30°
com o texto material contido
em sua mão.
Tempo (cronômetro
digital)
Avaliação da dificuldade
de leitura (escala de 7
pontos)
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Autores
Amostra
Tipo de
vibração
Direção
Nível
(m /s2 rms)
Freq.
(Hz)
Atividade de leitura
Posturas /distância do
texto
Avaliação da atividade de
leitura
Bhiwapurkar;
Saran e Harsha
(2012)
N=30
Idade: 22,9± 4,6
Sexo masculino
Aleatória
Mono,
duplo e
multi-eixo
0,4, 0,8 e
1,2
1-20
Leitura de parágrafo de
um e-paper
Sentada- encosto vertical,
com o material de texto na
colo. E inclinando sobre a
mesa sem encosto com o
material de texto colocado
sobre à mesa
Tempo (cronômetro
digital)
Avaliação da dificuldade
de leitura (escala CR 10 de
Borg)
Bhiwapurkar;
Saran e Harsha
(2011)
N=30
Idade: 22,9± 4,6
Sexo masculino
Aleatória
Mono,
duplo e
multi-eixo
0,4, 0,8 e
1,2
1-20 Hz
Leitura de um parágrafo
Sentada- encosto vertical,
com o material de texto na
colo. E inclinando sobre a
mesa sem encosto com o
material de texto colocado
na mesa
Tempo (cronômetro
digital)
Avaliação da dificuldade
de leitura (escala CR 10 de
Borg)
Duarte et al.
(2010)
N= 26
Senoidal
Vertical
0,8
5 Hz
Leitura de um texto
Espaçamento:
Justificado e alinhamento
à esquerda
Sentada- costas apoiadas no
encosto da
cadeira e os pés apoiados na
plataforma.
Número de fixações ,
regressões e de palavras
lidas por minuto,
reconhecimento de
amplitude média
(VisagraphTM III
dispositivo Eye-Tracker)
Tempo (cronômetro)
Avaliação da dificuldade
de leitura (escala
conceitual em cinco níveis)
Bhiwapurkar et
al. (2010)
N = 18;
Idade: 23 a 32
anos;
Sexo masculino
Aleatória
Vertical,
lateral e
ântero-
posterior
0.5, 1 e 1.5
1-10 Hz
Cadeias de palavras
Fonte: Times New Roma
e Arial (12,13 e 14)
Sentada- encosto vertical,
com o material de texto na
colo. E inclinando sobre a
mesa sem encosto com o
material de texto colocado
na mesa
Avaliação da dificuldade
de leitura (escala de 7
pontos)
Sundstrom e
Khan (2008)
N = 48;
Idade: 20 a 65
anos;
Ambos os sexos
(14 mulheres e 38
homens)
Sinusoi-
dal
Lateral
0.4, 0.8
Pico a pico
0-8, 0.8,
1.25, 1.6,
2.0, 2.5,
3.15, 4.0,
5, 8.0 Hz
Cadeias de palavras
Sentada- encosto vertical,
com o material de texto na
colo. E inclinando sobre a
mesa sem encosto com o
material de texto colocado
na mesa
Avaliação da dificuldade
de leitura (escala CR 10 de
Borg)
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Tabela 2. Principais resultados dos estudos
Autores
Resultados dos estudos
Lopes et al.
(2015)
O resultado do estudo mostrou que na ausência de vibração de corpo inteiro, a leitura realizada em papel convencional requer mais fixações oculares e regressões,
indicando maior dificuldade na leitura. A leitura no tablet mostrou um maior percentual de amplitude permitindo maior reconhecimento dos caracteres dentro do
campo visual, maior grau de eficiência e maior número de palavras lidas por minuto. Na presença de vibração de corpo inteiro a leitura no papel convencional foi
mais difícil devido ao maior número médio de fixações e regressões oculares, enquanto a leitura do tablet permitiu maior reconhecimento de amplitude, maior grau
e maior eficiência de leitura com ambos os olhos trabalhando em sincronia. Consequentemente, houve um maior número de palavras lidas por minuto, indicando um
melhor desempenho de leitura.
Duarte et al.
(2014)
O resultado do estudo mostrou que sob aceleração de 0,8 m/s2 rms, o sistema de estabilização ocular reduziu o número de fixações e regressões e aumentou o
número de palavras lidas por minuto. Entretanto a percepção subjetiva da dificuldade de leitura para esse nível de aceleração indicou que os participantes
empreenderam níveis diferentes de esforço visual para estabilizar o olhar e durante a leitura. Com o aumento da aceleração para 1,4 m/s2 rms, aumentou o número
de fixações e regressões e houve redução do número de palavras lidas por minuto. Os participantes perceberam essa condição como mais difícil para realizar a leitura.
Kumar e
Saran (2014a)
O resultado do estudo mostrou que de três medidas de saída houve redução no desempenho de leitura e percepção dificuldade de leitura e são significativamente
afetados pela frequência de vibração em cada direção (p<0,05). A maior queda no desempenho de leitura foi observada em torno de frequência de 4-5 Hz para todas
as direções e magnitudes de vibração (p< 0,01). O declínio no desempenho de leitura diminui com o aumento da frequência até 16 Hz de frequência. O declínio
comparável no desempenho de leitura foi observado em 25 Hz para todas as magnitudes de vibrações somente na direção vertical (p<0,05).
Kumar e
Saran (2014 b)
O resultado do estudo mostrou que a dificuldade percebida e a diminuição do desempenho na leitura foram observadas como sendo mais altas na direção anterior e
posterior (eixo x) na postura com encosto (p<0,05). Na vibração vertical (eixo z) e lateral (eixo y), a dificuldade percebida e a degradação do desempenho foram
maiores na postura sem encosto do que na postura com encosto (p<0,005). A dificuldade percebida e a degradação do desempenho foram menores para o formato
de leitura em coluna tripla.
Kumar; Saran e
Kumar (2013)
O resultado do estudo mostrou que o desempenho da leitura diminui com o aumento da magnitude da vibração e com a inclinação das condições de encosto. Aumento
da velocidade de leitura observado com aumento da frequência, exceto para 2 e 4 Hz.
Bhiwapurkar;
Saran e Harsha
(2012)
O resultado do estudo mostrou que avaliação subjetiva da dificuldade de leitura aumentou com os estímulos de vibração para ambas as posturas avaliadas. Os
indivíduos notaram maior dificuldade e diminuição do desempenho de leitura para vibração em duplo e multi-eixos, que foi comparável ao das direções lateral (eixo
y) e vertical (eixo z). A dificuldade percebida e prejuízo no desempenho de leitura foram maiores durante a leitura com o laptop no colo para a vibração na direção
ântero-posterior (eixo x), enquanto o efeito foi exatamente o inverso para outros eixos.
Bhiwapurkar;
Saran e Harsha
(2011)
O resultado do estudo mostrou que para todas as direções das vibrações mono, dual e multi-eixo, a dificuldade de leitura foi aumentada com um aumento na magnitude
de vibração para as duas posturas avaliadas (p<0,05), na mesa ou no colo. Uma comparação do efeito das posturas pelos dois todos de avaliação revelou que o
desempenho de leitura foi adversamente afetado pela postura da mesa em todas as direções de vibração, porém para a postura de colo, apenas o efeito de vibração
do eixo longitudinal foi mais severo (p<0,05).
Duarte et
al.(2010)
O resultado do estudo mostrou que o espaçamento entre palavras utilizado nos textos influência a qualidade da leitura ao usar parâmetros objetivos como o número
de fixações, regressões e reconhecimento de amplitude média quando os indivíduos estão sujeitos a vibração. Não houve influência significativa no tempo de leitura.
Bhiwapurkar et
al. (2010)
O resultado mostra que a dificuldade de leitura aumenta com o aumento da magnitude das vibrações e é máxima na direção longitudinal, mais com a posição inclinada
sobre a mesa (p<0,05). Em comparação com o tipo e tamanho de fonte Times New Roman, os sujeitos perceberam menor dificuldade com o tipo Arial para todos os
tamanhos de fonte sob todas as magnitudes de vibração (p<0,05).
Sundstroma e
Khan (2008)
Os resultados mostraram diferenças significativas entre as tarefas e condições posturais. Os sujeitos relataram maior dificuldade ao ler e escrever na mesa do que
quando se inclinavam para trás. As frequências até 5Hz tiveram uma influência particular na dificuldade percebida(p<0,05).
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
48
Na vibração lateral (eixo y), sem encosto, a
parte superior do corpo oscila e variação na direção
do movimento da parte superior do corpo e do material
de leitura na mesa. Na postura sem encosto, o material
de leitura é apoiado na mesa e a parte superior do corpo
do sujeito não é suportada pelo encosto do banco. O
material de leitura se move ao longo da mesa devido ao
suporte da mesa durante a vibração (KUMAR e
SARAN, 2014a), o que justifica o resultado encontrado
no estudo SUNDSTROM e KHAN (2008) que avaliou
o efeito da vibração de corpo inteiro sobre a atividade de
leitura e escrita na direção lateral.
Na vibração ântero-posterior (eixo x) com
encosto, a parte superior do corpo e a cabeça do
indivíduo são apoiadas, e as pernas ficam encostadas no
chão. Em magnitudes mais altas de vibração no eixo x,
o indivíduo na posição sentada com encosto se move
repetidamente para fora do contato com do mesmo, o
que causa maior desconforto percebido na atividade de
leitura (KUMAR e SARAN, 2014b), o que explica
também os resultados obtidos pelos estudos de
KUMAR; SARAN e KUMAR (2013);
BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA (2012);
BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA (2011) e difere
do estudo de BHIWAPURKAR et al.(2010).
Outra variável importante que tem influência
na atividade de leitura são o tamanho da fonte o formato
do texto utilizado e o espaçamento entre as palavras,
essas só foram analisadas e discutidas em três estudos de
BHIWAPURKAR et al.(2010) e o KUMAR e SARAN
(2014 b) DUARTE et al.(2010), respectivamente. No
estudo de BHIWAPURKAR et al.(2010) os autores
relatam que a postura do indivíduo e o tamanho da fonte
são as variáveis que mais contribuem para a dificuldade
percebida durante a leitura. Já o formato de leitura é um
aspecto importante da leitura, pois a atividade de leitura
envolve o movimento ocular dos indivíduos durante a
leitura, que pode variar de acordo com o formato que o
texto é exposto e o espaçamento entre as palavras.
(KUMAR e SARAN, 2014 b; DUARTE et al. 2010).
Todos os estudos analisados nessa revisão bibliográfica,
foram realizados em ambientes de pesquisas
controlados, sendo que, a maioria dos estudos simulou a
atividade de leitura em diferentes postura, e a influência
da exposição da vibração de corpo inteiro dentro de um
trem (KUMAR e SARAN 2014a; KUMAR e SARAN
2014b; KUMAR; SARAN e KUMAR 2013;
BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA 2012;
BHIWAPURKAR; SARAN e HARSHA 2011 e
BHIWAPURKAR et al. 2010; SUNDSTROM e KHAN
2008), pois sabe-se, que a frequência de vibrações
produzidas a bordo do veículo ferroviário varia de 0,5 a
20 Hz (KUMAR e SARAN, 2014a). A avaliação da
dificuldade e desempenho da leitura dos indivíduos
submetidos à vibração de corpo inteiro, na maioria dos
estudos foram realizadas de forma subjetiva, através de
questionários sobre a dificuldade percebida para leitura
durante o experimento e objetiva pelo tempo estimado
por um cronômetro digital durante a fase dos
experimentos. Apenas nos estudos de LOPES et al.
(2015), DUARTE et al.(2014) e DUARTE et al.(2010)
foi avaliado o movimento do globo ocular durante a
atividade de leitura considerando o número de fixações
regressões e de palavras lidas por minuto através do
dispositivo Eye-Tracker, o que é extremamente
relevante, pois a leitura é uma atividade visomotora
complexa que requer um movimento ocular coordenado
(LOPES et al. 2015).
V. CONCLUSÃO
Considerando a atividade de leitura de
indivíduos sentados a vibração de corpo inteiro tem
interferência no desempenho dessa atividade
diminuindo-o, e aumentando o nível de dificuldade para
realização da mesma.
poucos estudos recentes na literatura sobre
a influência da vibração de corpo inteiro na atividade de
leitura. Portanto tornam-se necessários mais estudos
sobre o tema, uma vez que a vibração de corpo inteiro e
leitura estão presentes dentro de diversas situações do
cotidiano.
Para futuros trabalhos, sugerem-se estudos que
envolvam outros fatores que podem influenciar a
vibração de corpo inteiro transmitida ao individuo e a
atividade de leitura, como por exemplo, diferentes
veículos de locomoção e calçamentos das ruas e
estradas, diferentes iluminações, e tipos mídias digitais
para leitura, entre outros. Outra variável, importante é o
comportamento do globo ocular durante a leitura e a
vibração de corpo inteiro, avaliado através do
equipamento Eye-Tracker. .
VI. REFERÊNCIAS
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DUARTE, M. L. M. A Interferência da Vibração de
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DUARTE, M. L. M. Objective Evaluation of The
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DUARTE, M. L. M. Whole-Body Vibration (WBV)
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GRIFFIN, M. J., HAYWARD, R. A. Effects of
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GRIFFIN, M. J. Handbook of Human Vibration,
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GRIFFIN, M. J. Whole-Body Vibration. In
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KJELLBERG, A. Psychological aspects of
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Effect of Whole Body Vibration, 23 rd ABCM
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performance, Ergonomics, v. 29, n.8, p. 977-983, 1986.
SUNDSTROM, J., KHAN, S. Influence of stationary
lateral vibrations on train passengers’ difficulty to
read and write, Applied Ergonomics, v. 39, p. 710-718,
2008
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
50
Trabalho completo
NÍVEIS ELEVADOS DO FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO
CÉREBRO NA RETINA DE RATOS APÓS PRIVAÇÃO MATERNA DE
LONGA DURAÇÃO DURANTE A PRIMEIRA SEMANA DE VIDA:
UM ESTUDO PRELIMINAR
ELEVATED LEVELS OF BRAIN-DERIVED NEUROTROPHIC FACTOR IN
RAT RETINA AFTER LONG-TERM MATERNAL DEPRIVATION DURING
THE FIRST WEEK OF LIFE: A PRELIMINARY STUDY
Adriano Junio Moreira de Souza¹; Elizabeth Giestal de Araujo².
¹ Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos UNITPAC, Araguaína, TO - Brasil
² Laboratório de Cultura de Tecidos Hertha Meyer, Departamentos de Neurobiologia, Universidade Federal Fluminense,
Niterói, RJ Brasil
junio.adriano@hotmail.com
Resumo A exposição de humanos e outros animais
a eventos estressantes de vida, durante os estágios
neonatais de desenvolvimento, pode aumentar o risco
de psicopatologias na vida adulta, como depressão e
distúrbios relacionados ao estresse. A privação
materna, ou seja, a separação dos filhotes de suas
mães durante o período pós-natal, é considerada
uma fonte importante de estresse no início da vida,
afetando a adaptação e a resiliência dos animais em
fases posteriores de desenvolvimento. De fato, efeitos
deletérios foram observados após a privação
materna com duração de três ou mais horas. No
entanto, também foi relatado que uma breve
privação materna pode ter efeitos benéficos no
desenvolvimento neuronal. Esses efeitos
contraditórios podem estar relacionados a alterações
diferentes nos níveis de moléculas de sinalização,
como citocinas e fatores neurotróficos, no
hipocampo, na amígdala e em outras estruturas
relacionadas ao sistema límbico, bem como no córtex
cerebral. No presente trabalho, avaliamos os níveis
de BDNF na retina de ratos submetidos a privação
materna repetida de longa duração. Nossos dados
mostram que a privação materna por 360 min por
dia, durante sete dias consecutivos (p2-p8), aumenta
os níveis dessa citocina no tecido retiniano em p9.
Estes resultados sugerem que a privação materna
altera os níveis de citocinas na retina, apontando um
efeito generalizado do estresse neonatal no sistema
nervoso central.
Palavras Chave BDNF, Privação Maternal,
Estresse, Retina, Rato.
I. INTRODUÇÃO
Dados da literatura demonstram que a
exposição de humanos e animais a eventos de vida
estressantes em fases neonatais, em confluência com
fatores genéticos, pode aumentar o risco de
psicopatologias na vida adulta (GR BROWN, B.
ANDERSON, 1991; EL KHOURY ET AL., 2006;
MCCAULEY et al., 1997; KENDLER et al., 1992;
NEMEROFF, 1999; FRODL et al., 2010; JAHNG JW,
2011), como depressão entre outros transtornos do
neurodesenvolvimento (ELLENBROEK e RIVA,
2003). Nesse contexto, a separação materna induzida em
laboratório vem sendo usada como um paradigma
experimental válido para avaliar os fatores
neuromoleculares, neurobiológicos e comportamentais
associados à etiologia e a vulnerabilidade para doenças
psiquiátricas (CIRULLI et al. 2003; MEANEY 2001).
Já foi demostrado que a separação diária dos filhotes de
suas mães durante o período pós-natal - na primeira
semana de vida provoca mudanças no comportamento
materno (CALDJI et al., 2000) com redução
significativa de comportamentos importantes, como
catar, aninhar e lamber os filhotes resultando em uma
função inadequada do sistema neuro-endócrino
(MEANEY, 2000). O que pode provocar mudanças no
correto programa de maturação cerebral dos filhotes.
É importante considerar que o período neonatal
é classicamente descrito como hiporresponsivo ao
estresse - devido a uma baixa atividade do eixo HPA
(SAPOLSKY, 1986). Estudos em ratos mostraram que a
ruptura na relação entre mãe e filhotes, no período de
hiporresponsividade, é a principal fonte de estresse no
início da vida devido ao papel regulador da mãe sobre o
eixo hipotálamo-hipófise-adrenocortical (HPA) do
filhote (SUCHECKI, D. et al., 1993). Especialmente
durante as duas primeiras semanas de vida (SAPOLSKY
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
51
e MEANEY, 1986). O estresse durante o período inicial
da vida pode afetar a adaptação e a resiliência em fases
posteriores do desenvolvimento (RUSSO, Scott J. et al.,
2012), podendo comprometer a função do sistema
nervoso central tanto nos níveis neuroquímico e
neurobiológico quanto neuropsicológico e
comportamental (RENTESI, G. et al., 2013).
Tem sido demonstrado que diferentes
moléculas sinalizadoras, como neurotransmissores,
citocinas e fatores neurotróficos, como o fator
neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) (ROCERI et
al., 2002; KIKUSUI, T. et al., 2011), são alterados pela
privação materna precoce. O BDNF é uma neurotrofina
envolvida em processos neurodesenvolvimentais e
sinaliza em processos de formação de memória,
aprendizagem e plasticidade sináptica (ANDERO et al.,
2011). Assim, a modificação dos níveis de BDNF exerce
influência sobre a fisiologia do tecido nervoso. No
entanto, é importante enfatizar que não apenas os níveis
de BDNF são afetados pelo pela privação materna no
início da vida. A privação materna influencia os níveis
de fatores como o fator de crescimento nervoso (NGF)
(CIRULLI, F. et al. 1998) e o fator de crescimento
semelhante a insulina-1 (IGF-1) (ERABI, Kaori et al.,
2007). Outros fatores de sinalização também foram
identificados em relação ao estresse neonatal
(BARREAU, F. et al., 2007).
Nesse viés, o hipocampo foi descrito como uma
região fortemente envolvida em diversos transtornos de
humor e expressa altos níveis de receptores para
cocorticoides, o principal esteroide adrenal reativo ao
estresse (SAPOLSKY 1986; DUMAN, R. S., 2004).
Muitos estudos sobre disfunções na sinalização de
neurotrofinas induzida por estresse no início da vida têm
sido relacionados ao aumento na sinalização por
glicocorticoides. Esses efeitos também foram
observados na amígdala (BECKER, K. et al., 2007) e em
outras estruturas do sistema nervoso central. É
importante enfatizar que não apenas as estruturas
límbicas respondem ao estresse neonatal e ao cuidado
materno. foi observado que regiões corticais e
sensoriais também podem ser afetadas pelas
experiências iniciais de vida. Portanto, situações
adversas no início do desenvolvimento podem ter um
efeito geral no sistema nervoso, afetando diversas
regiões. Neste sentido, alguns estudos mostram que a
depressão, uma patologia fortemente relacionada ao
estresse no início da vida - e sensível à resposta ao
estresse (HAMMEN, 2005) - pode induzir
anormalidades visuais, como menor capacidade de
visualizar contraste, mediada pelo circuito retiniano
(BUBL, E. et al., 2009; BUBL, E. et al., 2010). Somado
a isso, muitos estudos mostram que um ambiente
interativo, rico de estimulação e de interações sociais
pode ter um impacto positivo na maturação de regiões
do sistema visual, como a retina e regiões de projeção
do nervo ótico (LANDI, S. et al., 2007). Esses efeitos
foram relacionados com a sinalização por fatores
tróficos como o fator neurotrófico derivado do cérebro.
Com base nessas evidências, nosso objetivo foi
avaliar os níveis de BDNF na retina de ratos submetidos
à privação materna. Nossos dados mostram que o tecido
retiniano apresenta um aumento dos níveis de BDNF em
animais submetidos à privação materna repetida. Nossos
resultados mostram que a privação materna por 360 min
dia durante sete dias pós-natais consecutivos de p2 até
p8 influencia os níveis de BDNF na retina no 9º dia pós-
natal (p9). Nossos resultados sugerem que o estresse
induz alterações não apenas nas estruturas límbicas ou
corticais, ou regiões que recebem aferências límbicas,
mas também em outras regiões do sistema nervoso como
as sensoriais.
II. MÉTODO
2.1. ANIMAIS
Neste trabalho utilizamos ratos da linhagem
Lister Hooded durante o período pós-natal (P2 a P9). A
geração dos pais foi mantida um macho para quatro
fêmeas, os animais foram alojados em gaiolas de
plástico. Após 10 dias acasalamento, as fêmeas foram
isoladas e o dia do parto foi rigorosamente contado
como dia pós-natal 0 - P0. Todos os animais foram
mantidos a uma temperatura e humidade constantes num
ciclo claro escuro de 12X12 horas, com livre acesso a
comida e agua. Nesse experiemnto foram usados 18
filhotes machos provenientes de 3 ninhadas diferentes.
2.1.1. Procedimento do Privação Maternal
Em nossos experimentos, foram usadas uma
mãe para oito filhotes (Figura 1). A privação materna
ocorreu por sete dias consecutivos, começando em p2
(dia 2 pós-natal) e terminando em p8 (dia 8 pós-natal)
(Figura 2). A cada dia de experimento os animais do
grupo experimental foram separados das mães por 360
minutos, sempre na mesma hora do dia (entre 11:00 e
17:00 horas) e mantidos em ambiente a 37°C. Os
animais do grupo controle foram deixados com suas
mães sendo manuseados apenas em casos de
higienização das caixas moradia.
Figura 1. Procedimento de privação materna. As
ninhadas foram rearranjadas em p2 sendo estabelecido
o número de oito filhotes por ninhada. Durante as
provações cada mãe foi sempre deixada com 4 filhotes
(A) sempre os mesmos e 4 foram retirados
diariamente da caixa da mãe e mantidos em temperatura
controlada (37°C) em um compartimento de 5X5
centímetros para cada filhote (B). Após o período de
privação os filhotes então recolocados na caixa da mãe.
Consideramos também que em nossos
experimentos utilizamos animais controle e
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
52
experimentais dentro de uma mesma ninhada (Figura 1).
Nesse modelo elegemos aleatoriamente 4 filhotes para o
grupo controle e 4 para o grupo experimental. Os
animais do grupo experimental foram marcados com um
pingo de tinta na orelha - marcação feita com caneta
cirúrgica para serem distinguidos do grupo controle
em algumas ocasiões essa marca foi refeita. Durante as
privações, os animais experimentais foram retirados da
caixa da mãe e mantidos isoladamente em um
compartimento 5x5 centímetros contendo maravalha da
caixa da mãe. Após cada período de privação, os animais
retornaram para a caixa de suas mães.
O grupo controle sempre foi deixado na gaiola
com a mãe. No nono dia, 24 horas após a última
privação, os animais foram sacrificados para coletar o
material a retina. Neste estudo foram utilizados
dezoito animais machos. Desse número, foram
utilizados 8 animais para a análise de western blot, 4
animais controle e 4 animais experimentais escolhidos
aleatoriamente. O estudo e todo o procedimento foi
aprovado pelo CEPA da Universidade Federal
Fluminense (CEPA-projects #00196-10).
Figura 2. Paradigma de Privação Materna. Os filhotes
foram privados de suas mães por 360 minutos por dia
entre o dia pós-natal 2 (P2) e o dia pós-natal 8 (P8). No
dia 9 pós-natal (P9), 24 horas após a última privação, os
níveis de BDNF foram avaliados.
2.2. INSTRUMENTOS
2.2.1 Doságem de Proteínas
A dosagem de proteínas foi feita através do
Método de Bradford (Bradford 1976). A curva padrão
foi feita com 5, 10, 15, 20 e 25 μg de uma solução de
albumina bovina na concentração de 1mg/mL. A leitura
das amostras foi feita em espectrofotômetro no
comprimento de onda de 595 nm.
2.2.2. Imunodetecção de proteínas por Western Blot
Após a dosagem de proteínas, a cada 100μL de
amostra foi adicionado 3μL de azul de bromofenol. Ao
final, as amostras foram congeladas em freezer -20ºC ou
-70°C. As proteínas, 60μg por poço, foram separadas em
gel de poliacrilamida contendo SDS, sendo preparados
géis com 15% de poliacrilamida para imunodetecção do
fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). Em
seguida, as proteínas dos géis foram transferidas
eletroforeticamente para membranas de PVDF segundo
o método descrito por TOWBIN et al. (1979). As
membranas contendo as proteínas do gel foram
incubadas por duas horas em solução TBS-T (Salina
Tamponada de Tris pH 7,4 mais 0,1% de Tween 20)
contendo 3% de albumina para bloqueio dos sítios
inespecíficos de ligação de anticorpos. Em seguida, as
membranas foram incubadas por 8 horas com anticorpo
primário contra anti-BDNF (1:5000).
Na sequência as membranas foram lavadas -
3X 10 min cada- com TBS-T e incubadas com anticorpo
secundário - ant-coelho 1:20.000 - por 2 horas. A
imunodetecção do complexo ternário formado entre o
antígeno, anticorpo primário e anticorpo secundário foi
realizada por quimiluminescência (kit ECL) - segundo
orientação do fabricante as membranas foram
reveladas no fotodocumentador L-Pix. A intensidade de
cada banda foi analisada pelo programa Scion Image e
quantificadas relativamente a uma proteína usada como
padrão interno de carregamento.
2.3. Análise dos Dados
A diferença estatística entre as amostras
provenientes dos dois grupos foi determinada pelo Teste
T-Student, com nível de significância de p < 0,05.
III. RESULTADOS
Para avaliar se essas privações maternas poderiam
interferir nos níveis de fatores marcadamente descritos
como moduladores do crescimento, sobrevivência
neuronal e na formação sináptica no tecido retiniano,
decidimos avaliar os níveis de BDNF. Esta é uma
neurotrofina marcadamente descrita em casos de
depressão e atuando no efeito do tratamento com
antidepressivos (DUMAN e MONTEGGIA, 2006). O
BDNF também é muito descrito em casos estresse
neonatal, sendo sua redução relacionada com os efeitos
adversos observados. Por outro lado, o seu aumento está
ligado fenômenos favoráveis do neurodesenvolvimento,
incluído o desenvolvimento de regiões visuais como a
retina e o córtex visual. Nesse trabalho observamos que
a privação materna de 360m por 7 dias de p2 a p8
aumenta significativamente os níveis de BDNF em 71%
em relação ao controle na retina em p9 (Figura 3).
IV. DISCUSSÃO
Para o rato, assim como para outras espécies, o
período neonatal é caracterizado pela dependência dos
cuidados maternos. Na interação com a prole, a mãe
regula uma série de respostas importantes para a
homeostasia e desenvolvimento dos filhotes
(MEANEY, Michael J., 2001). O BDNF é um
sinalizador sensível a esse processo (MOWLA, S. et al.,
2001). Nesse sentido, a privação materna por períodos
longos de tempo é classicamente referida por reduzir a
expressão de BDNF em regiões como o hipocampo,
afetando à estrutura e as funções dessa região (
ROCERI, M. et al., 2002; KIKUSUI et al., 2009) Uma
vez que, a privação materna precoce é uma fonte robusta
de estresse para neonatos SAPOLSKY et al., 1986;
FRANCIS, D. et al., 1999; MEANEY, 2001).
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
53
Figura 3. Níveis de BDNF na retina de animais em P9.
Níveis de BDNF na retina após privação materna de 360
minutos por dia durante sete dias consecutivos entre p2
e p8. Os resultados foram expressos como média ± erro
padrão da média (n=8 animais; 4 Cont 4 Dep)
*P=0,0285 em relação ao controle. Cont-controle e Dep-
animais privados. Na parte inferior do gráfico
apresentamos imagens das experiências de western blot
as 4 marcações a esquerda pertencem ao grupo
controle as 4 marcações a direita pertencem ao grupo
experimental.
Contudo na retina, observamos que ocorre um
aumento nos níveis de BDNF em animais privados entre
p2 e p8 e avaliados em p9 (Figura 3). Existe uma relação
estreita entre o aumento prolongado dos níveis de
sinalizadores de estresse e redução na transcrição de
fatores como o BDNF no SNC (CHOY et al., 2008;
PITTENGER et al., 2008). Em etapas iniciais do
desenvolvimento, período em que os tecidos estão se
diferenciando e estabelecendo suas conexões sinápticas,
influências exercidas sobre a sinalização por BDNF
interferem em diversos processos, como na
conectividade entre regiões e na viabilidade neuronal
(SEEBACH et al., 1999). O BDNF é um sinalizador
importante para o estabelecimento, refinamento e
fortalecimento de projeções neuronais. Principalmente
de projeções longas, como o nervo óptico (PEREZ et al.,
1995; Spalding, SPALDING et al., 2002). Entre outras
consequências, a redução prolongada dos níveis de
BDNF em regiões como o hipocampo já foi relacionada
com predisposição para psicopatologias como
depressão.
Outros pesquisadores demonstraram, que a
semelhança de outras regiões, a retina também apresenta
alterações na expressão de neurotrofinas em resposta a
interação ambiental (CANCEDDA et al. 2004;
LANDI, Silvia et al., 2007; SALE et al., 2009). E essas
alterações regulam o processo de desenvolvimento
desse tecido ( LANDI et al., 2007; SALE et al., 2009).
Somado a isso, foi observado que o BDNF expresso
na retina pode ser transportado de forma anterógrada
através do nervo ótico para regiões de processamento da
visão no SNC, modulando processos desenvolvimentais
(SPALDING et al., 2002). Também já foi descrito que a
injeção de BDNF no colículo superior reduz o processo
de morte das células ganglionares da retina durante o
desenvolvimento (MA, Yun-Tao et al., 1998). O BDNF
também atua no refinamento das conexões do nervo
óptico em seus alvos no núcleo geniculado lateral
(NGL) (Landi, Cenni et al. 2007). Processos
desenvolvimentais como a segregação dos dendritos das
células ganglionares da retina (RGC) na camada
plexiforme interna (IPL) em sublaminas A e B, uma
disposição morfológica importante para o surgimento
das vias ON e OFF são modulados por BDNF (LANDI
e CENNI et al. 2007). Além disso, foi demonstrado que
ratos mantidos em ambiente enriquecido (desde o
nascimento) apresentam maturação acelerada das CGR
biestratificadas e monoestratificadas (LANDI, CENNI
et al. 2007). Efeito relacionado com níveis elevados de
BDNF na retina em desenvolvimento ( LANDI, S. et al.,
2007). O período do desenvolvimento no qual
realizamos as privações e que encontramos aumento nos
níveis de BDNF foi investigado com o modelo de
enriquecimento ambiental. Filhotes de ratos mantidos
em ambiente enriquecido e avaliados em P10
apresentam uma maior concentração de células
biestratificadas que gradativamente diminuem até P30
(Landi, Cenni et al. 2007). Esse processo se encontra
comprometido em animais mantidos em ambiente
escuro, efeito revertido com o ambiente enriquecido,
pela exploração sensorial que leva ao aumento de BDNF
(LANDI, CENNI et al. 2007). Com o bloqueio da ação
do BDNF o efeito observado com o ambiente
enriquecido é anulado (LANDI, CENNI et al. 2007).
Essas evidencias apontam para a importância da
estimulação sensorial principalmente cutânea - e da
sinalização por BDNF para a diferenciação celular ao
nível da retina.
Os efeitos do ambiente enriquecido podem
ocorrer também por via indireta. Filhotes de ratos abrem
os olhos por volta de p13, mas os efeitos do ambiente
enriquecido na retina são descritos ocorrendo antes da
abertura dos olhos (LANDI, CENNI et al., 2007). Isso
pode ser explicado via a modulação do comportamento
materno ( CHALUPA et al., 2008). Já foi observado que
o ambiente enriquecido estimula o repertório de
cuidados maternos ( SALE, BERARDI, et al., 2009).
Trabalhos demonstram que o aumento no índice de
cuidados maternos pode influenciar positivamente a
expressão de fatores como o BDNF, acelerando o
desenvolvimento visual (GUZZETTA et al., 2009).
Quanto a isso, nosso trabalho evoca que interferir no
sistema de apego, nas primeiras semanas de vida dos
ratos modula a interação mãe-filhotes. A privação do
contato materno, por períodos curtos de tempo, estimula
o protesto contra a separação por parte dos filhotes. Com
base nessas observações podemos sugerir que essa
reação dos filhotes pode funcionar como uma forma de
estímulo para regiões sensoriais como a retina em
Livro de publicações do 6º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão: Neurociências da Visão
54
desenvolvimento. Essa hipótese, se aplicada aos filhotes
privados na primeira semana de vida, permite ponderar
que o aumento observado nos níveis de BDNF possa
estar relacionado com a busca por contato materno.
Nesse caso, a privação por 360 minutos entre p2 e p8,
funcionaria como uma forma de estímulo ao qual o
tecido retiniano em desenvolvimento responderia. Seria
assim uma consequência da resposta à busca por
proximidade, que é comum no apego (VAN DER
HORST, 2011). Como é bem conhecido, níveis
elevados de BDNF na retina em desenvolvimento
podem ocorrer em decorrência da exploração visual
(CANCEDDA et al., 2004; LANDI, SALE et al., 2007;
SALE, BERARDI et al., 2009). Contudo, como
descrevemos, antes da abertura dos olhos, esse efeito foi
atrelado à estimulação cutânea exercida pelo cuidado
materno ou estimulação sensorial experimental
(CHALUPA et al., 2008; GUZZETTA et al. 2009).
Essas evidências apontam para os efeitos decorridos da
atividade do tecido (exploração visual) e os efeitos
sistêmicos decorridos de outros cuidados relacionados à
estimulação cutânea. Os efeitos que observamos nos
filhotes privados podem ter alguma relação com ambas
as condições.
Nesse viés, a sinalização por BDNF, conhecida
por atuar na plasticidade e sobrevivência neural, atuando
no crescimento axonal e dendrítico e formação de
sinapses desempenha importante papel no
desenvolvimento da rede dopaminérgica retiniana, bem
como aumenta a sobrevivência e crescimento de células
dopaminérgicas na retina (CELLERINO, 1998). Nossos
dados mostraram que o tecido retiniano é responsivo ao
estresse induzido pela privação materna no período
analisado, bem como ocorre em outras estruturas do
sistema nervoso central. Contudo, não conhecemos as
consequências desse desequilíbrio em períodos
posteriores do desenvolvimento. No entanto, como tem
sido relatado em outras regiões do sistema nervoso,
como o hipocampo, o período inicial do
desenvolvimento é notavelmente sensível ao estresse e
seus efeitos podem ser duradouros para o organismo.
V. CONCLUSÃO
Desde os trabalhos de Harlow (1958) muitos
estudos foram realizados para descrever os mecanismos
de ação e como o sistema nervoso em desenvolvimento
lida com situações adversas e estressantes. Neste
trabalho, demonstramos a relação entre a separação
materna e os níveis de BDNF da retina de ratos. Nossos
resultados mostraram que essa neurotrofina pode ser
modulada pela separação materna neonatal. Dessa
forma, a retina, a semelhança de outras regiões
investigadas, responde à separação crônica por períodos
longos de tempo. Contudo não conhecemos as
consequências desse desequilíbrio causado pelo estresse
em estágios posteriores de desenvolvimento. Porém,
acreditamos que o aumento observado nos níveis de
BDNF esteja relacionado a um mecanismo de adaptação
ou proteção contra os efeitos do estresse neonatal.
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