Throughout the history of land use and occupation process, the human beings, in order to develop its several activities, in many times were obliged to remove the environments’ original vegetation cover, producing enormous impacts on ecosystems’ stability. Such impacts had led to the formation a fragmented landscape, where we can find forest fragments embedded into an anthropic matrix, in this way we can talk about “forest fragmentation process” where remaining forest “islands” may be referred as “fragments”. In urban forest fragments, beyond geobiophysicals consequences, we can also note important social matters that must be assessed. In first place, there is an intense urban expansion pressure acting on the functionality and state of preservation of these fragments, what is mainly related to existing barriers for the application of the legislation by the government agencies, Another important question that might be detected in many urban spaces around the world is the vision that takes these forest fragments as amenities, being able to come to influence in the quality of life of the inhabitants, as well as in the prices of the properties. One of the main forms to guarantee the preservation of these forest areas is to transform them into protected areas, which may be based on several different approaches in environmentalism. The main goal of this work is to assess the geographical landscape evolution, the significance of conflicts of interests and its impact on biodiversity of Prainha and Grumari Municipal Natural Parks (PNMP and PNMG), two protected urban forest fragments (and connected to each other), in the west zone of Rio de Janeiro, based on literature searches, conducting fieldwork, interviews and questionnaires, as well as promoting surveys and studies of social order. Both areas suffer diverse pressures related to the urban expansion and due to that they present innumerable conflicts of interest (real estate agents, construction, hotels and tourism industry, environmentalists, tourist, locals, surfers, TV stations, land owners, NGOs and so on). PMNP represents a model of conception well next to the preservationist vision, while PNMG, in reality, represents a situation next to the conservationist thought, where the unsolved agrarian question generates significant problems for management practices. The existing conflicts of interest, as well as their materialization in the space present a much more complex scene in the case of PNMG. Concepts such as landscape, identity, community and landscape ecology may be important tools to be used in the search for greater understanding of the issues raised. In this sense, searching for the actual maintenance of the natural and cultural diversity in the protected areas addressed, projects and zoning proposals are presented, what may minimize existing conflicts of interest and also match the presence of the local community and the conservation of biodiversity.
Keywords: Forest fragmentation, conflicts of interest, natural conservation areas, landscape ecology and tourism.
Ao longo da história do processo de ocupação e uso do solo, os seres humanos, para que pudessem desenvolver suas variadas atividades, foram muitas vezes obrigados a retirar a cobertura vegetal original dos ambientes, produzindo dessa maneira grandes impactos na estabilidade dos ecossistemas. Tais impactos levaram à formação de uma paisagem composta por um mosaico, onde encontramos uma matriz antrópica com "ilhas" vegetacionais remanescentes inseridas nesse contexto. Teríamos dessa forma o que podemos denominar "processo de fragmentação florestal", onde as "ilhas" vegetacionais remanescentes podem então ser chamadas de "fragmentos". Em fragmentos urbanos, além das conseqüências geobiofísicas, notamos também grandes questões sociais que devem ser levantadas. Em primeiro lugar, temos a pressão da expansão urbana atuando de forma intensa sobre a funcionalidade e estado de preservação destes fragmentos, o que se deve principalmente a grande dificuldade na aplicação da legislação pelos órgãos fiscalizadores. Outra questão que também pode ser detectada em muitos espaços urbanos pelo mundo é a visão que toma estes fragmentos como amenidades, podendo vir a influenciar na qualidade de vida dos habitantes, assim como nos preços dos imóveis. Uma das principais formas de garantir a preservação destas áreas florestais é transformá-las em áreas de protegidas, que podem ser elaboradas segundo propostas de diferentes correntes do pensamento ambientalista. O objetivo geral deste trabalho é analisar a evolução da paisagem geográfica, os conflitos de interesse e seus reflexos na manutenção da biodiversidade dos Parques Naturais Municipais da Prainha e Grumari (PNMP e PNMG), dois fragmentos florestais urbanos protegidos (e conectados entre si) na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, através de pesquisas bibliográficas, da realização de trabalhos de campo, entrevistas e aplicação de questionários, assim como, de estudos e levantamentos de ordem social. Ambas as áreas sofrem diversas pressões decorrentes da expansão urbana e devido a isso apresentam inúmeros conflitos de interesse (agentes imobiliários, construtoras, rede hoteleira, ambientalistas, turistas, populações locais, surfistas, emissoras de televisão, proprietários, ONGs etc.). O PNMP representa um modelo de concepção bem próximo ao da corrente preservacionista, enquanto o PNMG, na prática representa uma situação mais próxima do pensamento conservacionista, onde a questão fundiária não resolvida gera problemas significativos para gestão. Desta forma, os conflitos presentes, assim como a materialização dos mesmos no espaço apresentam um cenário muito mais complexo no caso do PNMG. Conceitos como paisagem, identidade e comunidade e a ecologia da paisagem podem ser importantes ferramentas a serem utilizadas na busca por uma maior compreensão das questões levantadas. Neste sentido, buscando a real manutenção das diversidades natural e cultural nas unidades de conservação abordadas, são apresentadas propostas de projetos e zoneamentos, que possam minimizar os conflitos de interesse existentes e compatibilizar a presença da comunidade local com a conservação da biodiversidade.