Os trabalhos de reconstrução da cidade de Lisboa, após o terramoto de 1755, foram iniciados poucos meses depois da catástrofe.
Em Junho de 1756 começaram - formalmente - os trabalhos na "Alfândega Interina", em Abril de 1757 as obras "da Ribeira das Naus e Arsenal Real", e em Janeiro de 1758 a obra das "Alfândegas e Praça do Comércio". A escassez de mão-de-obra (minimamente) qualificada bem como de materiais foram uma constante ao longo das décadas que se seguiram.
As empreitadas exigiam gente, animais e materiais. Haveria que abastecer os estaleiros com enormes quantidades de materiais de todos os géneros. É notável a diversidade de proveniências: madeiras de Alcácer ou da Marinha Grande, entre outras; calcário lioz de Pero Pinheiro e depois de muitas outras proveniências; metais nacionais mas também da Suécia e da Holanda; cal fornecida por centenas de produtores dos mais diversos recantos do país; etc.
O papel e a presença de Sebastião José - conde de Oeiras (em 1759) e marquês de Pombal (em 1770) - poderão ter representado alguns privilégios no estabelecimento de contratos de fornecimento, de materiais e outras matérias, de produtores do concelho de Oeiras às inúmeras obras e estaleiros da Lisboa em reconstrução. Mas não é essa a questão que nos ocupa.
A proximidade de Oeiras à cidade de Lisboa, com a sua ligação por via fluvial, foram factores preponderantes para tornarem o território oeirense numa das mais relevantes proveniências.
E quais foram os contributos do concelho de Oeiras para a reconstrução da cidade pós-terramoto? [pedra, cal, peças de ferro, favas, palha,...] E de onde provinham? [Paço d'Arcos. Espargal, Espargueira, Medrosa, Lage, Leceia, Murganhal, Laveiras, Caxias,...]
A investigação, cujos resultados parciais se apresentam, incide sobre a obra da nova praça do comércio, incluindo todos os edifícios, o arco monumental da Rua Augusta e o Cais das Colunas - cronologicamente corresponde aos anos de 1756 a 1805.