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Goiânia é uma cidade relativamente jovem, mas em intenso processo de crescimento urbano. Embora tenha sido planejada, a capital do Estado de Goiás registra nos dias atuais os resultados de décadas de falta de gestão no ordenamento territorial. Objetivando-se evidenciar esses aspectos, foram analisados os documentos legais que deveriam nortear o crescimento urbano de Goiânia e os trabalhos acadêmicos que analisaram tal fenômeno desde a sua gênese - na década de 1930. E para o período compreendido entre as décadas de 1980 e 2010, optou-se pelo mapeamento com base na interpretação de imagens orbitais Landsat 5. Foi definida uma legenda simplificada, com apenas quatro classes (área urbana, agropecuária, cobertura vegetal e corpos hídricos) para permitir uma avaliação comparativa entre os vários períodos, de forma a evidenciar as mudanças ocorridas. Constatou-se que os planos diretores tiveram um papel significativo na definição dos vetores da expansão urbana de Goiânia. Contudo, esses instrumentos foram negligenciados em diversos períodos, resultando em fases de crescimento descontrolado, evidenciado pela presença de vazios urbanos e pela verticalização desarticulada de uma proposta de ordenamento territorial.
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MAPEAMENTO DO PROCESSO HISTÓRICO
DE EXPANSÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE
GOIÂNIA-GO
DIEGO TARLEY FERREIRA NASCIMENTO1
IVANILTON JOSÉ DE OLIVEIRA2
Universidade Federal de Goiás
Resumo: Goiânia é uma cidade relativamente jovem, mas em intenso processo de crescimento
urbano. Embora tenha sido planejada, a capital do Estado de Goiás registra nos dias atuais os
resultados de décadas de falta de gestão no ordenamento territorial. Objetivando-se evidenciar esses
aspectos, foram analisados os documentos legais que deveriam nortear o crescimento urbano de
Goiânia e os trabalhos acadêmicos que analisaram tal fenômeno desde a sua gênese - na década de
1930. E para o período compreendido entre as décadas de 1980 e 2010, optou-se pelo mapeamento
com base na interpretação de imagens orbitais Landsat 5. Foi definida uma legenda simplificada, com
apenas quatro classes (área urbana, agropecuária, cobertura vegetal e corpos hídricos) para permitir
uma avaliação comparativa entre os vários períodos, de forma a evidenciar as mudanças ocorridas.
Constatou-se que os planos diretores tiveram um papel significativo na definição dos vetores da
expansão urbana de Goiânia. Contudo, esses instrumentos foram negligenciados em diversos
períodos, resultando em fases de crescimento descontrolado, evidenciado pela presença de vazios
urbanos e pela verticalização desarticulada de uma proposta de ordenamento territorial.
Palavras-chave: Mapeamento; Processo Histórico; Expansão Urbana; Goiânia.
1Geógrafo e professor convidado da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Mestre em Geografia
e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Goiás.
Contato: diego.tarley@gmail.com.
2Geógrafo, professor adjunto da Universidade Federal de Goiás. Doutor em Geografia. Contato:
ivanilton.oliveira@gmail.com.
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MAPPING THE HISTORICAL PROCESS OF URBAN GROWTH IN
GOIÂNIA-GO
Abstract: Goiânia, capital of Goiás State, is a relatively young city, but it has experienced an intense
process of urban growth. Although it was planned, nowadays its space reflects decades of failure in
land management. With the aim of highlighting the city‟s expansion and land use management, we
analyzed legal documents governing land use in Goiânia, as well as the academic studies that
investigated this phenomenon since the city‟s foundation in the 1930s. For the period between the
1980s and 2010, we elaborated cartographic material based on satellite images Landsat 5. A
simplified legend was defined with only four classes of land use (urban, agricultural, vegetation and
water bodies) to enable a comparative evaluation between the various periods and thus to highlight
the changes that have occurred. It was found that master plans had a significant role in defining the
directions of urban expansion of Goiânia. However, these instruments have been neglected in many
periods, resulting in uncontrolled growth phases, as evidenced by the presence of urban voids and
unplanned vertical densification.
Keywords: Mapping; Historic Process; Urban Growth; Goiânia.
Introdução
Fundada em 24 de outubro de 1933, Goiânia pode ser considerada uma cidade
relativamente jovem mesmo para os padrões brasileiros, cujas cidades mais antigas
remetem ao século XVI. Planejada para ser a nova capital do Estado de Goiás, em
substituição à Cidade de Goiás (antiga Vila Boa), Goiânia foi implantada na porção
sul do estado (que à época incluía o território do atual Estado do Tocantins), como
fruto de um projeto desenvolvimentista que visava aproximar o lócus do poder
político goiano em relação à área de maior desenvolvimento econômico nacional,
representada pela Região Sudeste.
O município de Goiânia apresenta seus limites circunscritos às latitudes
16º27‟12” S e 16º49‟52” S e longitudes 49º4‟38” O e 49º26‟48” O (Figura 1),
totalizando uma área de 732 km². As altitudes variam de 661 a 1.037 m acima do
nível do mar, com média de 785 m. Sua população foi estimada, para 2014, em
1.412.364 habitantes (IBGE, 2012). Juntamente com outros 19 municípios, ela
compõe a Região Metropolitana de Goiânia, instituída pela Lei nº 27 de 30 de
dezembro de 1999, e complementada pela Lei nº 78, de 25 de março de 2010.
Mapeamento do Município de Goiânia
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Figura 1: Mapa da Região Metropolitana de Goiânia, localização do município em Goiás e no
Brasil e das regiões de articulação urbano-regional de Goiânia.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Segundo o estudo das Regiões de Influência das Cidades (REGIC/IBGE, 2008),
Goiânia é considerada uma metrópole com porte e projeção nacional, destacando-
se no comércio, na oferta de ensino superior, na prestação de serviços públicos
(principalmente de saúde), na agropecuária e na indústria. Conforme a Divisão
Urbano-Regional do Brasil (IBGE, 2013), a capital goiana possui uma região de
articulação imediata, que ultrapassa os limites da Região Metropolitana de Goiânia,
incorporando outros municípios localizados na porção central do estado - uma
região de articulação intermediária, que se estende desde os extremos sudeste e
sudoeste ao oeste/noroeste do Estado de Goiás; e uma região de articulação
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ampliada, que se abrange desde o sul do Estado de Goiás até o extremo norte de
Tocantins, conforme mostra a Figura 1.
Por possuir características atrativas, Goiânia recebeu forte fluxo de imigrantes,
sobretudo advindos dos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Bahia e Minas Gerais
(RIBEIRO, 2004) o que, acrescido ao processo migratório intraestadual, ao êxodo
rural e ao crescimento vegetativo, ocasionou um intenso crescimento demográfico,
principalmente entre as décadas de 1950 e 1980, conforme explicitado pelo gráfico
representado pela Figura 2, a seguir:
Figura 2: Gráfico do Crescimento Populacional de Goiânia - GO.
Fonte: Elaborado pelos autores com base nos Censos Demográficos do IBGE de 1940, 1950,
1960, 1970, 1980, 1991, 2000, 2007 e 2010 e na Estimativa da População do IBGE, de 2014.
Associado à expansão demográfica houve o crescimento da área urbana do
município de Goiânia, fazendo com que este se encontre conurbado em sua porção
sul com o município de Aparecida de Goiânia fenômeno em curso também na
região leste, com o município de Senador Canedo; na região noroeste, com
Goianira e; na região oeste, com Trindade (ver Figura 1).
Além do processo de conurbação com os municípios vizinhos, o incremento
populacional e o respectivo crescimento urbano de Goiânia vêm desencadeando
uma gama de impactos ambientais, como é o caso do surgimento e ampliação de
diversos processos erosivos, evidenciados por Nascimento (1994) e por Nunes e
Romão (2010); da modificação do clima urbano e consolidação do fenômeno de
ilha de calor, constatados por Nascimento e Oliveira (2011); da recorrência de
Mapeamento do Município de Goiânia
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fenômenos de inundações e alagamentos urbanos, analisados por Rego (2012); da
elevação das máximas da temperatura do ar e da redução da umidade relativa do ar,
verificadas no trabalho de Luiz (2012); e da perda da cobertura vegetal, reduzida
pela metade somente no período entre 1980 e 2010, conforme apurado por Streglio,
Nascimento e Oliveira (2012).
Tais problemas resultam, em grande parte, do crescimento acelerado da mancha
urbana sem o devido planejamento do uso e ocupação do solo. A despeito da
existência de planos diretores para o município de Goiânia desde a sua criação, o
que se constata é a inobservância na aplicação e na fiscalização do cumprimento
das leis. Tendo esta premissa como ponto de partida, o presente trabalho
ancorado, sobretudo, no método cartográfico -, objetiva analisar esse processo
histórico de crescimento urbano de Goiânia e evidenciar os vetores e
condicionantes dessa expansão urbana.
Procedimentos Metodológicos
O trabalho se pautou por duas etapas principais e sequenciais. A primeira
envolveu a pesquisa documental e bibliográfica. O levantamento documental
objetivou reunir informações sobre leis, decretos e normas que regulamentaram o
crescimento urbano de Goiânia, a exemplo dos planos diretores e das leis de
parcelamento e uso do solo, de edificações e de zoneamento. Também buscou
compilar bases cartográficas digitais da malha urbana da capital. O levantamento
bibliográfico visou realizar uma ampla revisão teórica sobre o processo de
crescimento urbano em Goiânia, por meio de trabalhos publicados em artigos,
livros, dissertações e teses, disponíveis em bases de dados digitais com livre acesso
- a exemplo do Portal Capes, da Scielo (Scientific Electronic Library Online) e de
bancos de dissertações e teses disponíveis -, sendo priorizados aqueles que
continham mapeamentos da área urbana da região até a década de 1980.
Por conta do implemento e do desenvolvimento de sistemas de satélite e pela
disponibilização de imagens gratuitamente, o crescimento urbano de Goiânia
posterior à década de 1980 foi analisado pelo procedimento de classificação digital
de imagens de satélite. Para tanto, foram coletadas as imagens registradas pelo
sensor TM (Thematic Mapper) a bordo do satélite Landsat 5, no catálogo de
imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) referentes às bandas
3, 4 e 5 de órbita/ponto 221-71 e 221-72 (que recobrem a área do município de
Goiânia), em intervalos de aproximadamente cinco anos, conforme apresentado no
Quadro 1.
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DATA DAS
IMAGENS
23 de maio de 1986
06 de junho de 1991
02 de maio de 1996
30 de junho de 2000
17 de julho de 2006
12 de julho de 2010
Quadro 1: Data das imagens orbitais selecionadas.
As imagens orbitais foram pré-processadas com a realização dos
procedimentos de georreferenciamento (registro), junção das cenas que
compõem a área de estudo (mosaico) e recorte da área do município de
Goiânia (máscara), sendo, em seguida, executado o processamento digital
por meio de classificação supervisionada com coleta de amostras e
aplicação do algoritmo mahalanobis para o agrupamento dos pixels com
valores digitais aproximados aqueles das amostras. Ressalta-se que, após a
classificação das imagens, foi realizado o processo de inspeção visual com
imagens de maior resolução (Google Earth) para a correção e validação da
classificação, com edição dos vetores delimitados equivocadamente. Toda
essa etapa foi conduzida no software ArcGIS 9.3.
Em função dos objetivos do trabalho, optou-se pela definição de uma
legenda simplificada, com apenas quatro classes: área urbana, agropecuária,
cobertura vegetal e corpos hídricos. Essas tipologias facilitaram uma
avaliação comparativa entre os vários períodos, para evidenciar as
mudanças ocorridas.
Convém frisar, ainda, que pelo fato da resolução espacial das imagens do
satélite Landsat 5 ser de 30 m, foi possível alcançar a escala de 1:100.000
(BOGGIONE et al., 2009), sendo fixada esta escala no software ArcGIS 9.3
para a visualização e validação do mapeamento de cobertura e uso do solo.
Mapeamento do Município de Goiânia
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Resultados e Discussões
Histórico do crescimento urbano de Goiânia até a década de 1980
Conforme destacado por Aroldo de Azevedo (1941), Goiânia pode ser
considerada uma cidade “criada”, uma vez que ela foi planejada desde sua
concepção para substituir a até então capital do Estado de Goiás (Vila Boa,
atualmente Cidade de Goiás) devido às características fisiogeográficas e sanitárias
ali presentes. Sobre as condições de habitação da antiga capital do Estado,
Azevedo (1941) apresenta uma descrição redigida pelo presidente do Estado, Dr.
Rodolfo Gustavo da Paixão, datada de agosto de 1890:
A capital de Goiaz é, sem dúvida, uma daquelas cidades cujo
estado sanitário, dia a dia pior, reclama às mais prontas e
enérgicas providências. Situada em meio de uma bacia,
conquanto sôbre terreno acidentado, cercada de altos montes
que comprimem em diminuto âmbito, embaraçando-lhe a
regular ventilação, estreitando-lhe, demais, o horizonte visual;
castigada por excessiva temperatura graças à sua baixa latitude
de quase 16° Sul, não corrigida pela altitude ou por causas
locais; com uma edificação à antiga, obedecendo, in totum, à
arte colonial, que era antes a negação dos mais rudimentares
princípios arquitetônicos e dos mais salutares preceitos da
moderna higiene, espreguiçando-se às margens do rio
Vermelho, mas curtindo verdadeira sêde de Tântalo, visto como
a água viscosa dêste ribeiro, despejo e lavadouro da população,
não é e nem pode ser convenientemente distribuída às casas, e
porque a fornecida pelo único chafariz existente e parcas fontes
carece das condições de abundância e necessária potabilidade;
desprovida de bom sistema de esgostos, capaz de evitar o uso
prejudicialíssimo das latrinas perfuradas no terreno, onde as
matérias fecais sem escoamento entram em rápida
decomposição e exalam deletérios miasmas e, absorvidas pelo
subssolo, bastante permeável, comunicam-se com os poços de
serventia, de ordinário abertos nas proximidades daquelas focos
de infecção, a decadente Vila-Boa hospeda em seu seio
poderosos agentes de destruição, que hão de, em breve,
transformá-la em vasta Necrópole, onde a morte campeie com
todo o seu cortejo de horrores.
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Figura 3: Vista parcial da
velha Cidade de Goiás.
Fonte: Azevedo (1941).
Este quadro de problemas posto em evidência, veio se somar ao momento de
transição política, ideológica e social do país, que já se refletia em Goiás (CHAUL,
1999; RIBEIRO, 2004) e ajudou a sustentar a decisão sobre a mudança da capital
do Estado. Os principais agentes envolvidos com essa mudança foram o interventor
federal do Estado de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira, e o presidente Getúlio
Vargas. Portanto, a necessidade da transferência da capital extrapolava os
interesses locais e regionais, como destaca Ribeiro (2004).
No final do ano de 1932 foi definida uma comissão encarregada da escolha do
sítio para a nova capital do Estado, sendo apresentadas como propostas as
localidades correspondentes às cidades de Bonfim (atualmente denominada de
Silvânia), Pires do Rio e Campinas. Após estudos minuciosos acerca das
características climática, topográfica, hidrológica e sanitária dessas três propostas,
foi escolhido o município de Campinas, às margens dos córregos Botafogo e
Capim Puba e compreendendo as fazendas Criméia, Vaca Brava e Botafogo
(AZEVEDO, 1941).
Azevedo (1941) lembra que para a escolha do nome da cidade foi realizado um
concurso no periódico goiano O Social, tendo sido indicados vários nomes, como:
Anhanguera, Crisópolis, Heliópolis, Tupirama, Americana, Petrolândia, Goiânia,
Goianópolis, Bartolomeu-Bueno, Guaracima, Campanha, Esplanada, Eldorado,
Perutaba, Araguaiana, Liberdade, Marataíra, Paranaguai, Goianésia, Buenópolis,
Pátria-Nova, Maraúba e Aspirópolis. Mesmo sendo o nome de Petrolina o mais
votado, pelo “decreto de 2 de agosto de 1935, o governo do estado adotou o nome
de Goiânia, que havia sido sugerido por apenas dois leitores de „O Social
(AZEVEDO, 1941, p. 13).
Mapeamento do Município de Goiânia
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Os condicionantes legais e as restrições físicas de crescimento urbano de Goiânia-
GO
Foi de autoria de Atílio de Correia Lima a concepção do primeiro Plano Diretor
de Goiânia, em 1933 (ver Figura 4-A), reformulado posteriormente pelo Plano de
Urbanização desenvolvido por Armando Augusto de Godoy, em 1938 (conforme
Figura 4-B).
O plano inicial de Goiânia foi projetado para abrigar uma população de 50 mil
habitantes (AZEVEDO, 1941) e inspirado no projeto urbanístico das cidades-
jardins, concebido por Ebenezer Howard no final do século passado na Inglaterra.
A estrutura original do plano da cidade é do tipo rádio-concêntrico, tendo as
principais ruas e avenidas convergindo para a Praça Cívica, dando-lhe destaque e
fácil localização e acesso. As outras ruas desenvolvem círculos concêntricos no sul
e em diagonal no norte (Figura 5). Os demais setores previstos nesse plano foram
organizados em malhas ortogonais, respeitando a topografia do sítio. No projeto
inicial, foram definidas cinco zonas: o Centro Cívico, o Centro Comercial, as
Áreas Urbanas e Suburbanas, a Zona Industrial (ao norte do sítio) e a Zona
Residencial.
A B Figuras 4: O
plano inicial
de Goiânia,
elaborado
por Atílio
Correia de
Lima
em 1933 (A)
e
reformulado
por
Armando
Augusto de
Godoy, em
1938 (B).
Fonte:
Corrêa
(1981).
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As maiores modificações sugeridas por Godoy, em 1938, ao Plano inicial de
Goiânia dizem respeito ao estabelecimento da Praça do Cruzeiro (no seguimento
da Praça Cívica), à criação de quatro novas zonas (Zonas de Diversões, Zona
Universitária, Zona Militar e a Zona Residencial de Luxo) e à redefinição dos
limites dos setores e das áreas livres. Mas a principal contribuição de Godoy ao
planejamento do crescimento de Goiânia foi à indicação de etapas de expansão da
cidade: primeiramente a ser realizada nos setores central e norte; após seis anos, no
setor sul; e, apenas posteriormente, no setor oeste. Porém, encontrando a ferrovia,
um relevo mais acentuado e os mananciais de abastecimento da cidade (Córregos
Botafogo e Capim Puba) como restrição física ao norte, a cidade apresentou duas
expansões delimitadas: uma ao sul, onde se situavam as terras adquiridas pelo
Estado para implantação de loteamentos, e outra a oeste (OLIVEIRA, 2005).
Corrêa (1981) destaca como restrições físicas que tiveram influência no
crescimento urbano de Goiânia a instalação da Rede Ferroviária, que impediu o
crescimento a partir do extremo norte do Setor Central até a década de 1960; a
Rodovia BR-153, que representou obstáculo à expansão urbana para o leste/sudeste
até meados da década de 1980; e o rio Meia Ponte, que até a década de 1990
restringiu o crescimento urbano pela falta de pontes, o que não impediu a ocupação
de seus fundos de vale. Também pode ser incluída entre as restrições ao
crescimento a presença da área de captação de água no próprio rio Meia Ponte, na
parte noroeste do município de Goiânia, o que exigia a presença de uma zona
tampão não disponível para loteamento, para proteger a vida útil do ponto de
captação.
Sobre isso, Azevedo (1941) complementa que o plano geral da cidade obedeceu
a três condicionantes principais: a topografia, uma vez que as ruas e avenidas
foram traçadas seguindo a direção geral das curvas de nível (evitando a formação
de enxurradas); o traçado da malha viária, fazendo fluir o tráfego por grandes
avenidas com acesso ao centro administrativo; e o zoneamento, pois em seu plano
original a cidade foi setorizada nas zonas administrativa, comercial, industrial e
residencial.
Houve também no Plano Inicial reformulado por Godoy em 1938 a previsão da
instalação de cidades satélites e a intenção da disposição de um cinturão verde
composto por parques, parkways, jardins, playgrounds, praças e áreas verdes - com
a função de proteger e conservar a cidade.
Em 1947 foi aprovado o Código de Edificações de Goiânia, outro importante
instrumento legal de planejamento que abrangia toda a legislação urbana (Lei de
Zoneamento, Lei de Loteamentos, Lei de Uso e Ocupação do Solo), que permitia à
iniciativa privada a execução de novos loteamentos, desde que fosse obedecida a
obrigatoriedade da implantação de toda a infraestrutura por parte dos
Mapeamento do Município de Goiânia
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empreendedores. Contudo, o Decreto16, de 20/06/1950, passou a exigir do
empreendedor apenas a locação e a abertura de vias. Pode-se afirmar que, a partir
deste momento, o poder público municipal abriu mão do controle sobre o uso do
solo na capital.
A esse respeito, Oliveira (2005, p. 4) destaca que “até 1950, a formação do
espaço urbano de Goiânia respeitou os planos iniciais e teve seu crescimento
„monitorado‟ pelo Estado”. Fato este que não perdurou nas décadas seguintes, haja
vista o avanço acelerado do número de loteamentos feitos pela iniciativa privada
nas décadas de 1950 e 1960, principalmente nas regiões Leste e Oeste (ver Figura
5), destinados à população crescente, em grande parte composta por migrantes com
poucas condições financeiras.
Figura 5: Mapa dos bairros de Goiânia - GO por década de criação.
Fonte: Streglio, Nascimento e Oliveira (2013).
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Em 1959, o arquiteto Luís Saia foi convidado pela Prefeitura para desenvolver
um novo Plano Diretor para Goiânia. Neste plano, o arquiteto abordou aspectos da
história e da administração e identificou as barreiras urbanas, as áreas de
atração/polarização e a estrutura urbana, além de compartimentar a cidade em
zonas para a definição de soluções específicas. O trabalho foi concluído em 1962,
porém, devido ao movimento político que deflagrou o golpe militar e a
implantação do regime autoritário de 1964, esse Plano Diretor não chegou a ser
efetivado, por ter sido considerado como um “produto do comunismo” (RIBEIRO,
2004).
Neste período, o Estado perde a exclusividade sobre o uso do solo, permitindo
que a iniciativa privada assumisse o parcelamento, e sem o ônus da infraestrutura
o que possibilitou a descaracterização do plano de concepção da cidade. Sobre isso,
Oliveira (2005) destaca a multiplicação de loteamentos irregulares entre a década
de 1960 e meados da década de 1970 tanto na porção central e sul, quanto,
sobretudo, nas regiões periféricas das regiões norte e oeste da cidade, conforme
demonstra a Figura 5.
No final da década 1960, por iniciativa do Estado, foi elaborado o Plano de
Desenvolvimento Integrado de Goiânia (PDIG), com a participação do arquiteto e
urbanista Jorge Wilheim. O PDIG foi aprovado em 1971 e traçou um diagnóstico
da situação urbanística de Goiânia, identificando uma séria deficiência de
infraestrutura especialmente no tocante à pavimentação de ruas, além de fornecer
um prognóstico para o desenvolvimento espontâneo da cidade, que ocorreria da
seguinte forma: ocupação dos dois lados da BR-153; ocupação do vale alagadiço
do Ribeirão Anicuns; extravasamento para o município vizinho ao sul (Aparecida)
e; ocupação ao longo das estradas que ligam a capital a Guapó, Trindade e
Inhumas. Tal crescimento provocaria o surgimento de muitos loteamentos
aleatórios, dificultando a atuação da Prefeitura, tanto no planejamento quanto no
atendimento das demandas por serviços e infraestrutura (PDIG, 1992).
Para evitar tal situação, o PDIG orientou o crescimento de Goiânia para o oeste
por meio da consolidação da infraestrutura para aquela região, especialmente com
a instalação de malha viária e a pavimentação asfáltica, condicionando a expansão
da cidade para as regiões sul, sudoeste e oeste.
Pelo estabelecimento de metas programadas de acordo com os recursos da
Prefeitura, o PDGI de 1969 teve um relativo sucesso, uma vez que no período de
sua vigência foram implantados dezenas de conjuntos habitacionais na periferia da
cidade, conforme apontado por Oliveira (2005), e houve uma ampliação
considerável da malha asfáltica, consolidando a expansão urbana para as regiões
sul (o que ocasionou a conurbação com Aparecida), sudoeste e oeste. No entanto,
cabe destacar que a definição dos locais para instalação dos conjuntos
Mapeamento do Município de Goiânia
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habitacionais - todos afastados da área urbana já consolidada - significou a criação
de imensos espaços vazios no interior da mancha urbana, em grande parte
controlados por especuladores imobiliários interessados na valorização futura
destes imóveis.
No período compreendido entre as décadas de 1960 e 1980, Goiânia
experimentou um rápido crescimento da população (conforme visto na Figura 2).
No mesmo período iniciou-se o processo de verticalização (Figura 6), a princípio
concentrado nos setores mais antigos e com maior densidade populacional - como
o Centro e o Setor Oeste (a exceção foi o Setor Sul, com restrições à instalação de
edifícios, conforme demonstra a Figura 7.
Figura 6: Mapa das áreas verticalizadas em Goiânia GO, delimitadas com base em imagem
QuickBird de 2006.
Fonte: Elaborado pelos autores.
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Figura 7: Panorâmica do Setor Central e, em segundo plano à direita, o setor Oeste de Goiânia.
Fonte: Nascimento (2011).
Figura 8: Panorâmica do Setor Bueno e, em segundo plano à direita, o setor Bela Vista de
Goiânia.
Fonte: Disponível em: http//:www.skyscrapercity.com. Acessado em: 12 nov. 2013.
Conforme destacado por Pereira, Nascimento e Oliveira (2012), a partir do final
da década de 1970 e principalmente ao longo das décadas de 1980 e 1990, a
verticalização concentrou-se na parte alta do Setor Bueno, nova e não contígua aos
Mapeamento do Município de Goiânia
155
bairros mais antigos (ver Figura 8). A partir de então houve um alastramento por
diversos bairros, como os do Setor Oeste, Setor Bela Vista, Setor Aeroporto, Setor
Leste Universitário - sem qualquer critério urbanístico -, o que apenas reafirma a
perda de controle do poder público sobre o processo de crescimento da capital.
O aparecimento de novas tendências de crescimento, associado às demandas por
construção de equipamentos de educação, saúde, infraestrutura, transporte coletivo,
dentre outras, fez necessário uma nova proposta do Plano de Desenvolvimento
Integrado de Goiânia (PDIG), reformulado em 1992. Conforme relatado no texto
deste PDIG, objetivava-se compatibilizar a ordenação do território municipal com
o desenvolvimento econômico e social, à proteção do patrimônio cultural e
ambiental e ao ordenamento do crescimento da cidade. Além disso, foram
observadas as diretrizes da Lei Orgânica do Município, aprovada em 1990, que
teve como destaque o fato de estipular a função social da propriedade urbana.
Cumprindo algumas de suas principais metas, o PDIG de 1992 orientou o
crescimento urbano de Goiânia para sudoeste; a preservação dos recursos
ambientais; a revitalização das áreas centrais; a ocupação prioritária dos vazios
urbanos; a estruturação da rede viária básica e; a adequação da distribuição dos
equipamentos públicos.
Em 1993 foi elaborada a Carta de Risco de Goiânia, um documento de
ordenamento de ocupação urbana que expressava “possíveis situações de perigo,
dano ou perda social, econômica e ambiental consequência seja de acontecimento
natural ou tecnológico” (NASCIMENTO; PODESTÁ FILHO, 1993, p. 94).
Com base na síntese dos atributos do relevo, dos solos, da geologia, da
geomorfologia, da declividade, da vegetação, da susceptibilidade à incidência de
processos erosivos, assoreamento, desmoronamentos e deslizamentos e das formas
de ocupação feita a partir de uma visão holística, a Carta de Risco determinou
como áreas aptas à ocupação urbana a porção centro-sul (no mapa representado
pela Figura 9-A, em azul e rosa) e sudoeste (em bege e laranja), com indicação de
adoção de medidas de contenção aos processos erosivos e de obras de drenagem
urbana. Por sua vez, o documento indicou como áreas impróprias à ocupação
urbana as planícies, os terraços e os fundos de vale (em vermelho, marrom e verde
claro, respectivamente) e toda a porção norte e nordeste do município (em amarelo
e roxo), com a indicação da necessidade de destinação destas áreas à preservação
ambiental e recarga de mananciais.
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A B
Figuras 9: As Cartas de Risco de Goiânia elaborada em 1993 (A) e atualizada em 2008 (B).
Adaptado de: Prefeitura de Goiânia.
Após quinze anos da elaboração da Carta de Risco, técnicos da Prefeitura de
Goiânia chegaram à conclusão da necessidade de revisão e atualização deste
documento, sobretudo para fomentar outros dispositivos e instrumentos de
planejamento e ordenamento territorial municipal. Sendo assim, em 2008 foi
publicada a nova Carta de Risco de Goiânia (conforme mostra a Figura 9-B.),
indicando como áreas de alta susceptibilidade ao risco a porção nordeste do
município e as áreas de fundo de vale das drenagens (em vermelho); e as áreas de
média a baixa susceptibilidade ao risco no restante do município, com a indicação
de algumas aptidões e restrições.
Com o objetivo de gerir o desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana, em 2007 foi lançado o novo Plano Diretor de Goiânia, ainda
em vigência. De acordo com o texto do documento (GOIÂNIA, 2007), o este
observou as disposições previstas no Estatuto das Cidades e na Lei Orgânica do
Município de Goiânia e foi desenvolvido com o intuito maior de assegurar o
Mapeamento do Município de Goiânia
157
direito à cidade sustentável, compatibilizando o crescimento econômico com a
proteção ambiental, o respeito à biodiversidade e sociodiversidade conforme
preconizado pela Agenda 21.
Com o objetivo maior de disciplinar e ordenar o uso do solo, no Plano Diretor
afirma-se que foi estabelecida uma macroestruturação fundamentada nas
características físico-ambientais, socioeconômicas e culturais, tomando a rede
viária básica como elemento de suporte e os corredores do transporte coletivo
como componentes estruturantes do modelo de ocupação urbana. Para tanto, o
Plano Diretor de 2007 indicou a necessidade de crescimento da cidade associado à
dinâmica de sua ocupação concêntrica, paralelamente à sua indução a sudoeste, e
definiu critérios e exigências aos novos parcelamentos do solo a serem
implantados. Como exemplos, o critério de contiguidade a outro parcelamento
implantado e a obrigação de haver no mínimo 30% (trinta por cento) de ocupação
edificada e ocupada. Essas medidas previam a eliminação dos vazios urbanos
identificados no próprio Plano Diretor.
Como controle da ocupação equilibrada e funcional e da densidade
populacional compatíveis com a infraestrutura instalada, a existência de
equipamentos urbanos e, considerando as restrições identificadas pela Carta de
Risco, o Plano Diretor de Goiânia de 2007 indicou áreas de ocupação diferenciada
conforme o grau de consolidação urbana existente, assim: 1) as Áreas de
Adensamento em Aceleração, onde seria incentivado o maior adensamento
populacional e de atividades econômicas; 2) as Áreas de Adensamento em
Desaceleração, para onde seriam dirigidas ações de controle e redução do atual
processo de densificação urbana; 3) as Áreas de Adensamento Básico, que
apresentavam baixa densidade e onde seriam admitidas a duplicação dos atuais
graus de densidade; e 4) as Áreas de Restrição à Ocupação - definidas pela Carta
de Risco ou pela existência de equipamentos especiais (no mapa é representado
apenas este tipo especial de restrição à ocupação urbana).
As fases de crescimento urbano de Goiânia GO
Ao mapear o crescimento urbano de Goiânia e dos núcleos urbanos vizinhos,
desde a fundação da capital até o ano de 1980, Corrêa (1981) descreve esse
processo em cinco momentos: 1) de 1933 a 1935, com a implantação do Plano
Diretor; 2) em 1938, crescimento da malha urbana em sentido sul (ampliação do
Setor Sul); 3) de 1940 a 1950, crescimento da cidade no sentido leste-oeste em
direção ao núcleo urbano existente antes de 1935 Campinas (origem dos setores
Oeste, Aeroporto, Funcionários etc.); 4) de 1950 a 1960, expansão rumo a oeste e
GEOgraphia - Ano. 17 - Nº34 2015 Nascimento & Oliveira
158
estendendo-se para o sul; e 5) após 1960, uma expansão mais desordenada, com
formação de vários núcleos habitacionais separados por enormes vazios
demográficos. Essa periodização é bem delineada pelo mapeamento feito por
Oliveira (2005), representado pela Figura 10, a seguir.
Figura 10: Fases da expansão urbana do Aglomerado Urbano de Goiânia.
Fonte: Vaz (2002 apud OLIVEIRA, 2005).
Ao analisar o padrão territorial de Goiânia, tendo por base as leitura dos Planos
Diretores de Goiânia e do Plano de Desenvolvimento Integrado de Goiânia (PDIG,
1992), a arquiteta e urbanista Oliveira (2005) também destaca cinco fases de
desenvolvimento em Goiânia: a) 1933 a 1950, a criação do lugar; b) 1950 a 1964, a
ampliação do espaço pelo avanço acelerado no número de loteamentos implantados
pela iniciativa privada; c) 1964 a 1975, a concentração de lugares no espaço devido
a um acelerado crescimento populacional e a multiplicação de loteamentos
irregulares; d) 1975 a 1992, a expansão urbana com a implantação de conjuntos
habitacionais e; e) 1992 aos dias atuais, os espaços urbanos segregados com a
proliferação de condomínios fechados.
Por sua vez, examinando a dinâmica populacional de Goiânia, Rodrigues (2005,
p.1) afirma que “nas últimas décadas, com o processo de metropolização, Goiânia,
como núcleo da metrópole, vê cair o volume e o ritmo de crescimento populacional
Mapeamento do Município de Goiânia
159
em favor do crescimento dos municípios do seu entorno imediato”3. O que é
complementando por Oliveira (2005), que destaca a existência de um notório
“processo de ocupação residencial das áreas periféricas em detrimento das regiões
mais centrais” – correspondendo aos condomínios fechados.
Mapeamento do crescimento urbano de Goiânia-GO entre 1986 e 2010
Os produtos cartográficos obtidos por meio da classificação das imagens de
satélite ilustram o processo de crescimento da área urbana de Goiânia - GO nos
anos de 1986, 1991, 1996, 2000, 2006 e 2010 como se vê na Figura 11,
representada pelos mapas a seguir:
3Tal assertiva corrobora ao processo de conurbação com Aparecida de Goiânia (já consolidado),
Senador Canedo, Trindade (mais recentemente) e Goianira (em processo).
GEOgraphia - Ano. 17 - Nº34 2015 Nascimento & Oliveira
160
Figura 11: Mapas de Cobertura do Solo de Goiânia de 1986, 1991, 1996, 2000, 2006 e 2010.
As grandes mudanças ocorridas entre 1986 e 1991 foram a intensa supressão da
cobertura vegetal para implantação de atividades agropecuárias - facilmente
perceptível na porção noroeste do município - e o processo contínuo de
crescimento da área urbana, especialmente nas porções sudoeste, constituindo área
de reserva de terra urbana para a implantação de empreendimentos habitacionais, e
noroeste, caracterizada por loteamentos irregulares - conforme salientado por
Rodrigues (2005).
Nas décadas de 1980 e 1990 o crescimento do tecido urbano ocorreu de forma
irregular e acelerada, resultando em uma malha urbana descontínua, sendo que a
Mapeamento do Município de Goiânia
161
periferia cresce mais que o núcleo urbano central, que se encontra consolidado,
sobretudo pelo uso comercial. Além da região central do município, a porção sul
também se encontrava consolidada neste período, inclusive com forte processo
de verticalização.
De certa forma, isso respondia aos ditames dos planos diretores de Goiânia à
época, que direcionam o crescimento para as partes sul e sudoeste do município,
muito embora a implantação dos conjuntos habitacionais em locais afastados e
desconectados da malha urbana consolidada tenha gerado custos adicionais ao
poder público (além de demora no atendimento) quanto à oferta de serviços de
transporte, água, energia, pavimentação etc. Ao mesmo tempo, isso condicionou
lucros especulativos aos proprietários das glebas urbanas localizadas entre o núcleo
urbano e estes novos espaços urbanizados.
Ainda na década de 1990, conforme representado pelo mapa de Cobertura do
Solo de 1996, vê-se o crescimento de setores habitacionais nas regiões periféricas
do município separados por vazios demográficos, os quais são ocupados nos anos
seguintes (conforme representado pelos mapas de Cobertura do Solo de 2000, 2006
e 2010). Novamente, convém ressaltar o papel do PDIG de 1992, que induzia à
ocupação prioritária dos vazios urbanos, além da Carta de Risco, que indicava
como áreas aptas à ocupação urbana as porções centro-sul e sudoeste.
Ressalta-se a aparição no mapa de Cobertura do Solo de 2010 de um corpo
hídrico de extensão considerável na porção nordeste do município de Goiânia.
Trata-se do reservatório da Barragem do Ribeirão João Leite, construído com
vistas a assegurar o abastecimento de água tratada para Goiânia e seu entorno até o
ano de 2040, e que teve seu enchimento iniciado no final do ano de 2009. A
existência do lago reflete, também, a ineficácia da política de controle do
município sobre a ocupação da região noroeste de Goiânia, onde está o ponto de
captação de água no rio Meia Ponte. Neste caso, o Governo Estadual foi o principal
agente responsável, ao instalar conjuntos habitacionais e loteamentos na região,
ainda que considerados irregulares pela Prefeitura.
A quantificação das classes de cobertura do solo de cada recorte temporal foi
mensurada em ambiente SIG e é apresentada na Tabela 1, abaixo. Chama atenção o
fato de que a cobertura vegetal do município de Goiânia sofreu redução de 52,7%
apenas no decorrer dos anos analisados. De uma área de 220,1 km² em 1986,
passou a 104,1 km² no ano de 2010. Não obstante, a área urbana, que era de 144,5
k em 1986, alcançou uma área de 278,6 km², no ano de 2010 um crescimento
de 92,8%.
GEOgraphia - Ano. 17 - Nº34 2015 Nascimento & Oliveira
162
ANO
Corpos Hídricos
Vegetação
Área Urbana
Agropecuária
Área
Área
Área
Área
km²
%
km²
%
km²
%
km²
%
1986
7,3
1,0
220,1
29,8
144,5
19,5
367,7
49,7
1991
7,3
1,0
163,2
22,1
173,7
23,5
395,3
53,5
1996
7,5
1,0
153,0
20,7
192,9
26,1
386,1
52,2
2000
7,5
1,0
146,8
19,9
237,7
32,1
347,4
47,0
2006
7,5
1,0
109,8
14,8
261,1
35,3
361,1
48,8
2010
15,3
2,1
104,1
14,1
278,6
37,7
341,5
46,2
Tabela 1: Quantificação das classes de cobertura do solo de Goiânia - GO 1986/2010.
Fonte: Quantificado em SIG e elaborado pelos autores.
Obs.: Área total do município de Goiânia = 739,52km2.
Conforme destacado anteriormente, a construção da barragem do João Leite, em
2010, propiciou a duplicação da área revestida por corpos hídricos em relação aos
anos anteriores. as áreas cobertas por atividades agropecuárias tiveram a maior
elevação entre os anos de 1986 e 1991 (crescimento de 27,6 km²), apresentando
pouco crescimento e até pequenos recuos nos anos seguintes, certamente por terem
sido convertidas em ocupações urbanas.
Para melhor compreensão do processo de crescimento urbano de Goiânia, a
Figura 12 apresenta os limites das áreas urbanizadas mapeadas em cada período
(1986, 1996, 1996, 2006 e 2010). Estando as regiões central e sul já consolidadas,
o perceptíveis os vetores de expansão urbana entre 1986 e 1996, principalmente
para as regiões noroeste e sudoeste, mas também para as regiões nordeste e leste.
Mapeamento do Município de Goiânia
163
Figura 12:
Crescimento
da Área
Urbana do
município de
Goiânia -
GO entre
1986 e 2010.
Fonte:
Elaborado
pelos autores.
De 1996 a 2006 é verificado o vetor de expansão urbana no sentido da região
sudoeste, assim como nas direções noroeste e sudeste (esta última em menor
intensidade). No referido período, percebe-se um forte processo de preenchimento
dos vazios intraurbanos, sobretudo nas regiões sudoeste e noroeste, mas também
nas norte e leste. Este “preenchimento” foi fruto, em grande parte, dos ditames
legais - como a Lei Orgânica do Município (1990) - que ampliaram as pressões
sobre o uso especulativo das terras urbanas, propiciando a venda de muitas glebas
até então deixadas como reservas de valor.
Por sua vez, no último período analisado, de 2006 a 2010, percebe-se a
consolidação do processo de preenchimento dos vazios intraurbanos ainda
existentes, tanto na porção central quanto nas regiões periféricas de Goiânia. Neste
período é perceptível também um pequeno vetor de expansão em sentido sudoeste
GEOgraphia - Ano. 17 - Nº34 2015 Nascimento & Oliveira
164
e oeste, justamente em algumas localidades definidas pelo Plano Diretor de 2007
como Áreas de Adensamento Básico, que se baseavam em áreas de baixa
densidade - indicadas a serem ocupadas. O mapa da Figura 13 mostra a
sobreposição do crescimento de Goiânia, desenhado para as três décadas, com as
áreas de consolidação urbana definidas pelo Plano Diretor de 2007. Nele é possível
identificar a existência de áreas definidas como de Adensamento Básico no
norte, oeste e sudoeste do município que ainda não tinham sido ocupadas até o ano
de 2010, indicando possíveis futuros vetores de crescimento.
Figura 13: Sobreposição do crescimento urbano de Goiânia (1986/2010) com as áreas de
consolidação urbana definidas pelo Plano Diretor de 2007.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Convém ressaltar, novamente, as restrições à expansão urbana impostas pela
presença da ferrovia, da malha viária, do relevo acentuado e dos mananciais
Mapeamento do Município de Goiânia
165
utilizados para captação de água para abastecimento público. Por isso mesmo,
tanto a região norte quanto a nordeste ainda se encontravam bastante preservadas
até o final da década de 1990.
Não obstante, a expansão da mancha urbana que parece estabilizar no limite
meridional do município, na verdade ultrapassou essa barreira e se estendeu pelo
território do município de Aparecida de Goiânia. Neste sentido, não houve, de fato,
uma verdadeira conurbação da mancha urbana das duas cidades e sim um
extravasamento do limite sul do crescimento urbano de Goiânia sobre a parte norte
do município vizinho. Esse fato é ainda hoje corroborado pelos imensos vazios
urbanos que existem em Aparecida de Goiânia, entre seu núcleo urbano original (a
região central da cidade) e seus bairros da porção norte, conectados à Goiânia.
Considerações Finais
O crescimento urbano do município de Goiânia demonstra, claramente, não só
as influências do sítio (o meio fisiográfico), que define tanto barreiras geográficas
como áreas preferenciais para a expansão urbana (como os terrenos planos), mas
também o papel das políticas públicas e a ação da iniciativa privada, que atuam no
sentido de direcionar o processo de ocupação, muitas vezes contrariando a própria
lógica estabelecida pelo sítio e pela legislação que deveria regular o crescimento
urbano.
A revisão bibliográfica e o mapeamento por imagens de satélite permitiram
revelar a geografia do processo de crescimento de Goiânia, assim como os vetores
preferenciais de expansão da área urbana. Mas isso, por si só, não explica o
processo, uma vez que loteamentos surgem desmembrados na mancha urbana
consolidada, bairros o instalados em áreas de risco, há ocupações irregulares em
áreas de preservação, dentre outras situações.
Embora se possa inferir que a maior parte dos parcelamentos urbanos se insira
em uma lógica de mercado, com peso significativo da ação dos agentes
imobiliários, compreendê-los exige uma verticalização dos estudos, para buscar
sua historicidade e suas funções na demanda social pela moradia algo premente
em um mundo a cada dia mais urbano.
GEOgraphia - Ano. 17 - Nº34 2015 Nascimento & Oliveira
166
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Data de submissão: 20/04/2015.
Data de aceite: 24/08/2015.
... A consolidação do processo de urbanização da área da bacia vem a partir da análise das áreas de solo exposto, onde a vegetação nativa e as áreas de pastagens e agrícolas são retiradas para a viabilização de novos empreendimentos. Nascimento & Oliveira (2015) fizeram uma análise de uso e cobertura do solo para um intervalo de 24 anos, entre 1986 e 2010, onde é possível observar o crescimento urbano da capital do Estado de Goiás em detrimento da agropecuária e a cobertura vegetal presente em sua área, tendo uma expansão para o sul e sudoeste do município. Mendes & Lollo (2018) reportam impactos ambientais no crescimento da área urbana na cidade de São Carlos -SP, onde corpos hídricos foram assoreados, nascentes destruídas, vulnerabilidade em regiões de recarga de aquífero e alagamentos, ocasionadas pelo crescimento de áreas impermeabilizadas e pela eliminação da vegetação nativa. ...
Article
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Resumo O presente trabalho teve como objetivo avaliar o processo de ocupação urbana e sua influência no comportamento da morfologia da Bacia Hidrográfica do Córrego Barreiro, situado em Goiânia - GO, analisando suas disposições atuais para uso em contraste com as características de distintos períodos do meio físico. A metodologia adotada avaliou o espaço-temporal entre mudanças na cobertura e uso do solo urbano entre 2006, 2012, 2016 e 2019 e o comportamento da morfologia do canal, frente ao aumento dos índices de impermeabilização. Identificaram-se as classes Impermeável, Não-permeável, Área verde, Arruamento, Solo exposto e Erosão. Observou-se uma tendência de aumento das classes Impermeável e Solo exposto, enquanto a classe Não-permeável apresentou queda e a classe Área verde apresentou respostas diversas. O aumento da classe Solo exposto está relacionado com o crescimento da área urbana na bacia do estudo. Também foi realizada uma análise granulométrica de amostras de solos e as análises apresentaram uma maior presença de areia seguida pelo silte, configurando materiais com textura leve, que desagregam com facilidade e são carregados com o escoamento. Os resultados indicam como os impactos da urbanização interferem na bacia hidrográfica.
Chapter
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Capítulo de livro em: Quadro geral da forma e do sistema de espaços livres das cidades brasileiras – Livro 2. Organização: Silvio Soares Macedo, Eugenio Fernandes Queiroga, Ana Cecília de Arruda Campos, Vanderli Custodio. São Paulo: FAUUSP, 2018.
Article
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O processo de crescimento urbano acelerado e desorganizado tem desencadeado uma gama de impactosambientais. Dentre estes, ressalta-se a alteração do clima local, no qual o comportamento espacial simultâneoda temperatura se revela como o mais importante elemento, tendo como principal consequência a formaçãodo fenômeno de “ilhas de calor”. Nesse contexto, o presente artigo analisa a evolução das ilhas de calorno município de Goiânia/GO, tendo como recorte temporal o período de 1986 a 2010, valendo-se de dadosde sensoriamento remoto, para estimar os valores de temperatura superficial terrestre, e de técnicas degeoprocessamento, para análise e mensuração do fenômeno. Com base nos dados e nas análises realizadas,pôde-se constatar que as temperaturas superficiais terrestres apresentaram certo padrão de variaçãoespacial e, sobretudo, temporal, haja vista ter-se constatado uma verdadeira inversão na representatividadedas classes de temperatura superficial no decorrer dos anos de 1986 a 2010, que oscilaram do predomínioabsoluto das temperaturas abaixo de 24º C, para o domínio amplo das temperaturas acima desse patamar.
Article
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Tendo em vista a relevância do processo de urbanização na composição da espacialidade contemporânea e o crescente anseio da sociedade por ambientes ecologicamente saudáveis, o presente artigo analisou, por meio de recursos disponíveis em Sistemas de Informações Geográficas (SIG), a relação entre o processo de urbanização e a redução da cobertura vegetal no município de Goiânia-GO. Na operacionalização do trabalho, a princípio realizou-se uma pesquisa documental, seguida da compilação da base cartográfica vetorial do município e do inventário de sua cobertura vegetal, no qual foram empregadas as imagens do sensor TM (Thematic Mapper), do satélite Landsat 5, de órbita/ponto 221-71 e 221-72. Após a análise e o cotejamento dos dados obtidos, foi possível notar que, apesar das recentes iniciativas de proteção dos recursos naturais e da política de reforma e criação de parques urbanos, característica das últimas gestões municipais, nas duas últimas décadas a redução da cobertura vegetal no município de Goiânia continua avançando.
Article
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O objetivo deste trabalho foi mapear o uso da terra do Bioma Cerrado na escala de 1:250.000. As seguintes classes de uso da terra foram consideradas: culturas agrícolas, pastagens cultivadas, reflorestamentos, áreas urbanas e áreas de mineração. A metodologia envolveu a segmentação de imagens do satélite Landsat, a classificação visual dos segmentos e a análise da exatidão global do mapa final. Aproximadamente 39,5% do Cerrado apresentaram algum tipo de uso de terra. Pastagens cultivadas e culturas agrícolas foram as classes predominantes, com 26,5 e 10,5%, respectivamente.
Article
This work has an objective to demonstrate in general way some characteristics about spatial resolution by satellite images. That is the maximum or ideal scale of work that can be applied in those images considering the IFOV and EIFOV. The IFOV is demonstrated in standard definitions, like the academic method or the commercial method. However we can determine what are really in the satellite images by using the calculations and visual analyses as a methodology. When the spatial resolution has a high value there is a significant difference between IFOV and EIFOV, so when this difference is smaller the spatial resolution will be small as well.
Geomorfologia urbana da região metropolitana de Goiânia. Guia de Excursões Centro -Oeste, Simpósio Nacional de Geomorfologia
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  • P Romão
  • A De
LOPES, L. M.; ROMÃO, P. de A. (2006) Geomorfologia urbana da região metropolitana de Goiânia. Guia de Excursões Centro -Oeste, Simpósio Nacional de Geomorfologia. Goiânia.
O empreendedor imobiliário e o Estado: o processo de expansão de Goiânia em direção sul (1975-1985)
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Processos Erosivos Lineares em Goiânia: Uma Avaliação no Período de 1992 A 2007 com Base na Compartimentação em Bacias Hidrográficas
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A construção de Goiânia e a transferência da capital
  • N N F Chaul
CHAUL, N. N. F. (1999) A construção de Goiânia e a transferência da capital. 2. ed. Goiânia: Ed. da UFG.